O CAMINHO PARA A FELICIDADE COMPLETA THE

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Revista Filosofia Capital
ISSN 1982 6613
Vol. 5, Edição 11, Ano 2010.
A ÉTICA ARISTOTÉLICA:
O CAMINHO PARA A FELICIDADE COMPLETA
THE ARISTOTELIAN ETHICS:
THE WAY TO HAPPINESS COMPLETE
PINTO, Elias Fernandes. 1
RESUMO
No presente texto, realizou-se uma reflexão sobre a ética no pensamento de Aristóteles, tendo
como referência a obra Ética a Nicômaco. Também apresenta uma abordagem sobre o
filósofo e o seu tempo. Pode-se observar que a filosofia de Aristóteles, em relação à ética, está
relacionada à felicidade que é o fim supremo do homem, e a relacionar de forma justa e
agradável com os outros. Para isso, é necessário viver, segundo a razão, que é uma atividade
da alma, em consonância com as virtudes intelectuais e morais, e ter uma vida completa para
assim chegar à contemplação. A virtude encontra-se entre os extremos; os bens materiais, as
honras e os prazeres não podem ser vistos como a essência da felicidade, mas como meios,
pois, eles em si não a trazem, dependem de algo a mais. Não basta apenas conhecer esses
princípios, mas possuí-los e usá-los. Tal atividade é difícil para o homem, já que ela é digna
dos deuses, mas não podemos viver como simples mortais, à medida do possível, procuremos
buscar a imortalidade, vivendo de acordo com o que há de melhor em nós, ou seja, a razão de
superar os instintos.
Palavras-chave: Aristóteles. Ética a Nicômaco. Felicidade.
ABSTRACT
In the present text, a reflection was become fullfilled on the ethics in the thought of Aristotle,
having as reference the workmanship Ethical the Nicômaco. Also it presents a boarding on the
philosopher and its time. It can be observed that the philosophy of Aristotle, in relation to the
ethics, is related to the happiness that is the supreme end of the man, and to relate of form
pleasant joust and with the others. For this, it is necessary to live, according to reason, that is
an activity of the soul, in accord with the intellectual and moral virtues, and to have a
complete life thus to arrive at the contemplation. The virtue meets enters the extremities; the
corporeal properties, the honors and the pleasures cannot be seen as the essence of the
happiness, but as half, therefore, they in itself do not bring it, depend more on something. It is
not only enough to know these principles, but to possess them and to use them. Such activity
is difficult for the man, since it is worthy of gods, but cannot live as simple mortals, to the
measure of the possible one, let us look for to search immortality, living in accordance with
what it has of better in us, that is, the reason to surpass the instincts.
Word-key: Aristotle. Ethics the Nicômaco. Happiness.
1
Bacharelando em Filosofia pelo ITEOFIC – Instituto Teológico e Filosófico de Caratinga / Seminário
Diocesano Nossa Senhora do Rosário. Email: [email protected].
Revista Filosofia Capital – RFC ISSN 1982 6613, Brasília, vol. 5, n. 11, p. 03-12, jul/2010.
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INTRODUÇÃO
O texto a seguir retrata a ética
aristotélica na obra Ética a Nicômaco. Tem
como objetivo inicial descobrir qual é o
bem, o fim supremo, que o ser humano
busca para sua realização, segundo o
estagirita. Pode-se, dessa forma, contribuir
para as relações humanas, voltando ao
princípio da ética, ressaltando os valores
que o filósofo grego anunciou.
A problemática é apresentada devido
à complexidade da vida humana, mostrando
o que é a felicidade e em que ela consiste.
Como o homem é um ser racional, para se
chegar à felicidade, deve-se viver segundo
sua razão, mas não apenas, pois o ser
humano também é composto de carne e
sentidos e sua natureza precisa, também,
dos bens exteriores como meio para se
chegar ao objetivo final que é ser feliz.
Baseado no pensamento do filósofo,
de alguns historiadores da filosofia, e em
conclusões próprias, a pesquisa apresenta a
importância de se estudar os valores morais
e intelectuais na filosofia humana, as
virtudes que são frutos dos hábitos e do
ensino que são de suma importância para
uma vida agradável e realizada.
O trabalho se divide em duas partes:
inicialmente, aborda-se sobre a vida, obras,
contexto histórico e filosofia de Aristóteles,
e, na sequência, o tema sobre a ética, na
visão do estagirita. Como metodologia,
foram realizadas pesquisas em livros e na
biblioteca virtual (eletrônica), seguidas de
leitura, interpretação, escrita e organização
do texto. Método Analítico Dedutivo.
