Durabilidade a Longo Prazo da Estimulação Percutânea do Nervo Tibial para o Tratamento da Bexiga Hiperativa Scott A. MacDiarmid,*,† Kenneth M. Peters,‡ S. Abbas Shobeiri, Leslie S. Wooldridge,§ Eric S. Rovner,_ Fah Che Leong,¶ Steven W. Siegel,** Susan B. Tate†† and Brian A. Feagins‡‡ From Alliance Urology Specialists, Greensboro, North Carolina (SAM), William Beaumont Hospital, Royal Oak (KMP), and Mercy Health Partners, Muskegon (LSW), Michigan, University of Oklahoma, Oklahoma City, Oklahoma (SAS), Medical University of South Carolina, Charleston, South Carolina (ESR), St. Louis University, St. Louis, Missouri (FCL), Metro Urology, Woodbury, Minnesota (SWS), University of Louisville, Louisville, Kentucky (SBT), and Dallas Center for Pelvic Medicine, Dallas, Texas (BAF) OBJETIVO: A fase 1 do Estudo OrBIT (terapia inovadora para bexiga hiperativa) foi um estudo Abreviações e acrônimos GRA - avaliação da resposta global randomizado demostrando a eficácia comparável da OAB - bexiga hiperativa estimulação percutânea do nervo tibial e tolterodina OAB-q - questionário da bexiga hiperativa (antiespasmódico urinário) de liberação prolongada, OrBIT - terapia inovadora para bexiga hiperativa durante 12 semanas de terapia, para a frequência, PTNS - estimulação percutânea do noctúria, urgência, volume urinado e episódios de nervo tibial SNS - estimulação do nervo sacral incontinência de urgência. Nesta segunda fase da terapia experimental inovadora para bexiga hiperativa avaliamos a eficácia da terapia sustentada de estimulação percutânea do nervo tibial em pacientes com bexiga hiperativa durante 1 ano. MATERIAIS E METODOS: aos indivíduos escolhidos aleatoriamente para a estimulação percutânea do nervo tibial semanalmente com o Urgent PC*durante 12 semanas foi oferecido um adicional de 9 meses de tratamento com avaliações aos 6 e 12 meses a partir da início do estudo. Resultaram medidas que incluem dados do diário miccional, questionários sobre bexiga hiperativa, avaliação da resposta global e as avaliações de segurança. RESULTADOS: Um total de 33 avaliados continuaram o tratamento com a estimulação percutânea do nervo tibial, com 32 e 25 indivíduos completando 6 e 12 meses de tratamento, respectivamente. Indivíduos receberam uma média de 12,1 tratamentos, durante uma média de 263 dias, com uma média de 21 dias (mediana 17) entre os tratamentos. A avaliação da resposta global dos indivíduos mostrou melhora sustentada de 12 semanas a 6 e 12 meses, com 94% e 96% dos avaliados, respectivamente. Aos 12 meses em média a melhoria a partir do início do estudo incluiu uma freqüência de 2,8 micções diárias (p <0,001), incontinência de urgência de 1,6 episódios por dia (p <0,001), noctúria com 0,8 micções (p <0,05) e um volume urinado de 39 cc (p <0,05). A severidade dos sintomas do questionário de bexiga hiperativa foi melhorada significativamente de 12 semanas a 12 meses (p <0,01), bem como de 6 a 12 meses (p <0,01). Não ocorreram graves eventos adversos. CONCLUSÕES: A melhora estatisticamente significativa dos sintomas da bexiga hiperativa alcançada com 12 tratamentos semanais de estimulação percutânea do nervo tibial demonstra excelente durabilidade através de 12 meses. A durabilidade da resposta demonstra a eficácia da estimulação percutânea do nervo tibial como uma viável terapia a longo prazo para a bexiga hiperativa. _______________________________________________________________________ PALAVRAS-CHAVE: terapia de estimulação elétrica; noctúria; nervo tibial; bexiga urinária, hiperativa; incontinência urinária, de urgência. _______________________________________________________________________ Bexiga hiperativa é uma síndrome de sintomas definidos como urgência miccional, com ou sem incontinência urinária, geralmente associada a freqüência urinária e noctúria (distúrbio miccional do sono). Uma prevalência de cerca de 16% da população de adultos doentes E.U.A. pode