Utilização de plantas nativas da região do Semiárido paraibano

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Utilização de plantas nativas da região do Semiárido paraibano como forma de
tratamento alternativo na Medicina Veterinária
Autor: Fábio José Targino Moreira da Silva Júnior¹
Instituição: Centro de Ciências Agrárias - CCA, Departamento de Medicina VeterináriaDCV, Universidade Federal da Paraíba - Campus II, Areia - PB.
Professor Orientador: Anne Evelyne Franco de Souza²
1 Graduando em Medicina Veterinária, Centro de Ciências Agrárias – CCA, Universidade Federal da
Paraíba - UFPB, Areia, PB.
2 Professora do Departamento de Medicina Veterinária - DMV, Centro de Ciências Agrárias – CCA,
Universidade Federal da Paraíba – UFPB, Areia, PB.
Resumo
O trabalho realizado é um estudo da utilização popular e das indicações de plantas
medicinais por parte dos profissionais médicos veterinários no tratamento de patologias em
animais, onde objetivou-se analisar quais plantas nativas da região do semiárido paraibano
são utilizadas na prática terapêutica. A região do Semiárido Nordestino apresenta bioma
característico, costumes e cultura voltada para criação de animais como atividade econômica
ou animais de companhia, devido a forte relação homem animal nessa região, além de cultivar
espécies vegetais e manter a cultura de utilização de plantas com propriedade medicinal. As
plantas medicinais consistem em uma alternativa econômica e de fácil acesso em comparação
a medicamentos sintéticos, devendo ser mais pesquisadas, a fim de comprovar cientificamente
a ação das mesmas e serem certificadas quanto ao princípio ativo, considerando o
conhecimento popular.
Foram entrevistados populares do município de Araruna PB e
profissionais médicos veterinários da mesorregião do Curimataú e Brejo paraibano, com a
aplicação de 50 questionários semiestruturados. Pode-se notar que a utilização de plantas
nativas da região do semiárido paraibano, como a Batata de purga (Operculina macrocarpa)
que é utilizada pelos populares e veterinários entrevistados com ação antiparasitária
gastrointestinal e anti-helmíntico, e também a Aroeira (Myracrodruon urundeuva) que é
utilizada pelos populares e indicada pelos veterinários com ação cicatrizante, o que
demonstrou que a utilização pelos populares incentiva a pesquisa dessas plantas e a utilização
elos profissionais da saúde animal. A utilização dessas plantas destaca-se pelo baixo custo,
eficácia, ser uma alternativa de tratamento natural com reduzidos efeitos colaterais e
apresentar uma grande variedade de espécies e indicações utilizadas.
Palavras chave: Bioma caatinga, Medicina Veterinária, Plantas medicinais, Semiárido
Utilização de plantas nativas da região do Semiárido paraibano como forma de
tratamento alternativo na Medicina Veterinária
Introdução
O Bioma Caatinga, vegetação característica do semiárido, ocupa parte dos territórios
dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Alagoas,
Sergipe, Bahia e parte de Minas Gerais. Sua área corresponde a 54% da Região Nordeste e a
11% do território brasileiro e constitui o chamado Polígono das Secas. A caatinga apresenta
uma imensa variedade de vida e um acentuado grau de endemismo, mas ainda precisa ser
estudada mais detalhadamente para suprir as carências de informações atualizadas sobre esse
bioma (GIULIETTI et. al. 2006).
As plantas nativas constituem importante patrimônio cultural e econômico para as
populações locais. O melhor conhecimento dessas plantas, sobretudo pelos jovens, cria um
elo entre as gerações, valorizando-se assim as raízes culturais e assegurando a continuidade
do saber local. Além disso, o conhecimento leva à apreciação, e esta, ao uso racional, que, por
sua vez, reduzirá a crescente ameaça à biodiversidade (NASCIMENTO & OLIVEIRA, 2005).
A utilização de plantas medicinais é uma atividade antiga transcorrida entre várias
gerações e que ainda hoje segue sendo utilizada por pessoas principalmente da zona rural. O
uso de plantas medicinais é uma prática que vem se mantendo em evidência pelos valiosos
ensinamentos propagados pelas gerações passadas garantindo assim a base milenar do uso de
plantas medicinais no tratamento de doenças podendo tomar o lugar de muitos fármacos
médico - veterinários (OZAKI & DUARTE, 2006).
