ELECTRODINÂMICA - é a parte da física que estuda os circuitos eléctricos ANALISE DE CIRCUITOS EM CORRENTE CONTÍNUA CIRCUITO Um circuito eléctrico é uma conecção entre elementos eléctricos, todos ligados num caminho fechado de modo a permitir a fluência contínua da corrente eléctrica. Considere um circuito simples constituído por 2 elementos eléctricos conhecidos, a bateria e uma resistência. Cada elemento é representado por 2 terminais também denominados nós. O elemento básico tem dois nós e, nãopode ser subdividido em mais nenhum elemento. Pode ser descrito matematicamente em termos das variáveis eléctricas corrente e tensão eléctricas. 1 CORRENTE CONTÍNUA Intensidade de corrente eléctrica ou corrente eléctrica num meio condutor (sólido, líquido ou gasoso), a quantidade de carga eléctrica que atravessa qualquer superfície desse condutor colocada normal à direcção do movimento da carga (corte transversal do condutor) por unidade de tempo. i= ∆Q ∆T Quando o intervalo de tempo ∆t tende a zero, a intensidade média de corrente eléctrica passa a ser considerada intensidade instantânea de corrente eléctrica. ∆q dq (t ) i ( t ) = l im = Corrente instantânea : ∆t →0 ∆ t dt C s = Ampere Os portadores de carga eléctrica movem-se ordenadamente ao longo de um condutor, graças a uma d.d.p. criada por dispositivos apropriados. 2 Classificação da corrente eléctrica – pode ser classificada em corrente contínua (c.c. / direct current) e corrente alternada (c.a. / alternating current ). CORRENTE CONTÍNUA – quando os portadores de carga se movimentam sempre no mesmo sentido. A intensidade de corrente eléctrica é constante no decorrer do tempo. Uma corrente variável no tempo i(t) pode tomar diversas formas, tais como rampa, sinusoidal ou exponencial. CORRENTE ALTERNADA – é uma corrente sinusoidal, quando os portadores de carga deslocam-se ora num sentido ora noutro, em torno de uma posição média no condutor. 3 Cada oscilação completa do electrão – ciclo Nº de ciclos que o electrão realiza no intervalo de tempo de 1 segundo – frequência [ciclo/segundo = Hertz] 4 CIRCUITO ELÉCTRICO SIMPLES Representação esquemática 5 LEI de OHM ∆l=v. ∆ t ⇐ a distância percorrida em média pelo electrões com uma velocidade média de v, num intervalo de tempo, ∆t. N=n. ∆V =n.S.∆l⇐ Atravessarão a superfície S todos os electrões que estejam a uma distância de S, ou seja, os electrões contidos no volume ∆V= S.∆l. O nº de electrões contidos nesse volume é: N=n.∆V=n.S.∆l A carga que atravessa S no intervalo de tempo ∆t é: ∆Q=e n S ∆l e=carga do electrão A corrente no condutor metálico é: ∆Q ∆l I= = enS = enSv ∆t ∆t NOTA: Sendo a carga do electrão negativa, a corrente I é também negativa. Densidade da corrente eléctrica J é a corrente por unidade I J = = nev de área A: A Se a densidade de corrente eléctrica for constante ao longo da área A, a corrente através de A é: r I = ∫ J • nˆ dA 6 Sentido da Corrente Eléctrica Pensava-se que o movimento de portadores de carga eléctrica estava condicionado ao movimento de portadores de carga positiva (Benjamim Franklin). Por isso convencionou-se orientar a corrente no sentido contrário ao sentido real que é o sentido dos portadores de carga negativa. SENTIDO REAL- é o sentido em que fluem os portadores de carga negativa. SENTIDO CONVENCIONAL- é o sentido oposto ao sentido convencional, i.e. em que fluem os portadores de carga positiva. Densidade de corrente é um vector que aponta na i J = direcção do fluxo de corrente com amplitude A, onde A é a superfície normal à direcção da corrente. Para superfícies arbitrárias: i = ∫ J • nˆ dA S 7 Em 1827 Georg Simon Ohm desenvolveu uma das mais importantes leis dos circuitos eléctricos: A lei de Ohm: V=RI Que teve de esperar 22 anos para ser reconhecido pela comunidade científica. A resistência de um condutor é uma grandeza macroscópica que, traduz a oposição desse condutor ao movimento dos portadores da carga. Na prática não se utiliza a lei de Ohm para calcular a resistência mas para determinar a d.d.p. Para qualquer condutor metálico, existe uma proporcionalidade constante (a resistência) entre a d.d.p. entre os seus terminais e a corrente que o percorre. 