REFLEXÕES SOBRE ARQUITETURA E HISTÓRIA Breve Panorama Arquitetura e História Linhas do Tempo OS SENTIDOS DA ARQUITETURA... FONTE: GLANCEY, J. “A HISTÓRIA DA ARQUITETURA”. SÃO PAULO, EDIÇÕES LOYOLA, 2012. A História da Arquitetura é a História do notável esforço humano, um dos caminhos pelos quais tentamos dar sentido ao mundo. É a história de como nossos abrigos foram sendo construídos, do mais humilde ao mais sublime. E não há nenhuma razão para pensar que uma seja menos inspiradora do que a outra. Mas a arquitetura é diferente do simples edificar. Ela nos emociona, envolve arte e sensibilidade. Há, portanto, uma diferença importante entre construção e arquitetura. Os animais podem construir, cupins e pássaros, por exemplo... Os humanos, porém, desenvolveram a Arquitetura... UMA HISTÓRIA CONTADA DESDE 8 MIL ANOS A.C A Arquitetura é a ciência e a arte de construir, ou seja, ela proporciona o momento no qual um edifício é imbuído de uma aura que o transforma de mero abrigo em obra de arte. E ela é uma arte em contínua transformação. É o maior meio visível de celebrar nossa riqueza. Este sentimento de grandiosidade iniciou-se quando a humanidade começou subir aos céus com estruturas extraordinárias, que lembravam montanhas sagradas ou primitivos condutores de energia pelas quais os sacerdotes poderiam ascender para encontrar os deuses. As primeiras grandes obras são os templos da Idade do Bronze ( c. 3.000 aC) que eram projetados para se alinharem a movimentos astronômicos, era a necessidade de sintonizar-se com os “criadores” do universo, ideia que se perpetuou, tanto é que no catolicismo Deus é chamado de “grande arquiteto” do Universo. Se formos comparar, no início do século XXI há muito mais pessoas REFLEXÃO: OS ARQUITETOS e exponencialmente mais arquitetos do que já houve em DO SÉCULO XXI ( GLANCEY ) qualquer época da história da civilização. Mas isto não levou a um aumento da qualidade da arquitetura, porque não construímos mais para oferecer sentido ao nosso lugar no cosmos. Mas, por razões banais, vaidosas e lucrativas que reduzem a arquitetura a um empreendimento mundano. Na verdade, segundo Glancey, o papel do arquiteto declinou. Para continuar a nos entusiasmar como ocorreu durante milênios, os arquitetos precisam redescobrir o campo elevado da imaginação, como havia antes da industrialização, que tornou o ato de construir muito fácil. Alguns ainda se destacam, quanto aos outros, é preciso inspirá-los. NORMAN FOSTER - O DOMÍNIO DA LUZ City Hall - The Queen's Walk, London, United Kingdom A produção arquitetônica de qualidade na atualidade é marcada por uma considerável diversidade de conceitos e posições frente ao meio ambiente natural e construído. As formas hoje possuem estruturas e espaços internos fluidos, construídos a partir da valiosa ajuda dos computadores e da tecnologia dos novos materiais – metais leves e policarbonatos. É o atual sonho dos arquitetos em apresentar estruturas e espaços infinitamente maleáveis. Muitas limitações foram deixadas de lado, mas é necessário que a CRIATIVIDADE E A INSPIRAÇÃO próprias do “Engenho Humano” voltem a ser uma constante nas criações arquitetônicas da atualidade. http://www.fosterandpartners.com/projects/ MORADIAS POPULARES DE ARQUITETURA DE TERRA INSTITUTO ARCA VERDE - RS Porque a Arquitetura é musica petrificada.. (ARTHUR SCHOPENHAUER) Assim sendo, na Arquitetura... o que te inspira ? A ARQUITETURA E O URBANISMO DA PRÉHISTÓRIA À MESOPOTÂMIA, EGITO ANTIGO E OS MEGALÍTICOS EUROPEUS Algumas considerações teórico-visuais sobre as origens da Arquitetura e suas principais reflexões PARA ENTENDERMOS MELHOR A PRÉ-HISTÓRIA: RECENTES DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS Acreditava-se que os Neandertais eram nômades primitivos que viviam abrigados em cavernas naturais. Entretanto, as novas descobertas sugerem que eles se estabeleciam e construíam estruturas onde viviam por longos períodos de tempo. Pesquisadores do Museu Nacional de História Natural, em Paris, também descobriram que muitos dos ossos