Elaboração de um Guia de identificação de Aves Urbanas no âmbito da Agenda 21 Escolar do Colégio Termomecanica – CEFSA – São Bernardo do Campo Prof. Andrés Calonge – Méndez Biólogo pela UNESP – SJRP; mestre e doutor em Ciências pela USP – SP. Centro Educacional da Fundação Salvador Arena – CEFSA – Colégio Termomecanica. Resumo O colégio Termomecanica criou a Agenda 21 Escolar, com a finalidade de alinhar as ações ambientais desenvolvidas pela instituição, contribuir com a comunidade do entorno e desenvolver novos projetos ambientais envolvendo a comunidade escolar. Um dos projetos realizados no âmbito da Agenda 21 Escolar do colégio Termomecanica foi a elaboração de um guia de identificação de aves urbanas, baseado no registro in loco das espécies de aves mais comuns nas dependências do Centro Educacional da Fundação Salvador Arena – (CEFSA), em São Bernardo do Campo. O “Guia de Identificação de Aves Comuns em Áreas Urbanas: Aves no CEFSA” tem 26 espécies de aves identificadas pelos alunos autores do guia. Ressalta-se que na lista de aves do CEFSA relacionada a este projeto, entraram apenas aquelas espécies identificadas pelos alunos, mas há uma lista de aves que já tem mais de 80 espécies de aves identificadas na área. Todas as espécies são comuns em ambientes urbanos antropizados e servem bem ao propósito de inserir os alunos na ornitologia amadora, como também para criar um material de apoio, consulta e referência em futuros trabalhos de educação ambiental nos diferentes ciclos escolares do colégio Termomecanica. Ressalta-se que em 2012 o guia já foi utilizado num trabalho de educação ambiental desenvolvido no colégio Termomecanica: “Sensibilização Ambiental por meio da identificação da avifauna urbana em São Bernardo Campo”. Palavras Chaves: Aves urbanas, Guia de identificação de aves urbanas, Agenda 21 Escolar e Educação Ambiental. Relato de experiência Introdução Agenda 21 Escolar do colégio Termomecanica - CEFSA A Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMD) realizada em 2002, conhecida como Rio 92, foi um marco para a discussão da temática ambiental em escala global. Durante o evento, representantes de 170 países e mais de quatorze mil organizações nãogovernamentais (ONGs) deliberaram sobre diversos assuntos e também assinaram uma série de documentos, entre eles, a Agenda 21. A Agenda 21 tem como foco principal a criação de uma agenda com inúmeras ações e intenções em prol do meio ambiente a serem realizadas no século XXI. O documento divide-se em quatro seções, quarenta capítulos e define cento e quinze áreas prioritárias de ação. O documento trata a questão ambiental sob vários enfoques e abrange aspectos econômicos, sociais, políticos, ecológicos e educacionais. Em várias ações prioritárias discriminadas na Agenda 21 notam-se as aproximações com a organização e prática escolar, notadamente a educação ambiental, como por exemplo, “a conservação da diversidade biológica” (seção II – Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento) e “fomento da educação, a capacitação e a conscientização” (seção IV – meios de execução), entre outros. Nesse contexto, o colégio Termomecanica, vinculado à Fundação Salvador Arena, estabeleceu a Agenda 21 Escolar, com a finalidade de alinhar as ações ambientais desenvolvidas pela instituição, contribuir com a comunidade do entorno e desenvolver novos projetos ambientais envolvendo a comunidade escolar. Desse modo, temos que a Agenda 21 Escolar funciona como uma agenda aglutinadora dos diversos projetos de educação ambiental realizados pelo colégio Termomecanica, como a campanha de coleta seletiva de resíduos, a campanha de combate aos pombos-domésticos, a campanha de higienização de bebedouros, a campanha contra o desperdício de energia, a campanha contra o desperdício de água, os estudos sobre o uso e reuso de água, a produção de material para educação ambiental e as campanhas de sensibilização ambiental, entre outras. Avifauna como Ferramenta de Educação Ambiental Apesar dos enormes impactos ambientais perpetrados historicamente na faixa leste do território brasileiro, que comporta a “Mata Atlântica”, a fauna que habita as Florestas Atlânticas ainda mostra-se extremamente diversificada, Entretanto, vários grupos zoológicos encontram-se