SACRAMENTOS I 1. Etimologia e Definições – O que é Sacramento? 2. Jesus Cristo- Sacramento do Pai a. Por que os sacramentos? – Revelação b. Experiência de fé c. Corporeidade e sacramentos 3. Igreja – Sacramento de Cristo 4. Dimensão Eclesial dos sacramentos 5. Os 7 sacramentos e os momentos chaves da vida 6. Iniciação Cristã – a. Catecumenato nos 1° séc. da Igreja b. Características 7. Introdução aos Sacramentos de Iniciação a. Batismo b. Crisma c. Eucaristia SACRAMENTOS II 1. Batismo a. Etimologia e definição b. Batismo de Jesus c. O batismo cristão d. O batismo na história da Igreja e. Fundamentação bíblico-teológica (Rito) 2. CRISMA a. Etimologia e Definição b. A unidade entre batismo e confirmação c. A promessa do Espírito Santo- Dom/Carismas do ES d. A confirmação na história da Igreja e. O rito da confirmação: gestos e simbologia 3. EUCARISTIA a. Etimologia e definição b. A páscoa dos judeus c. A ceia do Senhor d. A Eucaristia na história da Igreja e. A celebração Eucaristia: memorial do Mistério Pascal SACRAMENTOS: 1.ETIMOLOGIA: A palavra em latim Sacramentum traduz a palavra grega MYSTERION. No Novo Testamento a palavra Mysterion é rara e indica o plano de Salvação de Deus que se manifestou na história e teve a sua plena atuação em Jesus Cristo. (Ef 1,9); Ef 2,11-3, 13; Col 1,20-26, Col 2,2; Rom 16,25). 1.2- DEFINIÇÕES O QUE É SACRAMENTO? Os símbolos tornam visíveis as realidades invisíveis. A fé é invisível, está no coração das pessoas. Por isso, as celebrações da fé são cheias de gestos e objetos simbólicos. Os sinais que expressam a realidade invisível da salvação em Jesus são os sacramentos. São a festa, a comemoração da luta pelo Reino. São momentos de profunda experiência com o mistério de Deus revelado nos sinais, gestos, símbolos dos sacramentos. Momento de comunicação da graça de Deus que transforma a vida de quem os recebe. Comunicam a salvação, isto é, nos conscientizam do amor de Deus por nós e nos ajudam a responder amorosamente. Comunicam a presença de Cristo vivo e ressuscitado em nosso meio. Os sacramentos são a continuação do Sacramento da Salvação, que se tornou real uma vez por todas em Cristo. Segundo Paulo (Ef 3; Col 1) a Igreja é a forma na qual este Plano de Salvação foi realizado. Objetivo deste Plano de Salvação é o Reino de Deus, a criação de uma humanidade reconciliada CONSIGO mesma e com Deus. 2. JESUS CRISTO – SACRAMENTO DO PAI PORQUE OS SACRAMENTOS? Deus quis, em sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo” (DV 2) A bíblia é a história da humanidade percebendo, aos poucos, a comunicação do amor de Deus. Deus quis um povo-sinal, um povo instrumento para fazer uma comunicação especial. Chamou Abraão e Sara, os patriarcas e matriarcas. Moisés, os profetas para que lessem a sua presença na história. e desse jeito foi preparando o caminho para os evangelhos. Deus tem paciência e, á medida que a consciência moral, espiritual, humana do povo vai crescendo, mostra novos caminhos, maneiras novas de entender o que ele de fato quer e quem ele é. E porque esse amor de Deus ansiava por estar conosco de um modo único, pessoal, Jesus entra na história humana. JESUS É: Palavra que ilumina todos os homens. Revela segredos de Deus; é a Palavra que se faz gente como a gente. Ele completa a salvação, que é missão que o Pai lhe deu. Vem resgatar com seu sangue a humanidade corrompida pelo PECADO. Quem o vê, vê o Pai. Envia o Espírito da verdade. Confirma com sua própria vida que Deus está conosco para nos libertar. Dá testemunho da ressurreição para a vida eterna. JESUS CRISTO É A PLENITUDE DA REVELAÇÃO DO PAI. 2.1- EXPERIÊNCIA DE FÉ PARA REFLETIR: Temos nossas devoções pessoais. São boas quando ajudam a dar a Jesus o lugar especial que é só dele. Estamos conscientes disso? A FÉ É DOM DE DEUS, DEPENDE DA GRAÇA, DA AJUDA DO ESPÍRITO SANTO. MAS TAMBÉM É CONQUISTA, DEPENDE DA COLABORAÇÃO HUMANA. A INTELIGÊNCIA PARTICIPA DO ATO DE FÉ, AJUDANDO-NOS A COMPREENDER O PROJETO DE DEUS. SOMENTE A FÉ ADULTA É CAPAZ DE RECONHECER JESUS COMO CAMINHO, VERDADE E VIDA. EM QUE ESTÁ ESTÁGIO SE ENCONTRA SUA FÉ? FÉ BEBÊ FÉ ADOLESCENTE FÉ ADULTA QUAL É A SUA EXPERIÊNCIA DE FÉ? Momento de Partilha: ENCONTRANDO CRISTO, O HOMEM ENCONTRA-SE COM DEUS SACRAMENTOS: SINAIS DO NOSSO ENCONTRO COM DEUS. A HUMANIDADE DE CRISTO O amor do homem Jesus é com efeito a encarnação humana do amor redentor de Deus, uma vinda do amor de Deus em visibilidade. E porque seus atos humanos são atos de Deus, quer dizer, atos da própria pessoa do Filho de Deus, atos Divinos em manifestação humana, possuem essencialmente uma força Divina de Salvação, são eficazes, “Causa de graça”. Portanto SACRAMENTO significa, Dom Divino de Salvação, em, e por uma forma exteriormente visível, que concretiza esse dom: Dom de Salvação em visibilidade histórica. O FILHO DE DEUS TORNOU-SE VERDADEIRAMENTE HOMEM, ISTO É, ESPÍRITO HUMANO QUE HABITA DE MANEIRA VISÍVEL EM NOSSO MUNDO POR UMA CORPOREIDADE QUE LHE É PRÓPRIA. A ENCARNAÇÃO DA VIDA DIVINA INCLUI, PORTANTO ASPECTOS CORPORAIS. 2.2.- CORPOREIDADE E SACRAMENTOS: Portanto, o amor humano e todos os atos humanos de Jesus possuem uma força Divina de Salvação, a manifestação humana desta força inclui essencialmente um aspecto de visibilidade concreta dessa Salvação. Em outras palavras: a Sacramentalidade. Cristo toca o cristão pelos Sacramentos não apenas de uma maneira psíquica ou afetiva, mas de uma forma concreta. Os sacramentos são estes sinais comunicadores da graça divina. O cristianismo não é apenas uma filosofia religiosa, mas é uma comunhão de vida com o próprio Deus de maneira que Ele estabeleceu, especialmente pelos Sacramentos. Todo Sacramento é um sinal, que não apenas assinala, mas que realiza o que assinala, assim a água do Batismo indica a purificação do cristão e a realiza. Os sacramentos são a continuidade da santíssima humanidade de Cristo, que assinalava e realizava a salvação dos homens. 3- IGREJA: Sacramento de Cristo Por isso a Igreja (Corpo de Cristo prolongado) com os Sete Sacramentos formam como que o “Grande Sacramento – a ordem sacramental através do qual a vida eterna do Pai flui até a cada indivíduo em particular.” Se Eu te chamei é porque sobre esta “Pedra” que tu és, quero construir a minha Igreja. E contra ela, nunca as forças do mal poderão resistir. Dar-te-ei as chaves do Reino dos céus ( Mt 16,18). Pedro recebeu de Jesus este encargo de ser o alicerce sobre o qual ele constituiu a sua nova Comunidade. A palavra Igreja quer dizer “Assembléia”. É a fraternidade Nova que Jesus quer estabelecer. A Tradição Católica apóia-se neste texto de Mateus para dizer que os papas, sucessores de Pedro, são herdeiros da sua primazia e da sua autoridade sobre os outros Bispos. A Igreja é a presença da ação de Cristo no mundo. Sua missão é a mesma de Jesus: mostrar aos homens o amor de Deus e a fraternidade entre homens e mulheres. A Igreja foi instituída por Jesus Cristo para ser missionária. Como sal da terra e luz do mundo, a Igreja é chamada a renovar e salvar toda criatura em Cristo. A missão da Igreja é constituir todos os povos numa só família, num só Povo de Deus. Sua missão é evangelizar. Doc.Santo Domingo e CIC: A igreja existe para anunciar a Boa-Nova da Salvação em Jesus Cristo, denunciar o que não está de acordo com esta Boa-Nova e dedicar-se à construção do Reino de Deus na terra, na esperança e certeza de sua realização plena no céu. É no amor da Santíssima Trindade, Deus-Pai, Filho e ES que a igreja está enraizada e assim se torna Sacramento e difusora de seu plano de amor.. A Igreja, existe e atua para que as pessoas encontrem a felicidade em Deus. 4 -DIMENSÃO ECLESIAL DOS SACRAMENTOS: Deus quis um povo-sinal, um povo instrumento para fazer uma comunicação especial. Chamou Abraão e Sara, os patriarcas e matriarcas. Moisés, os profetas para que lessem a sua presença na história. e desse jeito foi preparando o caminho para os evangelhos. S. Paulo, na sua carta aos Coríntios, nos fala: “Somos um só corpo, que é formado de muitas partes” (1 Cor 12,20). Devemos sentir-nos também uma parte importante do Corpo de Cristo, que é a sua Igreja. A comunidade realiza a Igreja visível; paróquia, Igreja particular e Universal. Continua a Missão de JC e caminha de acordo com o Plano de Pastoral da Diocese, animada pelo Bispo, sucessor dos Apóstolos. 4.1- CARACTERÍSTICAS DO POVO DE DEUS: O Povo de Deus tem suas características que o distinguem de todos os demais grupos religiosos, étnicos, políticos, culturais. Ele é o povo de Deus: Deus não pertence como propriedade a nenhum povo. Mas adquiriu para si um povo, uma raça eleita, um sacerdócio régio, uma nação santa (1 Pd 2,9). A pessoa torna-se membro deste povo não pelo nascimento físico, mas pelo nascimento do alto, da água e do Espírito ( Jo 3,3-5), isto é, pela fé em Cristo e pelo Batismo. Este Povo tem Jesus Cristo por “Chefe”, “Cabeça”, o Messias= Ungido, pelo fato da mesma Unção derivar da Cabeça para o Corpo, o povo é o povo Messiânico. A condição deste povo é a dignidade dos filhos de Deus: como “Templo, onde reside o Espírito Santo”. Sua Lei, é o mandamento novo de amar como Cristo amou. É a Lei nova do Espírito Santo. Sua missão é ser sinal da terra e luz do mundo. O povo de Deus constitui para toda a humanidade o mais forte sinal de unidade, esperança e Salvação. Sua meta é o Reino de Deus iniciado na terra por Deus mesmo, Reino a ser estendido mais e mais, até que, no fim dos tempos, seja consumado por Deus. (CIC 782) 4.2- OS SETE SACRAMENTOS E OS MOMENTOS CHAVES DA VIDA: Os sacramentos encerram em si todas as graças que precisamos durante a vida para que a imagem de Cristo seja formada em nós. BATISMO nos faz renascer, dando-nos uma vida nova, de filhos de Deus, herdeiros do céu, passando pela morte e ressurreição de Cristo. (Rm 6,1-11). CRISMA: aos poucos a criança atinge a adolescência e se robustece, na vida espiritual recebe o Sacramento da Crisma que lhe dá pelo Dom do Espírito Santo, a maturidade espiritual e a força para viver e testemunhar a fé. EUCARISTIA: A cada dia a vida precisa ser alimentada com o pão, mas ele não impede que a morte aconteça; então, Cristo nos dá, pela Igreja o Pão do céu, a Eucaristia, que é remédio e sustento para a caminhada e que nos garante a vida eterna. PENITÊNCIA e UNÇÃO DOS ENFERMOS: As doenças ameaçam o nosso corpo e a nossa vida espiritual. Temos os remédios para a vida do corpo e Cristo nos dá, pelo Sacramento da Penitência e Unção dos enfermos, que curam a alma. SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO E DA ORDEM. Quando chegamos a vida adulta escolhemos a profissão e o trabalho e no preparamos para ela; na vida espiritual seguimos a nossa vocação, para o casamento ou para a vida religiosa/ ou SACERDOTAL 5- INICIAÇÃO CRISTÃ: É o processo catequético e sacramental pelo qual o cristão se torna comprometido e incorporado no Mistério de Cristo e da Igreja. Por meio de uma aprendizagem global da vida e de fé e pela recepção dos sacramentos do Batismo, Crisma e Eucaristia, o cristão consagra a Deus sua existência. Não é o mesmo que instrução e doutrinação. A instrução promove a simples transmissão de conhecimentos já adquiridos, informa e explica. A iniciação vai além, visa formar a pessoa, exercitar a prática e integrar a vida do iniciado na comunidade. Exemplo: a diferença entre escola x família. Numa família não acontecem aulas, cursinhos a respeito de hábitos, transmissão de valores, tradições familiares. A transmissão é feita através da própria participação na convivência no cotidiano onde vão sendo explicitados os valores. 