APROVADO EM 04-04-2004 INFARMED FOLHETO INFORMATIVO Blio (Bleomicina) Nome do medicamento, apresentações e dosagens: Blio (Bleomicina) 15 000 UI Embalagem com 1 frasco para injectáveis Embalagem com 10 frascos para injectáveis Composição qualitativa e quantitativa em substância activa: Blio, contém o equivalente a 15 000 UI de bleomicina, sob a forma de sulfato de bleomicina por frasco para injectáveis. Forma farmacêutica e dosagem: BLIO apresenta-se sob a pó para solução injectável (pó liofilizado), em frasco para injectáveis de 10 ml, destinado à preparação de solução injectável extemporânea. Categoria fármaco-terapêutica: Blio pertence ao grupo Farmacoterapêutico XVII-1-c antibióticos citotóxicos Modo de acção: Farmacodinamia: Embora o mecanismo de acção exacto da bleomicina não seja ainda totalmente conhecido, pensa-se que a sua acção principal consiste em provocar rupturas simples ou duplas na cadeia de DNA, conduzindo à inibição da divisão e crescimento celular, e à inibição da síntese celular de DNA. Considera-se mais provável que a bleomicina seja mais eficaz contra células nas fases M e G2 (pré-mitótica), do ciclo celular. A bleomicina não evidenciou ter um efeito imunossupressor in vitro, apresentando uma inibição insignificante da resposta imune, em doentes tratados com o fármaco. Foi detectado um enzima inactivante da bleomicina, quer nas células malignas quer em células normais, especialmente proeminente no fígado. O enzima não é encontrado nos pulmões ou na pele, dois tecidos normais sensíveis à acção da bleomicina. Farmacocinética: A bleomicina é bem absorvida em animais após injecção intramuscular ou subcutânea. A injecção intramuscular de 15 unidades no homem resulta numa concentração sérica máxima de 1 miliunidade/ml, 30 minutos após administração. A injecção intravenosa de 15 unidades no homem resulta numa concentração sérica máxima de 3,3 miliunidades/ml. As semi-vidas plasmáticas variaram de 15 a 60 minutos, em doentes com função renal normal, após administração intravenosa A semi-vida plasmática é prolongada em doentes com disfunção renal. Num doente com disfunção renal grave, a semi-vida biológica foi de 21 horas, quando a clearance de creatinina foi de 10,7 ml/min, e de 13 horas para uma clearance de creatinina de 15,2 ml/min. 72 horas após a administração Intravenosa da bleomicina, os níveis séricos do fármaco são APROVADO EM 04-04-2004 INFARMED indetectáveis. Após administração por injecção intravenosa, uma percentagem de 40% da dose administrada é recuperada inalterada na urina dentro das 24 horas seguintes. Após injecção intramuscular 20% são recuperados na urina nas 6 horas seguintes. A bleomicina é metabolizada por vários tecidos, com alguma extensão, atravessando a barreira placentária. O equilíbrio de diálise, e a experiência de permeabilidade de gel, sugerem que menos de 1,0% do fármaco se liga às proteínas após incubação com soro humano normal, in vitro. A concentração do fármaco é muito baixa no cérebro e no liquido cefalo-raquidiano. Nos ratinhps, a bleomicina que se difunde do sangue produz concentrações elevadas na pele, pulmões, rins, sistema linfático do peritoneu e tecidos de tumores susceptíveis se presentes. Titular da AIM: Mayne Pharma (Portugal), Lda. Rua Amália Rodrigues, n.º 240 2750 – 228 Cascais Indicações terapêuticas: 1. Carcinoma de células escamosas afectando a boca, a nasofaringe e os seios perinasais, laringe, esófago, genitália externa, cervix ou pele. Os tumores bem diferenciados respondem regra geral melhor do que os anaplásticos. 2. Doença de Hodgkin e outros linfomas malignos incluindo a micose fungóide. 3. Teratoma testicular. 4. Efusões malignas das cavidades serosas. 