Revista ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica

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Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
EDITORIAL
É
com imensa satisfação que trazemos a você associado, mais um número da Revista da
ABRO. Contamos, neste número, com a participação do Prof. Dr. Plauto Christopher Aranha
Watanabe, que proporcionará uma leitura intensa sobre um tema bastante atual na Odontologia:
a osteoporose e o os sinais radiográficos que podem ser observados na radiografia panorâmica, além
de todo um quadro dessa condição no cenário de doenças sistêmicas. Também, neste número,
encontramos os resumos dos trabalhos apresentados na XVI Jornada da Associação Brasileira de
Radiologia Odontológica, realizada em Ouro Preto. Assim, aproveitamos a nossa revista, que é a
forma mais concreta de chegarmos a cada associado, para agradecer a todos que participaram
desse evento: organizadores, patrocinadores, expositores, pesquisadores e congressistas, que
proporcionaram momentos de total interação científica e também fraternal. Atingimos, assim, o nosso
objetivo: levar ao sócio da ABRO, tudo que existe de mais atual, em termos de equipamentos e
pesquisas sem, entretanto, esquecermos o entretenimento.
Prof. Dr. Perboyre Castelo
Presidente da ABRO
EXPEDIENTE
Revista da ABRO – órgão de divulgação científica da Associação
Brasileira de Radiologia Odontológica (www.abro.org.br), que
tem como objetivo a publicação de artigos de pesquisa básica e
aplicada, artigos de atualização e casos clínicos no campo da
Radiologia Odontológica. Distribuída gratuitamente aos associados,
faculdades de Odontologia e associações cadastradas na ABRO. O
título abreviado do periódico é Rev ABRO.
Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Presidente
Dr. Manoel Perboyre Gomes Castelo
Vice-Presidente
Dra. Marta Suzana Holanda de Sá
1º Tesoureiro
Dr. Perboyre Gomes Castelo Júnior
2º Tesoureiro
Dr. José Osmar Vasconcelos Filho
1º Secretário
Dra. Sandra Régia Albuquerque Ximenes
2º Secretário
Dr. Lúcio Mitsuo Kurita
Conselho fiscal
Titulares
Dr. Frab Norberto Bóscolo
Dr. João Batista Sobrinho do Nascimento Neto
Dr. José Ribamar de Azevedo
Suplentes
Dr. Mike Bueno
Dra. Luciane Farias de Araújo
Dr. Paulo Sérgio Flores Campos
Corpo Editorial
Editor responsável
Solange Maria de Almeida - FOP/UNICAMP
Editores Associados
Frab Norberto Bóscolo – FOP/UNICAMP
Francisco Haiter Neto – FOP/UNICAMP
Paulo Sérgio Flores Campos – FO/UFBA
Consultores Científicos
Ana Lúcia Alvares-Capelozza – FOB/USP
Adriana Dibo da Cruz – São Carlos/SP
Benjamin Martinez Rondanelli – Universidad Mayor (Chile)
Claúdio Costa – FO/USP
Eduardo Sannomiya – Universidade Metodista de São Paulo
Elismauro Francisco de Mendonça – FO/UFG
Emiko Saito Arita – FO/USP
Fabrício Mesquita Tuji – FO/UFPA
Flávia Maria de Moraes Ramos-Perez - Recife/PE
Fernando Henrique Westphalen – PUC/PR
Gulnara Scaf – FOA/UNESP
Israel Chilvarquer – FO/USP
Isabel Regina Fischer Rubira Bullen – FOB/USP
Jane Luiza Freire Matos – FO/UFBA
João Batista Sobrinho do Nascimento Neto – FOP/PE
Júlio César de Melo Castilho – FOSJC/UNESP
Karina Lopes Devito – FO/UFJF
Marcelo de Gusmão Paraíso Cavalcante – FO/USP
Márcia Rejane Brucker – PUC/RS
Maria Luiza dos Anjos Pontual – FO/UFPB
Maria Eli Leonelli de Moraes – FOSJC/UNESP
Marlene Fenyo Pereira – FO/USP
Melissa Feres Damian – FO/UFPEL
Monica Costa Armond – UNINCOR/MG
Murilo José Nunes de Abreu Junior – FO/UFSC
Nilson Pena Segundo Neto - FO/UFBA
Paulo Sérgio Flores Campos-FO/UFBA
Plauto Christopher Aranha Watanabe – FORP/USP
Rívea Inês Ferreira – UNICID/SP
Sérgio Lúcio Pereira de Castro Lopes - FO/UFPEL
Vânia Regina Camargo Fontanella – ULBRA-FO/UFRS
Jornalista Responsável
Fabiana Maria Groppo (MTB: 31.280)
Editoração
Miriam Miranda
Impressão
Gráfica Riopedrense
Tiragem
1.000 exemplares
Os conceitos e opiniões contidos neste veículo são de
responsabilidade exclusiva do(s) autor(es), não expressando, a priori,
os interesses da ABRO. É proibida a reprodução total ou parcial do
conteúdo sem a devida autorização.
Contato: [email protected]
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Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
SUMÁRIO
4
05
OSTEOPOROSE E A RADIOGRAFIA PANORÂMICA: O QUE O CIRURGIÃO DENTISTA PODE ANALISAR
Osteoporosis and Panoramic Radiography: What dentists can analyze.
Plauto Christopher Aranha WATANABE
22
SATISFAÇÃO DE CIRURGIÕES-DENTISTAS EM RELAÇÃO ÀS CLÍNICAS DE RADIOLOGIA
ODONTOLÓGICA DA CIDADE DE IPATINGA (MG-BR)
Satisfaction of Dentists with Radiology Clinics in Ipatinga (MG-Brazil)
Henrique de Andrade FERNANDES, Simone Maria Ragone GUIMARÃES, Humberto da Costa
FERNANDES, Marcos Vinicius Queiroz de PAULA
26
ALTERAÇÕES MANDIBULARES EM PANORÂMICAS UTILIZANDO DOIS ÍNDICES
RADIOMORFOMÉTRICOS
Mandibular Changes nn Panoramic Radiographs using two Radiomorphometric Indices”
Camila Vasconcelos Santana PRADO, Juliana Álvares Duarte Bonini CAMPOS, Leonor de Castro
Monteiro LOFFREDO, Guilherme Monteiro TOSONI
31
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE IMAGENS CONVENCIONAL E DIGITAL INDIRETA NA
INTERPRETAÇÃO DE LESÕES RADIOLÚCIDAS MULTILOCULARES
Comparative study between conventional and indirect digital images in the interpretation of
multilocular radiolucent lesions
Valéria Campassi Reis GAMBIER; Ricardo RAITZ; Fabio Abreu ALVES; Marcelo MARCUCCI;
Marlene FENYO-PEREIRA
37
CALCIFICAÇÃO DO DISCO DA ATM
Calcification of the TMJ disc
Frederico Sampaio NEVES, Flávia Maria de Moraes RAMOS-PEREZ, Andréa dos Anjos PONTUAL,
Marco Antônio Gomes FRAZÃO, Daniela Pita de MELO, Paulo Sérgio Flores CAMPOS
41
RELAÇÃO ATÍPICA ENTRE AS RAÍZES DO SEGUNDO E TERCEIRO MOLARES SUPERIORES
Unusual relationship between the roots of the second and third upper molars
Frederico Sampaio NEVES, Daniela Pita de MELO, Iêda Margarida Rocha CRUSOÉ-REBELLO,
Paulo Sérgio Flores CAMPOS
44
CAVIDAD ÓSEA DE STAFNE, LA VARIANTE RELACIONADA A LA GLÁNDULA SALIVAR
SUBMANDIBULAR: ESTUDIO DE CASOS CLÍNICOS
Stafne’s Bone Defect, The Salivary Submandibular Gland-Related Posterior Variant: A Case Study
Paulo Sérgio Flores CAMPOS, Daniela Adorno FARIAS
47
PREVALÊNCIA DE DENTES SUPRANUMERÁRIOS EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS NUMA
AMOSTRA POPULACIONAL DO CEARÁ
Prevalence of supernumerary teeth in Panoramic radiographies on a sample population of Ceará
George Táccio de Miranda CANDEIRO, Ana Carolina Santana PRAXEDES, Amanda Ferreira de
Sousa BRINGEL, Francisco Ramon Ramos OLIVEIRA, Horlley Honny Teófilo AMORIM, Lewton
de Almeida FERNANDES, Ilan Sampaio do VALE
51
IMAGENS DE CÔNDILO BÍFIDO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EM TOMOGRAFIA DE
FEIXE CÔNICO.
Bifid condyle images of temporomandibular joint in cone beam computed tomography.
Daniela Brait Silva LADEIRA, Danielle Frota de ALBUQUERQUE, Solange Maria de ALMEIDA,
Frab Norberto BÓSCOLO, Francisco HAITER NETO
56
AVALIAÇÃO DAS INDICAÇÕES, DESEMPENHO E LIMITAÇÕES DAS TÉCNICAS RADIOGRÁFIAS
CONVENCIONAIS EM PERIODONTIA – UMA REVISÃO DA LITERATURA
Evaluation of indications, performance and limitations of conventional radiographic techniques in
periodontics – a literature review
Ana Paula da Rosa SILVA, Rachel ROMAGNA, Vania Regina Camargo FONTANELLA
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
ATUALIZAÇÃO
OSTEOPOR
OSE E A RADIOGRAFIA P
ANORÂMIC
A: O
OSTEOPOROSE
PANORÂMIC
ANORÂMICA:
QUE O CIR
UR
GIÃO DENTIST
A PODE ANALIS
AR
CIRUR
URGIÃO
DENTISTA
ANALISAR
Osteoporosis and Panoramic Radiography: What dentists can analyze
Plauto Christopher Aranha WATANABE*
*Professor Associado de Radiologia - Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto/USP
RESUMO
O propósito deste artigo é esclarecer aos profissionais da Radiologia Odontológica os principais pontos de interesse para
conhecimento da osteoporose, um grande problema de saúde pública do mundo. A osteoporose é um dos principais problemas
da população da melhor idade e como uma doença sistêmica clássica, deve ser corretamente compreendida pelos cirurgiões
dentistas e radiologistas, pois hoje, esses profissionais são formados a ver o paciente como um todo e não simplesmente
como uma “boca com dentes”. A intenção do autor é revisar conhecimentos e uns poucos exemplos científicos sobre a
osteoporose e o reconhecimento de sinais nas radiografias panorâmicas, principal meio auxiliar de diagnóstico em odontologia,
que sugiram essa doença sistêmica, de significância suficiente para afetar a qualidade de vida e longevidade dos pacientes.
