Primórdios do Motor de Indução

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Máquinas Eléctricas
Resenha Histórica
P r i m ó r di o s do M o t o r de I n du ç ã o
Em 1825, Arago foi o primeiro a observar
que uma placa de cobre em movimento
rotativo provocava a rotação de uma agulha
magnética.
Este fenómeno pode ser observado por meio
do aparelho
representado.
No
entanto,
constata--se que o fenómeno varia muito com o
material do disco; o efeito é nulo com materiais
isolantes
e pronunciado
com
materiais
condutores.
Foi Faraday, que, em 1831, com a ajuda de
uma galvanómetro, estabeleceu que a força que
faz rodar a agulha é devida a correntes
eléctricas, que surgem no disco, por influência
da agulha magnética.
Em 1825 C. Babage e J. Herschel
estabeleceram o efeito contrário: a rotação de
um íman em forma de ferradura sobre um disco
de cobre, provocava a rotação do disco.
Em 1872, W. Baily apresentava um modo de
produzir rotações de Arago com quatro
electroímanes
fixos, que eram excitados
consecutivamente e com o disco rodando sobre
um pivot, por cima dos pólos variáveis criados
pelos electroímanes.
N
o
N
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S
S
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S
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Criava-se, assim, uma rotação intermitente
do
campo
magnético,
que
o
disco
acompanhava.
Em 1883 Marcel Deprez apresentou u m
teorema que provava matematicamente a
criação de uma campo magnético girante pela
combinação da acção de duas correntes
alternadas esfasadas de um quarto de período.
Sem o conhecimento do trabalho de Baily ou
de Deprez, em 1885 Galileo Ferraris popôs a
produção da rotação de um condutor (um
cilindro de cobre oco) por intermédio das
correntes de Foucault (“correntes parasitas”) nele
© Manuel Vaz Guedes, 1995
provocadas pelo deslocamento progressivo de
um campo magnético, e de criar esse campo
móvel, como um campo
girante,
pela
combinação de duas correntes esfasadas de u m
quarto de período, e formando ângulos rectos
entre elas. Desta forma, construiu, para
demonstração nas aulas, o motor de indução
(tipo em campânula) representado na figura.
G. Ferraris não atribui valor comercial ao seu
invento, e foi Nikola Tesla que, nesses anos,
estudava os problemas dos sistemas polifásicos
(difásicos)
de
corrente
alternada
quem
apresentou um conjunto de patentes e uma
comunicação ao A IE E (em 16 de Maio de 1888)
onde apresentou o desenho de um motor
eléctrico difásico.
O motor era formado por um anel folheado,
com quatro bobinas ligadas duas a duas a cada
fase de um alternador difásico. O induzido é
um disco de ferro, que pode ser cortado de
forma “a fazer passar de uma lado ao outro a
maior quantidade de fluxo”, mas tal não é
essencial. Trata-se de um motor síncrono (de
relutância) .
Alguns meses depois Tesla
verificou que
podia utilizar o deslocamento dos pólos do
campo indutor para “desenvolver correntes
eléctricas num condutor fechado, mantido sob
a influência do campo do motor de forma a
provocar a rotação pela reacção dessas
correntes sobre o campo indutor”; estava
apresentado um motor de indução.
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