Por fim, pretende-se apresentar a
importância do pensamento do filósofo
grego Aristóteles, para a vida pessoal e
comunitária, mostrando que não somos
perfeitos, mas podemos ser cortados e
modelados para alcançar a vida ideal.
Notas Biográficas
Segundo Bini (2005), Aristóteles
nasceu em 384/383 a.C, em Estagira, na
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Calcídia região dependente da Macedônia.
Filho de Nicômaco e Féstias; seu pai, de
pura raiz Jônica, era médico, tendo servido
ao rei Amintas II da Macedônia, avô de
Alexandre.
Assim, deve-se supor que Aristóteles,
com sua família, tenha morado em Pela
sede do reinado de Amintas, e frequentado
a corte. Os relatos sobre sua adolescência e
juventude são escassos e dúbios. Presumese que durante este tempo em que conviveu
com seu pai, tenha se iniciado nos
rudimentos da medicina.
Philippe (2002) diz que Aristóteles,
depois da morte de seus pais, foi adotado
por certo Próxeno de Atárnea. Mais tarde,
com a morte de Próxeno, em sinal de
gratidão, ele adota, por sua vez, o filho de
seu benfeitor, Nicanor; a quem Aristóteles
futuramente deu sua filha em casamento
como consta, em seu testamento.
Uma vez alcance minha filha a idade
necessária, que seja concedida como
esposa a Nicanor. Se algum mal
abater sobre ela, prazam aos deuses
que, não antes ou depois de seu
casamento, antes de ter filhos, caberá
a Nicanor deliberar sobre meu filho e
sobre meus bens, conforme ele pareça
digno de si e de mim. Nicanor
assumirá o cuidado de minha filha e
de meu filho Nicômaco, zelando para
que nada lhes falte. (BINI apud
ARISTÓTELES, 2005, p. 14).
Pessanha (1987) afirma que em
meados dos anos 366 a.C. e 365 a.C, com
dezoito anos, Aristóteles chega a Atenas, o
grande centro intelectual e artístico da
Grécia, atraído pela intensa vida cultural
que a cidade oferecia. Desde início,
demonstrava aptidão pelas ciências
naturais, mas Platão, com seu ideal
filosófico ao homem, a contemplação e a
política marcou a inteligência do grande
jovem.
Reale e Antiseri (2003) dizem que ao
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ingressar na academia platônica fundada em
387 a.C, Aristóteles consolidou sua vocação
filosófica de modo definitivo, tanto que
permaneceu na Academia mais de vinte
anos, ou seja, até a morte de Platão. É certo
que em todo esse tempo, Aristóteles
conheceu muito bem os princípios
platônicos em sua substância como afirma
Philippe:
Durante estes vinte anos na academia,
Aristóteles não foi sempre o aluno que
escuta o ensino do mestre. Chegou um
dia em que ele próprio teve de
começar a ensinar. Em que época?
Não
sabemos.
Geralmente
se
reconhece que, estando Platão ainda
vivo o Estagirita já escrevia diversos
diálogos, e que deu um curso sobre
retórica. [Também chegou a defender
Platão em alguns escritos, e ao mesmo
tempo criticá-lo, tentando fazer com
que sua visão mudasse de direção.]
(PHILIPPE, 2002, p. 11).
Bini (2005) afirma que nesse período
de Academia, Aristóteles foi casado com
Pítia, e esta lhe deu uma filha e o filho
Nicômaco, o qual uma de suas principais
obras Ética a Nicômaco é dedicada.
Reale e Antiseri (2003) dizem que,
com a morte de Platão em 347 a.C,
Aristóteles não se sentiu em condições de
continuar na Academia, pois a direção da
Escola tinha sido tomada por Espêusipo,
que coordenava uma das correntes
filosóficas mais distantes das convicções
que, ao longo de sua vida, Aristóteles já
havia amadurecido. Com isso, ele viaja para
Assos, na Ásia Menor, juntamente com seu
colega de academia Xenócrates, onde
fundou uma escola com os platônicos
Erasto e Corisco da cidade de Scepsis e
estudou as disciplinas mais propriamente
filosóficas.
O Estagirita permaneceu em Assos
durante três anos, depois foi para Mitilene,
na ilha de Lesbos, terra de Teofrasto que
provavelmente estava destinado, mais tarde,
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a tornar-se sucessor do próprio Aristóteles.
Neste período, realizaram pesquisas sobre
as ciências naturais que mais tarde teve um
relevante papel nos destinos do Liceu.
Segundo Pessanha (1987), em
343/342 a.C, Felipe confia a Aristóteles a
educação do filho Alexandre Magno, que
no momento tinha treze anos de idade.
Infelizmente, temos poucos registros do
relacionamento entre o personagem que
revolucionou a história grega e o grande
filósofo e político.
