Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Campo Elétrico Introdução: Suponha que uma carga fixa positiva q1 está fixa em um ponto do espaço e colocamos uma segunda carga q2 próxima a ela. Da Lei de Coulomb sabemos que q1 exerce uma força eletrostática repulsiva sobre q2 e poderíamos, conhecidas as cargas e a distância entre elas, determinar a força de interação. Porém permanece a questão: Como q1 "sabe" da presença de q2? Esta questão sobre ação à distância pode ser explicada devido a presença de um campo elétrico, criado no espaço em torno da carga q1. Em um dado ponto P do espaço, o campo elétrico dependerá da magnitude da carga q1 e da distância da carga q1 a P. Quando colocamos q2 em P, q1 interage com q2, através do campo elétrico em P. Como um exemplo prático de ação à distância, durante o vôo da espaçonave Voyager II em torno do planeta Urano, sinais de comando eram enviados da Terra para a espaçonave. Esses sinais enviados por ondas de rádio, (um tipo de onda eletromagnética), eram gerados por meio de oscilações de elétrons em uma antena de transmissão na Terra. O sinal movia-se através do espaço e era recebido pela espaçonave somente quando elétrons na antena receptora da nave oscilavam, 2,3 h depois do sinal ser enviado pela Terra. O sinal se propaga pela velocidade c da luz no vácuo. Este e muitos outros exemplos mostram que a eletricidade, o magnetismo, a ótica podem representar juntas uma maneira conjunta de se explicar um fenômeno. O vetor r identifica o ponto genérico do espaço P(x, y, z). O vetor R r r de Q a P. Podemos ainda escrever: E (r ) Qr 4 0r r r 3 Ou: E (r ) Q x x aˆ x 4 0 x x y y aˆ y 2 y y 2 z z aˆ z z z 2 32 1 O campo devido a n cargas pontuais Q1 localizada em r1 , Q2 localizada em r2 ,..., Qn localizada em rn será dado por: Q1 Q2 Qn E (r ) 2 aˆ1 2 aˆ2 4 r r aˆn 4 0 r r1 4 0 r r2 0 n n Qm E (r ) 2 aˆ m rm1 m 14 0 r Esse resultado é conhecido como o princípio da superposição, que veremos adiante. Figura 2 – (b) Carga de prova na presença de um campo elétrico. ++++++++++++ Objeto carregado a) F + Carga teste ++++++++++++ b) E P. Campo elétrico em P O Campo Elétrico: O campo elétrico é um campo vetorial: consiste de uma distribuição de vetores, um em cada ponto da região em torno de um objeto carregado. Em princípio, definimos o campo elétrico quando colocamos uma carga teste ou carga de prova q0 em uma região do espaço próxima a um objeto carregado, em um ponto P, E como mostra a figura 2 (a): R r r P(x, y, z) Q(x’, y’, z’) r r O (Origem) Figura 2 – (a) Cálculo do campo em P (x, y, z). E (r ) Q 4 0r r 2 r r r r Mede-se a força eletrostática F que atua na carga de prova. O Campo elétrico no ponto P devido a presença do objeto carregado é definido por: F E q0 Aqui: O vetor r localiza o ponto Q da carga . 1 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Tabela III – Valores de Campos elétricos típicos. Campo Na superfície de um núcleo de Urânio Átomo de Hidrogênio (órbita de um elétron) Acelerador de elétrons em um tubo de TV Baixa atmosfera Figura 3 – Representação das linhas de força de uma carga elétrica negativa. A direção de E é a direção da força elétrica e o sentido depende do sinal da carga do corpo carregado. A unidade do sistema internacional (SI) para o campo elétrico é o Newton por Coulomb (N/C). Na figura a seguir ilustramos o sentido do campo elétrico para dois corpos carregados com cargas opostas: Figura 4 – Campo elétrico de carga positiva e negativa. P P E E +++ +++ --------Corpo carregado Ou seja, o campo converge em P para o objeto carregado negativamente e diverge em P para um objeto carregado negativamente. A força atuando entre duas partículas carregadas era pensada como uma interação direta e instantânea entre as partículas: A ação à distância era vista como: Carga 1 Carga 2 Hoje, sabemos que o campo elétrico atua como um intermediário entre as cargas, ou seja, a ação é simbolizada por: Carga 1 campo Carga 2 A tabela a seguir ilustra alguns campos elétricos existentes na natureza: Dentro de um fio de cobre em circuitos de casa Valor (N/C) 3, 0.1021 5, 0.1011 2 105 102 10 2 Linhas de Força - Linhas de Campo Elétrico: Michael Faraday introduziu a idéia de campo elétrico no século XIX, através de linhas de força que preenchiam o espaço ao redor de uma carga elétrica. A relação entre as linhas de campo e o vetor campo elétrico é: 1) Em qualquer ponto, a direção do campo elétrico é o da tangente à curva de linha de força. 2) O número de linhas de força por unidade de área, medida em um plano que é perpendicular às linhas de força, é proporcional à magnitude do campo elétrico E. Ou seja, se as linhas de campo estão mais juntas, o campo é intenso, se estão mais distanciadas, o campo é pequeno. A figura abaixo ilustra as linhas de força para cargas elétricas puntiformes de sinais iguais e de sinais opostos. Figura 5 – Linhas de força de cargas positivas (a) e dipolo elétrico (b). (a) 2 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico 3 (b) Observe que: O número de linhas de força que saem da carga positiva é o mesmo que chegam à carga negativa; as linhas de força não se cruzam em nenhum ponto do espaço e convergem para a carga negativa, divergindo para a carga positiva. Equação das linhas de Força: Observe que: Ey dy dx Observe que as únicas regiões possíveis do campo elétrico resultante se anular estão à direita da carga -2q (carga 2) e a esquerda da carga +8q (carga 1). Assim temos: E E E 1 2 Em módulo temos: E1 E2 . Chamando a distância do ponto à carga 1 de x, teremos: k Ex O campo elétrico de uma carga pontual é dado por: E k q r2 Onde q é o valor da carga, r é a distância do ponto à carga elétrica. Se tivermos diversas cargas puntiformes q1,q2,...,qn , o campo elétrico resultante em um ponto P do espaço é dado pelo princípio da superposição: ERP E1 E2 E3 ... En Exemplo 1 - A figura abaixo mostra uma carga +8q na origem do eixo x e uma carga -2q localizada em x=L. Em que posição o campo elétrico resultante se anula? 2q k x2 (x L)2 0 ( x x L 2 ) 1 4 x 2L Exemplo 2 - O núcleo de um átomo de Urânio têm raio igual a 6,8 fm (Fermi) . Assumindo que a carga positiva no núcleo está distribuída uniformemente, determine o campo elétrico num ponto da superfície do núcleo devido a esta carga. O núcleo tem uma carga positiva Ze, onde o número atômico Z para o átomo de urânio é de Z=92, e e 1, 6.10 19 C é a carga de um próton. Se a carga está distribuída uniformemente, a força eletrostática sobre uma carga de prova na superfície do núcleo é a mesma se toda a carga nuclear estivesse concentrada no centro nuclear. Então: E Figura 6 – Distribuição de cargas do Exemplo 1. 8q E1 E2 1 4 Ze 0 R2 9 , 0.109 92(1, 6.10 19 ) ( 6, 8.10 15 ) 2 2 , 9.1021 N C 3 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Campo Elétrico de um Dipolo Elétrico: Duas cargas de mesma magnitude porém sinais opostos formam um dipolo elétrico. O campo elétrico num ponto P é dado por (Observe da figura): Figura 7 – Representação de dipolo elétrico. p d E (-) + - +q -q P E (+) r r (-) (+) Chamamos de p o momento de dipolo elétrico o produto q.d: p qd p possui sentido da carga negativa para a positiva e direção do eixo do dipolo. Distribuições de Carga: Uma distribuição de carga consiste de muitas cargas pontuais (bilhões) espaçadas ao longo de uma linha, superfície ou volume. Desde que estas distribuições são dita contínua e contém um número enorme de cargas elétricas pontuais, o campo elétrico é encontrado considerando cada carga da distribuição. Nesse caso, é conveniente tratar o problema com o auxílio da densidade de carga, que pode ser de acordo com a tabela abaixo: z Nome Símbolo Carga SI Unidade C C/m q = L Densidade de Carga Linear Densidade de Carga Superficial Densidade de Carga Volumétrica = S C = v C m2 m3 Aqui, escrevemos a densidade de carga volumétrica por: Q v lim v v 0 A carga total num volume finito é: Q v dv V q q 1 ] E E( ) E( ) k k kq [ 11 2 2 1 2 2 ( z d ) ( z 2 2 d) r( ) r( ) Após uma pequena álgebra, chega-se a: q E k [(1 d ) 2 (1 d ) 2 ] 2z 2z z2 É interessante usualmente verificar os efeitos do dipolo a distâncias grandes comparadas com suas dimensões. Assim, suponha que d Pode-se z d a grandes distâncias 1. 2z expandir as duas quantidades no colchetes da equação acima por: q E k [(1 d ...) (1 d ...)] d z 1 z z z2 Teremos o campo elétrico do dipolo dado por: 2qd 1 p E k 3 3 2 z 0 z Campo Elétrico devido a uma distribuição de cargas: E (r ) Q 4 0r r E (r ) v r r r r r r 2 v 4 0 2 r r r r Se somarmos as contribuições para todas as cargas deste volume em uma dada região e considerarmos o volume elementar dv’ tendendo a zero a medida que esses elementos se tornam infinitos, o somatório se torna uma integral: E (r ) v v 4 ( r ) dv r 0 r 2 r r r r A seguir, indicaremos os versores, elementos de volume e transformação de coordenadas que serão úteis na resolução de problemas. 4 4 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Elemento de Volume: Coordenadas Cilíndricas dv Relações: P(, , z) x cos ; y P(x,y,z): sen ; z Relações: P(x,y,z) x2 y2 d d dz z P(, , z): arctg y x z=z z 5 P y âz â âz â â y â x x Relações entre versores coordenadas cartesianas para cilíndricas: Mostramos que: aˆ x aˆ y Vetor deslocamento: r aˆ cos aˆ sen aˆ sen aˆ cos aˆ z aˆ z yaˆ y zaˆ z cos aˆ x sen aˆ y r aˆ zaˆ z zaˆ z Diferenciando a relação acima, vemos que: dr aˆ x cos aˆ y sen aˆ x sen aˆ y cos aˆ z aˆ z Produtos escalares entre os sistemas cartesiano e cilíndrico â xaˆ x Diferencial do deslocamento: Relações entre versores das coordenadas cilíndricas para cartesianas: Manipulando as equações acima, veja que: aˆ aˆ r das â â z sen 0 â x cos â y sen cos 0 â z 0 0 1 d aˆ d aˆ dzaˆ z Coordenadas Esféricas Relações: P(,r, ) x P(x,y,z): rsen sen ; z r cos sen ; y P(,r, ): Relações: P(x,y,z) r x2 y2 arctg arctg r cos z2 y x x2 y2 z 5 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico âr z â P r â y âz 6 â y â x x Vetor deslocamento: r xaˆ x yaˆ y zaˆ z r raˆr Exemplo 3 - Encontre o Campo elétrico resultante sobre o eixo de um anel de raio R com densidade de carga uniforme e positiva. Diferencial do deslocamento: dr draˆr rd aˆ rsen d aˆ Figura 8 – Anel de raio R com carga Q. Relações entre versores coordenadas cartesianas para esféricas: Veja que: r raˆr raˆr xaˆ x r cos sen aˆ x aˆr cos sen aˆ x yaˆ y das zaˆ z rsen sen aˆ y sen sen aˆ y r cos aˆ z cos aˆ z Da figura, veja que: aˆ cos cos aˆ x cos sen aˆ y sen aˆ z E: aˆ aˆ aˆ r sen aˆ x cos aˆ y cos cos aˆ x cos sen aˆ y sen aˆ z aˆ sen aˆ x cos aˆ y cos sen aˆ x sen sen aˆ y cos aˆ z Produtos escalares entre os sistemas cartesiano e esférico â r â â x sen cos cos cos â y sen sen cos sen â z cos sen â sen cos 0 Elemento de Volume: dv r 2sen drd d 6 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico (Young & Freedman, Física III) Cada elemento de carga se relaciona com a densidade linear l por: dq ds. Este elemento de carga diferencial produz um vetor campo elétrico dE no ponto P, dado por: ds dq dE k 2 k r r2 Podemos escrever: ds dE k , porém, somente a 2 (z R2 ) componente do campo elétrico ao longo do eixo do anel contribuirá para o campo elétrico resultante: dE cos k ds z ds z k 2 1 2 r 2 2 (z R ) (z R ) (z R2 ) 2 z ds dE cos k 2 2 3 (z R ) 2 2 Seja o fio dividido em pequenos pedaços dy. A carga dq em cada elemento será: Q L dE cos E E k k 1 4 R2 ) 3 ds 2 R2 ) dE x dE y Assim, com r dE x dE dE y dE 2 4 x2 dy dy r2 0 y 2 , teremos: x x2 y2 y x 2 y2 Assim, teremos: xdy 2 Q z (z R 2 )3 2 Exemplo 4 – Seja um fio longo e carregado, com densidade linear por unidade de comprimento.O fio encontra-se sobre o eixo y. Deseja-se calcular a intensidade do campo elétrico, devido ao fio, num ponto P a uma distância r do ponto médio, como é mostrado na figura: 1 dE 0 dE y 2 0 L dE cos dE sen dE x 3 dy O campo total em P terá componentes em x e em y, de forma que: z 2 R (z2 1 dq 4 0 r2 dE 2 R z (z 2 dq O Campo elétrico devido a este elemento de carga será: Para adicionar todas as componentes integra-se sobre todos os elementos de campo: E dq dy 4 0 x2 y2 ydy 3 4 0 x2 3 y2 Os campos totais serão dados pelas integrais das expressões anteriores: L Ex Ey Figura 9 – Fio longo com densidade de carga linear .. 