A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO O FUNDAMENTO FENOMENOLÓGICO DA GEOGRAFIA TUANIANA LETÍCIA PÁDUA1 Resumo: pensar as matrizes que sustentam o pensamento dos grandes autores é um dos caminhos possíveis para o desvelamento de uma ciência melhor substanciada, que vá de encontro a uma verdadeira refundação epistemológica e, quem sabe, até ontológica. Com este intuito é que apresento aqui um ensaio sobre a filosofia que sustenta a obra de Yi-Fu Tuan, reconhecido geógrafo humanista, de obra pungente e expressiva, mas que ainda carece de desvelamento e zelo por parte de seus inúmeros leitores. Com um conjunto de citações de mais de três mil livros ao longo de sua bibliografia, trouxe aqui um pequeno recorte na filosofia fenomenológico-existencialista, de autores como Bachelard, Merleau-Ponty, Sartre, Langer, Arendt, Santanaya e tantos outros que contribuem para o edifício da geografia humanista. Palavras-chave: Filosofia; Geografia Humanista, Yi-Fu Tuan. Abstract: think matrices that support the thought of the great authors is one of the possible paths for the unveiling of a science better substantiated , that meets a real epistemological refounding and maybe even ontological . To this end I present here is an essay on the philosophy that underpins the work of Yi- Fu Tuan , recognized humanist geographer, poignant and expressive work but still lacks unveiling and zeal by its many readers. With a collection of over three thousand books citations throughout his bibliography, here brought a small cutout on the phenomenological- existentialist philosophy, authors like Bachelard , Merleau -Ponty , Sartre , Langer , Arendt , Santanaya and many others who contribute to the building of humanistic geography. Key-words: Philosophy; Humanist Geography; Yi-Fu Tuan. 1 – Introdução A Geografia Humanista, de fundamento fenomenológico, surgiu nos Estados Unidos com maior força a partir da década de 1960, apesar de reconhecermos suas origens primevas em textos de grande envergadura, mas que à época foram eclipsados pela corrente hegemônica, como “Terrae Incognitae: the place of the imagination in Geography”, de John K. Wright, publicado em 1947, e a obra-prima “L’Homme et la Terre”, de Eric Dardel, publicado em 1952. Tendo conhecido seu auge naquele país na década de 1970, deveu grande parte de suas publicações e abordagens a um grupo de pensadores que estudavam e lecionavam no EUA, como Anne Buttimer, James Duncan, Nicholas Entrikin, David 1 Docente da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM. E-mail de contato: [email protected] 5385 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO Ley, David Lowenthal, Douglas Pocock, Douglas Porteous, Edward Relph, Robert Sack, Marwyn Samuels, David Seamon e Yi-fu Tuan. Foi Tuan que, em 1976, primeiro situou formalmente a geografia humanística2 como a área do conhecimento que procurava compreender as experiências dos seres humanos, assim como sua compreensão sobre espaço, lugar e o mundo natural (SEAMON; LUNDBERG, 2015). Percorrendo os caminhos da geografia humanista facilmente encontraremos as pontes, ligações, conexões, trilhas e passagens abertas por Yi-Fu Tuan. Seu modo particular de escrever, de construir textos como pensamentos postos em palavras e sua profunda ligação com a literatura construiu um conjunto de obras clássicas, de leitura envolvente, temáticas surpreendentes e que, ainda assim, podem conter metodologia e epistemologias tacitamente expostas. Como sujeito de livre-pensar e que, assume toda uma Geografia feita a partir de si, de suas experiências, de sua arguta observação do mundo e, sobretudo, da experiência e visão de mundo que encontra nos romances e na literatura em geral, Tuan entende que as regras formais de constituição de textos científicos tendem a cercear a sensibilidade e imaginação do pesquisador. Deste modo, é coerente que o autor não se detenha na clara explicitação de suas matrizes do pensamento que tendem a ficar subjacentes. Ainda em concordância com sua posição frente à Geografia, em relativamente poucas oportunidades encontramos citações literais, diretas, nos textos de Tuan. Ele mesmo coloca que “This dependence on extensive citation may be counted an ambivalent virtue, however, for it tends to overshadow the author’s own point of view, to allow less space for the development of his own arguments” (TUAN, 1998a, p.445) Em Morality and Imagination (TUAN, 1989, p.IX) há uma rara oportunidade em que Tuan declara: Since this essay does have a philosophical-literary tenor, I see a duty to acknowledge the philosophers and schools of thought that have influenced me. By “philosophy”, I have in mind the old meaning of wisdom or an outlook on life and world. My greatest debt is to Iris Murdoch, Simone Weil, and Ludwig Wittgenstein, as much for their lives as for what they have written. Durante a década de 1970, até meados dos anos 1980, Tuan usava a grafia “humanística”. Desde então, o autor passou a usar a grafia “humanista” por entender que esta última abrange a humanidade em suas plenitudes cognitivas, perceptivas e experienciais. Geografia Humanista é a forma que será usada neste texto. 