Para Philippe (2002), Aristóteles, ao
aceitar ser o educador de Alexandre Magno,
mostra ser verdadeiramente discípulo de
seu amigo e mestre Platão, que considerava
como um dos grandes deveres dos filósofos
a formação dos futuros legisladores e dos
chefes das cidades.
Reale e Antiseri (2003) confirmam
que Aristóteles permaneceu na corte
macedônica, até a morte de Felipe II e o
início do reinado de Alexandre, em 336
a.C. Também é possível que, em 340 a. C.,
ele tenha voltado para Estagira, pois
Alexandre já havia ingressado na vida
política.
Chegando a Atenas, Aristóteles
alugou alguns prédios próximos ao templo
dedicado a Apolo Lício, de onde provém o
nome Liceu dado à sua escola. E como
Aristóteles ministrava seus ensinamentos,
caminhando pelo jardim ao lado dos
prédios, a escola foi também chamada de
Perípato.
Ao contrário da academia platônica,
voltada
para
a
investigação
matemática, o Liceu transformou-se
num centro de estudos dedicado
principalmente às ciências naturais.
De terras distantes conquistadas em
suas expedições, Alexandre enviava
ao ex-preceptor, exemplares da fauna
e da flora que iam enriquecer a
coleção do Liceu. (PESSANHA,
1987, p. 4).
Segundo Goldfarb (2001), com a
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morte de Alexandre, em 323 a.C, seguiu-se
uma violenta reação antimacedônica,
particularmente em Atenas, que vivia um
forte sentimento de patriotismo. Os
vínculos de Aristóteles com a corte
macedônica, em especial, com o vice-rei,
Antipater, o tornou impopular aos olhos dos
Atenienses, que o acusaram de impiedade,
acusação clássica que esconde as garras
políticas.
Para Reale e Antiseri (2003), esta
acusação seria por Aristóteles ter sido
mestre do grande soberano. Formalmente
foi réu, por ter escrito, em honra a Hérmias,
um poema que só seria digno de um Deus.
Para fugir de seus inimigos e para impedir
que Atenas pecasse mais uma vez contra a
filosofia, Aristóteles foi para Cálcis, onde
possuía bens imóveis maternos, deixando
Teofrasto na direção do Liceu. Em 322 a.C.
morre depois de poucos meses de exílio.
Principais Obras
Segundo Reale e Antiseri (2003), os
escritos de Aristóteles dividem-se em dois
grupos: Os exotéricos, destinados ao grande
público e, os esotéricos, destinados apenas
para os discípulos alunos do Liceu.
Bini (2005) diz que muitos dos
escritos de Aristóteles se perderam
completamente, alguns restam apenas os
títulos ou fragmentos, outros, embora
estruturalmente
íntegros,
apresentam
lacunas ou mutilações. É certo que boa
parte dessa perda se deva ao criminoso
incêndio da biblioteca de Alexandria,
ocorrido por volta do ano 200 a.C.
Suas obras podem ser classificadas
em: Escritos sob a influência de Platão,
como: Poemas, Eudemo, Da Monarquia,
Protrépticos,
Da
Colonização,
Constituições, Da Filosofia, Ética a
Eudêmo, Política, Do Céu, Física. E
escritos da Maturidade, produzidos durante
o Liceu, como: Organon, Física, Ética a
Nicômaco, Política, Poética, Metafísica e
Retórica. E um vasto número de livros,
como: Justiça, Político, Gênero e Espécies,
Artes, Matemáticas.
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Pessanha (1987) afirma que as obras
acromáticas, que formam o Corpus
aristotelicum, apresentam uma distribuição
sistemática: Primeiro, os tratados de lógica,
cujo conjunto recebeu a denominação de
Organon, depois, os Tratados da Natureza,
os Tratados da Alma, a Filosofia Teórica e
a Filosofia Prática.
Contexto Histórico
Philippe (2002) revela que, em 345
a.C, os persas destroem Assos, o que
provoca a separação de Aristóteles de seu
amigo Hérmias, que foi morto em uma
emboscada tramada por cidadãos de Assos
comprados pelos persas. O próprio
Aristóteles nos conta esse fato, pela
inscrição da estátua que ele faz erigir em
Delfos.
Conforme Pessanha (1987), no ano
338, tempo em que Aristóteles estava na
corte macedônica, os gregos foram
derrotado pelo exercito de Felipe, na
célebre batalha de Queronéia, e chega ao
fim a autonomia das cidades-estados, que
caracteriza a Grécia do período Helênico. A
partir daí houve a integração de amplos
organismos políticos, que diluíram suas
fronteiras e distinções culturais.
