Prática Integrativas e Complementares

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Práticas Integrativas
e Complementares
Formação Práticas Integrativas
30 de junho de 2016
Ricardo Manfrim Tombolato
Introdução
Década de 1960, movimento de contracultura em grandes
centros urbanos e buscas pelas terapias alternativas.
Medicina “Alternativa” -discutia-se soar pejorativo, já que
a alopatia/medicina convencional também se trata de uma
opção
Medicina Complementar
OMS – Estratégia 2002-2005 para TM/CAM (Traditional
Medicine/Complementary and Alternative Medicine)
Práticas Integrativas
Nos EUA artigos apontam para 40% -50% da população
utilizando alguma prática fora da abordagem médica comum
(“mainstream medicine”). Mas apenas 50% destes contam para
seus médicos em consultas.
CAM tende a ser chamada de Medicina Integrativa pois com o
crescimento de tais práticas há a tendência de integrá-las aos
cuidados já existentes: P. ex: Uso de acupuntura e meditação em
serviços de oncologia para controlar dor ou reduzir efeitos
colaterais de quimioterapia.
CAM definidas pelo NIH
Em 1992 existiu uma publicação definindo os Campos das
práticas integrativas:
Sistemas Alternativos de Prática Médica : Homeopatia, MTC,
Naturopatia.
Bioeletromagnéticas: Interação de organismos vivos com
campos eletromagnéticos. Terapia magnética. Usada para OA e
fraturas não consolidadas.
Dieta e Nutrição: Macrobiótica e Ortomolecular.
National Institutes of Health. Alternative Medicine: Expanding Medical
Horizons. Washington, D.C.: US Government Printing Office; 1992.
CAM definidas pela NIH
Medicina Herbal: Fitoterapia
Métodos Manuais de Cura: Quiropraxia, Massoterapia, Toque
Terapêutico.
Intervenções Mente-Corpo: Psicoterapias, Meditação,
Visualização Guiada, Hipnose, Biofeedback, “Prayer”.
Tratamentos Farmacológicos e Biológicos: Utilizam substâncias
não aceitas pela medicina oficial: Cartilagem de Tubarão,
EDTA, Apiterapia.
National Institutes of Health. Alternative Medicine: Expanding Medical
Horizons. Washington, D.C.: US Government Printing Office; 1992.
Racionalidades Médicas
Racionalidades Médicas: Sistemas “alternativos” com novos
paradigmas do processo saúde-doença: ressignificação do
sujeito como foco central do processo, do papel do terapeuta, da
autonomia do indivíduo, métodos terapêuticos próprios e foco na
saúde e não em doenças.
Critérios estabelecidos pela Socióloga, Pesquisadora e Professora
Madel T. Luz, importante referência na área de pesquisas
qualitativas na área.
Racionalidades Médicas
e Sistemas Médicos
Complexos
Para esta autora podem ser incluídas nesta categoria as
medicinas populares (folks), do nosso ou de outros paíse, como
medicina indígena, ayurvédica, Herveiros e Benzedeiras,
Práticas de Cura do Umbanda, Candomblé onde o terapeuta
seria a sacerdotiza ou sacerdote, xamãs e curandeirismo.
Racionalidades Médicas
e Sistemas Médicos
Complexos
Já os Sistemas Médicos Complexos seriam as práticas que
possuiriam um sistema diagnóstico e terapêutico próprios, como
Homeopatia, Medicina Tradicional Chinesa, Medicina
Ayurvédica (indiana) e não apenas uma prática terapêutica
isolada (fitoterapia). Nesta podemos incluir as racionalidades
médicas populares.
Integração Clínica
Experiêncas com PICs CS Ipaussurama (2009-2016):
Homeopatia
Acupuntura (Sistêmica e Yamamoto)
Meditação
Psicodrama
Movimento Corporal Expressivo, Lian Gong, dispensação
fitoterápicos etc.
Fluxos:
Atendimentos médicos (direcionado p/ vagas exclusivas)
Acolhimento (?)
Equipe – reuniões e corredor.