4 0 L L 4 0 L x x2 y2 y 32 dy x2 y2 32 dy Calculando as integrais: y x2 Ex 4 Ex Ex x x2 0 y2 y2 y L y L 32 L x 2 L2 4 0 x x 2 L2 32 2L x 2 4 0 x x2 L x 2 L2 x x 2 L2 32 L2 L2 32 7 7 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Ex 2L 4 x x2 0 L2 Mostre que: Ey=0 Veja que L x2 x L2 se L Vamos calcular o campo elétrico em P como o campo devido a contribuição de infinitos fios colocados no plano zy: As densidades superficial e linear de carga se relacionam por:d S Então: dQ dA 2 0 L dy L dE x x 2 No livro do Hayt, a expressão mostrada idêntica é: E L S dy Da figura observe que: 1 Ex dQ dy dz L 2 aˆ S dE x 2 0 0 2 0 2 y 2 cos dy x x2 y 2 x2 y 2 dy S dE x 8 dy x2 S dE x Aqui: é a distância do fio ao ponto, perpendicular ao fio (em coordenadas cilíndricas, se o fio estiver sobre o eixo Oz, por exemplo). â : vetor unitário que sai do ponto P que se quer cos 0 0 x 2 y2 Fazendo a integração, consideraremos a contribuição de todas as faixas: calcular o campo elétrico. Exemplo 5 – Um plano infinito carregado com uma carga positiva Q distribuída uniformemente sobre sua superfície no plano xy. A densidade superficial de carga é S = . Encontre o campo elétrico em P situado a uma distância a do plano. z y´ dy’ S Ex 2 0 S Ex x 2 x 2 x 2 2 dy 0 S Ex xdy x y 2 y 2 dy x 2 1 yx y Fazendo: u dy x xdu S 1 Ex 2 0 x 1 u2 y S Ex 2 0 2 0 xdu x du x 1 u2 Como: du 1 u2 ’ Ex P(x,0,0) x dE , dE x Ex S 2 arctgu C lim arctg y' 0 y x lim arctg y' y x S 2 Ex 0 2 2 S 2 0 8 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico r Observe que se o ponto P estivesse no semieixo Ox negativo: S Ex 2 0 Se definirmos um vetor sempre normal ao plano: E S 2 aˆ N 0 Observações: O campo é constante em módulo e direção. Se uma segunda lâmina com mesma densidade de carga, porém negativa, estivesse localizada no plano paralelo ao anterior x = a teríamos na prática, um capacitor plano, desde que desprezassem os efeitos de borda. Nesse caso, o campo será dado por: E 0; x S 0 dE (r ) dQ r 0 r 4 dE z (r ) aˆ 2 d 2 0 z aˆ 2 r r r r 2 4 9 z S 2 aˆ x cos z2 2 aˆ y sen As componentes Ex e Ey são nulas. Mostre isso integrando. 0 aˆ x ;0 x 0; x a zaˆ z r aˆ r r zaˆ z r r z2 E z (r ) a Exemplo 6 – Um disco carregado com uma carga positiva Q distribuída uniformemente sobre sua superfície no plano xy. A densidade superficial de carga é S = . Se o raio externo do disco é R, determine o campo no eixo do disco. E z (r ) E z (r ) E z (r ) E z (r ) 2 zR S 4 2 0 32 z2 0 d R 2 z S 4 1 2 0 z S 2 R z 1 2 0 z 2 z 1 z 2 1 S 2 0 1 0 S z2 R 2 z2 z 1 R 0 2 z2 Observe que interessante: quando R tender a infinito, teremos: teremos: lim E z (r ) S 2 R E z (r ) dQ dQ S S dA dA s s 2 rdr 0 z 1 lim R R 2 z2 S 2 0 Ou seja, o campo do disco infinito fica idêntico ao de um plano infinito, o que era esperado!!!. 2 d 9 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico A Lei de Gauss: Para compreendermos a Lei de Gauss, precisamos entender o significado de fluxo elétrico. A Lei de Gauss está centralizada no que chamamos hipoteticamente de superfície gaussiana. Esta superfície pode ser formada com a forma que quisermos, porém é adequada aquela que apresentar as devidas simetrias que o problema se apresenta. Por exemplo, uma carga pontual possui linhas de força distribuídas esfericamente; então a superfície gaussiana mais adequada é uma esférica. Fluxo: A Lei de Gauss relaciona o fluxo do campo elétrico por uma superfície fechada com uma distribuição de cargas que estão envolvidas por essa superfície: E.dA Ou seja, se pega a componente paralela do vetor v ao vetor normal à superfície A e multiplica-se pela área A. Para definirmos o fluxo de um campo elétrico, consideramos uma área A que representa uma superfície gaussiana, sendo atravessada pelas linhas de campo elétrico. Definimos por: D dS Teorema da Divergência (Teorema Gauss): Seja F Fx (x, y, z)aˆ x Fy (x, y, z)aˆ y Fz (x, y, z)aˆ z Seja S uma superfície contida numa região B, na qual as derivadas parciais de Fx, Fy e Fz são contínuas e V uma região limitada por B. Se â n é um vetor normal exterior à S, então: F aˆ n dS Qi Ou S FdV S S E dS D E 0 0 Note que a carga q é a soma de todas as cargas, positivas e negativas, interiores à superfície gaussiana. A Lei de Gauss permite provar um importante teorema sobre condutores isolados: Se um excesso de carga é colocado em um condutor isolado, a carga irá se mover inteiramente sobre a superfície do condutor, nenhuma carga irá se encontrar no interior do corpo de um condutor. Definimos como fluxo de um vetor v através de uma superfície de área A o produto: v.A vAcos q V F dS Qi ou S 0 FdV V Aplicando o Teorema de Gauss: D dS (Para o espaço livre). Figura 1 – Fluxo através de uma superfície Gaussiana. DdV S V Como, da Lei de Gauss: D dS Qi S E para uma distribuição volumétrica de carga: Qi v dV V Observe que: D dS S DdV v V D dV v v Exemplo 1 - Campo elétrico de uma carga puntiforme: Imagine um superfície esférica que englobe uma carga pontual q. Então: O círculo na integração representa que a integral deve ser feita sobre a superfície gaussiana fechada. E dS S Qi 0 E.4 r 2 q 0 E 1 4 0 q r2 10 10 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Figura 2 – Superfície Gaussiana esférica para calcular o campo elétrico de uma carga puntiforme. Figura 4 – Superfície Gaussiana cilíndrica envolvendo o fio com densidade de carga linear. =L. 11 Exemplo 1 - Campo de um condutor plano infinito de densidade de carga superficial s: L E dS S Figura 3 – Superfície Gaussiana cilíndrica para o cálculo do campo de um plano carregado. Escolhendo uma superfície gaussiana cilíndrica, a carga q está na superfície do condutor: Note que o campo elétrico possui sentido divergente. Então, aplicando a Lei de Gauss: E dS E. A ( E).( A) q0 Qi E2 L LL 0 E 1 2 L 0 0 Exemplo 3 - Esfera condutora de raio R carregada com carga elétrica Q na superfície: No seu interior o campo é nulo; para r > R podemos imaginar que a superfície esférica gaussiana engloba uma carga elétrica puntiforme Q: Figura 5 – Superfície Gaussiana esférica envolvendo uma casca esférica de raio R S E S 2 0 Exemplo 2 - Campo elétrico de um fio infinito de densidade de carga linear L . Nesse caso, a superfície gaussiana adequada é um cilindro de raio qualquer: E 0, se r R Q 1 R 4 0 2 se r r Exemplo 4 - Distribuição esférica de raio R de carga elétrica Q com densidade volumétrica v: Devemos imaginar duas superfícies gaussianas, de raios r > R e r < R: 11 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Se r R Se r R E. dA E. dA q E.4 r 2 0 q 0 E.4 r 2 4 3 r3 / 4 3 R3 0 0 E E 3 3 0 0 r (b) Plano carregado. R3 r2 Figura 6 – Superfícies Gaussianas esférica envolvendo uma distribuição volumétrica de carga de raios r > R (a) e r < R (b): 12 (c) Plano carregado de um lado. Figura 7 – Superfícies Gaussianas para diferentes situações: (a) Fio. 12 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Linhas de força: 13 Dipolo Elétrico E 2 k pˆ j y3 p q L p E U p E 13 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Lei de Gauss 14 E dS S Qi 0 14 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico E Campo Elétrico de distribuições de cargas Q 4 Fio Finito x 0 x2 a 3 2 2 iˆ Disco Carregado 15 E Q R2 Q 2a E a 2 0 x x2 a2 Fio Infinito iˆ de carga E 2 0x 2 x 1 0 x 2 R 2 iˆ Esfera oca carregada com densidade Q 4 R2 iˆ Anel Carregado 15 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Esfera sólida carregada com densidade de carga Q Plano infinito com densidade de carga Q A 4 R3 3 16 E 2 nˆ 0 Capacitor plano infinito com densidade de carga + e - 16 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Aplicações: 1. Forno de Microondas: Na água, as moléculas se encontram livres para se mover relativamente às outras moléculas. O campo elétrico produzido por cada dipolo afeta os outros dipolos em sua volta. Como resultado, as moléculas podem estar ligadas em grupos de dois ou três, devido ao fim negativo de um dipolo (oxigênio) e ao fim positivo de outro dipolo (hidrogênio) que se atraem. Quando cada grupo é formado, a energia potencial elétrica é transferida através de movimento térmico do grupo e para as moléculas em volta. Quando ocorre a colisão entre as moléculas, há a transferência inversa de energia. A temperatura da água, que está associado com o movimento térmico das moléculas, não muda, pois na média, a energia transferida é zero. Em um forno de microondas, porém, ocorre um processo diferente. Quando está funcionando, as microondas produzidas pelo forno produzem um campo elétrico que oscilam rapidamente numa direção para frente e para trás. Se há água no forno, o campo elétrico oscilante exerce torques também oscilantes na molécula de água, rodando continuamente para trás e para frente alinhando seus momentos de dipolo com a direção do campo elétrico. As moléculas que estão ligadas aos pares podem se alinhar, porém aquelas ligadas em grupos de três devem quebrar pelo menos uma de suas três ligações. As energias para quebrar essas ligações vêm do campo elétrico, isto é, das microondas. Então as moléculas que se separaram dos grupos podem formar outros grupos, transferindo a energia que ganharam em energia térmica. Então a energia térmica é adicionada à água quando os grupos se formam, mas não é removida quando os grupos se separam, aumentando assim a sua temperatura. Graças ao dipolo elétrico que a molécula de água forma, é possível cozinhar alimentos a partir de um forno de microondas. As figuras abaixo ilustram a orientação de um dipolo na presença de um campo elétrico uniforme, a molécula de água e a energia associada à rotação devido ao torque. 17 2. Tubo de Raios Catódicos. Em 1897, J.J. Thompson, juntamente com um grupo dos estudantes diplomado dele, tinha a intenção de investigar o elétron. Ele projetou alguns tubos que continham eletrodos dentro com o ar evacuado dos tubos. Estes foram chamados “Tubos” de Crookes nomeados mais tarde de “Tubos” de Raios Catódicos. Foram executadas Experiências nestes tubos nas quais atas voltagens geradas por uma corrente elétrica passada entre os dois elétrodos. Foram gerados raios como emanações procedidas do elétrodo de Cátodo ao elétrodo de Ânodo. Considerando que estas emanações originaram do elétrodo de Cátodo que eles seriam chamados "Raios" Catódicos. J.J. Thompson projetou alguns tubos especiais que investigaram as propriedades destes "Raios" Catódicos. Ele projetou um tubo que permitiu Raios Catódicos imprensar contra uma tela de superfície de Sulfeto de Zinco. Como os raios imprensaram na superfície, emitiu uma faísca de luz de forma que o caminho do raio invisível poderia ser observado. Ele procedeu fazer um campo elétrico que 17 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico consiste em um prato positivo e um prato negativo perto do vacinity dos Raios. Quando a corrente elétrica do campo elétrico foi invertida, o caminho dos “raios” foi mudado para longe do prato negativo e para o prato positivo. Esta era uma indicação clara que deduziu que os raios possuíam uma carga negativa. Uma sombra em forma de cruz foi formada na frente do tubo. O único modo que os “raios” pudessem lançar uma impressão de sombra na parte de trás do tubo era se eles fossem além do caminho de saída e formassem a cruz. Isto indicaria fortemente que os teriam que possuir massa Mas se os “raios” possuíssem massa que significaria que eles não eram raios (pura radiação) e sim partículas com uma massa finita! Outro tubo experimental envolvendo uma roda de remo colocada no caminho dos raios de cátodo resultado no movimento da roda de remo quando a corrente foi invertida. Para que a roda de remo seja usada para mover, os Raios teriam que ter impulso passando para a roda. Isso significaria que o assim chamou raios teriam que possuir impulso isto para dar impulso a algum outro objeto. Estes “raios” eram na verdade elétrons. Em 1891 um Professor chamado Stony (Prof. de Eletricidade) investigava uma fonte de energia para reações químicas. Ele sugeriu que uma corrente elétrica fosse o resultado de partículas móveis que ele sugeriu deveriam ser chamadas "elétrons". Estas experiências definitivamente definiram os raios como partículas atuais que têm uma carga de negativa e uma massa finita. Em 1886, Professor Goldstein executou experiências semelhantes que usam uma superfície de cátodo perfurada. Isto produziu uma partícula que possuiu uma carga positiva e uma massa umas 2000 vezes mais que o elétron de Thompson. Esta partícula foi chamada de próton. Considerando que elétrons e prótons vieram da superfície de um objeto, é lógico concluir que todo objeto está composto destas partículas dentro dos átomos. É interessante notar que a terçeira partícula subatômica do átomo não foi observada até 1932 uns 35 anos depois da descoberta do elétron e o próton. A partícula tinha sido predita em 1920, mas não foi descoberta até 1932, quando Chadwick observou estas partículas neutras que ele chamou de nêutrons enquanto executava uma série de experiências de câmara de nuvem. Era o caminho de condensação dos nêutrons semelhante para os rastros de jato que motores a jato fazem quando a altitude que permitiu a observação destas partículas. Como a chave para nossa compreensão da química reside em nosso conhecimento dos elétrons e prótons, a descoberta atrasada dos nêutrons não alterou o quadro formado do átomo em 1932. Em 1909, Robert Millikan executou a experiência de gota de óleo legendária dele que lhe permitiu determinar a magnitude exata da carga de pólvora do elétron, 1.60 X 10-19 C. Mais cedo, Thompson determinou a carga de pólvora para amontoar relação do elétron, 1.76 X 108 coulomb / grama, assim esta determinação da carga de pólvora por Millikan permitiu a determinação da massa do elétron, 9.09.10-28 gramas. A experiência de J.J. Thompson demonstrou que átomos estão realmente compostos de agregados de partículas carregadas. Antes do trabalho dele, acreditava-se que átomos eram distribuídos de maneira uniforme. A primeira evidência ao contrário veio quando as pessoas começaram a estudar as propriedades de átomos em campos elétricos. Se uma amostra de gás é introduzida na região entre dois pratos carregados, um fluxo atual pode ser observado e sugere que os átomos estiveram abaixo quebrados em componentes carregados. Em 1897, Thompson teve a intenção de provar que o cátodo produziu que um fluxo de partículas negativamente carregadas chamado elétrone. 