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ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 2
DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................... 3
CAPÍTULO I – A ECONOMIA FEUDAL .................................................................................... 3
1.1
- A Força e a Ideologia a Serviço do Poder Económico................................................. 4
CAPÍTULO II – ALGUNS PAÍSES DA EUROPA ...................................................................... 5
FRANÇA.................................................................................................................................... 5
INGLATERRA .......................................................................................................................... 6
ALEMANHA ............................................................................................................................. 6
ITÁLIA ...................................................................................................................................... 7
CAPÍTULO III – A ALTA E BAIXA IDADE MÉDIA ................................................................ 8
2.1 – A Economia Agropastoril.................................................................................................. 8
2.2 - O Senhorio e o Campesinato.............................................................................................. 9
2.3 – O Desenvolvimento do Comércio ..................................................................................... 9
2.3 – O Associativismo Comercial ............................................................................................ 10
2.4 - Os Servos como Produtores Directos............................................................................... 11
2.5 – As Classes Económicas .................................................................................................... 11
2.6 - A Crise Geral do Sistema Feudal ..................................................................................... 11
2.7 - O Declínio da Economia Feudal e o Surgimento Capitalismo ........................................ 14
CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 15
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................................. 16
INTRODUÇÃO
A palavra feudalismo ou sistema feudal designa o modo de organização da
vida em sociedade que caracterizou a Europa durante grande parte da Idade Média. Ele
não foi igual em todas as regiões europeias, variando muito de acordo com a época e o
local. A palavra feudo significa propriedade. Um feudo podia ser uma área de terra, um
cargo, uma função eclesiástica ou o direito de receber alguma vantagem. Mas, quase
sempre, o feudo era uma extensão de terra, concedida a alguém como "benefício", em
troca de serviços. De qualquer modo, receber um feudo era adquirir.
O surgimento do feudalismo está associado à "decadência do Império
Romano, a conquista final de Roma e a formação dos reinos bárbaros. Essas
transformações deram origem aos traços do sistema feudal, "cujas características foram
declínio das actividades comerciais, artesanais e urbanas; a hierarquização social através
dos testamentos; a descentralização do poder político em torno dos senhores feudais.
Com o decorrer das invasões bárbaras que se iniciaram no século V, ocorreu
uma "divisão do poder político entre os grandes proprietários de terras, isto é, os
senhores feudais. Os reis continuaram existindo, mas sem poderes plenos e efectivos.
Os senhores feudais, reunindo funções administrativas, judiciárias e militares,
governavam seus feudos de maneira autónoma, mandando e desmandando em suas
regiões.
A economia foi fortemente abalada por essas mudanças no seio da
sociedade feudal. O feudo era a base económica deste período, pois quem tinha a terra
possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era
baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado
puxado por bois era muito utilizado na agricultura.
Esta é a economia que nos propomos estudar, neste trabalho, onde elegemos
o método de pesquisa bibliográfica, análise e síntese para, em três capítulos,
discorrermos sobre as origens, a organização, ascensão e declínio da economia neste
período tão particular da história da humanidade.
Pretendemos, com a abordagem, do presente tema, analisar as razões do
crescimento demográfico para a sociedade e para a economia feudal, identificar os
diversos factores que possibilitaram a evolução dessa mesma economia entre os séculos
XI e XIII; analisar as consequências do renascimento comercial e urbano.
DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO I – A ECONOMIA FEUDAL
À semelhança de outras épocas, a economia feudal, apresentava
características próprias do seu tempo. Ela possuía base agrária, ou seja, a agricultura era
a actividade responsável por gerar a riqueza social naquele momento. Ao mesmo tempo,
outras actividades se desenvolviam, em menor escala, no sentido de complementar a
primeira e suprir necessidades básicas e imediatas de parcela da sociedade. A pecuária,
a mineração, a produção artesanal e mesmo o comércio eram actividades que existiam,
de forma secundária.
Como a agricultura era a actividade mais importante, a terra era o meio de
produção fundamental. Ter terra significava a possibilidade de possuir riquezas (como
na maioria das sociedades antigas e medievais), por isso preservou-se a carácter
testamental da sociedade. Os proprietários rurais eram denominados Senhores Feudais,
enquanto que os trabalhadores camponeses eram denominados servos.
