UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM CONDUTAS DE ENFERMAGEM A PACIENTES CRITICOS FERNANDO DE AGUIAR DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM EM EMERGENCIA: DESAFIO DE SUA APLICABILIADADE CRICIUMA, AGOSTO 2008 1 FERNANDO DE AGUIAR DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM EM EMERGENCIA: DESAFIO DE SUA APLICABILIDADE Monografia apresentada ao Setor de PósGraduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, para a obtenção do título de especialista em Condutas de Enfermagem a Pacientes Críticos. Orientadora: Profª. MSc. Maria Augusta da Fonte CRICIUMA, AGOSTO 2008 2 Dedico a Deus e a todas as pessoas que fizeram parte desta trajetória, contribuindo para a realização desta pesquisa: esposa, filha, pais, irmã, amigos, colegas de trabalho e colegas onde foi realizada a pesquisa. 3 A Deus que sempre esteve me iluminando; A minha família, em especial minha esposa Andréa e minha filha Amanda - fortaleza onde renovo minhas forças e encontro a mais pura paz; Aos amigos, pela compreensão da ausência; A equipe de enfermagem do HNSC, por possibilitar a concretização desta pesquisa; A todos que direta ou indiretamente, contribuíram em todas as fases deste trabalho. 4 DE TUDO FICARAM TRÊS COISAS: a certeza de que estamos sempre começando... a certeza de que é preciso continuar... a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar... PORTANTO DEVEMOS fazer da interrupção um caminho novo... da queda, um passo de dança... do medo, uma escada... do sonho, uma ponte... da procura...um encontro. Fernando Sabino 5 RESUMO Este trabalho apresenta uma pesquisa qualitativa de cunho interpretativo-reflexiva, realizada junto às enfermeiras do Hospital Nossa Senhora da Conceição – Centro, município de Tubarão - SC, no período de janeiro a fevereiro de 2008. O estudo teve como objetivo, analisar a determinação do diagnóstico de enfermagem em unidade de emergência do HNSC. Esta pesquisa baseia-se na resolução COFEN – 272/2002 – onde relata sobre a implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem. Centralizou-se o estudo na aplicação do Diagnóstico de Enfermagem. Os dados foram obtidos por meio de entrevista semi-estruturada, realizada com as enfermeiras componentes da equipe de enfermagem da emergência do HNSC, totalizando 02 questionários. A pesquisa segmentou-se em três momentos. Primeiramente, foi realizada a caracterização geral do campo da pesquisa e reconhecimento do processo de trabalho. No segundo momento, foi aplicada e analisada a entrevista semi-estruturada. Finalizando a prática, foi elaborado uma proposta visando melhorias para a qualidade da assistência e aplicação do Diagnóstico de enfermagem. A partir do questionário, foi constatado que a qualidade de atendimento à população tem sido prejudicada pela deficiência da não realização de um processo sistematizado. Para contribuir com o aperfeiçoamento do processo de trabalho, propostas como treinamentos, reuniões periódicas, proposta de adequar o dimensionamento de pessoal foram sugeridos para a sistematização e otimização do processo. A comunidade será diretamente beneficiada com a iniciativa, sentindo o reflexo da qualidade no atendimento da equipe. Palavras-chave: Atendimento. Enfermagem; Diagnóstico; Sistematização; Qualidade; 6 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS COFEN – Conselho Federal de Enfermagem. COEP – Comite de Ética em Pesquisa. HNSC – Hospital Nossa Senhora da Conceição. PS – Pronto Socorro. SAE – Sistematização da Assistencia de Enfermagem. SC – Santa Catarina. 7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 08 2 REVISÃO TEÓRICA ............................................................................................... 12 2.1 Processo de trabalho em saúde em unidade de emergência ...................... 12 2.2 Trabalho de equipe em emergência ................................................................ 14 2.3 Sistematização da assistência de enfermagem ............................................. 18 2.4 Diagnóstico de enfermagem............................................................................. 22 3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 25 3.1 Caracterização do estudo ................................................................................. 25 3.2 Local do estudo .................................................................................................. 25 3.3 População............................................................................................................ 26 3.4 Procedimentos de coleta de dados ................................................................. 26 3.5 Análise e Interpretação dos dados .................................................................. 27 3.6 Aspectos éticos .................................................................................................. 27 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ...................................................... 28 4.1 Primeiro momento: descrição da observação realizada em campo de estágio........................................................................................................................ 28 4.2 Segundo momento – análise da entrevista semi-estruturada ..................... 30 4.3 Propostas ............................................................................................................ 34 5 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 36 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 38 APÊNDICES ............................................................................................................... 39 ANEXOS ..................................................................................................................... 43 8 1 INTRODUÇÃO A performance do profissional da enfermagem pode contribuir muito para o melhoramento da saúde da população quando se refere em otimização e qualidade nas condições a oferecer para a sociedade. Estamos inseridos num contexto histórico da enfermagem, onde a valorização da ciência do cuidar tem sido constante e por isso a nossa atualização deve ser da mesma forma para atingir os objetivos adequadamente e proporcionar ao cliente segurança e confiança quando estiverem sob nossos cuidados. O cuidado de enfermagem consiste no respeito, dignidade e saber. Este torna-se o produto essencial do nosso trabalho, por isso que a atuação do profissional tem que ser bem orientada por conhecimentos sólidos e com embasamentos técnico-científico sobre as características a serem desenvolvidas pelo nosso trabalho, assim, podemos contribuir para as alterações de saúde do cliente de forma contínua e intermitente. Como todos os clientes da enfermagem, o cliente de pronto socorro é visto como especial, porem tem suas especificidades devido às exigências de tomar decisões imediatas com segurança, agilidade, eficiência e eficácia. As diversidades de patologias graves e não graves encontradas deverão ser tratadas ou iniciadas no pronto socorro dando continuidade na própria rede hospitalar ou ainda encaminhando para saúde pública para tratamento ambulatorial. Para atender as inúmeras urgências e emergências encontradas em pronto socorro o profissional de enfermagem deverá primeiramente ter intenso conhecimento técnico-teórico e fazer parte integralmente da equipe de enfermagem, ou seja, um conjunto de pessoas que lutam pelo mesmo objetivo, tentando alcançálos com mais rapidez e sendo liderado pelo enfermeiro. A qualidade do atendimento a esses clientes tem que ser individualizada, rápida e coerente com as possibilidades do ambiente hospitalar. O enfermeiro e sua equipe devem incorporar um dinamismo generalista quando se refere a toda amplitude de situações encontradas e ao mesmo tempo individualizando o atendimento para cada cliente. O enfermeiro é o profissional com graduação generalista, capaz de trabalhar em equipe, tomando decisões em frente a situações em que intervir no 9 processo saúde-doença é necessário; além disso, deverá coordenar e direcionar os membros da equipe para suas funções, estabelecendo sempre o registro das atividades realizadas. O Conselho Federal de Enfermagem através da resolução COFEN272/2002 (Anexo A), onde fala que: [...] A Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, sendo atividade privativa do enfermeiro, utiliza método e estratégia de trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando ações de assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade; considerando a institucionalização da SAE como prática de um processo de trabalho adequado às necessidades da comunidade e como modelo assistencial a ser aplicado em todas as áreas de assistência à saúde pelo enfermeiro. Ainda citando a Resolução COFEN-272/2002 (Anexo A)- Artigo 3º: A Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE deverá ser registrada formalmente no prontuário do paciente/cliente/usuário, devendo ser composta por: histórico de enfermagem, exame físico, diagnóstico de enfermagem, prescrição da assistência de enfermagem, evolução da assistência de enfermagem. Sabendo da imensurável importância do registro de enfermagem e de constituir e formalizar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) no âmbito hospitalar mais precisamente em Pronto Socorro frente aos clientes críticos e semi-críticos, o estudo tentou desvendar os problemas encontrados por enfermeiros da Emergências do Hospital Nossa Senhora da Conceição de Tubarão – SC, para realizar o Diagnóstico de enfermagem. O diagnóstico de enfermagem é o registro efetivado pelo enfermeiro após colher informações do cliente como histórico e exame físico, e identificando as dificuldades/problemas tecendo avaliação clínica sobre as respostas do individuo. O estudo surgiu através da vivencia encontrada durante toda a vida acadêmica e posteriormente atuando como profissional de enfermagem ao depararse com a frustração de não visualizar a prática da sistematização da assistência de enfermagem por muitos enfermeiros. A vida acadêmica mostra uma realidade permeada pela teoria e pratica e suas aplicações, muitas vezes, não compatível com o discurso encontrado na realidade de profissionais enfermeiros. 