Translocação dos Fármacos - ICB

Propaganda
FARMACOCINÉTICA
FÁRMACO
Destino dos Fármacos
DOSE ADMINISTRADA
LIBERAÇÃO
ORGANISMO
TECIDOS DE
DISTRIBUIÇÃO
Por quê?
D
A
CIRCULAÇÃO
SISTÊMICA
D
• Theophrastus von Hohenheim (1493-1541):
M
E
METABOLISMO
E EXCREÇÃO
SÍTIO DE AÇÃO
“O que não é veneno?”
EFEITOS
• Cp  EFEITO(S): Janela terapêutica
desejados
adversos
Análise quantitativa do curso temporal da:
• Quanto deve ser administrado (dose)?
• com que freqüência?
• por quanto tempo?
Absorção
Metabolismo
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Distribuição
Excreção
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Translocação dos Fármacos
Convecção e transporte:
●
Difusão: Lei de Fick
P.[X]
F=
l
Translocação dos Fármacos
• gradiente
• difusibilidade
• distância
●
Transportadores
... por unidade de área !
●
Endocitose
[ ]1
l
[ ]2
Convecção e transporte:
●
Difusão: Lei de Fick
●
Transportadores
●
Endocitose
F (mol/min)
Estrutura
 [X] (mol/L)
P.[X]
F=
l
... por unidade de área !
Área relativa
m2
cilindro simples
1
0,33
pregas de Kerckring
3
1
vilosidades
30
10
microvilosidades
600
200
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Translocação dos Fármacos
Convecção e transporte:
Difusão: Lei de Fick
●
Transportadores
●
Endocitose
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Translocação dos Fármacos
Convecção e transporte:
~2000 no genoma:
• ~50 ABC (dep. de ATP)
• ~300 SLC (facilitado)
•Transportadores
Difusão
facilitada
F (mol/min)
●
• gradiente
• difusibilidade
• distância
Movimento contra um
gradiente de concentração
não
sim
Utilização de energia
não
sim
Exibe saturação
sim
sim
Exemplos
[X] (mol/L)
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Transporte
ativo
riboflavina 5-fluorouracil
vit B12
Translocação dos
dos Fármacos
Translocação
Fármacos
Transportador
Translocação dos Fármacos
Substratos
Convecção e transporte:
Aminoácidos
baclofeno, ciclosporina, L-dopa,
gabapentina, metildopa
Peptídeos
(hPEPT1, HPT1)
antibióticos -lactâmicos , IECA,
cefalexina, ciclosporina, metildopa
Nucleosídeos
(CNT1, CNT2)
zidovudina, zalcitabina, dipiridamol
Ânions orgânicos
(OATP1, OATP3, OATP8)
ceftriaxona, ácido benzóico,
metotrexato, pravastatina
Cátions orgânicos
(OCT1,OCT2)
tiamina, desipramina, quinidina,
midazolam, verapamil
• Difusão: Lei de Fick
• Transportadores
• Endocitose
Endocitose mediada
por receptor
●
Ácidos biliares
(IBAT/ISBT)
clorambucil, tiroxina
●
via clatrina
●
cavéolas
●
Pinocitose
●
Transcitose vesicular
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Difusão através da membrana
Difusão através da membrana
A: bem lipossolúvel
B: pouco lipossolúvel
0
Concentração de B
Cm
Concentração de A
Cm
Concentração de B
Concentração de A
Num sistema fechado, C
A: bem lipossolúvel
B: pouco lipossolúvel
avaliado pela partição óleo-água
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
pH e ionização
pH, ionização e absorção
SUBSTÂNCIA NÃO IONIZADA
HA <==> H+ + A[ NI ]
B + H+ <==> BH+
[I]
[ NI ]
pKa = pH + log(HA/A-)
SUBSTÂNCIA IONIZADA
pKa = pH + log(BH+/B)
ASPIRINA pKa = 4,5 (ác. fraco)
100 mg v.o.
Estômago
pH = 2
99,9 = [ NI ]
ESTRICNINA pKa = 9,5 (base fraca)
100 mg v.o.