ser profundamente afetada com bexiga hiperativa, portadores de deficiências significativas, incluindo redução da qualidade de vida e mobilidade, juntamente com deterioração da função sexual e dos relacionamentos sociais, e privação de sono. Essa condição crônica requer terapia ao longo da vida para controlar os sintomas, com o alvo terapêutico de restaurar a qualidade de vida, ao passo que haja equilíbrio entre eficácia e efeitos colaterais. A terapia precoce envolve medidas conservadoras incluindo controle da dieta, alteração dos fluidos, treinamento da bexiga e reabilitação dos músculos do assoalho pélvico. O pilar do tratamento é a farmacoterapia com a eficácia bem documentada na literatura clínica dos agentes antimuscarínicos. Taxas de adesão do paciente a medicação declina em 12 meses de terapia, por muitas razões, incluindo efeitos colaterais intoleráveis ou falta de alívio suficiente dos sintomas. Pesquisas recentes relatam que as taxas de adesão durante 12 meses em 45.576 pacientes com OAB em quimioterapia são baixas, com uma proporção média de 32% dos dias cobertos. A terapia de neuromodulação tem como alvo nervos específicos no plexo sacral que controlam o assoalho pélvico e função da bexiga. Estimulação dos nervos sacrais com um dispositivo implantável demonstrou a eficácia da neuromodulação para controlar os sintomas da OAB. Apesar de sua eficácia, o impacto terapêutico da estimulação do nervo sacral tem sido limitado na prática clínica devido a vários fatores, incluindo a invasividade, os custos associados, e suas limitações em pacientes adultos mais velhos e aqueles que são frágeis ou que tenham vários comorbidades médicas. Vários estudos únicos e multicêntricos demonstraram a eficácia, segurança e impacto positivo sobre os parâmetros urodinâmicos da PTNS(estimulação percutânea do nervo tibial) visando o plexo sacral a partir de um acessível e minimamente invasivo ponto de entrada para o sistema nervoso através do nervo tibial posterior. Com base nessa função, a terapia neuromodulação pode ser usada para o tratamento dos sintomas da OAB em mulheres e homens. Na primeira fase do estudo ORBIT (terapia inovadora para bexiga hiperativa) entraram 100 indivíduos com OAB entre junho de 2006 e setembro de 2008 em um quadro de estudo institucional aprovado, multicêntrico, não cego, randomizado, com teste controlado comparando a eficácia de uma série de 12 sessões de terapia semanais, com duração de 30 minutos, baseadas na PTNS(estimulação percutânea do nervo tibial) usando Urgent PC com 12 semanas de 4 mg de tartarato de tolterodina de libertação prolongada (Detrol ® LA). Dos 44 indivíduos submetidos à PTNS e dos 43 submetidos à tolterodina que completaram 12 semanas de terapia, os resultados similares da micção diária foram relatados em redução dos sintomas de urgência da bexiga hiperativa, incontinência de urgência, noctúria e freqüência. A avaliação da resposta global demonstrou uma melhoria estatisticamente significativa ou a cura em relação ao início dos sintomas da OAB em 79,5% do grupo PTNS em comparação com 54,8% do grupo tolterodina (p = 0,01). Na segunda fase do Teste ORBIT, aqui relatada, foi avaliada a eficácia de terapia sustentada de PTNS oferecida em intervalos individualizados durante 1 ano em indivíduos que concluíram o andamento inicial de 12 sessões semanais consecutivas. MATERIAIS E MÉTODOS Aos indivíduos da ORBIT(terapia inovadora para bexiga hiperativa) que terminaram um curso inicial de 12 de tratamentos de PTNS seguidos semanalmente foram oferecidas sessões de terapia contínua por um adicional de nove meses para monitorar melhoria na freqüência, noctúria, urgência, episódios de incontinência, e volume urinado. Foi obrigatório que os indivíduos tivessem bexiga hiperativa (OAB) livre de drogas ao longo do estudo. Sujeitos foram reembolsados para o ensaio clínico, incluindo as despesas associadas a tempo e viagens. Sob a