5.1- UM POUCO DE HISTÓRIA: No início do cristianismo, os convertidos à fé cristã eram adultos, preparados no processo do catecumenato. Após a preparação, recebiam, de uma só vez o Batismo, a Crisma, e a Eucaristia. Pelo Batismo, renasciam como filhos de Deus gerados para a vida nova da graça. Pela Crisma, recebiam a força do Espírito Santo para viverem uma fé adulta. Pela Eucaristia, recebiam o alimento para fortalecer a fé. IGREJA DOS PRIMEIROS SÉCULOS: SER CRISTÃO É SER PERSEGUIDO 5.2- CARACTERÍSTICAS DA INICIAÇÃO CRISTÃ: - - os gestos sacramentais são comunitários e não individualistas é Deus quem toma a iniciativa de comunhão com a pessoa e dá a graça da resposta Deus chama a todos e não apenas alguns, para formarem um único povo. Ele não exclui ninguém. o processo de conversão dura a vida toda e não apenas um período a relação da pessoa não é com a divindade longe da realidade, mas com o Mistério Pascal de Jesus, bem presente em nossa vida; introduz na comunidade da Aliança, animada pelo Espírito Santo, com exigências de fraternidade e justiça; exige que a pessoa seja sujeito na realização do projeto de Deus, aqui e agora; A iniciação cristã não é simplesmente uma preparação para receber este ou aquele sacramento. Devemos Ter cuidado para não reduzir Iniciação Cristã à preparação para o Batismo, Crisma ou Eucaristia. Trata-se do amadurecimento e da educação da pessoa para a vida cristã, nas suas três dimensões mais importantes: fé, liturgia e compromisso com o mundo. É tempo de aprofundar as raízes, como a árvore, para crescer e dar frutos de acordo com a proposta de Jesus. A iniciação cristã visa criar este processo de integração dos novos membros na vida cristã. Característica própria da iniciação cristã, desde os primeiros séculos do cristianismo, é ser um tempo, com certa duração, em que as pessoas recebem o ensinamento da Palavra e são conduzidas e incentivadas, por uma disciplina adequada, a adotarem os critérios evangélicos e hábitos cristãos na sua vida. O cristianismo é uma religião iniciática, pois leva a pessoa a descobrir o mistério da pessoa de Jesus e os mistérios do Reino, a entrar na dinâmica do seguimento que desencadeia todo um processo de conversão (pessoal, comunitário) e compromisso com a realidade. O Diretório Geral da Catequese (DGC) “ A catequese de iniciação é o elo necessário entre a ação missionária, que chama à fé, e a ação pastoral, que alimenta continuamente a comunidade cristã. Não é, portanto, uma ação facultativa, mas sim basilar e fundamental para a construção da personalidade do discípulo, quanto da comunidade. Sem ela a ação missionária não teria continuidade e seria estéril. Sem ela a ação pastoral não teria raízes e seria superficial e confusa: qualquer tempestade faria desmoronar todo o edifício. 6- SACRAMENTOS DE INICIAÇÃO: 6.1- BATISMO: Torna visível o nosso novo nascimento como filhos de Deus, irmãos de JC, templos do ES. O Batismo nos faz herdeiros e co-herdeiros com Cristo. Nos faz ser Igreja. O cristão participa da missão sacerdotal, profética e régia de Cristo pelo anúncio do Reino de Deus e pela denúncia de tudo o que se opõe a este Reino. São ministrados uma só na vida porque imprimem na pessoa um “Caráter sacramental” que marca a pessoa para toda a VIDA. A Palavra Batismo vem do grego e quer dizer mergulhar na água. No rito batismal o batizando é mergulhado na água, de uma maneira simbólica, no sentido de ser sepultado com Cristo para o pecado e ressurgir como ressuscitado para uma vida nova. São elementos fundamentais o gesto de derramar a água e as palavras sacramentais: “Eu te batizo em nome do Pai, do filho e do ES”. 6.2- CRISMA: Também chamado “Confirmação”, porque confirma o Batismo. O batizado recebem a força do ES para viver a Fé e enfrentar as lutas da vida. Crisma: vem do grego e quer dizer ‘UNÇÃO”, UNGIDO. A unção do óleo e a imposição das mãos têm o significado de envio missionário. A unção faz do crismado um membro animador da comunidade. Ele reúne as pessoas como em Pentecostes e testemunha a sua fé na sociedade. Exige-se do catequista uma especial preparação a fim de levar os crismandos a maturidade da fé. 6.3- EUCARISTIA Pelo “Batismo” o cristão é incorporado a vida de Cristo, da mesma forma acontece na Eucaristia ao comungar o corpo e sangue de Cristo. Somos incorporados ao Mistério Pascal: É a Páscoa de Cristo na Páscoa da gente. Passagem da morte para a vida. Comungar Jesus Cristo é comungar a vida do irmão. A eucaristia nos faz ser UMA IGREJA DO PÃO PARTILHADO, DO ABRAÇO E DA PAZ. BATISMO 1. DEFINIÇÕES: Batizar vem do grego: “baptizein”, significa “mergulhar”, “imergir”, “mergulho” na água simboliza o sepultamento do catecúmeno na morte de Cristo, da qual Ele ressuscita, como “nova criatura” (2 Cor 5,17); Gl 6,15). O Santo Batismo é o fundamento de toda vida cristã, a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo e somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão. É também chamado “banho da regeneração e da renovação no Espírito Santo” (Tt 3,5), pois ele significa e realiza este nascimento a partir da água e do Espírito, sem o qual “ninguém pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3,5). Este banho é chamado “Iluminação, porque aqueles que recebem este ensinamento (catequético) têm o espírito iluminado...” Depois de receber no Batismo o Verbo, “a luz verdadeira que ilumina todo homem”, o batizado, “após ter sido iluminado” (Hb 10,32), se converte em “Filho da Luz” (1 Ts 5,51) e em “Luz” ele mesmo (Ef 5,8). 1.1 O BATISMO DE JOÃO BATISTA João Batista tinha um estilo de vida muito dura (austera), pregava convidando a uma profunda conversão, junta o rito da imersão (mergulho) na água viva pelo perdão dos pecados (Mc 1,4 e Lc 3,3). Acontecia nas águas do Rio Jordão em dois momentos: descida (purificação) e subida (caminho, rumo a uma vida nova). Quando no Evangelho se fala do Batismo de João, o verbo “batizar” é sempre ativo. É uma ação que precisava de um ministro: ninguém se batizava por si. Ao redor de João se formou um grupo de discípulos, que continuou a caminhada mesmo depois da morte violenta de João. 1.2- JESUS É BATIZADO POR JOÃO: Os quatro evangelhos relatam este evento como também Atos dos Apóstolos (At 10,3738; 13, 23-25). Em muitas ocasiões Jesus afirmou que João tinha sido enviado por Deus (Mt 11,10-14; Lc 7,28-29). Jesus se fez batizar por João como se ele fosse um dos tantos israelitas. Na realidade ele muda o sentido do mesmo batismo de João porque não confessa os pecados, nem afirma de querer se converter. O Batismo de Jesus é manifestação da sua fidelidade à vontade do Pai, que chama seu Filho a se tornar solidário com os pecadores até a morte de cruz. Neste sentido o batismo é como se fosse um gesto profético, que antecipa o sentido da vida e da morte de Jesus. . De fato existe uma relação entre batismo e cruz: Jesus utiliza a palavra “Batismo” para indicar a cruz (Lc 12,50). Durante o batismo o céu se abre e desce o Espírito santo – Esta revelação manifesta que Jesus é o mais forte (Mt 3,14; Jo 1,29-34). Em Jesus se cria uma comunhão nova entre Deus e os homens: o Espírito Santo pousou sobre Ele. O batismo está fundamentado na paixão, morte de Jesus, a revelação e descida do Espírito Santo significa a ressurreição e glorificação de Jesus. Por essa razão os primeiros padres da Igreja viram no batismo de Jesus o fundamento do batismo cristão que é a participação do crente ao mistério pascal. Jesus, recebendo um Batismo destinado aos pecadores em processo de conversão, com este gesto se solidariza com eles e manifesta a sua firme decisão de não mais se separar deles. Seu batismo é uma espécie de batismo da humanidade e antecipação da sua paixão redentora. E isto vai servir de referencial para toda a sua vida, inclusive para a sua morte. Por ele haverá de viver, morrer e ressurgir (Lc 12,50). Jesus aderiu tão fortemente ao Batismo de João que abandona sua casa e a sua profissão e começa a anunciar o Reino de Deus (Mc 1,14-15). Levou-o tão a sério a ponto de, mais tarde, também batizar (Jo 3,22; 4, 1-2) e mandar os seus discípulos fazerem a mesma coisa (Mt 28,19). Em Jesus a sua ação precede a exigência de se realizar o que ele fez e ensinou. “Tu és meu Filho amado: em ti está o meu agrado”. O Batismo cristão, e seu efeito salvífico, tem raízes no batismo de Jesus. É esta mesma realidade teológica que se concretiza no dia a dia de cada batizado. Todo aquele que como Jesus é submergido nas águas batismais, é também chamado de “Filho Amado” Filha Amada, ungido pelo Espírito e enviado a cumprir atos de justiça. O batismo de Jesus revela a existência de três elementos que são fundamentais para o batismo cristão. Primeiro, a sua própria vinda de Nazaré ao Jordão, é um sinal indicativo do seu chamado a salvar a humanidade: “Jesus veio “...livremente. Em segundo lugar, a voz vinda do alto – sinal de que Deus volta a falar – é um indicativo da sua divindade e identidade vocacional: Jesus é o Filho Amado de Deus. Por fim, o terceiro elemento é sinal indicativo da sua autoridade: “nele está o meu agrado” porque executará o projeto de Deus. O Batismo faz de Jesus o vocacionado por excelência do Pai. E doravante vai ser, viver e agir em conformidade com aquilo que lhe é próprio, como filho de Deus e Salvador. Nele a humanidade é chamada à santidade, a criar uma identidade vocacional e a assumir uma missão. Como o batismo de Jesus no Jordão representou o início da sua missão profética, para a revelação da sua divindade e identidade, da sua autoridade e da sua missão salvífica, assim o batismo é fonte de todas as vocações. Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 2. BATISMO CRISTÃO É A FONTE E A ORIGEM DE TODAS AS VOCAÇÕES. 2.1 BATISMO DOS CRISTÃOS NO NOVO TESTAMENTO 1234- Nascer do Alto – Jo 3,1-6 Batismo como morte- Romanos 6,1-6 Lavados por meio do Espírito- Tito 3,5 Batizados num só Espírito para formar um só corpo- 1 Cor 12,13 Os textos de Mc 16,15-16 e Mt 28,18-19, falam do convite que Jesus fez aos discípulos de batizar. Nestes dois trechos se torna claro que o batismo é ligado com a pregação dos apóstolos e a fé. Isso concorda com o relato dos Atos dos Apóstolos, onde o relato do batismo é sempre no contexto da pregação e de uma opção de fé (At 2,41; 8, 35-37; 16, 32-35; 18,8). O pedido de batizar “em nome do Pai, do Filho e do ES” (Mt 28,18-19) não é uma fórmula litúrgica mas quer indicar que o batismo é inserção na vida Trinitária. Do mesmo modo o batismo em nome de Jesus (At 38.10,48) não é uma fórmula litúrgica. Talvez a fórmula Trinitária servia no ambiente pagão onde a conversão significava a adesão ao único Deus; a fórmula em nome de Jesus servia em ambiente hebraico, onde a fé em Deus Pai já era presente, e se converter significava reconhecer que Jesus era o Messias. 