CRIANÇA CIDADÃ: INTEGRAÇÃO AABB

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CRIANÇA CIDADÃ: INTEGRAÇÃO AABB – COMUNIDADE
Vanessa Tais Eloy1, Diliane Camargo2, Eliberto Lanza Cavalheiro 3,
Fabio Frigeri4, Luci Mary Duso Pacheco5
INTRODUÇÃO
O projeto Criança Cidadã, integração AABB-Comunidade, parceria entre URI,
Associação Atlética Banco do Brasil - Fundação Banco do Brasil e Escola Estadual de
Educação Básica Sepé Tiaraju, destaca-se pela promoção da cidadania através de ações
educativas integradas abrangendo o desenvolvimento das artes, atividades desportivas,
educação ambiental, higiene e saúde e complemento pedagógico, como também, através do
atendimento médico-hospitalar e social. O projeto busca, além de melhorar o rendimento
escolar das crianças e adolescentes, reduzir o índice de evasão nas escolas, envolver as
famílias em ações que visem ao desenvolvimento integral de crianças e adolescentes,
Incentivar a multiplicação de uma concepção de educação democrática que contribua para a
transformação das instituições educacionais. O projeto é desenvolvido em Frederico
Westphalen desde o ano de 1998 e consiste em uma proposta de complementação
educacional, baseada na valorização da cultura do educando e de sua comunidade. A
Coordenação Pedagógica do programa é realizada pela URI– Campus de Frederico
Westphalen, que desempenha seu papel social, enquanto agente educacional por meio da
participação de professores e alunos dos diferentes cursos no desenvolvimento das atividades,
condizendo ainda mais, com a sua missão de promover a cultura a fim de desenvolver a
consciência coletiva na busca contínua da valorização e solidariedade humana. A URI
oportuniza à comunidade o desenvolvimento de práticas sociais, nas quais os alunos
envolvidos levam os conhecimentos construídos na academia para a comunidade, fazendo
assim, com que a Universidade tenha um papel fundamental na propagação e difusão do
conhecimento gerado em seu âmago, proporcionando a evolução social e tecnológica
necessária ao convívio do ser humano em comunidade. Assim, este projeto social contribui
para a inclusão social e educacional de crianças e adolescentes, integrando a família, escola e
1
Acadêmica do Curso de Pedagogia da URI Campus de Frederico Westphalen- Apresentador
Educadora voluntária do Programa AABB Comunidade- URI Campus de Frederico Westphalen- Co-autor
3
Acadêmico do Curso de Educação Física da URI Campus de Frederico Westphalen- Co-autor
4
Acadêmico do Curso de Educação Física da URI Campus de Frederico Westphalen- Co-autor
5
Doutora em Educação, docente da URI Campus de Frederico Westphalen- Orientador
2
comunidade de maneira a incentivar a multiplicação de uma concepção de educação
democrática que contribua para a transformação das instituições educacionais.
OBJETIVOS
O objetivo do programa AABB Comunidade é contribuir para a inclusão social e
educacional de crianças e adolescentes, integrando a família, escola e comunidade de maneira
a incentivar a multiplicação de uma concepção de educação democrática que contribua para a
transformação das instituições educacionais, envolvendo para isso, atividades de
complemento educacional, socioeducativas, culturais, desportivas e de saúde .
REFERENCIAL TEÓRICO E METODOLOGIA
O programa AABB Comunidade tem como premissas, que a transformação da realidade
brasileira passa pela opção da sociedade e dos poderes constituídos por uma educação de
qualidade para todos. A ampliação do espaço democrático só é possível mediante a
participação efetiva de todos os segmentos sociais e pela aceitação da diversidade de opiniões,
opções e crenças. Uma prática pedagógica transformadora entende o homem como um ser
responsável pela construção de uma nova realidade social. Portanto, não é neutra, pressupõe
direção cultural e política.
O Programa referenda e é referendado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente –
ECA, no que tange ao desenvolvimento de ações de proteção integral a seu público. A
proteção integral da criança só é possível pela integração de propósitos e de ações entre a
família, a escola e a comunidade, tripé estratégico para se alcançar os objetivos do Programa.
