Alicja Wesołowska Ambiente natural - Polônia nos olhos do geógrafo CLIMA O impacto significativo sobre o clima polonês tem a localização geográfica na zona de clima temperado na Europa Central, onde se encontram massas de ar polar marítimo vindo do Atlântico com massas de ar polar continental da Ásia. A localização latitudinal das cordilheiras permite a livre circulação dessas massas de ar. A presença da corrente marítima quente, a Corrente do Golfo que torna as costas da Europa, afeta as temperaturas mais elevadas e isotermas incomuns, especialmente no inverno. A diversidade de condições climáticas é afetada pela presença de centros de pressão atmosférica. No Inverno, o tempo é formado pela depressão da Islândia, pelo anticiclone da Groenlândia, pelo anticiclone da Ásia, e no verão – pelo anticiclone dos Açores e pela depressão Sul-Asiática. Devido ao influxo de uma variedade de massas de ar, pelo país muitas vezes passam frentes atmosféricas: quentes e frias, causando grandes alterações da temperatura, da pressão, da velocidade e da direção do vento, e chuvas frequentes. As temperaturas do ar resultam da posição da Polônia em latitudes temperadas, com uma média anual 7-8 °C. No mês mais quente, julho, a temperatura é de 18-19 °C no centro da Polônia, menos elevada na costa e nas montanhas. Em janeiro, as regiões no Oeste do país estão mais quentes a uma temperatura de -2 ° As áreas mais frias são as montanhas e a região de Suwalki [parte nordeste do país], conhecida como "pólo polonês de frio", a uma temperatura de -5,5 ° C. As isotermas de janeiro são naturalmente meridionais, refletindo a diminuição da influência do Atlântico com a movimentação para o leste. A precipitação média anual é de cerca de 600 mm. As menores chuvas, a cerca de 500 mm, encontram-se na depressão central devido a sua posição na zona de sombra de chuva. As maiores chuvas, de mais de 1.000 mm, ocorrem em áreas de montanha. A Polônia situa-se na zona de ventos de Oeste e é a direção dominante do fluxo. Nas montanhas formam-se ventos do tipo Föhn, nas montanhas Tatra é o vento Halny e na costa do Báltico podemos sentir o efeito da brisa do mar. Depois de analisar os principais elementos do clima da Polônia, ele pode ser definido como um clima temperado quente, de transição. Caracteriza-se por condições de tempo muito variáveis, pela presença de características típicas do clima marinho, como nebulosidade alta, chuvas frequentes, bem como de características típicas do clima continental – a precipitação convectiva é observada principalmente no verão. A amplitude anual das temperaturas aumenta na direção do Leste o que significa que no Oeste os verões são frias e os invernos mais amenos, enquanto no Leste, os verões são muito quentes, e os invernos são frios. A característica da transitoriedade do clima é a presença na Polônia de seis estações térmicas do ano. Além da primavera, do verão, do outono e do inverno existem o inverno precoce e a primavera precoce. GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS A estrutura geológica da Polônia é muito variável, como mosaico, devido a sua localização no cruzamento das três principais estruturas tectônicas na Europa. No Nordeste fica o cratón europeu oriental pré-cambriano que é o mais antigo, no Oeste, o cratón europeu ocidental, um pouco mais jovem, da era paleozóica, com as montanhas Sudetos e as montanhas Swietokrzyskie, formadas nessa altura. No Sul temos a estrutura da orogenia alpina – os Cárpatos com a faixa mais alta de montanhas Tatra. Durante o pleistoceno [cerca de 1 milhão de anos atrás] a maior parte da Polônia era coberta por glaciações numerosas. A presença de sedimentos de todos os períodos geológicos, os processos dinâmicos do passado, como vulcanismo, plutonismo, movimentos de formação de montanhas, diferentes condições climáticas criaram muitos recursos naturais valiosos. Os ricos depósitos de hulha na Silésia e na região de Lublin e de lignito no centro da Polônia são a base da nossa energia. Temos pequenas quantidades de petróleo na região de Subcarpácia e no Oeste da Polônia. Vale a pena notar que um polonês, Ignacy Lukasiewicz, desenvolveu o método de refino de petróleo que revolucionou a indústria mundial. Temos também uma grande quantidade de gás e, provavelmente, muitos recursos de gás de xisto, mas ainda não verificados. Depósitos de minérios de cobre com adições de prata que ocorrem na planície da Silésia, estão incluídos nas reservas internacionais. Quanto às matérias-primas de metais, temos depósitos de minérios de chumbo e zinco na Silésia e depósitos inexplorados de minérios de ferro na região de Suwalki. Desde séculos, nosso tesouro são camadas de sal de rocha. Em Bochnia situa-se o mais antigo poço aberto na Europa, e as minas de sal de Wieliczka é um museu inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO. A principal região da exploração de sal para a indústria é a região de Cujávia. Temos também todas as matérias-primas necessárias para a