3. Impressoras jato de Tinta. (DeskJet). 4. Experiência de Millikan. Robert Andrew Millikan nasceu em 22 de março, 1868, em Morrison. (EUA), como o segundo filho do Reverendo Silas Franklin Millikan e Mary Jane Andrews. Os avós dele eram da Velha ação de Inglaterra Nova que tinha vindo para a América antes das 1750, e era o colono pioneiro no Oeste Mediano. Sua infância teve aspectos rurais e freqüentou a escola secundária de Maquoketa (Iowa). Depois de trabalhar pouco tempo como um repórter de tribunal, ele entrou em Faculdade de Oberlin (Ohio) em 1886. Durante seu curso de estudante universitário seus assuntos favoritos eram gregos e matemáticos; mas depois da graduação em 1891 levou, durante dois anos, um posto pedagógico em física elementar. Era durante este período que desenvolveu o interesse no 18 18 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico assunto no qual chegou a superar. Em 1893, depois de obter o mestrado em física, foi designado Professor em Física na Universidade de Columbia. Ele recebeu o Ph.D depois (1895) na pesquisa da polarização de luz emitida por superfícies incandescentes - usando para este propósito ouro fundido e prata. Na companhia de seus professores, Millikan passou um ano (1895-1896) na Alemanha, nas Universidades de Berlim e Göttingen. A convite de Michelson, resolveu ficar assistente no Laboratório de Ryerson recentemente estabelecido na Universidade de Chicago (1896). Millikan era um professor eminente, e atravessando os graus habituais ele se tornou o professor naquela universidade em 1910, um posto que ele reteve até 1921. Durante os anos em Chicago ele gastou muito tempo preparando livros de ensino e simplificando o ensino de física. Ele era autor ou co-autor dos títulos: Um Curso de Faculdade em Física, com S.W. Stratton (1898); Mecânica, Física Molecular, e Calor (1902); A Teoria de Óptica, com C.R. Mann traduziu do alemão (1903); Um Primeiro Curso em Física, com H.G. (1906); UM Curso de Laboratório em Física para Escolas Secundárias (1907); Eletricidade, Soe, e Light, (1908); Físicas Práticas - revisão de UM Primeiro Curso (1920); O Elétron (1917; rotação. eds. 1924, 1935). Como um cientista, Millikan fez numerosas descobertas, principalmente nos campos de eletricidade, ótica, e física molecular. O sucesso principal dele era a determinação precisa da carga de levada por um elétron e usou o método “de gota de óleo”; ele também provou que esta quantidade era uma constante para todos os elétrons (1910), demonstrando assim a estrutura atômica de eletricidade. Logo, ele verificou a equação fotoelétrica de Einstein experimentalmente, e fez a primeira determinação da constante h de Planck (19121915). Além dos estudos dos movimentos de Brownian em gases acabaram toda a oposição com as teorias atômicas e cinéticas. Durante 1920-1923, Millikan se ocupou com trabalho relativo de espectroscopia dos elementos (que explorou a região do espectro entre o ultravioleta e radiação-X), estendendo assim o espectro ultravioleta distante além do limite conhecido. A descoberta da lei de movimento de uma partícula que se cai para a terra depois de entrar na atmosfera da terra, junto com as outras investigações dele em eletricidade, o conduziu em última instância aos estudos significantes de radiação cósmica (particularmente com câmaras de ionização). Ao longo da vida Millikan permaneceu um autor prolífico e faz numerosas contribuições a diários científicos. Ele não só era um cientista de ponta, mas a natureza religiosa e filosófica era evidente nas conferências e na reconciliação de ciência e religião e em seus livros: Ciência e Vida (1924); Evolução em Ciência e Religião (1927); Ciência e a Civilização Nova (1930); Tempo, Importe, e Valores (1932). Logo antes a morte dele ele publicou Elétrons (+ e–), Prótons, Fótons, Nêutrons, Mésons, e Raios Cósmicos (1947) e a sua Autobiografia (1950). Durante a Primeira Guerra Mundial, Millikan era o Více-presidente do Conselho de Pesquisa Nacional e estudou dispositivos meteorológicos. Em 1921, ele foi designado o Diretor do Laboratório de Física no Instituto de Tecnologia da Califórnia, Pasadena,; ele também foi Presidente do Conselho Executivo daquele instituto. Em 1946 ele se aposentou deste posto. Millikan foi Presidente da Sociedade Física americana, Vice-presidente da Associação americana para o Avanço de Ciência, e foi o sócio americano do Comitê em Cooperação Intelectual da Liga de Nações, e o representante americano ao Congresso Internacional de Físicas, conhecido como o Congresso de Solvay, em Bruxelas em 1921. Ele obteve os graus de doutor honorário de vinte e cinco universidades, e era um sócio ou o sócio honorário de muitas instituições instruídas no país e no estrangeiro. Ele foi o Prêmio de Comstock da Academia Nacional de Ciências, da Medalha de Edison do Instituto americano de Engenheiros Elétricos, da Hughes Medal da Sociedade Real de Grã Bretanha, e do Prêmio de Nobel para Físicas 1923. Ele também foi feito o Chefe da Legião de Honour, e recebeu a Ordem chinesa de Jade. Millikan era um jogador de tênis entusiástico, e golfe também era um das recreações dele. Millikan Greta Erwin Blanchard casado em 1902; eles tiveram três filhos: Clark Blanchard, Glenn Allen, e Max Franklin. Ele morreu nos 19º de dezembro, 1953, em San Marino, a Califórnia. De Conferências de Nobel, Físicas 1922-1941. O Aparelho: Vários destes detectores Geiger-Müller (GM) foram construídos em 1939 no laboratório de física do Caltech para uso em estudos de raios cósmicos. O exemplo acima possui aproximadamente 12 polegadas e é feito de cobre. A etiqueta de papel identifica três datas: 2 de agosto de 1947; 25 de janeiro de 1948; e 8 de julho de 1950. A data 1947 se refere para viajar de balão vôos executados a latitudes diferentes do Texas para Saskatoon. Um vôo típico levaria os instrumentos para 70,000 a 80,000 pés. A data de 1948 data se refere a experiências executadas em um B-29 bombardeiro que voa a 30,000 pés de Hudson Bay 19 19 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico para Lima, Peru. Robert Millikan e Neher estavam entre o pessoal neste vôo. Robert Millikan (1868-1950) era o Cientista de América mais famoso dos anos vinte, e o segundo americano receber o Prêmio Nobel em física. O posterior foi premiado para as medidas da carga do elétron (pelo Millikan, conhecido " experiência " da gota) e por confirmar as equações de Einstein experimentalmente para o efeito fotoelétrico. Em 1921, Millikan deixou a Universidade de Chicago para encabeçar o Instituto de Califórnia de Tecnologia em Pasadena, recentemente criado. No CalTech, ele serviu também como Diretor do Departamento de Física. A pesquisa dele enfocou a natureza e origem de raios cósmicos - Millikan cunhou o termo "raio" cósmico. Estas investigações ajudadas demonstram a fonte extraterrestre desta radiação e sua variação em intensidade com latitude. Doado pelo Instituto de Califórnia de cortesia de Tecnologia de Broto Cowan. Exemplos Resolvidos: Livros Hayt e Sears & Zemansky Exemplo 1 – Uma carga positiva Q é distribuída uniformemente ao longo de uma semi-circunferência de raio a. Obtenha o campo elétrico no centro de curvatura P. aponta para o sentido negativo do eixo y. A carga por unidade de comprimento da semicircunferência é: Q e dE a porém dEy k dl a2 dE sen k d a k sen d . a Portanto, 2k a Ey /2 0 sen d 2k [ cos ]0 / 2 a Ey 2k [ cos ]0 / 2 a 2k a 20 2kQ , a2 Orientado de cima para baixo. Exemplo 2 – Uma carga elétrica Q é distribuída uniformemente ao longo dos quatro lados de um quadrado. Dois lados adjacentes possuem a mesma carga +Q distribuída ao longo desses lados. (a) Supondo que os outros dois lados possuam a mesma carga –Q distribuída, determine os componentes x e y do campo elétrico resultante no centro do quadrado. O quadrado tem lado a. (b) Repita o cálculo supondo que os quatro lados possuam a mesma carga Q distribuída. (a) Ex = Ey, e Ex = 2Ecomprim. do fio 2 1 4 Q 0 x x 2 a 2 , onde x Q Ex 0 a 2 5/ 4 , carga Q = a 2 2Q , 2 5 0a 2Q ,sentido ˆj. 2 a 5 0 (b) Supondo que todos os lados do quadrado possuem a mesma carga, por simetria concluímos que os campos elétricos fornecem uma resultante igual a zero no centro do quadrado. sentido O campo elétrico da metade da esquerda da semicircunferência na direção x anula o campo elétrico da metade do lado direito. O componente y restante iˆ, E y Exemplo 3 – (a) Determine a carga total sobre a coroa anular da figura, sabendo que esta possui uma densidade superficial de carga . 20 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico (b) Se a coroa anular está sobre o plano yz, determine sobre o eixo Ox o campo elétrico E. (c) Mostre que, para pontos sobre o eixo Ox suficientemente próximos da origem, o módulo do campo elétrico é aproximadamente proporcional à distância entre o centro da coroa e o ponto considerado. (d) Uma partícula puntiforme de carga –q e massa m pode-se mover sobre o eixo Ox e é colocada sobre o ponto x = 0,01R1 e a seguir liberada. Determine a freqüência de oscilações da partícula. d) F q 2 qE ( x) f 1 2 2 1 R1 0 1 x R2 q 1 2 0 m R1 mx 1 R2 Exemplo 4 – (a) Determine o campo elétrico produzido por uma linha carregada com densidade linear de carga uniforme L e comprimento a no ponto P(x,y,z). (b) Faça o limite em que a tende a infinito e calcule o campo elétrico de uma linha infinita. z P(x,y,z) 2 (a) Q = A = ( R 2 r r R12 ) (b) Lembre que o campo elétrico de um disco, Eq. (22-11), é dado por: E 2 E ( x) 2 0 Fazendo a distribuição de cargas: 2 1 1/ ( R1 / x) 2 1 x ˆ i x 1/ ( R2 / x)2 1 1/ ( R1 / x) 2 1 x ˆ i. x 1 1/ ( R2 / x)2 1 0 x 0 c) 1 / ( R1 / x) 2 1 Note que x 1 ( x / R1 ) 2 R1 E ( x) E ( x) x 1 1/ ( R / x) 2 1 . Portanto, E ( x) y 2 2 1/ 2 ( x / R1 ) 2 x 1 R1 2 0 x R1 x R2 0 1 R1 1 x2 ˆ i, R x L a 2 a 2 z O Campo elétrico é dado por: E (r ) Q 4 0r r 2 dz r r 2 dE(r ) L 4 x ˆ i x e considerar pontos suficientemente próximos significa que (x/R1)2 << 1. Q a r r r xax r 0 yaˆ y r r r r r r r r zaˆ z z aˆz r xax yaˆ y z z aˆz 2 r x2 y 2 z z 21 21 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico dE (r ) 4 0 r r dE (r ) 3 x 0 2 y 2 3 2 z z xax yaˆ y z z aˆ z dz xax yaˆ y z z aˆz dz a 2 E (r ) L a 2 4 x2 y 2 0 a 2 E (r ) 3 2 z z dz x2 y 2 a 2 a 2 2 z z 3 4 x 2 y a 2 2 x2 y 2 3 4 2 x 2 a 2 y x x 2 y x2 2 x2 z z x z 2 a 2 a 2 z z a 2 a 2 a 2 x2 y 2 x 2 y x y 2 3 z z 2 3 x y 2 x2 y x 2 2 sec2 d 1 tg a 2 a 2 2 32 y y 1 x2 y 2 1 z z 2 3 y2 y2 z z y2 sec2 2 32 a 2 x2 a 2 a 2 x2 y 2 a 2 a 2 x2 y 2 y2 dz 32 sec2 d sec3 a 2 sen 2 32 sec2 d a 2 2 12 x2 y 2 y2 z z 1 2 z z 3 2 z z x2 dz x2 2 x2 y 2 z z y2 x2 y 2 2 z z 3 2 x z z z 1 y 2 x2 z a 2 z a 2 2 a 2 y2 z a 2 2 a 2 d sec a z 2 dz 2 2 32 x z z 2 a 2 a 2 2 3 dz 2 x2 x2 y 2 z z 2 x2 a 2 x2 y dz a 2 a 2 2 3 dz a 2 y2 1 x2 sen sec2 d dz x2 y 2 2 x2 dz 1 y2 z z y z tg y2 z z 2 Chamando de: tg 22 tg 2 1 z z sen z z 1 1 tg 2 tg 2 1 tg sen 2 32 1 sec2 1 sec2 1 1 2 tg 1 2 tg 1 1 2 tg 1 dz a 2 a 2 x 1 sen2 2 32 y x a 2 sen 2 sen2 sen 2 z z 2 1 sen2 aˆz {1} x2 y 2 a 2 2 32 cos2 dz 3 1 sen2 0 a 2 z z 2 z z 0 L dz x2 y 2 1 3 sen 2 2 z z dz xax yaˆ y L z z dz a 2 a 2 a 2 L 4 a 2 r r dz L x a 2 y 2 {a} z a 2 2 A outra integral será: cos d a 2 2 a 2 a 2 a 2 z z dz x 2 y 2 z z z a 2 z a 2 1 2 3 x 2 y 2 z z 2 22 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico 1 x 2 y Limite de um fio infinito: Se imaginarmos que o fio é muito comprido: 1 2 a 2 2 z x 2 {b} 2 y E (r ) a 2 2 z a lim L 4 0 a 2 z a 2 z Substituindo {a} e {b} em {1}: E (r ) xax yaˆ y L 4 0 a 2 z 1 x2 y 2 x 2 y z 1 x 2 y 2 z aˆ aˆ y y 2 z a aˆz L 2 4 2 z a 2 2 2 a L 4 0 coordenadas z 2 2 0 2 z 2 0 23 a 0 a 0 P(x,y,z) a 2 2 2 r a 2 2 z aˆz L 4 r a 2 z a 2 2 z 4 z a 2 z L aˆz L 0 0 L 2 aˆz 0 Exemplo 5 – (a) Determine o campo elétrico produzido por um plano quadrado de lado a carregada com densidade superficial de carga uniforme S e comprimento a no ponto P(x,y,z). (b) Faça o limite em que a tende a infinito e calcule o campo elétrico de um plano infinito. 