2.2- O NOSSO BATISMO O nosso Batismo, sendo o ato litúrgico de iniciação a vida cristã, nele somos incorporados e configurados a Jesus Cristo. Pelo mergulho na fonte batismal os homens e mulheres são sepultados com Cristo na sua morte para serem ressuscitados, plenos de vida (Rm 6,1-11). Pela água da fonte batismal as pessoas são enxertadas em Cristo, inseridas no seu corpo para, na diversidade de carismas, servirem à comunidade e à humanidade. “O BATISMO SIGNIFICA E REALIZA UMA INCORPORAÇÃO, MÍSTICA, MAS REAL, NO CORPO CRUCIFICADO E GLORIOSO DE JESUS”. LG, 32 Redimidos e justificados, estamos habilitados a produzir, em abundância, frutos de justiça. No momento em que a Igreja pronuncia liturgicamente a fórmula que rememora a ação de Jesus. “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do ES”..., o cristão é inserido não somente em uma comunidade humana imperfeita, como é a Igreja, por mais santa que seja, mas em uma comunhão Trinitária. O cristão, pelo batismo, é vocacionado, chamado pelo Pai a ser ouvinte da Palavra. Adotado como filho bem amado e justificado dos seus pecados, é incorporado a Jesus Cristo. Ungido pelo Espírito para a missão é inserido na Igreja. No batismo, a mesma voz que um dia foi ouvida, declarando Jesus Filho amado, é ouvida por nós. O mesmo Espírito que ungiu e o enviou em missão, nos unge e nos consagra para vivermos uma vida nova. A missão de Jesus dá sentido, acompanha e impulsiona o envio missionário do cristão ao mundo. (Mt 28,19-20). No final do evangelho de Mateus e de Marcos (16,16), Jesus ordena aos seus discípulos: “Ide, portanto e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do ES. Os discípulos partem para a missão e batizam as pessoas que abraçam a fé, cumprindo o mandato do Mestre e recordando a cena realizada nas águas do Jordão Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 Jesus se fez batizar para mostrar o seu compromisso de amor com toda a humanidade. Seu batismo indica ainda o compromisso com a justiça defendida por João Batismo e por todos os profetas. Depois de ser batizado, Jesus iniciou um novo e decisivo caminho de fidelidade ao Pai. O Batismo de Jesus manifesta a sua vocação profética e a sua relação amorosa com o Pai. Também o nosso batismo expressa essa relação de amor entre os seguidores de Jesus e o Pai, o qual todos como filhos, chamados a construir e habitar no Reino. O batismo é o alicerce da vida cristã e permite compreender a Igreja como a comunidade dos batizados, seguidores de Jesus, abertos à luz do Espírito que nos conduz na missão evangelizadora. Todos os vocacionados e vocacionadas, ao serem batizados, recebem o mesmo Espírito que animou a vida Jesus. Os batizados são movidos pelo Espírito que é a força do Pai, geradora de vida no seio de Maria. Deste modo os cristãos, vivendo segundo o Espírito, assumem, como Jesus, o Verbo que se fez carne, os desafios da humanidade. O centro da vida de todos os batizados é a pessoas de Jesus e sua proposta transformadora de amor e de justiça. Portanto, “pelo batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus; tornando-nos membros de Cristo, somos incorporados como filhos de Deus; tornando-nos membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão.” É preciso que o Batismo passe a ser de fato, a raiz e o significado da vocação e da missão dos cristãos (Puebla 786). 3- HISTÓRIA DO BATISMO NA VIDA DA IGREJA: A preparação para o Batismo começou a ser organizada a partir do 2° século- das obras de São Justino, parece que o Batismo fosse antecipado por uma catequese. No começo a preparação deixada na iniciativa de cada cristão. Nasceu assim a tarefa do padrinho. Em seguida a Igreja institucional se encarregou da preparação dos catecúmenos. A Tradição Apostólica de Hipólito (3° século) afirma que era pedida uma preparação de três anos. Para entrar no catecumenato era preciso submeter-se a uma prova que avaliava o comportamento moral, o trabalho e outras coisas. O catecumenato desapareceu depois do século VI, quando se difundiu a atitude de batizar a criança. A partir do ano 313 quando Constantino dá liberdade de culto aos cristãos, dá –se início a Cristandade e não é mais exigido o “Catecumenato”. Todos podem batizar. O batismo sempre comportou o uso da água. Batizar significa mergulhar. E nos primeiros séculos o batismo acontecia por imersão. Porém já a partir do século I tinha a possibilidade de batizar por infusão.O batismo dos doentes era uma caso onde era preferível a infusão. A partir do século XV a imersão foi substituída pela infusão. Isso aconteceu talvez porque se generalizou o costume de batizar as crianças em qualquer momento do ano. Isto não aconteceu no Oriente onde a imersão é ainda hoje jeito comum. Com o tempo o rito se enriquece de outros gestos. Por exemplo a partir do século XI criou-se o costume de entregar a vela ao recém-batizado. Profissão de fé, entrou no rito do batismo antes do século III e está na origem do creio que entrou na missa muito mais tarde. O número três na Bíblia servia para estipular alianças. No final do século VII já é difundida a fórmula: “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do ES”, com três imersões. Já no século III é relatado um rito de benção da água. Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 A idade Nos primeiros séculos da Igreja, a maior parte dos batismo acontecia na idade adulta. O batismo era entendido como um compromisso que requeria muita seriedade. Além disso, a disciplina penitencial era muito severa e o batismo era dado só as pessoas de provada virtude. Encontramos o batismo das crianças já no final do século II. A partir do século IV com a Cristandade o uso de batizar as crianças é generalizado, também pelo risco de morrer sem ter batizado. Na Idade Média os pais que não batizavam logo os filhos eram punidos. Em seguida a Segunda Unção – Dom do Espírito Santo – passou a ser colocada depois do Batismo. A separação entre BATISMO E CRISMA: aconteceu no século III e século IV, por motivos práticos: o cristianismo se difundiu também no campo (zona rural) e se tornava difícil para o Bispo batizar pessoalmente todos os novos cristãos. Nasceu assim o costume dos padres batizar. Porém o Bispo, ficou com o compromisso de conceder o crisma. A partir do século VIII o rito da confirmação já é autônomo. 3.1- MOMENTOS FORTES DA FESTA BATISMAL (RITO) A história de Francisco. Francisco é um menino que mora na rua. É pobre, não tem pais e vive pedindo esmolas para sobreviver. Certo dia, Francisco encontra-se com José, pessoa adulta, que escuta a sua história de menino de rua. Francisco é convidado a ser filho adotivo de José que lhe promete condições para poder crescer como uma criança feliz. Até um novo nome Francisco vai receber. O amor de José por Francisco fará dele uma criança com um futuro feliz. Assim é a situação da gente antes de receber o Batismo.: somos gente, mas falta o nascer de novo Como cristão e herdeiro de Deus. Pelo Batismo somos adotados por Deus, no seu grande amor. Partilha: no final da história comentar com o grupo para ver se todos entenderam a comparação. Pelo batismo somos enxertados em Cristo (romanos 11,24). E por isso somos pessoas novas, diferentes: cristãos, filhos, herdeiros, irmãos. Perguntas: Assumo Deus como Pai? Aceito o outro como irmão? Como? 1) O NOSSO COMPROMISSO: Pelo Batismo somos membros da Igreja: temos a mesma fé, participamos dos mesmos sacramentos, recebemos a mesma orientação, caminhamos com todo o povo de Deus, construindo o Reino de Deus aqui e agora.´E compromisso do Batizado participar da vida da comunidade. Partilha: O animador mostra a importância do nosso compromisso com a Igreja e a comunidade. Perguntas: Qual é o compromisso dos pais e dos padrinhos na vida cristã da criança? Quem deve ser escolhido como padrinho e madrinha? A festa do Batismo marca a iniciação da pessoa (criança ou adulto) na vida de Jesus. Como é uma festa de fé, está cheia de símbolos que nos ajudam a compreender o sentido do profundo acontecimento. Os principais momentos da festa batismal são: A) PEDIDO DO BATISMO, ACOLHIMENTO E SINAL DA CRUZ Na celebração, a Igreja aceita o pedido de batismo feito pelos pais com um gesto muito significativo: o sinal da cruz. O ministro, (leigo) ou ordenado, pronunciando o nome das crianças, fala diretamente a elas: “Nós recebemos a vocês com grande alegria na comunidade cristã. O nosso sinal é a cruz de Cristo. Por isso, eu e seus pais e padrinhos marcamos vocês agora com o sinal do Cristo Salvador.” Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 É o momento de receber na comunidade as pessoas que vão ser batizadas. Celebrante, pais e padrinhos fazem o sinal da cruz na testa do batizando. O GESTO ASSINALA A MARCA DE CRISTO NAQUELE QUE VAI PERTENCER A ELE. Significa também a salvação que Cristo conquistou para nós por sua entrega ao Pai e à humanidade, morrendo na cruz. B) PALAVRA DE DEUS, ORAÇÃO E UNÇÃO A Palavra de Deus anuncia a salvação de Deus em favor dos ouvintes,e, assim, desperta a fé. Para batizar a criança, pais e padrinhos precisam ter fé em Jesus Cristo e precisam desejar que seus filhos sejam educados na fé. O batismo é o sacramento da fé. É um novo nascimento, o nascimento espiritual dos que crêem no Filho de Deus (João 3,111-6). A água do batismo é uma água espiritual que jorra e alimenta para a vida em plenitude. A água do batismo satisfaz os desejos mais profundos da pessoa humana. É uma água que brota do Espírito de Deus (João 4,10-14). Os que têm sede e vão a Jesus bebem de uma fonte de água viva. De dentro deles vão jorrar rios de água viva (Jo 7,37-39). O batismo é uma água que purifica os olhos, faz os cegos enxergarem (João 9,11-7). O batismo e a eucarístia, água e sangue. Vieram da Páscoa de Jesus, do seu lado aberto (João 19,311-35). Após a leitura do Evangelho são feitas as preces e a ladainha, seguidas de uma oração de libertação e de uma unção. Com o óleo dos catecúmenos (aqueles que estão a caminho do batismo), o batizando é ungido para a luta contra o mal, contra todo tipo de mal. Os antigos lutadores ungiam o corpo com óleo. O corpo ficava mais forte, mais ágil e escorregadio contra os golpes do inimigo. O óleo dos catecúmenos é o óleo do lutador de Cristo, daquele que vai enfrentar um combate no mundo contra as forças do mal. (Efésios 6,12). C) BÊNÇÃO DA ÁGUA, RENÚNCIA AO MAL E FÉ NO SENHOR JESUS: Aí começa a parte central, o ponto alto da celebração do batismo: a benção da água, as promessas batismais e o batismo propriamente dito. Tudo acontece, agora, ao redor da água. Dia a oração que Deus se serviu da água para nos fazer conhecer a graça do batismo: - Na origem do mundo o Espírito de deus pairava sobre as águas para que fossem capazes de gerar a vida. - Nas águas do dilúvio Deus pôs fim à maldade e, ao mesmo tempo, fez surgir um novo começo para a humanidade. - Deus concedeu aos filhos de Abraão, o povo escravo no Egito, atravessar o mar vermelho a pé enxuto, para que, libertados, prefigurassem o povo nascido na água do batismo. - O Filho de Deus, Jesus, batizado nas águas do Jordão, foi ungido pelo Espírito Santo. - Pendente na cruz, do coração de Jesus, aberto pela lança, fez correr sangue e água. - Após a ressurreição, Cristo ordenou aos discípulos: “Vão, ensinem a todos os povos, e batizem-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. A oração prossegue pedindo o novo nascimento, pela água e pelo Espírito, para uma vida nova. O ministro, neste momento, toca na água e faz a invocação do Espírito Santo. E termina, dizendo: “E todos os que forem batizados, sepultados na morte com Cristo, ressuscitem com ele para a vida”. Podemos repetir juntos esta frase. Feita a benção da água, pais e padrinhos são chamados a renovar as promessas do seu próprio Batismo .