10 Frente ao exposto, esse estudo determinou os tipos de problemas que dificultam a aplicação da sistematização da assistência de enfermagem e a realização do diagnóstico de enfermagem em setor de emergência. Sabendo da importância da aplicação do SAE, foi tentado estimular os profissionais enfermeiros a realização do mesmo, instigando o exame físico e a coleta de dados, para que assim, possa ter elementos suficientes para a analise das necessidades e construção do diagnóstico de enfermagem, teve como tema deste estudo DIAGNOSTICO DE ENFERMAGEM EM EMERGENCIA: DESAFIO DE SUA APLICABILIDADE. Analisar a determinação do diagnóstico de enfermagem em unidade de emergência de um hospital Nossa senhora da Conceição do município de Tubarão no período de janeiro a fevereiro de 2008 foi o objetivo geral do presente estudo Foi utilizado como objetivos específicos os que se seguem: • Identificar os problemas relativos à implementação do diagnóstico de enfermagem apontados pelos enfermeiros. • Identificar os fatores administrativos que corroboram para a não implementação do Diagnóstico de Enfermagem. • Identificar o conhecimento dos enfermeiros a respeito da determinação do Diagnóstico de Enfermagem Com o alargamento estabelecido pela ciência de enfermagem e iniciada no século XIX pela pioneira de nossa profissão – Florence Nighingale, onde se tornou a prática desenvolvida empiricamente em ciência do cuidar, vimos que o crescimento foi constante e as habilidades dos profissionais de enfermagem tornaram-se indispensáveis para o tratamento clínico do enfermo. Através das atualizações, estudos, leis, normas e diretrizes estabelecidas pelo nosso órgão regulamentador – COFEN - temos em mãos a intensa vontade de instituir a Sistematização da Assistência de Enfermagem, dando ênfase principal no diagnóstico de enfermagem. O enfermeiro por natureza de sua formação generalista, tem inserido inúmeras habilidades como: capacidade de liderança, comunicação eficaz, visão clinica, destreza, capacidade de administrar e gerenciar, planejar, programar entre outras. Com este estudo apresentamos como objetivo contribuir para o crescimento cultural e científico dos profissionais que foram alvo da pesquisa, possibilitando o 11 aperfeiçoamento de novas habilidades como a coleta de dados e conseqüentemente o diagnóstico de enfermagem. Partindo dessa idéia – o crescimento de habilidades do profissional enfermeiro – podemos garantir que a qualidade do serviço prestado a população seria significativamente elevada, criando um aumento da socialização, respeito e confiança entre o cliente e o enfermeiro. Com a realização do diagnóstico de enfermagem, o profissional estará adquirindo informações importantes para a prática do cuidado a ser prestado e o cliente tendo maior confiança acaba dando elementos que facilitarão as ações de enfermagem. Sabendo das dificuldades encontradas na realidade do trabalho pelos enfermeiros, a aplicação do diagnóstico de enfermagem é um grande desafio para todos os profissionais, portanto é pretendido que a documentação deste estudo tenha sido de cunho importantíssimo para aqueles que têm interesse em acrescentar na cientificidade do trabalho, adquirindo mais uma habilidade essencial para o benefício do resultado esperado. Através da metodologia utilizada incluímos como o foco principal e também como problema de estudo a seguinte indagação: Qual a aplicabilidade do diagnóstico de enfermagem em Pronto Socorro do HNSC? As prováveis hipóteses da pesquisa foram: Os enfermeiros do Hospital Nossa Senhora da Conceição apresentam em relação à realização do diagnóstico de enfermagem: • Não ter conhecimento sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem, mais precisamente sobre o diagnóstico de enfermagem; • Alta demanda do fluxo de clientes, sobrecarregando a equipe deixando tempo insuficiente para realização do diagnóstico de enfermagem; • Número de membros da equipe inferior ao recomendado legalmente; • A instituição não tem interesse na realização do diagnóstico de enfermagem. 12 2 REVISÃO TEÓRICA 2.1 Processo de trabalho em saúde em unidade de emergência No mundo globalizado no qual vivemos, onde instituições e empresas tentam demonstrar cada vez mais que é são capaz de vencer, o trabalho no serviço publico de saúde como nas Unidades de emergências, possui suas próprias especificidades, com um orçamento restrito para operar o sistema e nos deparamos com o crescimento da demanda de atendimento, devido ao aumento de número de acidentes, violência e também pela precária estrutura da rede ambulatorial, contribuindo consideravelmente para a sobrecarga do fluxo em Pronto Socorro (PS). Neste contexto, o empenho dos integrantes da equipe multiprofissional se torna fundamental para a oferta de uma assistência de qualidade. O trabalho em saúde é realizado por profissionais ou categorias de qualificação em saúde que procuram somar o conhecimento, buscando um ideal em comum, ou seja, alcançar um melhor desempenho na atenção à saúde. O atendimento em Pronto Socorro é o tratamento imediato e provisório dado em casos de acidentes, situações que provocam risco imediato de vida ou de lesões irreparáveis ao cliente. Deverá garantir a preservação da vida, órgãos e funções, proporcionando a continuidade do tratamento, seja ambulatorial ou dando segmento à internação clinica/cirúrgica/ginecológica/pediátrica/intensiva. São os profissionais desta equipe que vinculados ao serviço publico seguem regras pra atingir o principal objetivo das unidades de emergências – preservar a saúde da população. Encontramos divergências entre as exigências de propor um local onde o atendimento teoricamente é ágil, seguro, eficaz frente a uma estrutura de superlotação, equipamentos sucateados e até mesmo sobrecarga de trabalho pelo número insuficiente de funcionários habilitados para as funções requisitadas. Para conseguir sucesso na assistência prestada as pessoas que necessitam de atendimento em saúde, são necessário alguns requisitos de imensurável importância como implantar e oferecer acolhimento digno; compor uma equipe multiprofissional qualificada e com subsídios para oferecer tratamento 13 adequado; ter estrutura física e material compatível com as necessidades dos serviços que serão oferecidos a população e oferecer alta resolutividade. Alem disso, se torna imprescindível estabelecer processos interativos entre os integrantes da própria equipe e também entre estes e a população que busca os serviços. As situações de emergências são condições ou problemas que necessitam de cuidados especializados imediatos para evitar potencialmente as complicações de ameaça a vida ou à ação normal de qualquer órgão e função vital. Já o atendimento de urgência é um “conjunto de ações empregadas para a recuperação de pacientes, cujos agravos à saúde necessitam de assistência imediata. As condições do paciente são agudas, mas não há perigo eminente de falência de qualquer de suas funções vitais”. (GOMES, 2001 apud SARQUIS, 2004, p.29). Então podemos dizer que urgência é o atendimento feito a vitimas de qualquer acidente ou mal súbito dentro de um reduzido espaço de tempo em situações que não há risco de vida ao cliente, nem de agravamento da situação. O trabalho na unidade de emergência é a busca continua pela satisfação do cliente pelo resultado da qualidade do atendimento, através da equipe multiprofissional e sua interação comunicativa e assistência para a comunidade, enfrentando as barreiras referentes à saúde e contexto social no qual a população esta inserida. Para alguns, o objeto do trabalho em saúde é a cura ou a promoção e a proteção da saúde. No entanto compartilhamos da idéia de que o objeto é a produção do cuidado, através da qual poderão ser atingidas a cura e a saúde. Para Merhy (1995), esse processo está fundado numa intensa relação interpessoal, dependente de vínculo entre os envolvidos, para a eficácia do ato. Pela sua natureza dialógica e dependente, constitui-se também num processo de ensino- aprendizagem. E um serviço que se realiza com base numa intersecção partilhada entre o usuário e o profissional, onde o primeiro deve ser visto também como sujeito, e não como objeto desse processo. Toma-se, assim, um co-participe do processo de trabalho e, quase sempre, um co-responsável pelo êxito ou insucesso da ação terapêutica. A produção de serviços de saúde pode ser entendida dentro da categoria serviço, expressando a necessidade de cumprir uma finalidade útil, entretanto os resultados do trabalho não constituem mercadorias passíveis de comercialização, 14 como produtos mercantis em si mesmos (Souza et al. 1993), mas são serviços produzidos pelo encontro entre quem produz e quem recebe, ou seja, a produção é singular e se dá no próprio ato. Nesse sentido, o trabalho em saúde é um serviço que não se realiza sobre coisas ou sobre objetos, como acontece na indústria; dá-se, ao contrário, sobre pessoas, e, mais ainda, com base numa intercessão partilhada entre o usuário e o profissional, na qual o primeiro contribui para o processo de trabalho, ou seja, é parte desse processo. Ele fornece valores de uso necessários ao processo de trabalho, não apenas a informação acerca do que ocorreu consigo, qual a história de sua queixa ou doença; é solicitada dele uma participação ativa, para que sejam corretamente aplicadas as normas e prescrições médicas e de enfermagem. Enquanto fornecedor de valores de uso substantivos, o usuário torna-se um coparticipe do processo de trabalho e, quase sempre, um co-responsável pelo êxito ou o insucesso da ação terapêutica. 