O uso popular tradicional, apesar de amplamente difundido, tem pouco impacto
negativo na vegetação nativa, pois, geralmente, as quantidades usadas são pequenas, grande
parte do material vem de plantios domésticos, sendo que para muitas espécies, apenas parte da
planta é colhida, sem eliminá-la, e, quando a colheita envolve a eliminação de plantas, muitos
dos coletores tradicionais têm o cuidado de não esgotar a população. Por outro lado, o uso
pode ter um impacto positivo, por aumentar o interesse na preservação de áreas nativas
(GIULIETTI et al, 2006).
Na área da Medicina Veterinária, o emprego de plantas medicinais vem ganhando
espaço tanto no tratamento de enfermidades como de forma preventiva. As plantas são
utilizadas nos animais pelos proprietários por conta própria, através de conhecimentos
pessoais, informações de livros ou de amigos e familiares. Entretanto, também estão
crescendo os números de indicações desse tipo de tratamento pelos médicos veterinários em
seus consultórios e clínicas particulares (ALMEIDA et al., 2002; NOGUEIRA, 2010; SOUZA
et al. 2012).
O uso de plantas medicinais para tratamento de doenças passou a ser oficialmente
reconhecido pela Organização Mundial da Saúde. As vantagens alcançadas com esse
tratamento são inegáveis. A excelente relação custo/benefício (ação biológica eficaz com
baixa toxicidade e efeitos colaterais) deve ser aproveitada, uma vez que a natureza oferece
gratuitamente a cura para as doenças. Seu mecanismo de ação é um efeito somatório ou
potencializador de diversas substâncias de ação biológica em baixa concentração, resultando
num efeito farmacológico identificável com reduzidos efeitos colaterais (SOUSA, 2006).
Objetivos
Objetivo Geral
Realizar o levantamento da utilização de plantas nativas da região semiárida paraibana
como forma de tratamento alternativo em patologias de animais de companhia e produção.
Objetivos Específicos
Analisar as indicações, partes utilizadas, forma de preparo das plantas medicinais
empregadas pelos proprietários e recomendadas por médicos veterinários;
Elencar as possíveis vantagens da utilização e formas de obtenção das plantas.
Metodologia
Os questionários foram aplicados aleatoriamente com populares na feira livre de
Araruna-PB, bem como em comunidades rurais (Cacimba do gado, Varelo de Cima, Mata
Velha, Coqueiral) e com médicos veterinários dos municípios das mesorregiões do Curimataú
e Brejo paraibano. Foram aplicados cinquenta questionários (Anexo 1).
Os entrevistados foram escolhidos de acordo com um único pré-requisito: o de
possuírem algum animal de companhia ou de produção. Em sua grande maioria os
entrevistados compreenderam pecuaristas, agricultores, vaqueiros, trabalhadores rurais e
assentados da reforma agrária, a fim de obter dados de estratificação social e dados
específicos da pesquisa como utilização de plantas medicinais no tratamento de patologias em
animais, modo de uso e indicação dessas plantas, além de dados como origem das plantas
utilizadas, razões da utilização, importância dessa atividade.
Foram aplicados nove questionários a médicos veterinários (Anexo 2), onde também
foram pesquisados dados de estratificação social, indicação de plantas medicinais e
comprovação da utilização.
Os dados obtidos nos questionários foram tabulados com auxilio do programa
Micrsoft Word Excel 2007.
Resultados e Discussão
Dos entrevistados 68% dos populares e 67% dos Veterinários eram indivíduos do sexo
masculino o que corrobora com o estudo de Marinho et al. (2007) que explica um maior
envolvimento masculino com a realização de práticas corriqueiras de cuidados com os
animais, bem como com a criação e manejo sanitário dos mesmos.
Foram citadas, pelos populares, 40 plantas medicinais utilizadas no tratamento de
patologias em animais, obtendo 100 citações variadas das diversas plantas, indicações e
modos de uso, como mostra a Tabela 1.
Tabela 1. Plantas medicinais do semiárido paraibano utilizadas para tratamento alternativo de patologias em
animais de companhia e de produção por proprietários do município de Araruna-PB, 2013.
Nome Vulgar
Nome Científico
Parte Utilizada
Manipulação
Indicação
Família Aliaceae
Gôgo
Alho
Allium sativum L.