5. Indicações secundárias nas quais a bleomicina tem demonstrado ter alguma importância (só ou em combinação com outros fármacos), incluindo o melanoma maligno metastásico, e os carcinomas da tiróide, pulmão e bexiga. Contra-indicações: A bleomicina está contra-indicada em doentes com infecção pulmonar aguda ou nos quais a função pulmonar normal esteja altamente diminuída. Os testes da função pulmonar, que usem 100% de oxigénio, não devem ser utilizados em doentes que tenham sido tratados com Bleomicina. Os testes das função pulmonar que utilizem menos de 21% de oxigénio são recomendados como alternativa. A Bleomicina não deve ser administrada normalmente a doentes grávidas ou mães que amamentem. Efeitos indesejáveis: Toxicidade pulmonar: A manifestação de toxicidade mais grave da bleomicina é a infecção pulmonar subaguda ou crónica, que evolui para fibrose intersticial, e pode ser fatal. Esta forma de toxicidade ocorre em cerca de 10% dos doentes tratados, dos quais cerca de 1% morre de fibrose pulmonar. A toxicidade pulmonar é dependente da dose e da idade do doente, sendo mais vulgar em doentes com mais de 70 anos de idade e naqueles que são tratados com doses totais superiores a 400 000 unidades. Esta toxicidade, contudo, é imprevisível e tem sido ocasionalmente detectada em doentes jovens tratados com doses baixas. APROVADO EM 04-04-2004 INFARMED Também, quando a bleomicina é usada em combinação com outros agentes antineoplásicos, pode ocorrer toxicidade pulmonar, mesmo em baixas doses. Esta toxicidade é frequentemente detectada em doentes sofrendo de doenças pulmonares como por exemplo o enfisema, e nos previamente submetidos a irradiação pulmonar ou mediastínica. A identificação de doentes com toxicidade pulmonar devida à bleomicina tem sido extremamente difícil. Os sintomas clínicos e as evidências radiológicas, da toxicidade pulmonar da bleomicina não se distinguem facilmente dos outros síndromas vulgarmente observados nos doentes com cancro, incluindo tumores metastásicos progressivos (especialmente o tumor linfático), com processos infecciosos resultantes do Pneumocystis carinii ou do citomegalovírus, ou ainda dos efeitos nocivos das radiações. Os primeiros sintomas a aparecer são a dispneia, com tosse e febre baixa que surge 4 a 10 semanas após o começo da terapêutica. As alterações tecidulares microscópicas devidas à toxicidade da bleomicina surgem frequentemente sob a forma de metaplasia escamosa bronquiolar, aparecimento de macrófagos reactivos, células epiteliais alveolares atípicas, edema fibrinoso, e fibrose intersticial. A fase aguda pode envolver alterações capilares e subsequente exsudação fibrinosa dentro dos alvéolos, produzindo uma alteração similar à formação da membrana hialina, evoluindo para uma fibrose intersticial difusa, semelhante ao síndrome de Hamman-Rich. Estas manifestações microscópicas não são específicas e são semelhantes às alterações ocorridas na pneumonia por radiação, na pneumonia pneumoquística, e à reacção à longa duração de doenças pulmonares malignas. Os testes da função pulmonar revelaram algumas alterações no estado da função pulmonar, tais como um decréscimo do volume total do pulmão e um decréscimo da capacidade vital – no entanto estes testes demonstraram ter uma importância limitada na previsão da ocorrência da fibrose pulmonar. Tem sido sugerido que a terapia com bleomicina deve ser interrompida se a capacidade vital forçada decrescer rapidamente. A toxicidade pulmonar manifesta-se mais vulgarmente em fumadores. Reacções idiossincrásicas: Reacções de hipersensibilidade consistindo em hipotensão, febre, arrepios, confusão mental e respiração ofegante, ocorreram em aproximadamente 1% dos doentes tratados com bleomicina. Esta reacção idiossincrásica ocorre principalmente nos doentes com linfoma (5%), podendo ser imediata ou retardada algumas horas, e geralmente ocorre após a primeira ou segunda dose. A reacção pode ocasionar a morte. O tratamento das reacções do tipo anafilático deve ser de suporte e sintomático, podendo incluir expansão do volume pulmonar, terapia vasossupressora, anti-histamínicos e corticosteróides. Reacções mucocutâneas: A toxicidade mucocutânea é o efeito adverso mais frequente da bleomicina, detectado em aproximadamente 50% dos doentes tratados com o fármaco. Esta manifestação de toxicidade é usualmente evidente entre a 1ª e a 3ª APROVADO EM 04-04-2004 INFARMED semana seguintes ao início do tratamento, parecendo ser reversível e dose dependente, geralmente acontece após a administração de 150 000 a 200 000 unidades de bleomicina e, em geral está relacionada com a acumulação total das dosagens. O início pode ser acompanhado por hipoestasia que pode evoluir para hiperestasia; tendo sido também já referida a ocorrência de