2.2 Trabalho de equipe em emergência Especialistas garantem que o futuro pertence a organizações baseadas em equipes. Grupos existem em todas as organizações, no entanto, as equipes ainda são raras, embora ostentem essa denominação com freqüência. O sucesso no processo de trabalho em qualquer instituição seja pública ou privada, depende da integração e do empenho da equipe. Segundo Kotzemback (1994, p.24), “as equipes superam o desempenho de pessoas que atuam sozinhas ou em meio a agrupamento organizacionais maiores, quando o exigido inclui múltiplas habilidades, capacidade de julgamento e experiências diversas”. De acordo com Shermerhorn (1999, p.55), “equipe é um pequeno grupo de pessoas com habilidades complementares, que trabalham juntas com o fim de atingir um propósito comum pelo qual se consideram coletivamente responsáveis”. A criação de uma equipe de enfermagem em emergência bem sucedida está relacionada a um grande desafio, ou seja, é sempre o resultado do enfrentamento de um grande obstáculo para todos os envolvidos. 15 Kotzemback (1994, p.10), afirma que: As equipes não são soluções para todas as necessidades, elas não vão resolver todos os problemas, melhorar os resultados de todos os grupos, mas sim, representam uma das melhores formas de se apoiar às amplas mudanças que se fazem necessárias para que as organizações passem a apresentar maior performance. Em muitas situações, onde seu contexto exige diversos conhecimentos, experiências e poder de discernimento, como em situações de emergências, as equipes atuam com maior desempenho, alcançando melhores resultados do que conjunto de pessoas que esteja fragmentado ou com responsabilidades limitadas. Segundo Kotzemback (1994, p.15): Quando as equipes trabalham, elas representam a melhor maneira, já comprovada, de converter visões e valores embriônicos em modelos consistentes de ação, porque elas se apóiam em pessoas que trabalham juntas e que compartilham o compromisso assumido com o propósito comum. As equipes que demonstram um maior desprendimento são as que têm maior desempenho, sendo uma complementação da iniciativa e realização pessoal à sua disposição, pois equipes não perduram por muito tempo sem que haja o objetivo de superar o desempenho e dar continuidade para o trabalho realizado. Da mesma forma funcionam as equipes de enfermagem em emergência que devem apostar em seu desempenho absoluto, como objetivo a alcançar, para fornecer a melhor assistência ao cliente. De acordo com Kotzemback (1994), as equipes encontram-se também muito compromissadas. Eles compreendem que a sensatez das equipes surge ao se dar enfoque aos produtos do trabalho coletivo, ao crescimento pessoal e ao resultado da performance. As equipes eficientes assumem importantes papéis sociais e de liderança, como: contestar, interpretar, apoiar, integrar, lembrar e resumir. Tais papéis ajudam na promoção da confiança mútua e do conflito construtivo necessário ao sucesso da equipe. (KOTZEMBACK, 1994). Existe uma pequena confusão entre os conceitos de grupos e equipes, mas existem nos grupos diversos parâmetros que os diferenciam de equipes. Segundo Shermerhorn (1999, p.33), “grupo é um conjunto de pessoas 16 que interagem uma com as outras numa base regular a fim de atingir metas comuns”. Shermerhorn (1999), ainda afirma que, existem dois tipos de grupos: os formais que são designados pela organização para realizar um propósito oficial, exemplos são unidades de trabalho, comitês, etc. E os informais que não são oficiais e surgem espontaneamente em conseqüência de interesses especiais, eles podem trabalhar a favor ou contra as necessidades organizacionais. Para Kotzemback (1994, p.24), “grupos de trabalho são ao mesmo tempo prevalentes e eficazes nas grandes organizações. Eles se desenvolvem em estruturas hierárquicas em que as responsabilidades individuais são mais valorizadas”. Os grupos que possuem melhor trabalho se reúnem para compartilhar informações, perspectivas e discernimento, visando à tomada de decisão que ajudam cada pessoa a desempenhar melhor sua função, e que as pessoas possam reforçar os padrões de desempenho uns dos outros. Segundo Moscovici (1994), um grupo transforma-se em equipe quando passa a prestar atenção à sua própria forma de operar e procura resolver os problemas que afetam seu funcionamento. Esse processo de auto-exame e avaliação é contínuo, em ciclos recorrentes de percepção de fatos, diagnose, planejamento de ação, prática, implementação, resolução de problemas e avaliação. “Grupo são pessoas trabalhando juntas ao mesmo tempo num projeto. Equipe é um grupo em funcionamento qualificado”. (MOSCOVICI, 1994, p.16). Moscovici (1994), afirma que a tática de resolução de problemas inicia-se com o diálogo, a ser realizado em duas etapas: diferenciação e integração. A autora prossegue seu raciocínio dizendo que as melhores equipes não estão livres de dificuldades e problemas; todas enfrentam, ocasionalmente, obstáculos desencorajadores. Portanto, uma equipe de enfermagem em emergência madura, hábil, motivada, encontrará maneiras de enfrentar e superar os maiores desafios, principalmente com uma prática de comunicação aberta e autêntica, considerada condição indispensável para superação das expectativas e demandas expressas. Atualmente, há provas evidentes de que as equipes superam o desempenho de indivíduos agindo sozinhos ou em pequenos grupos. As equipes absorvem e aplicam conhecimentos, experiências de vida de 17 seus membros para responder agilmente a novos desafios. (MOSCOVICI, 1994). Moscovici (1994) garante que a orientação produtiva de equipe relaciona os obstáculos aos objetivos globais de desempenho. O desempenho em si é o fator mais energizante quando há possibilidade de êxito. Para criar a atmosfera de sucesso, a equipe de enfermagem em emergência pode escolher algum objetivo alcançável e atingível, marcando pequena vitória. Essas pequenas vitórias constituem reforço motivacional de primeira ordem para enfrentar os estorvos que venham a surgir. Relevando que as pessoas dependem umas das outras em seu relacionamento e interação, verifica-se que o sistema pessoal está em constante interação com os sistemas pessoais dos outros e com o sistema organizacional. Cada pessoa relaciona-se com outras no ambiente de trabalho e este relacionamento assume modalidades específicas que influem decisivamente sobre o comportamento de cada um. Portanto, o relacionamento interpessoal é essencialmente um processo, não uma categoria estática, por isso mesmo, fica sujeito a variações conjunturais de espaço, tempo e contexto. Segundo Minicucci (1989), paga-se mais pela habilidade de se lidar com as pessoas, do que por qualquer outra habilidade imaginável. A autora afirma ainda, que a compreensão pessoal é o primeiro passo para entender o comportamento do outro. E que é necessário dar oportunidade para que cada pessoa se manifeste e posso explorar o que possui de melhor. Minicucci (1989) garante que reconhecer as diferenças entre as pessoas e saber respeitá-los no seu modo de pensar, agir e sentir, certamente é um dom e só desta forma, é possível ampliar o potencial de sensitividade que se tem personificado em si. “Se as pessoas descobrem como agem, por que agem e tentam descobrir maneiras para compensar tais comportamentos, isso as ajudará a agir com mais eficiência no relacionamento interpessoal e na compreensão intrapessoal”. (MINICUCCI, 1989, p.22). A personalidade da equipe de enfermagem em emergência é constituída pelo conjunto de valores de seus membros, portanto, é preciso ter plena consciência da impressão que se passa aos outros durante o processo de comunicação. As atividades empáticas são essenciais para efetivar os relacionamentos. Considerar e reconhecer que o trabalho de equipe de enfermagem em uma unidade de emergência tem seu valor e é necessário, pois o bom desempenho 18 dos resultados esperados depende da confiança apostada em cada componente da equipe. 