0 UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO PÓS-GRADUÇÃO EM EMERGÊNCIA EM LATO SENSU DANIELE DE JESUS VIEIRA HABILIDADES AFETIVAS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE EMERGENCIA DURANTE A REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR Salvador 2011 1 DANIELE DE JESUS VIEIRA HABILIDADES AFETIVAS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE EMERGENCIA DURANTE A REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR Monografia apresentada a Universidade Castelo Branco/Atualiza Associação Cultural como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Enfermagem, sob orientação do Professor Doutor Fernando Reis do Espírito Santo. Salvador 2011 2 A você que me ouviu, que iluminou os meus olhos, que enriqueceu a minha mente, que me alertou que encheu de amor e ternura o meu coração, que me aconselhou, que me deu a mão, que me animou, que sorriu para mim, que orou e que vibrou por mim; o meu reconhecimento pela sua amizade, não importa quantos nomes você tenha. 3 AGRADECIMENTO Agradecer é um momento especial, por isso em primeiro lugar a Deus, pois concebeu a minha vida, me deu sabedoria e força para sempre continuar, iluminando cada dia da minha vida. Sou grata também a todos que se encontram ao meu lado em todo momento. A minha família, pelo incentivo e a Marcos meu companheiro, por está sempre ao meu lado em todos os momentos de fragilidade e compreendendo todas as minhas ausências. 4 “Um dia é preciso parar de sonhar e de algum modo partir... É melhor tomar um caminho, desembarcar dos sonhos e tomar uma atitude. Mil vezes a perspectiva de enfrentar a pior tempestade do que as normais calmarias sem rumos, sem ir a lugar nenhum. Barcos de verdade não navegam por acaso... Não existem atividades humanas sem riscos... o risco maior da grande viagem está na capacidade de se preparar... O que importa na verdade, é o material de que é feita a vontade e não o barco... No mar, conta mais, infinitamente mais que a experiência, a iniciativa, o respeito e a capacidade de aprender. É preciso ir além de mares demarcados... Uma travessia não termina em qualquer lugar, mas num ponto preciso, escolhido e alcançado. E, quando não se toca esse ponto travessia nenhuma existe”. (Fernando Pessoa) 5 RESUMO A unidade de emergência é destinada a pacientes com ou sem risco de vida, cujo agravo necessita de um pronto atendimento. Esta unidade tem caráter dinâmico e deve apresentar em sua estrutura física condições que permitam um atendimento hábil e humanizado. A equipe de enfermagem que atua na emergência de um hospital é composta por enfermeiro e técnicos e/ou auxiliares de enfermagem. Esta equipe possui limitações legais para sua atuação, bem como deve possui conhecimentos técnicos-cientificos específicos para a atuação nesta unidade. Numa unidade como esta se convive diariamente com as mais diversas situações assistenciais que envolvem questões éticas e para isto a equipe de saúde deve está preparada. Faz parte deste preparo possuir habilidades afetivas, que é definida como característica de quem é hábil envolvendo sentimentos e emoções para lidar com situações muitas vezes difíceis. Na unidade de emergência uma dessas situações que requer esta habilidade é a reanimação cardiopulmonar, procedimento realizado pela equipe quando o paciente possui seus sinais vitais interrompidos subitamente. Este evento deve ser priorizado pela equipe que deve atuar de forma eficiente e eficaz na tentativa de recuperar as funções vitais deste individuo. Para que este domínio seja atingido é necessário que na formação deste profissional vivencie essa experiência e que seu processo de ensino-aprendizagem seja enriquecedor. Palavras-chaves: reanimação. enfermagem, emergência, habilidades afetivas, equipe, 6 ABSTRACT The emergency unit is designed for patients with or without life-threatening injury which requires a prompt service. This unit is dynamic and must be submitted in its physical conditions that allow a skilled attendant and humanized. The nursing staff that works in a hospital emergency consists of nurses and technicians and / or nursing assistants. This team has its limitations for legal action, and must have expertise, scientific activities specific to this unit. In a unit like this one has to live daily with the most diverse situations involving care and ethical issues for this team is poised to health. Part of this preparation have affective skills, which is defined as a characteristic of one who is skilled involving feelings and emotions to deal with often difficult situations. In the emergency room one of those situations that require this skill is cardiopulmonary resuscitation, a procedure performed by the team when the patient has vital signs suddenly stopped. This event should be prioritized by the team that must work efficiently and effectively in an attempt to recover the vital functions of the individual. For this domain is reached it is necessary that this professional education to experience this experience and his teaching-learning process is rewarding. Keywords: nursing, emergency, affective skills, team, resuscitation. 7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................ 8 2 REVISÃO DE LITERATURA......................................................... 13 2.1 Unidade de Emergência.....................................................13 2.2 Equipe de Enfermagem......................................................18 2.3 Aspectos Éticos e Legais em Emergência.......................22 2.4 Habilidades Afetivas...........................................................24 2.5 Reanimação cardiopulmonar.............................................26 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................33 4 REFERÊNCIAS................................................................................35 8 1 INTRODUÇÃO Apresentação do objeto de estudo O termo habilidade é definido por Houaiss em 2001, como “qualidade ou característica de quem é hábil”. Diz-se de quem tem a mestria de uma ou várias artes ou um conhecimento profundo, teórico e prático de uma ou várias disciplinas. Habilidades efetivas, para Bloom, Krathwohl e Masia (1993), expressam os sentimentos e atitudes que os indivíduos demonstram em relação a uma determinada situação. Este comportamento tem relação com o sistema de valores, com as experiências anteriores vividas e com a filosofia de vida das pessoas. Já o domínio afetivo varia desde a atenção simples e fenômenos selecionados, até qualidades de caráter de consciência complexas. A equipe de enfermagem, enquanto equipe, teve sua origem entre 1950 e 1960, envolvendo a participação de um líder e os membros da equipe para proporcionar vários aspectos dos cuidados de enfermagem a um grupo de pacientes. (BARE; SMELTZER,2002). A Associação Americana de Enfermagem (ANA) estabeleceu os "Padrões da Prática de Enfermagem em Emergência" em 1983, tendo como referência padrões definidos classificando os enfermeiros de emergência em três níveis de competência. O primeiro nível requer competência mínima para o enfermeiro prestar atendimento ao paciente traumatizado; no segundo nível este profissional necessita formação específica em enfermagem de emergência e no último nível o enfermeiro deve ser especialista em área bem delimitada e atuar no âmbito pré e intra-hospitalar. (BRITO,2011). A equipe de enfermagem do setor de emergência de um hospital deve ser composta por: enfermeiros clínico-cirúrgicos emergencistas, (acolhimento – pré-atendimento), enfermeiros enfermeiros de coordenadores, protocolo técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem.(BRITO, 2011). A unidade de Emergência (EME) tem sido atendida como um espaço físico, envolvidos por recursos materiais e profissionais adequado ao atendimento pronto e eficaz ao paciente, em sua maioria, grave e recuperável. 9 A Unidade de Emergência é destinada à assistência de pacientes com ou sem risco de vida, cujo os agravos a saúde necessitam de um pronto atendimento. A unidade deverá dispor de área externa para desembarque de ambulância. Chamamos de situação de urgência quando temos um agravo à saúde sem risco potencial de vida, cujo portador necessite de assistência medica imediata. Já a situação de Emergência é um agravo à saúde que implica em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato. (SOUZA;MOZACHI, 2005). Para Whitaker ET al. (1990), as deficiências no atendimento de emergência estão relacionados a falta de definição de tarefas entre os elementos que compõem a equipe de atendimento, aliada a falta de uma coordenação das atividades e de treinamento específico, além de falhas no suprimento do material e equipamentos apropriados. Essa problemática pode levar a um atendimento lento, desordenado, estressante e gerar insucesso do tratamento. Numa EME a parada cardiorrespiratória (PCR) representa a mais grave emergência clínica com que a equipe pode se deparar. Este evento pode ser definido, como sendo a interrupção súbita de deficiência absoluta de oxigênio tissular, seja por deficiência circulatória ou por cessação da função respiratória. A vitima de parada cardiorespiratoria é considerada prioridade devido ao risco de morte iminente e o seu atendimento – reanimação cardiopulmonar (RCP), por médicos, fisioterapeutas e pela equipe de enfermagem.(ARAÚJO,1997). Diariamente os profissionais da área de saúde observam a importância de se conhecer os principais aspectos que envolvem o atendimento de PCR; muitas vezes a equipe de enfermagem detecta os sinais de PCR, aciona o médico plantonista e limita-se a levar o equipamento de reanimação até a beira do leito e aguardar a chegada do médico, não iniciando as manobras necessárias e quando estas são iniciadas não seguem os protocolos preconizados pela Américan Heart Association (1999), mundialmente aceito. Para uma melhor compreensão dessa problemática faz-se necessário entender como as habilidades afetivas, a equipe de enfermagem de uma unidade de emergência e o procedimento de reanimação cardiopulmonar, se relacionam afim da recuperação e reabilitação do paciente. Justificativa 10 Para Capone e Capone Neto (1993), a PCR é uma das ocorrências mais temidas pela equipe de enfermagem sendo consideradas uma situação altamente estressante, que com freqüência envolve pânico e confusão. Diante dessa necessidade, a presente revisão faz-se necessária, pois pretende despertar nos profissionais de saúde e em especial na equipe de enfermagem a necessidade de identificarem as habilidades efetivas envolvidas no atendimento de enfermagem durante a Reanimação Cardiopulmonar, e de que forma essa reflete na sobrevida do paciente. Problema O quê diz a literatura sobre as Habilidades Afetivas da Equipe de Enfermagem na unidade de Emergência na Reanimação Cardiopulmonar? Objetivo Evidenciar a partir da literatura, as Habilidades Afetivas da Equipe de Enfermagem na unidade de Emergência na Reanimação Cardiopulmonar. Metodologia Para a realização desta pesquisa foi utilizado o método qualitativo explicativo bibliográfico, que de acordo com Gil (2002), esta pesquisa também considerada descritiva tem como finalidade descrever fenômenos, levantar opiniões e atitudes e estabelecer relações entre variáveis, podendo também buscar a natureza dessas relações. A metodologia qualitativa se preocupa em analisar e interpretar aspectos mais profundos descreve o comportamento humano. Fornece uma análise mais detalhada sobre hábitos, atitudes, tendências de comportamento, etc (MARCONI; LAKATOS, 2007). A pesquisa explicativa tem por finalidade identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos, buscando aprofundar o 11 conhecimento da realidade, procura também explicar a razão dos fatos. (FIGUEIREDO, 2009). A pesquisa bibliográfica desenvolve-se a partir de material já elaborado, constituído, sobretudo, de livros, artigos científicos e materiais veiculados em jornais, revistas ou publicações de cunho acadêmico, cientifico ou da área profissional do pesquisador. A vantagem marcante desse tipo de estudo esta na possibilidade que tem o pesquisador de ter a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla.(GIL,2002). Minayo (1998), coloca que as pesquisas bibliográficas não reproduzem dados já produzidos, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras. Este trabalho foi desenvolvido a partir da leitura de livros, artigos científicos relevantes para o objetivo do estudo. Foram retiradas destas referências, informações necessárias para um melhor entendimento sobre as habilidades afetivas da equipe de enfermagem na unidade de emergência na reanimação cardiopulmonar. Estrutura do Trabalho Este trabalho trata-se de uma revisão de literatura e está constituído por cinco momentos. O primeiro momento trata-se da unidade de emergência, onde é abordado a sua estrutura física e a sua importância para o atendimento de urgência e emergência. No segundo momento, o estudo apresenta a composição da equipe de enfermagem, a função de cada membro desta e os planos de ação para o desenvolvimento da assistência de forma acolhedora e humanizada. A seguir é demonstrado os aspectos éticos e legais que permeia a unidade de emergência, baseado no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. O quarto momento, trata-se das habilidades afetivas e como esta refletem nas práticas assistenciais implementadas pela equipe, durante procedimentos que por muitas vezes decidiram na sobrevida da sua clientela. O ultimo momento aborda o procedimento de reanimação cardiopulmonar, realizado quando o paciente deixa de apresentar sinais vitais de forma súbita. È uma manobra que requer habilidades e dentre essas, as afetivas, pois é considerada a emergência 12 mais grave e deve ser entendida e priorizada por todos os momentos e por toda a equipe atuante em uma unidade de emergência. O estudo apresenta cada momento de forma descritiva e qualitativa, refletindo cada fenômeno apresentado e por fim as considerações finais. 