A Inovação como Mecanismo de Competitividade no Processo de Logística dos Correios Carlos César Ribeiro Santos (SENAI CIMATEC) Keilla Barreto Lima RESUMO A mortalidade das empresas tem sido nos últimos anos, uma preocupação muito grande dos governos seja ela em qual esfera for. A ocorrência desse fato inibe o desenvolvimento econômico; inibe os anseios dos empresários que investem seus sonhos em um determinado negócio e bloqueiam as aspirações de pessoas que são demitidas com o acontecimento desse fato. Em contrapartida, as grandes empresas, muitas delas centenárias se mantêm “viva” no cenário econômico local, nacional e até mesmo mundial. Mas qual o segredo para essa sobrevivência? O objetivo principal desse trabalho é demonstrar a inovação como fator importante de competitividade para a manutenção dos Correios no cenário econômico contemporâneo utilizando-se da logística como peça chave e determinante desse processo. Verificou-se que a estratégia principal dos Correios foi implantar uma política constante de inovação, que envolve Tecnologia da Informação (TI), na área de Logística para explorar as oportunidades do mercado e manter-se competitiva nele, tal como no e-commerce (Comércio Eletrônico). Palavras Chave: Inovação – Logística – Estratégia - E-Commerce. ABSTRACT The mortality of the companies has been in recent years, a very big concern of governments in which either ball is. The occurrence of this fact inhibits economic development, inhibits the aspirations of the entrepreneurs who invest their dreams in a particular business and block the aspirations of people who are fired with the occurrence of this fact. In contrast, large companies, many of them centuries old are still "alive" in the economic local, national and even worldwide. But what is the secret to their survival? The main objective of this paper is to show innovation as an important factor for maintaining competitiveness in the economic scenario of the Post Office using modern logistics and as a key determinant of this process. It was found that the main strategy of the Post Office was to implement a policy of constant innovation, involving Information Technology (IT) in Logistics area to explore market opportunities and remain competitive in it, such as in e-commerce (Electronic Commerce). Keywords: Innovation – Logistics – Strategy - E-Commerce. 1 1. INTRODUÇÃO As empresas que tem uma visão voltada ao futuro estão concentrando suas diretrizes de estratégias empresariais em programas de inovação tecnológica com a finalidade de obter sustentabilidade e continuidade de sua permanência no mercado futuro. Um caso típico é a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que ao passar dos anos, tem modernizado seus equipamentos, principalmente os tecnológicos, a fim de responder de forma positiva aos ditames da globalização. A competitividade e a agressividade dos concorrentes fazem os correios viverem constantemente em um ambiente que requer ao mesmo tempo dinamismo, audácia e perspicácia. Em decorrência desses fatos a exigência pela modernização se traduz em uma alta capacidade de adaptação a um ambiente cada vez mais mutável. A ECT possui uma representação muito forte no país. Ela marca sua presença em praticamente todos os municípios do Brasil, levando e trazendo informações, além de ofertar uma gama de produtos e serviços os quais estrategicamente, busca atender aos anseios de seus consumidores. Como toda causa há um efeito, foi detectado um problema para essa pesquisa a citar: Será que a inovação promovida pelos correios traz vantagem competitiva para seus negócios? A hipótese para essa problemática está baseada nas demandas atuais de mercado como, por exemplo, o comércio eletrônico, os concorrentes nacionais e multinacionais. Os correios para acompanhar os ditames mercadológicos, tiveram que inovar tecnologicamente, se destacando no mercado, principalmente na exploração do seu potencial logístico. Hoje os correios possuem uma estrutura logística física, operacional e funcional. Portanto, este trabalho tem como objetivo principal demonstrar a inovação como fator importante no diferencial competitivo para a manutenção dos correios no cenário econômico utilizando a logística como peça chave e determinante desse processo. O estreitamento das informações proporcionado pelo rápido acesso às informações faz com que as empresas busquem cada vez mais o aprimoramento de seus negócios. Para tal, é preciso estar sintonizado aos ditames do mercado. Portanto os objetivos específicos são: descrever o papel da inovação como elemento de competitividade das empresas; descrever o papel da logística como meio de destaque competitivo dos Correios; descrever a relação entre inovação, logística e comércio eletrônico inserida na atuação empresarial dos Correios; analisar a estratégia de sustentabilidade dos correios no cenário econômico contemporâneo de um mercado emergente. A justificativa desse estudo está em proporcionar ao leitor uma reflexão sobre a importância da inovação dentro de processos logísticos para manter a sustentabilidade competitiva de uma organização. A globalização promove uma rápida aceleração no consumo de novos produtos e serviços, sendo assim um administrador deve está sempre atento aos ditames de mercado, caso contrário, corre o risco de fazer parte da estatística de empresas sucumbidas pela falta de visão. 2 A abordagem realizada com relação às transformações sofrida pelos correios tem a intenção de enfatizar o alto grau de comprometimento empresarial dessa instituição, que apesar de ser uma empresa pública, possui características empreendedoras e inovadoras. Outrora, os correios eram considerados meros entregadores de correspondência, hoje, dentro de uma visão empresarial moderna aliada às tecnologias do século XXI, tornou-se uma das principais empresas de serviços de logística do mundo. Este artigo científico está estruturado em cinco capítulos; o primeiro consiste na presente introdução; o segundo é apresentado o referencial teórico; no terceiro capítulo, apresenta-se o referencial metodológico; no quarto capítulo apresenta-se uma análise dos dados coletados, e no quinto capítulo são apresentadas as conclusões. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Quando se fala em inovação o primeiro sentimento que vem a tona é de que algo novo está sendo criado, melhorado ou aperfeiçoado. Para tal há a necessidade de empreender sempre com a visão voltada a obtenção do bem estar da entidade beneficiada. Para Drucker, [...] O empreendedor, por definição, transfere recursos de áreas de baixa produtividade e rendimento para áreas de produtividade e rendimentos mais elevados. Naturalmente existem os riscos do empreendedor não ser bem sucedido. Porém, se ele pelo menos for moderadamente bem sucedido, os retornos devem ser mais que suficientes para compensar qualquer risco que possa haver. Portanto, é de se esperar que o empreendimento seja uma atividade consideravelmente menos arriscada que a otimização. Realmente, nada pode ser tão arriscado quanto otimizar recursos em áreas onde o caminho apropriado e lucrativo é a inovação, isto é, onde as oportunidades para a inovação já existem. Teoricamente, a atividade empreendedora deve ser a menos arriscada, e não a alternativa mais arriscada (DRUCKER, 2002, p.37) Nesse sentido, segundo Drucker (2002), o espírito empreendedor está na condição de arriscar de forma coerente às expectativas que demandam do mercado consumidor. Uma ferramenta essencial para obtenção de maiores lucros e para a manutenção das empresas por mais tempo no cenário econômico é a inovação. Quando uma empresa inova, seja de que forma for, teoricamente, a tendência é tornar todo o processo produtivo mais ágil e rápido, proporcionando ao inovador maiores lucros e menores custos em um curto espaço de tempo. Para uma empresa ser receptiva ao empreendimento, o desempenho inovador deve ser incluído entre as providências pelas quais essa empresa realiza o seu próprio controle. Somente se avaliarmos o desempenho empreendedor de uma empresa, o empreendimento se transformará em ação. Os seres humanos são propensos a se comportar conforme o que se espera deles. (DRUCKER, 2002, p. 220) 3 Dessa forma, para Drucker (2002), os seres humanos ao ser atingidos para fazer determinada tarefa, se comporta de acordo o que rege os novos ditames ao qual ele está envolvido. A inovação promove um maior rendimento nos meios produtivos trazendo como conseqüência maiores lucros. Ao perceber tais fatos, as pessoas que tinham no empirismo a única forma de produzir, se rendem às vantagens competitivas ofertadas pela inovação. Desse modo, conclui-se que inovação é: [...] sinônimo de invenção, isto é, refere-se a um processo criativo em que dois ou mais conceitos ou entidades existentes são combinados de alguma forma nova para produzir uma configuração não conhecida previamente pela pessoa envolvida. Às vezes, essa idéia é misturada com a idéia de inovação como um processo (de inovação tecnológica) que parte da conceitualização de uma nova idéia para a solução de um problema e daí para a real utilização de um novo item de valor econômico ou social. (ZALTMAN, DUNCAN E HOLBEK, 1973 apud MOREIRA, QUEIROZ, 2007 p. 6) Para esses autores, inovação é que tudo faz parte de um processo que abrange desde uma necessidade provocada pelo mercado até a utilização de forma generalizada deste item pelos consumidores. 2.1 Tipos de Inovação O Empreendedor inovador, ao perceber o que o mercado está demandando, necessita aperfeiçoar ou criar novos mecanismos a fim de que os seus produtos ou serviços atendam aos anseios do que está sendo demandado. Para Moreira e Queiroz Inovações nos produtos dizem respeito à introdução de novos produtos ou serviços, de maneira a atender a necessidades e desejos dos clientes. Inovações no processo são novos elementos introduzidos nas operações de produção ou serviços da organização – matériasprimas e materiais auxiliares, especificações de tarefa, mecanismos de trabalho e fluxo de informação e equipamentos usados na produção de um produto ou entrega de um serviço. (MOREIRA E QUEIROZ 2007 p. 10-11) Portanto como foi citado pelos autores acima, as inovações podem ser de produtos ou serviços e nos processos. Distinguir tais diferenças torna-se muito importante para que se tenha um melhor entendimento a respeito do assunto principalmente no que se refere às inovações tecnológicas. Além disso, a globalização tem proporcionado às organizações um rápido acesso às informações. O mercado recebe quase que diariamente, uma avalanche de novos produtos ou serviços, dotados de grandes tecnologias oriundas de sistemas inovativos cada vez mais complexos. Como afirma Moreira e Queiroz, 4 [...] para diferenciar tecnologias de produtos e de processo está no fato de que os atores e as influencias envolvidas no processo de inovação tendem a ser diferentes em um ou outro caso, particularmente na adoção e na implementação. Por exemplo, a difusão de tecnologias do produto pode ser pensada como essencialmente um assunto de marketing, no qual um usuário final ou grupo de usuários podem ser definidos. As tecnologias de processo requerem modelos analíticos mais complexos focados na implementação. Tecnologias do processo tendem a incluir indivíduos, e mais grupos de stakeholders, e assim requerem uma mudança muito mais difícil no sistema. A implementação exige o envolvimento de grupos de interessados em um contexto organizacional, como no caso de tecnologias avançadas de manufaturas. (MOREIRA E QUEIROZ, 2007, p ) Segundo os autores acima mencionados, inovações tecnológicas de produtos visam aperfeiçoar um já existente, dando-lhe novas características e dando-lhe maiores e melhores recursos quanto sua utilização. Já a inovação tecnológica de processos, requer uma maior