parestesia. A toxicidade cutânea pode-se manifestar inicialmente sob a forma de urticária ou edema eritematoso; as lesões podem tornar-se hipersensíveis e pruriginosas. A hiperpigmentação é um efeito adverso frequentemente referido, ocorrendo particularmente nas zonas sujeitas a fricção ou pressão e nas pregas da pele, cutículas das unhas, escaras e locais de injecção I.M. Hiperqueratose malhada tem também sido frequentemente referida. Em doentes sob terapêutica com bleomicina pode também ocorrer alopécia difusa de diversos graus. Outras reacções cutâneas referidas incluem ictiose, rash, estrias, vesiculação, esfoliação e hemorragia. Lesões mucosas, incluindo estomatite e ulceração da língua e lábios podem, também, ocorrer. Quando a bleomicina é administrada por via intra-arterial, as lesões dérmicas são muito frequentes na zona irrigada pela artéria usada. Em 0,2% dos doentes foi necessário interromper o tratamento devido a este tipo de toxicidade. Outras reacções adversas: Febre, arrepios e dor de cabeça ocorrem frequentemente a seguir à administração parenteral de bleomicina (20 - 50%). Estas reacções foram referidas como mais frequentes com grandes doses únicas e ocorrem a algumas horas da administração, durando 4 - 12 horas. Geralmente, as reacções febris tornam-se menos frequentes com o uso continuado da fármaco, mas podem ocorrer esporadicamente, e repetir-se mais tarde durante o tratamento. Anorexia, cansaço ou náusea e vómitos também podem ocorrer, podendo a anorexia e a perda de peso persistir mesmo após o termo da terapia. Foi referida a ocorrência, em raras ocasiões, do aparecimento súbito de uma dor aguda no peito, durante a infusão da bleomicina, sugerindo pleuropericardite. Embora cada doente deva ser individualmente avaliado, os tratamentos seguintes com bleomicina não parecem estar contra-indicados. Há relatórios isolados do fenómeno de Raynaud, ocorrido em doentes com carcinomas testiculares, tratados com a combinação bleomicina/vimblastina. Desconhece-se se a causa do fenómeno de Raynaud nestes casos é a doença, a bleomicina, a vimblastina ou a combinação de alguns ou de todos estes factores. Nos doentes com cancro testicular tratados com a associação de bleomicina e alcalóides da vinca tem sido relatado o síndroma correspondente ao fenómeno de Raynaud, isquémia a qual pode originar necrose das partes periféricas do organismo Têm sido referidos mais raramente desorientação, hemorragia ocular, comportamento agressivo, hematúria e cistite. Embora a toxicidade renal, hepática e do SNC, sejam raras, aconselha-se a monitorização, para controle destas eventualidades. A bleomicina não produz com frequência toxicidade grave na medula óssea. Têm sido referidas trombocitopénia, leucopénia e ligeira depressão dos níveis APROVADO EM 04-04-2004 INFARMED de hemoglobina. Tem sido referida a ocorrência de dor no local da injecção, flebite ou outras reacções locais. Há ainda a possibilidade de alopécia. Quaisquer outros efeitos adversos, não descritos neste folheto, que eventualmente ocorram, devem ser comunicados ao médico ou farmacêutico. Interacções medicamentosas ou outras formas de interacção: Medicamentosas: Digoxina: Os níveis séricos de digoxina podem ser reduzidos e a sua acção pode diminuir. Pensa-se que as reacções induzidas pelo fármaco na mucosa intestinal podem estar envolvidas na redução da absorção gastrointestinal. Fenitoína: As concentrações séricas de fenitoína podem diminuir devido à redução da absorção ou ao incremento do metabolismo do fármaco. Agentes nefrotóxicos, ex. cisplatina: Toxicidade pulmonar aumentada, nalguns casos fatal, tem sido referida em doentes tratados com bleomicina e cisplatina. O uso concomitante de fármacos nefrotóxicos deve por isso, ser efectuado com muito cuidado. O suporte de oxigénio durante a anestesia geral pode resultar em fibrose pulmonar. A radioterapia simultânea pode aumentar a incidência de toxicidade pulmonar e dermatológica. Outras As soluções de bleomicina não devem ser misturadas com soluções de aminoácidos essenciais, com riboflavina, ácido ascórbico, dexametasona, aminofilina ou furosemida, cefalotina sódica, benzilpenicilina sódica, metotrexato, mitomicina, succinato de hidrocortisona sódica. Precauções