13 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 UNIDADE DE EMERGÊNCIA A Unidade de Emergência é destinada à assistência de pacientes com ou sem risco de vida, cujo os agravos a saúde necessitam de um pronto atendimento. Seria um verdadeiro posto salva-vidas. A unidade deverá dispor de área externa para desembarque de ambulância. Chamamos de situação de urgência quando temos um agravo à saúde sem risco potencial de vida, cujo portador necessite de assistência medica imediata. Já a situação de Emergência é um agravo à saúde que implica em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato. (SOUZA; MOZACHI, 2005). Uma vez criado o serviço atendimento de emergência num hospital público ou particular, há obrigação de receber e atender com eficácia os casos de urgência e emergência. A manutenção de um serviço de emergência cria no público a certeza de que terá atendimento médico com eficácia, sempre que houver necessidade real. (WARNER, 1980). Warner (1980) ressalta, que o sistema de atendimento de emergência envolve uma série de crenças e de atitudes que, quando compartilhadas por todos (comunidade e governo), terão como resultado um serviço eficaz e disponível à toda população. A mesma autora (1980, p. 1) afirma que "o atendimento de emergência é trabalho; e apenas um esforço árduo, longo e consistente, combinado com um planejamento, poderá ter como resultado um sistema eficiente". Na verdade, o que se constata é que não há atalhos, nem meios fáceis e nem resultados a curto prazo que garanta a eficácia no atendimento de emergência. A unidade de emergência hospitalar tem caráter dinâmico e esta característica básica, traz algumas repercussões institucionais que implicam na melhor organização de outras áreas do hospital. Em função das atividades exercidas, alguns serviços devem ser mantidos em condições de utilização a qualquer momento. O sucesso do atendimento, também, pode estar diretamente relacionado à disponibilidade de outras áreas, como: laboratório, radiologia, unidades de internação, unidade de terapia intensiva, centro cirúrgico, banco de sangue. (GOMES,1994). 14 Trata-se do elo entre o hospital e a comunidade, devendo portanto esta situada ao nível da rua, permitindo, sem a menor dificuldade de tráfego, a entrada e saída dos veículos que transportam os clientes.(FIGUEIREDO; VIEIRA, 2009). Gomes (1994) ressalta que organizar uma unidade de emergência com características próprias, recursos humanos e materiais adequados e voltados inteiramente para o atendimento das necessidades dos clientes em situação de risco de vida, é um verdadeiro desafio. Para Whitaker ET al. (1990) as deficiências no atendimento de emergência estão relacionados a falta de definição de tarefas entre os elementos que compõem a equipe de atendimento, aliada a falta de uma coordenação das atividades e de treinamento específico, além de falhas no suprimento do material e equipamentos apropriados. Essa problemática pode levar a um atendimento lento, desordenado, estressante e gerar insucesso do tratamento. A unidade deve ser planejada em função do tipo de hospital a que está vinculada, com o objetivo de atender à sua finalidade. Deve conter alguns elementos básicos essenciais, como: amplas áreas de circulação, estar localizada de modo a permitir fácil acesso ao público, entrada independente, facilidade de ligações aos Centros Cirúrgico e Obstétrico e à Unidade de Terapia Intensiva. (GOMES,1994). Cabe finalmente observar que o conjunto apresentado a seguir não abrange todos os ambientes de uma unidade de urgência ou de emergência, e sim aqueles que consideramos mais importantes, tanto sob o aspecto funcional como pelo fato de estarem presentes na grande maioria destas unidades. (ANVISA,2002). • Acessos, Área de Desembarque de Ambulâncias e Estacionamentos O dimensionamento, a sinalização e a localização destas áreas externas, devem ser cuidadosamente estudados, devido à necessidade de garantir aos usuários um rápido acesso. • Halls de Entrada Uma boa prática no projeto dos halls de acessos nas unidades de maior porte e complexidade é dotar sempre que possível dois halls interligados a uma mesma sala de espera. Um deles, denominado Hall de Emergência, seria de uso exclusivo para 15 os pacientes em estado grave, transportados por ambulâncias ou outros veículos. E o segundo hall, denominado de Hall de Urgências devem adentrar os pacientes que chegam à unidade deambulando, necessitando de pouca ou nenhum ajuda para deambular. O balcão de recepção, onde é feita a admissão dos pacientes deve ser posicionado de forma que possa controlar simultaneamente os dois halls. • Salas de Espera São ambientes extremamente importantes para a humanização do acolhimento dos pacientes e de seus acompanhantes. Nessas áreas devem ser instalados aparelhos de TV, utilizados tanto para distrair como para fornecer informações importantes sobre o funcionamento da unidade. As áreas de espera podem ainda ser utilizadas para dar início ao processo de triagem, reduzindo o período em que o paciente aguarda o primeiro atendimento e agilizando seu encaminhamento. • Sala de Higienização Geralmente localizada em área contígua ao hall de emergências, esta sala é utilizada para higienizar os pacientes que, segundo o critério da equipe de saúde, necessitem até mesmo de um banho antes do início do primeiro procedimento. A sala deve ser dotada de lavatório, chuveiro, chuveiro manual, maca especial para banho e cuba de despejo. • Sala de Triagem e de Consulta de Enfermagem O objetivo da sala de triagem é dar maior eficiência ao atendimento, efetuando uma primeira avaliação do paciente, para somente então encaminha-lo às áreas de diagnóstico e tratamento. Esta avaliação pode ser feita pela equipe médica, ou eventualmente pela de enfermagem. A consulta de enfermagem, por sua vez, tem como objetivo agilizar o atendimento, através da diminuição do tempo da consulta médica, cuidando a equipe de enfermagem de levantar as primeiras informações do sobre o paciente, anotando seus dados antropomórficos, tomando sua temperatura e tirando sua pressão arterial. 16 • Sala de Serviço Social ou Sala de Entrevistas Nesta sala, geralmente localizada junto a sala de espera e o mais próximo possível dos halls de entrada são feitas as entrevistas para o levantamento das condições sociais dos pacientes e de suas famílias, assunto que exige privacidade. • Consultórios Indiferenciados e Diferenciados O dimensionamento do número de consultórios depende do número de especialidades a serem oferecidas pela unidade e do tipo de atendimento que será praticado, isto é, atendendo apenas as situações de urgência e emergência. • Sala de Gesso e Redução de Fraturas Esta sala, anexa ao consultório de ortopedia, e sempre que possível próxima ao hall de emergência, deve ser projetada para a realização de procedimentos de redução de fraturas, inclusive sob anestesia geral, com a eventual utilização de que RX transportável. Seu dimensionamento deverá considerar a existência de bancada com cuba conectada a caixa de decantação de gessos, espaço para uma mesa ortopédica, depósito de material e negatoscópios. • Sala de Suturas e Sala de Curativos Pode ser constituída por um único ambiente para atendimento individual ou ser subdividida em cubículos, separados por cortinas no caso de atendimentos simultâneos. • Salas de Reidratação e de Inalação Não há necessidade de uma sala especial para este procedimento já que, normalmente, é feito nos ambientes de observação, separando-se as crianças das pessoas dos adultos e idosos, principais usuários deste tipo de procedimento. Já a sala de inalação necessita de um ambiente específico dotado de pontos de ar 17 comprimido medicinal ou de oxigênio (um ponto por cadeira), lavatório, bancada com pia para lavagem do material após o uso, cadeiras ou bancos dispostas de tal forma que permitam, caso seja necessário, a presença de um acompanhante durante o procedimento. • Sala de Aplicação de Medicamentos Nesta sala, geralmente de pequenas dimensões, dotada de lavatório e bancada com cuba, são aplicadas injeções e ministrados medicamentos. Nas unidades de menor porte não é necessário prever este ambiente, já que estes procedimentos são geralmente realizados nos próprios consultórios, na sala de