supervisão do investigador os indivíduos selecionados ficaram em intervalos de tratamento permitindo a eles controlar os sintomas de OAB em um nível aceitável. Julgamento clínico foi usado para estender ou encurtar os intervalos de tratamento, baseados na eficácia do tratamento e nas decisões do paciente por desejo de cuidado. As sessões de tratamento individuais foram de 30 minutos de duração usando-se um eletrodo com agulha de calibre 34 inserido aproximadamente 5 cm cefalicamente ao maléolo medial e levemente posterior à tíbia. Quando conectado ao estimulador urgent PC um nível de corrente de 0,5 a 9 mA em 20 Hz foi escolhido com base na resposta sensorial e motora do paciente. Uma avaliação controle dos sintomas da OAB foi concluída em 6 e 12 meses para comparação aos valores basais e avaliação inicial do tratamento inovador por 12 semanas(OrBIT). As avaliações incluíram uma análise independente de diário miccional com os dados de 2 dias para a variação média nas micções por 24 horas, o número de micções noturnas, volume urinado, episódios de urgência moderada a grave, usando a Escala de Gravidade da Urgência Indevus, e melhoria nas escalas de OABq(questionário de Bexiga hiperativa). Comparações adicionais incluíram avaliação da resposta global dos indivíduos e estimativa dos sintomas de OAB entre 12 semanas e 6 e 12 meses. Os dados foram digitados em dupla entrada, protegida por senha do Sistema de Gestão de Dados e Ensaios Clínicos Clindex®. Todos os dados, incluindo os diários miccionais foram analisados por um bioestatístico independente usando o programa SAS ® versão 9.2. Os valores médios foram analisados quanto à alteração significativa com teste t pareado e os valores medianos foram analisados usando um teste Wilcoxon com p< 0,05 considerado estatisticamente significativo. Nenhuma correção para comparações múltiplas foi feita. RESULTADOS População Dos 44 indivíduos no Ensaio ORBIT que completaram 12 sessões semanais de PTNS 35 foram entrevistados e 33 escolheram continuar o tratamento com PTNS além do tratamento na fase inicial. Os entrevistados foram definidos como pacientes indicando uma boa resposta ao PTNS após 12 semanas de avaliação da resposta global. Estes indivíduos foram demograficamente semelhantes a toda a coorte do ensaio OrBIT na linha de base (Tabela 1). Trinta indivíduos completaram diários miccionais em 6 meses e 25 completaram diários miccionais em 12 meses. Enquanto faltavam diários miccionais de dois indivíduos em seis meses, não houve falta de dados nos diários miccionais completados por outros indivíduos em 6 e 12 meses. Dos oito indivíduos que interromperam o tratamento, 1 retirouse devido à falta de eficácia, 1 voltou ao tratamento medicamentoso, 1 não queria mais o tratamento, 2 retiraramse para continuar PTNS fora do estudo, um foi perdido para seguimento e os 2 restantes deixaram o estudo por problemas de saúde não urológicos. Um indivíduo retirou-se antes da visita de 6 meses e 7 retiraram-se depois (fig. 2). Dos oito indivíduos que interromperam o tratamento, 7 foram considerados melhores na última avaliação. Intervalos de Tratamento Durante os 9 meses de seguimento da terapia, 33 indivíduos receberam uma média de 12,1+/- 4,9 tratamentos durante uma média de 263 dias. Número médio de dias entre os tratamentos foi de 17 da visita de 12 semanas até a visita de 12 meses, 14 entre a visita de 12 semanas e a visita de 6 meses, e 24 entre as visitas de 6 e 12 meses. O número médio de dias entre os tratamentos foi de 21 da visita de 12 semanas até a visita de 12 meses. Medidas Resultantes A Figura 3 mostra que a melhora média dos sintomas da OAB, incluindo a frequência, noctúria, urgência, volume urinado e episódios de incontinência de urgência foi sustentada por todos os resultados de 12 semanas a 6 e 12 meses. Aos 6 e 12 meses, todos os parâmetros do diário miccional apresentaram melhoras estatisticamente significativas