especiais de utilização: Blio deve ser utilizado somente por médicos especializados em quimioterapia antineoplásica. O controlo apropriado da terapêutica e das eventuais complicações só é possível quando estão disponíveis, de imediato, meios de diagnóstico e de tratamento adequados. Os doentes sob tratamento com bleomicina devem ser observados cuidadosa e frequentemente, durante e após o tratamento. Após a injecção, a bleomicina é rapidamente absorvida e distribuída pelo corpo, particularmente pela pele, pulmões e tecidos tumorais susceptíveis, o que pode levar à manifestação de toxicidade cutânea e pulmonar, em simultâneo com a acção antitumoral. Toxicidade Pulmonar Os doentes sob tratamento devem ser submetidos a exame radiológico do tórax semanalmente, devendo este procedimento ser realizado até quatro semanas após o termo do tratamento (ver reacções adversas). Foi sugerido que a determinação sequencial da capacidade de difusão pulmonar do monóxido de carbono (DLCO) durante o tratamento com bleomicina pode ser importante na previsão da toxicidade pulmonar. Quando APROVADO EM 04-04-2004 INFARMED usadas para detectar a toxicidade pulmonar, as determinações DLCO devem ser realizadas mensalmente e o tratamento deve ser interrompido quando a DLCO for inferior a 30-35% do valor anterior ao do início da terapêutica. a) Anestesia Devido aos efeitos da bleomicina no tecido pulmonar, os doentes que foram tratados com o fármaco correm risco aumentado de desenvolver toxicidade pulmonar quando lhes é administrado oxigénio durante a cirurgia. A longa exposição a concentrações muito elevadas de oxigénio é uma causa conhecida de danos pulmonares, mas após administração de bleomicina, os danos pulmonares podem ocorrer com concentrações de oxigénio mais baixas do que as habitualmente consideradas seguras. Assim, para minimizar o risco em doentes submetidos a cirurgia, que foram tratados com bleomicina, recomenda-se o seguinte: (i) A concentração FI O2, deve ser mantida aproximadamente ao nível da do ar ambiente (25%), durante a cirurgia e no período pós-operatório. (ii) A substituição dos fluidos deve ser cuidadosamente monitorizada, com ênfase na administração de colóides em vez de cristalóides. b) Pneumonia A pneumonia devida à bleomicina tem sido tratada com corticosteróides, num esforço para prevenir a evolução para fibrose pulmonar. A pneumonia infecciosa deve receber tratamento antibiótico apropriado. c) Cancro do pulmão A bleomicina deve ser usada com cuidado extremo em doentes com cancro do pulmão, uma vez que estes doentes apresentam uma maior incidência de toxicidade pulmonar. d) Relacionada com a idade Doentes com idade superior a 70 anos devem ser estreitamente acompanhados, a fim de detectar sinais de toxicidade pulmonar devida à terapêutica com bleomicina (ver reacções adversas). e) Dose cumulativa A toxicidade pulmonar é mais vulgar em doentes tratados com doses totais superiores a 400 000 U.I. f) Toxicidade renal ou hepática A toxicidade renal ou hepática, começando a manifestar-se sob a forma de anomalias nos testes da função renal ou da função hepática, tem sido referida com pouca frequência. Contudo, estas situações podem ocorrer em qualquer altura, após o início do tratamento. g) Reacções idiossincrásicas Reacções de idiossincrasia semelhantes à anafilaxia tem sido referidas em 1% dos doentes com linfoma, tratados com bleomicina. Dado que isto ocorre habitualmente após a primeira ou a segunda dose, a monitorização cuidada é essencial após estas administrações. h) Doentes com linfoma Todos os doentes com linfoma devem ser submetidos a doses-teste antes do início do tratamento com bleomicina nas doses terapêuticas (ver reacções adversas). APROVADO EM 04-04-2004 INFARMED Precauções especiais com a manipulação de citostáticos: Manuseamento: A bleomicina é um agente citotóxico pelo que só deve ser prescrito, preparado e administrado por profissionais de saúde devidamente treinados para a sua utilização. Devem-se seguir as seguintes normas: A reconstituição do pó e a transferência para as seringas e sistemas de perfusão devem ser efectuadas em áreas adequadas, para tal especificamente designadas. Como sucede com todos os agentes quimioterapêuticos, o pessoal técnico