Controle de mamite

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O que é Mastite ou Mamite?
uma doença infecto-contagiosa que se propaga no
rebanho, devido a fatores ambientais, mas que podem
ser controlados por medidas higiênicas e profiláticas.
Caracteriza-se pela inflamação do úbere, provocada
por germes que penetram pelo canal do leite.
Quais os sintomas da mamite?
Quando observada a olho nu (caso da mamite aguda ou
clínica), o úbere torna-se inchado, de cor avermelhada,
dolorido e quente; o leite apresenta-se aguado ou grosso,
de cor amarelada, com flocos ou coágulos; à medida que
a vaca diminui a produção de leite, diminui o apetite e
perde peso.
Quando não apresenta esses sintomas (caso da mamite sub clínica), somente pode ser
detectada através de exames de laboratório ou testes executados ao pé da vaca.
Como a mamite é provocada?
Embora seja uma doença de origem essencialmente microbiana, o meio ambiente e a
própria vaca podem colaborar para o seu aparecimento.
Poucos são os tipos de germes que podem causar infecção das mamas. Outros germes
somente invadem o úbere, quando este sofre lesões variadas (chifradas, pancadas) ou
então penetram diretamente no úbere, levados pelos cânulos mamários ou alargadores de
tetas.
A ordenha mal feita, seja manual ou mecânica, e a falta de higiene podem causar a
doença.
A própria vaca, sob alguns aspectos, pode influir no aparecimento da mamite, tais como:
alta produção de leite, número de lactações, idade (quanto mais velha, maior
predisposição para o aparecimento da doença).
Quais os danos causados pela mamite?
Pode ser considerada a doença mais comum da pecuária leiteira, e é aquela que atinge a
parte mais importante da vaca - o ÚBERE.
Os danos que a doença provoca são traduzidos nos seguintes prejuízos:
1. Diminuição da produção de leite;
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2. Perda de um ou mais quartos do úbere;
3. Acidez do leite, quase sempre rejeitado pelos laticínios;
4. Desvalorização comercial da vaca leiteira, que passa a ser animal de corte;
5. Pode causar a morte do animal, por infecção irreversível.
Como se deduz, a mamite deve ser considerada muito mais uma doença de caráter
econômico.
Como diagnosticar a existência da mamite?
Em se tratando de mamite, o provérbio "mais vale prevenir do que remediar" deve ser
aplicado, pois, uma vez instalada, é de difícil cura, e quando curada, a produção de leite
nunca será como antes. Além de tudo, o tratamento é caro. O diagnóstico precoce
(mamite clínica) é feito através do teste da caneca telada ou caneca de fundo preto, que
deve ser feito diariamente, antes de cada ordenha. Para se diagnosticar a chamada mamite
subclínica, que não é visual, existe o C.M.T. (teste californiano).
Como evitar a mamite?
Medidas de higiene na ordenha e desinfecção geral nas instalações devem ser tomadas
pelo menos uma vez por mês. A limpeza diária dos currais, evitando acúmulo de fezes,
urina e combate às moscas etc., não deve ser descuidada. Verificar diariamente o bom
funcionamento da ordenhadeira mecânica.
Existe tratamento para a mamite?
No caso de aparecimento da mamite, deve-se sempre, em primeiro lugar, procurar a
causa. Uma das primeiras providências é isolar o animal doente. Em se tratando
principalmente da mamite clínica, proceder do seguinte modo:
1. Ordenhar vacas com mamite sempre por último, a fim de evitar a contaminação, quer
pela mão dos ordenhadores, quer pela ordenhadeira;
2. Eliminar o leite contaminado (leite mamítico);
3. Caso possível, esgotar o quarto infectado o maior número de vezes durante o dia;
4. Se necessário, fazer o tratamento com antibióticos, precedido do chamado
antibiograma. O antibiograma visa identificar qual ou quais os antibióticos que atuarão
sobre os germes causadores da doença.
Existem vacinas contra a mamite?
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As vacinas contra a mamite ainda não são encontradas no comércio.
Trabalhos têm sido desenvolvidos, no sentido de obter-se as autovacinas, que são de uso
exclusivo do rebanho examinado.
Fernando Procópio Scarlatelli
Fonte: Embrapa Gado de Leite, © 1998
» Cuidados na pesagem e na amostragem do leite no dia de controle leiteiro
» Como calcular o custo de produção de leite
» Orientações para o controle leiteiro
» Menor Intervalo de partos, mais leite e mais bezerros.
» Febre Aftosa
» Brucelose
» IBR/IPV
» O que é Mastite ou Mamite?
» ENCEFALOPATIA ESPONGIFORME BOVINA - BSE
» Anaplasmose
Gado de Leite
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Orientações para o controle leiteiro
O controle leiteiro é uma ferramenta de aferição da
capacidade de produção de leite de uma vaca.
Somente por meio dele é que se pode ter uma
estimativa segura da produtividade.
