Parecer Língua Portuguesa II - CCV

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
COORDENADORIA DE CONCURSOS – CCV
Evento: Seleção para o Semestre I das Casas de Cultura Estrangeira - 2017.1
Edital N° 001/2017/CCV
PARECER
A Comissão Examinadora da Prova de Língua Portuguesa II das Casas de Cultura Estrangeira Semestre I
efetuou a análise do recurso administrativo e emitiu seu parecer nos termos a seguir.
Questão 22
A questão 22 trata de sintaxe, especificamente, item 4.4 do Programa: distinção entre regentes e regi dos. É correta a alternativa “B”. No trecho “até incendiar a secretaria da escola para queimar um boletim que
não gostou” (linhas 18-19), a forma grifada classifica-se como pronome relativo, forma que sempre exerce
uma função sintática na oração que encabeça. No caso em análise, o pronome relativo exerce a função de
complemento do verbo gostar, logo é regido por ele.
As demais alternativas são falsas. A alternativa “E”, por exemplo, é falsa, porque o pronome relativo
não exerce a mesma função sintática do seu antecedente. Nesse caso, a função sintática do antecedente é
objeto direto e a função da forma grifada é objeto indireto, uma vez que é regida pelo verbo gostar que é
transitivo indireto, regendo, portanto, complemento indireto. Destaque-se que a omissão da preposição não
muda as relações sintáticas entre o verbo e seu complemento. O pronome relativo se refere ao antecedente, mas exerce função própria na oração adjetiva:
...queimar um boletim que não gostou = não gostou (de) um boletim (=que).
A ausência do pronome ele na transcrição do trecho não interfere na análise que focaliza a forma que
apenas. Além do mais, como o sujeito de queimar é “ele”, ou seja, o mesmo sujeito da oração adjetiva, sua
ausência não altera as relações sintáticas. Na verdade, a ausência do pronome deixa ainda mais claro que
se trata de um mesmo sujeito:
Até (ele) incendiar a secretaria da escola para (ele) queimar um boletim que (ele) não gostou.
Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.
Fortaleza, 20 de março de 2017.
Profa. Maria de Jesus de Sá Correia
Coordenadoria de Concursos – CCV
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A Comissão Examinadora da Prova de Língua Portuguesa II das Casas de Cultura Estrangeira Semestre I
efetuou a análise do recurso administrativo e emitiu seu parecer nos termos a seguir.
Questão 23
A questão 23 trata de pontuação. É correta a alternativa “C”. O uso da vírgula no trecho do enunciado
“reincide, repete sempre o mesmo script” (linha 27) é justificado pela mesma razão que em “vai sofisticando
suas táticas, procura profissões” (linha 21): separar orações coordenadas assindéticas.
As demais alternativas são falsas, porque a vírgula empregada tem outra justificativa. No item “E”, por
exemplo, a vírgula é usada para separar termos de mesma função: “maus-tratos, violência não geram um
psicopata” (linha 25).
Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.
Fortaleza, 20 de março de 2017.
Profa. Maria de Jesus de Sá Correia
Coordenadoria de Concursos – CCV
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A Comissão Examinadora da Prova de Língua Portuguesa II das Casas de Cultura Estrangeira Semestre I
efetuou a análise do recurso administrativo e emitiu seu parecer nos termos a seguir.
Questão 24
A questão 24 trata de Sintaxe, item 4.1 do Programa: “reconhecimento dos termos da oração. É correta
a alternativa “E”. Na frase “Fazer Psicoterapia lhe fornece mais informações” (linha 22), a expressão grifada
exerce a função de sujeito da oração.
As demais alternativas são falsas, porque as expressões grifadas exercem função diferente da de
sujeito da oração destacada. A alternativa “B”, por exemplo, é falsa, porque a expressão “A primeira notícia”
não é sujeito da oração destacada na alternativa. O sujeito da oração é o pronome relativo que: “A primeira
notícia que (= a qual, a primeira notícia) surpreende...”. Note-se que o pronome relativo aponta para o
antecedente, mas exerce função na oração adjetiva:
É importante assinalar que a função sintática do pronome relativo nada
tem a ver com a função de seu antecedente: ela é indicada pelo papel
que desempenha na oração subordinada a que pertence” (BECHARA,
1999, p.486)1.
Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.
Fortaleza, 20 de março de 2017.
Profa. Maria de Jesus de Sá Correia
Coordenadoria de Concursos – CCV
1
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999.
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efetuou a análise do recurso administrativo e emitiu seu parecer nos termos a seguir.
Questão 29
A questão 29 trata de Morfologia, item 3.5 do Programa: “reconhecimento das vozes verbais”. É
correta a alternativa “A”. A frase “como se cai nessa armadilha” (linha 02) está na voz ativa. O clítico se
nesse caso marca índice de indeterminação do sujeito. Trata-se de uma das alternativas de indeterminar o
sujeito em língua portuguesa:
Para indeterminar o sujeito, vale-se a língua de um dos dois
expedientes:
1) Empregar o verbo na 3ª pessoa di plural, sem referência anterior
ao pronome eles ou elas, e a substantivo no plural;
2) Usá-lo na 3ª pessoa do singular acompanhado da partícula se,
desde que o verbo seja intransitivo, ou traga complemento
preposicional. (ROCHA LIMA, 1992, p.235)2.
O verbo cair é intransitivo e está acompanhado do se, logo, se trata de uma frase com sujeito
indeterminado. Como o se não marca voz reflexiva nem passiva nesse contexto, a voz é ativa: “Alguém
(genérico = todo mundo) cai nessa armadilha”.
As demais alternativas são falsas. A alternativa “E”, por exemplo, é falsa, porque a frase está na voz
reflexiva e não na voz ativa, como requer a questão.
Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.
Fortaleza, 20 de março de 2017.
Profa. Maria de Jesus de Sá Correia
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2
ROCHA LIMA, C.H. da. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1992.
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Questão 30
A questão 30 trata de Morfologia, item 3.8 do Programa: “reconhecimento dos elementos mórficos das
palavras”. É correta a alternativa “C”. A palavra especialistas é derivada diretamente da palavra especial,
que funciona como adjetivo. As demais alternativas são falsas porque as palavras derivam diretamente de
outra classe gramatical. A alternativa “E”, por exemplo, é falsa, porque a palavra amadurecimento deriva
diretamente de amadurecer, ou seja, um verbo, e não de um adjetivo.
Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.
Fortaleza, 20 de março de 2017.
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Questão 31
A questão 31 trata de Concordância Verbal, item 4.3 do Programa. É correta a alternativa “D”:
“Apenas parte dos presidiários é psicopata”, conforme argumenta o gramático:
Se a um nome ou pronome no plural antepomos uma expressão
quantitativa como grande número de, grande quantidade de, parte de,
grande parte de, a maior parte de, e equivalentes, o verbo fica no singular
ou no plural (ROCHA LIMA, 1992, p.394)3.
As demais alternativas são falsas, pois apresentam concordâncias que fogem à norma gramatical. A
alternativa “B”, por exemplo, é falsa, porque a concordância deveria ser no plural, uma vez que o numeral é
plural: “Na população em geral, 3% apresentam psicopatia”. A concordância no singular é admitida, por
alguns autores, em casos especiais, quando o nome que acompanha o percentual estiver no singular.
Nunca, porém, neste caso, em que o percentual aparece logo antes do verbo:
A concordância se fará obrigatoriamente no plural: (...) b) quando a
expressão referente à porcentagem vier antes desta: Dessa
imensa mata nativa, 80% foram destruídos. (CEGALLA,2010,
p.291)4.
Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.
Fortaleza, 20 de março de 2017.
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4
ROCHA LIMA, C.H. da. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1992.
CEGALLA, D.P. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Editora Nacional, 1993.