observação ou nos demais ambientes de tratamento dos pacientes. • Salas de Observação No caso de ambientes coletivos de observação devem ser previstas três salas: duas para pacientes adultos do sexo masculino e feminino e uma sala de observação pediátrica. • Posto de Enfermagem Central Além dos postos de enfermagens exclusivos das salas de observação a unidade de emergência deve ser dotada de um posto de enfermagem central, que além de exercer uma atividade de controle de todo o funcionamento da unidade apóia, com o serviço de enfermagem, os diferentes atendimentos realizados na unidade. • Sala de Procedimentos Invasivos Esta sala, onde são desenvolvidos os chamados procedimentos invasivos (aplicação se sondas, endoscopia, traqueotomia, dentre outros) necessita de um grau de assepsia semelhante à de um Centro Cirúrgico. • Sala de Pequenas Cirurgias 18 A realização de cirurgias de pequeno porte (cirurgias ambulatoriais) exige um ambiente com as mesmas características da sala de procedimentos invasivos, acrescido de vestiários barreira para a equipe de saúde. • Salas de Emergência e de Politrauma Nestas salas em que são oferecidos os primeiros cuidados aos casos de maior gravidade os pacientes são estabilizados e, de uma maneira geral seguem para o Centro Cirúrgico ou para a Unidade de Terapia Intensiva e, na pior das hipóteses para o necrotério. Além destes ambientes, complementam o programa funcional das unidades de urgência e emergência uma série de ambientes tais como a Unidade Transfusional, onde é feita a guarda e a distribuição de hemocomponentes, rouparia, copa, local para a guarda de aparelho de RX transportável, área para guarda de pertences de pacientes, sanitários de funcionários, estar e plantão médico, estar e plantão de enfermagem e de pessoal de apoio, estacionamento de ambulâncias com estar e sanitário anexo para motoristas, salas administrativas, posto policial, cantina, sala de utilidades, depósito de material de limpeza (DML), sala de armazenamento temporário de resíduos etc. 2.2 EQUIPE DE ENFERMAGEM A equipe de enfermagem, enquanto equipe, teve sua origem entre 1950 e 1960, envolvendo a participação de um líder e os membros da equipe para proporcionar vários aspectos dos cuidados de enfermagem a um grupo de pacientes. (BARE; SMELTZER, 2002). O Código de Ética de Enfermagem refere que esta profissão compreende um componente próprio de conhecimentos científicos e técnicos, construído e reproduzido por um conjunto de práticas sociais, éticas e políticas que se processa pelo ensino, pesquisa e assistência. Realiza-se na prestação de serviços à pessoa, família e coletividade, no seu contexto e circunstâncias de vida. O aprimoramento do comportamento ético do profissional passa pelo processo de construção de uma consciência individual e coletiva, pelo compromisso social e profissional configurado pela responsabilidade no plano das relações de trabalho 19 com reflexos no campo científico e político. (CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM, 2008). As funções da equipe de enfermagem em emergência são independentes, interdependentes e/ou de colaboração, sendo que todos conhecem as limitações legais das suas atribuições e agem de acordo com elas. Assim, é necessário que a equipe trabalhe em conjunto e respeite as atribuições de cada um, pois os trabalhos desarticulados, nestes casos, podem levar sérios riscos à saúde ou à vida do cliente. (WARNER, 1980). O Conselho Federal de Enfermagem, dispõe sobre o apoio legal à assistência de enfermagem em unidade de emergência, que encontra-se na Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, p.3, seção I, que define as funções da equipe, são elas: 20 “O enfermeiro presta assistência de enfermagem ao indivíduo, à família e à comunidade, em situações que requerem medidas relacionadas com a promoção, proteção e recuperação da saúde, prevenção de doenças, reabilitação de incapacitados, alívio do sofrimento e promoção de ambiente terapêutico, levando em consideração os diagnósticos e os planos de tratamento médico e de enfermagem”. Na equipe de enfermagem, as medicações podem ser ministradas por uma enfermeira, enquanto o banho e os cuidados físicos por um auxiliar ou técnico de enfermagem sob a supervisão da enfermeira que lidera a equipe. Além disso, esta é responsável em promover a comunicação com os demais membros da equipe de saúde e família do paciente. (BARE;SMELTZER, 2002). Pitta (2003), relata que o regime de turnos e plantões abre a perspectiva de duplos empregos e jornadas de trabalho, comum entre os trabalhadores de saúde, especialmente num país onde os baixos salários pressionam para tal. Tal prática potencializa a ação daqueles fatores que por si só danificam suas integridades física e psíquica. Todas as atividades, inclusive o trabalho, têm pelo menos três aspectos: físico, cognitivo e psíquico. Cada um deles pode determinar uma sobrecarga. Eles estão inter-relacionados e são bastante freqüentes, embora não seja necessário, que uma forte sobrecarga de um dos aspectos seja acompanhada de uma carga bastante alta nos dois outros domínios. Todavia, torna-se imprudente a análise de um domínio sem levar em consideração o outro (WISNER, 1994). A equipe de enfermagem do setor de emergência de um hospital deve ser composta por: enfermeiros clínico-cirúrgicos emergencistas, enfermeiros de protocolo 20 (acolhimento – pré-atendimento), enfermeiros coordenadores ou administrativo, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem. (BRITO,2011). A Associação Americana de Enfermagem (ANA) estabeleceu os "Padrões da Prática de Enfermagem em Emergência" em 1983, tendo como referência padrões definidos classificando os enfermeiros de emergência em três níveis de competência. O primeiro nível requer competência mínima para o enfermeiro prestar atendimento ao paciente traumatizado; no segundo nível este profissional necessita formação específica em enfermagem de emergência e no último nível o enfermeiro deve ser especialista em área bem delimitada e atuar no âmbito pré e intra-hospitalar. (BRITO,2011). Os enfermeiros das unidades de emergência aliam à fundamentação teórica (imprescindível) a capacidade de liderança, o trabalho, o discernimento, a iniciativa, a habilidade de ensino, a maturidade e a estabilidade emocional (GOMES, 1994). Brito em 2011, define muito precisamente a função da enfermeira de assistência: Elabora, implementa e supervisiona, em conjunto com a equipe médica e multidisciplinar, o Protocolo de Atenção em Emergências (PAE) nas bases do acolhimento, pré-atendimento, regulação dos fluxos e humanização do cuidado; Presta o cuidado ao paciente juntamente com o médico; Prepara e ministra medicamentos; Viabiliza a execução de exames complementares necessários à diagnose; Instala sondas nasogástricas, nasoenterais e vesicais em pacientes; Realiza troca de traqueotomia e punção venosa com cateter; Efetua curativos de maior complexidade; Preparam instrumentos para intubação, aspiração, monitoramento cardíaco e desfibrilação, auxiliando a equipe médica na execução dos procedimentos diversos; Realiza o controle dos sinais vitais; Executa a consulta de enfermagem, diagnóstico, plano de cuidados, terapêutica em enfermagem e evolução dos pacientes registrando no prontuário; 21 Administra, coordena, qualifica e supervisionam todo o cuidado ao paciente, o serviço de enfermagem em emergência e a equipe de enfermagem sob sua