8 Resistência Quando Ohm descobriu experimentalmente a sua lei, fê-lo somente para condutores metálicos a tº constante A lei de Ohm não é uma lei fundamental como a Lei de Newton mas uma descrição matemática de uma propriedade intrínseca de muitos materiais. No entanto, há muitos outros condutores para os quais a proporcionalidade entre V e I é aprox. constante e, aos quais poderemos aplicar a lei de Ohm, elementos lineares ou óhmicos. Elementos não lineares onde a razão V e I não é constante (ex: díodos e transístores) 9 Nos Materiais ôhmicos a resistência é ∝ ao comprimento do fio, L, e 1/∝ à área da sua secção, A const. de proporcionalidade é a resistividade ρ do condutor, que é uma propriedade da substância que constitui o condutor. L R=ρ [Ω] A Resistividade eléctrica ρ [Ω.m] – é uma propriedade eléctrica microscópica característica de cada substância e traduz a capacidade do material resistir ao fluxo dos portadores de carga. 1 -1 -1 ρ = Condutividade eléctrica [Ω .m ] σ Densidade eléctrica ∆V = RI r r AV = ∫ Edl =|| E || L r r || E || L = RJA || E || L = RI => => R = ρ L I = AJ A r 1 r r J = E = σE ρ 10 ρ σ EFEITOS DA CORRENTE ELÉCTRICA • EFEITO MAGNÉTICO Em 1820 Orsted descobriu casualmente que, ao colocar-se uma bússola próximo de um condutor onde circula uma corrente eléctrica, ocorre um desvio na agulha. Efeito magnético acompanha sempre a passagem de corrente eléctrica. 11 • EFEITO QUÍMICO Este efeito ocorre quando uma corrente eléctrica atravessa soluções electrolíticas, provocando transformações químicas como por exemplo electrodeposição Corrente eléctrica nos líquidos deve-se ao deslocamento de iões e não de electrões como nos metais. Como consequência nos líquidos a corrente eléctrica é acompanhada de deslocamento de matéria, o que não acontece nos sólidos • EFEITO DE JOULE (TÉRMICO) AO estabelecer-se um d.d.p. num metal, os eléctrões adquirem um movimento ordenado e orientado, que se traduz num aumento da sua velocidade média. O número de interacções dos electrões com os iões da rede cristalina aumenta, aumentando, a agitação térmica da rede, pois os electrões fornecem parte da sua energia cinética aos iões da rede. O aumento da agitação térmica corresponde a uma elevação da temperatura da estrutura cristalina. secadores, torradeiras, etc. 12 Resistência Eléctrica Todo o condutor que, quando percorrido por uma corrente eléctrica, transforma integralmente energia eléctrica em energia cinética é denominado de resistência. Materiais que se comportam como resistências eléctricas são os condutores metálicos e a grafite. Representação de uma resistência: Resistência de Fio - é constituído por um fio metálico enrolado sobre um suporte cilíndrico isolante. Usado para controlar correntes de elevada intensidade. 13 14 Associação de Resistências • Série ∆V=V1+V2+V3=I(R1+R2+R3) n Rtotal= R 1+R2+R3 <=> Req = ∑ Ri i =1 • Paralelo 1 1 1 1 = + ⇒ = Req R1 R2 Req 1 RR 1 2 p/ 2 resistências: Req = R + R 1 2 ∑ Ri n i =1 Definindo a conductância como o inverso da resistência G=1/R n Assim para o paralelo: Geq = ∑ Gi i =1 15 Divisores de Tensão Vtotal I= V = R I total Req V V R eq ⇔ ⇔ total = i ⇔ Vi = i Vi Req Ri Req Vi = Ri I I = Vi Ri 16 Divisores de Corrente 1 I V = Req I tot ⇔ V = 1 1 1 tot 1 + + .. + ⇔ Ri I i = I tot ⇔ 1 1 1 R R R 1 2 n + + .. + V = Ri I i R1 R2 Rn 1 Ri G 1 1 Ii = I tot ⇔ I i = I tot = i I tot 1 1 1 1 1 Ri 1 Geq + + .. + + + .. + R1 R2 Rn R1 R2 Rn 17 Curto-Circuito I cc = ∆V →∞ R→0 Consequências: inoperância dos outros elementos do circuito, lâmpada com brilho intenso ou mesmo fundida. 18 Circuito aberto Aparecem devido a ligações partidas, oxidação, falta de componentes, etc. Luzes fundidas ∆V = RI ∆V I= →0 R→∞ Luzes funcionam ∆V = RI ∆V I2 = OK! R2 19 RESOSTATOS Reostato ou potenciómetro é uma resistência variável o que provoca uma variação na intensidade de corrente eléctrica. O reostato é uma resistência de fio sobre o qual corre um cursor metálico que isola parte dessa resistência, desviando a corrente eléctrica para um terminal preso a ele. 20