Bulbo
Sumo por via oral
(Coriza
infecciosa),
Vermífugo, Envenenamento.
Família Aloeaceae
Sumo,
Babosa
Aloe vera L.
Folha
passando
no ferimento.
Ferimento
Família Amaranthaceae
Chenopodium
Mastruz
ambrosioides
Gripe, catarro/Contusões e Ossos
Planta toda
Sumo, via oral.
quebrados.
Família Anacardiaceae
Myracrodruon
Casca,
entre
Aroeira*
urundeuva
casca.
Maceração
Cicatrização e empazinamento.
Baraúna*
Schinopsis
Raiz
Maceração
Ferimento
brasiliensis
A casca faz o chá
ou Maceração e a
castanha,
Anacardium
Casca ou folha/
Queimada
e
Cicatrização de Ferimentos, anti-
Cajueiro*
occidentale L.
Castanha
machucada.
inflamatório e Picada de cobra.
Cajueiro-
Anacardium
Roxo*
occidentale
Casca
Maceração
Cicatrização
Umbuzeiro*
Spondias tuberosa
Entre casca
Chá
Diarreia em bezerros
Annona squamosa
Folha
Sumo
Piolho em cabras
Bixa orellana
Semente
Maceração
Contusões e Ossos quebrados
Família Annonaceae
Pinheira
Família Bixaceae
Açafrão
Família Boaraginaceae
Retenção
Heliotropium sp.
Fedegoso
Folha e Caule
Sumo
de
placenta,
Inflamação no úbere e aborto.
Família Caparaceae
Intoxicação
Feijão Bravo*
Capparia flexuosa
por
Vagem
Garrafada
(Mascagnia rigida)
Casca
Garrafada
Ferimentos
Tingui
Família Celastraceae
Maytenus
Bom Nome*
rigida
Mart.
Família Convolvulaceae
Batata
de
Operculina
macrocarpa
purga*
Inflamação, falta de apetite,
Tubérculo
Triturado (Goma)
purgante e verminose.
Família Cucurbitaceae
Luffa
operculata
Cabacinha
(L.) Cogn.
Melão de São
Mormodica
Caetano
charantia
Gripe,
Fruto
Chá ou alcoolatura
tosse
Maceração
equinos,
verminoses.
Carrapaticida,
Folha
em
controle
de
mosca-do-chifre, Sarnicida.
Família Euphorbiaceae
Mamona
Empazinamento,
ou
carrapateira
Ricinus communis L
Semente
Triturada
pancada,
retenção de placenta.
Dor de barriga, Ferimentos e
Marmeleiro*
Croton sonderianus
Caule
Raspa, Maceração
sangramento.
Pinhão verde*
Jatropha sp.
Fruto
Extração do “leite”
Olho azul e pancada
Folha
Chá
Gripe
Família Gramineae
Milho
Zea Mays
Família Labiateae
Hortelã
da
folha grossa
Hortelã
Plecthantrus sp.
Folha
Sumo
Falta de apetite
Mentha sp.
Folha
Sumo
Vermes gastrointestinais
Casca
Lambedor
Gripe
da
folha miúda
Família Leguminoseae
Angico*
Anadenanthera sp.
Picada de cobra, retenção de
Coronha*
Acacia farnesiana
Vagem, casca
Chá, Sumo
placenta.
Fava
Phaseolus lunatus
Folha
Machucado
Caroço em aves
Mimosa tenuiflora
Casca
Infuso, Maceração
Cicatrização
Folha
Chá, banho
Sarna
Folha
Sumo
Carrapaticida
Folha
Chá
Febre
Casca
Garrafada
Ferimento/ Depurativo
Casca e raspa
Suco
Cicatrização e ferimento
Planta toda
Sumo
Cicatrização/ Pancadas
Folha
Chá
Ferimentos/Dor
Folha
Chá
Calmante
Jurema
Preta*
Família Malvaceae
Malva
Sida sp.
Branca*
Família Meliaceae
Azadirachta indica
Nim
Família Myrtaceae
Eucalyptus sp.
Eucalipto
Família Olacaceae
Ximenia sp.
Ameixa
Família Rhamnaceae
Zizyphus
Juazeiro*
joazeiro
Mart.
Família Rubiaceae
Vassourinha
de Botão*
Borreria sp.
Família Rutaceae
Arruda
Laranjeira
Ruta graveoles
Citrus sp.