gerência. Dentre as atividades administrativas efetuadas pelo enfermeiro, destacam-se: Realiza a estatística dos atendimentos ocorridos na unidade; Lidera a equipe de enfermagem no atendimento dos pacientes críticos e não críticos; Coordena as atividades do pessoal de recepção, hotelaria, limpeza e portaria; Soluciona problemas decorrentes com o atendimento médico-ambulatorial; Aloca pessoal e recursos materiais necessários; Realiza a escala diária e mensal da equipe de enfermagem; Controla estoque de material, insumos e medicamentos; Verifica a necessidade de manutenção dos equipamentos do setor. Dentre as muitas atividades executadas por esta unidade, algumas são prescritas pelo Ministério da Saúde MS (1995), como atribuições fundamentais para esta área: Quando não há risco de vida (urgência): Fazer triagem para os atendimentos; Prestar atendimento social ao paciente ou acompanhante; Fazer higienização do paciente; Realizar procedimento de enfermagem; Realizar atendimento e procedimentos de urgências; Prestar apoio diagnóstico e terapêutico por 24 horas; Manter em observação o paciente por um período de até 24 horas. Em casos que apresentam risco de vida (emergencia): Prestar o primeiro atendimento ao paciente; Prestar atendimento social ao paciente ou acompanhante; Fazer higienização do paciente; Realizar procedimento de enfermagem; Realizar atendimento e procedimentos de urgências; Prestar apoio diagnóstico e terapêutico por 24 horas; Manter em observação o paciente por um período de ate 24 horas. 22 O MS também preconizou alguns critérios básicos que devem ser rigorosamente respeitados, que são: Estarem organizados como sistema, acessíveis a toda população e distribuídas de acordo com a maior ou menos concentração da população; Estarem organizadas administrativamente e bem equipadas, com materiais em quantidade e qualidade suficientes; Acompanhar os avanços tecnológicos da administração da assistência e da unidade; Possuir em seu quadro de pessoal, profissionais altamente habilitados e prestar assistência imediata, atendendo com precisão as necessidades da clientela, respeitando os valores e crenças individuais e regionais. Frente às características específicas da unidade de emergência, o trabalho em equipe torna-se crucial. O enfermeiro deve ser uma pessoa tranqüila, ágil, de raciocínio rápido, de forma a adaptar-se, de imediato, à cada situação que se apresente à sua frente. Este profissional deve estar preparado para o enfrentamento de intercorrências emergentes necessitando para isso conhecimento científico e competência clínica/experiência. (ANDRADE, 2000). O primeiro passo para o enfermeiro efetivamente exercer uma liderança eficaz, consiste na busca de estratégias que possibilitem este profissional conhecer a si mesmo e para a eficácia do processo de liderar o enfermeiro necessita conhecer as necessidades e expectativas pessoais e profissionais dos membros da equipe de enfermagem. (GALVÃO, 1998). 2.3 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DO ATENDIMENTO DE EMERGENCIA Em um pronto-socorro, observa-se e convive-se com as mais diversas situações assistenciais que envolve questões éticas, não no aspecto tradicional, literário, mas sim no aspecto assistencial no campo da saúde. Nesse sentido, vale destacar, quanto ao aspecto moral percebido na equipe de saúde o que diz Barchifontaine (2002): “A moral de todo o mundo era também dos médicos, mas o publico não admite que uma nova moral surja, sem o 23 seu controle, quando está em questão a vida e a saúde da pessoa comum”. O direito ao atendimento de emergência é igual ao direito à vida, à educação, ao trabalho. Da mesma forma, que assegurar o controle de qualidade profissional de todos integrantes do serviço de emergência constitui uma responsabilidade ética. Quando falamos em ética não podemos esquecer que este aspecto envolve tanto a instituição que presta o serviço de emergência quanto ao paciente que necessita deste atendimento. Por isso vale lembrar que os pacientes têm como responsabilidade a fidelidade, confidencialidade e veracidade das informações prestadas e que o correto encaminhamento diagnóstico e terapêutico depende desses requisitos (NASI, 2005). No Código Penal, art. 15, item II, diz: “o crime é culposo quando o agente der causa do resultado por imprudência, negligência ou imperícia”: Imprudência: caracteriza-se quando o profissional não está capacitado a realizar o ato; Negligência: caracteriza-se quando o profissional deixa de dar ao cliente o cuidado e atenção que o caso exige; Imperícia: existe ao executar mal o ato para o qual o profissional estava capacitado. O delito pode resultar em: Incapacidade temporária; Incapacidade permanente; Debilidade permanente; Perda ou inutilização de membro, sentido ou função; Deformidade permanente. Os Códigos Penal, Civil e de Ética de Enfermagem contemplam os preceitos fundamentais desse atendimento. O art. 15 do Código Penal, item II, diz: “crime culposo quando for de causa de imprudência, negligência ou imperícia”, no caso de atendimento sem a observância de conhecimento especifico para atender. O art. 133 do Código Penal diz ser crime “abandonar pessoa que esta sob seu cuidado, guarda e vigilância ou autoridade e por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono”. A omissão de socorro é contemplada no art.135 do Código Penal, quando diz: “deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo 24 sem risco pessoal; a criança abandonada ou extraviada ou a pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo ou não”. Gomes (1994) afirma que as pessoas que trabalham em serviços que prestam assistência a saúde precisam estar preparadas eticamente, para dar um atendimento competente e com respeito aos direitos do paciente, pois no cotidiano desse ambiente, em razão da complexidade frente as emergências, mais facilmente o cliente corre o risco dos seus direitos serem ameaçados. Portanto não é qualquer pessoa que pode atender a vitima de situações de emergência, sejam pré-hospitalares, sejam intra-hospitalares, sem incorrer em preceitos éticos, legais, jurídicos e policiais. (FIGUEIREDO;VIEIRA, 2009). Os mesmos autores ainda afirmam que é necessário conhecimento técnico cientifico abalizado para o cuidado em situações de emergência, sem incorrer em atendimento inadequado, levando consequentemente ao agravamento do quadro clinico inicial com seqüelas irreversíveis para o cliente. Quem pode e deve atender às situações emergenciais são os profissionais treinados e formados para isso. 2.4 HABILIDADES AFEITIVAS Miydahira (1990), afirma que a prática profissional pressupõe competência em uma serie de habilidades, como cognitivas, psicomotoras e afetivas. O termo habilidade é definido por Houaiss (2001) como “qualidade ou característica de quem é hábil”. Diz-se de quem tem a mestria de uma ou várias artes ou um conhecimento profundo, teórico e prático de uma ou várias disciplinas. Para Bloom, Krathwohl e Masia (1993), habilidades efetivas, tocam uma variedade de sentimentos, uma emoção ou um grau de aceitação ou rejeição. O domínio afetivo varia desde a atenção simples e fenômenos selecionados, até qualidades de caráter de consciência complexas. O domínio efetivo proposto por Bloom, foi estruturado em uma ordem hierárquica, composta por cinco estágios denominados categorias, essas vão do nível mais baixo até o mais alto, ordenadamente. As habilidades afetivas