Finalidades do Controle Leiteiro
O controle leiteiro tem várias finalidades, mas dentre
elas destacam-se:
· O fornecimento de alimentos, principalmente o
concentrado, de acordo com a produção de leite. A
vaca que dá mais leite deve comer mais. Conhecendose portanto o potencial de produção de uma vaca, não
estaremos dando comida além do necessário para algumas e aquém para outras. Isso
resultará em maiores produções e custos reduzidos. Este fornecimento de concentrado
pode ser feito individualmente no cocho, ou para facilitar o manejo, em grupos de
animais do mesmo nível de produção. O volumoso também pode ser diferenciado, tanto
em qualidade como em quantidade, de acordo com o potencial de produção dos
animais.
· O provimento de informações que auxiliem no melhoramento genético animal. Este
melhoramento é decorrente do acasalamento dos melhores indivíduos, e, para se saber
quem são os melhores, é necessário avaliá-los pela sua produção. O controle leiteiro,
periodicamente, permite calcular a produção de uma vaca durante toda a lactação,
sendo esta produção utilizada para se estimar o valor genético dessa vaca, de seus pais
e mesmo de seus irmãos, usando-se modelos estatísticos específicos. Conhecendo-se a
produção dos animais e seu valor genético, pode-se então selecionar os melhores e usálos intensivamente nos acasalamentos ou então descartar aqueles que não são de
interesse.
· Outra finalidade é o uso das informações do controle leiteiro para propaganda do
rebanho, e esta utilização comercial certamente induzirá a uma maior disseminação dos
genótipos superiores, principalmente através da venda de tourinhos ou de sêmen de
touros provados.
Como Executar o Controle Leiteiro:
1. leite de cada vaca deve ser pesado mensalmente, com o uso de balanças precisas,
admitindo-se um intervalo entre os controles, de 15 a 45 dias;
2. controle leiteiro deve ser feito em duas ou três ordenhas diárias, conforme o sistema
adotado na propriedade, e em quaisquer dos casos recomenda-se fazer a esgota total na
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tarde anterior ao dia do controle leiteiro;
3. controle deve ser feito em todas as vacas em lactação do rebanho, e por
controladores credenciados pelas organizações responsáveis pelo Serviço de Controle
Leiteiro, para serem oficializados, ou pelo próprio criador, para uso próprio ou em
pesquisa;
4. Ao iniciar o controle leiteiro em um rebanho, recomenda-se controlar inicialmente
apenas as vacas recém-paridas, isto é, com mais de cinco e menos de 45 dias pós-parto,
que serão controladas até o fim desta lactação. Mensalmente, novas vacas recémparidas entrarão em controle e, ao final de aproximadamente um ano, todas as vacas já
estarão sob controle leiteiro;
5. Todos os animais devem ser bem identificados, fazendo-se uso de tatuagens, de
brinco na orelha, ou marcação a ferro etc., para que as anotações sejam precisas;
6. Como a produção é medida em 24 horas, recomenda-se, dentro do possível, um
intervalo próximo a 12 horas entre as duas ordenhas e oito horas entre as três ordenhas,
para melhor padronização dos dados;
7. Recomenda-se como ideal que, tanto na ordenha de esgota como nas ordenhas do
controle leiteiro, as vacas sejam ordenhadas aleatoriamente, isto é, sem nenhuma
preferência para determinadas vacas serem ordenhadas no início ou fim da ordenha;
8. As ordenhas devem ser completas, ou seja, retirar todo o leite possível, não deixando
nada para o bezerro no caso de ordenhas com bezerros ao pé. Trabalhos experimentais
comprovam que o jejum de um dia por mês não prejudica, nem interfere na criação de
bezerros;
9. As produções de leite em cada ordenha (em kg, com um decimal), assim como o
sistema de alimentação e ocorrências diversas observadas no intervalo de um controle
com o anterior (assim como parto, secagem, venda, doença, aborto, etc.) devem ser
anotadas individualmente, em formulário ou livro próprio;
10. Sempre que possível, coletar amostra individual de leite para determinação de
gordura, proteína ou outro tipo de análise, como por exemplo a contagem de células
somáticas. Deve-se utilizar frascos apropriados, limpos, previamente marcados com as
proporções de leite a serem coletadas em cada ordenha (2/3 pela manhã e 1/3 à tarde), e
devidamente etiquetados para identificação dos animais, e enviados para análise no
laboratório, cooperativa mais próxima, ou na própria fazenda.
Data e Causa de Secagem dos Animais
Assim como a data do parto, quando se inicia a lactação, é importante anotar a data e
causa da secagem, o que define a duração e a normalidade ou não daquela lactação.
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Entre as principais causas de secagem, podemos citar:
· secagem, por estar próxima ao parto (60 dias para o próximo parto);
· secagem, por baixa produção (produzindo pouco, de acordo com a raça ou critérios do
produtor; secou sozinha; secou normal; secou naturalmente; vaca não deu leite etc.);
· aborto após o nono mês de lactação ou sétimo mês de gestação, com início de nova
lactação;
· morte ou separação do bezerro;
· doença, morte ou venda da vaca;
· parto subseqüente, sem período seco;
· peitos perdidos, por mamite etc.