Bini (2005) diz que, com a morte de
Felipe II, Alexandre sobe ao trono em 336
a. C, expande seu território e derrota os
persas na batalha de Granico, em 334 a.C,
em Arbela 331 a.C, e, em 300 a.C, implicalhes um grande castigo, encerrando e
dominando esta expedição aos persas.
Segundo Schmidt (2005), após a
conquista do império persa, Alexandre
dominou a Fenícia, a Palestina e o Egito.
Suas conquistas estenderam-se até o
começo da índia. Em 323 a.C, morre
Alexandre,
prematuramente.
Em
conseqüência, o grande império foi divido
entre os generais de maior destaque. Por
volta dos séculos I e II a.C., o império
acabou sendo conquistado por Roma.
Situação Filosófica
Para Philippe (2002), Sócrates faz
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uma violenta reação no pensamento
filosófico, que estava em decadência em
sua época, deixando de interrogar o
universo e sua origem, o cosmo, os
fenômenos celestes, a astronomia e a
matemática, para dedicar-se, unicamente,
ao conhecimento da alma e da virtude:
“conheça a ti mesmo.”
Platão, o discípulo amado de
Sócrates, ultrapassa a intenção de seu
mestre. Faz uma unificação dos diversos
conhecimentos
filosóficos,
e,
para
fundamentar o mundo sensível e a
instabilidade, ele busca as realidades
imutáveis e perfeitas.
Com isso, sem deixar o conhecimento
de si mesmo, graças às formas ideais,
Platão considera as realidades físicas e dá
uma nova explicação do universo, criando
uma nova visão de mundo. Entre as formas
ideais e as coisas sensíveis, Platão coloca
como intermediárias as formas matemáticas
“os números ideais” e forma os diversos
níveis de conhecimentos. Mais tarde chega
a contemplação do Uno, do Bem e do Belo.
Segundo Pessanha (1987), no período
em que Aristóteles chegou a Atenas, duas
grandes
instituições
educacionais
disputavam a preferência dos jovens, que
buscavam se preparar para ascender na vida
pública, por meio dos estudos.
De um lado Isócrates, também
seguindo a trilha dos sofistas, propunha-se a
desenvolver no educando a aretê política,
ou seja, a virtude ou capacitação para lidar
com os assuntos relativos à pólis,
transmitindo-lhe a arte de emitir opiniões
prováveis sobre coisas úteis. Ao contrário
de Isócrates estava Platão o qual Aristóteles
escolheu como mestre, e prolongou e
instituiu novos conhecimentos filosóficos.
Mora (2000) diz que Aristóteles
desenvolveu seu pensamento em extensão,
não apenas para abranger todos os saberes,
mas se preocupa com a necessidade de
estudar o individual, o contingente e o fato
de que somente um saber universal pode ser
verdadeiro, levando para a explicação do
mundo. Procura entender, e não apenas
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explicar vagamente a gênese antológica do
objeto.
A filosofia de Aristóteles, que se inicia com
a descoberta de um instrumento para a
ciência e culmina numa metafísica a qual
subordina a teologia, a teoria do mundo
físico e a doutrina da alma como enteléquia
do corpo, é complementada por uma
doutrina
ética
e
política
cujo
intelectualismo não representa, todavia, o
império da razão, mas do razoável.
(MORA, 2000, p.183).
Philippe (2002) assegura que
Aristóteles esteve sempre atento a todos
que filosofaram antes dele. Sempre que
aborda
novas
questões
filosóficas,
considera o que seus predecessores
disseram a respeito da problemática, mas
isto não leva a ele ser um historiador da
filosofia, mas testemunha do pensamento
de sua época.
A Felicidade como Fim Supremo do
Homem
Aristóteles (1973) diz que toda ação,
arte e investigação, tem como objetivo um
bem qualquer, por isto tudo tende ao bem.
Como são muitas as ações, artes e ciências,
muitos são os fins. Todo este conjunto de
ações e fins está subordinado ao fim último,
o sumo bem que podemos chamar de
felicidade.
Mas o que é a Felicidade?
Os primeiros pensam que seja alguma
coisa simples e óbvia, como o prazer,
a riqueza ou as honras, muitos embora
também discordem entre si; e não raro
o mesmo homem a identifica com
diferentes coisas, com a saúde quando
está doente, com a riqueza quando é
pobre. Cônscios da sua própria
ignorância, não obstante, admiram
aqueles que proclamam algum grande
ideal inacessível à sua compreensão.
Ora, alguns têm pensado que, à parte
desses numerosos bens, existe outro
que é auto-subsistente e também é a
causa da bondade de todos os demais.
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(ARISTÓTELES1973, p. 251).
Philippe (2002) conclui que estas
diversas opiniões que os gregos do século
IV a.C disseram sobre a felicidade que
Aristóteles relata, muitas vezes representa
também as opiniões dos homens atuais dada
a complexidade da vida humana sensível e
espiritual.