1 a 2 2 4 4 a 2 2 z 2 E (r ) 1 sen aˆ y a 2 2 z L 1 1 E (r ) aˆ cos aˆ sen aˆ sen aˆ cos aˆ z aˆ z cos ax 2 1 E (r ) 0 para 1 lim a 2 2 2 1 E (r ) z a 2 2 2 aˆ x cos aˆ y sen aˆ x sen aˆ y cos aˆ z aˆ z aˆ x aˆ y 4 x transformar x y cos sen x y 2 x 2 L a 2 2 1 a 2 2 Podemos cilíndricas: E (r ) a 2 z 2 a 2 z a 2 2 a/2 0 a/2 cos ax sen aˆ y L 2 4 z 2 0 1 2 E (r ) 4 a 2 2 2 a z 2 0 z a 2 2 2 z z z z a 2 2 4 a 2 2 2 a 2 2 2 z a 2 2 z 4 (a) Fazendo a distribuição de cargas: S aˆz L a 2 2 x 0 a 2 1 y a 2 2 aˆ z L a 2 1 2 z a 2 z 1 z L a 2 0 a 2 a 2 Q A a 2 a 2 y x O Campo elétrico é dado por: E (r ) Q 4 0r r 2 dE (r ) dx dy 4 0r r 3 S r r r r r r 23 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico r r r r r xax r yaˆ y x aˆ x dE (r ) r r 0 3 4 y aˆ y y 2 x x 0 ln y 2 y z E (r ) a 2 4 a 2 0 a 2 a 2 x x dx dy S y 2 y y y dx dy 2 x x a 2 2 x x a 2 y 2 y 4 a 2 2 x x a 2 y y 4 y 2 4 x x a 2 y y 2 4 y a 2 0 2 y z2 x x z E (r ) 0 a 2 2 x a 2 y a 2 2 y y 2 0 x x a 2 2 y y 2 z 2 0 z2 z2 x S z x a 2 y y 2 z2 x a 2 a 2 x x x 0 a 2 a 2 2 y y 2 z2 2 a 2 2 y z2 dy ax dx a y a 2 2 x a 2 2 y a 2 2 x a 2 a 2 2 y y y y 2 z 2 a 2 a 2 2 2 y y y a 2 2 x a 2 2 y a 2 2 2 x x 2 z2 y a 2 y a s x a 2 x a 2 z2 z2 ln y a 2 y a 2 a 2 2 z2 y a 2 2 2 x a 2 2 x a 2 2 z x a 2 2 z2 x a 2 2 2 y a 2 2 x z2 y a 2 2 2 z2 y y y x x y z z a 2 y a 2 2 z2 2 2 a 2 2 z2 y 2 z a 2 y a 2 2 x a 2 2 z2 a 2 y a 2 2 x a 2 2 z2 x a 2 0 a 2 2 a 2 x z a 2 a 2 2 x ln y a 2 y a 2 z x x a 2 2 x a 2 2 a 2 x y a 2 2 a 2 x y a 2 y a 2 ln 2 y y y a 2 2 z2 y a 2 2 z2 x a 2 2 z2 y a 2 2 x a 2 2 z2 y a 2 y a 2 2 a 2 x a 2 2 x x a 2 2 x a 2 2 z2 a 2 y a 2 2 z2 ax y a 2 2 z2 y a 2 2 z2 a 2 y a 2 2 x a 2 2 z2 x a 2 y a 2 2 x a 2 2 z2 a 2 x a 2 2 x Arctg z a 2 y a 2 2 a 2 x z2 y a 2 2 x y a 2 y a 2 2 y ay az y x z az z2 ax a 2 2 a 2 z2 ay az z2 (b) Observando que quando o valor de a tende a infinito: lim E (r ) a S 4 S 4 dy az 0 a 2 0 S 4 a 2 ln Arctg z2 a 2 ln 0 Arctg a 2 2 a 2 2 a 2 a2 4 z 2a 2 4 z 2 a2 4 z 2a 2 4 z 2 2 a 2 2 a 2 2 a 2 ax 2 a 2 a 2 ln a 2 a 2 ln a 2 Arctg Arctg 2 a 2 2 a 2 ay a2 4 z 2a 2 4 z 2 a 2 y y a 2 2 a 2 2 x z ln a 2 y x Arctg a 2 ay x a 2 x ln z2 y z Arctg a 2 2 y 2 a 2 y z2 y y 2 24 a s y a 2 y z x a 2 2 z2 x x z ax a 2 2 x x ay a 2 y 2 x 2 Arctg y ax dy az Arctg 2 a 2 a 2 a 2 2 a 2 2 y y x a 2 2 y a 2 x 0 ln x a 2 2 x dy az z2 a 2 2 y y y y Arctg a 2 1 a 2 2 y z x a 2 4 2 1 S 4 y y a 2 z 4 1 y a 2 S 1 S 4 y Arctg a 2 x a 2 x S dx a y z x x S x ln 4 S 4 2 x x y y a 2 2 x 0 E (r ) a 2 x x a 2 ln 0 0 4 a 2 1 2 z S a 2 x z a 2 2 y y a 2 y x x S dy ax z2 a 2 2 x a 2 y y z y y y a 2 2 x y ln Arctg y a 2 0 2 x x a 2 0 ln x x x 0 E (r ) x S 4 z 2 z2 0 Arctg 4 aˆ 32 z 2 z 2 y S ln S 1 S 4 2 a 2 E (r ) y Arctg zdx dy ln y 4 a 2 z2 z x 0 S a 2 y 2 a 2 0 ax aˆ 32 y 2 z 32 z2 2 x x S 4 a 2 z2 z x a 2 S a 2 2 y y dx dy 32 2 a 2 2 y y zaˆ z a 2 2 x x x E (r ) x x ax S z2 y y 0 zaˆz 2 y y ln 0 r r dx dy S 4 S 4 S 4 y y aˆ y 2 x x E (r ) y aˆ y x x ax dE(r ) zaˆ z az a2 4 z 2a 2 4 z 2 24 a 2 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico lim E(r ) S 4 S 4 ln 1 ln 1 ax S 4 a 0 ln 1 ay ln 1 0 4 Arctg 0 lim E(r ) S 4 a lim E (r ) 4 az a2 4 az z 2a 2 4 Arctg 0 S a a2 4 z 2a 2 4 z 2 Exemplo 22-6 – Uma carga positiva q1 = + 8nC está na origem e uma segunda carga q2 = +12nC está sobre o eixo dos x em a = 4m. Calcular o campo elétrico resultante (a) no ponto P1 sobre o eixo dos x em x = 7m e (b) no ponto P2 sobre o eixo dos x em x = 3m. 4 Arctg 0 2a az 4z Fazendo a expansão por séries de potências para a função arco-tangente, teremos: 2 2 z 16 2 z 3 S lim E (r ) 4 az 3 a 4 0 2 a 3a 25 Considerando apenas o primeiro termo: S lim E (r ) 4 az a 4 0 2 lim E(r ) S 2 a az 0 Então, para um plano infinito carregado, teremos: E (r ) S 2 az 2 Assim: Exemplos Resolvidos: Tipler. E Exercício – Que força sofre um elétron colocadao num ponto onde o campo elétrico é E 4 10 4 iˆ N C Solução: F (a) Cálculo de E no ponto P1: r1,0 x 7m 1.6 10 19 4 10 4 iˆ 6.4 10 15 iˆ N E iˆ e r̂2,0 iˆ . 3m k q2 rˆ2,0 2 r2,0 k q2 ˆ i x a 9 109 8 10 9 ˆ 9 109 12 10 i 72 32 E 13.5 iˆ CN (b) Cálculo de E no ponto P2: r1,0 x 3m r2,0 a x 4 3 k q1 E rˆ1,0 r1,02 k q1 E iˆ x2 ? F q0 E r̂1,0 iˆ e r̂2,0 iˆ . No ponto P2: r̂1,0 r2,0 x a 7 4 k q1 E rˆ1,0 r1,02 k q1 E iˆ x2 aˆ N na direção x. Qual o campo elétrico E nesse ponto? Solução: F 2 10 4 iˆ E E 4 10 4 iˆ CN 9 q0 5 10 k qi rˆi ,0 ri 2,0 apontam para a direita, na direção dos x positivos: iˆ . 0 Exercício – Quando uma carga de 5nC é colocada numa região, experimenta uma força de 2.10 -4N n i 1 0 S E No ponto P1 os dois vetores unitários Veja que é o mesmo resultado que chegamos anteriormente: E Solução: 9 iˆ 1m k q2 rˆ2,0 2 r2,0 k q2 a x iˆ 9 109 8 10 9 ˆ 9 109 12 10 i 32 12 E 100 iˆ CN 9 iˆ 25 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Exercício – Determinar o ponto sobre o eixo dos x onde E é nulo. Solução: E k q1 rˆ1,0 r1,02 E k q1 ˆ i x2 k q2 rˆ2,0 2 r2,0 k q2 x a 2 E2 E2 0 iˆ 0 iˆ Er Er x 1.80m 4 5 3 5 4 ˆ 3 ˆ 4.32 i 4.32 j 5 5 3.46 iˆ 2.59 ˆj CN Er E1 E2 8 ˆj 3.46 iˆ 2.59 ˆj sen Er cos 3.46 iˆ 10.6 ˆj Er Ex2 Ey2 3.462 10.62 Er 11.2 arctg Exemplo 22-7 – Determinar o campo elétrico sobre o eixo dos y em y = 3m do sistema de carga mencionado no Exemplo 22-6. Solução: Sobre o eixo dos y o campo elétrico da carga q1 está sobre o eixo dos y e o campo elétrico da carga q2 faz um ângulo com o eixo dos y. Assim: E1 E2 E2 E1 k q1 ˆ j y2 8 ˆj N C Ey Ex 10.6 3.46 0 108 arctg Exemplo 22-8 – Uma carga +q está em x = a e uma segunda carga -q em x = -a. (a) Calcular o campo elétrico num ponto arbitrário sobre o eixo dos x com x > a. (b) Calcular o limite do campo elétrico quando x for muito maior que a. N C E2 sen iˆ E2 cos k q2 r2 26 N C ˆj 9 109 12 10 52 4.32 CN 9 E2 E2 26 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Solução: (a) Calculo de E num ponto arbitrário terminam nas esferas. Portanto as duas cargas são positivas e de valores iguais. sobre o eixo dos x com x > a. E k q 2 x a E k iˆ x a 1 k q 1 k q 2 k q x a 2 x a x a E iˆ 2 4 a x x 2 a 2 2 x a iˆ v0 o elétron percorre até ficar momentaneamente em repouso? 2 x a 2 2 E 1000 iˆ CN com uma 2 106 iˆ ms . Que distância campo elétrico uniforme velocidade inicial x a E Exemplo 22-10 – Um elétron entra num q 2 iˆ 27 iˆ (b) Calculo do limite do campo elétrico quando x for muito maior que a. E 4 a k q ˆ i x3 Solução: O deslocamento será dado pela equação de Torricelli: v 2 v02 2 a x A aceleração é calculada pela 2a Lei de Newton: a x Exemplo 22-9 – As linhas de campo elétrico de duas esferas condutoras aparecem na figura 22-21. Qual o sinal relativo das cargas e qual o valor relativo de ambas? x F m e E m v2 v02 2 e Em 9.11 10 31 m v02 2 e E 2 2 106 2 1.6 10 19 1000 x 1.14 10 2 m Exemplo 22-11 – Um elétron entra num campo elétrico uniforme E 6 uma velocidade inicial v0 10 iˆ 2000 ˆj m s N C com perpendicular ao campo. (a) Comparar a força gravitacional que atua no elétron à força elétrica no campo. (b) De quanto será desviado o elétron da horizontal depois de ter avançado 1 cm na direção x ? Solução: A carga elétrica será positiva se o número de linhas de força que nelas principiam for maior que o número de linhas de força que nela terminam. A razão entre as cargas é igual à razão entre o número líquido de linhas de campo que principiam ou Solução: (a) Comparação da força gravitacional que atua no elétron à força elétrica no campo: Fe Fg e E m g 1.6 10 19 2000 9.1 10 31 9.81 27 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Fe Fg 3.6 1013 1 a t2 2 x 10 2 t t 10 8 s 6 v0 10 1 e E 2 y t 2 m 1 1.6 10 19 2000 y 10 8 31 2 9.1 10 y 1.76cm (b) y 3.28 10 27 N m (b) energia potencial do dipolo no campo. 2 U U U p E p E cos 28 0.02 1.6 10 19 10 9 3 103 cos 20 U 9.02 10 27 J Exemplo 23-1 – Um fio carregado possui densidade de carga linear 4.5nC m . Calcular o campo elétrico no eixo y usando a expressão exata: Ey Exemplo 22-12 – Um dipolo de momento de 0.02 e.nm faz um ângulo de 30° com um campo elétrico uniforme de elétrico uniforme 3 103 N C . Calcular (a) Solução: (a) (a) Ey 0.02 3 103 sen20 Ey Ey 2 L y2 1 2 2 k y 2 9 109 4.5 10 1 10 2 (b) p E p E sen 1 2 L (a) em y = 1cm; (b) em y = 4 cm; (c) em y = 40 cm; (d) calcule o campo elétrico em y = 1cm assumindo a distribuição de carga linear ser infinita. (e) calcule o campo elétrico em y = 40cm assumindo a distribuição de carga ser uma carga pontual. Solução: o torque do campo sobre o dipolo e (b) a energia potencial do dipolo no campo. 1 2 2 k y 1 2 9 2 L 1 2 1 2 7.93 kN C Ey 2 k y 1 2 1 2 9 2 0.012 L 2 L 1 2 1 2 y2 0,1 0,1 Ey 2 9 109 4.5 10 4 10 2 L y2 0.1 0.1 2 0.042 Ey 1.58 kN C (c) Ey 2 k y 1 2 1 2 L L 2 y2 28 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Ey 2 9 109 4.5 10 4 10 1 Ey 9 1 2 1 2 0.1 (e) 0.42 Q 9 Ep Q 4.5 0.1 Q 0.45nC k L Ey 2 y Ey 25.3 N C 1 2 1 2 L Decomposição do vetor: 2.88 0.8 iˆ 2.88 0.6 ˆj kN C Ep 2.3 iˆ 1.73 ˆj kN C Er Ep EL Er 2.3 iˆ 1.73 ˆj 2.70 iˆ k N Er 5 iˆ 1.73 ˆj C E 5.29 kN C L 2 Ey y 29 r yL 2 Se reduz a : Ey 2.88 rˆ kN C Campo resultante: L 2 k y 2.70 iˆ kN C Campo elétrico devido à carga elétrica puntiforme: Ep Ey Exercício - Mostre que quando Ey 2 25.1 N C 2 k y 2 9 109 4.5 10 Ey 1 10 2 Ey 8.09 kN C (d) EL 0.1 19.1 k Q y2 Exemplo 23-3 – Um disco está carregado uniformemente e possui densidade de carga 2 k Q y2 Exemplo 23-2 – Uma distribuição de carga consiste em um fio infinito que possui densidade de carga linear 0.6 C m ao longo do eixo z e uma 4 C m . superficial Utilizando aproximações razoáveis, encontre o campo elétrico no eixo do disco à distância: (a) 0.01cm (b) 0.03cm (c) 6 m (d) 6 cm carga pontual q 8 C sobre o eixo y em y = 3m. Calcular o campo elétrico no eixo x em x = 4m. Solução: Campo no eixo x do disco: Ex 2 k x 1 x 2 R2 Para distâncias próximas ao disco, utilizamos a equação do campo elétrico devido a um plano infinito. (a) x = 0.01cm Solução: Campo devido à densidade de carga linear: EL 2 k y iˆ Ex 2 k Ex 226 kN C (b) x = 0.03cm Ex 2 k 29 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Ex (b) Fluxo através da superfície lateral do 226 kN C (c) x = 6 m Para distância muito grande, podemos aproximar o disco como uma carga puntiforme: k Q Ex R2 A Q Q 31.4nC Ex 7.84 N C Q cilindro: El nˆl (c) O fluxo total é a soma de todos os fluxos: T l e d 2 3.14 N .m C 2 T 2 R (d) A Lei de Gauss dá a carga no interior do cilindro: ˆ E ndA T (d) x = 6 cm Ex El nˆl A 0 l Q 2 k x 1 2 x 52.4 kN C Ex Q R 2 Q para x < 0. Um cilindro de 20 cm de comprimento e raio R = 5 cm tem seu eixo na origem e extremidades em x = -10 cm e x = + 10 cm. (a) Qual o fluxo em cada face ? (b) Qual o fluxo através da superfície lateral do cilindro? (c) Qual o fluxo líquido para fora através da superfície fechada do cilindro? (d) Qual a carga líquida no interior do cilindro? Solução: (a) Cálculo do fluxo através da base direita: com Cálculo do fluxo através da base esquerda: d e e Ee nˆe A 200 iˆ iˆ plano infinito, com a densidade