da casa haviam sido decorados com esculturas e pigmentos ocres. Eles acreditam que os neandertais escolheram propositadamente grandes ossos do maior mamífero disponível, o mamute, para construir as estruturas. Os ossos longos e planos eram selecionados e dispostos em círculo. Era esse o material que os seres humanos primitivos usavam para se proteger contra o vento e frio. Esta cabana já pode ser considerada enquanto exemplar da arquitetura préhistórica, ou seja, da ação de transformar materiais em abrigos com arte. A estrutura de ossos foi encontrada perto da cidade de Molodova, no leste da Ucrânia, em um sítio que foi descoberto em 1984. A casa foi construída com 116 ossos grandes, incluindo crânios de mamute, mandíbulas, 14 presas e ossos das pernas. Entretanto, a casa de ossos não é o exemplar mais antigo já descoberto. Há notícias sobre uma construção de madeira afundada no chão de mais de 150 mil anos, feita pelo Homo erectus, que teria sido encontrada em uma colina nos arredores de Tóquio. OS PRIMEIROS DESENVOLVIMENTOS URBANOS As primeiras cidades na região onde hoje estão estabelecidos Egito, Israel, Irã e Iraque surgiram entre 8000 e 7000 a.C. O nascimento das grandes obras de Arquitetura nessa concepção foi contemporâneo, mas pouco posterior, ao nascimento das primeiras cidades. Neste momento, a partir de 4.000 aC, já havia largo conhecimento técnico disponível: cordas resistentes feitas de fibras, ou couro, instrumento de corte mais precisos, machados e marretas, a arte da cerâmica, e inclusive o pau a pique e os tijolos de barro. TECNOLOGIAS SINGULARES E ANCESTRAIS A diversidade de culturas e de trocas de experiências compartilhadas pelas civilizações que estiveram presentes naquela região, tornou-se uma característica da mesma e ajudou a consolidar os impérios surgidos destes povos, detentores dos conhecimentos das ciências, das artes, das engenharias e de uma arquitetura singular no mundo de então. Cerca de um milênio antes da formação da civilização mesopotâmica, já era possível encontrar maquetes de casas de cerâmica depositadas em tumbas e que demonstram soluções para iluminação interna, que também serviam como aberturas para ventilação, colocadas de forma perpendicular à direção dos ventos predominantes, em casas que poderiam ser feitas de tijolo cru, adobe ou taipa de pilão. Esta tecnologia, que nasceu na região do crescente fértil, foi fundamental para a construção dos Zigurates mesopotâmicos: pirâmides escalonadas com acesso por rampas e escadarias ao topo, que serviam como santuário e onde eram guardadas as provisões de cereais. OS ZIGURATES Um dos maiores e mais impressionantes templos eram os zigurates, ou pirâmides em degraus, com destaque para o zigurate de Urnammu, em Ur, na Suméria. Este templo era dedicado ao deus da lua, erguendo-se por cima de uma cidade que tinha cerca de 350.000 pessoas, o acesso ao topo era feito por uma escadaria cerimonial. O templo teve a sua última remodelação por volta de 2125 a.C, embora seu edifício original seja muito mais antigo. Estudos indicam que as gerações que se sucediam foram construindo partes do templo, e que essas partes, ou níveis, apresentavam árvores plantadas, como em uma grande montanha. Cada plataforma, construída com tijolos maciços, é circundada por um muro, em toda a periferia, ligeiramente inclinado para dentro e enrijecido por grossas colunas de tijolos para aumentar a estabilidade. Mas o que se sabe de fato é que a edificação era visível há quilômetros de distância, o que servia como um sinal para os fazendeiros das pastagens irrigadas ao seu redor de que os sacerdotes estavam intervindo a seu favor junto aos Deuses. Era o primeiro exemplar que representava os ideais de grandeza de um povo, e servia de espaço de mediação entre homens e deuses. Localização dos Zigurates na região da Mesopotâmia: UR E SEU ZIGURATE ( 3000 A.C. ) Cada cidade-estado tinha um deus local, defensor junto a outras divindades da natureza. O deus era proprietário da cidade, de seu trabalho e habitantes, e o centro