complexidade nas ações empreendidas, tornando-se mais difícil a sua implementação. Outra classificação de inovação é também descrita por Moreira e Queiroz (2007), ao afirmar que as inovações podem ser do tipo radical e incremental. Estes autores definem inovações radicais como: [...] aquelas que produzem modificações fundamentais nas atividades de uma organização e representam um claro abandono das práticas usuais. Trata-se de introduzir algo novo na organização que requer o desenvolvimento de rotinas completamente novas, usualmente com modificações nos sistemas de crenças e valores normativos dos membros da organização. (MOREIRA E QUEIROZ, 2007, p ) Para esses autores a inovação radical é a transformação do que normalmente é usualmente conhecido. È algo novo, faz parte de universo de informações e contextos a serem explorados. Os mesmo autores definem inovações incrementais como sendo: [...] pequenas diferenças em relação às praticas rotineiras. Trata-se, então, do processo de introduzir algo que pode ser implementado apenas com adaptações menores das rotinas organizacionais existentes e que se ajusta a normas e valores dos membros da organização. (MOREIRA E QUEIROZ, 2007 p.12) No contexto apresentados pelos autores, inovação incremental nada mais é do que o aperfeiçoamento de algo já existente com a finalidade de facilitar e melhorar os processos. Para as empresas, a necessidade de inovar deve se produzir em uma constante. Quando uma empresa para de inovar seja em seus produtos, serviços ou processos ela pode ser superada pela concorrência. Isto pode ocorrer, por exemplo, quando o mercado onde a organização esteja inserida não seja tão dinâmico e a sobrevivência dos produtos seja maior. A globalização tem proporcionado às organizações uma verdadeira maratona em busca pelo 5 novo e atual. Por sua vez as organizações têm investidos fortemente em pesquisas e focado mais nos aspectos tecnológicos. As inovações tecnológicas têm se tornado uma freqüente para as organizações, pelo fato de provocar um grande diferencial de competitividade às que não investem nesta área. A compreensão de inovação tecnológica está na seguinte definição: Inovação tecnológica é definida pela introdução no mercado de um produto (bem ou serviço) tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado ou pela introdução na empresa de um processo produtivo tecnologicamente aprimorado ou novo. A inovação tecnológica pode resultar de novos desenvolvimentos tecnológicos, de novas combinações de tecnologias existentes ou da utilização de outros conhecimentos adquiridos pela empresa, (REZENDE E TAFNER, 2005, p. 45 apud MOREIRA E QUEIROZ, 2007 p. 15) Como se observa nesta definição, a inovação tecnológica segue os critérios estabelecidos pelos tipos de inovação, ou seja, inovação de processos e inovação de produto. Como afirma Moreira e Queiroz (2007): A inovação tecnológica de produto compreende produtos tecnologicamente novos, bem como substanciais melhorias tecnológicas em produtos existentes; é considerada implantada se tiver sido introduzida no mercado. Já a inovação tecnológica de processo consiste na adoção de métodos de produção novos ou significativamente melhorados, incluindo métodos de entrega dos produtos. Pode envolver mudanças no equipamento ou na organização da produção e derivar do uso de novo conhecimento. Os novos métodos visam produzir ou entregar produtos tecnologicamente novos ou aprimorados, que não possam ser produzidos ou entregues com métodos convencionais de produção, ou aumentar a produção ou eficiência na entrega de produtos existentes. (MOREIRA E QUEIROZ, 2007 p17) A abordagem acima descrita nos leva a conhecer a importância de também inovar os processos logísticos para que as organizações, que são voltadas a esse tipo de negócios se sobressaiam aos concorrentes existentes. 2.2 A Importância da Logística na Competitividade Empresarial Para abordar este tema, será focado neste trabalho, o gerenciamento da cadeia de distribuição, por ser necessário ao desenvolvimento do que se busca com esse estudo e demonstrar como é importante uma estratégia de entrega eficiente dentro do processo de distribuição física com o foco no comercio eletrônico. Novaes (2004) apresenta o conceito de logística promovido pela Council of Logistics Management norte- americano com a seguinte definição: 6 Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor. (NOVAES, 2004, p) Ou: Gestão estratégica da obtenção, movimentação e armazenagem dos estoques de materiais, peças e produtos acabados e os respectivos fluxos de informações ao longo da organização e de seus canais de marketing de tal modo que a lucratividade atual e futura sejam maximizadas por meio da realização de pedidos de compras de maneira eficaz em termos de custos. (CHRISTOPHER, 1998 apud HARRINSON E HOEK, 2003, p) Apesar das definições acima serem de autores diferentes, o entendimento que se tem é de que ambas estão ligadas a gestão e processos de como fazer algo organizado e que possa proporcionar benefícios a quem aplicar a logística de forma correta nas organizações. Portanto, é importante que toda a organização desenvolva produtos e serviços de boa qualidade mantendo continuamente um sistema de inovação e de melhoramento do sistema como um todo, de modo a satisfazer as necessidades e interesses dos clientes. É preciso deixar claro que a logística abrange toda uma cadeia de interesses, segundo o propósito de cada empresa, o que induz a necessidade de um bom gerenciamento. Mas, para que isso ocorra é preciso que haja uma integração entre fornecedores e clientes, entre o produto desenvolvido e a satisfação do cliente para que obtenha êxito. Todo esse processo recebe a denominação de cadeia de suprimento. Segundo Novaes (2004) a cadeia de suprimento é “o longo caminho que se estende desde as fontes de matéria-prima, passando pelas fábricas dos componentes, pela manufatura do