Sobre esta problemática, Aristóteles
(1973) explica que o homem vulgar que
coloca sua felicidade no prazer, leva uma
vida de gozo. A honra é muito superficial,
pois depende mais de quem confere que de
quem a recebe. E o bem é algo próprio de
um homem e que dificilmente lhe poderia
ser arrebatado.
A mais absurda é a vida consagrada
ao ganho, pois é uma vida forçada. A
riqueza é algo útil, nada mais, e
ambicionado no interesse de outra coisa, é
amada por si mesma. Não podemos vê-la
como um fim, mas como um meio.
Nos aspectos expostos, Aristóteles
(1973) diz que há coisas boas em si mesmas
e coisas úteis que dependem de algo mais.
O que é o bem?
Voltemos novamente ao bem que
estamos procurando e indaguemos o
que é ele. Ele se mostra diferente nas
diversas ações e artes: é diferente na
medicina, na estratégia, e assim em
todas as demais artes. O que é, então,
o bem de cada uma delas? Será aquilo
em cujo interesse se fazem todas as
outras coisas? Na medicina, ele é a
saúde; na estratégia, a vitória; na
arquitetura, uma casa; e assim
sucessivamente em qualquer outra
esfera de atividade, ele é a finalidade
em todas as ações e propósitos, pois é
por sua causa que os homens realizam
tudo o mais. Se, pois, existe uma
finalidade visada em tudo que
fazemos, tal finalidade será o bem
atingível pela ação, e se há mais de
uma, serão os bens atingíveis por
meio dela. (ARISTÓTELES, 2007, p.
8).
Vol. 5, Edição 11, Ano 2010.
Para dizer que a felicidade é o sumo
bem, já que tudo tem sua finalidade,
precisamos determinar a função do homem.
Pois este não pode levar somente uma vida
comum e perceptível, por que até os
vegetais e animais vivem assim. O que é
peculiar “Resta, portanto, a atividade do
elemento racional do homem; desta, uma
parte tem esse princípio racional no sentido
de ser obediente a ele, e a outra, no sentido
de
possuí-lo
e
de
pensar.”
(ARISTÓTELES, 2009, p. 9).
Então, de acordo com Aristóteles
(1973), o homem que quer viver bem deve
levar uma vida segundo a razão que é uma
atividade da alma, em consonância com a
virtude, ajuntando-se numa vida completa.
Assim Aristóteles proclama os valores
da alma, como valores supremos,
embora com seu forte senso realista,
reconheça também uma utilidade aos
bens materiais [honra e prazer] em
quantidades necessárias, já que eles,
mesmo não estando em condições de
dar felicidade com sua presença,
podem em parte comprometê-la com
sua ausência. (REALE; ANTISERI,
1991, p. 204).
As Virtudes Morais como ponto
equidistante entre os extremos
Segundo Aristóteles (1973), as
virtudes se dividem em duas espécies:
intelectuais e morais. Sendo que, as
virtudes intelectuais nascem e crescem por
meio do ensino, e, as morais, são resultados
do hábito e não da natureza. Só adquirimos
virtudes por meio do exercício, assim como
a arte.
O que é a virtude?
A virtude é, então, uma disposição de
caráter relacionada com a escolha de
ações e paixões, e consistente numa
mediania, isto é, a mediania relativa a
nós, que é determinada por um
princípio racional próprio do homem
dotado de sabedoria prática. É um
meio-termo entre dois vícios, um por
excesso e outro por falta, pois nos
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vícios ou há falta ou há excesso
daquilo que é conveniente no que
concerne às ações e às paixões, ao
passo que a virtude encontra e escolhe
o meio-termo.
(ARISTÓTELES,
2007, p.17)
Este meio termo em que se encontra a
virtude é essencial para a pessoa que quer
ter uma vida saudável e feliz, pela razão
que, os extremos não são dignos de
louvores, mas de corte. Por exemplo, o
homem não pode se envergonhar de tudo, e
nem ser despudorado, e sim modesto. Em
relação ao dinheiro, não pode ser pródigo
nem mesquinho, mas, sim, livre ou
magnificente.
Porém, nem toda paixão e ação
admitem um meio termo, pois algumas já
implicam maldade em si, como: despeito,
despudor, inveja, adultério, furto, assassínio
e outras. Nelas, jamais pode haver retidão,
e, sim, o erro.
Conforme Reale e Antiseri (1991), a
mediania não é uma espécie de
mediocridade, mas, sim, uma culminância,
um valor considerado a vitória da razão
sobre os instintos. Assim, apresenta uma
síntese de toda sabedoria grega dos poetas
gnômicos, nos sete sábios, e também na
justa medida que apresentou um papel
importante em Platão.