Atendimento a funcionários e familiares
Solicitação por colegas
Fluxos
Casos novos: uma hora
Retorno: 30 minutos
Casos Clínicos
M.E.S, fem, 83 anos
Queixa: tosse com sibilância há 5 meses, após vacina da gripe e
resfriado.
Consultou 2x com cardiologista, 1x com pneumologista e 1x com
otorrino.
AP –DM2, HAS, Doença coronariana (IAM e RM).
Caso 1
Prescrição de homeopatia (Calc carb 30CH 1xd, Causticum
12CH 2xd e Thuya 200CH uma dose semanal).
Retorno após dois meses referindo melhora da tosse desde dois
dias após o tratamento. Melhora da tristeza (Sic). Mantido
Calcarea carbonica 30CH.
Sem recorrência da tosse até último contato em maio 2016.
Integração Diagnóstica
APS – CIAP x CID
Sintomas vagos e inespecíficos
Doença vs Enfermidade
Diagnósticos clínicos vs Próprios de cada PIC
Integrar diagnósticos clínicos convencionais tem utilidade
prognóstica.
Diagnósticos
Diatésico (Miasmático): Sicótico
Biopatográfico: Vacinose
Biotipológico: Carbonico
Clínico: Tosse
Medicamentoso: Calcarea carbonica
Caso 2
Paciente jovem com prurido há alguns meses, em dedos e pernas.
Nega uso de medicações.
Prescrito Ars album 6CH 3xdia.
Evolução
10-10-2012
14-01-2013
10-10-2012
Evolução
14-01-2013
14-10-2013
CASO 3 (CHOV)
 Paciente masculino, 15 anos, internado em hospital
secundário - enfermaria de Pediatria
 Diagnóstico: Esquizofrenia
 Outubro/12: Surto psicótico
 Tratamento de crises com Haloperidol
 25/10/12: dor abdominal, febre, tremores, abdome agudo
 Síndrome neuroléptica maligna
CASO 3
Uréia e Creatinina elevadas.
Interna em UTI pediátrica por Insuficiência renal aguda pósrenal
Bexigoma de 7 litros, mantido em sondagem vesical
03/11: interna em enfermaria por ITU repetição, avaliado por
Urologia que diagnostica bexiga disfuncional
CASO 3
Jan/13: paciente internado há 3 meses sem melhora do quadro
psiquiátrico, utilizando sonda vesical de demora, aguardando
cirurgia de vesicostomia.
Solicitada interconsulta com Homeopatia
CASO 3
Encontro paciente agitado, movendo-se sem rumo pela
enfermaria, choroso:
"Padre, me perdoa, eu pequei, me perdoa [mostra as mãos com
luvas, em gesto de súplica, apresentando sudorese intensa, fria],
ninguém me ama, padre, ninguém me ama...quero te dizer uma
coisa.... Mas tem meninas aqui, melhor não falar."
Homeopatia
 Medicamento: Veratrum album CH 30
 Após 1 semana: sondagem intermitente sem retorno,
sondagem desnecessária
 Melhora do comportamento, da agitação
 Cancelada programação de vesicostomia
 Nefrologista diz: “Considero o que aconteceu como um
milagre.”
 Recebe alta após 2 semanas
Resumo de alta
“Paciente apresenta-se calmo, orientado, realizando ordens
complexas, humor compatível, melhorou o auto-cuidado e
relacionamentos interpessoal, recuperou 13 kg, função vesical
normalizou, apresenta diurese espontânea com função renal
normal.”
Potências da Integração
Clínica
Então para que servem as PICs: Para agradar pacientes?
Alergias e neuroses na Homeopatia?
Para dor em Acupuntura?
Meditação??! Quem vai atender os pacientes? Ninguém trabalha
aqui?!
Integração Clínica Meditação
Grupo Conduzido pela T.O. e integrado aos Grupos de Saúde
Mental e Tabagismo
Pesquisas citadas por Roberto Cardoso indicam:
has, uso de drogas ilícitas, diminuir extra-sístoles ventriculares,
benefícios em condições com maior atividade do S.N.Simpático.
Redução do tabagismo, observado diminuição dos níveis de
colesterol
Usos terapêuticos
Meditação
Menos episódios de angina em coronariopatas
Menor número de infartos fatais em relação a grupo controle
estudado.