2.3 Sistematização da assistência de enfermagem Há décadas em que a enfermagem vem buscando tornar-se cada vez mais independente e indispensável no contexto científico, tentando enfatizar o cuidado como essência e valorizando sua prática. Podemos garantir sua ascensão, pois ficou visível seu crescimento no que se refere ao espaço conquistado por nossos teoristas e também a mudança de uma enfermagem empírica para uma enfermagem voltada para o científico. Acredita-se que o foco principal do cuidar em enfermagem seja a interação e o contato com o paciente, assim podemos resgatar o crescimento e individualidade em desenvolver uma relação interdependente entre profissional e paciente/cliente. Sendo assim, nós enfermagem, temos que garantir o desenvolvimento e crescimento teórico-científico e continuar em busca de novas atualizações ao nosso meio, por isso a incansável e imensurável vontade de aprender têm que estar impregnado, para que o saber seja maior que a displicência do cotidiano em que vivemos. A Sistematização da Assistência de Enfermagem é mais um dos veículos que conseguimos obter para o melhoramento da qualidade do serviço da enfermagem. De acordo com a resolução COFEN-272/2002: [...] a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, sendo atividade privativa do enfermeiro, utiliza método e estratégia de trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando ações de assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade; considerando a institucionalização da SAE como prática de um processo de trabalho adequado às necessidades da comunidade e como modelo assistencial a ser aplicado em todas as áreas de assistência à saúde pelo enfermeiro. A enfermagem e suas especificidades começaram a ter um novo marco 19 em busca de seu maior reconhecimento, realizando o atendimento das expectativas esperadas ao cliente e assim documentando suas ações com uma metodologia específica e completa para o melhoramento da qualidade do trabalho. A Sistematização da Assistência de Enfermagem veio como uma arma para documentarmos todo o contato que tivemos com o cliente. Segundo a Resolução COFEN-272/2002 - Artigo 3º: A Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE deverá ser registrada formalmente no prontuário do paciente/cliente/usuário, devendo ser composta por: histórico de enfermagem, exame físico, diagnóstico de enfermagem, prescrição da assistência de enfermagem, evolução da assistência de enfermagem. No histórico de Enfermagem, fizemos um levantamento de dados do cliente, onde tentaremos identificar os principais problemas, para assim, mais tarde, encontrar sua resolutividade adequada. Para Horta (1979, p. 42) “o histórico de enfermagem deve ser conciso – sem repetições, claro e preciso, Tem que ter informações que permitam dar um cuidado imediato, deverá respeitar a individualidade do cliente alcançado tal objetivo e tomar o cuidado para não duplicar as informações”. Poderemos dizer que, o histórico de enfermagem deverá conter informações genuinamente de enfermagem, respeitando a não duplicidade de dados realizados por outros profissionais e também deverá seguir uma seqüência dos fatos relatados pelo cliente, facilitando a assimilação para os cuidados que devidamente será prestado a ele neste momento. Ainda poderia dizer que, o histórico de enfermagem é a maneira mais próxima de estar ciente das informações e problemas prévios que já tenha vivido e que poderá ser útil para o tratamento individualizado e específico. O próximo passo no processo de enfermagem é o exame físico que tem como finalidade identificar os problemas específicos de enfermagem diferenciando de outras classes profissionais. Para Barros e Cols (2002, p. 22) “a parte de exame físico inclui mensuração de sinais vitais, perímetros, peso e estatura, além de dados coletados por meio de inspeção, palpação, percussão e ausculta, a fim de identificar sinais normais e anormais nos diversos sistemas biológicos do cliente [...]”. Ainda Barros e Cols (2002, p. 36) define que “[...] o exame físico é o traço 20 de união entre a arte e a ciência de enfermagem. É através dele que acontece a fusão entre estes dois componentes da profissão”. Com os diferentes tipos de classes, culturas e princípios éticos que encontramos em cada cliente, podemos definir que a enfermagem é uma ciência que busca atender a todas essas diferenciações, portanto, toda informação coletada deve ser registrada de forma individualizada respeitando o cliente. Assim, o exame físico é um método em que podemos obter informações anatomicamente e fisiologicamente normais ou as que estiverem por algum motivo em períodos de anormalidades momentâneas. Ainda é importante ressaltar que o exame físico é além de tudo uma técnica, do qual sua metodologia nos aproxima e nos clarificam os problemas do cliente, propiciando o melhor diagnostico de enfermagem e melhorando a qualidade do cuidado. Seguindo com processo de enfermagem segundo a sistematização da assistência de enfermagem proposta pelo nosso órgão regulamentador – o COFEN temos como próxima etapa o diagnostico de enfermagem. Através do histórico e exame físico, encontramos uma variedade de informações que nos auxiliarão no diagnostico de enfermagem, que nada mais é que um promovedor das ações de enfermagem que o cliente está necessitando naquele momento. Segundo Horta (1979, p. 57) “analisando os dados colhidos no histórico, são identificados os problemas de enfermagem. Estes, em nova analise, levam à identificação das necessidades básicas afetadas e do grau de dependência em relação à enfermagem, para seu atendimento”. Portanto, o diagnostico de enfermagem é a analise de todas as informações coletadas do cliente por meio do histórico e do exame físico, identificando suas necessidades básicas e o grau de dependência do cuidado, dando base e direcionamento para o planejamento da assistência do cuidador. Tendo todos esses passos estabelecidos, partimos para o planejamento de cuidados ou prescrição de enfermagem que seria a delimitação completa da assistência de enfermagem que o cliente necessita em frente às dificuldades nele encontradas. Horta (1979, p. 65) Define que “o plano assistencial é resultado da análise do diagnóstico de enfermagem, examinando-se os problemas de enfermagem, as necessidades afetadas e o grau de dependência”. Ainda para Horta (1979, p. 66) “a prescrição de enfermagem é um roteiro 21 que coordena a ação da equipe de enfermagem nos cuidados adequados ao atendimento das necessidades básicas e específicas do ser humano”. Este plano de cuidado é a padronização de ações com o olhar no melhoramento da assistência de enfermagem. Tem que ser de forma simples, clara e enumerando-as para uma melhor organização e facilidade no entendimento da equipe de enfermagem e poderá conter ações imediatas ou ações de curto, médio e até mesmo de longo prazo. Com o plano de cuidados estabelecido com base no tratamento de enfermagem, nossas ações ganham benefícios na qualidade atendendo, assim às necessidades para cada deficiência encontrada no cliente. A prescrição de enfermagem tem como principal objetivo proporcionar ao cliente uma assistência de qualidade realizando um levantamento das prioridades a partir do diagnostico de enfermagem estabelecido previamente. Na execução do planejamento, precisamos ter profissionais que acreditam na eficiência do plano de cuidados e que eles estejam familiarizados com as técnicas e procedimentos que serão requisitados. E para finalizarmos a sistematização da assistência de enfermagem, temos que falar sobre a evolução de enfermagem que é a ultima etapa do processo e consiste no relato diário das mudanças e determinação da resposta do cliente às intervenções realizadas pela equipe de enfermagem e solicitadas através do plano de cuidados. Na evolução de enfermagem é realizado a analise de todas as outras etapas anteriormente realizadas e que faz parte do processo de enfermagem. Tem como objetivo delimitar as mudanças de melhoras ou de pioras em frente ao plano de cuidado prescrito para aquela situação diária. Segundo Felisbino (1994, p. 40): Entende-se a evolução de enfermagem como sendo a avaliação diária das alterações do estado de saúde do cliente baseada em fatos disponíveis, da sua resposta às prescrições implementadas; é também, como conseqüência, a identificação de novos problemas e tomada de decisão para solucioná-los. Assim a evolução de enfermagem é o fechamento e analise diário do processo da sistematização da assistência de enfermagem, podendo ser alterável e inconstante, dependendo da resposta identificada na manutenção das ações presentes no planejamento de cuidados. Com base em toda essa conceituação que vimos, é fato dizer que a 22 Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e sua implantação no serviço de saúde geram diretamente um maior contato entre os clientes e o enfermeiro, adequando a equipe ao treinamento e preparando para atender as situações diversas. As atividades propostas pelo SAE são atribuições privativas do enfermeiro que possibilita um atendimento de maior qualidade, metodologia técnica eficiente, socialização e interpessoalidade entre cliente e enfermeiro e controle de toda a evolução encontrada no tratamento. A enfermagem cada vez mais esta se preocupando com sua excelência profissional e seu reconhecimento de qualidades pertinentes na ciência adquirida ao longo de toda sua história. Podemos dizer que desenvolver novas destrezas tendo o foco no cuidar têm sido propriedades presentes para manter a empregabilidade constante e maior competitividade no mercado de trabalho, então podemos garantir que a sistematização da assistência é e será por seu contexto, uma arma muito importante para o enfermeiro elevar o seu papel técnico e cientifico. 2.4 Diagnóstico de enfermagem Entre todas as etapas do processo de enfermagem, a escolha em falar sobre o diagnostico de enfermagem é algo extremamente estimulante e realizador devido sua importância no processo da sistematização da assistência de enfermagem. Dizer que o enfermeiro realiza o diagnóstico de enfermagem é sinônimo de que ele avalia e interpreta os dados coletados do cliente e isso resulta na diminuição de falhas em seus cuidados e chegando próximo à perfeição do cuidado. Segundo Horta (1979, p. 58), “diagnóstico de enfermagem é: a identificação das necessidades básicas do ser humano que precisam de atendimento e a determinação, pelo enfermeiro, do grau de dependência em natureza e extensão”. A autora do processo de enfermagem – Wanda de Aguiar Horta - defendia em suas teses que o enfermeiro poderia realizar o diagnóstico para estabelecer os problemas e necessidades básicas encontradas no individuo e ainda caracterizando-os pelo grau de dependência, e assim, constituir um planejamento para as situações em déficit do cliente. 