Considerações Finais
No Brasil, poucas são as fazendas que realizam o controle leiteiro, enquanto nos países
desenvolvidos a maioria delas o faz rotineiramente. É necessário que o controle seja
implementado no maior número possível de fazendas, independentemente da raça ou
grau de sangue do animal, devido a sua grande importância para o melhoramento
animal e gerência das fazendas.
Resultados de pesquisa nos Estados Unidos indicam que os rebanhos participantes do
controle leiteiro oficial têm maior produtividade por vaca do que aqueles que não o
executam, certamente devido ao retorno em informações que lhes possibilitam aplicar
as vantagens do controle leiteiro.
Roberto Luiz Teodoro
Rui da Silva Verneque
Fonte: Embrapa Gado de Leite, © 2000
Patologias
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Febre
Aftosa
A febre aftosa é uma doença aguda, altamente
contagiosa que afeta os animais de cascos fendidos, é
causada por um vírus que no Brasil apresenta 3 tipos
(O, A e C) e mais de 60 subtipos diferentes.
Transmissão:
O principal veículo de transmissão é o próprio ar,
através de aerossóis emitidos pelos animais doentes,
podendo chegar até 50 km de alcance. A maior fonte
de disseminação é o contato com animais infectados
ou através de roupas, veículos automotores entre
outros objetos que estiveram em contato com os
animais
contaminados.
Evolução
da
Doença:
Inicialmente o vírus é instalado nas células da mucosa e faringe onde se multiplica. A
partir daí cai na circulação e se dissemina por todo organismo. Após 24 a 48 horas, o
animal apresenta febre, vesículas na língua, na cavidade bucal, nos espaços interdigitais
e às vezes nas tetas e úberes. Após 48 horas do surgimento destes sintomas, estas
vesículas se rompem facilitando a instalação de bactérias, dificultando assim a
cicatrização.
Sintomas:
O animal baba excessivamente devido as vesículas na cavidade bucal, língua e faringe.
Apresenta febre alta, falta de apetite e pêlos arrepiados. O animal emagrece
severamente e não consegue se locomover. As fêmeas em gestação podem abortarem o
feto, os animais jovens podem morrer e as vacas em lactação tem sua produção leiteira
bastante
diminuída.
Conseqüências:
Os animais que sofreram de febre aftosa pode desenvolver lesões secundárias crônicas
oral, nasal e podal (nos pés). A deformação dos cascos pode resultar num
comprometimento permanente da capacidade locomoção do animal prejudicando seu
bem estar. O envolvimento da glândula mamária pode resultar em mastite e
permanentes danos na produção de leite. O ganho de peso de animais com seqüelas
será
abaixo
quando
comparados
ao
de
animais
sadios.
Tratamento:
Esta doença não existe cura, o que pode ser feito é tratar os efeitos causados pelo mal,
como por exemplo fazer antisepsia das lesões e feridas tentando evitar seqüelas de
maiores
proporções.
Profilaxia:
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A prevenção é feita através de vacinação seguindo o calendário estabelecido por órgãos
oficiais. O descumprimento da lei que obriga a vacinação de todos os animais da
propriedade acarreta em sanções como multas e interdição da propriedade.
Brucelose
Brucelose é uma doença contagiosa que afeta bovinos, suínos, ovinos, caprinos, eqüinos,
cães e o homem. É causado por uma bactéria do gênero brucela, é caracterizada por
aborto nas fêmeas e orquide nos machos, em ambos os casos pode levar a infertilidade.
No caso dos eqüinos está associado em geral ao mal da cernelha, onde ocorre
inflamação desta região com posterior fistulação, com presença de pus, sendo altamente
contaminante e de difícil cura.
Sintomas:
Em bovinos o aborto ocorre por volta do quinto/sexto mês de gestação, este fato é
considerado o principal problema, principalmente na primeira gestação brucélica onde o
índice de aborto chega a 60% caindo para 2% nas gestações subsequentes. Outros
sintomas típicos é uma maior ocorrência de retenção de placenta e a brucelose mamária,
que é a infecção permanente da glândula levando a uma queda de até 20% na produção
de leite.
Transmissão:
Esta transmissão ocorre pela ingestão dos organismos que estão presentes em grandes
quantidades em fetos abortados, em membranas fetais e em descargas uterinas. Os
animais podem ingerir água ou alimento contaminado, podem lamber a genitália
contaminada de outros animais ou fetos abortados recentemente. A transmissão venérea
causada por touro infectado através de monta natural pode ocorrer, mas é raro. No
homem o principal meio de transmissão é através da pele quando a mesma entra em
contato com os órgãos dos animais contaminados e também através da ingestão de leite
cru proveniente de animais doentes.
Diagnóstico:
Devem ser feitos exames bacteriológicos ou sorológicos, o mais utilizado é o exame de
sangue (soroaglutinação).
Profilaxia:
O controle é baseado em teste sorológico com posterior eliminação dos animais positivos.
Este exame deve ser realizado em intervalos regulares até que se obtenha dois ou três
testes negativos sucessivos. Na compra de animais deve-se exigir animais vacinados e
com teste sorológico negativo. O único meio de prevenção efetiva é vacinar todas
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