Dois grandes eixos norteiam o Programa Integração AABB Comunidade: a
sociabilidade e a consciência cidadã. Ambos são construídos por meio da ludicidade e estão
embasados na Pedagogia de Direitos. A Pedagogia de Direitos está referendada nos
ensinamentos de Paulo Freire e tem como principais objetivos a reflexão crítica sobre a
realidade, a construção coletiva do conhecimento e a criação de mecanismos para superação
das desigualdades sociais, políticas, econômicas e culturais que a população brasileira vem
passando. A Pedagogia Lúdica propõe a aprendizagem por meio do brinquedo, do brincar e da
brincadeira, dando ênfase à criatividade, à aquisição de conhecimentos de forma descontraída,
dinâmica, alegre e em grupo. O direito da criança e do adolescente à brincadeira é
considerado uma dimensão humana inalienável. A Pedagogia de Direitos vem ao encontro da
ludicidade, acolhendo o repertório de jogos, brincadeiras, músicas, mitos e lendas das crianças
para, a partir daí, explicitar os elementos de socialização, de organização e de visão de mundo
presentes nestas atividades, objetivando a formação da cidadania. (CADERNO DE
PROCEDIMENTOS, 2008)
ATUAÇÃO DO ACADÊMICO JUNTO A COMUNIDADE ESCOLAR
O educador do programa Integração AABB Comunidade participa do Curso de
Formação Inicial de Educadores e de Cursos de Formação à distância, condição indispensável
para a sua atuação no programa o que lhe dá suporte para a construção de um projeto políticopedagógico comprometido com a transformação social, embasado na pedagogia dos direitos,
na ludicidade e na interdisciplinaridade.
Da mesma forma, através do planejamento das atividades a serem desenvolvidas, o
educador tem a oportunidade de participar da construção de um planejamento pedagógico
pertinente à realidade educativa local, inserindo-o em um contexto mais amplo. Ainda, é
capaz de refletir sobre o processo ensino/aprendizagem, identificando problemas e buscando
soluções que viabilizem a proposta metodológica do Programa de forma a contribuir para que
todos os atores envolvidos no processo, direta ou indiretamente, tenham clareza dos objetivos
e princípios que regem o Programa. (CADERNO DE PROCEDIMENTOS, 2008 p.30)
Ao pensarmos nos benefícios que a atuação do acadêmico pode lhe trazer enquanto
sujeito em construção não podemos esquecer-nos da tríplice missão universitária que é o
Ensino, a pesquisa e a extensão. Pacheco (2007. p.46) destaca que
“pela pesquisa, aprimora-se o conhecimento existente e produz novos
conhecimentos; pelo ensino, conduz esses aprimoramentos e os novos
conhecimentos aos educandos; pela extensão pode proceder a difusão, socialização e
democratização do conhecimento existente, bem como das novas descobertas. A
extensão, também, complementa a formação dos universitários, dada nas atividades
de ensino, com aplicação prática”.
É justamente neste último instrumento citado que se encaixa o Programa AABB
Comunidade, sendo umas das oportunidades que a Universidade oferece aos acadêmicos de
seus diversos cursos de vivenciar na prática aquilo que se estuda nos bancos acadêmicos.
A troca de experiências com professores da escola, pais e educandos, contribui para a
formação dos monitores do programa enquanto docentes. Segundo Paulo Freire "não há
docência sem discência" (1996, p. 21), pois "quem forma se forma e re-forma ao formar, e
quem é formado forma-se e forma ao ser formado" (1996, p.23). Dessa forma, ao mesmo
tempo em que os acadêmicos ensinam através das oficinas de aprendizagem , aprendem com
todos os segmentos da escola e vice e versa, ficando claro que o ensino não depende
exclusivamente do professor, assim como aprendizagem não é algo apenas de aluno, as duas
se explicam, e os seus sujeitos envolvidos no processo, não se reduzem à condição de objeto,
um do outro. Quem ensina, aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender" (1996, p.
23). Justifica-se então o pensamento de que o professor não é superior, melhor ou mais
inteligente, porque domina conhecimentos que o educando ainda não domina, mas é, como o
aluno, participante do mesmo processo da construção da aprendizagem.