superficial de carga 4.5 n C m 2 está em um plano paralelo a yz em x = 2 m. Calcular o campo elétrico: (a) em x = 1.8 m. (b) em x = 5m. Solução: (a) em x = 1.8 m, o campo de cada plano tema direção do eixo x positivo: ER 0.05 ER 2 iˆ 0 2 C 4.5 n C m 2 está no plano yz, e um outro ER 1.57 N .m2 C 2 d 11 2.78 10 Exemplo 23-5 – Na figura, um plano infinito a densidade de carga superficial Ed nˆd A d 200 iˆ iˆ 0.052 d 0 Q 3.14 8.85 10 12 Exemplo 23-4 – Um campo elétrico é dado por E 200 iˆ N C T 30 0 s ER E E iˆ 0 2 iˆ 0 ER 4.5 10 9 ˆ i 8.85 10 12 N 508 iˆ C 1.57 N .m2 C 2 30 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico E Ee Eq k Qe Ee iˆ re2P (b) em x = 5m, os campos possuem direções opostas: ER ER 2 ER E E iˆ 0 2 N 0 iˆ C Ee iˆ 0 Ee Exemplo 23-6 – Uma esfera de raio R = 3 m tem o seu centro na origem e é portadora de uma densidade superficial de carga 3n C m2 . Uma carga puntiforme q = 250 nC está sobre o eixo dos y, em y = 2m. Determinar o campo elétrico, no eixo dos x, em (a) x = 2 m e (b) x = 4 m Solução: (a) No interior da esfera carregada, o campo elétrico devido à esfera é nulo e o campo elétrico resultante é apenas devido à carga elétrica q: E k q rˆ r2 9 109 250 10 9 E rˆ 22 22 N E 281 rˆ 450 C (b) No exterior da superfície esférica, o campo elétrico resultante é a soma vetorial do campo devido à esfera e devido à carga q: Eq Eq k 4 re2P R2 ˆ i 9 109 3 10 9 4 32 ˆ i 42 Ee 190 iˆ N C k q cos iˆ sen ˆj rq2P 9 109 250 10 9 4 ˆ i 20 2 20 Eq 100 iˆ 50 ˆj N C E 190 iˆ 100 iˆ 50 ˆj E 290 iˆ 50 ˆj N C E Ex2 Ey2 2 E 2902 50 N E 294.3 C Ey arctg Ex 31 2 ˆ j 20 50 290 9.780 arctg Exemplo 23-7 – Calcular o campo elétrico (a) no exterior e (b) no interior de uma esfera maciça de raio R uniformemente carregada, com carga total Q e densidade de carga volumétrica QV constante sobre todo o volume. O volume da esfera é: V 4 3 R3 31 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Solução: (a) No exterior da esfera, a uma distância r> R: ˆ E ndA T Q 0 s Q r2 Er 4 T Exemplo 23-8 – Determinar, mediante a Lei de Gauss, o campo elétrico à uma distância r de uma reta infinita, uniformemente carregada. 0 1 Er 4 0 Q r2 32 (b) No seu interior, r < R: ˆ E ndA T T 4 V r 2 4 3 4 3 r r3 Er 2 1 3 Er QV Er Er R 3 Q 4 R3 3 3 Q 1 4 R3 r 3 0 1 4 0 Q Exemplo 23-9 – Uma chapa condutora quadrada, de espessura desprezível, com 4 m de lado, está num campo elétrico externo, uniforme, dado por 0 Como: 4 3 r L 1 Q1 2 0 Lr 1 2 0 r Er r Q 0 0 3 0 Er Q s 0 Qi Er ˆ E ndA T s Qi Solução: Qi E 450 iˆ kN C , perpendicular às faces da chapa. (a) Calcular a densidade de carga de cada face da chapa. (b) Uma carga líquida de 96 C é colocada na chapa. Calcular a nova densidade superficial de carga em cada face e o campo elétrico nas vizinhanças dessas faces, porém longe das bordas da chapa. Q r R3 Solução: (a) A densidade de carga e o campo em cada face são dados por: 0 En Na face direita, é dirigido para fora da chapa: En 8.85 10 450 103 D D D 0 12 3.98 C m2 32 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Na face esquerda, é dirigido para dentro da EnE 111kN C chapa: E E 0 8.85 10 En 12 450 103 3.98 C m2 D (b) A nova densidade de carga numa face será dada pela soma da antiga mais a densidade de carga extra: 33 a a Q A 48 C 42 3 C m2 a Na face direita, a nova densidade de carga será: D D a 3.98 3 6.98 C m2 D Na face esquerda, a nova densidade de carga será: E E a 3.98 3 0.98 C m2 E As componentes normais do campo elétrico serão: EnD D 0 EnD EnD 6.98 8.85 10 12 789 kN C EnE E 0 EnE 0.98 8.85 10 12 33 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Condutores e Isolantes: Em alguns materiais, como aos metais, algumas das cargas negativas podem se mover livremente. Chamamos esses materiais de condutores. Em outros materiais, como o vidro, borracha e plástico, as cargas não podem se mover livremente. Chamamos de isolantes ou não-condutores A estrutura e natureza elétrica dos átomos são responsáveis pelas propriedades dos condutores e isolantes. Os átomos consistem de cargas positivas, os prótons, cargas neutras, os nêutrons e cargas negativas, os elétrons. Os prótons e os nêutrons estão compactados no núcleo central e os elétrons orbitar o núcleo. Quando os átomos de um condutor, como o cobre, ficam juntos para formar um sólido alguns dos elétrons não ficam presos ao núcleo, mas tornam-se livres para percorrer o sólido. Chamamos estes elétrons de elétrons de condução. Há poucos elétrons livres em um isolante. Chama-se de semicondutores, materiais formados por silício e germânio (Si, Ge), por exemplo, aqueles materiais que são intermediários entre condutores e isolantes. Os elétrons num átomo só podem assumir níveis de energia discretos, obedecendo a Teoria atômica de Bohr e o princípio da exclusão de Pauli, que diz que os elétrons possuem números quânticos distintos. Quando dois átomos se aproximam em uma ligação química, os níveis se sobrepõem devido à interação entre os campos dos dois átomos. Em um cristal, o grande número de superposição dos níveis de energia dos átomos, origina um contínuo de níveis de energia próximos, denominado banda de energia. A configuração dessas bandas de energia determinará a natureza do material. Figura 1 – Representação das bandas de energia em um sólido semicondutor, isolante e condutor. Banda de condução E 6 eV E > 6 eV Banda de valência Isolante Semicondutor Condutor Nos materiais isolantes, há uma região proibida de energia que separa as bandas de valência e de condução (“gap”), da ordem de valores maiores que 6 eV (1eV = 1,6.10-19J). Nos materiais condutores, não há essa separação. Nos materiais semicondutores, essa separação é da ordem de 1 eV, de modo que alguns elétrons podem ser promovidos da banda de valência para a banda de condução. Os átomos de Si, C e Ge possuem 4 elétrons na última camada, formando entre si ligações covalentes e tetravalentes. Quando essas ligações num cristal desse material (Si, C ou Ge) são quebradas pela energia térmica dos elétrons a temperatura ambiente, surge os elétrons livres na banda de condução, gerando uma densidade de elétrons livres n, e aparecem “buracos” (ausência de elétrons na ligação) que geram a densidade de buracos p. Quando n = p denominamos de semicondutor intrínseco. A concentração n.p depende da temperatura: n i2 (T ) n p O avanço da microeletrônica se deve ao grande desenvolvimento que das últimas décadas nos materiais semicondutores, com a descoberta que pode-se controlar o número de elétrons livres n ou de buracos p, inserindo-se átomos dopantes na rede cristalina do material semicondutor. Tabela I – Tipos de átomos doadores e aceitadores. Tipo Doadores n Aceitadores p Dopantes Átomos Com 5 elétrons na última camada: P,As, Sb Com 3 elétrons na última camada: B,Ga, In Função Aumenta n e reduz p Aumenta p e reduz n Os circuitos integrados, por exemplo, são constituídos por milhares de diodos e transistores, estes por sua vez são fabricados por materiais semicondutores construídos a base dos elementos silício e germânio. Finalmente temos os materiais supercondutores, assim chamados pelo fato de não haver resistência elétrica ao movimento de cargas elétricas através desses materiais. Quando as cargas elétricas se movem em um material, dizemos que ele está sendo atravessado por uma corrente elétrica. Naturalmente, os materiais possuem certa resistência à passagem de corrente elétrica. Por exemplo, o fio usado em dispositivos eletrônicos é um bom condutor de corrente elétrica, mas ainda 26 26 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico assim apresenta certa resistência elétrica. Em um supercondutor a resistência elétrica é nula. Por exemplo, se você dispusesse de um material supercondutor na forma de um anel e fizesse passar uma corrente elétrica por ele, esta irá atravessá-lo indefinidamente, sem a necessidade de uma bateria elétrica para mantê-la. A supercondutividade foi descoberta em 1911 pelo físico holandês Kammerlingh Onnes, que observou que mercúrio sólido perde sua resistência elétrica completamente a temperaturas inferiores a 4,2 K. Até 1986, a supercondutividade estava limitada a pouca utilidade prática, pois até então havia o conhecimento de que os materiais que se tornavam supercondutores necessitavam de uma temperatura abaixo de 20 K. Nos anos recentes, novos materiais supercondutores foram descobertos a temperaturas superiores, dando possibilidade de uma nova era de aplicações. Condutores esféricos: Se um excesso de carga é colocado em um material condutor esférico, esta carga é distribuída uniformemente na superfície externa do condutor. Por exemplo, ao colocarmos uma quantidade de elétrons em uma casca esférica condutora, estes elétrons se repelirão uns aos outros se distribuindo uniformemente sobre a superfície esférica externa. n Nêutron 0 1836.68 1/2 Quando uma quantidade física, como a carga elétrica, assume valores discretos, dizemos que esta quantidade é quantizada. A matéria, a energia e momento angular são quantidades quantizadas. Por exemplo, em um bulbo de uma lâmpada de 100 W, em torno de 1019 elementos de carga entram e deixam o bulbo a cada segundo. Exemplo 1 - Um material de Cobre de 3,11 g contém igual quantidade de cargas positivas e negativas. Qual a magnitude da quantidade de cargas positivas neste material? Qualquer átomo neutro possui uma quantidade Ze de prótons e uma quantidade Ze de elétrons, onde Z é seu número atômico. Assim, a quantidade de carga no material é o produto de NZe, onde N é o número de átomos no material e e a carga elétrica elementar. Sendo M a massa molar do Cu (M=63,5 g/mol) teremos: N NA m M 6, 02.1023 . 3.11 2, 9510 . 22 63.5 Átomos. Sendo o número atômico do Cu Z=23: q NZe (2, 9510 . 22 ).(29).(1, 6.10 19 ) 137000C A Conservação da carga elétrica: Princípio da conservação da carga: Benjamin Franklin pensava que a carga elétrica era um fluido contínuo, como o ar e a água, por exemplo. Hoje sabemos que a matéria é composta de certa quantidade de átomos: ela é discreta. Assim ocorre com a carga elétrica. Experimentos mostram que a carga elétrica é discreta, que toda carga elétrica pode ser escrita como: Se você esfregar uma haste em um tecido, medidas mostram que as cargas positivas se acumularam na haste e as negativas no tecido. Isto sugere que não há criação da carga, porém uma transferência da mesma. Essa hipótese de conservação da carga foi colocada pela primeira vez por Benjamin Franklin. Um exemplo de fenômeno que envolve a conservação da carga: o decaimento do urânio, no qual um núcleo se transforma espontaneamente em q ne; n 1, 2,..., e 1, 6.10 19 C Aqui e é denominada de carga elétrica elementar, uma importante constante da natureza. É de fundamental importância o princípio da conservação da carga elétrica: 238U 234 Th 4He Outro exemplo de conservação da carga é o outro tipo de núcleo. Por exemplo, o 238U , ou urânio 238, o qual é encontrado, pode decair emitindo uma partícula alfa: e transformando-se em tório 234: que acontece quando um elétron ( e ) encontra sua Num sistema eletricamente isolado, a soma algébrica das cargas negativas e positivas se mantém constante. A tabela a seguir mostra algumas propriedades das três partículas elementares de um átomo. anti-partícula, o pósitron ( e ) , cuja carga é +e, dando origem a dois raios gama de alta energia: e e Este processo é chamado de aniquilação. Tabela II – Dados das partículas que constituem o átomo. Nome S Q me Massa 9,1110 . 31 kg Mom ento angu lar Elétron Próton e p -1e 1e 1 1836.15 2 1/2 1/2 27 27 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico y Exercícios: 1) Qual a força eletrostática entre duas cargas de 1C separadas por uma distância de: a +q -q a) 1 m. b) 1 km 2) Uma carga puntiforme de 3, 00.10 6 C está a 12cm de uma outra carga puntiforme de 1, 5.10 6 C . Calcule a magnitude da .força sobre cada carga. 3) Qual deve ser a distância entre as cargas puntiformes q1 26. 0 C; q2 47. 0 C para que a força entre elas seja de 5.7 N? 4) Em um dispositivo luminoso, uma corrente de 2, 5.104 A flui durante 20ms. Qual a quantidade de carga que a atravessa? 5) A figura ilustra três cargas puntiformes, de intensidades q1 q2 q3 20 C , e o valor de d é 1,5m. a) q q 1 d 1 d d q 3 q 2 q 2 d a) Encontre a força elétrica sobre a carga q 1 em cada caso. 6) Porque experimentos em eletrostática não se realizam muito bem emdias húmidos? 