em valores médios em relação ao valor basal. Em média, as melhoras em 12 meses a partir dos valores de início incluíram diminuição da freqüência em 2,8 esvaziamentos diários (p<0,001), incontinência de urgência diminuiu em 1,6 episódios por dia (P<0,001), episódios de urgência moderada a grave diminuíram em 3,7 episódios por dia (p <0,01), noctúria diminuiu em 0,8 esvaziamentos (p<0,05) e volume urinado melhorou em uma média de 39 cc (p <0,05). Em 12 meses melhorias nos episódios de urgência moderada a severa por dia (p <0,05) foram relatadas como mais significativas do que na avaliação de 12 semanas. Uma redução significativa dos valores basais a partir de 12 semanas em 12 meses foi observado para média diária dos episódios de incontinência de urgência (p = 0,051) (Tabela 2). As melhorias de 6 e 12 meses nos parâmetros do diário miccional como as alterações percentuais dos valores iniciais são relatados na tabela 3. Reduções percentuais significativas foram relatados em 6 e 12 meses nos episódios de urgência moderada a grave (50% ou mais, p< 0,001), e os episódios de incontinência de urgência continuaram a diminuir a partir dos valores iniciais através de 6 e 12 meses, com reduções de 63,6% e 77,9%, respectivamente (p <0,001). Todos os 33 indivíduos que continuaram a terapia PTNS tiveram seus sintomas avaliados na Avaliação da Resposta Global (GRA), ao final das 12 semanas iniciais de tratamento, como melhorados ou curados a partir dos sintomas iniciais. Em seis meses 94% dos indivíduos com sintomas de OAB foram classificados como melhores a partir dos sintomas iniciais e 96% relataram melhora em 12 meses. Da mesma forma os pesquisadores classificaram os indivíduos com sintomas de bexiga hiperativa como melhores que no início em 97% e 96% dos avaliados em 6 e 12 meses, respectivamente (tabela 4). A variação dos valores iniciais do questionário de OAB em 6 e 12 meses mostrou melhoria estatisticamente significativa (p< 0,001), na gravidade dos sintomas e na qualidade de vida relacionada à saúde (tabela 5). A severidade sintomas foi significativamente melhorada a partir de 12 semanas até os 12 meses (p <0,01), bem como de 6 a 12 meses (P<0,01). Durante a fase contínua de tratamento de 9 meses um indivíduo teve dois eventos de dor abdominal classificados como relacionados com o sistema. Dois indivíduos tiveram três eventos classificados como de relação desconhecida, que incluíam infecção do trato urinário, piora da hipertensão e diarréia. Todos os outros eventos adversos foram relatados como nãorelacionados com o tratamento. Não houve relato de mau funcionamento do dispositivo em todo o ensaio. DISCUSSÃO A fase inicial de 12 semanas do teste com a Terapia Inovadora para Bexiga Hiperativa (ORBIT) demonstrou que a PTNS melhorou com sucesso os sintomas de bexiga hiperativa como freqüência, noctúria, urgência, volume urinado e episódios de incontinência de urgência corroborando estudos publicados anteriormente. Este relatório da segunda fase de teste, com a ORBIT de longo-prazo, demonstrou a durabilidade dessa melhoria ao longo de 12 meses de terapia contínua em intervalos decrescentes. O benefício da terapia de estimulação percutânea do nervo tibial que ocorreu em 12 semanas permaneceu estável em seguida. A terapia de Neuromodulação tem como alvo os nervos específicos no plexo sacral que controlam a função da bexiga. A estimulação do nervo sacral (SNS) com um dispositivo implantável demonstra claramente a eficácia da neuromodulação no manejo da Bexiga Hiperativa e Disfunção miccional. Apesar de ser efetiva SNS não preeche a terapêutica miccional no manejo da OAB refratária como terapia clínica e comportamental, devido à sua invasividade, custos e uso limitado em pacientes idosos. A injeção de toxina botulínica A tem demonstrado eficácia para o manejo da OAB não-neurogênica nos ensaios clínicos, mas a utilização tem sido limitada pela falta de aprovação