É o momento de renunciar ao pecado e proclamar a fé em Jesus Cristo. A palavra de Deus renova a conversão. O sentido da renúncia é dizer não à raiz do mal que age em nós e no mundo. O cristão luta contra o inimigo do Senhor. É preciso deixar de lado aquele que planta joio no lugar que o Senhor plantou a boa semente (Mt 13,39). Quando o cristão renuncia ao demônio, significa que está negando os sentimentos, os valores e os comportamentos contrários ao desejo de Deus para a vida humana: significa que está deixando o egoísmo e aceitando que o Espírito do Senhor guie a sua vida. Ir. Zélia M.Batista, CF D) MERGULHO NA PÁSCOA DE JESUS CRISTO 29/05/2017 Ao redor da água batismal, pais e padrinhos renunciam ao mal e, de forma solene, abraçam a fé em JC. O ministro em nome da comunidade, diz que a fé declarada por eles é a nossa fé, a fé que todos nós recebemos da Igreja. Depois dessa confirmação, começa o rito principal e essencial do sacramento, o batismo. O ministro, então, batiza a criança em nome da Santíssima Trindade. A cada invocação de Deus, a criança é mergulhada na água e retirada dela, ou, como é mais comum, sobre ela é derramada água: “Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. A palavra “Batizar” na língua grega significa “mergulhar”, “imergir”. No batismo cada criança é mergulhada em Cristo, cada criança entra de corpo inteiro na vida de Cristo Jesus para, assim, a vida da criança ser uma vida unida à dele. Quem já mergulhou sabe: mergulhar é penetrar na água, ir até o fundo, ficar coberto pela água, como em um afogamento e, lá do fundo, encontrar impulso para sair e respirar de novo. O mergulho na água simboliza ser sepultado na morte de Cristo e, do meio da morte, pelo poder de Deus, ressuscitar junto com Cristo, para viver uma vida nova. O espírito Santo é quem realiza esse mistério de comunhão no batismo e na vida inteira. Pelo mergulho na água e pela ação do Espírito Santo, a criança é mergulhada na morte e na ressurreição de Jesus Cristo. A Igreja confirma, pelo Batismo, a participação da vida da criança no mistério pascal de Cristo. Para sempre a vida da criança – feita de morte e ressurreição – está unida à vida do Senhor, até que a vitória seja completa e a vida triunfe para sempre. O futuro será a comunhão plena, a vida em plenitude. O Batismo significa e realiza a morte ao pecado. O batismo é a garantia de que todos os pecados são perdoados. Nem o pecado de Adão, nem o pecado pessoal, nem as conseqüências do pecado podem impedir que o batizado se aproxime do amor de Deus. O batismo confirma a iniciativa e a gratuidade da misericórdia de Deus em favor da gente. O Batismo também significa e realiza a entrada na vida de Deus, na vida da Santíssima Trindade. O batismo faz do batizado uma criatura nova. Deus acolhe o batizado como seu filho e participante de sua vida divina. O batizado é membro de Cristo e herdeiro da vitória da vida, junto com ele. O batizado é templo do Espírito Santo. E) UNÇÃO, VESTE NOVA E LUZ. Logo depois do batismo com água a criança é ungida com o crisma, um óleo perfumado chamado também óleo da ação de graças. Aquela unção feita antes do batismo, com o óleo dos catecúmenos, é uma unção de libertação do mal. Esta outra, feita depois, é um sinal do Espírito Santo dado no batismo. O novo batizado foi incorporado a Cristo e a seu povo, a Igreja. Tornou-se um seguidor de Jesus Cristo, um cristão, isto é, UNGIDO do Espírito Santo, membro da comunidade. Jesus é o Cristo, o que significa na língua grega o UNGIDO, o consagrado a Deus em favor do povo. Foi consagrado com a unção do Espírito Santo para realizar a missão do rei, do sacerdote e do profeta. O batizando também recebe a mesma missão de Jesus Cristo, por isso os pais tem o compromisso de educá-lo na fé, lhe mostrando o caminho de todo cristão que é a participação na comunidade. No seu batismo de água, no Jordão, manifestou-se sua unção. No seu batismo de sangue, na morte e ressurreição, manifestou-se a sua unção definitiva. O ministro esclarece o sentido do rito e, depois, unge o alto da cabeça da criança o cocuruto. A assembléia aclama dizendo “Amém”. Esta unção anuncia o sacramento da confirmação, o sacramento do crisma, segunda unção com óleo do crisma, na fronte, dada pelo Bispo, por isso chamamos o sacramento do crisma > A confirmação do batismo. Feita a unção com o óleo do crisma, o ministro chama a atenção para a veste festiva do batismo, sinal de que a criança foi revestida de Cristo, ressuscitou com ele no Batismo. Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 Na origem desse rito estão estas duas expressões de São Paulo, bem conhecidas por nós:...Todos vocês, que foram batizados em Cristo, se revestiram de Cristo (Gálatas 3,27) “...vocês se revestiram do homem novo...” (Colossenses 3,10). O Batismo é um novo nascimento, capaz de tornar nova toda pessoa. É Deus quem recria a pessoa. A veste Batismal é sinal da nova vida alcançada em Cristo e no Espírito Santo, também é certeza da vitória futura. Para as antigas comunidades cristãs, a veste do batismo devia ser branca, justamente para simbolizar a ressurreição. Continuando a celebração do Batismo, o ministro apresenta o círio pascal e diz; “Recebam a luz de Cristo”. Os pais se aproximam e acendem no círio pascal a vela de cada criança. Esse gesto de acender a vela no círio pascal faz também referência a Páscoa. Significa que, pelo batismo, Cristo iluminou o novo batizado. Em Cristo, os batizados são também “Luz do mundo”. O símbolo da luz desde o começo da Igreja está relacionado ao batismo. Os novos batizados eram chamados de iluminados e o batismo iluminação. O círio pascal, por sua vez, simboliza a luz que vem do túmulo vazio de Cristo, o esplendor da ressurreição. Essa luz já começou a vencer as trevas da morte e está de difundido em todos os tempos e espaços. Luz e batismo marcam a Vigília pascal. Nessa noite, véspera do domingo da ressurreição, a Igreja se reúne ao redor do fogo e nele acende o círio pascal. Essa noite é a ocasião especial dos batismos. No círio pascal são acesas as velas dos novos batizados. A celebração do Batismo é concluída com a oração do Pai-Nosso e com uma benção solene. Pais e padrinhos, levando as velas acesas, aproximam-se do altar. O novo batizado está unido à vida de Jesus Cristo. Sua iniciação em Cristo terá de continuar até que venha a receber o alimento da vida nova, o Corpo e o Sangue de Cristo, na mesa do altar. (1ª Eucarístia), a força do Espírito Santo através do crisma e continue para sempre num processo continuo até atingir a maturidade em Cristo (Efésios 4,13). Por isso não tem sentido receber o sacramento e desaparecer, fazendo da Igreja um supermercado e dos sacramentos um produto de consumo. Com toda a assembléia, pais e padrinhos rezam o Pai-Nosso em nome dos novos batizados, todos eles fazem parte da Igreja, são irmãos e irmãs queridos da comunidade. Eles se tornaram também, como nós, irmãos dos batizados nas outras igrejas cristãs. O Pai-Nosso é a oração principal dos cristãos. 5. A IMPORTÃNCIA ECUMÊNICA DO BATISMO Condições para a validade do batismo: Para julgar da validade do batismo, é preciso lembrar: 1. Quanto à matéria e à forma: O batismo por imersão, infusão ou aspersão, com a fórmula trinitária, é, de per si, válido. Atenda-se, portanto, ao que nesta matéria prescrevem os livros rituais das diversas comunidades cristãs e à fidelidade dos ministros em segui-lo. 2. Quanto à fé e intenção Nunca, por si mesma, a fé insuficiente do ministro pode invalidar o batismo. Quanto à intenção deve-se presumir a intenção suficiente do ministro, a menos que haja razão séria para duvidar da sua determinação de fazer o que fazem os cristãos. As declarações da Igreja a este respeito são explícitas: “basta querer fazer o que fazem os cristãos.” 3. Quanto à repetição, sob condição, do batismo. Só é permitido repetir o batismo, sob condição, quando existe dúvida prudente sobre o fato do batismo ou sobre a validade do batismo já conferido. É condenável o uso de rebatizar, sob condição, indistintamente todos os que desejam a plena comunhão com a Igreja católica. Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 O BATISMO NAS OUTRAS IGREJAS CRISTÃS: Um estudo dos ritos de administração do batismo entre os cristãos de outras Igrejas no Brasil concluiu o seguinte: A) Diversas Igrejas batizam, sem dúvida, validamente, por esta razão, um cristão batizado numa dessas Igrejas não pode normalmente ser rebatizado, nem sob condição. Essas Igrejas são: 1. Igrejas Orientais (Ortodoxas) 2. Igreja vétero-católica 3. Igreja episcopal do Brasil (Anglicana) 4. Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) 5. Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) 6. Igreja Metodista do Brasil. 7. Igrejas Presbiterianas 8. Igrejas Batistas 9. Igrejas Congregacionais 10. Igrejas Adventistas 11. A maioria das Igrejas Pentecostais (Assembléia de Deus, Congregação Cristã do Brasil, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Deus é amor, O Brasil para Cristo). B) Há Igrejas cujo Batismo é duvidosamente válido e, por esta razão, requer-se, como norma geral, a administração de um novo Batismo, sob condição. Essas Igrejas são: 1) Igreja Pentecostal Unida do Brasil 2) Igrejas Brasileiras (ICAB e grupos afins) 3) Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos dias (Mórmons) C) Com certeza, batizam invalidamente as Testemunhas de Jeová. Não tem Batismo: Exército de Salvação e a Ciência Cristã Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 SACRAMENTO DA EUCARISTIA 1. Definições:. . A eucaristia – fonte e ápice da vida eclesial Eucaristia, porque é ação de graças a Deus. As palavras “eucharistien” (Lc 22,19; 1 Cor 11,24) e “eulogein” (Mt 26,26; Mc 14,22) lembram as bênçãos judaicas que proclamam – sobretudo durante a refeição – as obras de Deus, a redenção e a santificação. Ceia do Senhor, Fração do pão, Memorial da Paixão e da Ressurreição do Senhor. Santo Sacrifício, porque atualiza o único sacrifício de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou também santo sacrifício da Missa, “sacrifício de louvor”, sacrifício espiritual, sacrifício puro e santo, pois realiza e supera todos os sacrifícios da Antiga Aliança. Santa e Divina Liturgia, porque toda a liturgia da Igreja encontra seu centro e sua expressão mais densa na celebração deste sacramento; é no mesmo sentido Que se chama santos mistérios. Fala-se também do Santíssimo Sacramento, porque é o sacramento dos sacramentos. Com esta denominação designam-se as espécies eucarísticas guardadas no tabernáculo. Comunhão, porque é por este sacramento que nos unimos a Cristo, que nos torna participantes de seu Sangue para formarmos um só corpo; denomina-se ainda as “coisas santas”, este é o sentido primeiro da “comunhão dos santos” de que fala o Símbolo dos apóstolos – pão dos anjos, pão do céu, remédio da imortalidade, viático... Santa missa, porque a liturgia na qual se realizou o mistério da Salvação termina com o envio dos fiéis (missio: missão, envio) para que cumpram a vontade de Deus em sua vida cotidiana. 2. EUCARISTIA E ENCARNAÇÃO: os sinais do pão e do vinho a)) Encarnação: Depois da Encarnação, a realidade tornou-se Divina porque Jesus entrou nela e tu, ao tocares a realidade, tocas o Divino. Se o verbo se fez carne, toda a carne se fez verbo. Todo o universo tornou-se Palavra de Deus. O visível do Universo é o sinal da Palavra, e o invisível dele é o Espírito. A fronteira do Invisível está na fé, não na realidade. Podemos compreender agora a importância da fé, da esperança, da caridade que te levam para além da fronteira do visível. Se Jesus está presente no teu trabalho, o teu trabalho é sagrado. Se Deus vive no teu esforço, o teu esforço é oração. Se na tua casa está Jesus, a tua casa é uma verdadeira Igreja. 