O feudo era a unidade produtiva básica. Imaginar o feudo é algo
complexo, pois ele podia apresentar muitas variações, desde vastas regiões onde
encontramos vilas e cidades em seu interior, como grandes “fazendas” ou mesmo
pequenas porções de terra. Para tentarmos perceber o desenvolvimento socio-económico
do período, o melhor é imaginarmos o feudo como uma grande propriedade rural. O
território do feudo era dividido normalmente em três partes: O domínio, a terra comum
e manso servil.
O domínio é a parte da terra reservada exclusivamente ao senhor feudal e
trabalhada pelo servo. A produção deste território destina-se apenas ao senhor feudal.
Normalmente o servo trabalha para o senhor feudal, nessa porção de terra ou mesmo no
castelo, por um período de três dias, sendo essa obrigação denominada corvéia.
Terra comum e a parte da terra de uso comum. Matas e pastos que podem
ser utilizadas tanto pelo senhor feudal como pelos servos. É o local de onde se retiram
lenha ou madeira para as construções, e onde pastam os animais.
Manso servil era a parte destinada aos servos. O manso é dividido em lotes
(glebas) e cada servo tem direito a um lote. Em vários feudos o lote que cabe a um servo
não é contínuo, ou seja, a terra de vários servos são subdivididas e umas intercaladas
nas outras. De toda a produção do servo em seu lote, metade da produção destina-se ao
senhor feudal, caracterizando uma obrigação denominada talha.
Esse sistema caracteriza-se pela exploração do trabalho servil, responsável
por toda a produção. O servo não é considerado um escravo, porém não é um trabalho
livre. O que determina a condição servil é seu vínculo com a terra, ou seja, o servo está
preso à terra. Ao receber um lote de terra para viver e trabalhar, e ao receber
(teoricamente) protecção, o servo é forçado a trabalhar sempre para o mesmo senhor
feudal, não podendo abandonar a terra. Essa relação, definiu-se lentamente desde a crise
do Império Romano com a formação do colonato.
Além da corvéia e da talha, obrigações mais importantes devidas pelo servo
ao senhor, existiam outras obrigações que eram responsáveis por retirar dos servos
praticamente tudo o que produziam.
Tradicionalmente a economia foi considerada natural, de subsistência e
desmonetarizada. Natural porque baseava-se em trocas directas, produtos por produto e
directamente entre os produtores, não havendo portanto um grupo de intermediários
(comerciantes); de subsistência por que produzia em quantidade e variedade pequena,
além de não contar com a mentalidade de lucro, que exigiria a produção de excedentes;
desmonetarizada por não se utilizar de qualquer tipo de moeda, sendo que havia a troca
de produto por produto.
Apesar de podermos enxergar essa situação básica, cabem algumas
considerações: o comércio sempre existiu, apesar de irregular e de intensidade muito
variável. Algumas mercadorias eram necessárias em todos os feudos mas encontradas
apenas em algumas regiões, como o sal ou mesmo o ferro. Além desse comércio de
produtos considerados fundamentais, havia o comércio com o oriente, de especiarias ou
mesmo de tecidos, consumidos por uma parcela da nobreza (senhores feudais) e pelo
alto clero. Apesar de bastante restrito, esse comércio já era realizado pelos venezianos.
Mesmo o servo participava de um pequeno comércio, ao levar produtos
excedentes agrícolas para a feira da cidade, onde obtinha artesanato urbano,
promovendo uma tímida integração entre campo e cidade. “ A pequena produtividade
fazia com que qualquer acidente natural (chuvas em excesso ou em falta, pragas) ou
humano (guerras, trabalho inadequado ou insuficiente) provocasse períodos de
escassez” (1) Nesse sentido havia uma tendência a auto-suficiência, uma preocupação
por parte dos senhores feudais em possuir uma estrutura que pudesse provê-lo nessas
situações.