Segundo Aristóteles (1973), as
virtudes, além de disposição do caráter,
tendem por natureza para a prática dos atos
que a produzem; dependendo de nós são
voluntárias e agem de acordo com as regras
da justiça.
Porém, as ações e as disposições de
caráter não são voluntárias do mesmo
modo, porque do princípio ao fim
somos senhores de nossos atos se
conhecemos
as
circunstâncias
particulares, mas, embora tenhamos o
controle do despontar de nossas
disposições
de
caráter,
o
desenvolvimento de cada estágio de
tais disposições não é óbvio, como
não o é também nas doenças; porém,
como dependia de nós agir ou não
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agir de tal maneira, as disposições são
voluntárias. (ARISTÓTELES, 2007,
p. 25).
De acordo com Aristóteles (1973),
são várias as virtudes morais. Vejamos
algumas delas: a Coragem, como o meio
termo entre o medo e a confiança; a
temperança, como justo meio entre os
prazeres e as intemperanças; a liberalidade,
como justa medida entre a prodigalidade e a
avareza; a magnificência, como meio
caminho entre a vulgaridade e a
mesquinhez; a calma, como meio termo
entre a cólera e o despeito.
A justiça é a justa medida, segundo a
qual se distribuem os bens, as vantagens, os
ganhos, e administra-se a política. “A
justiça é muitas vezes considerada a maior
das virtudes, e "nem Vésper, nem a estrelad'alva são tão maravilhosas" '; e,
proverbialmente, na justiça se resumem
todas as virtudes” (ARISTÓTELES, 2007,
p. 39).
As Virtudes Intelectuais
De acordo com Aristóteles (1973), a
alma é composta de duas partes: a do
princípio racional, e a privada de razão. E
ainda possui três elementos que controlam a
ação e a verdade: sensação, razão e desejo.
Mas, das três, a sensação não é princípio de
nenhuma ação, pois até os animais a
sentem. Como acontece a ação?
A origem da ação, sua causa eficiente,
não final é a escolha, e a origem da
escolha é o desejo e o raciocínio
dirigido a algum fim. Eis o porquê de
não poder a escolha existir sem a
razão e o intelecto, nem sem uma
disposição moral, pois as boas e as
más ações não podem existir sem uma
combinação de intelecto e de caráter.
(ARISTÓTELES, 2007, p. 48).
Reale e Antiseri (1991) esclarecem
que, ao relacionar os processos psíquicos
pressupostos pelo ato moral com a
psicologia, Aristóteles chamou a atenção
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para a escolha que vinculou ao ato da
deliberação. Quando queremos chegar a um
fim, traçamos as metas para chegar até ele,
assim a escolha trata-se apenas dos meios,
não do fim. Aquilo que Aristóteles tentou
encontrar é o livre-arbítrio. Afirmou que o
homem virtuoso vê o verdadeiro em toda
coisa, mas não explicou como o homem
torna virtuoso. Nenhum filósofo Greco
resolveu essas aporias só o pensamento
cristão consegue esta explicação mais tarde.
De acordo com Aristóteles (1973), as
disposições, pelas quais a alma possui, são
cinco: a arte, como idêntica a uma
capacidade de produzir envolvendo o reto
raciocínio, o conhecimento científico, como
um estado que nos torna capaz de
demonstrar, além de conhecer os pontos de
partida, a sabedoria prática, como uma
capacidade verdadeira e raciocinada de agir
com respeito às coisas que são boas ou más
para o homem, a razão intuitiva que
consiste no fato último e variável, e a
sabedoria filosófica, como conhecimento
científico, combinado com a razão intuitiva
daquelas coisas que são mais elevadas por
natureza.
Para Reale e Antiseri (1991), estas
virtudes intelectuais se resumem em duas: a
sabedoria (Phrónesis), que consiste em
adquirir bem a vida do homem, ou seja,
deliberar corretamente aquilo que é bom ou
mau para sua vida, e a Sapiência (Sophía),
que é o conhecimento daquelas realidades
que já foram já abordadas neste estudo.
A Amizade
Segundo Aristóteles (1973), a
amizade é uma virtude ou implica a uma
virtude, e, além disto, é de suma
necessidade na vida humana. Muitos a
definem como afinidade, ou seja, as pessoas
semelhantes são amigas, o igual com o
igual. Outros, pelo contrário, dizem que
dois do mesmo ofício nunca estão de
acordo.
Existem três tipos de amizade, e, em
cada uma delas, existe um amor mútuo. A
mais inferior é considerada a amizade útil,
Vol. 5, Edição 11, Ano 2010.
pois os que amam por utilidades não amam
por si mesmos, mas em virtude de algum
bem que recebe um do outro. Logo, este
ama o que é bom para ele mesmo. Esta
amizade é própria das pessoas de espírito
mercantil e não é permanente, pois seu fim
é mutável.