podem ser compreendidas tendo como base o cotidiano que se desenvolve a partir de um nível no qual o individuo torna-se cônscio de um determinado fenômeno, sendo capaz de percebê-lo e a ele prestar atenção. O individuo passa então a responder ao fenômeno com um interesse positivo, acompanhado por um sentimento de satisfação, prazer ou contentamento. Desta 25 forma, não só percebe e responde a um determinado fenômeno, mas também adquire uma crença, e um valor sobre o mesmo. Neste momento age porque se sente comprometido com o valor que inspira o comportamento. Na maioria das situações da vida, diversos valores entram em conflito. Assim os indivíduos devem criar normas internas para manejar os conflitos que se apresentam entre os valores. (BORDENAVE;PEREIRA, 1995). Na concepção de Cruz (2002), é a prática de determinadas habilidades que constrói a competência. Assim a competência abriga três dimensões: o domínio cognitivo que compreende a realização das operações mentais sobre os conhecimentos produzidos pela sociedade que fundamentam a ação das pessoas; o domínio psicomotor (saber fazer) que enfatiza a habilidade motora, que requer coordenação neuromuscular; além de abranger as habilidades afetivas (saber ser), visto que todo esse conhecimento quando posto em prática num fazer, acontece na sociedade e é regulada socialmente. Estudos realizados por Bloom, Krathwohl e Masia (1993), destacam ainda que apesar de os produtos da aprendizagem estarem classificados em habilidades cognitivas, psicomotoras e afetivas na realidade não há pureza desses tipos de aprendizagem. A aprendizagem por si mesma integra componentes cognitivos, psicomotores e afetivos, entretanto, em alguns aspectos ou situações, um ou outro domínio pode predominar. De acordo com Bordenave e Pereira (1995), o domínio afetivo engloba o desenvolvimento de atitudes e hábitos morais, a formação de valores e um comportamento de participação e cooperação. Além disso, existem vários fatores que podem influenciar o domínio afetivo: as experiências anteriores do individuo, suas motivações, seus valores, atitudes e também o ambiente, contexto físico e social, onde se encontra este profissional. (SCHERMERHORN; HUNT; OSBORN 2003). Os autores acima citados referem que durante o processo ensino-aprendizagem grande ênfase é dada na aquisição de conhecimento e no desenvolvimento de habilidades intelectuais. Porém para o desenvolvimento integral de uma pessoa deve-se dar igual atenção, ou mesmo atenção maior, ao desenvolvimento afetivo e emocional. Os mesmo, ainda ressaltam que existem pessoas bem sucedidas no aspecto intelectual e racional, porém despreparadas ao lidarem com seus sentimentos e emoções. 26 De acordo com o Parecer nº 16/99 do Conselho Nacional de Educação (CNE) e Câmera de Educação Brasileira (CEB) é considerado competente o individuo que é capaz de mobilizar, articular conhecimentos, habilidades e atitudes para a resolução de problemas não só os rotineiros, mas também inusitados principalmente em seu campo de atuação profissional. Perrenoud (2000) define, competência como a mobilização de recursos cognitivos que incluem saberes, informações, habilidades operatórias e principalmente a inteligência para com eficácia e pertinência enfrentar uma serie de situações ou problemas. Para Cruz em 2002, competência é a capacidade que as pessoas desenvolvem em articular, relacionar os diferentes saberes, conhecimentos, atitudes valores construídos por intermédio da sua vivencia e por meio dos conhecimentos dos bancos escolares. Figueiredo e Vieira em 2009, identificaram estudos em diversas situações de emergência em meio à ordem e à desordem que cria para se manter e salvar uma vida. São tipos de cuidados com diversas variações, mas comportando a mesma essência, todos descritos pela equipe de enfermagem. Os autores acima citados, ainda referem que as ações de cuidar também são carregadas de silencio na imensa confusão e tensão em que o cuidado acontece. Essas ações são desenvolvidas na relação cliente\ enfermagem, em uma convivência interdisciplinar e multiprofissional, em que todos percebem e vêem o que a enfermagem faz. Porém, em nível macrossocial, poucas pessoas conseguem apreender a complexidade e a especificidade de suas ações. É a desordem buscando uma ordem a vida. 2.5 REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) Numa unidade de emergência a parada cardiorrespiratória (PCR) representa a mais grave emergência clínica com que a equipe pode se deparar. Este evento pode ser definido, como sendo a interrupção súbita de deficiência absoluta de oxigênio tissular, seja por deficiência circulatória ou por cessação da função respiratória. A vitima de parada cardiorespiratoria é considerada prioridade devido ao risco de morte iminente e o seu atendimento – reanimação cardiopulmonar (RCP), deve ser 27 realizado por médicos, fisioterapeutas e pela equipe de enfermagem no ambiente hospitalar. (ARAÚJO, 1997). A reanimação cardiopulmonar consiste em um conjunto de medidas usadas com a finalidade de recuperar as funções cardiocirculatórias, respiratória e cerebral. Seus princípios fundamentais consistem no pronto de restabelecimento da circulação através de compressões torácicas externas e a instauração de respiração artificial a fim de ventilar os pulmões e manter a oxigenação do cérebro e de outros órgãos vitais. (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 1999). O tempo máximo de anóxia (falta de oxigenio) que pode ser suportado pelo cérebro é muito variável, dependendo das condições existentes, assim durante a hipotermia (diminuição da temperatura corpórea), estados de parada circulatória total são tolerados por ate 50 minutos, esta parada circulatória é feita artificialmente em alguns casos de cirurgias cardíacas ou em casos de afogamento em águas geladas. È de se notar que quanto mais jovem for o paciente maior será a capacidade de tolerar a isquemia cerebral (PIRES, 1996). Sistema nervoso Respiratória Obstrução das Cardiovascular Metabólica Infarto Acidose vias aéreas pneumonias pneumotórax afogamento Medicamentos e alcalose Tamponamento Hiper cardíaco hipopotassemia Cardiopatias Hiper congênitas hipocalemia Choque Hiper Traumatismo Digitálicos craniano e Hemorragia Antiarrítimicos intracraniana e Neuropatias Vasopressores e Estado epiletico Antibióticos hipomagnesiemia Broncoaspiração Insuficiência Hipoglicemia Anestesicos cardíaca Embolia pulmonar Arritmias Insuficiência sedativos Tranquilizantes respiratoria Figura 1 – As principais causas de PCR segundo Pires em 1996, são: Entretanto, Nasi (2005), afirma que o ideal para aumentar as chances de sobrevida e a alta hospitalar sem seqüelas é iniciar as manobras de suporte vital até quatro minutos após a PCR. As chances de seqüelas neurológicas reduzem em 10% para 28 cada minuto de atraso no restabelecimento da circulação afetiva. Bahia (2004) relata que o maior indicie de alta hospitalar nos casos de PCR, são com os pacientes que receberam as primeiras medidas do Suporte Basico de Vida (SBV) dentro de quatro minutos, e considera que no tempo de 0 a 4 minutos não há danos ao cérebro da vitima, de 4 a 6 minutos é possível correr danos cerebrais, de 6 a 8 minutos é provável ocorrer danos ao cérebro e entre 7 a 10 minutos ocasiona danos ao cérebro. Todos os pacientes são cadidatos a RCP, discute-se sua indicação apenas quando já houver evidencias inquestionáveis de morte: decapitação, pacientes oncológicos terminais e outras patologias em fase terminal e nos quais não exista qualquer esperança de tratamento adicional, pacientes com morte cerebral comprovada há mais de 24 horas, tempo de parada prolongado com sinais físicos de morte (PIRES 1996). A American Heart Association tem desenvolvido estudos para o estabelecimento de princípios padronizados de atendimento à vítima de parada cardiorrespiratória. Tais padrões de atendimento são conhecidos atualmente como Suporte Básico de Vida (BLS, Basic Life Suport) e Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (ACLS, Advanced Cardiac Life Support). (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 1999). O Suporte Básico de Vida consiste no reconhecimento da PCR, intervenção imediata, com o início das manobras de reanimação cardiopulmonar, objetivando a manutenção da ventilação e da circulação através da abertura das vias aéreas, ventilação artificial, compressões torácicas externas e, desfibrilação precoce para os casos de fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso. O êxito desse procedimento depende da destreza e rapidez com que as manobras são aplicadas. (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 1999). De acordo com Nasi (2005) o Suporte Básico de Vida (SBV) é qualquer suporte à vida de uma pessoa, que pode ser realizada em qualquer local, fora ou dentro do hospital, em que se realiza uma seqüência de ações durante os primeiros minutos em casos de emergência, como a PCR, podendo ser realizada por qualquer pessoa desde que seja treinada. As ações preliminares do suporte básico de vida são, segundo o referido autor: Chamar por ajuda; Avaliar o nível de consciência; Posicionar adequadamente o paciente; 29 Liberar vias aéreas; Realizar respiração de resgate; Verificar presença de pulso em grandes artérias; Realizar massgem cardíaca, no caso de ausência de pulso; Usar o desfibrilador automático. O Suporte Avançado de Vida (SAV) envolve as manobras de suporte básico com o uso de equipamentos auxiliares para suporte de ventilação, acesso intravenoso, administração de drogas, monitoramento cardíaco, desfibrilação, além do atendimento após a reanimação. (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 1999). Diariamente os profissionais da área de saúde observam a importância de se conhecer os principais aspectos que envolvem o atendimento de PCR; muitas vezes a equipe de enfermagem detecta os sinais de PCR, aciona o médico plantonista e limita-se a levar o equipamento de reanimação até a beira do leito e aguardar a chegada do médico, não iniciando as manobras necessárias e quando estas são iniciadas não seguem os protocolos preconizados pela Américan Heart Association (1999), mundialmente aceito. Para Nasi (2005), no SAV, são tomadas as mesmas medidas que no SBV, porém, com mais precisão. Deve-se avaliar o nível de consciência do paciente e caso não apresente responsividade, providenciar imediatamente um desfibrilador; liberar as vias aéreas através da inspeção e remover qualquer corpo estranho ou secreção através da hiperextensão da cabeça e tração da mandíbula, fazendo com que a base da língua se desloque da região inferior da garganta permitindo uma maior passagem de ar (nos casos de supeita ou lesão na cervical realizar apenas a tração da mandibula); restabelecer a respiração através de medidas mais eficazes que no SBV, como a ventilação com o Ambu (airway manual breathing unit) com oxigênio suplementar a 15l\min ou com o uso de intubação endotraqueal; avaliar presença de pulso realizando massagem cardíaca na sua ausência; usar o desfibrilador logo que possível; puncionar acesso periférico calibroso para administração das medicações o mais breve possível e manter o paciente monitorado. De acordo com Araújo e Araújo (2003) cabe à equipe de enfermagem oferecer o Suporte Básico de Vida, intra-hospitalar, a paciente vítima de PCR até a chegada da equipe médica. Para isso ela deve adquirir habilidades que a capacite a prestar 30 adequadamente assistência a este paciente. Dentre as habilidades cognitivas, psicomotoras e afetivas tão necessárias ao atendimento de uma RCP, enfatizamos nesse estudo as habilidades afetivas. A assistência de enfermagem também deve estar voltada para a privacidade do paciente com o uso de biombos caso seja uma enfermaria com outros pacientes; retirar os familiares ou qualquer outra pessoa que esteja por perto; fornecer apoio à família ajudando a preparar-se para ver o paciente em uso de cânulas e sondas ou dando apoio nos casos de óbito. (GOMES, 1994). Apenas perceber que o paciente está em PCR não é suficiente. De acordo com Axelssom, Herlitz e Fridlund (2000), em RCP para decidir se intervém ou não, o profissional antes de tudo tem de observar o evento, interpretá-lo como uma emergência, perceber que tem responsabilidade de agir, decidir que tipo de ajuda pode dar e finalmente como implementar essa ajuda. Crunden (1991) observou que enfermeiras modelam seu comportamento em resposta às expectativas de seus pares, superiores, de estudantes de enfermagem e do público em geral. Isto pode ser explicado por Dwyer e Willians (2002), quando afirma que a pressão normativa afeta as intenções de praticar comportamentos. Por outro lado, quando um profissional de enfermagem participa de uma RCP voluntariamente, por consentimento próprio, de um paciente que não está sob seus cuidados, dizemos que ele possui disposição para responder. De acordo com Dwyer e Willians (2002), após um atendimento de parada cardíaca, muitas enfermeiras nutrem sentimentos de insegurança a respeito de como elas conduziram a situação, resultando numa variedade potencial de sentimentos incluindo culpa, choque, dor e impotência. Para que essa equipe possa atuar de forma satisfatória é necessária uma integração perfeita entre todos os participantes, uma distribuição explícita de tarefas, além de um líder que a coordene. Normalmente, quem assume as funções de liderança dentro dessa equipe é o médico mais experiente. Cabe a esse líder conduzir a todos de forma a assegurar a integração e harmonia do trabalho do grupo. (GRANITOFF, 1995; MARSCH et al., 2004). Segundo Marsch et al. (2004), a RCP é um esforço de equipe e vários trabalhadores de saúde precisam coordenar suas atividades para assegurar o ótimo desempenho desse time. O trabalho de equipe em RCP é importante à medida que a má performance por parte dos seus membros pode comprometer o resultado dos 31 esforços de ressuscitação. Para que as pessoas possam trabalhar satisfatoriamente em equipe elas precisam possuir algumas características pessoais, tais como; ser educado, respeitoso, clemente e amoroso. Um dos valores humanos mais enfatizados no mundo do trabalho é que o trabalhador seja capaz de executar, a contento, as tarefas que lhe são propostas pela organização. Ser capaz é a qualidade que uma pessoa deve possuir para um determinado fim, isso se relaciona com sua habilidade e competência. (FERREIRA, 1986). No que se refere a RCP, Araújo e Araújo (2003) enfatizam que a equipe de enfermagem deve saber detectar uma PCR, conhecer a seqüência de atendimento, para poder organizar as manobras de ventilação e circulação artificiais, além de reunir material e equipamentos necessários para esse atendimento. O estudo de Dwyer e Willians (2002) mostra que a falta de habilidades para a ressuscitação por parte dos profissionais de saúde, em suporte