1.1 - A Força e a Ideologia a Serviço do Poder Económico
Para se impor e se preservar, todo sistema social de exploração precisa, em
última instância, ser garantido por uma força física e económica a serviço dos
exploradores contra os explorados. Durante o feudalismo, as relações servis de
exploração não fugiram a essa regra geral: os nobres feudais detinham a força militar,
que poderia ser accionada, sempre que necessário, para conter as rebeliões dos servos.
Entretanto, seria muito desgastante para qualquer sistema social explorador ter que se
utilizar permanentemente da força física para se impor sobre as classes exploradas.
Então, com a mesma intensidade com que exploram, esses sistemas sociais criam um
conjunto de ideias e de doutrinas para "convencer" os explorados de que eles vivem
dentro de um regime social aceitável, natural e justo. A esse conjunto de ideias e de
doutrinas utilizadas para justificar e fortalecer o sistema social explorador dá-se o nome
de ideologia das classes dominantes. Ao longo da história, toda classe dominante
constrói uma ideologia cujo objectivo final é preservar o sistema social do qual ela se
beneficia. Durante o predomínio do sistema feudal, a Igreja católica foi a principal
instituição com a função de veicular a ideologia das classes dominantes, no caso, os
senhores feudais. Na qualidade de grande proprietária de terras na Europa Ocidental, a
Igreja estava directamente interessada na defesa das relações servis. Pregava que a
existência de senhores e de servos era absolutamente normal dentro de uma sociedade
cristã e que os servos deviam obedecer a seus senhores. A infidelidade e a rebeldia eram
pecados mortais. As palavras de um arcebispo francês da cidade de Reins demonstram
essa posição da Igreja: Servos, vós deveis em todos os momentos ser submissos a
vossos senhores. E não procureis, como desculpa para a desobediência, apontar que tal
senhor é impiedoso ou avarento. A Igreja condena a desobediência e a rebeldia de modo
geral. Assim, permanecei submissos não somente aos senhores bons e moderados, mas
também aos que não o são.
Porém, a economia feudal deve ser dividida basicamente em dois blocos:
alta idade média e baixa idade média.
CAPÍTULO II – ALGUNS PAÍSES DA EUROPA
FRANÇA
França é um país localizado no continente europeu, especificamente na Europa
Ocidental. Em meados do século IV da nossa era, na época da decadência do Império
Romano, o imperador Juliano, para pacificar estas tribos, lhes cedeu a Gália, e os
francos se incorporaram ao império como um aliado federado.
Este povo germânico uniu-se aos povoadores celtas do lugar, os gauleses, e ambos os
grupos indo-europeus constituíram a origem do que séculos mais tarde seria a nação
francesa.
O feudo detinha grande poder sobre a maior parte dos bens, tal como noutros países e,
controlava a economia, cujo suporte era a agricultura e, que contava com a mão-de-obra
da plebe já sensibilizada pelo clero. Os primeiros problemas económicos surgiram na
era neolítica o inicio da utilização de ferramentas para a agricultura. Com a queda de
Roma início da idade Média, uma nova fase da história da cultura e da economia. No
século XI um crescimento demográfico criou a oferta necessária de mão-de-obra,
provocando um aumento de produção que desenvolveu o comércio e as cidades. Surgiu
então um comércio internacional de longo alcance, que mobilizou grandes capitais; a
indústria têxtil ganhou um papel fundamental, nela havendo uma certa especialização do
trabalho. O comércio Internacional transformou-se nesse período em um dos mais
poderosos instrumentos da política económica. A essas práticas atribuiu-se a
denominação de mercantilismo O ponto de vista económico da Igreja foi defendido por
Tomás de Aquino, o principal pensador, ele se preocupava com a correcta utilização da
propriedade privada e com um sistema de preços justo e sem práticas comerciais
viciosas. Apenas no fim da Idade Média é que a interferência da igreja nos assuntos
económicos caiu. Uma fase onde os mercadores obtiveram reconhecimento da
comunidade e do Estado. Os pensadores económicos desse período entenderam que as
grandes reservas de metais preciosos constituíam a própria expressão da riqueza
nacional.
INGLATERRA
A Inglaterra anglo-saxã dos séculos V e IV inserida nos reinos anglo-saxões faz parte do
conjunto das chamadas sociedades complexas. Este período ficou conhecido como
idade das trevas, devido a falta de informações documentais.
