Lesados do Banif manifestam-se em Ponta Delgada mas impedidos

Propaganda
Correio dos Açores, 25 de Junho de 2016
Lesados do Banif manifestam-se
em Ponta Delgada mas impedidos
pela PSP de entrar no agora Santander
Gritando palavras de ordem e empunhando cartazes os lesados
do ex-Banif reclamam o seu dinheiro que só nos Açores é de
cerca de 100 milhões de euros. PSP impediu os manifestantes
de entrarem nas instalações que são agora do Santander Totta
Lesados do Banif concentraram-se frente às instalações do Banco de Portugal, tendo também se manifestado junto da sede do ex-Banif
“Fomos enganados: Queremos as nossas
poupanças”; “De que serve poupar, mais vale
roubar”, “No roubar é que está o ganho”,
“Banco de Portugal + Santader = ladrões”.
Estas eram algumas frases escritas nos cartazes que um grupo de lesados do Banif
empunhava ontem, à hora do almoço, numa
manifestação que começou em frente às instalações do Banco de Portugal, em Ponta Delgada. A PSP estava à porta, atenta a qualquer
movimentação, mas isso não foi inibidor porque os lesados (homens e mulheres) gritaram
palavras de ordem e empunharam os cartazes
que revelavam o que pensam sobre a perda do
seu dinheiro. O mais novo lesado do banco,
segundo apuramos, tem 6 meses e estava na
manifestação com a mãe.
Depois de se organizarem, empunhando
uma faixa de “Lesados do Banif - Santander”,
os manifestantes saíram da Matriz e percorreram a Rua dos Mercadores rumo ao edifício
sede do ex-Banif, agora Santander Totta, na
Rua Rua Doutor José Bruno Tavares Carreiro, mas a PSP impediu que eles entrassem no
edifício, onde queriam preencher o desagrado no livro de reclamações. Voltaram à Rua
dos Mercadores e colocaram-se em frente à
delegação da instituição bancária da Matriz,
onde manifestaram-se com gritos de palavras
de ordem, mas também aí foram impedidos
de entrar pela PSP. Voltaram novamente ao
Banco de Portugal, sempre a reclamar o pagamento do seu dinheiro, defendendo que foram
enganados pela instituição bancária (Banif).
Carlos Presunça, da Delegação dos Açores da Associação dos Lesados do Banif (Alboa), entidade organizadora da manifestação,
referiu aos jornalistas que esperava que o
Santander tivesse apresentado uma proposta nas últimas semanas, mas referiu que tal
não chegou a acontecer, grantindo que com o
protesto, o que os clientes do banco queriam
era “entrar apenas para fazer uma reclamação
no livro de reclamações do banco”, que no
caso do edifício sede estava fechado à hora
do almoço. “Ninguém estava aqui para fazer
mal a ninguém”, sublinhou, para acrescentar
o objectivo primordial dos manifestantes era
tão só e apenas saber das razões pelas quais a
Associação ainda não foi recebida pelo Santander Totta, e porquê os lesados não terem
direito a receber os juros dos produtos subscritos no antigo Banif.
Considerando que o protesto, que decorreu de forma pacífica, visou mostrar “a indignação das pessoas que, de um momento para
o outro, ficaram sem os seus haveres”, Carlos
Presunça declarou que houve “três tentativas
de contacto com o Santander Totta para fazer
um acordo de conversações”, mas sem sucesso. “O que nos resta, e contrariamente àquilo que
a instituição bancária no tinham pedido, é andar
com acções de luta deste género”, disse.
Recorde-se que têm havido várias reuniões
em que os lesados procuram soluções para o seu
problema, mas até agora não há solução à vista.
r
Download