ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA Renata Loretti Ribeiro Enfermeira COREN/SP - 42883 QUIMIOTERAPIA Definição ! A quimioterapia consiste no emprego de substâncias químicas, isoladas ou em combinação, com o objetivo de tratar as neoplasias malignas. ! São drogas que atuam a nível celular interferindo no seu processo de crescimento e divisão. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 2 QUIMIOTERAPIA Definição ! A maioria dos agentes antineoplásicos não possui especificidade, ou seja, não destrói seletiva e exclusivamente as células tumorais. ! Em geral, são tóxicos aos tecidos de rápida proliferação caracterizados por uma alta atividade mitótica e ciclos celulares curtos. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 3 QUIMIOTERAPIA Ciclo Celular O crescimento e a divisão das células, normais ou cancerosas, ocorre em uma seqüência de eventos denominada ciclo celular. O produto final é a divisão celular (mitose), ou seja, a formação de duas células filhas. G2 S Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira M G1 G0 4 QUIMIOTERAPIA Ciclo Celular ! Todas as células, normais ou cancerosas, passam pelas mesmas fases até chegar à divisão celular. ! A diferença básica reside no fato de que nos tecidos normais a produção celular ocorre para preencher as necessidades orgânicas, ou seja, há um balanço entre células que nascem e células que morrem. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 5 QUIMIOTERAPIA Ciclo Celular ! As células cancerosas não obedecem a esse comando e proliferam excessivamente. ! Devido a essa falha do mecanismo de controle da reprodução, a taxa de células em processo de divisão celular é muito maior nos tecidos tumorais do que nos normais, dos quais se originaram. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 6 QUIMIOTERAPIA Classificação das drogas As drogas quimioterápicas são classificadas de duas maneiras principais: ! De acordo com sua estrutura química e função a nível celular; ! De acordo com a sua especificidade no ciclo celular. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 7 QUIMIOTERAPIA Classificação das drogas ! AGENTES ALQUILANTES – mustarda nitrogenada. ! ANTIMETABÓLITOS – methotrexate, tioguanina, citarabina. ! ANTIBIÓTICOS ANTITUMORAIS – bleomicina, mitomicina, doxorubicina. ! ENZIMAS - asparginase. ! ALCALÓIDES DA VINCA – vimblastina, vincristina, etoposide. ! METAIS – cisplatina, carboplatina. ! OUTROS – hidroxiuréia, etc. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 8 QUIMIOTERAPIA Vantagens da Poliquimioterapia ! A utilização de mais de um agente citostático em combinação, revolucionou o tratamento oncológico. ! Sabe-se que as células cancerosas são capazes de sofrer mutações, levando ao desenvolvimento de resistência aos quimioterápicos. ! No entanto, o mecanismo de ação dos citostáticos é variável e por isso o tumor que adquiriu resistência a um antineoplásico pode ser sensível a outros. ! A exposição da célula neoplásica a mais de um quimioterápico é capaz de retardar o mecanismo de resistência tumoral, possibilitando melhores respostas Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira ao tratamento. 9 QUIMIOTERAPIA Preparo - Segurança do Paciente ! As drogas quimioterápicas devem ser preparadas dentro da mais rigorosa e absoluta técnica asséptica , pois destinam-se a pacientes imunodeprimidos, quer pela doença de base, quer pela própria quimioterapia e/ou radioterapia. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 10 QUIMIOTERAPIA Preparo - Segurança do Paciente ! Atenção as doses e esquemas terapêuticos. ! Cálculo da dosagem é baseado no peso ou superfície corporal do paciente. ! Sobreposição de toxicidade. ! Tratamentos quimioterápicos e/ou radioterápicos anteriores. ! Estado geral do paciente. ! Condições hematológicas e Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira metabólicas. 11 QUIMIOTERAPIA Preparo - Segurança do Operador ! O preparo deve ser centrado em área especialmente estruturada para esse fim, freqüentada exclusivamente pelo pessoal envolvido no manuseio da droga. ! Toda manipulação deve ser efetuada em capela de fluxo laminar vertical. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 12 QUIMIOTERAPIA Preparo - Segurança do Operador ! O operador deve utilizar paramentação adequada que inclui avental fechado frontalmente, com mangas longas e punhos ajustados e luvas especiais, de látex, grossas (0,007 – 0,009), não entalcadas, descartáveis e longas (devem cobrir os punhos). ! Utilizar óculos de proteção e um escudo facial. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 13 QUIMIOTERAPIA Administração dos Quimioterápicos ! As drogas quimioterápicas podem ser administradas através das seguintes vias: ! Oral, Intramuscular Subcutânea, Endovenosa, Intrarterial, Intratecal, Intraperitoneal, Intravesical, Aplicação Tópica e Intra-retal. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 14 QUIMIOTERAPIA Administração dos Quimioterápicos ! Indiscutivelmente a via endovenosa é a mais utilizada para aplicação dos agentes quimioterápicos. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 15 QUIMIOTERAPIA Administração dos Quimioterápicos Via Endovenosa ! Trata-se da via mais comum de administração dos antineoplásicos. ! É mais segura no que se refere ao nível sérico da droga e sua absorção. ! Requer cuidados especiais, principalmente quando se administram quimioterápicos VESICANTES, ou seja, capazes de ocasionar inflamação intensa e necrose tissular quando infiltrados Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira fora do vaso sangüíneo. 16 QUIMIOTERAPIA Administração dos Quimioterápicos Via Endovenosa ! Os antineoplásicos podem ser administrados em “push” ou sob infusão contínua. ! Aplicam-se sob infusão contínua quimioterápicos capazes de ocasionar hipotensão arterial, reações alérgicas e/ou fenômenos dolorosos e inflamatórios intensos ao longo da veia puncionada. ! A administração em “push” é feita através de seringa e em velocidade não superior a quinze minutos. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 17 QUIMIOTERAPIA Administração dos Quimioterápicos Via Endovenosa – “em push” ! Veículo – soro fisiológico 0,9% ou glicosado 5%. ! Evitar aplicar o quimioterápico através da borrachinha. Usar equipo com infusor lateral, ou conectores em Y (Polifix) ou as dânulas (“torneirinhas”). ! O scalp (buterfly) – adultos nº 23 e 21; crianças nº 23 e 25. ! Utilizar adesivos tipo micropore estreito. ! As luvas descartáveis e a máscara destinam-se à proteção do profissional que aplica a droga. Seu uso NÃO dispensa a lavagem das mãos. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 18 QUIMIOTERAPIA Administração dos Quimioterápicos Via Endovenosa – “em push” ! Escolher e preparar o vaso a ser puncionado; ! Após alguns minutos de infusão do veículo sem problemas de infiltração, proceder a infusão do quimioterápico. ! Não interromper o fluxo de soro enquanto administra a droga. ! Observar constantemente a área puncionada durante a aplicação do quimioterápico especialmente se a droga for vesicante. ! Interromper imediatamente a infusão caso suspeitar da ocorrência de infiltração. ! Manter a infusão do “veículo” durante mais alguns minutos após o término da administração da droga para “lavar” a veia. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 19 QUIMIOTERAPIA Administração dos Quimioterápicos Via Endovenosa – infusão contínua ! Para aplicação de quimioterápicos sob infusão contínua estão indicados o uso de cateteres venosos. ! Estes cateteres venosos podem ser de curta permanência ou de longa permanência. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 20 QUIMIOTERAPIA Administração dos Quimioterápicos Via Endovenosa – infusão contínua CATETERES DE CURTA PERMANÊNCIA ! O mais comum é o INTRACATH Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 21 QUIMIOTERAPIA Administração dos Quimioterápicos Via Endovenosa – infusão contínua CATETERES DE LONGA PERMANÊNCIA ! Totalmente implantados – Port-a-cath ! Parcialmente implantados – Broviac e o Hickman Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 22 QUIMIOTERAPIA Administração dos Quimioterápicos Via Endovenosa – infusão contínua CATETERES DE LONGA PERMANÊNCIA Portacath Portacath Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira Implantação no paciente 23 QUIMIOTERAPIA Administração dos Quimioterápicos Via Endovenosa – infusão contínua Agulhas especiais para punção de Portacath tipo Huber Point Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 24 QUIMIOTERAPIA Administração dos Quimioterápicos Via Endovenosa – infusão contínua CATETERES DE LONGA PERMANÊNCIA Hickman Hickman Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 25 QUIMIOTERAPIA Administração dos Quimioterápicos Via Endovenosa – infusão contínua CATETERES DE LONGA PERMANÊNCIA Broviac Broviac Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira Broviac 26 Tratamento do Extravasamento de Drogas Quimioterápicas ! ! ! ! SINAIS DE EXTRAVASAMENTO: Diminuição do fluxo de soro ou parada total; Paciente queixa-se de queimação, dor ou agulhada; Edema ou vermelhidão na área da punção; Parada do retorno venoso. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 27 Tratamento do Extravasamento de Drogas Quimioterápicas ! Interromper a administração do medicamento imediatamente. ! Manter a agulha no local. IMPORTANTÍSSIMO. ! Aspirar pela agulha a medicação residual. ! Puncionar e aspirar com seringa de insulina o tecido adjacente. ! Injetar Bicarbonato de sódio 8,4%, em torno de 5 ml pela agulha onde extravasou (neutralização do ph). Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 28 Tratamento do Extravasamento de Drogas Quimioterápicas ! Injetar Dexamentasona 4mg/ml pela mesma agulha. Reduz a reação inflamatória, limitando o processo de necrose. ! Compressas aquecidas para os Alcalóides da Vinca. ! Compressas geladas para todos os demais citostáticos. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira 29