Gôgo (Coriza infecciosa)/ dor de
Limoeiro
Citrus limonium sp.
Fruto
Suco
barriga
Família Solanaceae
Nicotiana
Fumo
L.
tabacum
Folha
Triturado
Picada de cobra
Raiz
Maceração
Ascite e catarro
Folha
Chá
Prevenção
Solanum
Jurubeba*
paniculatum
Família Verbenaceae
Erva Cidreira
Lippia alba
Família Vitaceae
Parreira
Cissus sp.
Brava*
Batata
Sumo
Cicatrizante
* Plantas nativas da região semiárida
As plantas mais citadas foram o Limoeiro (Citrus limonium sp.) com 8% das citações
e a Babosa (Aloe vera L.) também com 8% das citações. 56% das plantas foram citadas mais
de uma vez por parte dos entrevistados.
Quanto aos médicos veterinários entrevistados, estes citaram 15 plantas que são
utilizadas na rotina clínica ou que são conhecidas e têm princípios ativos comprovados
(Tabela 2).
Tabela 2.
Nome
Plantas medicinais do semiárido paraibano indicadas por médicos veterinários no tratamento
alternativo de patologias em animais de companhia e de produção das Mesorregiões do Curimataú e
Brejo paraibano (2013).
Nome Científico
Popular
Parte
Forma de preparo
Indicação
Utilizada
Família Aloeaceae
Sumo, passar no
Babosa
Aloe vera L.
Folha
ferimento
Dermatites, Cicatrização
Folha e Caule
Sumo
Calcificação de fraturas, ossificação.
Casca
Chá
Cicatrização
Folha
Chá
Calmante
Tubérculo
Lambedor
Bronquite
Tubérculo
Triturada, em pó.
Anti-helmíntico
Raiz
Chá
Catarro
Família Amaranthaceae
Chenopodium
Mastruz
ambrosioides
Família Anacardiaceae
Myracrodruon
Aroeira*
urundeuva
Família Asteraceae
Camomila
Matricharia sp.
Família Chenopodiaceae
Beterraba
Beta vulgaris L
Família Convolvulaceae
Batata de
Operculina
Purga*
macrocarpa
Família Cucurbitaceae
Cabeça de
Apodanthera
Nego*
congestiflora
Melão de
São
Mormodica
Caetano
charantia
Alcoolatura ou
Folha, Fruto
Polpa
Ectoparasitas gastrointestinais
Família Euphorbiaceae
Cridosculus
phyllaconthus
Favela*
Folha
Alcoolatura
Contusões
Folha
Chá
Repelente
Folha
Alcoolatura
Contusões e Pancadas
Família Gramineae
Cymbopogon sp.
Citronela
Família Lamiaceae
Plectranthus
barbatus Andrews
Sete Dores
Família Malvaceae
Gossypium
hirsutum L.
Algodão
Triturado,
Caroço
Alimentação.
Anti-helmíntico
Família Meliaceae
Azadirachta
indica A.
Nim
Folha
Extrato, sumo.
Carrapaticida
Folha
Chá
Gastriterite
Alcoolatura
Dermatites
Família Monimiaceae
Peumus boldus
Boldo
Família Myrtaceae
Cravo da
Syzigium sp.
Índia
Botão floral
* Plantas nativas da região semiárida
Entre as indicações dos médicos veterinários, foram feitas 23 citações de plantas
medicinais, sendo as mais citadas o Melão de São Caetano (Mormodica charantia) e a Babosa
(Aloe vera), ambas com 44%. O Melão de São Caetano foi bastante indicado por demonstrar
ação antiparasitária gastrointestinal e a Babosa para tratamento de dermatites e cicatrização.
Das plantas citadas pelos populares, 19 são nativas da região semiárida e das citadas
pelos médicos veterinários apenas 4 são nativas dessa região, conforme indicado nas Tabelas
1 e 2 (*).
A maioria das plantas utilizadas pelos populares são nativas do semiárido, tendo em
vista que os habitantes dessa região guardam grande conhecimento quanto á utilização dos
recursos vegetais disponíveis, às formas de preparo e indicações variadas. As utilizações
dessas plantas nativas garantem o desenvolvimento sustentável dos recursos disponíveis aos
habitantes da região, porém deve-se ter um manejo de extração que garanta que essas plantas
sejam preservadas.