pela FDA, durabilidade limitada e risco de retenção urinária. Claramente novas modalidades de tratamento são necessárias para a Bexiga Hiperativa (OAB). Diversas publicações têm demonstrado a eficácia da estimulação percutânea do nervo tibial para vários problemas urinários. No estudo multicêntrico Govier et al mostrou-se uma taxa de sucesso terapêutico de 71% (25% de redução em média nas micções diurnas, 21% de redução em média nas micções noturnas, 35% de melhora na incontinência de urgência, 30% de melhora da dor e 20% de melhora da qualidade de vida) sem efeitos adversos significativos. Klingler et al demontrou mudanças urodinâmicas objetivas após a terapia de PTNS com a média de capacidade vesical total aumentada significativamente de 197 para 252 cc (p = 0,020), e a média do volume inicial de contração da bexiga instável aumentou de 95 para 133 cc. Um estudo sobre os parâmetros urodinâmicos em 46 pacientes feito por Vandoninck et al demonstrou um aumento estatisticamente significativo (p = 0,043) na capacidade cistométrica da bexiga, passando de uma média de 243 cc (variação de 30 a 745) nos valores iniciais a 340 cc (variação de 70 a 500), após 12 sessões de PTNS. Na fase da ORBIT a longo prazo uma variação média do volume urinado (39 cc) foi estatisticamente significativa (p <0,05), com uma média de 54,7% de aumento em 12 meses em comparação com os valores iniciais. O aumento do volume da bexiga demonstrado em pacientes tratados com PTNS foi maior que 20 a 30ml, aumento este tipicamente vistos com agentes antimuscarínicos. Uma recente meta-análise dos 244 pacientes tratados com o PTNS em 7 estudos mostrou uma melhoria estatisticamente significativa no número de micções durante o dia (244, p <0,001), noctúria (151, p <0,002), volume urinado (182, p <0,001 ), o número de episódios de incontinência de urgência (167, p = 0,023) e qualidade de vida (122, p = 0,033). É pouco provável que estes resultados possam ser atribuídos a um efeito placebo, dada a duração média dos sintomas dos pacientes que foi de quase sete anos nos quais eles haviam tentado outros tratamentos sem sucesso. O Estudo ORBIT representa o primeiro estudo multicêntrico americano para examinar sistematicamente e documentar a durabilidade da PTNS, demonstrando que a melhoria dos sintomas após 12 tratamentos iniciais é sustentada com o andamento da terapia. Aos 12 meses os pesquisadores e indivíduos avaliados como os sintomas OAB melhoraram a partir do início (96%) da mesma forma comparável com a melhoria documentada em 12 semanas. Os resultados foram confirmados por dados do diário miccional e os resultados do questionário OAB-Q. Além disso, os pacientes podem manter as melhorias dos sintomas comparecendo a uma sessão de 30 minutos PTNS aproximadamente uma vez a cada três semanas. Oferecer aos pacientes em consulta com o médico intervalos individualizados de tratamento, reproduz práticas comunitárias. Seu incentivo para continuar o tratamento periódico de PTNS é a experiência dos pacientes de melhora dos sintomas, visto que a OAB é uma síndrome crônica que necessita de tratamento ao longo da vida. Para alguns pacientes um tratamento periódico de PTNS com eficácia comparável pode ser preferível a conduta de prescrição e os efeitos colaterais da farmacoterapia. Com o passar do tempo, houve melhora estatisticamente significativa do grau de severidade dos sintomas no questionário OAB-q dos indivíduos em ORBIT observados aos 12 meses em comparação com 12 semanas e seis meses (p <0,01), demonstrando melhoria ao longo do tratamento com intervalos individualizados. Estas melhorias ocorreram concomitantemente com uma diminuição do número médio de episódios de urgência moderada a severa observada em 6 e 12 meses em comparação com 12 semanas (p = 0,12 e p <0,05, respectivamente). Quando analisados em conjunto, estes dados podem indicar que os indivíduos em terapia PTNS gradualmente experimentaram