99,9 = [ I ]
0,1 = [ I ]
ÁCIDOS / BASES
FRACOS
[I]
Sangue
pH = 7,4
[ NI ]
Estômago
pH = 2
Sangue
pH = 7,4
[ NI ]
0,1 = [ NI ]
ÍONS, ETC.
Aspirina começa a ser
absorvida no estômago
Estricnina não é absorvida
até entrar no duodeno
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Translocação dos Fármacos
Convecção e transporte:
●
Difusão: Lei de Fick
F=
P.[X]
l
• gradiente
• difusibilidade
• distância
... por unidade de área !
Fármaco
fenobarbital
pentobarbital
prometazina
etanol
% absorvida
% absorvida
em 1 h
em 10 min
do estômago do intestino delgado
17
24
0
38
Magnussen MP Acta Pharmacol. Toxicol. 26:130, 1968
52
55
38
64
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Absorção
• Absorção é o processo de translocação do
fármaco do seu sítio de administração até a
circulação local
• Considera-se somente a substância
inalterada – sem sofrer biotransformação
• A velocidade e a extensão da absorção
influenciam muito a magnitude e a dinâmica
dos efeitos farmacológicos
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Absorção: vias de administração
• Vias:
• Enterais:
Absorção: vias de administração
intravenosa
• Parenterais:
inalatória
subl.
• sublingual
• intravascular
• oral
• intramuscular
• retal
• subcutânea
oral
transdérmica
subcutânea
• inalatória
• transdérmica
OBS: Uso tópico
vs. “interno” ou
sistêmico
• transmucosa
intramuscular
retal
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Formas farmacêuticas: via oral
Líquidos
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Formas farmacêuticas: via oral
Sólidos
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Formas farmacêuticas: via oral
Outras formas farmacêuticas
Soluções injetáveis
Formas de liberação
Aerossóis
imediata
retardada
prolongada
Supositórios
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Outras formas farmacêuticas
Barreiras de absorção
Para absorção transdérmica ou para uso tópico
Capilares
fenestrados
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Biodisponibilidade
•
•
Efeito de 1a passagem
Propriedade ligada à extensão e à velocidade do acesso de
um fármaco à circulação sistêmica
Depende da via de administração
intravenosa
subl.
oral
A extensão é avaliada pelo fator de biodisponibilidade (F):
F (0 a 1) = A fração da dose que entra na circulação
sistêmica após a administração do fármaco
inalatória
subcutânea
Reduzem a biodisponibilidade oral:
• Baixa solubilidade
• Absorção incompleta no TGI
• Biotransformação na mucosa e/ou no fígado
intramuscular
OBS: também nos pulmões
retal
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Via oral: vantagens e desvantagens
Vias por injeção
Vantagens da via IV:
VANTAGENS:
• Geralmente segura
• Várias formas
farmacêuticas
• Auto-medicação
• Indolor
• Lavagem gástrica
DESVANTAGENS:
• Taxa de absorção
variável
• Irritação das mucosas
• Efeito de 1a. passagem
(c.f. sublingual e retal)
• Coma
• Vômitos
• Cooperação do paciente
• Estômago vazio/cheio
• Peristaltismo
• Controle da quantidade administrada
• Grandes volumes (gota-a-gota)
Vantagens da via IM:
Efeito mais rápido que a oral
Vantagens da via SC:
Absorção modulada por vasoconstrictores
Auto-administração mais fácil que IV e IM
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Vias por injeção
Desvantagens da via IV:
• Esterilização
• Impedir a absorção
• Efs. adv./colaterais + rápidos
• Administração lenta
FIM DA PRIMEIRA PARTE
Desvantagens da via IM:
Dor
Volume máximo de ~6 ml
pH entre 5 e 9
Absorção variável
Desvantagens da via SC:
Absorção mais lenta que IM, dep. do fluxo sangüíneo
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Destino dos Fármacos II
Distribuição
DOSE ADMINISTRADA
LIBERAÇÃO
M
CIRCULAÇÃO
SISTÊMICA
E
D
METABOLISMO
E EXCREÇÃO
(% da massa corpórea)
• global
• local