23 Assim, como muitas outras habilidades do enfermeiro, o diagnóstico de enfermagem é a que hoje mais nos respalda para a busca da cientificidade de nosso trabalho. O significado da coleta de dados, nossa avaliação e julgamento facilitando as ações em busca do melhoramento do processo saúde/doença do cliente nos torna capaz de aproximar da qualidade pretendida tendo a informação das respostas humanas alteradas. Segundo Brunner (2002, p. 26): O propósito em estabelecer uma lista formal de diagnóstico de enfermagem foi identificar as funções de enfermagem para as quais os enfermeiros conseguem responsabilidade legal e credibilidade. Os diagnósticos de enfermagem têm promovido o desenvolvimento da autonomia e credibilidade na enfermagem e tem ajudado a delinear o escopo da prática. Está de acordo com a contribuição em adotar o exercício do diagnóstico de enfermagem como referencia do crescimento desenvolvido pela melhor assistência ao cliente. Incluir o diagnóstico de enfermagem na prática do nosso cotidiano é assumir a designação do alargamento de conhecimentos, aumentando a competência do profissional enfermeiro. Sabemos que este aprimoramento implica na possibilidade de estimular o acompanhamento dos resultados atualizados das ações do enfermeiro. As fases diagnósticas inserida no processo de enfermagem em emergência contem suas dificuldades devido às características encontradas em setores críticos, porem é de responsabilidade individual do enfermeiro com suas bases científicas introduzir o julgamento crítico da problematização a ser preconizada em busca do sucesso das ações realizadas. Portanto a comparação entre as respostas dos problemas e as ações deve ser permanente para que o resultado e as manifestações possam contribuir para validação do diagnóstico constituído. O diagnóstico de enfermagem em seu objetivo primordial determina as dificuldades de saúde estabelecendo a natureza do problema. Os diagnósticos de enfermagem devem ser elaborados a partir do conhecimento das informações clínicas obtidas durante o histórico de enfermagem do paciente. Cada diagnóstico de enfermagem descreve o registro dos problemas encontrado no paciente e que poderá ser observado e tratado pelo enfermeiro com o 24 olhar holístico, auxiliando a cura e o conforto em cada situação de necessidade, seja física, emocional e psíquica. A responsabilidade de elaborar o diagnóstico é exclusiva do enfermeiro e o seu foco é a exposição de respostas, reações ou comportamento, as dificuldades/problemas de saúde e aos processos vitais. O enfermeiro expressa sua avaliação profissional de acordo com as condições clínicas encontradas no paciente, as respostas terapêuticas e as necessidades de assistência de enfermagem, assim, o diagnóstico do enfermeiro define todos os problemas de enfermagem estabelecendo o cuidado individualizado e momentâneo para cada situação em que o paciente está desprovido. Realizando um roteiro para chegar ao diagnóstico, podemos dizer que o enfermeiro encontra-se com o paciente e obtém informações através da coleta de dados e exame físico, tenta conhecer as evidências e características do paciente, e através dos dados encontrados é realizado o agrupamento dos mesmos e a partir destes, o enfermeiro gera algumas hipóteses diagnósticas. No momento que existe as hipóteses, fica pertinente ao enfermeiro realizar a escolha do diagnóstico para seu registro. O registro do diagnóstico de enfermagem deve seguir orientações básicas para realizar o termo diagnóstico correto de forma que a terminologia seja apropriada e que induza a reflexão das necessidades de enfermagem encontradas no paciente. Deverá ser uma declaração concisa e empregando palavras precisas, promovendo a compreensão por outro profissional. Portanto, podemos arriscar em dizer que o diagnóstico de enfermagem como parte da sistematização é etapa essencial e de imensurável valor, pois determina as intervenções da equipe de enfermagem, prioriza as necessidades dos pacientes, obriga o compromisso de avaliação e aproximação do enfermeiro em relação ao paciente, auxilia no processo de desenvolvimento de educação continuada e pesquisa. Serve como documentação para auditorias em enfermagem. Enfim é um grande desafio à enfermagem que a sua pratica impreterivelmente eleva a autonomia do enfermeiro e a credibilidade da ciência do cuidar. 25 3 METODOLOGIA 3.1 Caracterização do estudo A investigação teve como objetivo central desenvolver uma proposta que pudesse facilitar a avaliação do processo em que os enfermeiros possam utilizar para a realização do diagnóstico de enfermagem em emergência do Hospital Nossa Senhora da Conceição – Tubarão/SC, buscando referenciais sobre o embasamento da resolução 272/02 COFEN e nos pressupostos filosóficos do Materialismo histórico dialético. Como abordagem metodológica optamos pela realização de uma pesquisa qualitativa de cunho interpretativo-reflexivo com opção pelo estudo de caso. Ao adotarmos a pesquisa qualitativa, buscamos coerência com a resolução 272/2002 – Sistematização da Assistência de Enfermagem, ou, mais precisamente, com sua crítica penetrante e sistemática aos fundamentos e importância da realização do diagnóstico de enfermagem. A pesquisa qualitativa estabelece o contato direto com os pesquisadores em seu ambiente de trabalho e permite um melhor entendimento do contexto e sua influencia nas concepções de seus atores, manifestadas em seus gestos de linguagem. (CHIZZOTTI, 2002, apud COSTA, 2002). 3.2 Local do estudo O presente estudo foi realizado na Unidade de Emergência do Hospital Nossa Senhora da Conceição situado na cidade de Tubarão, no período de Janeiro de 2008. A unidade desenvolve suas atividades segundo a lógica da assistência emergencial que população necessita. A localização desta unidade é estrategicamente situada como porta de entrada da rede hospitalar, sendo de fácil acesso a população solicitante. 26 Com relação à estrutura física, a unidade possui instalações próprias para o atendimento de urgências e emergências, contando com recepção dos clientes, sala de triagem, consultório médico, sala de sutura, sala de emergências, sala de observação e leitos para observações. A estrutura física pode ser considerada adequada diante das normas preconizadas pelo ministério da Saúde e também de acordo com as atividades que a unidade oferece e a demanda por serviços. A escolha desta unidade de saúde se deu, devido esse hospital ser referencia da região sul Catarinense e pela possibilidade de adquirir novas experiências vivenciando a realidade de um hospital de grande porte. 3.3 População Participaram deste trabalho como população e foco da investigação as enfermeiras integrantes da equipe de enfermagem da Unidade de Emergência do Hospital Nossa Senhora da Conceição. 3.4 Procedimentos de coleta de dados A técnica adotada para o levantamento de dados foi a entrevista semiestruturada, isso facilitou uma maior espontaneidade entre entrevistador e entrevistado, servindo na verdade para iniciar o dialogo entre ambos. (LUDKE, 1986). A elaboração das questões que nortearam a pesquisa semi-estruturada foi elaborada a partir da problematização que originou os questionamentos. (Apêndice A). Também foi adotada a técnica da observação participante, uma vez que se trata de um estudo de caso e o pesquisador esteve atuando diretamente junto aos indivíduos pesquisados. Inicialmente, foi realizada uma caracterização geral da situação e reconhecimento do processo de trabalho como um todo. A seguir, foi aplicada a 27 entrevista semi-estruturada para avaliar os dados pertinentes ao estudo. Num momento seguinte, foi elaborada uma proposta de ação que visa à realização do diagnóstico de enfermagem entre os enfermeiros da Unidade de Emergência, aplicando na prática estas ações, para após validá-las ou reformulá-las e deixar como contribuição a equipe de saúde. 3.5 Análise e Interpretação dos dados A análise dos dados foi efetuada segundo a técnica da Análise de Conteúdo proposta por Minayo (1996), que ira buscar, a partir da leitura das falas dos sujeitos, fazendo uso da hermenêutica, elaborar categorias de análise da situação. 3.6 Aspectos éticos Os aspectos éticos do estudo estão fundamentados na resolução 196 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil, que dispõem sobre pesquisas com seres humanos, utilizando-se o consentimento livre informado. Inicialmente foi solicitada a autorização para desenvolvimento do estudo nas dependências do hospital Nossa Senhora da Conceição à direção daquela instituição através do Termo de Consentimento Institucional (Apêndice A). Após a formalização deste trâmite encaminharemos o projeto ao Comitê de Ética da UNESC para apreciação. Tendo obtido o parecer consubstanciado daquele CoEP foi início à coleta de dados junto a cada um dos integrantes da equipe de saúde que concordar em participar do estudo. A proposta de trabalho foi apresentada a cada um dos participantes e nos responsabilizamos da garantia do sigilo, confidencialidade, privacidade, e anonimato de suas participações sendo que a proteção de imagem será assegurada aos participantes no decorrer de todo o processo de pesquisa. 28 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS O estudo foi desenvolvido em momentos distribuídos no decorrer do estágio. A seguir passamos a apresentar os resultados do estudo quando escolhemos por referir as falas dos entrevistados seguidos de considerações nossa e auxilio da literatura especializada sobre o assunto. 