sob ameaça de extinção, e várias espécies endêmicas, raras e sensíveis habitam este bioma, que é considerado um dos mais ameaçados do planeta (Dean, 1995). A avifauna das Florestas Atlânticas é bastante diversificada e em face do crescimento urbano e industrial, principalmente no sudeste brasileiro, várias espécies estão ameaçadas de extinção. A avifauna da Mata Atlântica é composta por cerca de 682 espécies, dentre as quais, cerca de 200 são endêmicas (Scott e Brooke, 1985; Cracraft, 1985; Stotz et al., 1996), ou seja, restritas a esse bioma. Cerca de 738 espécies de aves ocorrem no Estado de São Paulo, correspondendo a aproximadamente 45% da avifauna brasileira, e mesmo com as intensas modificações ambientais perpetradas pela ação antrópica, cerca de 25% dessa avifauna ocupa áreas extremamente alteradas (Silva, 1998). A Mata atlântica do sudeste apresenta os maiores remanescentes florestais, principalmente aqueles associados á Serra do Mar. No Estado de São Paulo há remanescentes florestais significativos, alguns deles inseridos em Unidades de Conservação. Alguns trabalhos ornitológicos realizados em São Paulo (e.g. Willis e Oniki, 1981) mostraram que o número de espécies de aves vem sendo reduzido significativamente, com algumas espécies tornando-se raras e/ou extintas (Willis e Oniki, 1992). As principais causas desse fenômeno são a degradação ambiental e a fragmentação florestal dos ambientes ocupados pela avifauna. Esses autores verificaram que várias espécies de aves, principalmente aquelas com maiores exigências ecológicas, desapareceram dos fragmentos. A avifauna é um excelente grupo zoológico para trabalhar a educação ambiental dentro das escolas. As aves são o mais conspícuo e bem conhecido grupo de vertebrados terrestres, pois constituem um grupo zoológico cuja observação e identificação é facilitada, principalmente, pela vocalização e coloração, que tornam estes animais bastante conspícuos na natureza. Um considerável número de espécies ocorre na maioria dos ambientes presentes em determinada área, mesmo em áreas urbanas, como a área do Centro Educacional da Fundação Salvador Arena. Devido a essas características das aves, uma grande quantidade de conhecimento sobre sua distribuição, taxonomia, grau de ameaça e biologia, se acumulou ao longo dos anos. Sabe-se que algumas espécies apresentam grande fidelidade a determinados habitats, desaparecendo quando estes são perturbados, sendo consideradas, por tanto, sensíveis. Entretanto, existem outras espécies, mais plásticas ecologicamente, que são favorecidas por perturbações ambientais, tornando-se mais comuns nestes ambientes alterados (Renjifo, 1999). Essas espécies de maior valência ecológica, podem até colonizar ambientes onde antes não ocorriam, devido a mudanças de habitat criadas por um quadro de perturbações antrópicas, como desmatamentos e queimadas. Assim, determinadas espécies, características de fisionomias vegetais abertas, estão aumentando sua distribuição geográfica original, acompanhado a supressão da Floresta Atlântica; e espécies florestais tornam-se cada vez mais isoladas, raras e ameaçadas. Dessa forma, as aves formam um excelente grupo zoológico para trabalhos de educação ambiental. Objetivos O objetivo deste trabalho é a elaboração de um guia de aves urbanas da região de São Bernardo do Campo. O guia será revisto e ampliado constantemente, num período de dois em dois anos, e somente serão incluídas espécies de aves que forem registradas pelos alunos, fazendo com eles sejam os verdadeiros autores do guia, contando apenas com a orientação de um professor de biologia. A elaboração do guia visou contribuir para a formação acadêmica dos alunos envolvidos, visto que ambos declararam seguir os estudos em nível superior na área de biológicas. Finalmente, o guia de aves pretende auxiliar na Agenda 21 Escolar do colégio Termomecanica, no sentido de produzir material de autoria dos alunos e que poderá ser utilizado em projetos de educação ambiental desenvolvidos no colégio. Material e métodos O Centro Educacional da Fundação Salvador Arena (CEFSA) está localizado no bairro dos Alvarengas em São Bernardo do Campo – SP. O CEFSA ocupa uma área de cerca de 131.000 m2 e comporta algumas áreas verdes com árvores nativas e