produto, pelos distribuidores, e chegando finalmente ao consumidor através do varejista”. (NOVAES, 2004, p) De acordo com o autor acima mencionado sobre a forma de como é constituída a cadeia de suprimentos, tal abordagem remete a uma analise de que á necessidade de um gerenciamento eficaz ao longo dessa cadeia é necessário para que sejam atingidos os objetivos das organizações. Nesse sentido, Harrison e Hoek (2003), citam a importância do gerenciamento ao longo da cadeia sendo: A tarefa logística de gerenciamento do fluxo de materiais e do fluxo de informações é parte importante da tarefa mais geral de gestão da cadeia de suprimento. Tal gestão está relacionada à administração de todo o processo de suprimento de matérias-primas, fabricação, embalagem e distribuição para o consumidor final. (HARRINSON E HOEK, 2003, p) 7 O gerenciamento ao longo da cadeia saindo bem feito, a logística passa a ser a principal fonte de resposta para o tramite de materiais dentro de uma empresa, desde a chegada da matéria prima até a entrega do produto acabado ao cliente. De acordo com Ballou (1993), as atividades que são de importância primária para o alcance dos objetivos logísticos de custo e nível de serviços da empresa são: transporte, manutenção, processamento de pedidos. Essas atividades são consideradas primárias porque ou elas contribuem com a maior parcela do custo total da logística ou elas são essenciais para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística. A importância primária para o atingimento dos objetivos logístico que possuem o transporte, aqui no Brasil, é de suma importância para o desenvolvimento do país apesar dos inúmeros problemas existentes: péssimas rodovias; as condições dos portos brasileiros não são as melhores; o transporte aéreo é muito caro dentre outras dificuldades encontradas pelos operadores logísticos. Nesse sentido, Ballou afirma que “o transporte representa o elemento mais importante do custo logístico na maior parte das firmas. Costuma absorver dois terços do gasto logístico entre 9 e 10% do produto nacional bruto para economia americana como um todo”. (BALLOU, 1993, p) O autor afirma que devido à grande significância que tem os custos com transporte para as organizações, ele deve ser considerado como essencial, pois boa parte dos recursos é absorvida por esta parte significativa do processo operacional dificultando com isso que uma organização obtenha uma maior lucratividade. . Portanto, para que uma organização possa conseguir melhores resultados quanto a um maior lucro dentro de um processo logístico focando economia no processo de entrega de produtos, tem que traçar e definir estratégias competitivas, capaz de elevar a empresa a uma posição desejável junto ao mercado ao qual está inserida. Para isso, Ballou, argumenta que “a seleção de uma boa estratégia logística exige muitos dos mesmos processos criativos que o desenvolvimento de uma boa estratégia corporativa. Abordagens inovadoras para a estratégia logística podem oferecer uma vantagem competitiva”. (BALLOU, 2001 p.39) Uma estratégia se constitui em um planejamento em longo prazo ao longo da cadeia de suprimentos com a finalidade de obter resultados que possam vir a favorecer a organização e solucionar problemas comumente observados no dia-a-dia. Assim, o conceito de estratégia é: O conjunto de princípios orientadores, de forças impulsionadoras e de atitudes arraigadas que ajudam a comunicar metas, planos e políticas a todos os funcionários e que são reforçadas por meio do comportamento consciente e inconsciente em todos os níveis da cadeia de suprimento. (HAYES e WHEELWRIGHT, 1984 apud HARRISON e HOEK, 2003, p) De acordo os autores acima, uma estratégia quando formulada com o foco nas necessidades organizacionais, a obtenção de êxito poderá se traduzir na permanência ou não no cenário 8 econômico futuro e, se a estratégia a ser empregada estiver focada em idéias inovadoras a garantia das metas a serem atingidas serão maiores. Na visão de Porter, As empresas atingem a vantagem competitiva através das iniciativas de inovação. Elas abordam a inovação no seu sentido mais amplo, abrangendo novas tecnologias e novas maneiras de fazer as coisas. A inovação se manifesta no novo desenho do produto, no novo processo de produção, na nova abordagem de marketing ou nos novos métodos de treinamento. (PORTER, 1999, p.174 e 175) 2.3 A Relação entre Logística e Comércio Eletrônico Comércio tradicional é caracterizado pela troca de produtos e de serviços por dinheiro. Exceto o escambo, em que se troca um tipo de produto por outro, o pagamento nas transações comerciais é feito com papel-moeda, cheque, ordens bancárias de pagamento, cartões de crédito, ou outra forma qualquer de representação do numerário. Todos os sistemas de troca são fundamentalmente baseados num entendimento compartilhado de direitos de propriedade. Os direitos de propriedade, desenvolvidos durante décadas ou mesmo séculos, definem as bases da propriedade e da troca. Eles provêem uma forma consistente de definir quem é proprietário do que e como as posses podem ser transferidas de um proprietário para outro. Os direitos de propriedade reduzem os custos de troca por definir a propriedade e prover um significado para punir os ladrões; assim eles definem não somente a posse, mas também o roubo. (ALBERTIN, 2004, p.54-55) O comércio eletrônico (e-commerce) teve inicio nos anos 70, porém com limitações às grandes corporações. O Comércio Eletrônico ganhou força nos anos 90 quando a comercialização da internet tornou-se mais forte e também com o surgimento da Web naquela mesma década. Daquele período para cá muita coisa aconteceu à medida que alguns empreendedores se aventuraram a vender produtos pela Internet. Houve uma avalanche de negócio através dessa nova modalidade de negócio: alguns empreendedores só vendiam seus produtos através do comércio eletrônico, outras lojas