DESCRITORES:
Radiografia panorâmica; doença sistêmica; osteoporose
INTRODUÇÃO
A radiografia panorâmica produz uma imagem que abrange
ambos os maxilares, mandíbula, e consequentemente os
dentes, suas estruturas de suporte, e outras importantes
estruturas como a fossa nasal, os seios maxilares, a articulação
temporo-mandibular, os processos estilóides, e muitas vezes
até o osso hióide. Embora rotineiramente os dentistas
concentrem o interesse nos dentes e rebordos alveolares
quando examinam uma radiografia panorâmica, eles deveriam
também, ser capaz de considerar importantes alterações em
outras estruturas que aparecem na imagem1,2,3.
“The Selection of Patients for X-Ray Examination”, US Food
And Drug Administration Center for Devices and Radiological
Health (FDA/CDRH), ou o “Guia de Prescrição Radiográfica”,
GPR, foi primeiramente publicado em 1987 com embasamento
na população Americana (EUA), considerando a exposição total
à radiação ionizante advinda de quaisquer fontes. Em 2004,
esse GPR foi atualizado e novamente publicado após intenso
trabalho de uma junta de especialistas da “the American Dental
Association and Food Drugs Administration”4. O GPR atual
expandiu o uso da radiografia panorâmica, e propõe esta
técnica como sendo a primeira alternativa de exame
complementar diagnóstico odontológico, reconhecendo a
grande melhora e avanço tecnológico dos equipamentos para
radiografias panorâmicas.
Pode-se constatar ao exame do GPR que as radiografias
panorâmicas são utilizadas rotineiramente na maioria das
indicações radiográficas, para os vários tipos de pacientes.
Essa utilização como principal exame complementar de
diagnóstico é endossado pela Portaria nº. 453 do Ministério da
Saúde - ANVISA – Brasil, em recomendação respaldada pelo
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principio de radioproteção conhecido como “ALARA” (As Low
As Reasonably Achievable), ou seja, deveríamos utilizar sempre
a menor quantidade de radiação possível, para obter a melhor
informação diagnóstica para o bem estar do paciente5.
Enquanto que a radiografia panorâmica não deveria
ser prescrita primariamente para a detecção de condições da
maxilo-mandibular, deve ser rotina para os profissionais de
saúde, dentistas, reconhecer determinadas condições nessas
imagens radiográficas, que indicam a presença de doenças
sistêmicas. Assim, vamos compreender neste artigo, que
“doença sistêmica” significa condições que são disseminadas
dentro do corpo, preferivelmente, do que localizadas a somente
tecidos da cavidade bucal. A seguir vamos citar e descrever
algumas condições nas imagens radiografias panorâmicas
que sugeririam significante extensão de doença, suficiente
para afetar a qualidade de vida e longevidade dos pacientes.
Uma das principais doenças que aflige homens e
principalmente as mulheres na terceira idade é a osteoporose.
DOENÇA SISTÊMICA
Osteoporose
“Osteo” é Latin para osso. “Porose” significa “poros ou cheio
de furos.” Assim, osteoporose significa “ossos que são cheios
de furos.” A massa óssea reflete a balança entre a formação
por osteoblastos e reabsorção por osteoclastos. Por volta da
terceira década de vida o pico de massa óssea é alcançado, e
então se inicia um lento mais continuo processo de perda
óssea que avança com a idade. Osteoporose é uma doença
óssea metabólica multifatorial caracterizada pela baixa
densidade óssea mineral (DOM), a deterioração da
microarquitetura de osso trabecular ou canceloso, e as
5
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
mudanças nas propriedades físicas do osso, conduzindo a
uma maior fragilidade óssea com um conseqüente aumento
do risco de fratura, principalmente de ossos como o fêmur,
antebraço e a coluna (Fig.1). No caso da cavidade bucal, a
maior conseqüência desses danos é a reabsorção de rebordo
alveolar e possivelmente a perda dos dentes, além de propiciar
má qualidade óssea para a instalação de implantes. Não
obstante, pode também ocorrer a fratura mandibular.
Fig. 1 - Microfotografia do osso trabecular normal. Esquerda:
camadas espessas e interligadas; direita: afinamento das
trabéculas e aumento do espaço medular nas vértebras.
A osteoporose é o processo de perda quantitativa da
densidade óssea por unidade de volume, com a manutenção
das propriedades qualitativas e diminuição de osso
normalmente mineralizado. Esta alteração é responsável pelo
desequilíbrio da mecânica do esqueleto, propiciando aumento
do número de fraturas, marcadamente na coluna, no colo do
fêmur e no segmento distal do rádio. As alterações estruturais
mais conhecidas são a redução de osso trabecular, em tamanho
e número, e o adelgaçamento da região cortical, com maior
comprometimento da estrutura trabecular.
Apesar dos grandes avanços no conhecimento da
histoquímica e do metabolismo ósseo, a osteoporose continua
com alguns aspectos básicos da etiologia ainda desconhecidos.
Há casos em que um distúrbio conhecido como a imobilização
prolongada, os distúrbios metabólicos, as endocrinopatias ou
o uso de fármacos podem ser responsabilizados, mas na
grande maioria é impossível identificar-se a causa específica.
Em virtude deste fato, bem como da coincidência de
manifestações clínicas em mulheres adultas jovens, em
mulheres na pós-menopausa, ou em idosas, reconhecem-se
dois tipos de osteoporose: primária e secundária.
Na osteoporose primária enquadram-se a da pósmenopausa (PM), a senil e a idiopática da mulher adulta jovem.
Quanto à secundária, implicam-se aquelas relacionadas aos
distúrbios
metabólicos,
endócrinos,
reumáticos,
gastrintestinais, neoplásicos ou por iatrogenias.
Com referência à osteoporose da pós-menopausa, nos
Estados Unidos constitui um problema de saúde pública, pois
afeta 25 milhões de mulheres, com média anual de 1,3
milhões de fraturas e custo estimado de sete a dez bilhões de
dólares. No Brasil, embora a fragilidade de nossas estatísticas
não permita maiores informações, podemos afirmar que o
problema agrava-se a cada ano, principalmente pelo aumento
relativo da população de mulheres menopausadas e aumento
6
da expectativa de vida deste grupo.
FISIOLOGIA DO METABOLISMO ÓSSEO
O esqueleto sofre contínuo processo fisiológico de
remodelação, que ocorre com toda a massa óssea, em pontos
focais e com intermitência cronológica. A atividade de reabsorção
e remodelação óssea é focal, autônoma e regionalmente
regulada através de citosinas, que após sua ativação atuam
sem necessidade de intervenção. O crescimento radial do osso
aumenta até a faixa de 30 a 35 anos (pico de ganho de massa
óssea), mesmo após o término do crescimento linear, com o
fechamento das epífises dos ossos longos.
O homem tem a massa óssea de 25 a 30% superior a da
mulher, sendo que na etnia negra são 10% maior. O pico da
massa óssea aparece entre a terceira e a quarta década da
vida. O esqueleto é formado por osso compacto ou cortical, de
baixa porosidade e pequena superfície com participação de mais
ou menos 80% do total, e cerca de 20% de osso trabecular ou
esponjoso de alta porosidade. O primeiro é predominante nas
diáfises dos ossos longos, do esqueleto apendicular, enquanto
o último constitui principalmente as vértebras, pelve, demais
ossos chatos e extremidades dos ossos longos, do esqueleto
axial, aonde teoricamente estão inclusa a mandíbula. Assim, a
mandíbula deveria ser caracterizada por possuir mais osso
trabecular. Porém, singularmente, uma mandíbula adulta possui
cerca de 60% de osso trabecular e 40% de osso cortical.
Na mulher, durante o ciclo biológico normal, há perda de
35% do osso cortical e 50% do osso trabecular, enquanto o
homem perde dois terços desta quantidade. Entre 30 e 49
anos, a mulher perde 0,18%/ano do osso esponjoso, com
aumento para 1-4%/ano, nos cinco primeiros anos após a
menopausa. Por isso, é relativamente comum observar um
realce da linha obliqua nas mulheres acima de 65 anos e
desdentadas, já que há evidente perda de massa óssea
trabecular do corpo da mandíbula e menor perda de cortical.
FISIOPATOLOGIA DA OSTEOPOROSE PÓS-MENOPÁUSICA
A fisiopatologia da osteoporose é complexa, no entanto, o
conhecimento de importantes fatores relativos ao metabolismo
ósseo indica: fatores celulares, fisiológicos e metabólicos como
fundamentais na sua dinâmica. Várias modificações são
observadas na osteoporose, sendo a mais significativa o
aumento da reabsorção óssea, que possivelmente é a causa
da redução da massa esquelética. Embora não sejam
totalmente esclarecidos os mecanismos celulares envolvidos
nas modificações da remodelação óssea induzida pelo déficit
de estrogênio, esta associação é consensual.