deve estar devidamente protegido durante a manipulação da bleomicina (viseira, bata e luvas). O pessoal técnico feminino em estado de gravidez é aconselhado, de uma forma geral, a não manusear qualquer agente quimioterapêutico. Contaminação acidental: No caso de contacto acidental da bleomicina com os olhos ou a pele, as áreas afectadas devem ser lavadas imediatamente com grande quantidade de água ou solução salina isotónica. No caso dos olhos serem afectados dever-se-á consultar um médico. No caso da solução se derramar limpar as áreas contaminadas com solução de hipoclorito de sódio a 10%, usando uma esponja própria para o efeito. De seguida lavar duas vezes com água abundante. Terminada a descontaminação colocar todas as soluções e esponjas num saco de plástico, selá-lo, rotulá-lo com as palavras "DESPERDÍCIO CITOTÓXICO" e incinerar a 1000°C. Todas as seringas, frascos e materiais utilizados que tenham estado em contacto com a bleomicina devem ser colocados num saco e incinerados como acima se indica. Efeitos em grávidas, lactentes, crianças, idosos e doentes com patologias especiais: A bleomicina é suspeita de causar um aumento na incidência de malformações fetais ou de lesões irreversíveis. Pode também ter efeitos farmacológicos adversos. Desconhece-se se a bleomicina é excretada no leite materno ou se tem algum efeito nocivo no recém-nascido. Assim, não se recomenda o seu uso em mães que amamentem, a menos que os esperados benefícios se sobreponham aos potenciais riscos. Relativamente à utilização em crianças, idosos e doentes com patologias especiais, ver "Posologia, situações especiais". Efeitos sobre a capacidade de condução e utilização de máquinas: Não aplicável Excipientes: Blio® não contém excipientes. Posologia, modo e via de administração: APROVADO EM 04-04-2004 INFARMED Adultos: Este medicamento é usualmente administrado por via intramuscular mas pode ser dado por via intravenosa (bólus ou perfusão), por via intra-arterial, por via subcutânea, ou por via intrapleural sob a forma de solução em soro fisiológico. A administração intra-peritoneal deve ser evitada devido à hipótese de anafilaxia. A injecção local directamente no tecido tumoral pode estar ocasionalmente indicada. 1. Carcinoma das células escamosas e teratoma testicular: recomendam-se os seguintes esquemas posológicos para adultos: Idade em anos Dose total Dose semanal (U.I.) (U.I) _______________________________________________________________ 100x103 15 x103 80 e mais anos 70-79 anos 150-200 x103 30 x103 60-69 anos 200-300 x103 30-60 x103 Menos de 60 anos 500 x103 30-60 x103 Estas doses podem necessitar ser ajustadas quando a bleomicina é usada em terapia de combinação. Habitualmente a dose total de 500 x103 U.I. não deve ser excedida, mas os homens jovens com tumores testiculares toleram frequentemente duas vezes esta dosagem. Usada isoladamente, a dose normal é de 15 x103 U.I., três vezes por semana, ou 30 x103 U.I. duas vezes por semana, quer por via intramuscular ou intravenosa até que a dose total, indicada na tabela acima, seja completamente administrada. A administração por perfusão intravenosa contínua, à ordem das 15 x103 U.I./24 horas, durante 10 dias, ou 30 x103 U.I./24 horas, durante 5 dias, pode produzir um efeito terapêutico mais rápido. O desenvolvimento de estomatite é o melhor guia para determinar a tolerância individual da dose terapêutica máxima. 2. Linfomas malignos: como fármaco único, o regime de dosagem recomendado é de 15 x103 U.I., uma ou duas vezes por semana, por via intramuscular, até APROVADO EM 04-04-2004 INFARMED uma dose total de 225 x103 U.I. Para doentes com 60 anos ou mais, recomendase o uso de 75% da dose recomendada em 1. Estas doses podem necessitar ser ajustadas, quando a bleomicina é usada em quimioterapia de combinação. 