2 5386 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO They have all tried to live their philosophy: they are in this sense true moral philosophers. As for school of thought, existentionalist-phenomenology may well be the single strongest influence, but more for its concrete descriptive psychology than for its high ontological flights. And in this bias toward the concrete - toward the specific cultural instance - I no doubt reveal my own background of learning and thinking in anthropogeography . A partir de uma profunda curiosidade sobre temas, problemas e abordagens da Geografia tuaniana, construí uma tese em 2013 que procurou desenlear a vasta obra deste autor, escrutinando e sistematizando suas contribuições, essências, persistências e até temário impersistente (PÁDUA, 2013). Com o objetivo de compreender a influência das matrizes de pensamento na obra e dada a latente supradisciplinaridade de Tuan, mapeei os autores e obras citadas ao longo de sua carreira. Procurei, então, elencar quais as contribuições conceituais específicas de cada um dos fenomenólogos para o constructo conceitual de Tuan. A profusão de autores e livros citados por Tuan – que chegam a mais de três mil títulos diferentes – torna a sistematização quase inócua. Ainda assim, consideramos importante um ensaio, aqui delineado, que buscasse ao menos explicitar algumas dessas bases e influências. Não há dúvidas de que é na literatura que encontramos as bases mais consistentes do autor: dificilmente um texto foi escrito por ele seu recorrer a C.S. Lewis, John Updike, Shakespeare, D.H. Lawrence ou Saint-Exupery. Entre os geógrafos, bem menos numerosos e constantes, destacam-se Sauer, Lowenthal, Robert Sack e Mumford, historiador que Tuan considera um grande geógrafo. Na filosofia, há referências aos pré-socráticos, mas chamam a atenção as bases em Bachelard, Focault, Hanna Arendt, Heidegger, Iris Murdoch, Suzanne Langer, Lèvi-Strauss, Merleau-Ponty, Piaget, Sartre, Simone de Bouvoir, Santanaya. Ainda devemos mencionar a leitura de algumas obras de Adorno, Bergson, Luckács, Kierkegaard, Schutz e Wittgenstein. Este ensaio, então, faz um mergulho nos filósofos citados nos livros de Tuan, procurando compreender quais as noções, conceitos e estruturas de conhecimento cada um deles forneceu ao autor. Saliento que os autores enumerados são os que foram citados por Tuan em seus livros, o que, claro, não circunscreve todos os que foram lidos, que certamente formam um conjunto impossível de mapear. 5387 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO 2 – Matrizes Como já mencionado, justamente pelo posicionamento do livre-pensar, não são numerosas as citações de filósofos na obra de Tuan. Neste ensaio, percorrerei apenas os livros por dois motivos: primeiro por uma questão de viabilidade da síntese e foco nas influências de acesso mais fluido; segundo porque os livros são, em geral, grandes compêndios das discussões e pensamentos colocados anteriormente em alguns artigos. Ou seja, é comum que Tuan publique dois ou três artigos acerca de uma temática que é, logo a seguir, desenvolvida com mais profusão em um livro. Deste modo, os livros são bastante representativos de sua Geografia. O Tuan geógrafo humanista publicou dezenove livros (há quatro livros anteriores, dedicados sobretudo aos aspectos físicos da Geografia), em quatorze deles há citações e referências a filósofos fenomenológos, estruturalistas ou existencialistas. Seu famoso clássico “Space and Place” (TUAN, 1977) menciona oito filósofos em treze citações, a saber: Paul Ricoeur, Jean Piaget, Jean-Paul Sartre, Gaston Bachelard, Susanne Langer, Ernst Cassirer, Maurice Merleau-Ponty e Simone de Bouvoir. A obra é, no entanto, uma exceção. Em nenhum dos outros livros Tuan ultrapassa quatro citações. Em outra clara demonstração de que não se “aprisiona” a uma única matriz de pensamento, é importante destacar que o maior número de livros em que um filósofo foi citado, foram quatro vezes – caso de Sartre, Langer, Hanna Arendt e Levi-Strauss. O intuito aqui é trazer uma visada qualitativa, que permita compreendermos sobre quais bases Tuan erige seu pensamento. Os números acima colocados nos permitem apenas uma primeira aproximação sobre a questão da sistematização dessa obra tão densa. 