É importante estabelecermos a diferença entre a osteopenia
que cursa em função da idade, comum aos dois sexos, e a
osteoporose que resulta principalmente do déficit de
estrogênio. Recentes estudos apontam para a presença de
receptores estrogênios no osso, localizados nos osteoblastos
e osteoclastos. Na fisiopatologia da osteoporose PM estão
implicados os estrogênios e as substâncias responsáveis pela
Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
homeostase do cálcio, particularmente a calcitonina, a vitamina
D e seus metabólitos, o paratormônio e as citosinas.
Fatores de risco para a osteoporose incluem: aumento da
idade, gênero feminino, genética, ambiente (p.ex. nutrição;
atividade física; medicação e fumar), e deficiência hormonal.
As medidas de Densidade Óssea Mineral (DOM), pelo DXA
(Dual Energy X ray Absorptiometry) tornaram-se o caminho primário
para avaliar os riscos de fratura, ou o “exame padrão ouro”, mesmo
sendo a densidade óssea apenas um dos componentes da
força óssea. A Organização Mundial de Saúde (OMS) diagnostica
a Osteoporose quando nos exames de DXA encontram-se valores
de menos 2.5 desvios padrões ou mais baixos que a média,
medidos em adultos jovens como referencia6.
MAIS DA EPIDEMIOLOGIA
Estima-se que a osteoporose e a baixa massa óssea são
na atualidade os maiores problemas de saúde pública para a
maioria de mulheres e homens com mais de 50 anos (nos
Estados Unidos da América são perto de 44 milhões),
especialmente as mulheres caucasianas e asiáticas7, aonde
a proporção é de duas doentes para uma sem a doença. Essa
condição também atinge as pessoas sedentárias e pacientes
imobilizados, além de indivíduos que fazem uso de terapia
com esteróides por longos períodos2. A osteoporose como um
problema de saúde pública, afeta milhões de pessoas no
mundo. Como qualquer outra doença, a osteoporose atinge a
auto-estima do doente, traz complicações na rotina familiar,
além de gerar gastos ao poder público e ao próprio doente
com seu tratamento. Esses conceitos ecoam em todo o mundo,
e especialmente no Brasil, um país em desenvolvimento com
explícitos problemas sócio-econômico-culturais.
A progressão assintomática da osteoporose, em conjunção
com a possibilidade de inabilidade catastrófica, torna esta
desordem a maior prioridade de saúde pública em vários
países. A osteoporose pode progredir assintomaticamente até
que ocorra uma fratura de osso. Uma em duas mulheres e um
em oito homens com mais de 50 anos de idade desenvolverá
a osteoporose. A osteoporose causa a fratura óssea e pode
conduzir às dores crônicas na coluna (mais comum), perda de
altura física, estômago projetado, postura inclinada. Na idade
de 50 anos, uma mulher tem 50% de possibilidade de uma
fratura por osteoporose durante o restante da vida. Uma mulher
com risco de fratura de quadril, tem risco similar de câncer de
mama, uterino ou ovariano. Se a doença ocorrer, 15% a 20%
dessas mulheres necessitarão de cuidados especiais por
longo período devido à perda da capacidade de gerir atividades
básicas do lar, como por exemplo, cozinhar, limpar a casa ou
passar roupa. Das pessoas que sofrem fratura do quadril 50%
perdem a capacidade da vida independente, e ao redor de
20% das pessoas vão a óbito dentro de um ano, como resultado
da fratura7, (Fig.2).
No Brasil, a prevalência da osteoporose é pouco conhecida,
porém, em 20018 foi medido o uso dos recursos e o custo
anual para pacientes pós-menopáusicas com osteoporose,
Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21
Fig. 2 - Alguns dados epidemiológicos alarmantes sobre a
osteoporose no mundo.
na clínica especializada em osteoporose da UNIFESP. O custo
médio anual para o paciente era aproximadamente $ 442,00/
paciente. Entretanto, alguns autores9 avaliaram o custo direto
durante a hospitalização devido a uma fratura osteoporótica de
quadril, no sistema privado de saúde, como os Planos de
Saúde, e os autores concluíram que este custo foi
aproximadamente de $ 6.900/paciente. O estudo “osteoporose
- o ano 2000 de Brasil” desenvolvido por 300 médicos
especialistas, estimou que menos do que um terço dos
brasileiros com osteoporose tem diagnóstico da doença, e
que somente 20% desses recebem tratamento10,11.
Fatores radiográficos cardinais de osteoporose no esqueleto
como um todo inclui generalizada osteopenia que é sempre mais
proeminente na coluna, afinamento e acentuação das corticais, e
acentuação de trabecuclação primária e perda de trabecuclação
secundária. A osteoporose pode estar ligada à dor, especialmente
na parte inferior das costas. Pode também resultar em fratura
patológica, perda de estatura física, e severa cifose.
Fatores radiológicos da osteoporose na mandíbula incluem
relativa radioluscência das maxilas e mandíbula e reduzida
definição das corticais, além de erosões (Fig.3 e 4). Em estágios
precoces da doença é possível verificar um acentuado contraste
da linha obliqua da mandíbula, principalmente devido à perda
de massa óssea trabecular, que deixa o corpo mandibular mais
radiolúcido, acentuando o efeito de contraste em relação à linha
obliqua. A precisão com a qual as radiografias panorâmicas
podem ser utilizadas para avaliar a probabilidade de uma
pessoa ter osteoporose ainda é debatida, com a evidência sendo
dividida, preferivelmente do que polarizada para ou contra3.
Fig. 3 - Osteoporose – Radiografias panorâmicas parciais
mostrando relativa radioluscência generalizada com definição
e cortical inferior mandibular (CIM) com erosões (bolhas),
evidência de reabsorção lacunar (Direita) ou CIM com muitas
erosões (Esquerda).
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Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Fig. 4 - Córtex inferior da mandíbula Normal
ALIMENTAÇÃO E A QUALIDADE ÓSSEA NO BRASIL
Fatores ambientais
A Alimentação e/ou nutrição é um dos principais fatores que
afetam a qualidade óssea como um todo, e significativamente
influencia a doença osteoporose.
Quanto ao aspecto geográfico, devemos destacar que o
Brasil fica entre a linha do Equador e a zona temperada pouco
abaixo do Trópico de Capricórnio, o que claramente favorece a
proteção contra os efeitos deletérios da osteoporose, pois
felizmente, como um país tropical, recebemos a maior parte
do ano a incidência solar que é essencial para ativar a vitamina
D. A vitamina D (ou calciferol) é uma vitamina que promove a
absorção de cálcio (após a exposição à luz solar), essencial
para o desenvolvimento normal dos ossos e dentes, atua
também, como recentemente descoberto, no sistema imune,
no coração, no cérebro e na secreção de insulina pelo
pâncreas. Que tem função primordial na absorção de cálcio
no organismo.
Dentre os fatores ambientais envolvidos no processo
osteoporótico, a nutrição, particularmente com relação ao
consumo de proteínas, produtos lácteos e verduras, tem sido
referida como participante da formação da massa óssea12, 13,
14
. A suplementação de cálcio e vitamina D na infância parece
também desempenhar papel importante na saúde dos ossos15.
Estudos retrospectivos em adultos sugerem que o consumo
de cálcio na primeira fase do desenvolvimento está associado
com o risco de ocorrência de fraturas e o desenvolvimento de
osteoporose na fase adulta 16, 17 . Entretanto, há que se
considerar que a sensibilidade de absorção desse nutriente
varia dependendo da constituição genética do indivíduo18.
Essa privilegiada localização geográfica facilita o cultivo de
alimentos variados (de climas temperado e tropical). A pesca,
e consequentemente o hábito de comer peixes é extremamente
favorecido pelo fato de nosso país ter uma extensa costa
atlântica, mais de 8 mil km, e assim, favorece a atividade
pesqueira, que é bastante diversificada. Incluir o alimento peixe
na dieta do dia a dia pode favorecer em muito a qualidade
8
óssea, principalmente devido ao cálcio que esse alimento
fornece. O peixe é uma das principais fontes de cálcio junto
com outros alimentos como o leite, iogurte, vegetais, frutos
secos, e cereais (Quadro 1).
Essa localização geográfica, ainda tem relação ao aspecto
sociológico, pois, convém lembrar a miscigenação entre índios,
portugueses e negros africanos e entre os imigrantes que
vieram para o Brasil a partir do século XIX, atraídos pela abertura
do movimento imigratório. Famílias italianas, alemãs,
portuguesas, espanholas, polonesas, japonesas e árabes
introduziram seus hábitos alimentares nas regiões onde se
estabeleceram. Esses povos, principalmente caucasianos e
asiáticos, constituem os principais grupos de risco a
osteoporose, devido em muito às características genéticas.
Inclusive, com relação aos povos indígenas, uma das teorias
mais aceita de sua presença no continente americano, seria a
migração de povos da Ásia pelo Estreito de Bering (O Estreito
de Bering é um estreito entre o Cabo Dezhnev, o ponto extremo
oriental do continente asiático e o Cabo Prince of Wales, o
extremo ocidental do continente americano. Durante as últimas
glaciações, com a recessão da água dos oceanos, a área do
estreito transformou-se numa ponte natural entre a Ásia e as
Américas, denominada atualmente Ponte Terrestre de Bering,
por onde poderiam ter chegado à América os povos que
primeiro a colonizaram) . Assim poder ver o quão confuso é
analisarmos os exames de DXA, que tem tabelas padrões
para a comparação dos valores de massa óssea apurados
nos exames por absorção de raios X, principalmente devido à
intensa miscigenação da população no Brasil (Fig.5).
Mas ainda podemos ir mais adiante nessa confusa análise
em nosso país, comentando as várias regiões geografias do
Brasil e as características alimentares.