exóticas, principalmente uma área denominada bosque, local de aplicação de projetos ambientais e aulas práticas de ciências e biologia. As aves foram registradas por meio de caminhadas que abrangeram toda a área do CEFSA, mas concentrarem-se nos locais mais frequentados pela avifauna, principalmente no bosque. As caminhadas foram acompanhadas pelo professor de biologia e os alunos foram orientados a fazer as anotações e desenhos dos espécimes observados e a posterior comparação com o Guia de Campo de Aves as Grande São Paulo (Develey e Endrigo, 2004). As vocalizações foram gravadas em gravador SONY TCM e posteriormente comparadas com o acervo de vocalizações disponíveis no site http://www.xenocanto.org/. Finalmente, após as identificações inequívocas das espécies registradas em campo e com a conferência de que os alunos realmente aprenderam a identificar tais espécies, prosseguimos para a elaboração efetiva do guia de campo de aves urbanas do CEFSA. A elaboração foi feita principalmente com base na obra de Sick (1997), inclusive a nomenclatura utilizada, e as figuras foram retiradas da internet. Resultados O “Guia de identificação de Aves Urbanas: Aves no CEFSA” tem apenas 26 espécies registradas, mas ressalta-se que entraram no guia apenas as aves registradas pelos alunos e que eles realmente aprenderam a identificar. Contudo, a área tem mais de 80 espécies registradas. As informações contidas no guia estão estruturadas em sete tópicos, a saber: 1- O Centro Educacional da Fundação Salvador Arena. Este tópico tem uma breve apresentação da área ocupada pelo CEFSA, ressaltando a presença de áreas verdes que podem proporcionar um primeiro contato com a natureza. 2- Equipamento. Este tópico apresenta os equipamentos essenciais para iniciar a atividade ornitólogica amadora, além de fornecer algumas dicas de como proceder para uma observação de aves mais produtiva. Os itens apresentados são binóculos, guia de identificação de aves, caderneta de anotações, lápis garrafa de água, troca de roupa, capa de chuva, boné ou chapéu, canivete, filtro solar, repelente, alimentos e sacos de lixo. 3- Observando as Aves. Este tópico fornece dicas básicas para iniciar a observação amadora de aves, como o uso de roupas confortáveis e de cores neutras, evitar uso de perfumes e desodorantes, desligar o celular, andar de maneira calma e contemplativa, não tocar em ninhos, tomar cuidados com acidentes ofídicos e recolher todo o lixo gerado durante a observação. 4- Identificando as Aves. Este tópico orienta especificamente para a identificação das espécies em campo, ressaltando a observação do habitat, comportamento, formato, tamanho, marcas características, vocalização e padrões de coloração. 5- A Topografia das Aves. Este tópico é relacionado ao anterior e mostra as principais partes da anatomia externa de uma ave para que os alunos possam consultar os guias de campo que utilizam essa terminológa específica, como por exemplo, uropígio amarelo. Assim, o aluno se familiariza com a nomenclatura e pode fazer identificações mais seguras, embasadas e independente de um professor orientador. 6- Onde Observar. Este tópico orienta sobre os melhores horários, estações do ano e locais para a observação das aves. A melhor época para observar aves vai, aproximadamente, desde setembro até final de novembro, período que coincide com os rituais de acasalamento, construção dos ninhos e cuidado com a prole. A parte da manhã sempre é o período mais produtivo, principalmente em dias ensolarados em que no dia anterior estava nublado ou mesmo chuvoso. Os locais mais adequados para iniciar a observação de aves urbanas são parques, praças, ruas arborizadas, quintais, sítios, fazendas, zoológicos e áreas verdes. 