construção, tais como areia, cascalho, argila, calcário, mármore, granito. RELEVO A Polônia é um país com a dominação de planícies. Cerca de 90% da área encontra-se abaixo de 300 m acima do nível do mar. Situam-se na parte central e no Norte do país. No Sul estendem-se os Cárpatos, as montanhas dos Sudetos e planaltos. O território da Polônia é inclinado na direção noroeste, o que é confirmado pelo rede de rios. Uma característica do relevo é a presença de faixas de relevo do terreno latitudinal, alternando com alturas absolutas inferiores e superiores. Dentro delas encontram-se as maiores regiões geográficas da Polônia. Planícies costeiras – uma estreita faixa no Norte, formada pela geleira e por ondas do mar. Ali há belas praias, fragmentos de penhascos íngremes e o vasto delta do rio Vístula. Este é o território mais baixo da Polônia, com pequenas depressões. Regiões de lagos – o relevo da era glacial tardia então formas glaciais bem preservadas. A área pertence a planícies, mas há muitos outeiros de morenas basais e morenas terminais de alturas superiores às vezes a 300 metros acima do nível do mar, colinas sinuosas - eskers. Há uma grande quantidade de lagos glaciais de diferentes tipos genéticos: de fita, morenos, "olhos". Planícies da Polônia Central – um faixa de relevo formada pela geleira precoce, e por isso a paisagem é chamada glacial velha. As formas glaciais compostas de rochas de baixa resistência foram destruídas pelo vento e pela água, são caracterizadas por baixas altitudes e formas suaves. Planaltos e montanhas dobradas velhas – é uma área elevada superior a 300 metros acima do nível do mar, muito diversa geneticamente e visualmente. Na área dos Planaltos polonês podemos destacar: • Planalto de Silésia – com uma paisagem transformada por atividades de mineração e industrial • Planalto de Cracóvia-Czestochowa – construído de rocha calcária com o relevo cárstico • Bacia do rio Nida (Niecka Nidzianska) –área baixa, cheia de depósitos de gesso • Planalto de Kielce-Sandomierz – com o relevo de loess diferenciado no Planalto de Sandomierz e o relevo de rochas de silicato no Planalto de Kielce com a faixa de montanhas Swietokrzyskie e o pico mais alto Lysica /612 metros acima do nível do mar/ • Planalto de Lublin com Roztocze – platô baixo de rocha calcária com uma tampa de rochas de loess, voçorocas características, ravinas e uma vegetação de estepe única As montanhas dobradas velhas são os Sudetos e as colinas de Sudetos. E a faixa dobrada no Paleozóico. Mais tarde, a orogênese alpina deu-lhes a natureza dos bloques de fallas. Nessa altura foi formada a falha que separou os Sudetos das colinas de Sudetos. Os tergos destruídos por processos de intemperismo não são altos, a faixa mais alta são Karkonosze com o pico Sniezka (1602 metros acima do nível do mar). Bacias de Podkarpacie (Kotliny podkarpackie) – uma área plana e levemente ondulada, separada por um limiar claro dos Cárpatos. Inclui a Bacia de Sandomierz e de Oswiecim. Montanhas dobradas jovens – as montanhas dos Cárpatos erguidas na orogênese alpina (na mesma que os Andes, os Alpes e o Himalaia). Os Tatras são a maior faixa, com o relevo de alta montanha, transformado por geleiras. Os elementos desse relevo são picos agudos, grandes alturas relativas, vales em U, circos de gredos. O pico mais alto das Montanhas Tatra e também o pico mais alto da Polônia é Rysy (2499 metros acima do nível do mar). A maior área dos Cárpatos poloneses ocupam os Beskides – as montanhas de menores altitudes e com o relevo muito diversificado. O pico mais alto é Babia Gora (1725 metros acima do nível do mar) localizado nas montanhas Beskid Zywiecki. SOLOS A cobertura de solo começou a tomar forma após a retirada da geleira nas rochas-mãe, que eram de barro, areia, cascalho. Nas condições do clima inicialmente subpolar e depois temperado, formaram-se solos característicos desta zona climática e de vegetação. 80% do país é coberto pelo solo podzólico e pelo solo marrom. O pozol, com a adequação baixo para a agricultura, formou-se sob florestas de coníferas ou mistas em terreno arenoso. Os solos mais fértis na Polônia são os chernossolos. Infelizmente representam apenas 1% do país. Têm um nível muito elevado de cárie, formaram-se em loess sob vegetação herbácea, de estepe. São característicos do clima temperado quente, continental, portanto, sua presença na Polônia é associada às regiões sul-leste. Na Polônia podemos encontrar solos de aluvião, muito fértis, em vales e deltas de rios, a maior área destes solos situa-se em Zulawy Wislane. Os solos pretos, também fértis, formados sob a vegetação de prado, principalmente nas áreas de antigos lagos glaciais, têm a forma de manchas irregulares, existem em muitos lugares da Polônia. Os solos que não têm a importância agrícola são os solos de montanha, não bem formados ou os solos pantanosos, demasiado umidificados. AGUAS Quase todo o território da Polônia fica na bacia do Mar Báltico. Abrange as bacias do rio Vístula, Oder e