SÍTIO DE AÇÃO
EFEITOS
• Propriedades físico-químicas
• Fluxo sangüíneo
COMPARTIMENTOS LÍQUIDOS
desejados
• Fatores clínicos
adversos
• peso
Análise quantitativa do curso temporal da:
• idade
• hidratação
Absorção
Distribuição
Metabolismo Excreção
interstício
16%
gordura
20%
intracelular
35%
10 a 50%
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Barreiras de distribuição
SNC
Miocárdio
Fígado
(sinusóides)
Pâncreas
(fenestrados)
transcelular
2%
A
plasma 5%
TECIDOS DE
DISTRIBUIÇÃO
D
• Mesmos mecanismos da absorção:
• convecção, difusão, transporte mediado
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Conceito de Vd aparente
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
(simulação PharmaSim)
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Interações na distribuição
Distribuição para o SNC
1000 moléculas
no plasma
Sangue
90%
% ligadas
99%
(imediatamente)
moléculas livres
10
Cérebro e
vísceras
100
redistribução
eliminação
~10,5
Tecidos
magros
Gordura
Pequeno aumento na concentração livre
(farmacologicamente ativa) no sítio de ação
OBS: pode aumentar Vd aparente
Att.: escala log
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Distribuição para
Distribuição
para ooSNC
SNC
Curso temporal do tiopental no sangue e nos
tecidos após administração intravenosa
Distribuição materna-fetal
pKa POA
Quant. tecidual (µg/g)
30
Tiopental
7,6
3,3
Pentobarbital
8,1
0,005
Mãe
Feto
25
Fármaco polar
20
15
A “barreira” não
segura
fármacos
lipossolúveis !
10
5
Fármaco apolar
Fármaco apolar
0
0
5
10
15
Tempo (min)
Brain concentrations of thiopental and pentobarbital after iv administration
in the rat. Adaptado de: Principles of Drug Action - The Basis of Pharmacology, p. 264, 1990.
Metabólito polar
Metabólito polar
Distribuição materna-fetal
materna-fetal
Distribuição
Distribuição para o leite materno
Concentrações Maternas e Fetais de Tubocurarina e
Tiopental Após Administração IV Materna em Humanos
Dados de: Cohen EN Anesth. Analg. 41:122, 1962.
Tubocurarina
Fetal
Tempo Materna
3,0
0,0
5
3,2
0,0
6
1,1
0,1
9
2,1
0,1
11
Reproduzido de Clin. Pharmacol. Ther. 58:548, 1995
Tiopental
Materna
Fetal
8,5
5,5
8,0
3,5
4,8
2,5
2,0
1,2
Término da ação
ELIMINAÇÃO
Curva concentração-tempo da cimetidina no plasma ()
e no leite materno (O) após dose única numa lactante
Conceito de depuração (clearance)
• Metabolismo (Biotransformação):
• Reações anabólicas e catabólicas
• Fígado, rins, etc.
• Excreção
• Rins, fígado, pulmões, etc.
• Redistribuição
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Vide simulação PharmSim
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Biotransformação
Ex. pró-fármacos
“Ativação” do oseltamivir
•
geralmente inativa o fármaco
•
em certos casos ativa o pró-fármaco (ex.: L-DOPA,
aciclovir, AZT, oseltamivir)
•
pode gerar um metabólito ativo (ex.: diazepam, aspirina)
•
pode gerar metabólito tóxico (isoniazida)
•
freqüentemente gera metabólitos polares, ionizados
•
a taxa de eliminação pode influenciar o efeito
farmacológico
O
O
O
esterases
O
O
OH
HN
HN
NH2 . H3PO4
O
Fosfato de oseltamivir
O
NH2
Carboxilato de oseltamivir
“Ativação” da L-DOPA
(antiparkinsoniano)
NH2
alguns fármacos são eliminados inalterados (digoxina)
DOPA
descarboxilase
NH2
OH
HO
O
HO
L-DOPA
HO
HO
Dopamina
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Ex. metabólitos ativos
Fluxo no fígado
Metabolismo do diazepam
(Valium®, ansiolítico)
hepatócito
capilar
biliar
espaço
de Disse
0,20
Concentração (mg/ml)
•
(Tamiflu®, antiviral)
Diazepam
intestino
0,02
veia
porta
Desmetildiazepam
0,002
vesícula
biliar
Tempo (h)
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Reações de biotransformação
Reações de biotransformação
• Fase I :
• hidrólise
• esterases
• peptidases
• Fase I :
• oxidação, redução, metilação, etc.