'NA FÉ FALAS COM DEUS, NA ESPERANÇA ESCUTAS DEUS, NA CARIDADE EXPERIMENTAS DEUS." Acreditamos na presença real de Cristo através da Eucaristia. As palavras da instituição da Eucaristia devem ser interpretadas ao pé da letra: "Tomai e comei, isto é o meu corpo". "Tomai e bebei, este é o meu sangue ....Estas palavras aramaicas só podiam significar que Jesus se oferecia como nova vítima pascal sob as espécies do pão e do vinho. São Francisco de Assis afirma que : "Eis que Ele se humilha todos os dias; como na hora que descendo do seu trono real para o seio da Virgem, vem diariamente a nós sob a aparência humilde; todos os dias desce do seio do Pai sobre o altar, nas mãos do sacerdote. E, como apareceu aos santos apóstolos em verdadeira carne, também a nós se nos mostra hoje no pão sagrado.E do mesmo modo que eles, enxergando sua carne, não viam se não a sua carne, contemplando-o contudo com seus olhos espirituais creram nele como o seu Senhor e Deus, assim também nós, vendo o pão e o vinho com os nossos olhos corporais, olhemos e creiamos firmemente que está presente o Santíssimo corpo e sangue vivo e verdadeiro. E desse modo o Senhor está sempre com os seus fiéis, conforme ele mesmo disse: "Eis que estarei convosco até a consumação dos séculos" (Mt 28,20). (Escritos de São Francisco- Admoestações I "Corpo do Senhor") Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 b) Dimensão cósmica: o pão e o vinho são as melhores ofertas e representam tudo o que tem no universo. Através do pão e do vinho, nós ofertamos toda a criação, todos os frutos da Terra. Depois do grande milagre, a criação faz corpo com Cristo. (Encíclica "Ecclesia de Eucharistia" 8) c) Dimensão humana: o pão e o vinho representam toda a vida humana: trabalho, sacrifício, as relações sociais e pessoais. Na oferta do pão e do vinho está contida toda a atividade humana. Na Eucaristia Cristo assume todas as realidades cósmicas e humanas. Dimensão sacrifical: a Eucaristia, além de ser uma refeição, é também o sacrifício que torna presente o único sacrifício da cruz que aconteceu uma só vez. Os gestos atuais se tornam os gestos simbólicos dos gestos redentores da cruz. O Concílio de Trento declara: atualizar não significa recomeçar, repetir, mas tornar presente, aplicar o único sacrifício. Por um lado, no sacrifício da cruz, Cristo se apresenta de uma maneira . d) 3. A INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA 3. 1- A aliança do Sinai A última ceia recordava a Aliança feita no Sinai. Quando o povo de Deus deixou a escravidão do Egito, dirigiu-se, através do deserto, até o Sinai, onde acampou. Neste local, Deus faz aliança com o povo, como já havia feito com Abraão e Noé. Por intermédio de Moisés, Deus dá as leis. E o povo promete observá-las dizendo: "Faremos tudo o que Javé mandou e obedeceremos. Para selar esta aliança, "Moisés pegou parte do sangue dos animais imolados e o derramou sobre o altar. Com outra parte, aspergiu o povo dizendo; Este é o sangue da aliança que Javé faz com vocês através de todas essas palavras". Na Páscoa judaica, costumava-se comer um cordeiro, em família, para recordar a passagem da escravidão para a liberdade. Esse cordeiro era levado ao templo para ser imolado pelos sacerdotes. O sangue era recolhido e derramado sobre o altar como oferta. A carne era devolvida ao ofertante, para celebrar a ceia pascal. Naquela ceia o chefe de família explicava o significado da celebração. Recordava os grandes feitos de Deus para libertar seu povo da escravidão. Jesus na última ceia dá outro sentido à Páscoa: a passagem dele, da morte para a vida. Na última ceia, Jesus antecipou, de maneira misteriosa, mas real, o sacrifício da cruz. Na sexta-feira se ofereceria como vítima na cruz, derramando o seu sangue. Na última ceia ofereceria este sacrifício de um modo incruento e sacramental, mediante os sinais do pão e do vinho. Ele tornou presente, antecipadamente, o mesmo sacrifício da cruz para oferecê-lo ao Pai, com a participação dos discípulos. Sangue da Nova aliança: A aliança do Sinai foi selada com o sangue de animais. A Nova Aliança foi selada com o sangue de Jesus Cristo. No Sinai, de um lado está Deus, do outro o povo. Deus é o aliado sempre fiel. Da parte do povo tem sempre infidelidades. Agora Deus passa para o nosso lado. Sem deixar de ser Deus, assume a natureza humana, recebendo um corpo, tornando-se igual a nós em tudo, exceto no pecado, Jesus Cristo realiza a aliança com o Pai. É uma aliança irrevogável. Cristo cabeça da humanidade, faz o pacto com Deus, selado com seu sangue, representando todas as pessoas. Tendo amado os seus, o Senhor amou-os até o fim. Sabendo que chegara a hora de partir deste mundo para voltar a seu Pai, no decurso de uma refeição lavou-lhes os pés e deu-lhes o mandamento do amor. Para deixar-lhes uma garantia deste amor, para nunca afastar-se dos seus e para fazê-los participantes de sua Páscoa, instituiu a Eucaristia como memória de sua morte e de sua ressurreição, e ordenou a seus apóstolos que a celebrassem até a sua volta, “constituindo-os então sacerdotes do Novo Testamento”. Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 Os três evangelhos sinóticos e S.Paulo nos transmitiram o relato da instituição da Eucaristia; por sua vez, S. João nos relata as palavras de Jesus na sinagoga de Cafarnaum, palavras que preparam a Instituição da Eucaristia: Cristo designa-se como o pão da vida, descido do céu. SINÓTICOS Cartas Paulinas Mt 26,26-28 Jo 6, 22-26 1 Cor 11, 17-34 Mc 14, 12-15.22-25 Lc 22,7-20 JESUS ESCOLHEU O TEMPO DA PÁSCOA PARA REALIZAR O QUE TINHA ANUNCIADO EM CAFARNAUM: dar a seus discípulos seu Corpo e sangue. Veio o dia de ázimos, quando devia ser imolada a páscoa. Jesus enviou então Pedro e João, dizendo: “ide preparar-nos a Páscoa para comermos”... Eles foram e prepararam a Páscoa. Quando chegou a hora, ele se pôs a mesa com seus apóstolos e disse-lhes: “Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco antes de sofrer, pois eu vos digo que já não a comerei até que ela se cumpra no reino de Deus”...E tomou um pão, deu graças, partiu-o e distribuiu-o a eles dizendo: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. E, depois de comer, fez o mesmo com o cálice dizendo: “Este cálice é a nova aliança em meu sangue, que é derramado em favor de vós”. (Lc 22,7-20). Ao celebrar a Última Ceia com seus apóstolos durante a refeição pascal, Jesus deu seu sentido à Páscoa judaica. Com efeito, a passagem de Jesus a seu Pai por sua morte e sua ressurreição, a Páscoa nova, é antecipada na ceia e celebrada na Eucaristia que realiza a Páscoa Judaica e antecipa a Páscoa final da Igreja na glória do Reino. 3.1- ‘FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM’ O mandado de Jesus de repetir seus gestos e suas palavras “até que ele volte” não pede somente que se recorde de Jesus e do que ele fez. Visa a celebração litúrgica, pelos apóstolos e seus sucessores, do memorial de Cristo, de sua vida, de sua morte , de sua ressurreição e de sua intercessão junto ao Pai. Desde o início, a Igreja foi fiel aos mandado do Senhor. Da Igreja de Jerusalém se diz: “Eles eram perseverantes ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações...Dia após dia, unânimes, mostravam-se assíduos no templo e partiam o pão pelas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração (At 2,42-46). Era sobretudo no “primeiro dia da semana”, isto é, no Domingo, o dia da Ressurreição de Jesus, que os cristãos se reuniam “para partir o pão” (At 20,7). Desde aqueles tempos até os nossos dias, a celebração da eucaristia perpetuou-se, de sorte que hoje a encontramos em toda parte da Igreja, com a mesma estrutura fundamental. Ela continua sendo o centro da vida da Igreja. Assim de celebração em celebração, anunciando o mistério Pascal de Jesus “Até que ele venha” (1 Cor 11,26) de Deus em peregrinação “avança pela porta estreita da cruz” em direção ao banquete celeste, quando todos os eleitos se sentarão à mesa do Reino. "Fazei em memória de mim". Com estas palavras, Jesus confere aos discípulos o poder de fazer o que ele havia feito, ou seja, tornar presente o sacrifício da cruz (1 Cor 11,26). A MISSA ATUALIZA O SACRIFÍCIO DA CRUZ. Como a missa atualiza o sacrifício da cruz, o pão e o vinho consagrados, não são apenas um sinal, mas contém, real e verdadeiramente, o corpo e o sangue de Jesus. SUBSTÂNCIAÇÃO:A substância não se vê. Mas é aquilo que faz com que uma coisa seja aquilo que é. Assim, a substância do ferro é aquilo que faz com que o ferro seja ferro e não madeira. Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 CONSUBSTÃNCIAÇÃO: o pão continua sendo pão e o vinho continua sendo vinho, é o que ocorre nas "Ceias" realizadas em outras Igrejas, apenas repetem aquilo que Jesus fez na última "Ceia". TRANSUBSTÃNCIAÇÃO: Quando se consagram o pão e o vinho, acontece a Transubstanciação Significa que a substância do pão cai fora, e entra no lugar dela o Corpo de Cristo; a do vinho cai fora, e entra no lugar dela o sangue de Cristo. As aparências do pão e do vinho, ou seja o que é percebido pelos sentidos (cor, cheiro, sabor...) permanecem, só que transformados agora, no Corpo e Sangue de Cristo. Se a hóstia é partida ou o vinho consagrado dividido, Cristo está presente inteiro em cada parte ou gota. Quem comunga sob uma espécie ou recebe um pedacinho, recebe Jesus vivo e inteiro. Os fiéis que participam do Sacerdócio de Cristo, oferecem ao Pai a vítima imolada na cruz. Por isso os fiéis devem participar da missa e não só assistir. A eucaristia é o sacramento central, porque nela está presente e vivo o mesmo autor dos sacramentos, Jesus Cristo. 3.2- O SACRIFÍCIO SACRAMENTAL: ação de graças, memorial, presença. O SENTIDO DO SACRIFÍCIO: No AT o povo oferecia a Deus sacrifícios de animais. Quando alguém cometia um pecado, para pedir perdão a Deus, levava um animal ao templo e o oferecia a Deus por meio do sacerdote, que o imolava. Esse animal representava a pessoa que o oferecia e morria no lugar dela. Parte do animal era queimado, em homenagem a Deus; outra o sacerdote consumia, e uma terceira parte era consumida pela pessoa que oferecia o sacrifício. Alimentar-se da vítima significava entrar em comunhão com ela, para se doar mais plenamente a Deus. Por isso Jesus se doou como alimento, para que nós em união com ele fôssemos aceitos pelo Pai. Como os sacrifícios de animais não agradavam plenamente a Deus, ele deu o seu Filho aos homens para que Ele fosse o verdadeiro cordeiro do Sacrifício (Hb 10,5-8). João Batista já havia apresentado a Jesus como o "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1,29). Cristo oferece-se como vítima, no lugar das pessoas. Cristo suprime o primeiro Culto, para estabelecer o segundo. Jesus quis que seu sacrifício, oferecido uma vez no Calvário, se atualizasse sempre. A missa além de ser um sacrifício, é um banquete que Jesus mandou preparar. Jesus disse a Pedro e a João: "Vão e preparem a Páscoa". O sacrifício da cruz se tornaria presente mediante dois alimentos simples e do cotidiano: pão de trigo e vinho. Para termos o pão são necessários muitos grãos que devem ser esmagados para se transformarem em farinha. O mesmo acontece com o vinho (perder a individualidade, desaparecer) Participar da mesa com Jesus significa tornar-se oferta com Ele e como Ele. Pela oferta do Corpo, doamos tudo o que constitui a vida vivida nesse corpo: tempo, saúde, energia, capacidade, afeto, sorriso, gestos, movimentos... A oferta do sangue compreende tudo o que prepara e antecipa a morte: humilhações, fracassos, incompreensões, doenças que paralisam, limitações decorrentes da idade, perdas, frustações, Deixar-se comer e deixar-se beber é 'OFERECER-SE EM SACRIFÍCIO VIVO, SANTO E AGRADÁVEL A DEUS" ( Rom 12,1), Sto Inácio de Antioquia, enquanto era levado a Roma para sofrer martírio, deixa escrito numa carta: "Eu sou trigo de Cristo: que eu seja moído pelos dentes das feras para transformar-me em pão sem mistura para o Senhor". Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 O SERVIÇO. Naquela noite, Jesus dá ênfase ao amor e serviço. Amarrou um avental à cintura. Ajoelhou-se diante de cada discípulo e lavou-lhe os pés. Disse: "Vocês devem fazer a mesma coisa" (Jo 13,12-17). O Filho do Homem não veio para ser servido" "Fazei isto em memória de mim". Com estas palavras confere aos discípulos o poder de fazer o que ele havia feito, ou seja, tornar presente o sacrifício da cruz. A missa atualiza o sacrifício da cruz. Os que comem o seu corpo tornam-se um com Ele: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele" (Jo 6,56). Se os cristãos celebram a Eucaristia desde as origens e sob uma forma que, em sua substância não sofreu alteração através da grande diversidade dos tempos e das liturgias, é porque temos consciência de estarmos ligados ao mandado de Jesus, dado na véspera de sua paixão: “Fazei isto em memória de mim” (1 Cor 11,24-25). Cumprimos esta ordem do Senhor celebrando o memorial de seu sacrifício. Ao fazermos isto, oferecemos ao Pai o que ele mesmo nos deu: os dons da Criação, o pão e o vinho, que pelo poder do ES e pelas palavras de Cristo se tornaram o Corpo e o Sangue de Cristo, o qual, assim, se torna real e misteriosamente presente. Por isso, temos de considerar a Eucaristia: Como ação de graças e louvor ao Pai Como memorial sacrifical de Cristo e de seu corpo Como presença de Cristo pelo poder de sua palavra e deu seu Espírito PARA REFLETIR: Os que comem o seu corpo tornam-se um com ele: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele" (Jo 6,56). Alguns discípulos ao ouvirem estas palavras, não seguiram mais a Jesus, pois eram duras demais. (Jo 6, 60). O seguimento de Jesus exige muitas renúncias e a mais desafiadora é entregar a VIDA LIVREMENTE por causa do Reino. A cada celebração eucarística que participamos, ao sacrifício de Cristo une-se o sacrifício de toda a humanidade, isto é, a minha vida, a sua vida, a vida do nosso povo SOFREDOR que são oferecidas como hóstias vivas e agradáveis a Deus. Dessa forma a Cruz (sofrimento, mágoas, rejeições, perdas, frustrações, medos, injustiças) passa a ter um novo sentido, o SENTIDO REDENTOR, LIBERTADOR, pois da cruz brota a vida em plenitude, Jesus Ressuscitou. 1. Como tenho enfrentado e abraçado a "Cruz" que o Senhor coloca em minha vida? 2. Quais são as motivações para continuar neste caminho de entrega da própria VIDA? Sou capaz de fazer renúncias, ser grão de trigo triturado, uva amassada? 4. AÇÃO DE GRAÇAS E O LOUVOR AO PAI A Eucaristia, sacramento de nosso Salvação realizada por Cristo na cruz, é também um sacrifício de louvor em ação de graças pela obra da criação. No sacrifício eucarístico, toda a criação amada por Deus é apresentada ao Pai por meio da Morte e Ressurreição de Cristo. Por Cristo, a Igreja pode oferecer o sacrifício de louvor em ação de graças por tudo que Deus fez de bom, de belo e de justo na criação e na humanidade. A eucaristia é um sacrifício de ação de graças ao Pai, uma benção pela qual a Igreja exprime seu reconhecimento a Deus por todos os seus benefícios, por tudo o que ele realizou por meio da criação, da redenção e da santificação. Eucaristia significa, primeiramente, “ação de graças”. A EUCARISTIA é também o sacrifício de louvor por meio do qual a Igreja canta a glória de Deus em toda a criação. Este sacrifício de louvor só é possível através de Cristo: ele une os fiéis à sua esposa, ao seu louvor e à sua intercessão, de sorte que o sacrifício de louvor ao Pai é oferecido por Cristo e com este para ser aceito nele. Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 5. O MEMORIAL SACRIFICAL DE CRISTO E DE SEU CORPO, A IGREJA A Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, a atualização e a oferta sacramental de seu único sacrifício na liturgia da Igreja, que é o corpo dele. Em todas as orações eucarísticas encontramos, depois das palavras da instituição, uma oração chamada ANAMNESE ou memorial. Mysterium fidei "Mistério da fé". Quando o sacerdote pronuncia ou canta estas palavras, os presentes aclamam: "Anunciamos Senhor a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus". Com estas palavras e outras semelhantes, a Igreja, ao mesmo tempo que apresenta Cristo no mistério da sua paixão, revela também o seu próprio mistério: Ecclesia de Eucaristia...O sacerdote pronuncia estas palavras: "Isto é o meu corpo que será entregue por vós". "Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos...". Dessa forma o sacerdote coloca -se à serviço, à disposição daquele que as pronunciou no cenáculo e quis que fossem repetidas de geração em geração por todos aqueles que, na Igreja, participam ministerialmente do seu sacerdócio. Encíclica "Ecclesia de Eucharistia" art.05). No sentido da sagrada Escritura, o memorial não é somente a lembrança dos acontecimentos do passado, mas a proclamação das maravilhas que Deus realizou por todos os homens. A celebração litúrgica desses acontecimentos torna-os de certo modo presentes e atuais. É desta maneira que Israel entende sua libertação do Egito: toda vez que é celebrada a Páscoa, os acontecimentos do êxodo tornam-se presentes à memória dos crentes, para que eles conformem sua vida a eles. O memorial recebe um sentido novo no Novo Testamento. Quando a Igreja celebra a Eucaristia, rememora a páscoa de Cristo, e esta se torna presente: o sacrifício que Cristo ofereceu uma vez por todas na cruz torna-se sempre atual. “TODAS AS VEZES QUE SE CELEBRA NO ALTAR O SACRIFÍCIO DA CRUZ, PELO QUAL CRISTO NESSA PÁSCOA FOI IMOLADO, EFETUA-SE A OBRA DE NOSSA REDENÇÃO. ISTO QUER DIZER, TODA MISSA QUE PARTICIPO A SALVAÇÃO ACONTECE." Por ser memorial da páscoa de Cristo, a Eucaristia é também um sacrifício. O caráter sacrifical da eucaristia é manifestado nas próprias palavras da instituição: “Isto é o meu corpo que será entregue por vós”, e “este cálice é a nova aliança em meu sangue, que vai ser derramado por vós” ( Lc 22,19-20). Na eucaristia, Cristo dá este mesmo corpo que entregou por nós na cruz, o próprio sangue que “derramou por muitos para remissão dos pecados”. (Mt 26,28). A Eucaristia é também o sacrifício da Igreja. A Igreja, que é o corpo de Cristo, participa da oferta. Com Cristo, ela mesma é conhecida inteira. Ela une à sua intercessão junto ao Pai por todos os homens. Na eucaristia, o sacrifício de Cristo se torna também o sacrifício dos membros do seu corpo. A vida dos fiéis, seu louvor, seu sofrimento, sua oração, seu trabalho são unidos aos de Cristo e à sua oferenda total, e adquirem assim um valor novo. O sacrifício de Cristo, presente sobre o altar, dá a todas as gerações de cristãos a possibilidade de estarem unidos à s sua oferta. Nas catacumbas, a Igreja é muitas vezes representada como uma mulher em oração, com os braços largamente abertos em atitude orante. Como Cristo que estendeu os braços na cruz, ela se oferece e intercede por todos os homens, por meio dele, com ele e nele. A igreja inteira está unida e à oferta e à intercessão de Cristo. Encarregado do mistério de Pedro na Igreja, o Papa está associado a cada celebração da Eucaristia em que é mencionado como sinal e servidor da unidade da Igreja universal. O bispo do lugar é sempre o responsável pela Eucaristia, mesmo quando é presidida por um presbítero; seu nome é nela pronunciado para significar que é ele quem preside a Igreja particular, em meio ao presbitério e com a assistência dos diáconos. A comunidade intercede assim por todos os ministros que, por ele e com ela, oferecem o sacrifício Eucarístico. Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 À oferenda de Cristo unem-se não somente os membros que estão ainda na terra, mas também os que estão na glória do céu: é em comunhão com a Santíssima Virgem Maria e fazendo a memória dela, assim como todos os santos e santas, que a Igreja oferece o sacrifício Eucarístico. Na Eucaristia, a Igreja, com Maria, está como que ao pé da cruz, unida à oferta e à intercessão de Cristo. A Igreja - comunidade dos seguidores e seguidoras de Jesus- tem sua razão de ser, de fato, por Cristo, com Cristo e em Cristo, como Igreja Eucarística: Igreja que partilha o pão, que carrega o peso dos fracos, que lava os pés dos discípulos, que anuncia e denuncia, que é sal e fermento e luz, Igreja samaritana, Igreja dos crucificados, Igreja de ressuscitados. A Igreja faz a Eucaristia todas as vezes em que luta a favor da vida, em que se coloca solidária e fraternalmente ao lado dos oprimidos, dos pobres, dos empobrecidos, para dar pão, para ensinar a conseguir o pão e para transformar a sociedade que acumula, em tão poucas mãos, o pão que falta na mesa de tantos. A Igreja faz a Eucaristia todas as vezes em que milhares de filhas e filhos seus atualizam o amor-pascal de JC, derramando, de modo semelhantes a Jesus e pelas mesmas causas, o seu próprio sangue. O martírio é conseqüência da Eucaristia, é expressão de maturidade da fé. Uma Igreja Eucarística é uma Igreja de mártires. A eucaristia é antecipação do Reino de Deus. A Igreja, embora sendo instrumento do reino, sempre que realiza a Eucaristia torna o reino presente. Fazer acontecer a Eucaristia é fazer acontecer o Reino. Algumas colocações marcantes da Encíclica "Ecllesia de Eucaristia" de João Paulo II: 1. A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. 3- Do mistério pascal nasce a Igreja. Por isso mesmo a Eucaristia, que é o sacramento por excelência do mistério pascal, está colocada no centro da vida eclesial. Isto é visível desde as primeiras imagens da Igreja que nos dão os atos dos apóstolos: "Eram assíduos no ensino dos apóstolos, à união fraterna, à fração do pão e às orações. (At 2,42). 8- ...Este cenário tão variado das minhas celebrações eucarísticas faz-me experimentar intensamente o seu caráter universal e, por assim dizer, cósmico. Sim, cósmico! Porque mesmo quando tem lugar no pequeno altar duma aldeia, a Eucaristia é sempre celebrada, de certo modo, sobre o altar do mundo. Une céu e terra. Abraça e impregna toda a criação. O Filho de Deus fez-se homem para, num supremo ato de Louvor, devolver toda a criação àquele que a fez sugir do nada. Assim, ele, o sumo e eterno sacerdote, entrando com o sangue da sua cruz no santuário eterno, devolver ao Criador e Pai toda a Criação redimida. 22- A incorporação de Cristo, realizada pelo Batismo, renova-se e consolida-se continuamente através da participação no sacrifício eucarístico, sobretudo na sua forma plena que é a comunhão sacramental. 