5388 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO 2.1 - Filosofia existencial e fenomenologia Em cada um dos filósofos aos quais Tuan recorre, é possível encontrar uma base, uma substância em que ele faz pequenos mergulhos para alimentar seu argumento. A partir da obra “Saint Genet” de Jean-Paul Sartre, por exemplo, Tuan (1984; 1998b; 2012) reflete sobre o exercício do poder enquanto essência humana. Exercemos poder uns sobre os outros desde sempre, assim como exercemos poder sobre as plantas, animais domésticos, e até sobre a água. Esse exercício do poder pode se relacionar com a sobrevivência, com a própria cadeia alimentar. No entanto, o que nos é peculiar é o exercício do poder apenas pelo poder – baseado na concepção sartreana de que a humanidade é quase sempre reduz a natureza à noção de que ela deve ser consumida pela civilização, sendo o luxo, o maior exemplo do domínio da natureza e o “rebaixamento” de seres humanos submissos à condição de natureza. Assim, temos que “In the eyes of the rajahs, the pearl fisher did not differ much from the pig that noses out triffles; the labor of the lacemaker never made of lace a human product, on the contrary, lace made a laceworm of the lacemaker” (SARTRE, 1952, apud TUAN, 1984, p.14; 1998b, p. 127-128; 2012, p.54). Baseando-se em outra obra “The Body” de Sartre e, desta vez, trazendo também a “Fenomenologia da Percepção” de Merleau-Ponty para a reflexão, Tuan (1977, p.45) pensa sobre o corpo enquanto extensão na nossa relação com o mundo. O corpo é medida das coisas, como a polegada da televisão, os pés da altitude do avião, mas é também escala daquilo que percebemos e com o que nos relacionamos. Por exemplo, grandes arranha-céus, por estarem fora da escala humana, são, por vezes, obliterados da nossa percepção, assim como as pequenas formigas que cruzam nossos caminhos todos os dias. Percebemos coisas em uma escala humana, sobretudo o que cabe no nosso campo de visão cotidiano. Essa mesma lógica pode ser aplicada ao tamanho das coisas e nossas referências: Merleau-Ponty (1999) comenta que, por exemplo, dizemos que há um livro sobre a mesa, mas raramente, que há uma mesa embaixo do livro. Isso se 5389 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO explica pela extensão do nosso corpo em relação ao movimento do livro, que podemos fazer com facilidade – colocando ora aqui, ora ali – em oposição ao movimento da mesa que, pesada e grande, se faz com mais dificuldade. É em Susanne K. Langer que Tuan se apoia com maior abrangência. Dona de uma obra que deve ser lida em um conjunto de três livros em ordem cronológica: Filosofia em Nova Chave, de 1942, Sentimento e Forma, de 1953 e, finalmente, Mind: an essay in human feeling, obra em três volumes publicada entre 1962 e 1982. A própria autora considera essas três obras encadeadas em um movimento de aprofundamento e expansão das questões levadas à reflexão. Filosofia em Nova Chave versa sobre o simbolismo enquanto característica fundamental da cognição humana, como elemento que nos afasta e difere dos animais. O principal argumento da autora é de que a arte é a expressão simbólica do conhecimento e dos sentimentos do artista. Esta tese foi mais profundamente desenvolvida em Sentimento e Forma onde a arte foi tratada enquanto expressão simbólica não-discursiva e não-sistemática, desenvolvendo uma teoria sobre a ilusão simbólica, a criação artística, a abstração e a apresentação, chamada de forma. A autora considera que ainda faltava a reflexão sobre a necessidade da arte enquanto forma orgânica, e as relações entre mente e corpo em um ente biológico e sua transcendência à própria bioquímica, buscando compreender o quê e como nos afastamos de nossa animalidade, levando a uma teoria da mente, na sua obra mais madura Mind (LANGER, 1967). Assim, embora faça referência à Filosofia em Nova Chave em Space and Place (TUAN, 1977) , é em Mind: na essay in human feeling que o autor mais se substancia. A primeira obra foi evocada para fazer uma discussão sobre a passividade ou atividade da experiência, considerando a discussão de Langer sobre dois mundos – o físico e o dos sentidos – o primeiro é construído pela abstração matemática e o segundo, que é o mundo real, é construído pela abstração que os órgãos do sentido fornecem. Desta forma, a experiência é ativa e passiva ao mesmo tempo, uma vez que temos sentidos com ambas as características (TUAN, 1977). Tuan (1977) ainda recorre a Langer nesta obra ao pensar a música