Fig. 5 - Composição da população brasileira por raça, 1991/2000
Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Quadro 1 – Regiões geográficas brasileiras e as principais características alimentares
Os índios nativos da Região Norte
tinham como alimento básico a
mandioca. Os peixes também
representam uma parcela importante
da alimentação, sendo os mais
consumidos o tambaqui, traíra, piranha,
pescada, sardinha de rio, tucunaré,
pacu e o pirarucu (chamado “bacalhau
da Amazônia”). Todos ricos em sódio,
potássio e cálcio.
Além das influências indígena,
portuguesa e negra, a região Nordeste
recebeu contribuições de holandeses,
franceses e ingleses que invadiram o
território e o dominaram durante uma
época. O resultado é uma culinária rica
e variada, que veio a caracterizar a
comida da região. Com exceção dos
negros, todos os outros povos são
grupo de risco a osteoporose.
A região Centro-Oeste, possui
inúmeras famílias de colonos dos
estados do Sul. Esses colonos tinham
larga experiência em agricultura e
pecuária modernas. Dessa forma, sua
culinária estava condicionada aos
recursos do meio ambiente,
especialmente da pesca e da caça,
como: pacu, piranha, dourado, pintado,
anta, cotia, paca, capivara, veado e
jacaré. Assim, essa alimentação é
positiva em relação a osteoporose.
Na região Sudeste estão os estados
mais ricos do país. Sua comida recebeu
diversas influências, que acompanham
a história da colonização: dos índios;
jesuítas; bandeirantes; imigrantes
italianos, dos espanhóis e árabes no Rio
de Janeiro, e dos alemães e italianos.
Aqui também vemos a influencia
sociológica desses povos europeus,
caucasianos, grupos de rsico a
oisteoporose.A região Sul foi a que
recebeu maior influência de imigrantes.
Isso porque o clima temperado da região
era mais parecido com o clima europeu,
facilitando a adaptação dos italianos,
alemães, poloneses e ucranianos, que
se estabeleceram preferencialmente em
atividades agrícolas.
A partir do conhecimento acerca dos fatores genéticos
envolvidos e sua potencial interação com o ambiente será
possível à escolha do melhor caminho para a prevenção,
detecção e tratamento da osteoporose e as conseqüências
dela advindas. Considera-se a interferência genética na
osteoporose como um processo claro, envolvendo parâmetros
como modulação da densidade, tamanho e forma do osso19.
O aumento da presença, por exemplo do alelo “s” afeta
Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21
diretamente a qualidade da matriz óssea. Relativamente à
freqüência do alelo “s”, sabe-se que existem diferenças étnicas
marcadas: ele é mais freqüente em caucasianos, sendo raro
nas populações africanas e asiáticas20. Numa população de
raça caucasiana a freqüência dos genótipos “Ss” e “ss” é de
cerca de 65% e 4%, respectivamente21.
A osteoporose foi definida em 1994 pela OMS como “uma
doença caracterizada pela baixa massa óssea aliada a
9
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
deterioração da micro-arquitetura do tecido do osso,
conduzindo à fragilidade exacerbada do osso e a um
conseqüente aumento no risco de fratura”. Como muitas
doenças crônicas é multifatorial. Os fatores de risco incluem,
principalmente, a idade, o fumo de cigarro, o consumo do álcool,
o nível de atividade física e a ingestão/absorção de cálcio22.
A cafeína por exemplo é um alimento consumido por milhões
de brasileiros e tem sido estudado seu efeito sobre a qualidade
óssea. Em 2002, Heaney23 realizou uma revisão de literatura e
concluiu que “não há evidencia que a cafeína tenha efeito danoso
ao status ósseo ou sobre o depósito de cálcio em indivíduos
que ingerem a quantidade recomendada de cálcio/dia, ou mo
máximo 3 xícaras de cafezinho. Em nossos estudos temos
observado que há um aumento significativo do cálcio circulante
em ratas que ingeriram cafeína diariamente, causando evidente
radiolucidez do tecido ósseo mandibular, da tíbia e fêmur.
Recentemente22, há pelo menos 31 estudos transversais,
controle de caso e estudos de coorte (São estudos
observacionais onde os indivíduos são classificados ou
selecionados) segundo o status de exposição, sendo seguidos
para avaliar a incidência de doença, associando a ingestão de
cafeína e a saúde óssea que envolve muitos milhares de
pacientes. Os aspectos da saúde óssea medidos incluem a
DOM, suas mudanças, a taxa de fratura e a osteoporose. Esses
estudos epidemiológicos observacionais puderam somente
demonstrar associações e não relacionamentos de causa/
efeito.
Embora a evidência avaliada seja contraditória, o peso
dessa evidencia não suporta a idéia de que as bebidas que
contem cafeína adversamente afetam a saúde óssea. A razão
para os resultados contraditórios é confusa. Tomando um
estudo como um exemplo, a associação inversa observada
antes do ajuste para aspectos obscuros entre a ingestão de
bebidas contendo cafeína e a massa óssea, desapareceram
após o ajuste para outros fatores de risco 24. Igualmente seria
possível que a ingestão de bebidas contendo cafeína esteja
atuando como um marcador para um fator causal verdadeiro.
Sabe-se que há um relacionamento inverso entre a ingestão
de leite e o consumo das bebidas contendo cafeína 25. É
possível, conseqüentemente, que uma baixa ingestão de leite
ao invés de uma ingestão elevada de bebidas contendo cafeína
seja a causa verdadeira da má saúde óssea26. Em 2009,alguns
autores 27 publicaram uma revisão sistemática da literatura
verificando os fatores de risco para a baixa massa óssea em
mulheres saudáveis entre 40 - 60 anos. Encontraram que havia
uma boa evidência que o baixo peso corporal e o status PM
são fatores de risco para a baixa densidade mineral óssea, e
igualmente, encontraram que havia uma boa evidência que a
ingestão de álcool e de cafeína, e história reprodutiva não
seriam fatores de risco. Os resultados de um estudo mais
atual28, entretanto, contradizem esses resultados. A modificação
do estilo de vida que enfatiza hábitos saudáveis para os ossos,
tais como a ingestão de cálcio e nutrição adequada da vitamina
D, exercício regular, limitação do consumo da cafeína e do
10
álcool, e o fato de não fumar tabaco é essencial à gerência do
risco de osteoporose (Quadro 2).
Quadro 2 - Ilustração relativa à saúde do brasileiro (Jornal
Folha de S.P.)
POPULAÇÃO DOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO SERÁ A
MAIS AFETADA
Atualmente, segundo a OMS, a maioria das fraturas de
quadril devido à osteoporose acontece nos países da Europa
e da América do Norte. A projeção se baseia no fato de que as
mudanças demográficas que devem ocorrer nos próximos 50
anos aumentarão significativamente o número de idosos na
Ásia, África e América do Sul. De acordo com o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo de 30 a 59 anos
subiu de 25% da população brasileira (em 1940) para 32,9%
Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
(em 1998), e deverá chegar a 40,2% em 2020. Os idosos,
acima de 60 anos, somavam 12,4 milhões de pessoas em
1998 e podem ser 25 milhões nos próximos 21 anos. Devemos
salientar que a expectativa de vida avaliada no ultimo Senso
do IBGE é de 73 anos em média.
Na União Européia, a cada 30 segundos uma pessoa sofre
de fratura em virtude da osteoporose. Estima-se que em 2050,
na América Latina e na Ásia, a freqüência de fraturas na bacia
decorrente da doença nos ossos deverá ser para um em cada
dois casos. Na Ásia, segundo registros médicos, é considerada
mais dramática a expectativa de aumento dos casos de fraturas
na bacia nas próximas décadas. Outras pesquisas mostram
que no Oriente Médio vai triplicar o número de fraturas no quadril
causadas pela doença, nos próximos 20 anos.
CONCEITO DE QUALIDADE ÓSSEA
Há dez anos um novo parâmetro conceitual no estudo da
estrutura óssea apresenta-se em intenso crescimento em
atividades de pesquisa e destaca que o grande interesse dos
estudiosos converge para a qualidade óssea. A respeito dessa
nova compreensão, importantes questões permanecem não
resolvidas. Outro autor29, referindo-se à qualidade óssea, citouo como um termo vago. Porém, o termo qualidade óssea tem
sido utilizado amplamente para explicar um incontável número
de observações clínicas que não podem ser explicadas de
pronto pelas medidas da densidade óssea mineral (BMD).
Sendo assim, tal conceito depende de uma definição a respeito
da limitação de uma técnica clínica e, por esse motivo, tal
conceituação se sujeita às mudanças de acordo com novas
técnicas de medidas que forem introduzidas29, 30, 31.
Existe consenso entre alguns pesquisadores em relação à
definição de qualidade óssea, que pode ser definida como a
“totalidade de aspectos e características que influenciem uma
capacidade do osso para resistir a fraturas”. Artigos científicos
que refletem conhecimentos a respeito do assunto na década
passada, entre pesquisadores, biólogos, médicos,
engenheiros e clínicos, têm conduzido para uma nova
compreensão deste conceito, sugerindo prevenção e
mudanças. Com isso, observam-se os aspectos biológicos e
a estrutura material que contribuem para determinar a
resistência à falha estrutural: tamanho do osso; espessura da
cortical óssea; números de trabéculas; conectividade; conteúdo
do tecido mineral; sobrecarga da micro danificação; densidade
dos osteócitos; porosidade e propriedades do colágeno dentro
da ramificação das trabéculas29. Assim, a qualidade óssea foi
invocada para explicar várias observações clínicas, tais como:
a) pacientes tratados com flúor, apesar de significativo aumento
da massa óssea, acusavam também aumento do número de
fraturas; b) pequenas alterações na densidade mineral óssea,
após terapia antirreabsortiva, resultam em redução do risco
de fratura maior que o esperado; c) o risco diminui em lapso
de seis e doze meses antes da máxima resposta à densidade
mineral óssea após intervenção farmacológica; d) muitas
fraturas ocorrem em pacientes cuja DOM apresenta-se normal;
Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21
e) pacientes que usam corticóides sujeitam-se a maior
incidência de fraturas em relação aos pacientes com a mesma
DOM, que não usam corticóides. Apesar do grande interesse
no estudo do conceito de qualidade óssea, o uso desse termo
ainda pode ser considerado incipiente, já que não existe um
consenso sobre o significado científico, e uma definição
operacional ainda precisa ser encontrada30.
