A extração de lipídios é uma determinação importante em estudos

Propaganda
EXTRAÇÃO DE ÓLEO DE TILÁPIA (Oreochromis niloticus) E AVALIAÇÃO FÍSICOQUÍMICA DA FRAÇÃO LIPÍDICA
EXTRACTION OF OIL FROM " TILÁPIA" (Oreochromis niloticus) AND PHYSICOCHEMISTRY AVALIATION OF THE LIPID FRACTION
Millene Aparecida Gomes1, Lucas Caixeta Gontijo2, Selbert Ferreira Prates Neves1
¹Acadêmicos do Curso Superior de Tecnologia em Alimentos – Instituto Federal Goiano –
Campus Urutaí
²Professor – Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí
Palavras-chave: índice de acidez, rendimento, índice de saponificação;
Introdução
A extração de lipídios é uma determinação importante em estudos bioquímicos,
fisiológicos e nutricionais dos mais diversos tipos de alimentos e, portanto deve ser realizada
com acurácia (BRUM, 2005).
Os procedimentos clássicos de extração de lipídios são: extração com solvente a
quente, como por exemplo Soxhlet; extração com mistura de solventes a frio (método BlighDyer) e extração da gordura ligada com outros componentes por hidrólise ácida e alcalina
(CECCHI, 2003).
Pesquisas recentes têm ressaltado a importância do consumo de óleo de peixe rico
em ácidos graxos ômega-3, principalmente ácidos eicosapentaenoico (EPA) e ácido
docosahexaenóico (DHA), devido à efetiva ação hipocolesterolêmica e prevenção das
doenças cardiovasculares, além de atuarem no sistema imunológico e na prevenção da
tumorogênese de mama, cólon e de próstata (PACHECO, 2009).
Dado o nível de insaturação dos seus ácidos graxos, os óleos de peixes são muito
susceptíveis a processos oxidativos, que comprometem as duplas ligações, a concentração
e a funcionalidade dos ácidos graxos EPA e DHA, além de colocarem em risco a saúde
humana (SHAHIDI, 1998).
Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar a qualidade da fração lipídica do óleo de
tilápia empregando o método de Soxhlet de extração e quantificar o rendimento do mesmo.
Material e Métodos
As análises físico-químicas foram realizadas no Laboratório de Análises FísicoQuímicas de Alimentos do Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí, onde foi extraído e
analisado o óleo do filé de Tilápia (Oreochromis niloticus). As amostras para as avaliações,
tinham peso de 380g á 590g, foram obtidas através da despesca, do processamento dos
filés resfriados e congelados. Para a extração do óleo foi realizado a secagem da amostra
em estufa a 105 + 2 ºC, por 14 horas. Logo após, pesou-se aproximadamente 20 g de
amostra seca colocou-se em cartuchos feitos com papel filtro no condensador do extrator
Soxhet onde permaneceu em refluxo por 8 horas empregando o solvente clorofórmio. Em
seguida foi colocado em banho maria para evaporação do solvente, até peso constante.
Foram realizadas as análises físico-químicas índice de acidez (ácidos graxos livres)
e índice de saponificação empregando a metodologia Adolf Lutz (1985).
Resultados e Discussão
A média dos resultados encontrados nas análises de índice de acidez, índice
saponificação e rendimento estão apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 - Índice de Acidez, Índice de Saponificação e Rendimento de óleo de tilápia
extraído pelo método Soxhlet
ANÁLISES
Índice de Acidez
Índice de Saponificação
Rendimento de Óleo
(% AGL)*
(mg KOH / g)
7,62 ± 0, 498
947,95 ± 33,25
0,16g de óleo/g de amostra seca
ou 16,09%
* % AGL = porcentagem de ácidos graxos livres
Na Tabela 1, verifica-se que o óleo bruto extraído com solvente a quente teve um
índice de acidez maior em comparação aos resultados do óleo bruto extraído a frio, obtido
através de prensagem, que foi de 1,29 % de acordo com Araújo (2007). Isto indica que a
extração a quente interferiu na qualidade da fração lipídica. Este resultado já era passível de
ser encontrado visto que óleos de peixe têm facilidade de sofrer deterioração oxidativa
principalmente quando aquecidos (SHAHIDI, 1998).
Em relação ao índice de saponificação verificou-se que está em desacordo com a
legislação, a qual permite no máximo 192 mg KOH/g de amostra (PORTARIA nº 19, 1995).
Vidotti e Gonçalves (2006) extraíram óleo de tilápias, empregando cocção e
prensagem e, obtiveram um rendimento de 15%. No presente trabalho, empregando a
extração pelo método Soxhlet obteve-se um rendimento de 16%.
Conclusão
A extração de óleo de tilápia empregando o método Soxhlet prejudica a fração
lipídica, portanto deve-se empregar metodologias que empregam baixas temperaturas no
processo de extração, como por exemplo, as extrações a frio – prensagem ou método BlighDyer.
Referências Bibliográficas
ADOLFO LUTZ; Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3a ed., São
Paulo,1985.
ARAUJO, K. L. G. V.; Avaliação físico-química do óleo de peixe. Dissertação de
Mestrado, UFPB, 2007.
BRASIL, 1995 - Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA - Portaria nº 19, de 15
de março de 1995.
BRUM, A. A. S.; Métodos de extração e qualidade da fração lipídica. Dissertação de
Mestrado, USP, 2005.
CECCHI, H. M. Fundamentos teóricos e práticos em análise de alimentos, 2ª ed. Rev. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2003.
PACHECO, S. G. A.; REGITANO-D'ARCE, M. A. B.; Estabilidade oxidativa de óleo de
peixe encapsulado em diferentes tipos de embalagens em condição ambiente. Ciência
e Tecnologia Alimentos Vol.29 nº 4 Campinas, 2009.
SHAHIDI, F. Lípds y proteínas funcionales del pescado. In: MAZZA,G. Alimentos
funcionales. Zaragoza, Acribia, cap. 12, 1998.
VIDOTTI, R, M & GONÇALVES, G, S; Produção e caracterização de silagem, farinha e
óleo de tilápia e sua utilização na alimentação animal, Disponível em:
www.pesca.sp.gov.br, acessado em janeiro de 2010.
Autor a ser contactado: Millene Aparecida Gomes, acadêmica do curso superior de Tecnologia em Alimentos – Instituto Federal
Goiano – Campus Urutaí – e-mail: [email protected]
Download