tradicionalmente conhecidas também passaram a utilizar esse novo modo de transação comercial. Muitas lojas que se lançaram nesse tipo de negócio naquela época, hoje muitas delas já não existem mais, outras foram adquiridas por lojas maiores dando ênfase ao mundo competitivo que o marketing proporciona. [...] desde quando a Internet explodiu para o domínio público, ela tem mantido viva a promessa de uma revolução comercial. A promessa é de um novo e radical mundo dos negócios – uma arena livre de conflitos em que milhões de compradores e vendedores completam suas transações de forma barata, instantânea e anonimamente. Livres 9 das camadas de intermediários, as empresas poderão vender seus produtos diretamente a seus clientes; poderão customizar produtos, interagir com as empresas que os fornece, e realizar negócios a partir do conforto de suas próprias casas. Por ligar empresas e clientes, a Internet então promete mercados amplos, aumento de eficiência e menores custos. Essas são promessas radicais, e, em sua confiança, milhares de empresas já têm realizado esforço maciço no ambiente digital. (SPAR, BUSSGANG, 1996 apud ALBERTIN 2004 p.53-54). No início desse novo tipo de negócio não havia nenhuma previsão de qual seria a aceitação do cliente. Não havia nenhuma estimativa por parte das lojas de comércio eletrônico quanto ao volume de vendas e até que ponto os consumidores demandariam por produtos em ocasiões de tradicional aquecimento de vendas, como no Natal, por exemplo. A logística era apontada como a principal dificuldade enfrentada pelas empresas de comércio eletrônico. [...] argumentam que a Internet está revolucionando o comércio. Ela estabelece a primeira forma possível e segura para ligar espontaneamente pessoas e computadores por fronteiras organizacionais. Isto está fazendo com que apareça um grande número de empresas inovadoras – companhias virtuais, mercados e comunidades comerciais. (TENENBAUM, CHOWDHRY E HUGHES, 1997 apud ALBERTIN, 2004 p. 53) Com isso, percebe-se que a evolução do comércio eletrônico se deu através do surgimento e consequentemente da utilização de novos meios de comunicação eletrônica tipo: fax, Internet, televisão interativa ou telefonia móvel. O surgimento desses meios de comunicação proporcionou um melhor dinamismo no que se refere às transações comerciais: compras e vendas; de informações; produtos e serviços, visando à integração de todo o processo logístico, englobando desde a fonte de produção até o consumidor final. O processo de automatização dos negócios feitos nessa área proporcionou às empresas maiores agilidades nos processos tais como: redução dos processos manuais, aceleração no atendimento e, ou recebimento de pedidos dos produtos e serviços. Os mercados eletrônicos podem então ser definidos como lugares de mercado colocados em ação por meio da telemática. Eles apóiam todas as faces de transações. A teoria neoclàssica de mercado supõe que todas as informações estão abertas para todos os participantes do mercado, e que os custos de transação são negligenciáveis. Os mercados eletrônicos contribuem para a realização de um mercado econômico ideal como um lugar abstrato para trocas com informações completas, em que os custos de transação não são considerados. (ALBERTIN, 2004, p.113) O Comércio Eletrônico (e-commerce) proporciona às empresas que se inserem nessa modalidade de negócio, novas estratégias e oportunidades, e, consequentemente, aos clientes dispõe de facilidades de compra onde é possível visitar virtualmente, através da Internet, inúmeros estabelecimentos comerciais, cotando preços, escolhendo o melhor produto, as melhores marcas, sem depreender nenhum esforço físico e mental. 10 O Comércio Eletrônico proporciona a qualquer empresa que adere a esse ramo de atividade algumas vantagens competitivas bastante significativas para as empresas obterem maiores êxitos no seu ramo de negócio, por exemplo: a inserção da empresa no mercado de forma mais rápida; torna as relações de negócio mais ágeis, a grande quantidade de informações que as empresas possuem e que demandariam uma quantidade maior de tempo para serem passadas aos clientes no modo tradicional, com o comércio eletrônico é reduzido; a burocracia é reduzida significativamente; a análise mercadológica fica muito mais facilitada. Assim sendo, As forças de mercado determinam o projeto, o preço, a quantidade e o cronograma de entrega desejado, para dado produto que servirá como entrada em outro processo: o comprador de um produto ou serviço compara as muitas possíveis fontes e faz sua escolha baseado na melhor combinação desses atributos. (MALONE, YATES E BENJAMIN ,1987 apud ALBERTIN, 2004, p ) Baseado nas informações dos autores acima citados, o comércio eletrônico é uma interessante forma de fazer negócio porque ele aproxima, de forma significativa, a empresa do cliente beneficiando ambos quanto às facilidades emanadas desse tipo de negócio. 2.4 Tipos de Comércio Eletrônico Para um maior entendimento, existem algumas modalidades de comércio eletrônico que devem ser apresentados para que se obtenha um maior entendimento do assunto. O primeiro tipo a ser apresentado é o EDI (Eletronic Data Interchange), seguido do B2B (Business-tobusiness, que significa o comércio feito de empresa para empresa), após será definido o B2C (Business-to-Cosumer, que significa o comércio feito de empresa para cliente), por fim será abordado outro tipo de comércio eletrônico existente o m-Commerce (Comércio Eletrônico Móvel, que é um tipo de comércio feito através de aparelhos tecnológicos. Um dos aparelhos tecnológicos mais utilizados nesse tipo de comércio são os telefones celulares). De acordo Novaes (2004) ele afirma que a mais de vinte anos o Comércio Eletrônico vem sendo realizado por meio de EDI. Ele define EDI como “a transferência eletrônica e automática de dados entre os computadores das empresas participantes, dados