administrativo era o templo. As plantas das cidades sumerianas demonstram esse papel central dos templos, em volta dos quais as casas se aglomeravam. Além disso, os empreendimentos eram todos da comunidade ( diques e valas de irrigação_ armazenamento e distribuição de grande parte das colheitas ). Para organizar todas essa vida política e pública, a escrita foi essencial. MESMOS NÍVEIS DE CONHECIMENTOS E O ENGENHO HUMANO EM POPULAÇÕES DIVERSAS NO TEMPO E NO ESPAÇO Paredes e muros de Caral-Supe ( 2600 – 2000 aC ) Entre os principais itens que envolviam as no Peru uma civilização que antecedeu as prétécnicas utilizadas por estas civilizações, colombianas / andinas, cujo deserto conservou as fibras utilizadas nas paredes de barro. estava o inter-travamento dos tijolos e cantarias, a partir de um arremate planejado das paredes, muros e de seus cantos. O que poderia ocorrer por justaposição alternada de elementos maiores e menores, o uso de traves e vigas entre dois extremos, apresentando espaços entre paredes. Além do uso de argamassas de assentamento das cantarias e alvenarias, visando o amortecimento das estruturas Chichén Itza – Templo Maia localizado na Península de em caso de abalos sísmicos. Sem contar o Yucatán ( México ) que melhor se aproxima do conceito principal: o domínio sobre a técnica das dos zigurates na América pré colombiana ( 435 aC ) construções em terra ( pau a pique e tijolos ). A conquista destes conhecimentos foi adquirida pelo esforço e engenho de certos povos, independentemente do local ( Novo Mundo, Alasca e Oriente próximo, por exemplo ) mas tendo em comum as mesmas funções estruturais e monumentais na proposição e na sustentação das formas e volumes construídos para a representatividade divina ou de poder. O EGITO ANTIGO O EGITO ANTIGO E O MUNDO ALÉM DA VIDA Há muito ainda que conhecer sobre a origem e os significados dos túmulos egípcios. No entanto, há motivo para crer que a vida após a morte, ou a continuidade da vida no mundo dos mortos, referia-se apenas aos privilegiados, devido à sua ligação com os faraós imortais. Nesse sentido, as mastabas, ou túmulos de particulares, eram construções quadrangulares revestidas de tijolos ou pedras, erguidas em cima de profundas câmaras funerárias, com local para oferendas e cubículo para a estátua do defunto, encontradas logo na Primeira dinastia. Na Terceira dinastia, transformaram-se em pirâmides de degraus. PIRÂMIDE DO REI ZOZER ,CONSTRUÍDA POR IMHOTEP SOBRE MASTABA TRADICIONAL – 2600 A.C. Existe uma falsa imagem sobre as pirâmides, que não eram edificações isoladas mas faziam parte de várias necrópoles com templos e outros edifícios que serviam para a realização de grandes celebrações. A arquitetura egípcia utilizou adobes de terra, madeira, feixes de cana e outros materiais leves. Imhotep, o arquiteto da primeira pirâmide do Egito, empregou pedras talhadas e colunas incrustradas nas paredes, réplicas de feixes de junco e esteios de madeira que serviam para reforçar os muros de adobe. AS PIRÂMIDES DE GIZÉ A matemática foi muito empregada na construção das pirâmides. Conhecedores desta ciência, os arquitetos planejavam as construções de forma a obter o máximo de perfeição possível. As pedras eram cortadas e encaixadas de forma perfeita. Seus quatro lados eram desenhados e construídos de forma simétrica, fatores que explicam a preservação delas até os dias atuais. Cada bloco pesava em média 2,5 toneladas, mas isso variava: o tamanho diminuía de acordo com a altura, e em lugares específicos, como a câmara do rei, havia pedras gigantes, estimadas em até 80 toneladas. Depois de cortados nas pedreiras, os blocos maiores eram lixados e catalogados: escrevia-se o nome do faraó e o do grupo de trabalhadores responsáveis. No total, 2,3 milhões de blocos teriam sido usados na construção da pirâmide de Keóps ou Queóps. Para erguer as pirâmides, o terreno foi aplainado. Além de deixar a terra pronta para o trabalho, o processo rendeu uma fonte natural de matéria-prima: o platô era rico em rochas calcárias, um