dos rios da Região do Báltico. O rio mais longo é o Vístula (1047 km) - aproximadamente seis vezes mais curto do que a Amazônia. Atravessa quase todo o território da Polônia, do Sul para o Norte, a partir das fontes nas encostas de Barania Gora até a boca no Golfo de Gdansk. O Oder, o segundo rio mais longo da Polônia, tem suas origens na República Checa e é um rio de fronteira no Oeste do país. Os rios da costa têm suas origens nas encostas do Norte dos regiões de lagos, são curtos e têm pequenas bacias. Uma característica da rede fluvial é a assimetria das bacias hidrográficas, as bacias direitas são mais complexas do que as bacias esquerdas. Isto é devido à inclinação da Polônia na direção noroeste. Alguns rios, como o Notec ou o Varta fluem na direção oeste, usando fragmentos de vales glaciais. Os sistemas fluviais são ligados por uma série de canais de recreação, transporte e drenagem. Os fluxos de água nos rios mostram grandes variações durante o ano. Os maiores níveis de água são registrados em julho, o que é associado a grandes chuvas de verão, e na primavera, devido ao derretimento da cobertura de neve. Os níveis mais baixos de água ocorrem no outono e no inverno. Os lagos ocupam 1% do país. Concentram-se nas regiões de lagos, como o resultado da atividade da geleira nesta área. O maior lago é o lago de morena Sniardwy (113 km ²) e o mais profundo – o lago Hancza (108 m). Ao longo da costa do Mar Báltico encontram-se vários lagos costeiros: Gardno, Jamno, Lebsko e outros. Nas seções centrais dos rios existem braços mortos e nas seções inferiores – lagos de delta como Druzno perto da cidade de Elblag. A pitoresca paisagem das montanhas é diversificada por pequenos, limpos lagos na forma redonda. Na Polônia, foram construidos vários lagos artificiais. Os objectivos principais referem-se à energia, mas a retenção de água é também utilizada na agricultura, na economia, no turismo e no transporte. A maior superfície tem o reservatório em Wloclawek no rio Vístula, e a maior capacidade tem o Zalew de Solina no rio San, chamado o Mar de Bieszczady. A Polônia tem grandes recursos de águas minerais como água salgada, água sulfurosa. Têm excelentes propriedades de cura, então em sua base, foram construidos spas numerosos, como Ciechocinek, Kudowa Zdroj, Busko Zdroj ou Naleczow Zdroj. Recentemente começou-se uma exploração em grande escala de águas termais, cujos recursos coincidem com a fronteira geológica de estruturas tectônicas. Este é o início do desenvolvimento de energia geotérmica na Polônia. FLORA E FAUNA Uma grande variedade de espécies vegetais e animais e a abundância de comunidades florestais são associadas à localização da Polônia na zona do clima temperado, de transição. A falta de barreiras naturais favoreceu rotas de migração do Leste para o Oeste. A Polônia situa-se na área de florestas mistas, e só no Sudeste na zona de estepes arborizados. As florestas cobrem 29% do país. Entre elas dominam florestas temperadas de coníferas onde a espécie predominante é o pinho. As florestas de pinheiros estão associadas ao piso montano superior no Sul da Polônia e na parte nordeste do país, o que é associado ao maior alcance da taiga siberiana. Florestas de abetoa são raras, por isso a floresta de abetos nas montanhas Swietokrzyskie é um parque nacional protegido. Árvores de folha caduca misturados com coníferas formam comunidades conhecidas como Carpinion betuli onde as principais espécies são o carvalho, a carpa e a faia. A fauna é mais rica do que o mundo das plantas. E representada por muitas espécies características da Europa, como javalis, corças, veados, coelhos, alces, e uma enorme variedade de aves e répteis. Através da Polônia passam as fronteiras da presença de muitos animais, como a lebre, o rouxinol, o pica-pau, o ouriço ocidental, bem como de muitas espécies de plantas, como o lariço polonês, a sorveira-da-Suécia, o abeto. PARQUES NACIONAIS As áreas que se destacam por uma grande beleza natural, pelas paisagem mais lindas, por habitats únicos de flora e fauna têm sido objeto de diferentes formas de proteção. A forma mais importante de protecção legal são os parques nacionais que na Polônia são 23. Os parques concentrados na parte central e no Norte preservam o relevo glacial (o Parque Nacional de Wigry, o Parque Nacional de Drawno), tipos específicos de falésias (o Parque Nacional de Wolin), a maior faixa de dunas móveis na Europa (o Parque Nacional de Slowincy). O maior deles é o Parque Nacional de Biebrza formado no complexo enorme de pântanos e pauls cobertos de amieiros e de vegetação ribeirinha. Em planaltos e montanhas, os parques nacionais incluem o relevo cárstico (o Parque Nacional de Ojcow), rochas, depósitos de moreia (o Parque Nacional das montanhas Swietokrzyskie), o vale do Dunajec com rochas pitorescas (o Parque Nacional de Pieniny) e o relevo alpino (o Parque Nacional de Tatras). Outras formas de proteção são reservas rigorosas e parciais, monumentos naturais e parques naturais.