melhorias dos sintomas da urgência que se traduziu em um melhor grau de severidade dos sintomas. Neste estudo os pesquisadores e os sujeitos foram instruídos a aumentar o intervalo entre os tratamentos PTNS com base na resposta do paciente e avaliação clínica prudente para manter a melhora dos sintomas da OAB. O número médio de dias entre os tratamentos a partir de 12 semanas até 6 meses foi de 14 dias em comparação com o intervalo mais longo de 24 dias entre 6 e 12 meses.Os intervalos mais longos após a terapia inicial de 12 tratamentos semanais pode contribuir para a adesão do paciente a longo prazo e diminuir o impacto econômico a longo prazo no sistema de saúde. Vale a pena considerar o potencial local para PTNS dentro de um algoritmo de cuidados da OAB. Kohli e Rosenblatt examinaram o papel da neuromodulação na terapia global da OAB. Um plano de tratamento integrado pode incluir, inicialmente, educação comportamental, modificações de dietéticas e de líquidos, e farmacoterapia prévia considerando a neuromodulação, RNPT ou SNS, os quais devem ser reservados para pacientes com bexiga hiperativa que é não passível de tratamento por meios menos invasivos. Pacientes com OAB apresentam um desafio ao tratamento clínico, especialmente aqueles com sintomas refratários ao tratamento ou aqueles que são incapazes de tolerar a farmacoterapia de primeira linha. PTNS representa uma opção para proporcionar alívio aos pacientes com sintomas refratários a droga ou aqueles que não querem ser tratados com farmacoterapia a longo prazo. Muitos pacientes com OAB são idosos, frágeis e / ou com múltiplas co-morbidades médicas que excluem a possibilidade de cirurgia. Além disso, eles podem não querer um dispositivo permanente de SNS ou eles podem não ter a capacidade cognitiva para manter um (dispositivo). Amundsen et al relataram a taxa de cura com o SNS foi associada com a idade, em idades inferiores a 55 anos há uma maior taxa de cura estatisticamente significativa (65% vs 37% para os indivíduos mais velhos, p <0,05). Ter 3 ou mais doenças crônicas foi associada a uma menor taxa de cura em indivíduos mais jovens e mais velhos. PTNS pode ser a única opção para o tratamento. Além disso, como drogas e PTNS têm diferentes mecanismos de ação podem ser utilizados simultaneamente, quando os pacientes procurem medidas adicionais para controlar os sintomas da OAB. Limitações ao estudo incluem um efeito placebo potencial com base no tempo individual gasto com clínicos, programação decrescente não prescrita para avaliar quando há falha nos efeitos do tratamento, ausência de análise de custo e ausência de dispositivo de efeito placebo. Indivíduos não foram orientados sobre balanço de líquidos e não se sabe se hábitos individuais de balanço de líquidos influenciam os resultados. Com a duração média dos sintomas OAB de mais de 10 anos os indivíduos já podem ter aprendido balancear a ingestão de líquidos como um meio para mediar sintomas OAB. Um placebo do procedimento PTNS foi recentemente validado e será utilizado para um futuro estudo de placebo vs tratamento ativo. Profissionais individuais podem determinar a forma como os resultados deste estudo se aplicam a população de pacientes que vêem em sua própria prática. CONCLUSÕES A eficácia da PTNS estatisticamente significativa alcançada após 12 tratamentos semanais para melhorar a freqüência, noctúria, urgência, volume urinado e episódios de urgeincontinência é duradoura ao longo de 12 meses de terapia prolongada com intervalos decrescentes individualizados. PTNS oferece aos pacientes com a OAB e aos médicos uma opção de tratamento eficaz e bem tolerada a longo prazo. AGRADECIMENTOS Companheiros pesquisadores adicionais das 12 semanas iniciais com o estudo ORBIT incluem o Dr. Barry K. Jarnagin, Vanderbilt University, Nashville, Tennessee e Dr. Peter L. Rosenblatt, Boston Uroginecologia Associates, em Cambridge, Massachusetts.