23- A eucaristia e a penitência são dois sacramentos intimamente unidos. Se a eucaristia torna presente o sacrifício redentor da cruz, perpetuando-se sacramentalmente, isso significa que deriva dela uma contínua exigência de conversão que São Paulo dirigia aos cristãos de Corinto: "Suplicamo-vos em nome de Cristo: reconciliai-vos com Deus" (2 Cor 5,20). 6. A PRESENÇA DE CRISTO PELO PODER DE SUA PALAVRA E DO ESPÍRITO SANTO “Cristo Jesus, aquele que morreu, ou melhor, que ressuscitou, aquele que está à direita de Deus e que intercede por nós” (Rm 8,34), está presente de múltiplas maneiras em sua Igreja: em sua Palavra, na oração de sua Igreja, “lá onde dois ou três estão reunidos em meu nome” (Mt 18,20), nos pobres, nos doentes, nos presos,em seus sacramentos, dos quais ele é o autor, no sacrifício da missa e na pessoa do ministro. Mas “sobretudo (está presente) sob as espécies eucarísticas. O modo de presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz com que ele seja “como que o coroamento da vida espiritual e o fim ao qual tendem todos os sacramentos”. No Santíssimo sacramento da Eucaristia estão “contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo”. Esta presença chama-se “real” não por exclusão, como se as outras não fossem reais, porque é substancial e porque por ela Cristo, Deus e homem, se tornam presente completo. É pela conversão do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo que este se torna presente em tal sacramento. Os padres da Igreja afirmam com firmeza a fé da Igreja na Eficácia da Palavra de Cristo e da ação do espírito Santo para operar esta conversão. Assim, S. João Crisóstomo declara: NÃO É O HOMEM QUE FAZ COM QUE AS COISAS OFERECIDAS SE TORNEM CORPO E SANGUE, MAS O PRÓPRIO CRISTO, QUE FOI CRUCIFICADO POR NÓS. O SACERDOTE, FIGURA DE CRISTO, PRONUNCIA ESTAS PALAVRAS, MAS SUA EFICÁCIA E A GRAÇA SÃO DE DEUS. ISTO É O MEU CORPO, DIZ ELE. ESTAS PALAVRAS TRANSFORMAM AS COISAS OFERECIDAS. E Santo Ambrósio afirma acerca desta conversão: Estejamos bem convictos de que isto não é o que a natureza formou, mas o que a bênção consagrou, e que a força da bênção supera a da natureza, pois pela benção a própria natureza é mudada. Por acaso a palavra de Cristo, que conseguiu fazer do nada o que não existia, não podia mudar as coisas existentes naquilo que ainda não eram? Pois não é menos dar ás coisas a sua natureza primeira do que mudar a natureza delas. O Culto da Eucaristia: Na liturgia da missa, expressamos nossa fé na presença real de cristo sob as espécies do pão e do vinho, entre outras coisas, dobrando os joelhos, ou inclinando-nos profundamente em sinal de adoração do Senhor. “A Igreja Católica professou e professa este culto de adoração que é devido ao sacramento da eucaristia não somente durante a missa, mas também fora da celebração dela, conservando com o máximo cuidado as hóstias consagradas, expondo-as aos fiéis para que as venerem com solenidade, levando-as em procissão. TABERNÁCULO/SACRÁRIO : LUGAR DE DESTAQUE, DEVE SER CONSTRUÍDO DE TAL FORMA QUE MANIFESTE A VERDADE DA PRESENÇA REAL DE CRISTO NO SANTO SACRAMENTO. É altamente conveniente que Cristo tenha querido ficar presente à sua Igreja desta maneira singular, visto que estava para deixar os seus em sua forma visível, Cristo quis dar-nos sua presença sacramental; já que ia oferecer-se na cruz para nos salvar, queria que tivéssemos o memorial do amor com o qual nos amou até o fim (Jo 13,1), até o Dom de sua vida. Com efeito, Ir. em sua presença eucarística Ele permanece misteriosamente no meio de nós como aquele que nos amou e que se entregou por nós, e o faz sob os sinais que exprimem e comunicam este amor. 7. O BANQUETE PASCAL O pão e o fermento. Os judeus usavam o pão ázimo (sem fermento) na celebração da Páscoa. Na primavera, amadureciam as primeiras espigas da cevada da qual se fazia o fermento, quando foram expulsos do Egito, da noite para o dia, tiveram de cozinhar a massa sem esperar que fermentasse...Para recordar isso, todos os anos, durante uma semana comiam pão ázimo e preparavam o novo fermento, jogando fora o fermento velho. Jesus na última ceia usou o pão ázimo. Na igreja latina se usou o pão fermentado até o século IX, usava-se o pão caseiro que os fiéis traziam de casa. A partir do século X em diante, se começou a usar pão ázimo. O domingo recorda a ressurreição de Jesus, que ressuscitou no primeiro dia da semana. É o grande dia de festa dos discípulos de Cristo. O Vaticano II dia: "Os fiéis estão obrigados a participar da liturgia divina aos domingos e festas, que vai da vèsperas do dia anterior até o fim do dia de festa". A missa é uma celebração comunitária, para todos participar. Não é para devoções particulares. É feita para os filhos se encontrarem com o Pai, e juntos prestarem a sua homenagem a Ele. Também para manifestarem o amor mútuo entre si. A mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia: "Eles eram perseverantes em ouvir os ensinamentos do apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações" (At 2,42). Nos sinóticos, as duas mesas estão sempre juntas. Depois de Jesus ensinar, multiplica os pães para os ouvintes (Mc 6, 3044). Em João é o contrário. Jesus multiplica os pães e os seguidores comem. Depois os leva a uma reflexão: é a mesa da Palavra. "Em verdade em verdade, vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes o pão e ficastes saciados. Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará" Jo 6, 26-27. As duas mesas estão presentes nas Escrituras, de onde origina-se as duas grandes partes da Celebração eucarística: a liturgia da Palavra e a liturgia eucarística. Jesus está presente nos nossos corações por meio da sua Palavra. As escrituras são sacramentos da Palavra de Deus. Aqueles que não têm acesso à mesa o pão participam do corpo e sangue de Cristo, escutando e lendo as escrituras. Quem escuta a Palavra de Deus, a medita e a pratcia comunga do Corpo e sangue de Cristo. A Palavra tem poder de santificar e transformar. "Se alguém me ama, guardará a minha Palavra; meu Pai o amará e nós viremos e faremos nele NOSSA MORADA" (Jo 14,23). A missa é ao mesmo tempo e inseparavelmente o memorial sacrifical no qual se perpetua o sacrifício da cruz, e o banquete sagrado da comunhão no Corpo e no sangue do Senhor. Mas a celebração do sacrifício Eucarístico está toda orientada para a união íntima dos fiéis com Cristo pela comunhão. Comungar é receber o próprio Cristo que se ofereceu por nós. O ALTAR, em torno do qual a Igreja está reunida na celebração da Eucaristia, representa os dois aspectos de um mesmo mistério: o altar do sacrifício e a mesa do Senhor, e isto tanto mais porque o altar cristão é o símbolo do próprio Cristo, presente no meio da assembléia de seus fiéis, ao mesmo tempo como vítima oferecida por nossa reconciliação e como alimento celeste que se dá a nós. “Com efeito, que é o altar de Cristo senão a imagem do Corpo de Cristo?” – Diz Sto Ambrósio: “ O altar representa o Corpo de Cristo, e o Corpo de Cristo está sobre o altar”. A liturgia exprime esta unidade do sacrifício e da comunhão em muitas orações. 7.PREPARAÇÃO E COMPROMISSO: “TOMAI E COMEI DELE TODOS VÓS”: a comunhão O Senhor nos convida insistentemente a recebê-lo no sacramento da Eucaristia: “em verdade, em verdade, vos digo”: se não comerdes a Carne do Filho do homem e não beberdes o seu Sangue, não tereis a vida em vós” (Jo, 53) Para responder a este convite, devemos preparar-nos para este momento tão importante,. Paulo exorta a um exame de consciência: “Todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do Corpo e do Sangue do Senhor. Por conseguinte que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo. Come e bebe a própria condenação” (1 Cor 11,27-29). Quem está consciente de um pecado grave deve receber o sacramento da reconciliação antes de receber a comunhão. Diante da grandeza desse sacramento, o fiel só pode repetir humildemente e com fé ardente a palavra do Centurião: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo.” 8. OS FRUTOS DA COMUNHÃO A comunhão aumenta a nossa união com Cristo. Receber a Eucaristia na comunhão traz como fruto principal a união íntima com Cristo Jesus. Pois o Senhor diz: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,56). A vida em Cristo tem seu fundamento no banquete eucarístico “Assim como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim”. Jo 6,57. Quando nas festas do Senhor os fiéis recebem o Corpo do Filho, proclamam uns aos outros a Boa Nova de que é dado o penhor da vida, como quando o anjo disse a Maria Madalena: “Cristo Ressuscitou”!. Eis que agora também a vida e a ressurreição são conferidas àquele que recebe o Cristo. O que o alimento material produz em nossa vida corporal, a comunhão o realiza de maneira admirável em nossa vida espiritual. A comunhão da Carne de Cristo Ressuscitado, vivificado pelo Espírito Santo e vivificante, conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no Batismo. Este crescimento da vida cristã precisa ser alimentado pela comunhão eucarística, pão da nossa peregrinação, até o momento da morte, quando nos será dado como viático. A comunhão separa-nos do pecado. O corpo de Cristo que recebemos na comunhão é entregue por nós, e o sangue que bebemos é derramado por muitos para a remissão dos pecados. Por isso a eucaristia não pode unir-nos a Cristo sem purificar-nos ao mesmo tempo dos pecados cometidos e sem presevar-nos dos pecados. CIC: “Ela é o antídoto que nos liberta de nossas faltas cotidianas e nos preserva do pecados mortais”. A Eucaristia faz a Igreja: Os que recebem a Eucaristia estão unidos intimamente a Cristo. Por isso mesmo, Cristo os une a todos os fiéis em um só corpo, a Igreja. A comunhão renova, fortalece, aprofunda esta incorporação à Igreja, realizada já pelo Batismo. No Batismo fomos chamados a constituir um só corpo. A eucaristia realiza este apelo: “O Cálice de benção que abençoamos não é comunhão com o Sangue de Cristo? Já que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que todos participamos desse único pão” (1 Cor 10,16-17). A Eucaristia nos compromete com os pobres: Para receber na verdade o corpo e o Sangue de Cristo entregues por nós, devemos reconhecer o Cristo nos mais pobres, seus irmãos: Degustaste o Sangue do Senhor e não reconheces se quer o teu irmão. Desonras esta própria mesa, não julgando digno de compartilhar do teu alimento aquele que foi julgado digno de participar desta mesa. Deus te libertou de todos os teus pecados e te convidou para esta mesa. E tu, nem mesmo assim, te tornastes mais misericordioso. A Eucaristia é a expressão máxima da vida de Jesus Cristo. Vida entregue na radicalidade do amor, na mais plena gratuidade e com o compromisso de tornar o mundo expressão deste mesmo amor. A vida toda de Jesus foi eucarística: teve compaixão da multidão e repartiu o pão, tornou-se peso leve dos fracos e oprimidos, identificou-se com os mais pobres, com os pequeninos. 14° CEN-54 A Eucaristia e a unidade dos cristãos: Diante da grandeza deste mistério, Sto Agostinho exclama: Ó Sacramento da piedade! Ó Sacramento da unidade! Ó vínculo da caridade!. Quanto mais dolorosas se fazem sentir as divisões da Igreja que rompem a participação comum à mesa do Senhor, tanto mais prementes são as orações ao Senhor para que voltem os dias da unidade completa de todos os que nele crêem. A Eucaristia: penhor da glória futura Celebramos a Eucaristia “aguardando a bem-aventurada esperança e a vinda de nosso Salvador Jesus Cristo, pedindo saciar-nos eternamente da vossa glória, quando enxugará toda a lágrima de nossos olhos. Então contemplando-vos como sois, seremos para sempre semelhantes a vós e cantaremos sem cessar os vossos louvores, por Cristo, Senhor nosso”. Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 A CONFIRMAÇÃO “RECEBE POR ESTE SINAL DO DOM DO ESPÍRITO SANTO’ 1. A CRISMA É O PENTECOSTES DE CADA CRISTÃO A Crisma é a realização da promessa de Jesus Cristo a todos os seus discípulos. “Se vocês me amam, obedeçam aos meus mandamentos. Aí eu pedirei ao Pai e ele lhes dará outro auxiliador, o Espírito da verdade” Jo 14,1-26. “O Espírito Santo descerá sobre coc~es e dele receberão força para serem minhas testemunhas até os extremos da terra!” ( At 1,4-8). Lembram de Pentecostes? A CRISMA É O NOSSO PENTECOSTES: RECEBEMOS O DOM DO ESPÍRITO, PARA SERMOS CONFIRMADOS NA FÉ E TORNAMO-NOS MEMBROS RESPONSÁVEIS NA COMUNIDADE-IGREJA, PARA ASSUMIRMOS A MISSÃO DE APÓSTOLOS E TESTEMUNHAS DE CRISTO NO MUNDO. 2. A CRISMA É A CONFIRMAÇÃO DOS BATIZADOS Está em Atos do apóstolos. Filipe era uma dos primeiros cristãos, homem cheio de Espírito santo e de sabedoria, que a comunidade e os apóstolos tinham escolhido para ser diácono-servidor da Igreja, no trabalho de assistência aos pobres e de evangelização. Por causa de uma perseguição violenta contra os cristãos (um deles o diácono Estevão, fora apedrejado e morto!, Felipe deixou a cidade de Jerusalém e foi para o Norte, na Samaria. Lá , Filipe começou a falar ao povo sobre Jesus Cristo, pregando o evangelho do reino, curando os doentes....Muitos daqueles samaritanos acreditaram na mensagem de Jesus e quiseram tornar-se seguidores do caminho. Aí, Filipe os batizou. Quando na comunidade-mãe de Jerusalém chegou a notícia da conversão e do batismo dos samaritanos, os apóstolos Pedro e João foram para lá. Reuniram-se os recém-batizados, oraram e invocaram o dom do Espírito; depois impuseram-lhe as mãos eles receberam o Espírito Santo (At 8,4-19) e At 19,1-6. NO BATISMO NA CONFIRMAÇÃO Pela água e pelo Dom do ES, nascemos Recebemos o Dom do ES que confirma para a vida nova de cristãos. em nós a semente da fé. Tornamo-nos membros da Igreja de JC. Somos consagrados para ser irmãos adultos, atuantes e co-responsáveis na vida e missão da Igreja e comunidade! Celebramos nossa Páscoa: passamos da morte do pecado para uma vida conforme o Espírito de Jesus Somos como Jesus, que nasceu por obra do ES Celebramos nosso Pentecostes: tornamo-nos Apóstolos de JC, com a missão de trabalhar no seu Reino Somos como Jesus, que foi confirmado e começou sua missão no poder do Espírito. Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 O CONCÍLIO VATICANO II DIZ ASSIM: “Pelo Sacramento da Confirmação, os fiéis são vinculados mais perfeitamente à Igreja; enriquecidos de especial força do Espírito, e assim, mais estritamente obrigados à fé, que, como verdadeiras testemunhas de Cristo, devem difundir tanto por obras como por Palavras” (LG 11). 2. A CONFIRMAÇÃO NO PLANO DE SALVAÇÃO: No AT os profetas anunciaram que o Espírito do Senhor repousaria sobre o Messias esperado em vista da sua missão salvífica. A descida do ES sobre Jesus por ocasião de seu Batismo por João Batista foi o sinal de que era Ele quem devia vir, que Ele era o Messias, o Filho de Deus. Concebido do ES, toda a sua vida e toda a sua missão se realizam em uma comunhão total com o mesmo Espírito, que o Pai lhe dá "sem medida". Ora, essa plenitude do Espírito não devia ser apenas do Messias; devia ser comunicada 3. O DOM DO ESPÍRITO SANTO O sacramento da Crisma, realiza-se também, para cada um de vocês, a promessa que JC fez para todos os que amam, o seguem e aceitam levar à frente sua missão: “Eu pedirei ao Pai e ele lhes dará outro auxiliador, o Espírito da verdade, para que permaneça com vocês para sempre” (Jo 14,16 Diz o apóstolo Paulo: “Quem nos fortalece juntamente com vocês, em Cristo e nos dá a unção, é Deus. Deus pôs sua marca em nós e colocou em nossos corações o ES, como garantia de tudo o que de maravilhoso reservou para nós.” (2 Cor 1,21-22) Um dom...mas uma responsabilidade grande. São Paulo diz: “Vocês não sabem que são templo de Deus e o Espírito de deus habita em vocês? Portanto... (1 Cor 3,16; Rm 8,9 4. OS SETE DONS DO ESPÍRITO SANTO Antes do sinal da unção, a assembléia toda invocará o dom do Espírito, num momento solene de oração silenciosa. Depois, com os braços estendidos sobre vocês, o bispo fará esta prece: “Deus todo poderoso, pai de N.S,. Jesus Cristo..enviai para eles o Espírito Santo! Daí-lhes, Senhor, o Espírito de sabedoria e de inteligência, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de ciência e de piedade e enchei-os do Espírito de vosso temor. Os sete dons do Espírito refere-se a oração, lembram uma frase do profeta Isaías a respeito do Messias, aquele que deveria vir para trasnsformar o mundo com seu Espírito: “Sobre lê repousará o espírito do Senhor, espírito de sabedoria e de discernimento, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de ciência e de temor de Deus. No temor de Javé estará a inspiração. Ele não julgará segundo as aparências...” (Is 11,2-3). O número sete é simbólico: significa perfeição, plenitude...muitos dons. Recebemos todos os dons para colocá-los à serviço do Reino. SABEDORIA: saber discernir os verdadeiros valores da vida INTELIGÊNCIA: saber entender a verdade revelada por Deus CONSELHO; saber aconselhar e apontar o caminho certo Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017 FORTALEZA: ter força de vontade para sermos fiéis à nossa fé, no dia-a-dia de nossa vida, sobretudo diante das deduções do pecado e da perseguição. PIEDADE: ter amor filial para com Deus, sentir-nos filhos amados pelo Pai do céu. TEMOR DE DEUS: ter respeito, colocar Deus em primeiro lugar. Sentir-nos pequenas criaturas diante do Criador; ter receio de ofender e desagradar a Deus, nosso Pai e nosso tudo. 5. OS CARISMAS DO ESPÍRITO “Temos dons diferentes, conforme a graça que foi dada a cada um de nós. Rm 12,6-8 1 Cor 12,7 ss 1 Pd 4,10 1 Cor 13, 1-13 ( O Dom maior é o amor) OS FRUTOS DO ESPÍRITO (A vida segundo o Espírito) Diz São Paulo na carta aos Gálatas: “Vivam segundo o Espírito e, assim, não farão mais o que os instintos egoístas desejam. Porque os instintos egoístas têm desejos que são contra o Espírito. Mas se vocês forem conduzidos pelo Espírito, vocês serão verdadeiramente livres. As obras dos instintos egoístas são bem conhecidas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, ódio, discórdia, ira, rivalidade, inveja, bebedeira, orgias e outras. Os que fazem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. Os que pertencem a Cristo crucificaram nos instintos egoístas junto com suas paixões e desejos. Se vivemos pelo Espírito, caminhemos também sob o impulso do Espírito “ Gl 5,16-25 Liberdade e domínio de si Amor ao próximo Alegria e paz Fidelidade e perseverança 6. OS SINAIS DA CONFIRMAÇÃO 1. Imposição das Mãos: Depois da renovação dos compromissos do Batismo, o bispo e os padres concelebrantes impõem as mãos sobre os crismando e, com toda a assembléia, rezam em silêncio, invocando o ES. Em seguida o Bispo diz: “Deus todo-Poderoso, pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que pela água e pelo ES, fizestes renascer estes vossos servos, enviai-lhes o ES. Daí-lhes, Senhor, o Espírito de sabedoria e de Inteligência, o Espírito de Conselho e de fortaleza, o Espírito de Ciência e de Piedade, e enchei-os do Espírito de vosso Temor. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!” É este o momento mais solene e significativo do Rito. A Imposição das mãos significa tomada de pose, missão e proteção: É Deus quem nos escolhe, nos envia e nos protege com seu poder. A imposição das mãos é um gesto comum na Bíblia, seja no AT como no NT. Jesus manifestava seu poder de curar e sua proteção, impondo as mãos sobre os doentes. Com este mesmo gesto, Jesus despediu-se de seus apóstolos, enviando-os em missão e abençoando-os. Ir. Zélia M.Batista, CF 2. 29/05/2017 UNÇÃO COM O CRISMA Esta unção é feita com óleo de azeite, em que se coloca um pouco de perfume (bálsamo) e que é consagrado pelo Bispo na quinta-feira Santa de cada ano. (Missa dos Santos óleos), na nossa Diocese acontece na 2ªfeira da Semana Santa. Crisma: é uma palavra na língua grega que quer dizer: “óleo”. A unção no simbolismo bíblico e antigo, é rica de significados: O óleo é sinal de abundância e de alegria, ele purifica e torna ágil. A unção antes do Batismo, com o óleo dos catecúmenos significa purificação e fortalecimento; a unção dos enfermos a cura e o reconforto. A unção com o santo crisma depois do Batismo, na confirmação e na Ordenação, é o sinal de uma Consagração. Pela confirmação, os cristãos, isto é os que são ungidos, participam mais intensamente da missão de Jesus e da plenitude do ES, de que Jesus é cumulado. A fim de que toda a vida deles exale “o bom odor de Cristo”. Por esta unção, o confirmado recebe “a marca”, o Selo do ES. O selo é símbolo da pessoa, sinal de sua autoridade, de sua propriedade sobre um objeto – assim, os soldados eram marcados com o selo de seu chefe, e os escravos, com o de seu proprietário. Cristo mesmo se declara marcado com o selo de seu Pai. “Aquele que nos fortalece convosco em Cristo e nos dá a unção é Deus, o qual nos marcou com um selo e colocou em nossos corações o penhor do Espírito. Este selo do Espírito marca a pertença total a Cristo, o colocar-se a seu serviço, para sempre, mas também a promessa da proteção divina na grande provação escatológica. O gesto da unção tem o sentido bíblico de escolha divina e consagração a serviço da comunidade. No antigo Povo de Deus eram ungidos os profetas, os sacerdotes e os reis. O libertador definitivo anunciado no AT era chamado “O ungido”. O próprio Jesus define-se como “o ungido’, profeta-sacerdote-rei, consagrado para anunciar o evangelho aos pobres e libertar os oprimidos (Lc 4,18). 3. A PRESENÇA DO BISPO É ele o ministro, o celebrante principal do Sacramento da confirmação. O bispo é sucessor dos apóstolos que impunham as mãos para confirmar os batizados com o dom do Espírito. A presença do Bispo, ou de um representante por ele enviado, é um sinal visível de que a Confirmação liga o cristão, não apenas a sua comunidade Igreja-local, mas também à diocese e à igreja de Jesus Cristo, espalhada pelo mundo todo. A presença da comunidade e dos padrinhos: A presença da comunidade paroquial é sinal do compromisso de comunhão e participação que o crismado assume, para ser um membro atuante e co-responsável na vida e na missão de sua comunidade cristã. O padrinho ou madrinha, é um representante da comunidade que,em nome da Igreja, torna-se um amigo de fé do confirmado, servindo de exemplo e de estímulo para ele perseverar nos compromissos da Crisma. Nos primeiros séculos do cristianismo, o padrinho (ou madrinha) era o catequista, escolhido pela comunidade, que acompanhava a caminhada de fé do catecúmeno. Depois de uns três anos de preparação e de vivência cristã (catecumenato0, este padrinho apresentava seu filho espiritual (afilhado) ao bispo ou aos presbíteros, testemunhando ser ele apto para receber os sacramentos de iniciação cristã (Batismo, Confirmação, Eucaristia). 4. RITO DA CONFIRMAÇÃO A) Apresentação dos confirmandos B) Pequena homilia do Bispo C) Renovação das promessas do Batismo D) Imposição das mãos e invocação do ES E) Unção do Crisma Ir. Zélia M.Batista, CF 29/05/2017