esses estruturados dentro de padrões previamente acertados entre as partes”. (NOVAES, 2004, p) O EDI possui empresarialmente características peculiares de transações comerciais as quais fazem a aceitação dessa modalidade de negócio ser a mais recomendada entre as empresas. O EDI se tornou especialmente popular nas transações entre grandes empresas, que o utilizam para agilizar suas operações e implementar processos administrativos e operacionais na Cadeia de Suprimento É considerado um sistema caro, por esse motivo a sua utilização se restringe às grandes empresas. (BAMFORD, 1997 apud NOVAES 2004, p) 11 Outro dois tipos de comércio eletrônico bem utilizado, principalmente por causa da Internet é o B2B e o B2C. O Comércio Eletrônico B2B é definido como “uma espécie de transação eletrônica, onde as empresas fornecedoras desenvolvem sites na internet, através dos quais as empresas clientes podem obter e trocar informações com os fornecedores, como também adquirir os produtos” (NOVAES, 2004, p). Para o Comércio B2C, Novaes (2004,), define este tipo de comércio da seguinte forma: O comércio B2C é feito através do acontecimento de transações comerciais de uma pessoa física que, a partir de um computador pessoal, realiza suas buscas e adquire um produto ou serviço através da Internet, ou seja, esse tipo de relação é quando o vendedor é uma empresa e o comprador é a pessoa física. (NOVAES, 2004, p) As características desse tipo de comércio são as constantes mudanças promovidas pelas demandas fazendo com que os preços variem muito de sites para sites, a depender muito dos níveis de procura. As razões dessas mudanças são: as exigências por preço e qualidade do produto, ainda também, os fatores logísticos O outro tipo de comércio eletrônico utilizado é o Comércio Eletrônico Móvel (m-Commerce) e “este tipo de comércio compreende qualquer transação envolvendo um valor monetário e conduzido através de uma rede de telecomunicação móvel” (DURLACHER, 2000 apud NOVAES, 2004 p. 90-91). Segundo Novaes (2004), este tipo de comércio é “um tipo de comércio virtual que é também conhecido como Comércio Eletrônico sem fio (Wireless Eletronics Commerce), onde normalmente são utilizados aparelhos celulares para fechamentos de compras e vendas” (NOVAES, 2004, p) Este tipo de transação comercial se traduz em um tipo de comunicação muito eficiente onde as informações são levadas ao receptor das mensagens em tempo real, facilitando o desfecho das inúmeras transações comerciais que o envolvem. Como foi citado anteriormente, o comércio eletrônico proporciona às empresas que optam por essa modalidade de negócio, aumentar sua participação no mercado, mas ao mesmo tempo exige que os sistemas logísticos sejam adaptados para atender às características demandadas deste mercado. Para o comércio B2C, essas características incluem: um grande número de pequenos pedidos, prazos curtos de entrega, abrangência de uma maior área de atuação frente a outros mercados, etc. Existe uma grande dificuldade em atender a tais demandas. A criação de sistemas logísticos próprios, voltado ao atendimento do que é vendido pelo comércio eletrônico, torna-se inviável às empresas virtuais, sendo necessária a contratação de operadores logísticos Portanto, as empresas procuram os serviços logísticos de empresas já segmentadas no mercado as quais fazem a distribuição física das empresas contratantes. Com o foco nas características apresentadas, a ECT estrategicamente se inseriu nesse novo mercado, inovando tecnologicamente, melhorando suas atividades operacionais e funcional a fim de conquistar por definitivo a entrega dos produtos vendidos na Internet, como será evidenciado no estudo de caso detalhado a seguir. 12 À fórmula encontrada pela ECT para prestar os serviços logísticos está na venda direta de seus produtos tipo: SEDEX (Serviço de Encomenda Expressa); e-Sedex (Tipo de Sedex apropriado ao E-COMMERCE); AR’s (Avisos de Recebimentos), dentre outros vários tipos de produtos que por sua vez está atrelado ao serviço e credibilidade existente na logomarca dos Correios no Brasil. 3. REFERENCIAL METODOLÓGICO Por ser um trabalho eminentemente de levantamento bibliográfico, o mesmo é majoritariamente constituído por uma pesquisa bibliográfica sobre a temática, subsidiariamente por meio de uma pesquisa exploratória, através de entrevistas, conforme descrição a seguir. Assim, para a execução desse trabalho utilizou-se de pesquisas bibliográfica, descritiva e qualitativa, de forma que a sinergia das informações possibilitou a completa análise da temática em questão. Com isso, a pesquisa bibliográfica foi pautada, na seleção de livros de autores renomados e de edição própria da Universidade Corporativa dos Correios (UCC), acerca de logística, inovação, a relação entre logística e inovação, bem como a relevância de tais aspectos com o comércio eletrônico, tendo com ênfase salientar a importância da inovação como mecanismo de competitividade das empresas. E, a pesquisa qualitativa, por sua vez, foi realizada, por meio de entrevistas. Por representarem métodos mais apropriados para a obtenção das informações necessárias para atender aos objetivos geral e específicos do presente trabalho. Dessa forma, utilizou-se o método descritivo composto por entrevistas informais presenciais, entre os meses de maio e junho de 2012. Tendo como método de coleta de dados o inquérito, com os empregados da ECT que trabalham nos setores envolvidos diretamente com a temática do presente trabalho, lotados na unidade do Centro de Distribuição Domiciliar da Barra – Salvador-Bahia (CDD BARRA), através de um roteiro semiestruturado e não disfarçado. Assim, define-se a população como os empregados lotados neste CDD e optando-se pela amostra não-probabilística por conveniência. 