Apesar desta situação de troca de conhecimentos entre docente e discente não se pode
esquecer que o professor é autoridade e que sua figura deve ser respeitada não como um ser
que detém o conhecimento mas sim enquanto sujeito intelectual, como pesquisador, sujeito
curioso, que busca o saber e o assimilar de uma forma crítica, que valoriza os
questionamentos dos alunos e os
orienta a seguirem também essa linha de ensino e
aprendizagem. Por isso, os acadêmicos ao atuarem no programa tem a oportunidade de
vivenciar o cotidiano das práticas pedagógicas através do desenvolvimento de oficinas de
aprendizagem e realização de atividades lúdicas.
O Programa é desenvolvido através de oficinas de aprendizagem tais como: Jogos
cooperativos; Expressão corporal e cultura; Meio Ambiente e Reciclagem; Artesanato; Informática;
Leitura, Produção textual e Jogos Matemáticos; Violão e uma oficina de Alimentação saudável, para
os pais e/ou responsáveis.
RESULTADOS ALCANÇADOS E PÚBLICO ENVOLVIDO
O Programa atende crianças e adolescentes com idade entre 6 e 18 anos incompletos,
estudantes da rede pública de ensino. Podem ser destinadas vagas àqueles que ainda não
entraram ou que saíram da escola, desde que, mediante orientação e apoio dos parceiros
locais, possam ingressar ou retornar às atividades escolares. São atendidas 130 crianças e
adolescentes por ano, desenvolvendo oficinas de artes, educação ambiental, atividades
desportivas, complemento pedagógico, higiene e saúde, além de oferecer atendimento
médico-hospitalar e social. As atividades pedagógicas são desenvolvidas ao longo do período
letivo, cinco vezes por semana, sendo quatro horas diárias. Os educandos são estimulados a
participar de práticas em todas as áreas: esporte, arte-educação, complemento educacional e
ações educativas direcionadas à promoção da saúde e da higiene. As crianças e adolescentes
também recebem kits com uniformes, objetos de uso pessoal e todo o material necessário para
a realização das oficinas.
As atividades são muito bem aceitas por eles, já que são realizadas de maneira lúdica,
procurando além de melhorar o aprendizado e o rendimento escolar, como também contribuir
com um melhor relacionamento com os colegas e em sociedade, através do respeito, e com a
responsabilidade de seus atos, bem como as atividades também buscam reduzir o índice de
evasão escolar, já que os mesmos participam por gostarem escolhendo as oficinas que
desejam participar, e ao mesmo tempo sendo incentivado a melhorar sempre mais na escola.
Destaca-se também o papel social que a Universidade realiza, ao levar os
conhecimentos científicos gerados por ela até a comunidade, através de ações práticas que são
realizadas pelos educadores acadêmicos da URI-Campus de Frederico Westphalen dos cursos
de Pedagogia, Educação Física, Ciências Biológicas, entre outros.
INDICADORES DE AVALIAÇÃO UTILIZADOS
São utilizados como indicadores de avaliação, reuniões do Conselho Deliberativo
Participativo do Programa AABB Comunidade, momento em que se coloca em pauta as ações
realizadas, sendo que neste Conselho estão presentes representantes dos educandos, dos
educadores, dos pais ou responsáveis, da Escola parceira, da Universidade e da Agência do
Banco do Brasil local.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRITO, TECA. A. Música na educação infantil: proposta para a formação integral da
criança. São Paulo: Peirópolis, 2003.
FENABB E FUNDAÇÃO DO BANCO DO BRASIL. Caderno de procedimentos. Brasília:
FENABB e FBB, 2007.
FENABB E FUNDAÇÃO DO BANCO DO BRASIL. Formação Inicial- Caderno
Pedagógico. São Paulo: Ed. PUC/SP, 2011.
FENABB E FUNDAÇÃO DO BANCO DO BRASIL. Programa de Formação Continuada
a Distância Módulo C-2010. Educação para a cidadania. São Paulo: Ed. PUC/SP, 2010.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. 18 ed.
São Paulo: Paz e Terra, 1996.
PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária 1971.
SUDBRACK, Edite Maria; CANAN, Silvia Regina (Orgs). Políticas De Formação Docente:
horizontes Investigativos. Frederico Westphalen: Ed da URI, 2007.
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