• hidroxilases, desalogenases,
metiltransferases, etc.
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Reações de biotransformação
• Fase II :
• conjugações
• glicuronidação, sulfatação, etc.
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Variabilidade farmacogenética
Ex.: Genótipo CYP2C19 e eficácia clínica do lansoprazol
Grandes metabolizadores homo/heterozigotos e fracos metabolizadores
Goodman & Gilman 11 ed., rep. de Furuta et al. (2004) Pharmacogenomics 5:181
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Destino dos metabólitos hepáticos
Circulação êntero-hepática
FIM DA SEGUNDA PARTE
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Farmacocinética clínica
Farmacocinética clínica
Distribuição e eliminação do diazepam em função
da idade, pacientes de 20 a 80 anos
20
40
60
80
IDADE (anos)
Reproduzido de Klotz et al. J. Clin. Invest. 55:347, 1975
A meia-vida quadruplicou ao longo da vida adulta
... e até o 1o ano de vida?
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Interações na biotransformação
Ex. interações na biotransformação
Interação Fenobarbital-Varfarina
Metabolismo hepático:
Indução enzimática
Fenobarbital, fenitoína,
fenilbutazona, rifampicina,
etc.
Cp de
Warfarina
Tempo
de
coagulação
FB
Inibição enzimática
60
Cimetidina, cetoconazol,
carbidopa, IMAO,
dissulfiram
120
180
Dias
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Ex. interações na biotransformação
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Ex. interação com fitoterápico
Erva de S. João = Hypericum perforatum
Enzima
1A2
2B6
2C19
2C9
2D6
2E1
3A4,5,7
Substrato
Inibidor
Indutor
Acute heart transplant rejection
due to Saint John’s wort
Clozapina, haloperidol
Cimetidina
Tabaco (fumaça)
Bupropion
Tiotepa
Fenobarbital
2 casos de rejeição de transplante
de coração atribuídos à falha da
imunossupressão por ciclosporina
Citalopram
Fluoxetina
Prednisona
Fluoxetina
Paroxetina
Secobarbital
ADs, APs (maioria)
CPZ, ranitidina
Dexametasona
Ruschitzka et al., THE LANCET • 355:548, 2000
com Erva
Mecanismo
proposto:
indução de
CYP3A4
Gases anestésicos DisulfiramEtanol
Alprazolam
Suco de pomelo
Glicocorticóide
http://www.georgetown.edu/departments/pharmacology/clinlist.html
Piscitelli et al., THE LANCET • 355:547, 2000
Ex. int. com alimento na biotransformação
Suco de Pomelo (Grapefruit)
Excreção renal
120
ml/min
*Inibe eliminação de 1a passagem de
• 99% do filtrado glomerular são
reabsorvidos
• fármacos lipossolúveis são facilmente
reabsorvidos
fármacos metabolizados por certas CYP
P450s (3A4, 1A2, 2A6), incluindo:
• ácidos fracos (úrico, etc.) secretados via
transportadores relacionados à
glicoproteína P (PGP:
)
• Diidropiridinas bloqueadores de canal de Ca2+
• Ciclosporina
• Midazolam
• Estrógenos
Transporte mediado
• Cafeína
competição
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Excreção renal e pH
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Interações na excreção
Excreção de bases fracas:
Secreção tubular renal:
Inibição da secreção de
ácidos fracos
pH = 7,0
pH = 7,0
Penicilina, salicilatos, probenecida
BH+
BH+
B
B
Inibição da secreção de
bases fracas
Cimetidina
Diuréticos e lítio (Na+ vs. Li+)
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Prof. Newton G. Castro - UFRJ
Farmacocinética clínica
Vide simulação PharmSim
Download