Em segundo, temos a amizade por
prazer, isto é, tem um prazer natural no
convívio com os amigos. Este tipo de
amizade acontece com mais frequência
entre os jovens, pois eles são guiados pela
emoção e buscam o que é satisfatório e que
está diante dos olhos, mas este tal prazer se
altera facilmente, é por isso que fazem e
desfazem suas amizades rapidamente.
A amizade perfeita é a dos homens
que são bons, e buscam a virtude, por que
estes desejam igualmente o bem uns aos
outros enquanto bons. Consequentemente,
sua amizade dura enquanto são bons e a
bondade é durável. Da mesma forma são
agradáveis e úteis uns aos outros, por isto é
a amizade completa. É uma relação de amor
mútuo, amante e amado e vice versa.
A amizade é um tema de muita
importância para Aristóteles, por isso ele
dedica dois livros a ela. Para Philippe
(2002), o amor de amizade é o amor
humano por excelência. A preocupação
principal, filosoficamente falando, em
relação à amizade é descobrir sua estrutura
original e analisar suas propriedades, para
descobrir o lugar exato entre as perfeições
humanas, para manifestar a finalidade do
homem como homem.
A Felicidade Perfeita
De acordo com Aristóteles (1973), a
felicidade é algo que todo ser humano
procura, ela é desejada em si mesma, pois
nada lhe falta: é auto-suficiente. É uma
atividade, segundo a natureza humana,
conforme a virtude, no seu grau mais alto,
isto é o que existe de melhor em nós,
tornando-se nosso dirigente em encargo as
coisas nobres e divinas, será a felicidade
perfeita, a atividade contemplativa.
A felicidade tem uma mistura de
Revista Filosofia Capital – RFC ISSN 1982 6613, Brasília, vol. 5, n. 11, p. 03-12, jul/2010.
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Revista Filosofia Capital
ISSN 1982 6613
prazer, mas a atividade da sabedoria
filosófica é reconhecida como a mais
importante das demais virtudes, pois a autosuficiência deve pertencer à atividade
contemplativa. O homem justo ou que
possui qualquer outra virtude precisa de
outro para completar sua ação, já o filósofo
mesmo sozinho, pode contemplar a
verdade, e fará melhor quando for mais
sábio. Mesmo com colaboradores ele é o
mais auto-suficiente.
A atividade da razão é contemplativa
e a razão é o homem. Todas as qualidades,
as virtudes são atribuídas ao homem
sumamente feliz, esta será a felicidade
completa. Tal vida é difícil, pois não será
enquanto homem que ele viverá assim, mas
quando estiver em si algo de divino.
Se, portanto a razão é divina em
comparação com o homem, a vida
conforme a razão é divina em
comparação a vida humana. Mas não
devemos seguir os que aconselham a
ocupar-nos com coisas humanas, visto
que somos homens, e com coisas
mortais, visto que somos mortais; mas
na medida em que isso for possível,
procuremos tornar-nos imortais e
envidar todos os esforços para viver
de acordo com o que há de melhor em
nós; porque ainda que seja pequeno
quanto ao lugar que ocupa, supera a
tudo o mais pelo poder e pelo valor.
(ARISTÓTELES, 1973. p. 429).
Segundo Aristóteles (1973), o homem
feliz, também necessita de prosperidade
exterior como a riqueza, honras, prazeres,
pois sua natureza não basta a si mesma para
atingir a contemplação. O corpo precisa
gozar da saúde, de ser alimentado e
cuidado.
Mas, homem feliz não necessita de
muitas ou grandes coisas, só por que não
pode ser supremamente feliz sem os bens
exteriores. “A auto-suficiência e a ação não
implicam excesso, e podemos praticar atos
nobres sem sermos donos da terra e do
mar”. (ARISTÓTELES, 1973. p. 431).
Vol. 5, Edição 11, Ano 2010.
Para Reale e Antiseri (1991),
Aristóteles afirma de modo acentuado todo
seu pensamento em torno do homem e de
sua ética nesta passagem:
Com efeito, enquanto a vida inteira
dos deuses é bem-aventurada e a dos
homens o é na medida em que possui
algo dessa atividade, nenhum dos
outros animais é feliz, uma vez que de
nenhum modo participam eles da
contemplação. A felicidade tem, por
conseguinte, as mesmas fronteiras que
a contemplação, e os que estão na
mais plena posse desta última são os
mais genuinamente felizes, não como
simples concomitantes, mas em
virtude da própria contemplação, pois
que esta é preciosa em si mesma. E
assim, a felicidade deve ser alguma
forma
de
contemplação.