Os anglo-saxões eram um povo iletrado. Para eles, o feudo constitui a unidade territorial
da economia que se caracterizou pela autarquia e pela ausência quase total do comércio
e de intercâmbios monetários. As cidades deixam de ser centros económicos. Os feudos
pertencentes ao património real são cedidos em usufruto a membros da nobreza e do
clero. Os ofícios e o artesanato passam a realizar-se nos próprios castelos
Os senhores feudais formam a nobreza rural. Vivem em castelos, por questões de
segurança, e possuem jurisdição sobre os servos e camponeses livres. A Igreja
transforma-se em grande proprietária feudal e os membros do alto clero recebem
domínios feudais, tornando-se ao mesmo tempo suseranos e vassalos.
ALEMANHA
Na Alemanha, o mercantilismo defendia o Estado absolutista e nacionalista e acreditava
que o comércio exterior era orientado no sentido de conseguir a formação de uma
Estado forte e soberano.
O poder social estava centralizado numa elite que ostentava as maiores riquezas. O
feudo. Porém, a distribuição da produção eram mais ou menos justas, cabendo a cada
servo uma percentagem daquilo que produzia no final de cada safra agrícola.
Por exemplo, na Alemanha e na França só o camponês absolutamente miserável não
possuía um cavalo para o seu transporte. Os países da Europa Ocidental eram equestres,
sem dúvida, mas de uma natureza bem diversa da tecnologia desenvolvida no Oriente.
O relacionamento brutal do europeu com o cavalo espelhava a sua atitude diante de
todos os fenómenos da natureza, e isto iria se reflectir negativamente na sua cultura
equestre.
ITÁLIA
Depois da queda de Constantinopla, e do rompimento das vias terrestres com o Oriente,
Espanha, França, Alemanha, Inglaterra, e a Itália foram os países que melhor integraram
as suas comunicações navais em busca de novos mercados.
Particularmente a Itália, viveu momentos de uma saudável economia, em consequência
da nova prosperidade europeia, foram surgindo os pequenos grupos comerciais que,
promoviam um pouco por toda a Itália várias actividades económicas de vulto. Como
exemplo, citam-se as feiras dos camponeses e os encontros de permutas junto da praça
de Roma e Ravena.
Porém a brutalidade, que fazia parte do relacionamento social na Idade Média, mostrouse desfavorável a uma maior ascensão económica, pois que se registaram oscilações
constantes na economia nacional. Os conflitos entre o clero e o feudo originaram uma
ruptura da banca nacional, visto que estes dois, eram os responsáveis pelos destinos da
sociedade feudal.
CAPÍTULO III – A ALTA E BAIXA IDADE MÉDIA
A idade média, ao contrário do que muitos pensam, não foi um período
negro na história. Durante a idade média, foram desenvolvidas muitas coisas como
técnicas de engenharia, construção, a arte, técnicas de cultivo entre muitas outras coisas.
Havia também o claro domínio da igreja sobre as pessoas, prendendo-as na religião
católica de certa forma sob opressão, mantendo-se forte durante esse período, sendo
portanto a igreja a parte mais marcante dessa época.
A Baixa Idade Média corresponde ao período entre os séculos XII e meados
do século XV. Nesse momento histórico ocorreram inúmeras transformações no
feudalismo, como o renascimento do mundo urbano e o reaquecimento das actividades
comerciais; o fim do trabalho servil; o surgimento da burguesia; a centralização política
nas mãos dos monarcas; e as crises da Igreja Católica. Toda a trama histórica levou o
sistema feudal ao seu limite, produzindo uma grave crise que desembocou na transição
para o capitalismo.
Já durante a alta idade média, que transcorreu entre o século V ao século
XI, devido, principalmente a instabilidade política, fruto das invasões bárbaras, a
economia feudal caracterizou-se pela auto-suficiência.
De um modo geral, na baixa idade média notou-se uma ruptura com as
características de subsistência que apresentava o feudalismo. Com o fim das invasões e
o surgimento de novas técnicas agrícolas foi possível a comercialização do excedente de
produção.
2.1 – A Economia Agropastoril
O feudo era uma das principais unidades produtoras da economia feudal.