7) As cargas q1 e q2 e q3 estão alinhadas nas posições x=-a, x=0 e x=a, respectivamente, no eixo x. Os Q, q2 Q; q3 2Q . valores das cargas são: q1 Determine: a) A força elétrica resultante sobre a carga q1. b) A força elétrica resultante sobre a carga q 2. c) A força elétrica resultante sobre a carga q 3. 8) Dispõe-se de 4 cargas localizadas nos vértices de um quadrado, como mostra a figura abaixo: a +2q -2q x Determine a força elétrica resultante sobre cada carga. 9) Duas cargas puntuais, de valores +q e +4q, estão a uma distância L entre si. Uma terceira carga é colocada de modo que o sistema permaneça em equilíbrio. a) Determine a localização, a magnitude e o sinal da terceira carga. b) Mostre que o equilíbrio do sistema é instável. 10) Determine a quantidade de elétrons em uma carga de 1 C. 11) A magnitude da força elétrica entre dois íons separados de 5, 0.10 10 m é 3, 7.10 9 N . a) Qual o valor da carga elétrica de cada íon? b) Determine o excesso de elétrons do íon. 12) Quantos megacoulombs em de carga elétrica (prótons ou elétrons) estão presentes em 1,00 mol de gás molecular hidrogênio (H2)? 13) A atmosfera terrestre é constantemente bombardeada por raios cósmicos (prótons) provenientes do espaço. Se em cada metro quadrado da superfície terrestre é bombardeado por uma taxa média de 1500 prótons por segundo, qual seria a correspondente corrente interceptada pela superfície total da terra? 14) Qual a magnitude da força elétrica entre um íon de sódio Na (carga +e) e um íon de cloro Cl (de carga -e) presentes no cristal NaCl (separação:Na-Cl: 2 , 82.10 10 m )? 15) Coloca-se uma carga A de magnitude +Q em contato com uma carga neutra B. Em seguida aproxima-se a carga A de uma carga C de valor -2Q 28 28 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico colocando-as em contato e separando-as. Sabendo que as cargas estão isoladas eletricamente, determine: a) O valor da carga A após o contato com a carga B. b) Os valores das cargas A,B e C após os contatos finais. c) Encontre a força de interação entre as cargas A e C, sabendo que sua separação é r. 16) aproxima-se um condutor de carga negativa de um corpo neutro. Em seguida aterra-se o corpo neutro. Qual será a carga final do corpo neutro? Exercícios – Halliday – Resnick - Tipler 1) Três cargas elétricas estão colocadas nos vértices de um triângulo eqüilátero, conforme mostra a figura: +q a a 29 17) Duas idênticas esferas condutoras, fixas no espaço, atraem-se com uma força de 0,108 N quando separadas por uma distância de 50,0 cm. As esferas são então conectadas por um fio condutor. Quando o fio é removido, as esferas exercem entre si uma força de 0,0360 N. Qual o valor inicial da carga das esferas? 18) Que quantidade de cargas positivas deveria ser colocada naTerra e na Lua para neutralizar sua atração gravitacional? Quantos kilogramas de hidrogênio seriam necessários para prover essa carga? 19) São colocadas algumas cargas no plano xy: q1=+3 C; x1=3,5 cm e y1=0,5cm; q2=-4 C; x2=-2,0 cm, y2=1,5 cm. a) Encontre a magnitude e direção da força eletrostática sobre a carga q2. b) Onde seria necessário colocar uma carga q3 = -Q +Q a Trace as linhas de força devido as cargas +Q e -Q e determine a direção da força que atua em +q devido à presença das duas cargas elétricas. 2) Qual a magnitude de uma carga puntual cujo campo elétrico à 50 cm da carga possui intensidade 2 N/C? 3) Duas cargas puntiformes de magnitudes Q1=0,2 mC e Q2=0,085mC estão distanciadas de 12 cm. a) Qual a intensidade do campo elétrico produzido uma sobre a outra? b) Qual a intensidade da força que atua em cada carga? +4 C para que anulasse a força eletrostática sobre a carga 2 ? 4) Duas cargas iguais e opostas de magnitude 0,2mC estão separadas de 15cm. 20) Uma lâmpada de 100 W opera a 120 V e passa por ela uma corrente de 0,83 A (assumindo a corrente estacionária). Quanto tempo demora para 1 mol de elétrons atravessar a lâmpada? a) Qual a intensidade e direção do vetor campo elétrico sobre um ponto no meio da reta que une as cargas? b) Qual a intensidade e direção da força elétrica sobre um elétron colocado neste ponto? 5) Um átomo de plutônio-239 tem um raio nuclear de 6,64 fm e um número atômico de Z=94. Assumindo que a carga positiva está distribuída uniformemente sobre o núcleo, qual a magnitude e direção do campo elétrico na superfície do núcleo devido à carga positiva? 6) Duas carga s puntiformes estão dispostas como mostra a figura: 29 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico 13) Uma nuvem carregada produz um campo elétrico no ar próximo à superfície da Terra. Uma y q q 1 partícula de carga 2, 0.10 9 C é atuada por uma força eletrostática descendente de intensidade 2 x d As cargas são q1= + 1mC e q2= + 3mC e estão separadas por uma distância d=10 cm. Faça um gráfico do campo elétrico E (x) para ambos valores positivos e negativos de x, tomando E positivo quando apontar para a direita e E negativo quando apontar para a esquerda. 7) Determine a magnitude e direção do campo elétrico em P, centro do quadrado da figura abaixo, com cargas nos vértices, sendo q=0,01mC e a=5,0cm. -2q +q 3, 0.10 6 N quando colocada no campo. a) Qual é a magnitude do campo elétrico? b) Qual é a magnitude e direção da força eletrostática exercida sobre um próton colocado sobre o campo? c) Qual é a força gravitacional sobre o próton? d) Qual a razão entre a força eletrostática e a força gravitacional? 14) Se conhecemos o campo elétrico E em um dado ponto, é possível encontrar o potencial V neste ponto? 15) Determine o potencial elétrico produzido pelas cargas do problema 7 no ponto P. a P 16) A ddp (diferença de potencial) entre a Terra e uma nuvem é de 1, 2.109 V . Qual a magnitude da mudança na energia potencial elétrica de um elétron que se move entre esses pontos? -q +2q 8) Um elétron é colocado em cada vértice de um triângulo eqüilátero de 20 cm de lado. a) Qual é o campo elétrico no ponto médio de um de seus lados? b) Qual a força que atua em um elétron aí colocado? 9) Calcule o momento de dipolo elétrico de um elétron e um próton distanciados de 4,3 nm. 10) Um elétron é colocado em um campo elétrico uniforme de magnitude 2, 00.104 N . Calcule a 17) Suponha que durante uma descarga elétrica entre uma nuvem e a Terra a ddp seja de 1, 0.109 V e uma quantidade de carga transferida de 30 C. a) Qual a mudança de energia nesta quantidade de carga transferida? b) Se esta energia fosse usada para locomover um automóvel de 1000 kg , qual a velocidade atingida pelo automóvel? c) Se a energia utilizada fosse para derreter o gelo, a 00 C , qual a quantidade de gelo que seria J ). derretida? (Dado:calor de fusão do gelo: 3, 3.105 kg C aceleração do elétron (ignorar a gravidade). 11) Um elétron é acelerado na direção oeste com aceleração de 1, 8.109 m2 por um campo elétrico. s Determine a magnitude e direção do campo elétrico. 18) No problema 6 determine o potencial elétrico em qualquer ponto x gerado pelas cargas elétricas. 19) Uma gota dágua carrega uma carga de 30 pC e tem um potencial de 500 V na sua superfície. (com V=0 no infinito). 12) Uma partícula a, núcleo de um átomo de He, tem massa de 6, 64.10 27 kg e carga de +2e. Qual a magnitude e direção do campo elétrico que balanceia seu peso? a) Qual o raio da gota? b) Se duas gotas com mesmo raio e carga combinam para formar uma outra gota esférica, qual o potencial na superfície desta nova gota? 30 30 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Texto : Leitura optativa 20) Determine o potencial elétrico em P devido a presença das 6 cargas pontuais abaixo. Assuma V=0 no infinito. Tabela 1: Algumas partículas elementares de um átomo: 31 Várias partículas elementares são agora experimentalmente conhecidas pelas várias propriedades pelas quais os físicos as identificam. Ele está dividido em quatro grandes classes: o fóton, o léptons, o baryons, e o mésons. Prótons e nêutrons são os componentes básicos de núcleos atômicos que, combinou com elétrons, átomos de forma. Fótons são as unidades fundamentais de radiação eletromagnética que inclui ondas de rádio, luz visível, e raios de X. O nêutron é instável como uma partícula isolada e desintegra pelo processo: n ± p + e + Xe com uma vida comum de 917 segundos. Quando se combinam com prótons, porém, forma certos núcleos atômicos, como oxigênio-16 ou o ferro-56, os nêutrons ficam estabilizados. A maioria das partículas elementares diferentes do elétron, fóton, próton, e nêutron foram descobertos desde 1945, alguns por meio de raios cósmicos, em experiências que usam aceleradores de alto-energia (veja Aceleradores de Partícula). A existência de outras partículas foi predita, mas eles não têm contudo sido observar-tal como o gráviton, supondo ser responsável por transmitir a força gravitacional. Em 1930 o físico britânico Paul M. Dirac predisse em estudos teóricos que, para todo tipo de partícula elementar, há outro tipo chamado sua antipartícula. A antipartícula do elétron foi achada em 1932 pelo físico americano Carl D. Anderson que chamou de o pósitron. O antipróton foi achado em 1955 pelos físicos americanos Owen Chamberlain e Emilio Segrè. É conhecida agora que a predição de Dirac é válida para todas as partículas elementares. Algumas partículas elementares, como o fóton, são a própria antipartícula dele. Físicos geralmente usam uma barra para denotar uma antipartícula; assim a antipartícula de uma particula também pode ser 31 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico classificada em termos do giro deles/delas, ou momento angular, como bósons ou férmions. Bósons têm um giro que é um múltiplo inteiro de uma certa constante, h,; fermions têm um giro que é um múltiplo de meio-inteiro daquela constante. Interações: Partículas elementares exibem forças, e eles constantemente são criados e são aniquilados. Criação, aniquilação, e força, de fato, são fenômenos relacionados e chamados de interações. Quatro tipos de interações são conhecidos (embora mais foram postulados): Cada tipo de interação acontece pela troca de um tipo particular de boson. Interações nucleares são os mais fortes e são responsáveis pela ligação de prótons e nêutrons e a formação de núcleos. Estas interações resultam da troca de glúons. Logo, as forças são interações eletromagnéticas responsáveis pelos elétrons que estão ligados aos núcleos em átomos e moléculas. Estas interações resultam da troca de fótons. Do ponto de vista prático, esta ligação é de grande importância porque todas as reações químicas representam transformações eletromagnéticas de elétrons e núcleos. Muito mais fracas são as interações fracas denominadas que governam o decaimento radioativo de núcleos atômicos, observados (1896-98) pelos físicos franceses e químicos Antoine H. Becquerel, Pierre Curie, e Marie Curie. Estas interações são o resultado da troca de bósons fracos: W+, W -, ou partículas de Z°. A interação gravitacional de assunto é importante em uma balança grande, embora é o mais fraco das interações de partícula elementares. Esta interação é o resultado teoricamente da troca de grávitons. Leis de conservação A dinâmica de interações de partícula elementares é governada por equações de movimento que é a generalização das três leis fundamentais de Newton da dinâmica. Na dinâmica de Newton, não são criados, nem são destruídas; eles são conservados. Energia existe em muitas formas que podem ser transformadas em outras, mas a energia total é conservada e não muda. Para interações de partícula elementares estas leis de conservação permanecem com efeito, mas foram descobertas leis de conservação adicionais que originaram papéis importantes na estrutura e interações de núcleos e partículas elementares. Simetria e Números de Quantum Princípios de simetria eram quase exclusivamente aplicados a problemas em mecânicas dos fluidos e cristalografia até o começo do 20º século na física. Depois de 1925, com o sucesso crescente de teoria de quantum descrevendo o átomo e processos atômicos, os físicos descobriram aquelas considerações de simetria conduzidas a números de quantum (que descrevem estados atômicos) e para regras de seleção (que governam transições entre estados atômicos). Porque números de quantum e regras de seleção são necessárias a descrições de fenômeno atômico e subatômico, considerações de simetria são centrais às físicas de partículas elementares. Paridade (P) Em sua maioria, os princípios de