Conforme Figura 1, observa-se que a maioria dos entrevistados buscam as plantas
medicinais nas matas nativas, o que caracteriza a utilização dos recursos naturais.
E
n
t
r
e
v
i
s
t
a
d
o
s
Origem das plantas Utilizadas
17
9
7
4
1
3
Origem das Plantas
Figura 1. Origem das plantas medicinais utilizadas para tratamento alternativo de patologias em animais de
companhia e de produção por proprietários do município de Araruna-PB, 2013.
Como citado por Giulietii et. al. (2006), o uso popular tradicional, apesar de
amplamente difundido, tem pouco impacto negativo na vegetação nativa, pois, geralmente, as
quantidades usadas são pequenas sendo que para muitas espécies, apenas parte da planta é
colhida, sem eliminá-la e muitos dos coletores tradicionais têm o cuidado de não esgotar a
população. Por outro lado, o uso pode aumentar o interesse na preservação de áreas nativas, o
que é significativamente positivo, pois o bioma caatinga é constantemente ameaçado,
principalmente pela devastação de áreas de mata.
A utilização de plantas medicinais como forma de tratamento de patologias e
enfermidades dos animais foi alegada por 59% dos proprietários entrevistados que
confirmaram utilizar essas plantas medicinais. 98% dos entrevistados não tiveram indicação
do profissional médico veterinário para utilização dessas plantas. Essa falta de
acompanhamento na prescrição e indicação pode causar a aplicação de doses e formas
farmacêuticas erradas.
Entretanto, 67% dos profissionais veterinários entrevistados confirmaram a indicação
e utilização dessas plantas na prática clínica, mesmo alegando que a opção por medicamentos
alopáticos deve-se a maior rapidez e efeitos no tratamento.
Entre os entrevistados, 90% consideram o emprego de plantas medicinais no
tratamento alternativo de patologias em animais de companhia e produção bastante
importante.
Dentre as vantagens elencadas, 34% dos entrevistados citaram o baixo custo, seguido
de 32% que afirmaram que por ser um tratamento natural, produzem poucos efeitos colaterais
e promovem uma segurança ao proprietário do animal (Figura 2).
Vantagem da Utilização
E
n
t
r
e
v
i
s
t
a
d
o
s
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Baixo custo:
Natural:
Eficaz:
Saudável:
Outros:
Vantagens
Figura 2. Vantagens da utilização de plantas medicinais no tratamento alternativo de patologias em animais de
companhia e de produção citados por proprietários do município de Araruna-PB, 2013.
Entre os médicos veterinários a principal vantagem de utilizar essas plantas é o baixo
custo (40%) e em seguida a eficácia (30%).
A utilização de plantas medicinais destaca-se pela sua comprovada eficácia e,
principalmente, pelo seu baixo custo, demonstrando o imenso potencial de uso para
tratamento de um grande número de patologias em animais. Sendo aconselhado aos
proprietários que fazem uso dessa alternativa terapêutica um acompanhamento médico
veterinário (SOUZA et al., 2012).
Conclusões
Devido a uma cultura baseada no conhecimento popular, a população que vive no
território do bioma caatinga possui grande conhecimento quanto à utilização de plantas
medicinais. A utilização dos recursos vegetais como medicinal em animais, fortalece a
cultura, incentiva a pesquisa quanto à eficiência da planta, beneficia a preservação ambiental
de áreas nativas, e destacam-se por serem alternativas de baixo custo que viabiliza produção
animal nesse território.
Para que as perspectivas de utilização das plantas medicinais da região do semiárido
na saúde animal sejam mais efetivas e as melhorias planejadas com a valorização dessa
prática sejam alcançadas, é essencial o desenvolvimento de pesquisas tanto sobre o bioma
caatinga, a produção e criação de animais e em relação principalmente ao tratamento das
doenças que os acometem utilizando essas plantas medicinais.
Enfim, evidenciou-se uma grande quantidade de plantas nativas utilizadas pelos
populares para a saúde animal, sendo dever dos pesquisadores e profissionais da Medicina
Veterinária a pesquisa com essas plantas nativas para comprovarem suas ações e passarem a
serem indicadas por esses profissionais.
Referencial Teórico
ALMEIDA, C.F.C.B.R.; ALBUQUERQUE, U.P. (2002). Uso e conservação de plantas e
animais medicinais no Estado de Pernambuco (Nordeste do Brasil): Um estudo de caso.