Tinha um carácter auto-suficiente, isto é, procurava produzir praticamente tudo o que
necessitava em termos de consumo: cereais, carnes, leite, roupas e utensílios
domésticos. Somente alguns poucos produtos vinham de fora, como os metais,
utilizados na confecção de ferramentas; o sal etc.
As actividades económicas predominantes nos feudos eram a agricultura
(trigo, cevada, centeio, ervilha, uva etc.) e a criação de animais (carneiros, bois, cavalos
etc.). As terras dos feudos eram divididas em três grandes partes:
• Campos abertos – terras de uso comum, de onde os servos podiam recolher
madeira e podiam também utilizar trechos para soltar os animais. Nesses campos, que
compreendiam bosques e pastos, a posse da terra era colectiva.
• Reserva senhorial – terras que pertenciam exclusivamente ao senhor
feudal. Tudo o que fosse produzido na reserva senhorial era propriedade privada do
senhor.
• Manso servil ou tenência – terras utilizadas pelos servos, das quais eles
retiravam seu próprio sustento e recursos para cumprir as obrigações feudais.
Em consequência do carácter auto-suficiente dos feudos, a economia feudal
reduziu sua produtividade, limitando-a às necessidades básicas e imediatas do consumo.
O intercâmbio comercial sofreu um atrofiamento, sobrevivendo, apenas,
como actividade marginal e semi-clandestina dos que negociavam com árabes, judeus e
sírios. Como não eram cristãos, árabes, judeus e sírios não temiam as proibições da
Igreja referentes à usura e ao lucro.
2.2 - O Senhorio e o Campesinato
A força política dos senhores feudais, que se sobrepunha o poder real,
residia no domínio do seu próprio feudo e no monopólio da força ou do poder militar.
Cada feudo possuía seu exército, composto principalmente pelos cavaleiros nobres, que
eram guerreiros regulares, e por servos convocados, se houvesse necessidade de reforço.
A cavalaria medieval era um grupo profissional de guerreiros de elite e
celebrada por seus rituais de honra, lealdade e heroísmo. Ser cavaleiro era ambição de
todos os jovens nobres, que, para receberem tal título, deveriam passar por um grande
processo de preparação.
2.3 – O Desenvolvimento do Comércio
O aumento do comércio promoveu o desenvolvimento das cidades
medievais. Grande parte dessas antigas cidades tinha um núcleo fortificado com
muralhas, chamado burgo. Com o crescimento da população, o burgo foi alargando seus
limites para além das muralhas. Os comerciantes e artesãos que viviam em torno dos
burgos eram chamados de burgueses.
Aos poucos, o progresso do comércio e das cidades foi tornando a burguesia
mais rica e poderosa, passando a disputar interesses com a nobreza feudal. Além disso,
a expansão do comércio também influenciou na mentalidade da população camponesa,
contribuindo para desorganizar o feudalismo. Cansados da exploração feudal, muitos
servos ouviam entusiasmados das notícias da agitação comercial das cidades. Grande
número deles migrava para as cidades em busca de melhores condições de vida. As
cidades tornaram-se locais seguros para aqueles que desejavam romper com a rigidez da
sociedade feudal. Por isso, um antigo provérbio alemão dizia: O ar da cidade torna o
homem livre.
Os servos que não migraram para as cidades organizaram no campo diversas
revoltas contra a opressão dos senhores. Em muitos casos, conseguiram aliviar o peso
de algumas obrigações, como a talha e a corvéia. Isso foi forçando a modificação das
antigas relações servis e consequentemente económicas Surgiram, por exemplo,
contratos de arrendamento da terra entre camponeses e proprietários, contratos de
salário para pagamento do trabalho dos camponeses.
Todos esses fatos mostram a crise e a decadência do sistema feudal, que foi
aos poucos mostrando uma economia fragilizada, sobretudo, a partir do século XIV
quando se inicia a transição para a Idade Moderna, época marcada pela crescente
implantação do modo de produção capitalista.
2.3 – O Associativismo Comercial
Lentamente foi surgimento rotas de comércio por toda a Europa,
merecendo destaque as rotas do sul que eram organizadas pelas cidades italianas de
Génova e Veneza e as rotas do norte que se desenvolviam na região de Flandres.