4.1 Primeiro momento: descrição da observação realizada em campo de estágio Primeiramente, foi realizada a caracterização da situação e reconhecimento do processo de trabalho como um todo. O estágio foi efetuado na Unidade de emergência do Hospital Nossa Senhora da Conceição – HNSC, situado na cidade de Tubarão/SC, no período de 21/01/2008 a 25/01/2008, com o intuito de avaliar como que as enfermeiras desta unidade realizavam o diagnóstico de enfermagem, quais os problemas encontrados em sua realização e suas dificuldades. Neste momento, observamos como é o processo de trabalho de toda a equipe de enfermagem, tentamos identificar a realização do diagnóstico de enfermagem por enfermeiros que trabalham nesta equipe e quais os fatores que interferem na realização processo de enfermagem e mais precisamente no diagnóstico de enfermagem no setor de emergência. A equipe de enfermagem desta unidade de emergência é composta por duas enfermeiras, sendo que uma tem carga-horaria de 8 horas diárias, iniciando as 07h até 17h sendo que na maioria dos dias, permanece por um tempo superior a esse para suprir as necessidades e organização da unidade. A outra enfermeira realiza 6 horas diárias, iniciando às 17h até às 23h tendo que fazer supervisão nos finais de semana, intercalando sábados e domingos. Ainda nesta equipe é composta por 24 funcionários técnicos de enfermagem, divididos em turnos matutino, vespertino e noturno. A unidade de Emergência do HNSC conta uma equipe multiprofissional 29 que auxiliam no atendimento da população em geral. E ainda podem contar com residentes de medicina, acadêmicos de enfermagem, fisioterapia, nutrição. Ao avaliar as atribuições do enfermeiro desta Unidade de Emergência, podemos observar que assim como todas as outras unidades de emergência dos hospitais públicos – a grande demanda de pacientes acaba desfavorecendo a qualidade do trabalho pretendida. Neste primeiro estágio da pesquisa, foi visto como é realizado o trabalho de toda equipe de enfermagem e mais especificamente das enfermeiras que coordenam esta equipe e sua metodologia de trabalho, tendo um viés maior na construção do diagnóstico de enfermagem que seria a proposta inicial deste trabalho. O objetivo do trabalho foi determinar e analisar o processo de enfermagem direcionando para o diagnóstico propriamente dito, de acordo com a resolução do COFEN – 272/2002 que fala sobre a obrigatoriedade do enfermeiro em instituir a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, uma vez, sendo atividade privativa do mesmo. A implantação desse modelo assistencial - o SAE – a enfermagem subtraiu um grande veículo para o melhoramento da qualidade do trabalho e diminuindo a distância entre o conhecimento adquirido pelo profissional enfermeiro durante toda sua história acadêmica e o paciente com seus déficits, proporcionando um contato maior entre ambos. Esse é o processo sistematizado, onde o profissional enfermeiro tem a fundamentação científica e responsabilidade na assistência prestada ao paciente, em busca da resolutividade de problemas identificados do bem-estar. Realizar o processo de enfermagem tem sido uma tarefa árdua para o enfermeiro no contexto que estamos inseridos e a realidade de trabalho que nos encontramos. As dificuldades como a alta demanda de pacientes, número reduzido da equipe de enfermagem, sobrecarga de trabalho profissional, sucateamento de materiais e equipamentos são encontrados em muitas instituições hospitalares. Com base nestas informações e na observação realizada na unidade de emergência do HNSC, constatamos dificuldades que dificultam a implantação da sistematização da assistência. O hospital é considerado de grande complexidade e por isso, é referência de toda a região, acomodando um número importante de pacientes a serem atendidos. Com isso, podemos observar que o número de 30 funcionários da equipe de enfermagem é inferior ao ideal preconizado pelo dimensionamento pessoal, ocorrendo sobrecarga de trabalho, cansaço físico e mental, diminuição da qualidade do atendimento. Portanto, instituir a sistematização da assistência de enfermagem nessa unidade de saúde, ainda não foi possível em decorrência das limitações encontradas. Em virtude da não aplicação do processo de enfermagem e do diagnóstico - etapa do processo a ser estudado - nosso próximo estágio da pesquisa foi identificar através das falas das enfermeiras entrevistadas, quais são as dificuldades encontradas por elas e seu conhecimento em relação ao tema. No segundo estágio da pesquisa, onde tratamos da aplicação da entrevista semi-estruturada e avaliamos os dados pertinentes ao estudo. Esta entrevista procurava saber sobre os dados das profissionais enfermeiras e sua formação, explicitar o que elas pensam a respeito da sistematização da assistência de enfermagem, quais as dificuldades que elas vivenciam e quais alternativas que elas vêem para a realização deste processo. No terceiro estágio da pesquisa, tratamos da elaboração de uma proposta de ação a fim de contribuir com a equipe e instituir a sistematização da assistência. Partindo desta identificação e das idéias propostas como estratégias pela própria equipe ao responder o questionamento semi-estruturado, foi deixado como proposta, alguns roteiros que servirão como auxilio da aplicação do processo de enfermagem e do diagnóstico. 4.2 Segundo momento – análise da entrevista semi-estruturada. A) Você conhece a Sistematização da Assistência de Enfermagem? Se conhece, quais são as etapas que você considera mais importante? • Nesta questão, encontramos uma categoria que representa as falas das entrevistadas, trata-se do conhecimento das enfermeiras a respeito da determinação da Sistematização da Assistência de Enfermagem. 31 Entrevistada nº. 01: ”Conheço. Considero que todas as etapas são • importantes, pois só através de todo o processo (histórico, exame físico, diagnóstico de enfermagem, prescrição e evolução) que conseguimos elaborar um bom planejamento de assistência ao paciente”. • Entrevistada nº. 02: “Exame físico, dialogo com o cliente”. COFEN-272/2002 (Anexo A)- Artigo 3º: A Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE deverá ser registrada formalmente no prontuário do paciente/cliente/usuário, devendo ser composta por: histórico de enfermagem, exame físico, diagnóstico de enfermagem, prescrição da assistência de enfermagem, evolução da assistência de enfermagem. Desta forma, podemos considerar o conhecimento das enfermeiras da emergência do HNSC em frente à temática proposta e ainda comparando com a normatização, poderia dizer que as mesmas têm acesso ao que é estabelecido pelo nosso órgão regulamentador – o COFEN, e tem noção plenamente da importância de sua aplicação, estabelecendo o que consideram a etapa mais importante de todo o processo da sistematização. B) Fale sobre o que você acha sobre a realização do Diagnóstico de enfermagem. • Nesta questão, encontramos uma categoria que representa as falas das entrevistadas, trata-se do conhecimento das enfermeiras a respeito da determinação do Diagnóstico de Enfermagem. • Entrevistada nº.01: É Através do diagnóstico de enfermagem que elaboramos um plano de assistência ao nosso paciente, nos permite identificar as necessidades básicas do paciente, bem como o grau de dependência de nossos cuidados, Portanto, o diagnóstico para ser levantado depende do histórico e exame físico, permitindo a realização da prescrição e posteriormente evolução do paciente. É um conjunto e por isso são todos importantes.” Entrevistado nº.02: “É através do diagnóstico que conseguimos • identificar as necessidades afetadas e determinar o cuidado. Lembrando também que através do levantamento do histórico, a enfermeira inicia e mantém a relação terapêutica.” Segundo Horta (1979, p. 58), “diagnóstico de enfermagem é: a identificação das necessidades básicas do ser humano que precisam de atendimento e a determinação, pelo enfermeiro, do grau de dependência em 32 natureza e extensão”. Portanto, aquilo que foi citado pelas entrevistadas é pertinente ao que é proposto pela temática instigada nesta pesquisa, constituindo plena noção da importância do diagnóstico de enfermagem como etapa da Sistematização da Assistência de enfermagem. C) Você realiza o diagnóstico de Enfermagem? • Nesta questão, encontramos uma categoria que representa as falas das entrevistadas, trata-se da aplicação da sistematização da assistência de enfermagem e mais precisamente do diagnóstico de enfermagem em emergência. • • Entrevistado nº.01: “Não realizo.” Entrevistado nº.02: “Não.” De acordo com a resolução COFEN-272/2002: [...] a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, sendo atividade privativa do enfermeiro, utiliza método e estratégia de trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando ações de assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade; considerando a institucionalização da SAE como prática de um processo de trabalho adequado às necessidades da comunidade e como modelo assistencial a ser aplicado em todas as áreas de assistência à saúde pelo enfermeiro”. Através desta citação identificamos a necessidade da realização da SAE, uma vez, sendo atividade privativa do enfermeiro, o mesmo poderá assim, identificar os problemas e situações que necessitam de cuidados. A não realização da SAE e do diagnóstico de enfermagem implica na diminuição da qualidade da assistência constituído por diversos fatores que aperfeiçoam o cuidado quando a realização e aplicação da SAE são estabelecidas. D) Qual a dificuldade que você encontra para não realizar o diagnóstico de enfermagem em emergência? • Nesta questão, encontramos uma categoria que representa as falas das entrevistadas, trata-se dos problemas relativos à implementação do diagnóstico de enfermagem apontados pelos enfermeiros. 