4 ANÁLISE DOS DADOS De acordo com a visão de Druker (2002) a inovação proporciona um aumento de produtividade nas empresas, para isso à empresa como um todo deve ser orientada para a inovação. Nesse sentido Zaltman, Duncan E Holbek, (1973) apud Moreira, Queiroz, (2007), afirmam que a inovação é um processo criativo que leva ao surgimento de uma configuração ainda desconhecida pelos seus autores. Com base nessas concepções, nota-se que a ECT ao longo do tempo vem implementando uma política de gestão voltada à inovação, a qual alguns colaboradores contribuem de forma ativa e sistemática, o que lhes tem proporcionado ganhos de escala e consequentemente aumento de produtividade, porém essa participação precisa ser ampliada, de forma quantitativa e principalmente qualitativamente. Na prática, as inovações observadas na ECT são mais voltadas para o serviço e para o processo, devido à própria peculiaridade do seu ramo de atividade, que com o advento de novas tecnologias viu-se forçada a buscar, aprimorar e criar novos serviços que atendessem as novas demandas do mercado o que a levou também a inovações em seus processos. Pois, segundo Moreira e Queiroz (2007) a inovação pode ser em processos, serviços ou produtos, sendo a em processo a que requer um aparato mais complexo de desenvolvimento e 13 implementação, conforme observado constantemente na ECT, quanto à busca pelo aprimoramento de seus processos ligados direta ou indiretamente as suas atividades-fim. Por exemplo, os processos internos voltados para agilizar os serviços de telegramas e encomendas nacionais e internacionais, aqui vale ressaltar o caso do sedex hoje, por exemplo, o qual consiste na entrega no mesmo dia de encomendas que postada para o mesmo ou até mesmo para outros estados a depender da distância e da hora da postagem. Devido a isso, nota-se que essas inovações são aglutinadas de forma incremental na ECT, ou seja, através de pequenas modificações que visem aprimorar os produtos ou os serviços, conforme depreende-se da visão de Moreira e Queiroz, (2007), e em casos específicos de forma radical, em outras palavras, através de modificações profundas nas atividades desempenhadas e o consequente abandono das velhas práticas, ainda de acordo com Moreira, Queiroz, (2007). Em referência, a esse último pode-se citar a mudança de um sistema de gerenciamento de informações mais rudimentar para um novo mais complexo e que atende mais satisfatoriamente as demandas a ele solicitadas, apesar de ainda apresentar alguns problemas requerendo um aperfeiçoamento em sua plataforma digital, seja através de inovações incrementais ou até mesmo de um novo sistema revolucionário em sua composição digital. Mesclando as definições acima, percebe-se que a ECT atende a concepção de inovação tecnológica proposta por Rezende e Tafner (2005), apud Moreira e Queiroz, (2007), pois ao implementar inovações em produtos e em serviços, sejam radicais ou incrementais, ela está introduzindo no mercado produtos ou serviços novos ou aprimorados obtidos a partir do desenvolvimento de tecnologias próprias ou adquiridas pela empresa, ou até mesmo aprimorando procedimentos internos que indiretamente melhorem o desempenho junto aos seus clientes, conforme salientado acima. Imersa nessas concepções e tendo como objeto de análise do presente artigo científico a inovação na logística como mecanismo de competitividade empresarial, percebe-se a partir dos conceitos de logística apresentados por Novaes (2004) e Christopher (1998) apud Harrinson e Hoek, (2003) que a logística é um planejamento que busca de forma racional, objetiva e produtiva mediar o processo de recepção, armazenagem e entrega de produtos ao seus clientes, o que requer inovações que visem torná-lo sempre competitivos, a exemplo do sedex 10 dos correios. Esse serviço representa uma inovação incremental da ECT em relação ao seu produto denominado de sedex, pois o mesmo efetua a entrega das mercadorias até às 10 horas do dia seguinte a sua postagem, isso requereu da empresa ajustes operacionais, obrigando-a aprimorar-se e aumentar a sua produtividade e eficácia em suas entregas. Diante das novas demandas do mercado e do avanço tecnológico, a ECT passou, assim a desenvolver e oferecer produtos e serviços de acordo com a realidade do mercado e as necessidades de sua clientela, conforme já mencionado, sendo que um aspecto, em especial, merece atenção que seja o advento do comércio eletrônico. Conforme, Spar, Bussgang (1996) apud Albertin (2004) com a revolução da internet, o comércio eletrônico passou a ser uma nova forma de manter relações comerciais, ligando as empresas e o cliente pela web, exigindo das empresas uma logística voltada a atendê-los com a mesma eficiência e agilidade presentes numa loja física ou até mesmo superior. De acordo com Novaes (2004) existem alguns tipos de comércio eletrônico, especificamente sobre a 14 ECT, atribui-se os tipos de B2B e B2C. O primeiro, na medida em que uma empresa contrata os serviços dos correios para entregar seus produtos para o seu cliente final, por exemplo, um cliente acessa o site de uma loja virtual adquire alguns produtos e solicita que o mesmo seja entregue via sedex; e o segundo, quando um cliente pessoa física acessa o site da ECT e solicita os serviços ofertados a esse tipo de público. Isso requer um constante aprimoramento nos seus processos logísticos e operacionais levando a inovações normalmente incrementais e algumas radicais. Nota-se que na ECT a logística é o principal elemento norteador da atividade empresarial, na qual é imperioso a efetiva implementação de inovações tecnológicas tanto as radicais (implementação de um novo sistema de informações gerenciais) como as incrementais (pequenas atitudes que facilitam o desenvolvimento e a produtividade das atribuições de cada colaborador). Portanto, retomando ao problema proposto neste trabalho, o qual é representado pela seguinte indagação: Será que a inovação promovida pelos correios traz vantagem competitiva para seus negócios? Percebe-se que diante das