tipo de pedra mais mole, extraída com ferramentas de cobre. Rochas de calcário mais fino, usadas para dar brilho à pirâmide, vinham da região próxima de Tura. Os blocos vinham de até 800 quilômetros de distância, da pedreira de Assuã, em barcos pelo rio Nilo. Os pesadíssimos blocos, alguns com até 80 toneladas, também revestiam as câmaras e os corredores internos. AS PIRÂMIDES DE GUIZÉ Foi na Quarta Dinastia que as pirâmides de Gizé foram construídas: Keóps ( 2551 – 2528 a.C. ), Kéfren ( 2520 – 2494 a.C. ) e Miquerinos ( 2490 – 2472 a.C. ). Monumentos construídos em um grupo compacto, o que pode indicar solidariedade política entre os faraós representados. Quéops, ou Khufu foi faraó da Quarta Dinastia, que reinou entre 2579 - 2556 aC. Tinha como objetivo que sua pirâmide “proclamasse ao mundo eternamente e para sempre: Queóps é aquele que pertence ao horizonte”. Para tanto, o platô de Gizé, na margem ocidental do Nilo foi escolhido, já que nesta localidade, o subsolo é formado por rocha calcárea compacta, de boa qualidade, capaz de suportar o peso que era previsto para a pirâmide. A proximidade com o Nilo também permitia receber materiais de outros locais, a partir do uso de embarcações especiais. Neste caso, a rocha local esculpida foi utilizada em seu local de origem para compor o corpo da pirâmide. Razões religiosas levaram ao posicionamento da mesma, baseado em conhecimentos astronômicos, além do uso de determinados instrumentos, um prumo e uma balisa. Além da marcação de algumas estrelas em especial, para voltar a construção ao norte. O intuito era corrigir desvios de construção nas camadas superiores da obra. TÉCNICAS E MATERIAIS É interessante também notar a utilização de fórmulas geométricas nas medidas e formatos, mas ainda há espaço para novas teorias. Apesar de tanta precisão, as camadas de pedras não são homogêneas entre si, o que ´dependia da retiradas do material das pedreiras. Havia vários tipos de assentamentos ( camadas horizontais de uma face a outra ( intertravamento ) ou camadas mais heterogêneas, completadas por pequenos calços para se obter o nível desejado. Para garantir o alinhamento e estabilidade das paredes, utilizavam-se ferramentas confeccionadas em peças de madeira, no esquadro com um pequeno peso de pedra em uma corda fina. Já a verticalidade dos terrenos era controlada por um prumo de madeira de régua comprida com duas pequenas tábuas pregadas à régua, além da pedra presa pela corda neste dispositivo, e a corda esticada pela pedra deveria tocar o centro da segunda tábua, para o alinhamento das paredes dos corredores, fachadas e paredes dos níveis. Para o corte de pedra, outros instrumentos específicos eram utilizados. As pirâmides do antigo Egito foram construídas para abrigar as tumbas dos faraós, na crença de que a vida verdadeira começava depois da morte. As três grandes pirâmides da meseta de Gizé estão distribuídas sobre o deserto de maneira idêntica, seguindo a disposição das três estrelas da constelação de Órion, que era o equivalente celestial do deus Osíris. Seu “cinturão” era o que os egípcios chamavam de Duat, uma espécie de “portal” pelo qual a alma do faraó deveria passar para chegar a Amenti, a mais alta. A Grande Pirâmide de Gizé ( Quéops ) é a única das Sete Maravilhas do Mundo Antigo que ainda está de pé. Foi construída durante o período do Império Antigo ( 2613 a 2498 a.C.). O lugar escolhido para a sua construção foi a margem esquerda do Nilo, a 12 quilômetros do Cairo. Sobre esta margem, normalmente eram construídos os cemitérios. Seus lados se orientam pelos quatro pontos cardeais, com o reflexo das sombras acusando com exatidão milimétrica os pontos essenciais do ano solar, fornecendo as datas precisas dos equinócios de primavera e outono e dos solstícios de inverno e verão. Apesar dos egípcios não contarem com instrumentos ópticos como a bússola, eles faziam seus cálculos e medidas pelas estrelas. Sabiam que tudo no céu noturno estava em constante movimento, com exceção de um ponto escuro imóvel, que era