Nos cruzamentos dessas grandes rotas comerciais com outras menores, que
uniam todos os pontos da Europa, surgiram as feiras, grandes mercados abertos e
periódicos, para onde se dirigiam comerciantes de várias partes do continente.
Protegidos pelos senhores feudais, que lhe cobravam taxas de passagem e permanência,
os comerciantes fixavam-se por dias e semanas em algumas regiões, oferecendo
mercadorias, como tecidos, vinhos, especiarias e artigos de luxo orientais. As feiras
mais famosas foram as da região de Champagne, na França.
Com o rápido crescimento do comércio e do artesanato nos burgos, a
concorrência entre mercadores e artesãos aumentou bastante. Para regulamentar e
proteger as diversas actividades, surgiram as corporações. No início eram formadas
apenas por mercadores autorizados a exercer seu trabalho em cada cidade.
Posteriormente, com a especialização dos diversos artesãos, apareceram as corporações
de ofício, que tiveram grande importância durante a baixa Idade Média: corporações de
padeiros, de tecelões, de pedreiros, de marceneiros, etc.
Cada uma dessas corporações reunia os membros de uma actividade,
regulando-lhes a quantidade e a qualidade dos produtos, o regime de trabalho e o preço
final. Procuravam assim eliminar a concorrência desleal, assegurar trabalho para todas
as oficinas de uma mesma cidade e impedir que produtos similares de outras regiões
entrassem no mercado local. Dessa maneira, as corporações de ofício determinavam
também as relações de trabalho. Em cada oficina havia apenas três categorias de
artesãos: mestres; oficiais ou companheiros; e aprendizes.
Os comerciantes também procuravam organizar-se em corporações para
manter o mercado consumidor. Muitas vezes comerciantes de diferentes cidades se
associavam, formando uma liga. A mais famosa delas foi a Liga Hanseática, que reunia
80 cidades alemãs e que controlava comercialmente o norte da Europa.
2.4 - Os Servos como Produtores Directos
A forma de trabalho característica do feudalismo é a servidão. É uma
situação intermediária ou híbrida entre o escravo (ele mesmo propriedade de outro
homem) e o operário da era capitalista (possuidor e oferecedor de sua força de trabalho),
entretanto seria insuficiente e perigoso caracterizar essencialmente o modo de produção
feudal pela servidão, sem caracterizar que tipo de servidão é esta.
2.5 – As Classes Económicas
Bastante heterogenia, sociedade feudal, era composta por três classes
básicas: clero, nobres e nervos. A estrutura social praticamente não permitia mobilidade,
sendo portanto que a condição de um indivíduo era determinada pelo nascimento. As
terras eram divididas em feudos, onde havia um senhor, o senhor feudal que mandava
em tudo no local. O senhor era o proprietário dos meios de produção, enquanto os
servos representavam a grande massa de camponeses que produziam a riqueza social.
Cada feudo tinha sua moeda, leis, tecnologia e às vezes a própria língua(o tamanho dos
feudos eram tão grandes que não havia comunicação entre eles a não ser em caso de
guerra, fazendo com que cada um tivesse um desenvolvimento diferente. O clero
possuía grande importância no mundo feudal, cumprindo um papel específico em
termos de religião, de formação social, moral e ideológica. No entanto esse papel do
clero é definido pela hierarquia da Igreja, quer dizer, pelo Alto Clero, que por sua vez é
formado por membros da nobreza feudal. Originariamente o clero não é uma classe
social, pois seus membros ou são de origem senhorial (alto clero) ou servil (baixo
clero).
A maioria dos livros de história retrata a divisão desta sociedade segundo as
palavras do Bispo Adalberon de Laon: "Na sociedade alguns rezam, outros guerreiam e
outros trabalham, onde todos formam um conjunto inseparável e o trabalho de uns
permite o trabalho dos outros dois e cada qual por sua vez presta seu apoio aos outros".