33 Entrevistado nº01: “Primeiramente devido às exigências • administrativas que devemos cumprir mensalmente. Também somos em somente duas enfermeiras, além disso, nossa demanda é muito grande (250 atendimento/dia), vários pacientes graves, vários pacientes ficam aqui internados, fica inviável sistematizar a assistência.” • Entrevistado nº02: “A minha justificativa é devido a emergência do HNSC ser de grande porte, excesso de consultas ambulatoriais, alto volume de atendimento diário, elevada taxa de ocupação de leitos por pacientes internados e ter somente uma enfermeira durante o dia para realizar, administração e assistência de um setor complexo (sala de gesso, recepção, alta complexidade, sala de primeiro atendimento, triagem, posto de medicação, internados e entre outras funções.” O atendimento em emergência é o tratamento imediato e provisório dado em casos de acidentes, situações que provocam risco imediato de vida ou de lesões irreparáveis ao cliente. A qualidade deste atendimento poderá estar ligada à concretização e implantação da SAE, se a realidade da instituição proporcionar respaldo administrativo frente a essa problemática, ou seja, com a alta demanda de clientes, conseqüentemente requer uma equipe de número adequado para suprir com as necessidades de dimensionamento e as demais atribuições da equipe de enfermagem. E) O que você acha que poderia ajudar para a realização do diagnóstico de enfermagem em emergência? • Nesta questão, encontramos uma categoria que representa as falas das entrevistadas, trata-se de sugestões e hipóteses encontradas pelas enfermeiras entrevistadas que poderiam ajudar na implantação da SAE. Entrevistado nº.01: “Acredito que o aumento do numero do quadro de • enfermeiros e a preconização de um método (por exemplo, realizar a sistematização dos pacientes que ficam internados), pois todos os atendimentos são inviáveis. O aumento do quadro, considerando que um enfermeiro fique responsável pela parte administrativa. Assim o restante poderá dedicar-se a assistência e possível sistematização da mesma.” Entrevistado nº.02: “O ideal é ter cinco enfermeiros (01 administrativo • e 04 assistencial) dividido em turnos.” Considerando as falas, temos como proposta primordial das entrevistadas, estabelecerem um quadro de pessoal adequado às necessidades da clientela e às da organização. No entanto, deverão conhecer as necessidades de assistência dos pacientes tendo o contato direto com a realidade de trabalho da enfermagem no 34 hospital, permitindo evidenciar os problemas relacionados às deficiências de recursos, em particular os humanos. Portanto, o desenvolvimento de qualquer proposta esbarra na argumentação das enfermeiras que apontam como dificuldade o reduzido número de profissionais que compõem o quadro de pessoal da instituição, inviabilizando assim o êxito da mesma. 4.3 Propostas Diante de todos os conteúdos manifestados pelas entrevistadas, os quais possibilitam identificar a diversidade de problemas e vivências que os acompanham no enfrentamento diário da emergência do HNSC, ficamos tão ou mais inquietos do que no início desta investigação. Isto porque acreditamos que o próprio serviço, a cultura do serviço hospitalar precisa ser redirecionada, especialmente nos aspectos referentes aos processos da Sistematização da Assistência de Enfermagem e mais especificamente do diagnóstico de enfermagem. Os resultados também nos remetem a dificuldades encontradas no que se refere às cobranças da instituição e o resultado da assistência como produto final oferecido aos clientes. Julgamos necessários, portanto a sensibilização das pessoas envolvidas neste percurso, em primeira instância gerentes e profissionais da ponta do serviço de saúde do HNSC, para o encontro com estas particularidades, através do qual se criará a possibilidade da descoberta de novas oportunidades e atribuições. Assim, a responsabilidade e o compromisso com o trabalho haverá de ser mais fortalecidos. Para tanto, elaboramos algumas recomendações que apresentamos a seguir: ϖ Realizar um planejamento de dimensionamento de pessoal para emergência do HNSC, propondo o melhoramento do quadro de funcionários e conseqüentemente a qualidade da assistência de enfermagem. ϖ Realizar uma agenda de reuniões semanais entre a própria equipe de saúde para que seja possível planejar as atividades a serem desenvolvidas em conjunto. ϖ A equipe necessita conhecer melhor as estratégias que determinam a 35 Sistematização da assistência de enfermagem, para adotar atitudes pertinentes ao êxito do processo de trabalho. ϖ E fundamental que a equipe de saúde esteja sintonizada e que haja um respeito mútuo entre todos os participantes. ϖ Reforçar a importância do trabalho em equipe através de dinâmicas vivenciais. O trabalho em equipe é essencial para melhorar a qualidade e a produtividade, necessita de pessoas comprometidas que colaborem umas com as outras, interagindo de maneira complementar, desenvolvendo suas potencialidades. ϖ Elaboração de um fluxograma organizacional, estabelecendo as atividades inerentes a cada profissional para que não ocorra omissão de alguns e sobreposição de atividades para outros, ϖ Elaborar manuais, protocolos clínicos e materiais de apoio que possam subsidiar e respaldar os profissionais a redirecionar as atividades, propiciando a melhoria na qualidade e resolubilidade no atendimento; ϖ Elaborar roteiros que facilitarão a sistematização da assistência de enfermagem. (Anexo A). ϖ Capacitar os profissionais para a utilização dos manuais e protocolos clínicos, além de desenvolver ações de educação continuada e treinamento em serviço; 36 5 CONCLUSÃO Por meio da regulamentação do COFEN 272/2002 a pesquisa qualitativa e das propostas sugeridas, constatamos a necessidade de priorizar a formação da sistematização da assistência de enfermagem e mais especificamente o Diagnóstico de Enfermagem, tendo em vista os problemas encontrados que possibilitam a não realização do processo de enfermagem. Os membros da equipe reconhecem as suas dificuldades, no entanto, sente-se impossibilitados para modificar o quadro devido à alta demanda de atendimentos, dimensionamento pessoal insuficiente, desgaste profissionais, pouco conhecimento sobre o assunto (SAE). Neste contexto, os propósitos desta pesquisa visaram identificar os problemas relativos à implementação do diagnóstico de enfermagem, identificar os fatores administrativos que corroboram para a não implementação do diagnóstico e também identificar o conhecimento dos enfermeiros a respeito da determinação do diagnóstico de enfermagem e tentar instituir como proposta algumas ações proporcionando o melhor desempenho da equipe e conseqüentemente, da qualidade no atendimento oferecido à população. Finalizando, ressaltamos a importância do desenvolvimento deste trabalho para a maior flexibilização de cada indivíduo, membro da equipe, frente às adversidades encontradas no processo de enfermagem e o estabelecimento da atuação do enfermeiro na sistematização da assistência de enfermagem. De modo geral concluímos que: - O processo de enfermagem entre a equipe é fragmentada, sendo realizada apenas etapas dispersas, sem seqüência lógica estabelecida; - Tem conhecimento limitado sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem, mais precisamente sobre o diagnóstico de enfermagem; - Alta demanda do fluxo de clientes, sobrecarregando a equipe deixando tempo insuficiente para realização do diagnóstico de enfermagem; - Número de membros da equipe inferior ao recomendado legalmente, ou seja, falhas no dimensionamento de pessoal; enfermagem; A instituição não demonstra interesse na realização do diagnóstico de 37 O interesse pelo tema trazido nesse trabalho permeia nossa trajetória de vida e o fato de convivermos no meio do serviço de saúde possibilitou a observação de que o princípio da sistematização da assistência de enfermagem é ainda insuficiente. Alguns questionamentos foram sendo delineados. Na medida em que verificávamos dificuldades dos entrevistados durante o processo de trabalho, e falta de tempo para organizar/pensar as atitudes tomadas. Essa constatação permitiu-nos chegar à outra constatação de que o ambiente de trabalho nos serviços de saúde é carregado de contratempos, é estressante, existe acúmulo de tarefas e poucos recursos humanos. Temos clareza que, por sua própria natureza, trata-se de um tema que suscita questões abrangentes e complexas, que fazem parte de um processo amplo, se consideramos as estruturas das organizações em que se encontram alicerçados os serviços de emergências de saúde. Vale ressaltar, no entanto, que após as leituras, os contatos com a equipe e reflexões sobre os dados que obtivemos, nos sentimos ainda mais sensibilizadas frente a interrogações que nortearam esse estudo, o que, seguramente nos deu mais clareza sobre a importância da realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem no serviço de Emergência. Neste estudo não nos propusemos ao aprofundamento dessa discussão, mas apontamos à necessidade de tomada de consciência acerca dos resultados encontrados, com vistas à implantação de um sistema formal de assistência ao cliente, onde o cuidado realizado torna-se coerente. Os resultados deixam claro ainda que os entrevistados percebem e referem a importância de ter um método sistematizado e também de estabelecer o Diagnóstico de Enfermagem como etapa primordial para a articulação de todo o processo. Defendemos, portanto, o investimento no desenvolvimento de um processo sistematizado que venha organizar/sistematizar os cuidados aos clientes na unidade de emergência do Hospital Nossa Senhora da Conceição onde este estudo foi desenvolvido, mas também estendido às demais instituições de saúde. 38 REFERÊNCIAS BARROS, Alba Lucia Botura Leite. Anamnese e exame físico. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. BRUNNER, L. S.; SUDDART, D. S. Tratado de enfermagem médico-cirúrgico. 9.ed. 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Ilmo (a) Sr.