PERDA ÓSSEA: IMPLICAÇÕES CLÍNICAS
A maior conseqüência da perda óssea (PO) em nossa
sociedade do envelhecimento é a fratura. Na cavidade bucal
poderíamos considerar a perda dental, que afeta 26 milhões
de pessoas no Brasil, Segundo dados do IBGE. A saúde bucal
do brasileiro é reveladora da desigualdade social do país. De
acordo com a parte brasileira da Pesquisa Mundial de Saúde,
divulgada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e realizada
no ano passado para a OMS (Organização Mundial da Saúde),
14,4% dos brasileiros já perderam todos os dentes32.
Levando em conta que o IBGE estima em 179 milhões a
população atual no Brasil, isso significa que cerca de 26
milhões já não têm mais nenhum dente natural. A comparação
entre classes sociais mostra que, entre os mais pobres, esse
percentual chega a 17,5%, e, entre os mais ricos, é de 5,9%. A
Fiocruz fez a separação entre classes pelo número de bens de
consumo (televisão, geladeira, entre outros). A pior situação foi
encontrada entre as mulheres com mais de 50 anos em
famílias mais pobres: 55,9%. Ou seja, mulheres PM, principal
grupo de risco para osteoporose.
A pesquisa comparou alguns fatores de risco à saúde. Os
dados mostram que 10,1% da população podem ser
consideradas obesa, segundo os padrões da OMS, e que
28,5% dos brasileiros apresentam sobrepeso. A porcentagem
de pessoas abaixo do peso é de 5%. Estas pessoas muito
provavelmente possuem fragilidade óssea, e assim risco de
osteoporose sistêmica.
O índice dos que diz ter bebido pelo menos cinco doses de
bebidas alcoólicas na semana anterior à pesquisa é de 14,8%,
percentual que é maior na faixa etária mais jovem (18 a 34
anos), onde chega a 17,4%. Os fumantes diários representam
18,1%, sendo que o hábito é menor entre os que têm entre 18
e 34 anos -15,2%. É fato que o excesso de álcool e fumo
influencia a massa óssea e a qualidade da saúde bucal. A
pesquisa mostrou ainda que 24% da população somos
sedentárias. Este é um grande fator que influencia a qualidade
óssea do esqueleto.
DIAGNÓSTICO DA OSTEOPOROSE - MÉTODOS
DENSITOMÉTRICOS BASEADOS EM RAIOS X.
Principais técnicas utilizadas para medidas da massa óssea
Dual-Energy X-ray Absorptiometry - DXA
Peripheral Densitometry
Quantitative Computed Tomography - QCT
Measurements Based on Radiographs
Quantitative Ultrasound - QU
11
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Os métodos densitométricos mais relevantes são
abordados a seguir.
• Absorciometria de Energia Dupla de Raios X (DEXA ou DXA)
A absorciometria de energia dupla de raios X (DEXA) é capaz
de medir partes centrais do esqueleto (coluna e fêmur). Tem
alta precisão diagnóstica (CV: 3-10%) e dose de radiação baixa,
quando comparadas aos outros métodos33. É a técnica de
densitometria mais utilizada atualmente no mundo, e é a
incluída na tabela do SUS. Nos Estados Unidos, o custo do
equipamento variava entre 80 e 140 mil dólares em meados
dos anos 90. É o exame “padrão ouro” para o diagnostico de
osteoporose, porém pode ser contestada por vários fatores,
como a alta dependência/operador, custo do exame,
diretamente relacionado à quantidade de equipamentos, além
das tabelas de padronização que não incluem os homens, e
somente populações homogêneas (Quadro 3).
A TCQ também é capaz de aferir a densidade de ossos axiais,
sendo mais comumente usada para avaliar a densidade da
coluna. Embora seja bastante difundida no mundo, é uma
técnica menos acurada (CV:5-15%), mais demorada, mais
cara e menos segura que a DEXA34. Avaliação óssea com ultrasom É uma técnica relativamente nova e barata. Os custos de
capital foram estimados em 25 mil dólares. Não mede, todavia,
a densidade mineral óssea propriamente dita35. Quanto à
capacidade de prever fraturas, as tentativas de comparação
da sensibilidade do ultra-som com a da DEXA, para a coluna e
fêmur, indicam que o ultra-som é menos sensível que a DEXA.
Também o risco relativo de fratura ajustado por idade
associado a um decréscimo no valor do parâmetro (RR/SD) é
menor na densitometria por ultra-som do que na densitometria
por DEXA29. A maioria desses estudos é, entretanto, do tipo
transversal, o que limita a sua validade.
Quadro 3. Termos comuns utilizados nas medidas de DOM
SINAIS RADIOGRÁFICOS DA OSTEOPOROSE:
Os sinais radiográficos cardinais da osteoporose no
esqueleto incluem a osteogenia generalizada, afinamento e a
acentuação das corticóides dos ossos, e a acentuação do
osso trabecular primárias e secundárias. Os fatores
radiológicos subordinados incluem a fratura espontânea, e
atraumática, especialmente da coluna, punho, quadril ou da
espinha, o pulso, o quadril, a invaginação na base do crânio e
a aparência granulada dos ossos do crânio36. Os principais
sinais radiográficos de osteoporose na maxila e mandíbula
(Figura 2) incluem uma relativa radioluscência generalizada
tanto na maxila como na mandíbula, evidenciada pela
acentuação ou definição das corticais, do seio maxilar, fossa
nasal, linha obliqua, e outras. Nos casos em que é possível
ver algumas vértebras cervicais na radiografia panorâmica,
também poderíamos observar o aspecto de “frame” desses
ossos. Uma análise morfométrica de seção transversal óssea
in vitro37 mostrou que a estrutura dos ossos das maxilas e
mandíbula, em pessoas idosas dentadas, é caracterizada por
corticais porosas, relativamente finas, do osso com
desmineralização endóstea, como em outros ossos do
esqueleto, e nestas mudanças corticais relativas à idade
tendem a ser mais comuns nas mulheres do que nos homens.
Nos ossos das maxilas e mandíbula, as variações interindividuos e regionais nas estruturas e na densidade do osso
trabecular podem mascarar essa diminuição relativa ao sexo
e à idade, como vistos em outros ossos trabeculares do
esqueleto. Os métodos para avaliar essas mudanças relativas
à idade, na maxila e mandíbula foram listados por Bras37.
“Areal Bone Density” - O conteúdo mineral ósseo dividido
pela área da imagem de um osso projetada em duas dimensões,
que é o tipo de densidade óssea que é produzida pela absormetria
raio X de dupla e única energia.
“Bone Density or Bone Mineral Density” - A concentgração
media de minerais em imagens de duas ou três dimensões ou
secção definida de osso. Este termo também é utilizado para
referir-se aos resultados de todos os tipos de densitometria óssea.
“Bone Mass” - Um termo não especifico que refere-se à
quantidade de tecido osseo quando total de minerais e proteinas
ou a quantidade de minerais no esqueleto inteiro ou em um
segmento particular de osso.
“Bone Mineral Content” - A quantidade de mineral medida em
uma definida secção ossea. Conteudo mineral osseo do corpo
todo refere-se ao conteudo mineral de todo os esqueleto.
“Osteopenia” - Um termo criado pelo “Working Group of the
World Health Organization” para referir-se ao T-scores entre 1.0 and -2.5 desvios padrões (DP).
“Osteoporosis” - Definida pelo “Working Group of the World
Health Organization” como uma densidade ossea T-score igual
ou abaixo de -2.5 (2.5 DPs abaixo dos valores de pico normal
para adultos jovens). Um diagnóstico de osteoporose é tambem
feito com base de uma fratura vertebral confirmada pela
radiografia.
“Trabecular Bone Density” - A densidade mineral de uma
secção de osso que contem somente osso trabecular.
“T-Score” - A diferença em numero de DPs entre o valor para
um individuo e o valor medio de um grupo de adultos jovens
(usualmente 25- a 45-anos) do emsmo sexo. O valor medio e
tamanho de um DP da medida caria entre tecnicas e entre sitios
de medidas.
“Volumetric Bone Density” - O conteudo mineral osseo de
uma secção de osso divida pelo volume de uma secção, que podem
ser medidas pela Tomografia computadorizada quantitative.
“Z-Score” - A diferença em numero de DPs entre a media de
valor de densidade ossea mineral do individuo e um gripo de
pessoas da mesma idade e sexo.
• Tomografia Computadorizada Quantitativa (TCQ)
É a tomografia computadorizada aplicada à medida da
absorção de raios X, pela utilização de um programa especial.
12
ÍNDICES RADIOMORFOMÉTRICOS
• Índice panorâmico mandibular (IPM)38 (Fig. 6)
• razão da espessura da cortical mandibular, medida sobre
linha perpendicular à base da mandíbula, na altura do centro
do forame mentoniano, pela distância entre o limite inferior do
canal mandibular e a base da mandíbula (valor normal maior
ou igual a 0,3) (Fig. 6);
Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Tabela 1 - Métodos originais para avaliação das mudanças do osso da mandíbula in vivo.