demandas atuais do mercado, do avanço tecnológico e do elevado nível de concorrência, apesar de ser considerado um setor monopolizado, a ECT para acompanhar os ditames mercadológicos, inovou tecnologicamente, se destacando no mercado, principalmente na exploração do seu potencial logístico, ou seja, a hipótese levantada é confirmada e evidenciada pelo surgimento de serviços inovadores, tais como o sedex, o sedex 10, o rastreamento por código dos produtos, e também em processos, o que por sua vez, garante a agilidade e pontualidade nas entregas das encomendas. Constata-se assim que na ECT a inovação possui um papel muito importante na competitividade, diante de um cenário atual que prima pela rapidez, agilidade e preços competitivos, tendo então a logística como o centro das atenções em sua política de inovação, haja vista que, conciliar logística e o comércio eletrônico representa uma tarefa árdua, e que requer um aparato criativo e inovador que, de um lado atenda as necessidades e sazonalidade da demanda e de outro traga retorno financeiro e capacidade de expandir e consolidar ainda mais as suas atividades empresarias. Nesse sentido observar-se no desenvolvimento desse artigo, através da metodologia aqui aplicada, que a busca pelo aprimoramento das atividades operacionais na logística dos correios é uma constante, seja através de inovações tecnológicas e também do continuo treinamento oferecidos aos seus colaboradores, bem como através de opiniões dos próprios colaboradores sobre como melhorar o desempenho das suas atividades. Com isso, a experiência mostra-se importante por evidenciar a relevância da logística e perceber que apesar da busca pela melhoria contínua, ainda persistem alguns entraves que dificultam e atrapalham a eficácia de suas atividades operacionais, reforçando o conceito de que a inovação é um processo contínuo de aprimoramento e que requer a participação e envolvimento ativo de toda a empresa. 5. CONCLUSÕES Após o confronto entre o referencial teórico e a análise de dados, percebe-se que a ECT busca inovar-se tecnologicamente, se destacando no mercado, principalmente na exploração do seu potencial logístico proporcionando uma estrutura interna logística eficiente. Apesar desse 15 contínuo processo que envolve treinamento, e das opiniões proferidas pelos colaboradores, é necessário, ao lado dessa atitude que visa melhorar a logística, a realização de uma sensível melhoria nos mecanismos operacionais secundários que viabilizem a efetiva atuação do processo logístico. Além, disso como mencionado no capítulo anterior, é imperioso uma melhoria quantitativa e qualitativa na participação dos colaboradores no processo contínuo de inovação. A realidade atual das organizações é que elas estão inseridas em um cenário mercadológico, onde, a cada momento, a demanda por novos produtos e serviços se torna uma constante, fazendo com que o ciclo de vida dos produtos e serviços seja cada vez mais encurtado. Alguns especialistas em administração como Adam Smith e Taylor, quase que previram com seus estudos sobre a mão-invisível de mercado e dos tempos e movimentos, qual seria a trajetória que as organizações deveriam percorrer no futuro. A inovação tornou-se um grande diferencial de competitividade para as organizações, pois possui inúmeras formas de apresentação: radical, incremental, processual etc. Tais formas de apresentação podem ser facilmente exemplificadas como o uso do trem movido a vapor. Este meio de transporte era o mais utilizado por passageiros, quando se tratava de grandes distâncias a serem percorridas, sempre marcado por longos períodos de tempo. Daqueles remotos tempos para os dias de hoje, com a evolução promovida pela inovação incremental, surgiu o trem bala capaz de percorrer distâncias muito maiores em um espaço de tempo bastante inferior ao seu antecessor. Portanto, como abordado no inicio desse trabalho, as empresas que tem uma visão voltada ao futuro, estão concentrando suas diretrizes de estratégias empresariais em programas de inovação tecnológica com a finalidade de obter sustentabilidade e continuidade de sua permanência no mercado futuro, senão corre o sério risco de serem sucumbidas, ou seja, deixaram efetivamente de existir, fato muito comum entre as micros e pequenas empresas no Brasil. Ultimamente, devido à crise econômica que perdura no cenário econômico mundial atual, grandes organizações estão abrindo falência ou estão sendo obrigadas a fundirem-se para não “sumir do mapa”. Contudo, de um modo geral, essa experiência científica denota o quão importante é o papel da logística numa das maiores empresas brasileiras. Com isso, percebese que diante das demandas atuais do mercado, do avanço tecnológico e do elevado nível de concorrência, apesar de ser considerado um setor monopolizado, a ECT acompanha os ditames mercadológicos, inovando tecnologicamente e explorando seu potencial logístico. Por fim, destaca-se que esta pesquisa aqui apresentada não esgota o tema, ficando como sugestão para trabalhos futuros dessa mesma natureza ou até mesmo de maior nível de profundidade de análise, a exemplo de um estudo voltado para aspectos mais quantitativos sobre os reais impactos das inovações provocadas na ECT, tanto no quesito de aumento de produtividade, diminuição de procedimentos desnecessários, quanto em retornos financeiros para a mesma. REFERÊNCIAS ALBERTIN, Alberto Luiz. Comércio Eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de sua aplicação. Colaboração de Rosa Maria de Moura. São Paulo. 5 ed. Atlas, 2004. 16 BALLOU, Ronald H.. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: planejamento, organização e Logística empresarial. Tradução de Elias Pereira. Porto Alegre.4 ed. Bookman, 2001. BALLOU, Ronald H.. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física, São Paulo: Editora Atlas, 1993. BALLOU, Ronald H.. 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