tecnologia RESSONÂNCIA MAGNÉTICA e seu papel na medicina atual Em três de julho de 1977, após sete longos anos de estudos científicos, era realizado o primeiro exame de ressonância magnética (RM) em um ser humano, feito este que mudou o cenário da medicina moderna. Foram necessárias quase cinco horas naquele fatídico dia para produzir uma única imagem de resolução bastante discutível. Fora chamado naquele dia de “exame indomável”. Passados 33 anos, o exame de ressonância magnética antes indócil, evoluiu muito, culminando hoje com os modernos aparelhos de alto campo magnético em atividade clínica (1,5 Tesla; 3.0 Tesla), com definições anatômicas fidedignas, grande precisão diagnóstica e um tempo de aquisição comparativamente muito menor (hoje em média 15-30minutos para realizar todo exame com centenas de imagens). As indicações no início restritas fazem parte do passado. Hoje, pode-se dizer que a ressonância magnética está no dia a dia de todas as especialidades, em algumas delas, sendo quase que imprescindível. Persistem, no entanto, muitas inseguranças e dúvidas sobre esta tecnologia relativamente nova, tanto entre os médicos como entre os pacientes. Diferentemente da tomografia computadorizada, a ressonância magnética não se utiliza de radiação ionizante e sim de campos magnéticos e ondas de radiofreqüência, cujos efeitos colaterais hoje conhecidos são infinitamente menores que os da radiação, tornando a ressonância extremamente segura e às vezes o método de escolha, principalmente nos dias atuais em que a preocupação com as doses de radiação em exames diagnóstico tem se tornado cada vez mais presente. De uma maneira simplista, as imagens são formadas a partir 14 da diferenciação das quantidades de água dos tecidos corpóreos, o que faz este, um excelente exame para avaliação das chamadas partes moles corpóreas (músculos, tendões, ligamentos, órgãos abdominais, cérebro, líquidos corporais, mamas entre outros). Ainda existem algumas contra-indicações ao exame, como pacientes portadores de estruturas metálicas ferromagnéticas, marca-passos, neuroestimuladores, implantes metálicos entre outros, no entanto hoje, a grande maioria destes dispositivos são confeccionados com materiais compatíveis com ressonância, tornando-o muitas vezes o método de imagem de escolha. Outro grande temor enfrentado por alguns pacientes é a “sensação” claustrofóbica, hoje contornada na grande maioria das vezes através da humanização do exame (realização do exame fora do ambiente hospitalar, conciliada à presença de uma equipe de profissionais bem treinada). Nas situações mais exacerbadas de fobia, vale-se de sedação, uso de medicação ansiolítica e até acupuntura. No que tange à indicação, no campo da ortopedia e neurologia já é a ressonância, um método extremamente difundido e consagrado, denso hoje, imprescindível a estas especialidades. Já noutras áreas médicas, a ressonância está cada vez mais presente; »» GINECOLOGIA Embora a ultrassonografia ainda seja o método de escolha para a avaliação inicial da pelve feminina, a RM tem se tornado uma importante aliada, permitindo excelente detalhamento dos vários órgãos. É hoje um excelente exame para avaliação de massas pélvicas, anomalias congênitas uterinas complexas, localização e avaliação pré-operatória e pós-operatória de Responsável Técnico: Dr. Luiz Antonio Gubolino (CRM 61812) miomas, controle e diagnóstico de endometriose, avaliação e seguimento de tumores ginecológicos (útero, colo de útero e ovários) e pesquisa de causas de infertilidade. »» MASTOLOGIA Hoje está consolidada como uma importante ferramenta no diagnóstico precoce e no tratamento do câncer de mama devido a sua altíssima sensibilidade (superior a 95%) na detecção de pequenos focos de tumor. Tem como indicações já estabelecidas na literatura médica; o rastreamento de pacientes de alto ou moderado risco para câncer (com antecedente familiar), nos pacientes com mamas muito densas; planejamento cirúrgico em casos de câncer confirmado, por permitir identificar outros focos na mesma mama ou na mama contralateral que tenham passado despercebidos; na diferenciação de lesões mamárias benignas e malignas; no seguimento pós-operatório/ pós radioterápico quando as distorções mamárias são complicadores diagnósticos; nas próteses mamárias para avaliação de sua integridade e roturas intra ou extra capsulares. »» GASTROENTEROLOGIA Uma excelente ferramenta no seguimento das hepatopatias crônicas (virais, alcoólicas, autoimunes etc) com a detecção precoce das neoplasias hepáticas ou lesões suspeitas/ pré-cancerígenas; na diferencição de lesões malignas e benignas dos diversos órgãos abdominais não possíveis por ultrassonografia ou tomografia; quantificação da deposição de ferro hepático; avaliação das vias biliares através da colongioressonância, substituindo métodos mais invasivos; seguimento e estadiamento de cânceres; »» UROLOGIA Uma ferramenta extremamente útil na avaliação hoje do câncer da próstata, auxiliando urologista no direcionamento correto das áreas a serem biopsiadas, na constatação de multiplicidade de focos prostáticos, muito comuns, na avaliação do comprometimento extra capsular e estruturas adjacentes, auxiliando a indicação e o planejamento cirúrgico; acompanhamento pós-operatório/ pós-radioterápico. Soma-se ainda a espectroscopia prostática que é capaz de detectar e mensurar os metabólitos presentes no câncer, aumentando a acurácia diagnóstica; avaliação de processos obstrutivos com a uroressonância. »» ONCOLOGIA Além de sua aplicabilidade no diagnóstico, estadiamento, planejamento terapêutico e seguimentos já estabelecidos, uma sequência chamada DIFUSÃO (sensível à mobilidade das moléculas de água), vem emergindo como uma grande ferramenta no estadiamento e rastreamento de corpo todo, na pesquisa de metástases e neoplasias primárias, sendo fonte de inúmeros trabalhos científicos hoje em andamento. »» ORTODONTIA Na avaliação da articulação têmporomandibular com excelente definição do disco articular bem como dos ventres musculares e estruturas ósseas articulares. Dr. Leandro Ribeiro CRM 103998 Especialidade - Radiologia. Formação - Escola Paulista de Medicina, com residência na Universidade de São Paulo.