Palestra sobre aids no dia internacional de combate à doença Cipa encerra atividades de 2006 com discussão sobre prevenção e os malefícios do preconceito. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – Cipa 2006/2007 - organizou no dia 1º de dezembro a palestra “HIV-Aids”, com sessões em Guariba e Jaboticabal. A palestra ocorreu no Dia Internacional de Combate à Aids, em que governos, setor produtivo e sociedade civil se unem em todo o mundo para discutir a evolução da doença e sua prevenção. O objetivo da Cipa foi refletir sobre esse importante tema e, dessa forma, trabalhar com a questão do preconceito. A palestra, com a enfermeira da secretaria de Saúde de Jaboticabal Andresa Araújo Maeda, foi direcionada a colaboradores da Coplana, Socicana e Coopecredi. Andresa explica que na década de 80, quando surgiram os primeiros casos nos Estados Unidos, a doença era relacionada a grupos de risco, por estar presente entre homossexuais. Com os estudos e a descoberta das formas de contágio, percebeu-se que, na verdade, havia comportamentos de risco e não grupos. No Brasil, estima-se 600 mil pessoas com HIV e aids. Com o tratamento, o número de óbitos no país tem diminuído, mas não o índice de transmissão do vírus. Revista Coplana - 19 Cipa Transmissão O maior risco é o preconceito. A transmissão pode se dar quando há troca de secreções. Portanto, durante relação sexual, transfusão de sangue e uso de seringas contaminadas (caso comum entre usuários de drogas). Também pode ocorrer por meio de instrumentos perfurocortantes, instrumentos médicos e odontológicos. A especialista explica que por barbeador e alicates de unha “é mais difícil, mas há probabilidade”. Outra forma importante é da gestante para o bebê, o que ocorre na maioria dos casos. Cerca de 20% das crianças, entretanto, podem nascer sem o HIV. Para isso, a mãe deve fazer o pré-natal, tomar medicação (AZT) e o parto tem de ser cesariana, para evitar ao máximo, o contato da criança com secreções. É grave a ausência de pré-natal, principalmente entre adolescentes, que escondem a gravidez com medo da reação dos pais. A amamentação é outra forma de transmissão. 20 - Revista Coplana - Novembro / Dezembro 2006 Dessa forma, é preocupante a mãe que, sem leite, permite que o filho seja amamentado pela vizinha ou amiga. O ideal é inserir o leite específico para recém-nascidos, com a orientação do médico. Quem vê cara não vê aids O comportamento de risco ocorre porque as pessoas imaginam que com elas nunca acontecerá. “Quem vê cara não vê aids” é uma frase usada pelos profissionais da saúde que define a realidade. A aids está presente em qualquer faixa etária, Cipa entre pessoas que qualquer credo religioso, posição não leva a riscos. A transmissão não ocorre por abraço, financeira, sexo ou raça. beijo, suor, lágrima, picada de inseto, talheres, piscina, Os sintomas demoram a aparecer, entre seis a banheiro, sabonete, toalha e sexo com camisinha, desde oito semanas ou seu surgimento pode levar dez anos. que o preservativo seja colocado logo no início do ato Há casos descritos na literatura médica de 15 anos sem sexual. a manifestação da doença. Depende do nível sócio- O tratamento é realizado pelo sistema público econômico, que influencia diretamente na alimentação, e os pacientes têm direito a medicamentos gratuitos prática de exercícios e saúde geral do indivíduo. Segundo fornecidos pelo ministério da Saúde. Andresa, “nas classes média e alta, a doença é percebida Números no Brasil quando já está em estágio avançado”. Sinais e sintomas Segundo dados do ministério da Saúde, o númeaparecem e desaparecem, o que pode atrasar a procura ro total de casos de aids acumulados entre 1980 e junho pelo médico. de 2006 é de 433.067. Em 2005, foram registrados 33.142 A janela imunológica dura três meses. Esse é novos casos. A taxa de incidência (número de casos regiso período em que o exame de sangue não detecta os trados em cada grupo de 100 mil pessoas) é de 18. anticorpos do vírus. Por isso, o comportamento seguro Em 2006, nos seis primeiros meses, foram noé a melhor atitude. tificados 13.214 casos. Hoje, estima-se que aproximada- Não há transmissão nesses casos mente 600 mil pessoas vivem com HIV e aids no Brasil. Número que permanece estável desde 2000. Conviver com a pessoa que tem o HIV ou aids Revista Coplana - 21