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Questão 32
A questão 32 trata de ortografia, item 2.1 do Programa: “aplicação das normas estabelecidas no
sistema ortográfico adotado no Brasil, considerando-se o que prescreve o Decreto Nº. 6.583, de 29 de
setembro de 2008”. É correta a alternativa “C”: mau-caráter. Conforme o Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa, quinta edição, 2009, a palavra é escrita tal como na alternativa “C”, com hífen. A mesma grafia
é apresentada no Houaiss (2009):
mau-caráter adj. s.2g.; pl. maus-caracteres (VOLP, 2009)5
que ou quem tem um caráter mau; que ou quem é capaz de atos traiçoeiros;
que ou quem não é pessoa confiável
Exs.: um sujeito m.
pai e filho são dois maus-caracteres assumidos (HOUAISS, 20096, s.v. maucaráter).
Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.
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5
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Vocabulário ortográfico da língua portuguesa. 2009. Disponível em:
<http://www.academia.org.br/nossa-lingua/busca-no-vocabulario>. Acesso em 14 mar. 2017.
6
HOUAISS. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
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Questão 33
A questão 33 trata de Fonologia, item 1.2 do Programa: “reconhecimento de valores fonéticos de
alguns fonemas”. É correta a alternativa “D”. A consoante final da raiz comum às cognatas “perigos” e
“periculosidade” sofre alteração fonética mudando de sonora /g/ para surda /k/.
A questão exige conhecimento da classificação das consoantes, conforme a Nomenclatura
Gramatical Brasileira, seguida pelas gramáticas tradicionais. Essa classificação usa, entre outros critérios, a
função das cordas vocais, que distribui os sons consonantais em sonoros e surdos, conforme as cordas
vocais vibrem ou não. Num par de sons consonantais de mesma classificação quanto ao modo e ponto de
articulação, há um sonoro e um surdo.
O enunciado chama a atenção para o fato de que as duas palavras são cognatas, ou seja,
pertencem à mesma família mórfica e solicita que o candidato observe a consoante final da raiz comum às
duas palavras. Para tanto, basta comparar as duas palavras e observar o que se repete e o que sofre
alteração, tendo em vista que a questão foca a consoante final da raiz:
PERIG – O (consoante final: G /g/, pronunciada /guê/: fonema oclusivo velar sonoro)
PERIC – ULOSIDADE (consoante final: C /k/: fonema oclusivo velar surdo)
Portanto, a consoante final muda de sonora /g/, para surda /k/. Este fenômeno é comum em muitas
outras formações, como vida / vitalidade – cabra/caprino – pedra/petrificar, em que as consoantes finais da
raiz mudam quanto ao critério do papel das cordas vocais.
Trata-se, enfim, de questão que aborda um dos temas explicitados no Programa que rege a
seleção. Nem o enunciado nem as alternativas trazem nomenclatura estranha ao Programa ou diferente da
usada em gramáticas tradicionais: “raiz” (elemento mórifco da palavra, itens 3.8 e 3.11); “cognato” (item
3.10: reconhecimento dos cognatos das palavras); “fonética” (item 1.2: reconhecimento de valores fonéticos
de alguns fonemas).
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Questão 34
A questão 34 trata de Fonologia, item 1.1 do Programa: “distinção de letras e fonemas”. É correta a
alternativa “D”. A palavra doença /doẽsa/ possui 5 fonemas, o mesmo número de fonemas da palavra
também /tãbẽy/.
Note-se que a terminação -em na palavra também não representa dígrafo, mas ditongo nasal:
No fim das palavras, como falam (fálãu), batem (bátẽi), alguém (alguẽi),
am e em não são dígrafos, porque representam um ditongo nasal,
portanto, dois fonemas, (CEGALLA, 1993, p.31)7.
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Questão 39
A questão 39 trata de Morfologia, item 3.11 do Programa: “decomposição dos vocábulos em suas
unidades mínimas de significação”. É correta a alternativa “A”. O verbo interagir se decompõe em:
prefixo (Inter-) + raiz (ag-) + vogal temática (-i-) e desinência de inifitivo (-r)
As demais alternativas são falsas porque não decompõem a palavra em todos os seus elementos
mórficos, como pede o enunciado. A alternativa “B”, por exemplo, é falsa, porque a palavra verdadeiros não
se decompõe apenas em dois elementos, já que possui desinência de número.
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