3. Efusões malignas: após drenagem da cavidade serosa afectada, introduzemse 60 x103 U.I. de bleomicina, em 100 ml de soro fisiológico, através da agulha ou cânula de drenagem, que é depois retirada. A administração pode ser repetida, se necessário, até uma dose total cumulativa de 500 x 103 U.I. Terapêutica de combinação: a bleomicina é vulgarmente usada em conjugação com a radioterapia, particularmente no tratamento do cancro da região da cabeça e do pescoço. Tal combinação pode exacerbar reacções a nível das mucosas, se forem usadas formas completas de ambos os tratamentos - nestes casos, a dosagem de bleomicina pode ter de ser reduzida, por ex. para 5 x103 U.I., na altura de cada fracção de radioterapia, cinco dias por semana. A bleomicina é frequentemente usada como um dos fármacos que fazem parte de regimes de quimioterapia múltipla (ex. no carcinoma das células escamosas, no teratoma testicular, no linfoma). A toxicidade da bleomicina nas mucosas, deve ser tida em conta na selecção e dosagem dos fármacos com potenciais tóxicos similares utilizados nessas combinações. Crianças: Até à existência de mais elementos disponíveis, a administração de bleomicina a crianças só deve ser efectuada em circunstâncias excepcionais, e em centros especializados. A dosagem deve-se basear nas recomendações feitas para os adultos, e ajustada à superfície corporal ou ao peso da criança. Idosos: ver posologia dos adultos. Doentes com insuficiência renal: Para valores de creatinina sérica da ordem dos 2 – 4 mg %, recomenda-se metade da dose individual acima referida. Para valores de creatinina sérica superiores a 4 mg %, está indicada uma maior redução da dose. Via de administração: Intravenosa, intramuscular, subcutânea, e excepcionalmente por via intra-arterial, intrapleural ou no próprio tecido tumoral. Modo de reconstituição: Para a administração intramuscular ou S.C., dissolver o conteúdo do frasco para injectáveis em 1 – 5 ml de água esterilizada para injectáveis ou de solução de Cloreto de Sódio a 0,9% para infusão intravenosa. Para administração intravenosa ou intra-arterial dissolver o conteúdo do frasco para injectáveis em 5 – 10 ml de solvente e administrar lentamente, durante um período até 10 minutos. Os solventes adequados são a água para injectáveis e a solução de cloreto de sódio a 0,9% para infusão intravenosa. Embora a solução de glucose a 5% tenha sido anteriormente usada, dados recentes sugerem que este não é um solvente de eleição, uma vez que para concentrações superiores a 0,3 - 15 APROVADO EM 04-04-2004 INFARMED UI/ml, o teor em bleomicina A2 + B2 é significativamente mais baixo quando se utiliza glucose a 5% para perfusão intravenosa. Duração do tratamento médio: Variável com a situação e o protocolo clínico utilizado. Sobredosagem, medidas a adoptar: Não existe antídoto específico. A reacção aguda à sobredosagem com bleomicina incluirá provavelmente hipotensão, febre, pulsação acelerada e sintomas gerais de choque. O tratamento é puramente sintomático. No caso de complicações respiratórias, o doente deve ser tratado com um corticosteróide e um antibiótico de amplo espectro. Estabilidade, prazo de validade: Mantido na sua embalagem original, fechada, nas condições nela descritas, o produto é estável até ao termo do prazo de validade inscrito na embalagem (2 anos). As soluções reconstituídas contendo 1,5 - 15 x 103 UI/ml de bleomicina, preparadas com os solventes recomendados permanecem estáveis por períodos até 24 horas, quando armazenados no escuro, a temperaturas de 2 - 8°C ou inferiores a 25°C. Soluções de sulfato de bleomicina em solução intravenosa de cloreto de sódio a 0,9%, armazenadas no escuro entre 2 - 8°C, mantêm-se quimicamente estáveis durante 10 dias. Contudo, a fim de reduzir a possibilidade de contaminação microbiológica, as soluções injectáveis reconstituídas devem ser usadas, se possível, imediatamente após a sua preparação, ou dentro das 24 horas seguintes. Quaisquer porções não utilizadas devem ser inutilizadas de acordo com as normas relativas a produtos citotóxicos. Tal como para qualquer outro medicamento, aconselha-se a verificação do prazo de validade (VAL) inscrito na embalagem, ou no rótulo, antes de usar. Precauções particulares de conservação: Conservar a temperaturas inferiores a 25°C, e proteger da luz. (Soluções reconstituídas, ver estabilidade). Tratamento dos resíduos: Restos de fármaco, seringas, recipientes, materiais absorventes, soluções e qualquer outro material contaminado devem ser colocados dentro de saco de plástico selado, devidamente rotulado com as palavras "DESPERDÍCIO CITOTÓXICO" e incinerado a 1000°C. Folheto revisto em: Março de 04