(a): Hospital Nossa Senhora da Conceição - Tubarão Venho respeitosamente, através do presente solicitar sua autorização para coleta de dados na instituição que irá subsidiar a construção de minha monografia de conclusão de curso de pós-graduação de condutas de enfermagem a pacientes críticos da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC. O objetivo do trabalho é que através de entrevistas com os Enfermeiros da Emergência do HNSC, possa colher informações para o meu estudo, cujo tema é “Diagnóstico de enfermagem em emergência – Desafio de sua Aplicabilidade”. Asseguro o compromisso com a ética e o sigilo neste trabalho, respeitando a privacidade e valores de cada paciente. Fernando de Aguiar Anexo cópia do projeto de pesquisa. 41 APÊNDICE B -Termo de Consentimento Livre e Esclarecido do Participante UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CONDUTAS DE ENFERMAGEM A PACIENTES CRÍTICOS Pelo presente termo de consentimento, declaro minha concordância em participar nesta pesquisa, que tem como título de Diagnóstico de Enfermagem em Emergência – Desafio da aplicabilidade com intuito de identificar qual a aplicabilidade do diagnostico de enfermagem em emergência, com a finalidade de fornecer subsídios para realização do trabalho de conclusão de curso de pósgraduação, e também para que a enfermagem possa ter um grande ganho com a possibilidade de indagar-se sobre a realização do diagnostico de enfermagem e sua importância na emergência de hospitais. Estando também ciente de que será mantido sigilo, o anonimato, e que não há qualquer tipo de risco, pois as entrevistas repassadas por escrito sem uso de fotografias ou filmagens e na apresentação do trabalho a população pesquisada será identificada por códigos, mantendo a ética profissional e o respeito ao ser humano. Também fui informado (a) que tenho o direito de interromper a pesquisa se for de minha vontade. Neste sentido, pelo presente consentimento, também autorizo a divulgação dos resultados desta pesquisa. Responsável pela pesquisa Fernando de Aguiar Local e Data: Assinatura do entrevistado: , de 2008. 42 APENDICE C - Formulário de pesquisa Formação: Especialização: Idade: Sexo: Questionário Semi-estruturado A) Você conhece a Sistematização da Assistência de Enfermagem? Se conhece, quais são as etapas que você considera mais importante? B) Fale sobre o que você acha sobre a realização do Diagnóstico de enfermagem. C) Você realiza o diagnóstico de Enfermagem? D) Qual a dificuldade que você encontra para não realizar o diagnóstico de enfermagem em emergência? E) O que você acha que poderia ajudar para a realização do diagnostico de enfermagem em emergência? 43 ANEXOS 44 ANEXO A - Ferramenta para o diagnostico de enfermagem Nome: Idade: Estado Civil: Cidade: Acompanhante ( ) Sim ( ) Médico: Não História clínica prévia: Histórico de chegada no PS: Internações prévias ( ) Sim ( ) Motivo desta internação: Não Alergia a medicamento ( ) Sim ( ) Qual medicamento: Não Tabagismo ( ) Sim ( ) Alcoolismo ( Não )Sim ( Outras drogas: )Não Doenças crônicas: DM ( ) HAS( ) Câncer( ) HIV( ) Hepatite( ) outras ( ) descrever: Medicações que faz uso: Queixas principais: Sinais Vitais PA: TAX: R: Pulso: mmhg ºC rpm mpm Dispositivos SNG ( SNE ) Dor ( ) sim ( )Não ( SVD ( Cateter ) ) Drenos ( Cateter intravenoso ( ) ) O² ( ) Ausculta Cardíaca: Ausculta Pulmonar: ( )normal ( )MV – ( )roncos )estertores ( )sibilos Eupneico ( ) Taquipnéia ( Bradipnéia ( Apnéia ( Kussmaul ( Cheyne) Nível de consciência: ) ) ) Stokes ( ) ( 45 Acordado ( ) Lúcido ( ) Comatoso ( Torporoso ( Confuso ( ) ) ) ( ) Escala de Coma de Glasgow: AO ( ) Pupila: Normal ( ) Miose ( ) Isocórica ( Midríase ( ) Desorientado MRV ( ) MRM ( ) Total: ) Anisocoria E ( ) Anisocoria D ( ) Renal: Indolor ( ) Dor ( ) com irradiação ( ) Sem irradiação ( ) Sinal de Giordano ( ) Abdome: RHA ( ) incisão cirúrgica( ) colostomia( ) Indolor( ) dor( ) plano( ) globoso( ) flácido à palpação( ) resistente à palpação( ) ascite ( ) Localização da dor Hipocôndrio D ( ) Epigastro ( ) Hipocôndrio E ( ) Flanco D ( ) Região Umbilical ( ) Flanco E ( ) Região inguinal D ( ) Região suprapúbica ( ) Região inguinal E ( ) Sinal Murphy ( Sinal Jobert ( Sinal Rosving ( Sinal Mcburney Blumberg ) ) Membros: ) ( ) Dor ( )sim ( Irradiação: Edema: )não /4+ ( ) Fratura: Escoriação: Sensibilidade ( ) pulsos periféricos palpáveis ( ) paresia ( ) hemiplegia ( ) Pele e mucosas: Eliminações: Vesicais: presente ( ) ausente ( ) odor ( ) coloração ( ) depósito ( )sim ( )não Intestinais: presente ( ) ausente ( ) melena ( ) diarréia ( ) fecaloma ( ) Nutrição/Dieta: Outros achados: GRAU DE DEPENDENCIA 1. Independente Grau 01 ( ) Grau 02 ( ) 2. Dependência parcial 3. Dependência moderada 4. Dependência total Grau 03 ( ) 46 Grau 04 ( ) Exames realizados no PS: Medicações usadas no PS: Aspectos psicossociais: Conhecimento sobre seu problema de saúde: Condições que o cliente apresenta-se para o auto cuidado: Conhecimento dos familiares sobre o problema de saúde: Análise/diagnóstico de enfermagem ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ Cuidados realizados no cliente/paciente dentro do PS: Prescrição/plano de cuidado – enfermagem: ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ 47 ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ ¬ Encaminhado para setor: Enfermeiro (a): Hora: COREN/SC: Data: Fonte: Barros & Cols – Anamnese e exame físico (elaborado Enfº Fernando de Aguiar - COREN/SC: 113730) 48 ANEXO B – Resolução COFEN-272/2002 O Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, no uso de suas atribuições legais e regimentais; CONSIDERANDO a Constituição Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1998 nos artigos 5º, XII e 197; CONSIDERANDO a Lei nº 7.498/86 c.c. o Decreto nº 94.406/86, respectivamente no artigo 11, alíneas "c", "i" e "j" e artigo 8º, alíneas "c", "e" e "f"; CONSIDERANDO o contido no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, aprovado pela Resolução COFEN 240/2000; CONSIDERANDO o disposto nas Resoluções-COFEN nºs 195/1997, 267/2001 e 271/2002; CONSIDERANDO que a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, sendo atividade privativa do enfermeiro, utiliza método e estratégia de trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando ações de assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade; CONSIDERANDO a institucionalização da SAE como prática de um processo de trabalho adequado às necessidades da comunidade e como modelo assistencial a ser aplicado em todas as áreas de assitência à saúde pelo enfermeiro; CONSIDERANDO que a implementação da SAE constitui, efetivamente, melhora na qualidade da Assistência de Enfermage; CONSIDERANDO os estudos elaborados pela CTA/COFEN, nos autos do PADCOFEN Nº 48/97; RESOLVE: Art. 1º - Ao Enfermeiro incumbe: I - Privativamente: A implantação, planejamento, organização, execução e avaliação do processo de enfermagem, que compreende as seguintes etapas: Consulta de Enfermagem Compreende o histórico (entrevista), exame físico, diagnóstico, prescrição e evolução de enfermagem. Para a implementação da assistência de enfermagem, devem ser considerados os aspectos essenciais em cada uma das etapas, conforme 49 descriminados a seguir: Histórico: Conhecer hábitos individuais e biopsicossociais visando à adaptação do paciente à unidade de tratamento, assim como a identificação de problemas. Exame Físico: O Enfermeiro deverá realizar as seguintes técnicas: inspeção, ausculta, palpação e percussão, de forma criteriosa, efetuando o levantamento de dados sobre o estado de saúde do paciente e anotação das anormalidades encontradas para validar as informações obtidas no histórico. Diagnóstico de Enfermagem: O Enfermeiro após ter analisado os dados colhidos no histórico e exame físico, identificará os problemas de enfermagem, as necessidades básicas afetadas e grau de dependência, fazendo julgamento clínico sobre as respostas do indíviduo, da família e comunidade, aos problemas, processos de vida vigentes ou potenciais. Prescrição de Enfermagem: É o conjunto de medidas decididas pelo Enfermeiro, que direciona e coordena a assistência de Enfermagem ao paciente de forma individualizada e contínua, objetivando a prevenção, promoção, proteção, recuperação e manutenção da saúde. Evolução de Enfermagem: É o registro feito pelo Enfermeiro após a avaliação do estado geral do paciente. Desse registro constam os problemas novos identificados, um resumo sucinto dos resultados dos cuidados prescritos e os problemas a serem abordados nas 24 horas subsequentes. Artigo 2º - A implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem SAE - deve ocorrer em toda instituição da saúde, pública e privada. Artigo 3º - A Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE deverá ser registrada formalmente no prontuário do paciente/cliente/usuário, devendo ser composta por: Histórico de enfermagem; Exame físico; Diagnóstico de enfermagem; Prescrição da assistência de enfermagem; Evolução da assistência de enfermagem; Relatório de enfermagem. Parágrafo único: Nos casos de Assistência Domiciliar - HOME CARE - este prontuário deverá permanecer junto ao paciente/cliente/usuário assistido, objetivando otimizar o andamento do processo, bem como atender o disposto no Código de Defesa do Consumidor. Artigo 4º - Os CORENS, em suas respectivas jurisdições, deverão promover encontros, seminários, eventos, para subsidiar técnica e cientificamente os profissionais de Enfermagem, na implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE; Artigo 5º - É de responsabilidade dos CORENS, em suas respectivas jurisdições, 50 zelar pelo cumprimento desta norma. Artigo 6º - Os casos omissos, serão resolvidos pelo COFEN. Artigo 7º - A presente resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando disposições em contrário. Rio de Janeiro, 27 de agosto de 2002. GILBERTO LINHARES TEIXEIRA COREN-RJ Nº2.380 PRESIDENTE CARMEM DE ALMEIDA DA SILVA COREN-SP Nº 2.254 PRIMEIRA SECRETÁRIA