reverenciado como eterno, a localização do próprio “céu”. Ao redor deste ponto duas estrelas especialmente brilhantes giravam em um círculo constante e, quando uma estava diretamente sobre a outra, era possível traçar uma linha perpendicular que atravessava o ponto escuro com total precisão. Estas estrelas que hoje conhecemos como circumpolares eram chamadas pelos egípcios de “indestrutíveis”. Baseando-se nestas crenças e conhecimentos, Hemiunu (primo de Quéops e principal arquiteto da Grande Pirâmide) desenvolveu o projeto como uma “máquina de ressureição”. Na parede norte da Câmara do Rei existe uma pequena abertura que funciona como “telescópio” com vista até as “indestrutíveis”, garantindo assim a viagem para a eternidade para o seu rei e para todos os que colaboraram na construção da pirâmide. O SIGNIFICADO DAS PIRÂMIDES O VALE DOS REIS E A NECRÓPOLE DE TEBAS: O IMPÉRIO NOVO ( 1550 – 1076 AC ) O Vale dos Reis é um vale montanhoso no Egito onde, por um período de aproximadamente 500 anos, no Império Novo, foram construídas tumbas para os Faraós e nobres importantes do Antigo Egito. Entre 2005 e 2008, foram descobertas mais de 120 câmaras, a maioria violada por povos da antiguidade. A área continua um foco de explorações, escavações e pesquisas arqueológicas até hoje. Localizada na margem ocidental do Rio Nilo, ao lado oposto da cidade de Tebas, no Antigo Egito. A necrópole foi usada para sepultamentos por boa parte do período faraônico, especialmente durante o Império Novo. Consideradas um Patrimônio Mundial pela UNESCO, com o nome de “Tebas Antiga com sua Necrópole”. O TÚMULO DE TUTANKAMON ( 1341 - 1324 A.C. ) O TEMPLO DE LUXOR O templo de Luxor foi iniciado por volta de 1390 a.C., aumentado e terminado um século mais tarde por Ramsés II ( 1279 – 1213 a.C. ) no período do Novo Império, a quem foram erigidas mais estátuas do que a qualquer outro faraó. Todo o conjunto de pátios do templo de Luxor ficava rodeado por altos muros que o isolavam. Com exceção da fachada monumental, esse templo foi construído para ser visto de dentro. ELEMENTOS DA ARQUITETURA EGÍPCIA DO NOVO IMPÉRIO A arquitetura egípcia é caracterizada por maciços elementos de pedra – paredes inclinadas, pirâmides gigantescas, estatuária colossal e colunatas imponentes. E entrelaçadas nestas misturas, representações de deuses, alguns com características humanas e outros de animais, e muitas formas de plantas, como o papiro, utilizadas nos capitéis. Relevos e inscrições que contam histórias, fileiras de estátuas de esfinges ( seres míticos com corpos de leões e cabeça de homem ou carneiro ) que conduzem às entradas dos templos, a estatuária de faraós nos portais e os pilones de entrada, que eram portões maciços de entrada dos templos que escondiam pátios iluminados ou salões de hipostilos ( com tetos sustentados por colunas ). ENQUANTO ISSO... NA EUROPA: OS MEGALÍTICOS Externsteine – Alemanha: penhascos trabalhados pelo homem escavando grutas artificiais e alargando-se aberturas já existentes. Na Europa Central, e em outras regiões, populações diversas continuariam a manter formas de vida tribal dos agricultores neolíticos até alguns séculos antes do nascimento de Cristo, mesmo depois de conhecerem o bronze e o ferro. Estas aldeias não conheceram o desenvolvimento da arquitetura da Mesopotâmia ou do Egito. Em vez disso, o que encontramos em número considerável monumentos megalíticos, formados de enormes blocos ou lajes de pedra, erguidos e sobrepostos sem o uso de argamassa. Seu principal uso era religioso, mas há diferenças entre eles. AS PEDRAS DAS ALDEIAS NEOLÍTICAS - MENIRES As estruturas neolíticas decoram o espaço natural, utilizando eventualmente os seus materiais – a terra batida, a argila, as pedras, as madeiras e outros elementos apropriados, desde essa época para a tecnologia da construção civil – mas imprimindo-lhe um caráter intelectual que denota o novo agente que surgiu no mundo, o sujeito pensante: pedras verticais, pedras em fileiras retilíneas, pedras alinhadas em círculo. Desde que