(ARISTÓTELES, 1973, p. 431).
Ainda Reale e Antiseri (1991)
teorizam que esta é a formulação mais
típica do ideal dos velhos filósofos da
natureza, e que Sócrates já havia iniciado a
explicação do ponto de vista conceitual e
que Platão já havia teorizado. Mas
Aristóteles mostra tematização da tangência
da vida contemplativa com a vida divina,
que faltava em Platão, pois o conceito de
Deus como mente suprema, Pensamento de
Pensamento, só surge com Aristóteles.
Conforme Aristóteles (1973), o
homem que quer se tornar bom deve ser
adestrado e acostumado, passando o seu
tempo em ações dignas e não praticando
ações más e voluntárias ou involuntárias.
Quanto às virtudes, não basta conhecê-las,
precisamos possuí-las e usá-las ou
experimentar outros meios que se nos
antepare de nos tornarmos pessoas
melhores e boas.
Para uma boa formação ou
adestramento, Aristóteles (1973) propõe as
leis, pois a maioria das pessoas obedece
mais a necessidade do que os argumentos, e
aos castigos mais que os sentimentos
nobres. Por isso os legisladores deveriam
estimular os homens à virtude e instigá-los
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com o motivo do nobre.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tema sobre a ética no pensamento
de Aristóteles merece atenção e apresenta
um valor muito grande para a história da
filosofia. Tratou-se, neste estudo, de
questões humanas, levando-nos a refletir
sobre a problemática da relação entre os
indivíduos dentro da pólis, hoje cidade, que
é a preocupação do filósofo.
Como pudemos observar, Aristóteles
atribuiu uma importância muito grande à
felicidade e em que esta consiste, já que ela
é o bem supremo que o homem busca. E o
bem é a finalidade de cada coisa atingível
pela ação.
Toda ação está ligada a uma escolha,
logo, o homem é totalmente responsável
pelos seus atos. O homem que quer chegar
à felicidade não pode viver como um
simples ser perceptível, mas, deve escolher
viver segundo sua razão, virtudes e ter
sabedoria,
para
assim
chegar
à
contemplação.
Com isso, Aristóteles não diz que os
sentimentos, riquezas, honras e prazeres são
inúteis, mas que eles não estão em condição
de trazer a felicidade em si, logo, são meios
para se chegar até ela.
As disposições de caráter, juntamente
com a escolha, dão origem às virtudes, que
podem ser divididas em duas partes:
intelectual e moral sendo que a primeira é
adquirida através do ensino e a segunda
nasce do hábito. A virtude consiste no meio
termo entre os extremos.
Também a amizade é de suma
importância para o filósofo, já que ela é
uma virtude ou implica virtude e, além
disso, é de suma necessidade a vida humana
para se relacionar com a polis e se chegar à
felicidade.
Com
base
nas
informações
pesquisadas,
e
contextualizando
o
pensamento do estagirita, surgem alguns
questionamentos: em que consiste nossa
felicidade? Ser feliz significa acima de tudo
Vol. 5, Edição 11, Ano 2010.
ser racional? A política, a medicina, a
ciência, em fim, toda sociedade vive
segundo os valores éticos? Nossas amizades
são completas? Temos nos preocupado em
aprimorar e adquirir virtudes? Temos dado
o devido valor ao social? Nossas escolhas
são realmente sábias?
REFERÊNCIAS
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Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril
Cultural e Industrial, 1973.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco.
Tradução de Pietro Nassetti. 2007.
Disponível
em:
<http://filosofiauerj.wordpress.com/2007/0
5/23/aristoteles-etica-a-nicomaco-e-book />
acesso em: 17 de mar 2009, 18:36:15.
ARISTÓTELES. Tópicos: Dos argumentos
sofísticos. Seleção de textos de José
Américo Motta Pessanha. São Paulo: Nova
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ARISTÓTETES. Organon. Categorias da
interpretação analíticos anteriores e
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Bauru: Edipro, 2005.
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Disponível
em:
<http://www.images.com/artist/garifbasyrov/?page=2&size=small&results_per_
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PHILIPPE, Marie Dominique. Introdução a
Filosofia de Aristóteles. São Paulo: Paulus,
2002.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario.
História da filosofia, 10. ed. São Paulo:
Paulus, 1991. v. 1. História da filosofia:
Filosofia Pagã Antiga. São Paulo: Paulus,
2003.
SHMIDT, Mario Furly. Nova História
Crítica. São Paulo: Nova Geração, 2005.
Revista Filosofia Capital – RFC ISSN 1982 6613, Brasília, vol. 5, n. 11, p. 03-12, jul/2010.
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