Interciencia 27(2):276-285.
GIULIETTI, A. M.; NETA, A. L. B.; CASTRO, A. A. J. F. Diagnóstico da vegetação nativa
do bioma Caatinga Pág.72. 2006.
LIMA, R. P.; PALITOT, K. M.; REGO, M. A. E. Emprego de plantas medicinais em
animais de companhia e de produção da zona rural do município de Juru-PB. Biofar
Revista de Biologia e Farmácia, n 08, 2012.
MARINHO, M. L.; ALVES, M.S.; RODRIGUES, M.L.C. A utilização de plantas
medicinais em Medicina Veterinária: um resgate do saber popular. Revista Brasileira de
Plantas Medicinais, Botucatu, v.9, n.3, p.64-69, 2007.
NASCIMENTO, M. S. B. & OLIVEIRA, M. E. Diversidade e uso das plantas nativas.
EMBRAPA, 2005
NOGUEIRA, M.J.C. (2010). Recursos naturais nas práticas caseiras de cuidados à saúde.
Rev. Esc. Enferm., 18(2):177-186.
OZAKI, A. T. & DUARTE, P. C. Fitoterápicos utilizados na Medicina Veterinária, em
Cães e Gatos. Revista Infarma, V. 18, n11/12, 2006.
SOUZA, A.E.F.S; NASCIMENTO, H. H. L. N.; MAYER, K.D.G.; GOMES, M.K.O.G.
Etnobotânica: Importância do conhecimento popular nas indicações de plantas
medicinais para tratamento de enfermidades de animais de companhia. Revista BioFarm
Revista de Biologia e Farmácia, V. 07, n02, 2012 .
Anexo 1
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Pesquisa: Utilização de plantas nativas da região do Semiárido paraibano como forma de tratamento
alternativo na Medicina Veterinária
Aos populares
Estratificação Social
1.
2.
3.
4.
5.
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Idade: ____________
Profissão: __________________
Renda: ___________
Grau de Instrução?
( ) Analfabeto ( ) Ensino Fundamental Incompleto ( ) Ensino Fundamental Completo
( ) Ensino Médio Inc. ( ) Ensino Médio Completo ( ) Superior Completo ( ) Superior Incompleto
Questões da Pesquisa
6. O Sr. (a) tem animais? ( ) sim ( ) Não
7. Utiliza Plantas Medicinais no tratamento de doenças em animais? ( ) Sim ( ) Não
8. Qual planta utiliza, parte utilizada, forma de uso e indicação?
Planta
Parte Utilizada
Forma de Uso
Indicação
9. Qual origem das plantas que o Sr. (a) utiliza?
_______________________________________________
10. Qual a vantagem da utilização de plantas medicinais no tratamento em animais?
( ) Baixo Custo ( ) Natural ( ) Eficaz ( ) Saudável
11. Algum Méd. Veterinário já indicou a utilização de planta medicinal? ( ) Sim ( ) Não
12. Considera importante a utilização de plantas medicinais para tratamento em animais? ( ) Sim
( )Não
Anexo 2
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Pesquisa: Utilização de plantas nativas da região do Semiárido paraibano como forma de tratamento
alternativo na Medicina Veterinária
Aos Médicos Veterinários
Estratificação Social
1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
2. Idade: ____________
3. Grau de Instrução?
( ) Superior Completo
( ) Pós-Graduação/especialização:______________________________________
Questões da Pesquisa
4. O Sr. (a) indica e/ou utiliza plantas medicinais no tratamento de doenças? ( ) Sim ( ) Não
5. Quanto a recomendação da forma de administração.
( ) Plantas medicinais junto a medicamento ( ) apenas plantas medicinais
6. Qual planta recomenda, parte da planta utilizada, forma de uso e indicação?
Planta
Parte Utilizada
Forma de Uso
Indicação
7. Qual a vantagem da utilização de plantas medicinais no tratamento em animais?
( ) Baixo Custo ( ) Natural ( ) Eficaz ( ) Saudável
8. Já comprovou a eficácia de alguma planta? ( ) Sim ( )Não
Se sim, qual planta? _____________________________
9. Considera importante a utilização de plantas medicinais para tratamento em animais? ( ) Sim
( )Não
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