o espaço terrestre se encontra inteiramente disponível para a difusão da espécie humana, o homem assinala suas conquistas com a marca de que é apenas sua: a ordem geométrica e cósmica reconhecida pela mente. Menir de Almendres - Portugal MENIR NO ALENTEJO ALINHAMENTO MEGALÍTICO DE CARNAC O núcleo megalítico de Carnac, situado na comuna de Morbihan na Bretanha do Sul, é o mais antigo da Europa e o mais extenso do mundo. Trata-se de um conjunto arqueológico datado do ano 1000 a. C. constituindo um testemunho fascinante da cultura neolítica europeia, composto por 1099 menires fincados em 11 fileiras, espalhados ao longo de 1165 metros de comprimento por 100 metros de largura. É possível notar que para a Europa a datação da arquitetura pré-histórica ultrapassa o limite de 3.000 a.C., apesar de seus indícios iniciais ainda fazerem parte do período mencionado. DOLMENS- LAJE DE COBERTURA APOIADA EM PILARES ( MONUMENTO PARA TÚMULO ) Túmulo megalítico em Fornos de Algodres, Portugal. Este foi um primeiro ciclo de experiências arquitetônicas esquecidas durante muito tempo. O termo megalítico ( grandes pedras ) é utilizado para designar as construções caracterizadas pelo levantamento e pela disposição no terreno de pedras mais ou menos delineadas, de dimensões fora do comum para nós. As construções mais difundidas são as pedras isoladas, erguidas na vertical, que se chamam menires, e as estruturas tríliticas simples chamadas dólmens, em que dois pedestais sustentam uma laje de cobertura. Estas estruturas elementares, de todas as dimensões, que se encontram em todos os lugares habitados da Terra e formam conjuntos variados, baseando-se na experiência universal da força da gravidade. Por vezes os menires assumem formas antropomórficas, tornando explícita a associação entre essas construções e o corpo humano CROMLECHS – GRANDES CÍRCULOS DE PEDRAS EM INTERVALOS REGULARES Os cromlechs ( “cromeleques” ) eram recintos destinados a cerimônias religiosas. Eles são grandes círculos de pedras erguidas a intervalos regulares, ligados por traves horizontais, chamados linteis, rodeando outros dois círculos interiores, tal como em Stonehenge. Este conjunto se encontra orientado para o ponto do horizonte onde nasce o Sol no dia do solstício do verão, indício de que o conjunto se destinava às praticas rituais de um culto solar. Outra explicação existente o relaciona com a observação dos astros e de sua posição no céu e de que Stonehenge funcionaria como um grande relógio para orientação de viajantes, já que teria ligação com outros cromlechs existentes na Grã Bretanha. O MEGALÍTICO MAIS FAMOSO... O mais famoso monumento da préhistória pode ter sido um centro de cura, para onde iam peregrinos há mais de 4.500 anos. A afirmação é de um grupo de arqueólogos que trabalha nas primeiras escavações em mais de 40 anos no monumento. O grupo acredita ter encontrado indícios que podem, finalmente, explicar os mistérios da construção de blocos de pedra. A equipe descobriu um encaixe que, no passado, abrigou as chamadas pedras azuis, rochas vulcânicas de tom azulado, a maioria já desaparecida, que formava a primeira estrutura construída no monumento. Eles acreditam que as pedras azuis podem confirmar a tese de que Stonehenge era um local onde as pessoas iam em busca de cura. Estas pedras teriam sido trazidas de uma distância de 19 km. Stonehenge está relacionada com a existência do povoado Durrington. Este povoado foi formado por algumas dezenas de casas construídas entre 2600 a.C. e 2500 a.C, quando os últimos círculos de pedra foram erguidos. É considerada a maior aldeia neolítica do Reino Unido. STONEHENGE OUTRO CROMLECH DA BRETANHA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS TEXTO E IMAGENS BENÉVOLO, Leonardo e BENNO, Albrecht, As origens da Arquitetura. Lisboa, Edições 70, 2004. JANSON, H. W., História Geral Da Arte – O Mundo Antigo e a Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 2001. CUNHA, J. C., A História das Construções. 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