simetria dizem que um fenômeno particular é invariante (inalterado) quando são transformadas certas coordenadas de espaço, ou mudam de um certo modo. O princípio de simetria de reflexão espacial, ou paridade (P) conservação, estados que as leis de natureza são invariante quando são refletidos três coordenadas de espaço, x, y, e z, de todas as partículas (quer dizer, quando os sinais deles são mudados). Uma reação (colisão, ou interação) entre duas partículas UM e B, por exemplo, que tem pA de impulsos de vetor e pB poder ter uma certa probabilidade de se render duas outras partículas C e D com os próprios impulsos característicos deles o PC e pD. Esta reação Um + B ± C + D (R) tem sido chamado R. Se partículas UM e B com impulsos -pA e -pB produzem partículas C e D com impulsos o -PC e -pD à mesma taxa então como R, a reação é invariável debaixo de paridade (P). Simetria de Conjugação de carga (C) O princípio de simetria de conjugação de carga pode ser ilustrado se referindo à reação R. Se as partículas UM, B, C, e D são substituídos pelo antipartículas UM, B, Ç, e D, então Um + B ± Ç + D C(R) Esta reação hipotética ser denominada C(R) e é a reação conjugada de R. Se (R) e C(R) procede à mesma taxa, então a reação é invariante debaixo de conjugação de carga de pólvora (C). Simetria de Inversão de tempo (T) O princípio de simetria de inversão de tempo, ou reversão de tempo, tem uma definição semelhante. Os estados de princípio que se uma reação (R) é invariante abaixo (T), então a taxa da reação inversa C + D ± UM + B T(R) está em uma proporção definida à taxa de (R). Simetria e Forças de Interações 32 32 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Foram achados os tipos de simetria observados pelos quatro tipos diferentes de interações para ser bastante diferente. As 1957 acreditaram que simetria de reflexão espacial (ou conservação de paridade) é observada em todas as interações. Em 1956 os físicos chinês-americanos Tsung Dao Lee e Chen Ning Yang mostraram aquela conservação de paridade tida, de fato, não sido testado para interações fracas e várias experiências sugeridas para examinar isto. Um destes foi executado o ano seguinte pelo físico chinês-americano Chien-Shiung Wu e os colaboradores dela que acharam que, realmente, não é observada simetria de reflexão espacial em interações fracas. Uma conseqüência era a descoberta que as partículas emitiram em interações fracas tende a espiralar ao longo da direção do movimento deles/delas. Em particular, o ue de neutrinos e uµ que só são envolvido em interações fracas e gravitacionais sempre giram de uma maneira canhota. Os físicos americanos James W. Cronin e Val L. Fitch e os colaboradores deles/delas também descobriram, em 1964, aquela simetria de reversão de tempo não é observada em interações fracas. Simetria e Quarks A classificação de partículas elementares estava baseado nos números de quantum deles/delas e assim fez de mãos dadas com idéias sobre simetria. Trabalhando independentemente com tais considerações, os físicos americanos Murray Gell-Mann e George Zweig propuseram em 1963 são formados aquele baryons e mesons de componentes menores que Gell-Mann chamado quarks. Eles sugestionaram três tipos de quarks, cada que tem um antiquark. Evidência indireta muito boa para o quark modela de baryons e mesons tem acumulado, especialmente como a descoberta em 1974 de partículas de J/Y pelos físicos americanos Samuel C. C. Ting e Burton Richter. A teoria modelo padrão de partículas elementares postulou a existência de seis tipos de quarks tudo dos quais foi experimentalmente confirmado. Teoria de campo de Interações Antes do mid-19º século, interação, ou força, era acreditada comumente que agia a uma distância. O cientista inglês Michael Faraday iniciou a idéia que interação é transmitida de um corpo a outro por um campo. O físico escocês James Maxwell pôs as idéias de Faraday em forma matemática e resulta na primeira teoria de campo, comumente chamado as equações de Maxwell para interações eletromagnéticas. Em 1916 Albert Einstein publicou a teoria de interações gravitacionais, e isso se tornou a segunda teoria de campo. Acredita-se agora universalmente que as outras duas interações, fortes e fracas, também podem ser descritas através de teorias de campo. Com o desenvolvimento da teoria do quantum, foram encontradas certas dificuldades com teorias de campo nos anos trinta e quarenta. As dificuldades foram relacionadas aos campos muito fortes que têm que existir na vizinhança imediata de uma partícula e chamamos de divergência. Remover parte dessa dificuldade foi criado um método chamado renormalização, desenvolvido nos anos 1947-49 pelo físico japonês Shin'ichiro Tomonaga, e os físicos americanos Julian Schwinger e Richard Feynman e o físico Dyson anglo-americano. Métodos de Renormalização mostraram que as dificuldades de divergência podem ser isoladas sistematicamente e podem ser removidas. O programa alcançou grandes sucessos práticos, mas a fundação de teoria de campo permanece insatisfatória. Unificação de Teorias de Campo Os quatro tipos de interações são imensamente diferentes de um do outro. O esforço para os unificar em um único conceitual foi iniciado por Albert Einstein antes das 1920. Os físicos americanos Sheldon Glashow e Steven Weinberg e o físico paquistanês Abdus Salam em 1979 compartilharam o Nobel em física com o trabalho de um modelo próspero que unifica as teorias de interações eletromagnéticas e fracas. Isto era acabado reunindo idéias de simetria de medida desenvolvidas pelo matemático alemão Hermann Weyl, Yang, e o físico Robert Laurence Mills americano e de simetria quebrada desenvolvida pelo físico japonês-americano Yoichiro Nambu, o físico britânico Peter W. Higgs, e outros. Uma contribuição muito importante para estes desenvolvimentos foi feita pela física holandesa Gerardus ' t Hooft que inseriu no programa de renormalização essas teorias. Prospectos para o Futuro É reconhecido agora que as propriedades de todas as interações são ditadas por várias formas de simetria de medida. Em retrospecto, o primeiro uso desta idéia era à procura de Einstein para uma teoria gravitacional que é simétrico com respeito a transformações de coordenada que culminaram na teoria geral de relatividade em 1916 (veja Gravitação; Relatividade). Exploração de tais idéias será certamente um tema principal de física de partículas elementares durante os anos próximos. Extensão qualitativa do conceito de simetria de medida para facilitar, possivelmente, uma unificação eventual não só de todas as interações, mas também de todas as interações com todas as partículas constituintes, já foi tentado nas idéias de 33 33 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico supersimetria e supergravidade. Serão procurados tais desenvolvimentos indubitavelmente. A meta final é uma compreensão da estrutura fundamental de assunto por princípios de simetria unificados. Infelizmente, não é provável que esta meta seja alcançada no futuro. Há dificuldades em ambos os aspectos teóricos e experimentais do empenho. No lado teórico, as complexidades matemáticas de teoria de medida de quantum são grandes. No lado experimental, o estudo de partícula elementar estrutura a dimensões menores e menores requer aceleradores maiores e maiores e detectores (veja Detectores de Partícula). Os recursos humanos e financeiros requeridos para progresso de futuro são tão grandes que o passo de progresso será reduzido inevitavelmente. Contribuído por: Chen Ning Yang Tubo de raios catódicos Adaptado de: http://ciencia.hsw.uol.com.br Quase todas as TVs em uso atualmente contam com um aparelho conhecido como tubo de raio catódico, ou CRT, para exibir suas imagens. LCDs e telas de plasmas também são usadas, mas as CRTs são mais comuns, sendo possível fazer uma tela de televisão com milhares de lâmpadas comuns de 60 watts. Você pode já ter visto algo como isso em eventos ao ar livre, como em jogos de futebol. Os CRTs ainda são o modo mais comum de exibir imagens hoje em dia. Os termos ânodo e cátodo são usados em eletrônica como sinônimos para terminais positivos e negativos. Por exemplo: você pode se referir ao terminal positivo de uma bateria como o ânodo e o terminal negativo como cátodo. Em um tubo de raio catódico, o “cátodo” é um filamento aquecido (não diferente do filamento em uma lâmpada normal). O filamento aquecido está em um vácuo criado dentro de um “tubo” de vidro. O “raio” é um fluxo de elétrons que naturalmente saem do catodo aquecido para o vácuo. Os elétrons possuem carga negativa. O ânodo é positivo. Por essa razão, ele atrai os elétrons do cátodo. Em um tubo de raios catódicos de TV, o fluxo de elétrons é focalizado formando um raio (ou feixe) concentrado e acelerado por um dispositivo de aceleração localizado logo após o cátodo. Esse feixe de elétrons acelerados viaja pelo vácuo no tubo e atinge a tela plana na outra extremidade do tubo. Essa tela é revestida de fósforo e brilha quando atingida pelo feixe. Dentro de um CRT Há um cátodo e um par (ou mais) de ânodos, uma tela revestida de fósforo e um revestimento condutivo dentro do tubo para absorver os elétrons que se acumulam na extremidade da tela do tubo. Entretanto, no diagrama abaixo, você pode ver que não há modo de "direcionar" o feixe, que sempre vai parar em um ponto pequeno bem no centro da tela. Isso acontece porque se você olhar dentro de qualquer aparelho de TV vai descobrir que o tubo possui bobinas de fio. Na próxima página, você vai ter uma boa visão das bobinas de direcionamento. As bobinas de direcionamento são simplesmente enrolamentos de cobre. São capazes de criar campos magnéticos dentro do tubo e os feixes de elétrons respondem aos campos. Um conjunto de bobinas cria um campo magnético que move o feixe de elétrons verticalmente, ao passo que outro conjunto move o feixe horizontalmente. Controlando a tensão das bobinas, pode-se posicionar o feixe de elétrons em qualquer ponto da tela. 34 34 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Fósforo é um material que, quando exposto à radiação, emite luz visível. A radiação deve ser de luz ultravioleta ou um feixe de elétrons. Qualquer cor fluorescente é, na realidade, fósforo - as cores fluorescentes absorvem a luz ultravioleta invisível e emitem luz visível em uma cor característica. Em um CRT, o fósforo reveste o interior da tela. Quando os feixes de elétrons atingem o fósforo, ele faz a tela brilhar. Em uma TV preto e branco, o fósforo brilha branco quando atingido. Em uma TV colorida, existem três fósforos organizados como pontos e linhas que emitem luz vermelha, verde e azul e, também, três feixes de elétrons para iluminar as três cores diferentes juntas. Há milhares de fósforos diferentes formulados. Eles são caracterizados pela emissão de cor e pelo tempo de duração da emissão depois que são excitados. O sinal da TV preto e branco Em uma TV preto e branco, a tela é revestida com fósforo branco e os feixes de elétrons "pintam" uma imagem na tela movimentando os feixes de elétrons através do fósforo uma linha por vez. Para pintar a tela inteira, os circuitos eletrônicos dentro da TV usam bobinas magnéticas para mover os feixes de elétrons em um padrão de escaneamento, através e para baixo da tela. O feixe pinta uma linha através da tela, da esquerda para a direita. Ele então rapidamente segue de volta (e para baixo) para o lado esquerdo, movese rapidamente para a direita e pinta outra linha horizontal, e assim por diante, por toda a tela, deste modo: Nessa figura, as linhas azuis representam linhas que os feixes de elétrons estão pintando na tela da esquerda para a direita, ao passo que o tracejado de linhas vermelhas representa os feixes viajando de volta para a esquerda. Quando o feixe alcança o lado direito da linha inferior, ele tem que voltar para o canto esquerdo superior da tela, como representado pela linha verde na figura. Quando o feixe está pintando, está ligado, e quando está voltando, está desligado, para que não deixe uma trilha na tela. A expressão resolução horizontal é usada para se referir ao movimento do feixe voltando para a esquerda no final de cada linha, ao passo que a expressão resolução vertical se refere ao movimento de baixo para cima. Enquanto o feixe pinta cada linha da esquerda para a direita, a intensidade do raio é mudada para criar diferentes tonalidades de preto, cinza e branco pela tela. Como o espaço entre as linhas é muito curto, o cérebro integra todas como uma única imagem. Uma tela de TV normalmente tem 480 linhas visíveis de cima até embaixo. 