Pesquisadores
Técnicas
Regiões
Mensurações
Bras et al. (1982)
Radiografia panorâmica
————————————
Espessura da cortical
Benson et al. (1991)
Radiografia panorâmica
————————————
Proporção: largura da cortical
com a distância da margem
inferior do forâmen mentual
para a borda inferior da
mandíbula
Klemetti et al. (1994)
Radiografia panorâmica
———————————
Cortical Basal, classificação, C1;
C2; C3, das margens endosteais.
Kribbs et al. (1992)
Filme intra-bucal com cunha de
alumínio
Gônio, forâmen mentual, e
região de molar na mandíbula.
Densidade óssea pelo uso de um
microdensitômetro.
Wowern (1993)
Dual-Foton absorciometria (DPA),
para mandíbula.
Parte basal da região de molar
esquerda
Conteúdo mineral ósseo
(BMC), em unidade/ cm2.
Corten (1995)
Horner et al. (1998)
Dupla emissão de raios X (DXA)
Mandíbula edêndula
BMC em g/cm3, projeção lateral
de ambos os lados.
Bassi et al.(1999)
Klemetti et al.(1995)
Lindth et al.(1996)
Taguchi et al.(1996)
Tomografia computadorizada
quantitativa com simples ou dupla
energia.
Mandíbula
Densidade mineral óssea do
osso cortical e trabecular
separadamente na horizontal em
mg/cm3
Fig. 6 - Tela do programa Radioimp da Radiomemory aonde é possível realizar as medições
do Índice Panorâmico Mandibular (IPM) e as medidas da espessura da cortical inferior
mandibular (ECIM)
• índice mentual (ECIM)39 – espessura da cortical mandibular,
medida sobre a linha perpendicular à base da mandíbula, na
altura do centro do forame mentoniano (valor normal maior ou
igual a 3,1 mm) (Fig. 6);
• índice antegoniaco (IA) 40 – espessura da cortical
mandibular, medida sobre linha perpendicular à cortical
mandibular, na altura em que esta cruza a tangente à borda
anterior do ramo (valor normal maior ou igual a 3,2 mm);
• índice goníaco (IG)41 – espessura da cortical mandibular,
Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21
medida sobre bissetriz do ângulo formado entre as linhas
tangentes à borda posterior do ramo e à base da mandíbula
(valor normal maior ou igual a 1,2 mm). As mesmas radiografias
também foram classificadas de acordo com o índice cortical
mandibular (ICM), que considera qualitativamente a margem
endóstea da cortical mandibular, classificando-a como C1
(normal) quando esta é lisa e afilada, C2 (osteopenia) quando
apresenta defeitos semilunares e C3 (osteoporose) quando é
porosa e a espessura da cortical se encontra reduzida.
13
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
No estudo dos índices radiomorfométricos propostos para
a mandíbula42 foi verificado que os índices avaliados foram
reprodutíveis; o IPM e IM foram os que apresentaram maiores
valores de sensibilidade para detectar osteopenia/
osteoporose, porém a especificidade do índice panorâmico
mandibular foi baixa; todos os índices avaliados foram capazes
de identificar baixa massa óssea, contudo, apenas o IPM e IM
permitiram diferenciar pacientes com osteopenia/osteoporose.
EVIDENCIAS DE SUPORTE DA RADIOGRAFIA PANORÂMICA
PARA DIAGNÓSTICO DE OSTEOPOROSE
Em 1991 foi definido um índice radiomorfométrico de massa
óssea cortical38, o índice panorâmico mandibular (IPM). O IPM
foi obtido como o resultado da proporção entre a espessura
do córtex inferior mandibular (ECM) e a distância entre o limite
inferior do forame mentual e o limite inferior do córtex
mandibular inferior (DMC). Sendo que, quanto maior o valor do
IPM, menor reabsorção óssea mandibular. As diferenças no
índice em uma população de 353 adultos, igualmente dividido
por sexo, idade (30 a 90), e grupos raciais (negros, hispânicos
e brancos), foram avaliadas com respeito ao lado, grupo racial,
sexo, e idade, e combinações dessas variáveis. Nos negros
foram achadas médias de IPM maiores do que nos hispânicos
ou brancos, que foram demograficamente similares. Mudanças
relativas à idade comparando grupos de jovens e idosos dentro
de cada sexo e grupo racial indicaram uma significante
diminuição na media de IPM com o aumento da idade em
mulheres negras e hispânicas. A media de IPM em homens
brancos aumentos com o avanço da idade.
A precisão do Índice Panorâmico Mandibular na detecção
de pacientes com osteopenia e osteoporose foi estudada e os
autores concluíram que as medidas realizadas em radiografias
panorâmicas (IPM) das pacientes estudadas foram capazes
de identificar baixa massa óssea, sendo também capaz de
diferenciar pacientes com osteopenia e osteoporose. Assim,
o IPM pode ser utilizado pelos cirurgiões dentistas para fazer
uma abordagem precoce da osteoporose que é uma condição
sistêmica que afeta quase metade da população feminina e
traz muitos riscos e prejuízos a saúde destas43.
A relação entre sinais orais e osteoporose foi investigada
para avaliar a possibilidade de utilizar isto como um indicador
de osteoporose. Alguns autores44 estudaram 64 mulheres pósmenopausa com idade entre 50 e 70 anos. Sinais
osteoporóticos consistiam de fratura da coluna torácica vistos
em radiografias laterais de pulmão. Sinais orais foram o
numero de dentes presentes, espessura cortical, reabsorção
óssea alveolar, e a classificação morfológica do córtex inferior
na radiografia panorâmica. O numero de dentes presentes (N)
foi significantemente correlacionado à probabilidade de fratura
na coluna torácica e foi utilizado para derivar e equação de
probabilidade para a presença de fratura da coluna torácica:
valor de probabilidade= 1/ (1+e-z), onde Z=18,68-0,29 idade –
0,27N. O valor de probabilidade maior do que 0,5 sugere a
possibilidade de fratura nas vértebras torácicas. Pode concluir
14
que esta equação combinada com os achados na radiografia
panorâmica poderia servir como um simples e útil ferramenta
para o dentista avaliar a possibilidade de osteoporose latente.
Outros autores45 avaliaram se práticos dentais não treinados
seriam capazes de determinar em radiografias panorâmicas
se as mulheres têm baixa densidade óssea mineral (DOM).
Os investigadores estudaram a concordância do observador
e a eficiência diagnóstica na detecção de baixa DOM em
mulheres. Isto foi realizado quando 27 práticos avaliaram a
aparência (normal ou corroída) do córtex inferior mandibular
em radiografias panorâmicas dentais de 100 mulheres pósmenopausa que tinham realizado avaliações de DOM da coluna
lombar e do pescoço femoral. A concordância intra- e interobservadores foi analisada com estatística Kappa. A eficiência
diagnóstica (sensibilidade, especificidade, e valores preditivos)
foi analisada comparando-se os dois grupos classificados
pelo córtex inferior mandibular (mulheres com córtex normal e
mulheres com o córtex inferior mandibular corroído) com
aqueles classificados por DOM (mulheres com DOM normal e
mulheres com osteopenia ou osteoporose). A sensibilidade e
a especificidade médias foram 77% e 40%, respectivamente,
quando a DOM da coluna Lombar foi usada como o padrão, e
75% e 39%, respectivamente, quando a DOM do pescoço
femoral compreendeu o padrão. Dezenove dos 21 práticos
dentais gerais não treinados apresentaram um moderado à
quase perfeita concordância intra-observador. Concluiu-se que
as radiografias panorâmicas dentais puderam ser usada na
prática dental clínica para identificar mulheres pós-menopausa
que têm baixa DOM não detectada.
A freqüência de osteoporose foi avaliada de acordo com os
sítios ósseos avaliados, utilizando um estudo transversal de
base clínica. Foram avaliados 610 exames densitométricos
em relação à freqüência de osteoporose/osteopenia e
concordância do diagnóstico de acordo com o local avaliado.
Apesar de alta correlação da DOM entre os sítios ósseos, a
freqüência de osteoporose variou de acordo com o sítio
avaliado. Este estudo demonstrou que existe discordância nos
resultados densitométricos de acordo com a área estudada,
afetando a ocorrência de osteoporose. Para julgamento clínico
de risco de fratura, a avaliação combinada de dois sítios ósseos
é o procedimento mais adequado. Para a rotina clínica do
cirurgião dentista, que inclua a radiografia panorâmica no
protocolo de atendimento, maxila e mandíbula poderiam ser
utilizadas com essa finalidade, e até a solicitação de radiografia
carpal, que poderá somar informações de qualidade óssea,
principalmente na análise das proporções de osso trabecular
e cortical das falanges da mão e também na cortical da distal
do rádio46.
Em 2005 um autor47 realizou estudo com objetivo modificar
um algoritmo de esqueletonização e criar outro para quantificar
imagens radiográficas em radiografias panorâmicas. De
acordo com o estudo das observações e das avaliações
efetuadas, pode-se concluir que:
1) a parte da experiência relacionada com a utilização das
Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
imagens radiográficas por meio da esqueletonização em
radiografias panorâmicas foi eficaz, porque ampliou o raio da
percepção visual da arquitetura óssea trabecular e observouse melhor como estão dispostas à trama das trabéculas, os
espaços medulares, como os micro danos, ou seja, as micro
fraturas;
2) apesar da concordância entre os examinadores que não
atingiram níveis acima dos 80%, registrou-se alta significância
entre os dados percentuais de pontos pretos e de pontos
terminais com as probabilidades de diagnóstico quanto à
existência ou não de fragilidade óssea.
3) a maior confirmar que a fragilidade óssea realmente
apresentou características de perda das lamelas da arquitetura
óssea trabecular e seus espaços medulares bastante amplos.