como produtora da sensação de distância – aumentamos a voz para falar com quem está longe - e 5390 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO espaço – sons graves são “volumosos”, os agudos são “cortantes”. Do mesmo modo, o espaço traz consigo sensação de tempo – o comprimento parece durar! Mind permite uma reflexão que perpassa mais de duas décadas nos livros de Tuan, sobre a relação do corpo e, sobretudo dos sentidos, com o mundo, na construção de nossa experiência. O corpo é, para Tuan, a base de toda a geografia que construímos, uma vez que a construímos a partir de nós mesmos. Como dito acima, em Merleau-Ponty e Sartre, Tuan procura argumentos que demonstrem o modo como usamos o corpo como medida das coisas em nossa relação com elas. Com Langer, o foco é nos sentidos, sobretudo os cincos sentidos clássicos – visão, audição, tato, olfato e paladar. Temos, com o corpo sensações como de vastidão ou de restrição que são extensões de nós mesmos – sentimos amplidão ao adentrar uma grande catedral, mas não temos a mesma sensação ao defrontar uma vasta planície. Para Langer (1967) isso se explica pela arquitetura ser o efeito da nossa expressão das formas puras (TUAN, 1974). Langer é também importante na reflexão sobre a concepção dos sentidos proximais, como a audição, olfato e o tato, que passam a ser nossa maior possibilidade de experiência indireta do mundo. Temos, inclusive, que reconhecer a construção cultural destes sentidos, uma vez que, com o tempo, passamos a evitar por exemplo, cheiro de podre que, segundo a autora, nos lembra a morte, mas que não é tão desagradável para crianças ou animais (TUAN, 1977; 1986; 1993). A Poética do Espaço, de Bachelard, inspirou Tuan (1977; 1982; 2013) para a discussão sobre a noção de lar e da casa enquanto representação do nosso eu e nosso eu-social. O Eu habita, na imaginação, o sótão, nas necessidades mais vulgares e mundanas, o porão, e o eu-social, que se projeta para o mundo, habita a sala de estar. De forma que “O corpo é uma casa, e a casa é um corpo” (BACHELARD, 1998, p. 29). No lar nos permitimos ficar vulneráveis, é onde todas as nossas necessidades são satisfeitas, ainda que sejamos crianças indefesas, idosos fragilizados, ou estejamos doentes. Assim, temos no lar o centro do eu, o lugar de onde parto e para onde volto todos os dias. 5391 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO 3 – Pensamentos de Partida Como ensaio, este texto deve ser lido como inacabado. Embora parta de uma sistematização realizada há quase dois anos, é uma abordagem ainda nova sobre ela, em uma leitura que demanda um movimento de verdadeira escavação em busca dos pilares sobre qual erguemos nosso constructo teórico. O intuito é fornecer uma primeira leitura, que será posteriormente complementada com outros autores, a investigação dos artigos, capítulos de livros e até resenhas, para que possamos, nós mesmos, buscar os pontos de partidas dos caminhos trilhados por Tuan, objetivando que, possamos a partir destes pontos, trilhar outros caminhos ainda a serem desvendados. 4 – Referências BACHELARD, Gaston. A Poética do Espaço. Tradução Antônio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 1998. LANGER, Susanne. Mind: an Essay in Human Feeling. Volume I. Baltimore: The Johns Hopkins Press, 1967. MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. Tradução Carlos Alberto Ribeiro de Moura. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. PÁDUA, Letícia. A Geografia de Yi-Fu Tuan: Essências e Persistências. 2013. Tese (Doutorado em Ciências – Geografia Física) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. SEAMON, David; LUNDBERG, Adam. Humanistic Geography. In: RICAHRDSON, Douglas (ed.). International Encyclopedia of Geography: People, the Earth, Environment, and Technology. New York: Wiley, 2015. TUAN, Yi-Fu. Topophilia: A Study of Environmental Perception, Attitudes, and Values. Engelewood Cliffs: Prentice-Hall, 1974. ______. Space and Place: The Perspective of Experience. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1977 ______. Landscapes of Fear. New York: Pantheon Books, 1979. 5392 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO ______. Segmented Worlds and Self: Group Life and Individual Consciousness. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1982. ______. Dominance and Affection: The Making of Pets. New Haven: Yale University Press, 1984. ______. The Good Life. Madison: University of Wisconsin Press, 1986. ______. Morality and Imagination: Paradoxes of Progress. Madison: University of Wisconsin Press, 1989. ______. 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