básico e avançado de vida, foi identificada como um fator que contribui para os resultados ruins após episódios de parada cardíaca. Dentre os valores humanos para se atuar em qualquer atividade profissional, destacamos a responsabilidade e a honestidade. Durante a RCP os profissionais de saúde podem sofrer alterações físicas tais como aumento da freqüência cardíaca, da pressão arterial e sudorese. Além disso, esse procedimento altamente estressante pode levar também ao aparecimento de ansiedade, pânico, depressão e estafa. (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 1999). Em situações emocionais extremas, a razão é dominada pela emoção e com isso a capacidade de avaliação torna-se menos precisa. É necessário educar a emoção a fim de que o indivíduo não seja dominado por ela, desencadeando comportamentos desajustados como ataques de raiva, cólera, entre outros. (PEREIRA;HANNAS, 2000). Ainda segundo Pereira e Hannas (2000), a autodisciplina é fruto do equilíbrio da inteligência emocional. O desenvolvimento do autocontrole deveria ser trabalhado o quanto antes pelo indivíduo para que ele fosse capaz de lidar com suas emoções tanto em sua vida pessoal quanto profissional. Para Martinelli (1996), autoconfiança é a confiança em si mesmo. “É a energia que nos anima e assegura a vitória sobre as dificuldades individuais”. De acordo com Marsch et al (2004), estudos atuais indicam que a sobrevivência em parada cardíaca em hospitais depende, na maioria das vezes, daquele que 32 responde primeiro ao chamado de emergência. Nestas circunstâncias qualquer trabalhador de saúde pode ser o primeiro a responder. Uma das funções da equipe de enfermagem é manter os materiais e equipamentos necessários, tais como equipamento de ventilação, monitorização cardíaca, desfibrilação, drogas, entre outros, para o atendimento de um paciente vítima de PCR. Além disso, é necessário que essa equipe tenha domínio do manuseio desses equipamentos. (ARAÚJO, 2003). De acordo com orientações da American Heart Association (1999), o atendimento de RCP tem por objetivo preservar a vida, restaurar a saúde, aliviar o sofrimento, minimizar as seqüelas e reverter mortes prematuras. A decisão de iniciar, encerrar ou não realizar a reanimação é normalmente um julgamento médico. A Liga Mundial de Ressuscitação, que reúne os principais comitês mundiais de ressuscitação, promove a cada cinco anos conferências para revisar as diretrizes que norteiam o atendimento em reanimação cardiopulomonar. As recomendações dessas conferências ocasionam modificações no conteúdo do protocolo para o atendimento da RCP (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2002). Portanto é muito importante que os profissionais de saúde procurem manter-se atualizados através de um aprendizado contínuo sobre o assunto. Por último, RCP é descrita muitas vezes como um momento caótico, marcado por ações rápidas, executadas por vários profissionais de saúde ao mesmo tempo. Embora durante o atendimento seja difícil conseguir manter a ordem do ambiente, é importante que, após a realização desse procedimento, os membros da equipe procurem deixar o ambiente limpo e arrumado. Ainda que ser ordeiro pareça ser um fator de menos importância em um atendimento de RCP, ele poderá ajudar a melhor explicar o comportamento das pessoas em situações de trabalho de uma forma geral. 33 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando as especificidades inerentes ao profissional de enfermagem, os componentes cognitivos, psicomotores e afetivos norteiam suas atividades desde as tarefas mais simples até as mais complexas. Porém para que esses domínios sejam atingidos é necessário que em sua formação esses profissionais vivenciem experiências que os possibilitem desenvolver essas habilidades. Deste modo notamos que o aspecto comportamental é de fundamental importância no exercício de toda e qualquer profissão. A partir de então entendemos que as habilidades necessárias para a realização de uma RCP não se limitam ao domínio do conhecimento (habilidades cognitivas), ou de uma excelente habilidade motora (psicomotora), mas também a habilidade afetiva, visto que as atitudes, valores e sentimentos são de fundamental importância nesse momento. No advento de uma RCP a equipe de enfermagem normalmente responde ao fenômeno realizando o atendimento. Quando fazem este atendimento apenas submetendo-se ou obedecendo a uma solicitação por pressão de normas ou padrões pré-estabelecidos, Assim, procedem ao atendimento, mas sem aceitar completamente a necessidade de fazê-lo, se tivessem outra alternativa escolheriam por não participar da RCP. Portanto a educação em enfermagem não deve perder de vista a formação global do educando, o processo ensino-aprendizagem deve desenvolver as habilidades cognitivas, psicomotoras e afetivas, visando o desenvolvimento das potencialidades para a formação de um profissional. (SILVA,1986). Em seu estudo sobre a formação profissional do século XXI, Silva e Cunha (2002), ressaltam que as competências técnicas deverão estar associadas à capacidade de decisão, de adaptação a novas situações, de comunicação oral e escrita e de trabalho em equipe. O trabalhador deverá ser um sujeito criativo, crítico e pensante, preparado para agir e se adaptar rapidamente às mudanças dessa nova sociedade. Diante do exposto, pode-se observar a falta de associação entre a necessidade do serviço em emergência, e do quê realmente é o profissional da equipe de enfermagem que lida diariamente com o paciente grave. È notório que a formação deste profissional é influenciada pelo diagrama cartesiano, ainda esta voltada para o conhecimento técnico cientifico. Pouca ou nenhuma 34 ênfase tem sido dada ao desenvolvimento das habilidades afetivas tão necessárias para uma assistência humanizada, tema amplamente discutido nos dias atuais. Ressaltamos que a dupla jornada de trabalho dos profissionais de saúde uma realidade freqüente nos dias atuais e que resulta em maior esforço físico e mental desses profissionais, comprometendo, conseqüentemente, a qualidade de vida dos mesmos e de seus clientes. Durante este estudo percebemos que a autoconfiança é um outro valor que os profissionais de enfermagem devem possuir para atuar em uma reanimação cardiopulmonar. Para Martinelli em 1996, a autoconfiança é a confiança em si mesmo. “É a energia que nos anima a assegurar a vitória sobre as dificuldades individuais”. Como é a equipe de enfermagem que permanece nas 24 horas próximo ao paciente, é normalmente um de seus membros que detecta a PCR. Desta forma é muito importante que esses profissionais, além de serem capazes, sintam-se autoconfiantes e tenham iniciativa para iniciar as manobras básicas de RCP, até a chegada da equipe médica. Por fim, dentre as dificuldades inerentes á estrutura e funcionamento de uma unidade de emergência, destacam-se: a falta de formação especifica de profissionais para o serviço, extremas demanda para o numero de profissionais da equipe gerando uma sobre carga, ausência de programas de treinamento em serviço. Diante do que foi colocado percebe-se a necessidade de um ajuste na estruturação do serviço de emergência, em geral, bem como reavaliar o processo formativo deste profissional. 35 4 REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA-ANVISA. Resolução – RDC 50. Brasília, 2002. AMERICAN HEART ASSOCIATION. 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