Quando estudamos a osteoporose, é consenso de que
necessitamos de métodos baratos de “screening” para a
osteoporose. Os resultados desse estudo48 sugerem que os
dentistas teriam informações suficientes para identificar
pessoas com baixa DOM, pois utilizam rotineiramente as
imagens de radiografias panorâmicas na pratica
odontológica. Radiografias essas de incidem baixas doses
de radiação em sua técnica, sendo comparável a apenas 04
radiografias interproximais esses pacientes identificados
como possuir risco de osteoporose, seriam referidos aos
cuidados primários de saúde com seu medico para mais
outras avaliações.
A literatura relativa aos sinais radiográficos bucais de
osteoporose foi revista em 2002, incluindo reabsorção óssea
alveolar, e redução da ECIM. Os autores puderam concluir que
a radiografia panorâmica é uma importante ferramenta que
mostra indicações para o diagnostico de osteoporose49. Ainda
em 200250 foi estudada a relativa utilidade de índices clínicos e
radiográficos no diagnostico de pacientes com baixa massa
óssea esquelética entre 135 mulheres saudáveis perimenopausa, com idade entre 45-55 anos, que procuraram
tratamento odontológico. A DOM foi medida na coluna e quadril
utilizando DXA e classificadas de acordo com os critérios da
OMS para mulheres caucasianas. Em cada paciente foi medida
na panorâmica a ECIM. O índice de massa corporal (IMC) é um
simples cálculo do risco de osteoporose estimado (SCORE).
Todos os índices, ECIM, IMC e SCORE mostraram significante
correlação com a densidade óssea esquelética. Assim, os
autores concluíram que o afinamento da CIM <3mm em
mulheres normais peri-menopausa está associado com baixa
massa óssea esquelética.
Três indicadores de qualidade óssea em radiografias
panorâmicas foram estudados para verificar a existência de
correlação com baixa DOM usando DXA em brasileiros51. O
exame do trabeculado ósseo e CIM na radiografia panorâmica
revelaram sinais precoces de osteoporose para o dentista.
Havia correlação significante desses fatores com os
parâmetros analisados, como a porcentagem de trabéculas,
dimensão fractal e conectividade trabecular (Figs. 7 e 8).
Fig 7 - Mandíbulas maceradas, onde foi retirada a tabua óssea
vestibular, para verificar a conectividade trabecular em
imagens radiográficas panorâmicas.
Fig 8 - Representação do processo de esqueletonização de região de interesse mandibular, radiografia panorâmica, para
estudo da porcentagem de trabéculas, dimensão fractal e conectividade óssea.
Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21
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Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
O desempenho diagnóstico das medidas em radiografias
panorâmicas (IM) e uma ferramenta de auto-avaliação para
osteoporose (OST) que identifica mulheres com osteoporose
na coluna (OMS), em 159 mulheres PM e 157 PM com historia
de histerectomia, ovarectomia, ou uso de estrógeno foram
comparadas em 200452. A morfologia da CIM e sua espessura
foram avaliadas na radiografia panorâmica. Os autores
concluíram que os dentistas podem referir mulheres PM com
suspeita de osteoporose na coluna para realizar exame de
DXA com base nos exames realizados na radiografia
panorâmica com similar performance relativa ao OST. A
correlação da Classificação de Klemetti53, para o IM utilizando
radiografias panorâmicas digitais de mulheres brasileiras
também foi estudado em 200454. Significante correlação foi
encontrada com DXA da DOM do antebraço, indicando que a
radiografia panorâmica tem valor na indicação de pacientes
com risco de osteoporose.
A DOM e os parâmetros radiomorfométricos lineares em
pacientes idosos com diferentes tipos de dentaduras foram
estudados53. Três parâmetros foram medidos: ECIM, o IA, e o
IG. A DOM foi medida na mandíbula com a utilização de um
penetrômetro de cobre. Os resultados mostraram que havia
uma diferença estatisticamente significante entre os pacientes
com todos os dentes e aqueles com prótese total inferior para
todos os índices radiomorfometricos medidos (p< 0.001). Ainda
em 2005 55 foi sugerido que o dentista que possuíam
informações clínicas e radiográficas suficientes para detectar
pacientes com osteoporose. O autor concluiu que as
mudanças encontradas nas estruturas trabeculares em
radiografias panorâmicas complementado com informações
clínicas são indicativas de risco de fratura no quadril para
mulheres idosas.
Então, podemos concluir que o dentista pode suspeitar de
risco de osteoporose sistêmica, quando o paciente apresentar
os seguintes sinais radiográficos encontrados nas radiografias
panorâmicas e periapicais56:
• Classe II ou III de Klemetti, ou seja, bolhas na cortical
inferior mandibular (Fig. 9);
• Espessura da CIM menor que 3,0 mm;
• Desorganização trabecular do osso basal mandibular,
com baixo número e baixa conectividade;
• Acentuado contraste entre o ramo/corpo mandibular e
as estruturas de reforço, como a linha obliqua (Figs. 10 e
11).
Fig 9 - Paciente, sexo feminino, 42 anos, caucasiana, possue enfermidade periodontal, com reabsorção angular em vários dentes,
tendo como causa principal a presença de tártaro. Também é possivel observar que a paciente presenta uma cortical mandibular
inferior espessa, porém, também apresenta erosões nessa cortical, na região assinalada.
Fig 10 - Paciente, sexo feminino, 45 anos, caucasiana, possue boas condições de saúde bucal . Apresenta um realce evidente da
linha obliqua de ambos os lados da mandíbula, que pode indicar perda de massa óssea no corpo mandibular. Também é
possivel observar que a paciente presenta uma cortical mandibular inferior espessa, porém, também apresenta erosões nessa
cortical, na região assinalada.
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Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Fig 11 - Exames de DXA, Coluna e fêmur, das mesmas pacientes das figuras acima, indicando osteopenia, segundo
critérios da OMS, para a avaliação do risco de fratura.
É possível correlacionarmos o IMC com a QOM. Os autores
estudaram a correlação entre o índice de massa corporal e a
qualidade óssea mandibular em brasileiros de ambos os
sexos. De acordo com a metodologia empregada nesse
estudo temos que nem todos os pacientes com má QOM
tinham IMC baixo, mas a maioria que tinham IMC baixo,
apresentou má QOM56.
IMC=
Peso (kg)
Altura2 (m2)
Baixo peso
<22
Normal
22,0 - 24,9
Excesso de peso
25,0 – 29,9
Obesos
> 30,0
Lee et al (2005) realizaram estudo visual da cortical inferior
mandibular em radiografias panorâmicas para identificar
mulheres pós-menopáusicas com baixa DOM. Os autores
concluíram que essa analise visual da cortical inferior
mandibular na radiografia panorâmica pode ser útil para
identificar mulheres PM com baixa DOM57.
Dutra et al estudaram os índices radiomorfométricos
e suas relações com o gênero, idade, e status dentário,
utilizando o índice antegonial (AI) e índice mentual (MI) em
pacientes com e sem dentes. Concluíram que há uma
continua remodelação na cortical inferior mandibular (CIM)
com a idade e isso seria influenciada pelo gênero e status
dentário. A dificuldade nas medidas do AI de maneira
reprodutível, e sua interação com o status dental e sua baixa
correlação com IM em pacientes mais jovens desencorajaria
sua utilização para a finalidade de identificar pacientes com
risco de osteoporose58.
Um software de análise de imagem que pode medir
Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21
corretamente a espessura da cortical inferior mandibular
(CIM) em RP foi desenvolvido como um indicador de reduzida
DOM. Os autores verificaram que as medidas realizadas pelo
software tinham significante correlação com a DOM e poderia
contribuir para a identificação da osteopenia. O estudo foi
apoiado pelo European Commission FP5 ‘Quality of Life and
Management of Living Resources 59 . Outro estudo, o
OSTEODENT investigou se o padrão trabecular em
radiografias intrabucais, e concluíram que esse fator serviria
para o diagnostico de osteoporose. Já outros autores
afirmaram que a ECIM é efetiva no diagnostico de osteoporose
pois tinha alta especificidade, e assim, poderia ser utilizada
nos atendimentos primários de saúde. Analisar as medidas
densitométricas em radiografias intrabucais para detector
osteoporose foi a proposta de alguns autores que concluíram
que a densidade óssea na região de pré-molares, expressas
em milímetros de alumínio seria propicia para indicar a
presença de osteoporose sistêmica. van der Stelt et al, 2006,
analisaram quantitativamente o padrão trabecular radiográfico
em comparação com valores de DOM e concluíram que esses
fatores junto à idade do paciente seria um promissor
parâmetro para como diagnóstico precoce de DOM para
indicar osteoporose. Ainda em 2006, outros autores
concluíram que a combinação de medidas da ECIM e um
índice clínico e um índice clínico de risco a osteoporose,
propiciam um método de alta especificidade, embora com
modesta especificidade.
Em 2007 60 foi avaliada a eficiência diagnostica em
identificar mulheres pós-menopáusicas com osteoporose
femoral analisando a perda óssea alveolar na mandíbula. É
conhecido que medidas na espessura cortical inferior da
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Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
mandíbula é útil nessa finalidade. Os resultados
encontrados sugeriram que a avaliação da reabsorção
óssea alveolar não foi tão eficiente na detecção de mulheres
pós-menopáusicas com osteoporose femoral se
comparada às medidas de espessura da cortical inferior
mandibular.