7- As Aves do CEFSA. Neste tópico é apresentada a lista de 26 espécies de aves registradas nas dependências do CEFSA. Cada espécie registrada tem uma figura encontrada na internet, o nome científico e popular, segundo Sick (1997), e uma breve descrição de seu padrão de coloração e alguns atributos biológicos e ecológicos que variam de espécie para espécie como tipo de dieta, número de ovos, filhotes e ambientes preferências, entre outros. A nomenclatura utilizada segue a obra de Sick (1997) porque é uma obra de referência nacional que traz informações de praticamente todas as aves brasileiras e mostrou-se útil para os objetivos relacionados à educação ambiental. As espécies registradas são apresentadas na tabela abaixo. Família; nome científico Nome popular ARDEIDAE Casmerodius albus Garça-branca-grande Egretta thula Garça-branca-pequena CATHARTIDAE Coragyps atratus Urubu-comum ACCIPITRIDAE Rupornis magnirostris Gavião-carijó CHARADRIIDAE Vanellus chilensis Quero-quero COLUMBIDAE Columba Lívia Pombo-doméstico Columba picazuro Asa-branca Columbina talpacoti Rolinha-caldo-de-feijão CUCULIDAE Crotophaga ani Anu-preto Guira guira Anu-branco STRIGIDAE Speotyto cunicularia Buraqueira TROCHILIDAE Eupetomena macroura Tesourão FURNARIIDAE Furnarius rufus João-de-barro Synallaxis spixi João-teneném TYRANNIDAE Pitangus sulphuratus Bentevi Myiozetetes similis Bemtevizinho MUSCICAPIDAE TURDINAE Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira TROGLODITYDAE Troglodytes aedon Corruíra MIMIDAE Mimus saturninus Sabiá-do-campo Família; nome científico Nome popular EMBERIZIDAE PARULINAE Parula pitiatumi Mariquita COERIBINAE Coereba flaveola Cambacica THRAUPINAE Thraupis sayaca Sanhaço-cinzento EMBERIZINAE Zonotrichia capensis Tico-tico ICTERINAE Molothrus bonariensis Chopim PASSERIDAE Passer domesticus ESTRILDIDAE Estrilda astrild Pardal Bico-de-lacre Considerações finais A perspectiva de alinhar as ações ambientais de um colégio de grande porte sob uma mesma perspectiva é positiva para a organização, a divulgação, o planejamento e a execução eficaz dos projetos ambientais de uma instituição de ensino. Nesse sentido, a implementação de uma Agenda 21 Escolar mostrou-se eficiente para a organização, orientação e execução de trabalhos e projetos alinhados com a temática ambiental. A Agenda 21 Escolar pretende ser uma linha orientadora e aglutinadora de projetos ambientais e poderia, num futuro próximo, auxiliar na formação de alunos, docentes e comunidade, dando continuidade a projetos como o aqui a relatado. Neste contexto, Agenda 21 Escolar do colégio Termomecanica promove ações de educação ambiental em consonância com algumas ações previstas na Agenda 21 Mundial, notadamente, “a conservação da diversidade biológica” (seção II – Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento) e “fomento da educação, a capacitação e a conscientização” (seção IV – meios de execução). O guia de aves tem poucas espécies registradas porque entraram apenas aquelas espécies mais comuns e registradas e identificadas pelos alunos. Uma lista de aproximadamente 80 espécies já foi elaborada, mas a ampliação do guia de aves, com o acréscimo de novas espécies, será feito apenas a partir das observações dos alunos em campo. Isso pretende que os alunos envolvidos assumam a autoria do guia e também que as informações e conhecimentos adquiridos assumam um significado relevante para os alunos. A s aves formam um excelente grupo zoológico para trabalhar a educação ambiental dentro das escolas. Elas são o mais conspícuo e bem conhecido grupo de vertebrados terrestres, pois são um grupo de facilidade relativa de observação e identificação, vocalizações conspícuas, colorações contrastantes, o que torna as aves o grupo de vertebrados que, de modo geral, a população tem mais contato. Um considerável número de espécies ocorre na maioria dos ambientes presentes em determinada área, mesmo em áreas urbanas, como a área do Centro Educacional da Fundação Salvador Arena, o que mostra o enorme potencial que a avifauna tem em servir de ferramenta para a educação ambiental. Referências Bibliográficas Cracraft. J. (1985) Historical biogeography and patterns of differentiation within the South American avifauna: areas of endemism. In: Buckley, P. A., Foster, M. S., Morton, E. S., Ridgely, R. S. & Buckley, F. G. (eds). Neotropical Ornithology. Washington, American Ornithologists’s Union. p. 49-84. (Ornithological Monographs, n.36). Banco de vocalizações de aves. (http://www.xeno-canto.org/). Dean, W. (1995) A ferro e fogo – A história e a devastação da Mata Atlântica. Companhia das Letras 484 pp. Develey, P. F; Endrigo, E. 2004. Guia de campo: Aves da Grande São Paulo. Ed. Aves e fotos. São Paulo. Kohler, M, C. M; Philippi, A. Jr. 2005. 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