35 Pintando a tela A TV padrão usa uma técnica de entrelaçamento quando pinta a tela. Nessa técnica, a tela é pintada 60 vezes por segundo, mas apenas metade das linhas é pintada por quadro. Os feixes pintam alternadamente as linhas enquanto se move para baixo na tela, por exemplo: cada uma das linhas com números ímpares. Então, da próxima vez que ele se mover para baixo, pintará as linhas com números pares, alternando para frente e para trás entre as linhas de numeração par e ímpar em cada passagem. Em duas passagens, a tela inteira é pintada 30 vezes por segundo. A alternativa para o entrelaçamento é chamada escaneamento progressivo e pinta cada linha na tela 60 vezes por segundo. A maioria dos monitores de computador usa o escaneamento progressivo porque ele reduz significantemente a tremulação. Como o feixe de elétron pinta todas as 525 linhas 30 vezes por segundo, ele pinta um total de 15.750 por segundo (algumas pessoas realmente podem ouvir essa freqüência como um som muito agudo emitido quando a televisão é ligada). Quando um canal de televisão quer transmitir um sinal para sua TV ou quando seu videocassete quer exibir o filme da fita em sua TV, o sinal precisa se compor com os dispositivos eletrônicos que controlam os feixes para que a TV possa pintar precisamente a imagem que o canal de TV ou o videocassete envia. Depois, o canal de TV ou o videocassete envia um sinal bem conhecido para a TV que contém três partes diferentes: informação de intensidade para o feixe ao pintar cada linha; sinais de resolução horizontal para informar à TV quando movimentar o feixe de volta para o final de cada linha; sinais de resolução vertical 60 vezes por segundo para mover o feixe do canto inferior direito para o esquerdo superior. Então, como essa informação é transmitida para a TV? Um sinal que contém esses três componentes - informação de intensidade, resolução vertical e 35 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico resolução horizontal - é chamado de sinal de composição de vídeo. Uma entrada de composição de vídeo em um videocassete é normalmente um plugue RCA amarelo. Uma linha de um sinal de composição de vídeo comum é parecida com a indicada. Os sinais de resolução horizontal são pulsos de 5 microssegundos (abreviado como " s" na figura) a zero volt. A eletrônica dentro da TV pode detectar esses pulsos e usá-los para disparar a resolução horizontal do feixe. O sinal real para a linha é uma onda que varia entre 0,5 volts e 2,0 volts, com 0,5 volts representando o preto e 2 volts representando o branco. Este sinal controla o circuito de intensidade para um feixe de elétron. Em uma TV preto e branco, esse sinal pode ocupar cerca de 3,5 megahertz (MHz) da largura de banda, ao passo que em um aparelho colorido o limite é de cerca de 3,0 MHz. Um pulso de resolução vertical é similar ao pulso horizontal, mas dura de 400 a 500 microssegundos. O pulso de resolução vertical é serrilhado com pulsos de resolução horizontal para manter o circuito de resolução horizontal na TV sincronizado. Adicionando cor Uma tela de TV colorida é diferente da tela preto e branco de devido a três motivos: há três feixes de elétrons que se movem simultaneamente pela tela, chamados de feixes vermelhos, verdes e azuis; a tela não é revestida com uma simples folha de fósforo como na TV preto e branco. Ela é revestida com fósforos vermelho, verde e azul organizados em pontos e linhas. Se ligar a TV ou o monitor do computador e olhar bem de perto a tela com uma lupa, você vai poder ver os pontos e linhas; do lado de dentro do tubo, bem próximo ao revestimento de fósforo, há uma fina tela de metal chamada de máscara de sombra. Essa máscara é perfurada com furinhos bem pequenos, alinhados com os pontos (ou linhas) de fósforo na tela. A figura a seguir mostra como a máscara de sombra funciona: Quando uma TV em cores precisa criar um ponto vermelho, ela dispara o feixe vermelho no fósforo vermelho. O mesmo acontece para os pontos verdes e azuis. Para criar um ponto branco, os feixes vermelho, verde e azul são disparados simultaneamente - as três cores se misturam para criar o branco. Para criar um ponto preto, todos os três feixes são desligados enquanto escaneiam o ponto. Todas as outras cores na tela da TV são combinações de vermelho, verde e azul. Sinal da TV em cores Um sinal de TV em cores começa exatamente como um sinal preto e branco. Um sinal extra de crominância é acrescentado pela superposição de uma onda senoidal de 3,579545 MHz sobre um sinal padrão preto e branco. Logo depois de um pulso sincronismo horizontal, oito ciclos de uma onda senoidal de 3,579545 MHz são acrescentados como uma explosão de cores. Seguindo esses oito ciclos, uma mudança de fase no sinal de crominância indica a cor a ser exibida. A amplitude do sinal determina a saturação. A tabela a seguir mostra a relação entre a cor e a fase: Cor Fase explosão 0 graus amarelo 15 graus vermelho 75 graus magenta 135 graus azul 195 graus ciano 255 graus verde 315 graus Uma TV preto e branco filtra e ignora o sinal de crominância. Uma TV em cores retira essa informação do sinal e decodifica a mesma, juntamente com o sinal de intensidade normal, para determinar como modular os três feixes coloridos. 36 36 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico 37 37 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico LCD Uma LCD (tela de cristal líquido) todo dia. Elas estão por toda parte: em laptops, relógio digitais, aparelhos de CD, DVD, relógios de pulsos e microondas e muitos outros aparelhos eletrônicos. As LCDs são comuns porque oferecem algumas vantagens reais sobre outras tecnologias para telas. Elas são mais finas e mais leves e gastam muito menos energia que os tubos de raios catódicos (CRTs) Mas por que essas coisas são chamadas de cristal líquido? O nome "cristal líquido" soa como uma contradição. Pensamos em cristais como sendo um material duro como o quartzo, geralmente duros como uma rocha, enquanto os líquidos são obviamente diferentes. Como um material pode combinar os dois? Cristais líquidos Há três estados comuns da matéria: sólido, líquido ou gasoso. Os sólidos agem dessa maneira porque suas moléculas sempre mantêm sua orientação e ficam na mesma posição em relação umas às outras. As moléculas nos líquidos são justamente o oposto: elas podem mudar sua orientação e se mover para qualquer lugar no líquido. Há algumas substâncias que podem existir em um estado peculiar que é líquido e sólido. Quando estão nesse estado peculiar, suas moléculas tendem a manter sua orientação, como as em estado sólido, mas também se movem para posições diferentes, como as em estado líquido. Isso significa que cristais líquidos não são nem sólidos nem líquidos. É por isso que esse nome aparentemente contraditório surgiu. Então, os cristais líquidos agem como sólidos, como líquidos ou outra coisa? Acontece que cristais líquidos estão mais próximos do estado líquido que do sólido. É necessário uma grande quantidade de calor para transformar uma substância de cristal sólido para líquido e é necessário apenas um pouco mais de calor para transformar esse mesmo cristal líquido em líquido real. Isso explica porque os cristais líquidos são muito sensíveis à temperatura e porque são usados para fazer termômetros. Também explica porque uma tela de laptop pode agir de forma estranha no tempo frio ou durante um dia quente na praia. Cristais líquidos em fase nemática Da mesma maneira que há muitas variedades de sólidos e líquidos, há também uma variedade de substâncias de cristal líquido. Dependendo da temperatura e da natureza particular da substância, os cristais líquidos podem estar em uma das várias fases distintas. Na fase nemática, os cristais líquidos tornam as LCDs possíveis. Uma característica dos cristais líquidos é que são afetados por correntes elétricas. Um tipo particular de cristal líquido nemático, chamado nemático torcido (TN), é naturalmente torcido. A aplicação de uma corrente elétrica nesses cristais líquidos os destorcem em vários graus, dependendo de sua voltagem. As LCDs usam esses cristais líquidos porque eles reagem de maneira previsível à corrente elétrica controlando a passagem de luz. 38 Cristais líquidos termotrópicos reagem às mudanças de temperatura ou, em alguns casos, de pressão. A reação dos cristais líquidos liotrópicos, que são usados na fabricação de sabões e detergentes, depende do tipo de solvente com que estão misturados. Cristais líquidos termotrópicos são isotrópicos ou nemáticos. A diferença principal é que as moléculas nas substâncias de cristal líquido isotrópico têm um arranjo aleatório, enquanto nos nemáticos há uma ordem ou padrão definido. A orientação das moléculas na fase nemática está baseada no orientador. O orientador pode ser qualquer coisa, desde um campo magnético até uma superfície com ranhuras microscópicas. Na fase nemática, os cristais líquidos podem ser classificados pela maneira com que as moléculas se orientam em relação umas às outras. A disposição mais comum é a esmética, que cria camadas de moléculas. Há muitas variações da fase esmética, como o C esmático, no qual as moléculas em cada camada inclinam-se em um ângulo a partir da camada anterior. Uma outra fase comum é colestérica, também conhecida como nemática quiral. Nessa fase, as moléculas se torcem ligeiramente a partir de uma camada até a próxima, resultando em uma espiral. Os cristais líquidos ferroelétricos (FLCs) usam substâncias de cristal líquido que têm moléculas quirais em uma disposição de tipo C esmético porque a natureza espiral dessas moléculas permite um tempo de resposta à mudança em microsegundos, o que torna as FLCs particularmente adequadas às telas avançadas. Os cristais líquidos ferroelétricos estabilizados por superfície (SSFLCs) exercem uma pressão controlada por meio do uso de uma placa de vidro, suprimindo a espiral das moléculas e tornando a mudança ainda mais rápida. 38 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori CAPÍTULO II - Campo Elétrico Há muito mais coisas envolvidas no processo de construção de uma LCD do que simplesmente criar uma lâmina de cristal líquido. A combinação de 4 fatores torna as LCDs possíveis: a luz pode ser polarizada; os cristais líquidos conseguem transmitir e mudar a luz polarizada; a estrutura dos cristais líquidos pode ser mudada pela corrente elétrica; existem substâncias transparentes que podem conduzir eletricidade. Uma LCD é um aparelho que usa esses 4 fatores de maneira surpreendente! Para criar uma LCD são necessários 2 pedaços de vidro polarizado. Um polímero especial que cria ranhuras microscópicas na superfície é friccionado no lado do vidro que não tem o filme polarizador. As ranhuras devem estar na mesma direção do filme polarizador. Adiciona-se então uma camada de cristais líquidos nemáticos a um dos filtros. As ranhuras farão a primeira camada de moléculas se alinhar com a orientação do filme. Então, acrescenta-se o segundo pedaço de vidro com o filme polarizador formando um ângulo reto em relação ao primeiro pedaço. Cada camada sucessiva de moléculas TN (nemáticas torcidas) vai gradualmente se torcer até que a camada mais superior esteja em um ângulo de 90° com a parte inferior, coincidindo com os filtros de vidro polarizado. Quando a luz atinge o primeiro filtro, ele é polarizado. Então, as moléculas em cada camada guiam a luz que recebem até a próxima camada. À medida em que a luz passa através das camadas de cristal líquido, as moléculas também mudam o plano de vibração da luz para coincidir com o seu próprio ângulo. Quando a luz alcança o lado mais distante da substância de cristal líquido, ela vibra no mesmo ângulo que a camada final de moléculas. Se a camada final coincidir com o segundo filtro de vidro polarizado, então a luz atravessará. Se aplicarmos uma carga elétrica às moléculas de cristal líquido, elas vão se distorcer. Quando se esticam, mudam o ângulo da luz que passa através delas de maneira que ela não coincida mais com o ângulo do filtro polarizador de cima. Conseqüentemente, nenhuma luz consegue passar através dessa área da LCD, o que a torna mais escura que as áreas circundantes. 39 39