2.6 - A Crise Geral do Sistema Feudal
O determinante mais profundo desta crise provavelmente estará num
emperramento dos mecanismos de reprodução do sistema até o ponto das suas
capacitações básicas. A recuperação dos solos, motor da economia feudal por três
séculos, acabou ultrapassando os limites e os objectivos da estrutura social e das terras
disponíveis. O solo se deteriorava por causa da pressa e do mau uso.
Paralelamente, importantes alterações do quadro natural provocaram sérias
consequências. Durante o século XIII ocorrera uma expansão das áreas agrícolas,
devido ao aproveitamento das áreas de pastagens e à derrubada de florestas. O
desmatamento provocou alterações climáticas e chuvas torrenciais e contínuas,
enquanto o aproveitamento da área de pastagens levou a uma diminuição do adubo
animal, o que se reflectirá na baixa produtividade agrícola.
Com as péssimas colheitas que se verificaram, ocorreu uma alta de preços
dos produtos agrícolas. Os europeus passaram a conviver com a fome.
Em particular, parece claro que o motor básico da recuperação dos solos,
que impulsionara toda a economia feudal por três séculos, acabou ultrapassando os
limites objectivos da estrutura social e das terras disponíveis.
A população continuou a crescer e a produção caiu nas terras marginais
ainda disponíveis para uma recuperação aos níveis da técnica existente, e o solo
deteriorava por causa da pressa e do mau uso. As terras aradas mais antigas, por outro
lado, estavam sujeitas ao desgaste e deterioração pela própria antiguidade de seu
cultivo. Assim, o progresso da agricultura medieval incorria agora em suas próprias
perdas.
A derrubada de florestas e as terras desoladas não haviam sido
acompanhadas de um cuidado comparável em sua conservação: normalmente havia
pouca aplicação de fertilizantes, de maneira que a camada superior do solo muitas vezes
era rapidamente exaurida, as enchentes e as tempestades de poeira se tornaram mais
frequentes. Além disso, a diversificação da economia feudal europeia junto com o
crescimento do comércio internacional havia levado algumas regiões a diminuir a
produção de milho, dos cereais, à custa de outros (vinhas, linho, lã ou pecuária) e assim,
há um aumento na dependência da importação e aos perigos correlatos.
Estes fatos são uma clara evidência de uma crise nas forças de produção
dentro das relações de produção predominantes.
Os índices de mortalidade aumentaram sensivelmente e, no século XIV,
uma população debilitada pela fome teve que enfrentar uma epidemia de extrema
gravidade: a Peste Negra, que chegou a dizimar cerca de 1/3 dos habitantes da Europa.
Neste panorama desolador, está a crise estrutural determinada pela catástrofe da Peste
Negra, vinda da Ásia em 1348. Este foi um acontecimento externo à História da Europa,
que se abateu contra ela de maneira um tanto assemelhada ao que a colonização
europeia fez às sociedades americanas ou africanas (o impacto de epidemias no Caribe
talvez proporcione uma comparação).
Depois disto, eclosões de pestilência tornaram-se endémicas em muitas
regiões. Combinando a estas repetidas pragas, o imposto cobrado por volta de 1400
abocanhava cerca de dois quintos do rendimento bruto.
O resultado foi uma devastadora escassez de mão-de-obra, exactamente
quando a economia medieval tinha sido atingida por graves contradições.
A classe nobre, ameaçada pelas dívidas e pela inflação, agora se confortava
com uma força de trabalho dizimada e descontente. Sua reacção imediata foi tentar
recuperar o excedente prendendo o campesinato às terras senhoriais ou baixando os
salários na cidade e no campo. No entanto, a tentativa senhorial de reforçar as condições
servis e fazer a classe produtora pagar os custos da crise agora encontrava resistência
violenta e desenfreada – muitas vezes liderada por camponeses mais educados e mais
prósperos, e mobilizando as mais profundas paixões populares. Dificuldades
económicas de toda ordem assolavam a Europa, que passou a conviver com outro
problema: o esgotamento das fontes de minérios preciosos, necessários para a cunhagem
de moedas, levando a constantes desvalorizações da moeda. Isso só fazia agravar a
crise.