Menor uso de álcool e fumo, redução do Estresse.
Menor nível de ansiedade, aumento da Empatia.
Melhor controle de dor crônica em ambulatórios
(12mil libras 1 ano e 23mil em 2 anos)
Meditação
Em idosos: melhor cognição, mais qualidade de saúde mental.
Síndrome pré-menstrual (físico, emocional e social) associados a
outros métodos, neste caso.
Contra-indicada: esquizofrênicos e Episódio depressivo maior
grava, segundo o autor.
Acupuntura
Prática da Medicina Tradicional Chinesa
Pesquisas crescentes conforme aumento do poder econômico da
China (fitoterapia chinesa).
Práticas afins: Moxa, ventosa, fitoterapia chinesa, Tui ná, Chi
Kung, Lian Gong etc.
CMBA – algumas
indicações
Doenças do trato respiratório
Doenças oftalmológicas
Doenças do trato gastro-intestina
Doenças da cavidade oral
Distúrbios ortopédicos e neurológicos
Acupuntura
Doenças Respiratórias
Oftalmológicas
Sinusite aguda
Conjuntivite aguda
Rinite aguda
Retinite central
Resfriado comum
Miopia (em crianças)
Amigdalite aguda
Afecções broncopulmonares
Bronquite aguda
Asma brônquica
Catarata (sem
complicações)
Acupuntura
TGI
Cavidade oral
Odontalgia
Dor pós extração dental
Gengivites
Faringites agudas e crônicas
Espasmos do esôfago e
cárdia
Soluços
Gastroptose
Gastrite aguda e crônica
Hiperacidez gástrica
Acupuntura
TGI 2
Ortopedicas/Neuro
Úlcera duodenal crônica
Cefaléias Enxaqueca
Colites agudas e crônicas
Neuralgia do trigêmeo
Disenteria bacteriana aguda
Paralisia Facial
Constipação
Paralisia Pós AVC
Diarréia
Íleo paralítico
Neuropatia periférica
Paralisia causada por
poliomielite
Acupuntura
Síndrome de Menière (vertigem)
Disfunção neurogênica da Bexiga
Urinária Enurese noturna.
Neuralgia intercostal
Periartrite escapulo-umeral
Epicondilite lateral (tennis elbow) ,Ciática, lombalgia (dor na
coluna lombar) Artrite Reumatóide.
Potencialidades X
Tempo
Consultas de meia hora? X Consultas direcionadas, pontuais
(queixa conduta – quantitativas).
Tempo escasso na APS: vale à pena “parar” para isso?
-SIM!:
Humanização SUS, ESF, VDs (Equidade/Integralidade)
PTS
NASF
Agradecimentos
Equipe do Centro de Saúde Ipaussurama
Colegas do Grupo de Homeopatas PMC
Dr Ruy Madsen (homeopata no CS Valença) – por ter cedido o
caso 3
Pela atenção de todos os colegas neste curso!
Bibliografia
Luz, Madel T. Novos Saberes e Práticas em Saúde Coletiva –
estudos sobre racionalidades médicas e atividades corporais. Ed
Hucitec 2005 (2a ed).
National Institutes of Health. Alternative Medicine: Expanding
Medical Horizons. Washington, D.C.: US Government Printing
Office; 1992.
National Institutes of Health. Alternative Medicine: Expanding
Medical Horizons. Washington, D.C.: US Government Printing
Office; 1992.
Eisenberg DM, Davis RB, Ettner SL, et al. Trends in alternative
medicine use in the United States, 1990–1997. JAMA.
1998;280(18):1569–1575.
Bibliografia
MS - PORTARIA Nº 971, DE 03 DE MAIO DE 2006 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0
971_03_05_2006.html
Cardoso, Roberto. Medicina e Meditação – um médico
ensina a meditar. São Paulo. MG Editores 2005.
Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura.
http://www.cmba.org.br/materias.asp?id=21&materia=27
&conteudo=INDICA%C3%87%C3%95ES+CL%C3%8DN
ICAS+PARA+ACUPUNTURA acessado em 28/06/2016.
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