A economia urbana, ao mesmo tempo, agora atingia alguns obstáculos
críticos para seu desenvolvimento. Mas o meio básico para a troca de bens sem dúvida
fora apanhado pela crise: das primeiras décadas do século XIV em diante houve uma
escassez de dinheiro que inevitavelmente afectou as operações bancárias e o comércio.
As razões subjacentes para esta crise monetária são obscuras e complexas. Seu factor
central era um limite objectivo das próprias forças de produção.
A extracção de prata, a que estava conectado organicamente todo o sector
urbano e monetário, deixou de ser praticável ou rentável nas principais zonas mineiras
da Europa Central, porque já não havia meio de cavar poços mais profundos ou de
refinar minérios impuros.
A falta de metais levou a repetidas adulterações na cunhagem em vários
países sucessivamente, e daí a uma inflação em espiral.
No plano social, ao lado dos problemas já levantados, importa verificar o
crescimento de um novo grupo: a burguesia comercial, residente em cidades que
tendiam para uma expansão cada vez maior, pois passaram a atrair os camponeses e os
elementos “marginais” da sociedade feudal.
Politicamente, a crise se traduz pelo fortalecimento da autoridade real,
considerado necessário pela nobreza, temerosa do alcance das revoltas camponesas. A
unificação política, ou surgimento dos Estados Nacionais, aparece desta forma como
uma solução política para a nobreza manter sua dominação.
Finalmente, a crise se manifesta também no plano espiritual— religioso.
Tantas desgraças afectaram profundamente as mentes dos homens europeus, traduzindose em novas necessidades espirituais (uma nova concepção do homem e do mundo) e
religiosas (a igreja Católica não conseguia atingir tão facilmente os fiéis, necessitados
de uma teologia mais dinâmica).
A crise geral do feudalismo no século XIV foi basicamente causada por uma
escalada contínua da exploração nobre a partir do século XI, que provocaram revoltas
camponesas cumulativas e desta maneira um colapso da velha ordem. Esta crise é o
ponto de partida para se compreender o processo de transição do Feudalismo ao
Capitalismo.
A crise do sistema geral do feudalismo no século XIV foi basicamente
causada por uma escalada contínua da exploração nobre a partir do século XI, que
provocaram revoltas camponesas cumulativas e deste modo um colapso da velha ordem.
2.7 - O Declínio da Economia Feudal e o Surgimento Capitalismo
Depois, da crise geral do sistema feudal, surgiram várias técnicas de
produção que aumentaram o nível da produtividade do trabalho. No entanto, a produção
em pequena escala, típica da Idade Média, era inadequada para promover o
aperfeiçoamento encorajar inventos e melhoramentos.
As guildas medievais (sociedades de pequenos produtores que trabalhavam
em suas próprias terras e contratavam aprendizes ou diaristas) faziam o possível para
obstruir o aperfeiçoamento das técnicas ou da organização do trabalho, receando que
isso levasse a uns enriquecerem mais que outros. Entretanto, a necessidade de expandir
a produção fazia-se sentir cada vez mais. Isto acontecia particularmente com as
indústrias. Aqui iriam aparecer as primeiras características do capitalismo que
suplantaria
para
sempre
a
economia
feudal.
CONCLUSÃO
Após, esta breve incursão, na história de uma sociedade considerada por
alguns autores como negra, podemos afirmar, que tais alegações não encontram
fundamento na história.
A economia da sociedade feudal, que situa-se fundamentalmente, na alta e
baixa idade média, foi um complexo sistema de organização e divisão do trabalho e das
forças produtivas, que sob a forte influência do clero subjugou a maioria plebe. Como
qualquer outra época, a economia na sociedade feudal mostrou-se dinâmica, dando
assim origem a profundas transformações sociais.
Hoje, cabe-nos fazer um estudo minucioso deste período particular da
história, para melhor entendermos e a sua economia, apreciarmos a suas experiências e
quiçá mesmo, adaptarmos a nossa realidade, no que tange a macroeconomia campesina,
particularmente sem, obviamente quer manifestar algum saudosismo desta época.
Concluímos, ao longo das investigações que, o feudo deixou indelevelmente
as suas marcas na história, não só da economia como também, da urbanização. Por
exemplo o conceito de vila surgiu nesta época.
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