A detecção de erosões na cortical inferior mandibular em
radiografias panorâmicas e ferramentas com base em
questionários foram estudadas em 2008, e os autores
encontraram similar eficácia diagnostica em identificar
mulheres pós-menopausa osteoporoticas. Alem disso os
autores avaliaram o desempenho diagnostica para identificar
osteoporose e marcadores bioquímicos de turnover ósseo
para alto risco de fratura. Alem da analise de urina e soro
plasmático, foram realizadas medidas de densidade óssea
mineral (DOM) na coluna e quadril por DXA. Os resultados
encontrados sugerem que a radiografia panorâmica foi
superior à ferramenta baseada no questionário para
identificar mulheres com alto risco de fratura61.
Já em 200962 foram investigados os efeitos da ovarectomia
sobre as mandíbulas dentadas e desdentadas de ratas e
compararam essas mudanças em relação às tíbias e
fêmures utilizando exames de DXA (Dual X-ray
Absorptiometry) e medidas histomorfométricas. Os
resultados mostraram que a perda de massa óssea nas
mandíbulas sem dentes dos animais ovarectomizados era
similar àquela que ocorria nas tíbias e fêmures, enquanto que
a falta de significantes efeitos da ovarectomia sobre a massa
óssea nas mandíbulas dentadas sugere que a carga funcional
relativa à força de mordida previne a perda óssea nessas
mandíbulas com dentes. Avaliando a qualidade óssea
mandibular de pessoas desdentadas, de pessoas com menos
de 21 dentes e pessoas com mais de 21 dentes, alguns
autores63 encontraram significantes diferenças na qualidade
óssea, medida pela espessura da cortical inferior mandibular,
evidenciando que a pessoa que possuem mais de 21 dentes
na cavidade bucal tem melhor qualidade óssea mandibular.
Ainda em 200964, foi estudada a correlação do processo
estilóide alongado com baixa DOM diagnosticada pelo DXA.
Os autores puderam verificar a existência de forte correlação
entre mulheres com osteopenia e osteoporose, ou seja,
mulheres com risco de fratura possuem calcificação do
ligamento estilo-hióide, caracterizando o alongamento. Em
outro artigo nesse mesmo ano, Watanabe et al estudaram o
padrão morfológico trabecular, digitalmente, comparando as
mesmas regiões de interesse, em diferentes radiografias,
periapical e panorâmica. Os autores puderam verificar que
quando da análise esqueletonizada dessas mesmas regiões
há diferença significante nas imagens e assim, sua
comparação e análise deve ser cuidadosa65.
Fig. 12 – Classificação da morfologia do córtex inferio mandibular (CIM), segundo Klemetti.
Fig 13 - Tela do programa Radioimp da Radiomemory mostrando as medidas realizadas para verificar o comprimento
dos processos estilóides de ambos os lados, em radiografias panorâmicas.
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Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
OSTEOPOROSE E DOENÇA PERIODONTAL
Alguns estudos têm sugerido que a osteoporose e a
periodontite são doenças associadas 66: (1) a predominância
da história auto-relatada de osteoporose em uma população
mais velha, etnicamente diversa; (2) a concordância entre o
índice panorâmico mandibular (IPM) e a osteoporose autorelatada; e (3) a probabilidade de ter uma história auto-relatada
de osteoporose e um diagnóstico do periodontite. As
radiografias panorâmicas e as histórias médicas foram
obtidas de 1.084 mulheres chineses com idade entre 60-75
anos (± média 68.5 anos). As pacientes foram classificadas
como possuindo ou não periodontite ou dentro de três classes
de severidade. O IPM positivo foi encontrado em 39% das
pacientes, em contraste com osteoporose auto-relatada 8%.
A correlação intra-classe entre o IPM e a osteoporose autorelatada era 0.20 (< de p; 0.01). A probabilidade de uma
associação entre a osteoporose e o IPM foi 3%. As pacientes
com osteoporose auto-relatada e um IPM positivo tiveram
piores circunstâncias periodontais (< de p; 0.01).
A prevalência dominância d IPM positiva era elevada e
consistente com os estudos epidemiológicos, mas somente
em parte consistente com uma história auto-relatada de
osteoporose, com uma predominância mais elevada do IPM
positivo. A perda alveolar horizontal do osso foi associada
com a osteoporose auto-relatada positiva e os resultados do
IPM. Achados contraditórios foram achados por autores que
examinaram67 as condições periodontais em uma coorte de
mulheres de 70 anos comparando um gripo osteoporótico
com um controle com normal DOM (210 mulheres de 70 anos).
Dom do quadril foi medido pelo DXA. O exame inclui uma RP
e interproximais verticais. Em conclusão, o estudo revelou
que não havia diferença estatística nas condições
periodontais ou nível ósseo marginal entre os dois grupos;
entretanto os resultados deveriam ser interpretados com
extreme cuidado, já que a amostra era pequena.
Foi estudada a correlação entre a doença periodontal e a
osteoporose, comparando: a idade, parâmetros das
radiográficas panorâmicas e clínicos da doença periodontal.
Os parâmetros radiográficos panorâmicos avaliados foram:
espessura cortical mandibular (ECM), Os pacientes foram
adultos não tratados, que não possuíam qualquer outra
doença sistêmica e que deveriam ter mais do que 20 dentes.
Eles foram avaliados pela radiografia panorâmica com
respeito à perda óssea alveolar (POA). A massa óssea
mandibular foi avaliada com a medição da espessura da
cortical inferior mandibular (ECIM). A POA foi significativamente
maior e a ECIM significativamente menor para as pacientes
PMs (>6 anos apos a menopausa). O número de dentes foi
significativamente menor do grupo PM (>11 anos apos a
menopausa). A idade e POA tiveram correlação positive em
homens e mulheres. Mulheres nas quais o ECIM foi menor
do que a media (- 2 DP) deveriam ser diagnosticadas como
osteoporose. Os resultados demonstraram que a doença
periodontal possui correlação com a osteoporose, e assim a
Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21
ECIM poderia ser útil em detectar sinais de osteoporose em
mulheres com doença periodontal 68.
Alguns autores69 avaliaram a relação entre osteoporose
sistêmica e a doença periodontal. O exame radiológico traz
informações na determinação do tipo e grau de reabsorção
alveolar, a condição do periodonto, e o número de dentes.
Estes parâmetros fornecem valiosas informações quando
pesquisamos a correspondente correlação de dados
estudados.
CONCLUSÃO
O cirurgião dentista é um profissional da saúde, e
atualmente sai da faculdade com uma visão diferenciada para
a prevenção. A moderna Odontologia moderna tem sido
responsável por importantes feitos tanto de natureza técnica
quanto sócio-econômica. As novas tecnologias
e
conseqüentes tratamentos desenvolvidos geraram grandes
avanços na melhoria da saúde da população. A visita ao
consultório odontológico é muito mais freqüente, e já é rotina,
a visita de pacientes que nunca tiveram cáries. O
esclarecimento da população com relação ao cuidado com
os dentes tem em muitos casos transformado o dentista em
um profissional de diagnóstico, acompanhamento, profilaxia
e estética bucal, mais que um aplicador de ações curativas.
Essa atuação expandida da odontologia, inclusive no
Programa de Saúde da Família (PSF) é o mais significativo
avanço da profissão, que nos faz pensar o quanto estes
profissionais podem contribuir para a melhoria da saúde
como um todo, permitindo ao dentista atuar de forma mais
ampla, valorizando a profissão.
O dentista é quem mais examina a boca da população. Os
dentes são apenas uma porção da boca. Ali temos uma série
enorme de outros elementos que demandam constante
cuidado e observação. Assim, o chavão “odontologia além
dos dentes”, toma força, e tem o objetivo de modernizar a
carreira em diversas frentes, dando ao profissional um mais
amplo treinamento que crie condições para que ele possa
contribuir cada vez mais para a melhoria da saúde da
população brasileira. Esta modernização envolve diferentes
aspectos indo desde uma reformulação curricular,
modificação de certas áreas de pesquisa dentro das
faculdades, até uma luta por um novo aspecto de inserção do
profissional dentista no mercado de trabalho.
Entendemos que já existe suficientes evidências de que
as imagens radiográficas que o cirurgião dentista utiliza
rotineiramente, principalmente a radiografia panorâmica
podem fornecer importantes sinais referentes à má qualidade
óssea, e assim, devemos suspeitar do envolvimento de
outros sítios ósseos como a coluna, quadril e antebraço,
sítios que aumentam o risco de fratura osteoporótica.
Conhecer, compreender, e auxiliar no diagnóstico da
osteoporose valoriza a profissão. Podemos, assim,
referendar esses pacientes com má qualidade óssea bucal
para o médico, com o intuito de pesquisar outros sítios do
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Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
esqueleto. A detecção precoce pode conduzir a apropriado
tratamento e alívio de efeitos adversos inconvenientes. Esta
é uma área aonde o dentista pode contribuir muito para a
diminuição da morbidade e até mortalidade, valorizando sua
performance como profissional de saúde, compreendendo o
paciente como um todo.
ABSTRACT
The author’s intention was to clarify to the professionals in
Dental Radiology about the main point of interest for
knowledge of osteoporosis, that is a great ( considerable)
public health problem around the world. Osteoporosis is one
of the main problems in the older people population and is a
classic systemic disease, so it is must to be correctly
understood by the dentists and radiologists, seeing that today,
these professionals are formed to know the patient as a whole
and not as simply as a “mouth with teeth”. So the author
revised scientific knowledge and one few examples on
osteoporosis researches and tried to show the recognition of
radiographic signs in the panoramic x-rays, this main way
auxiliary to diagnosis in dentistry, that suggest this important
systemic disease, that has enough significance to affect the
life quality and longevity of the patients.
DESCRIPTORS: Panoramic Radiography; systemic diseases;
osteoporosis.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
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Correspondência para:
NACEDO – “Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão em
Diagnóstico Odontológico” da Pró-Reitoria de Cultura e
Extensão Universitária da USP – FORP.
Av. do Café s/n.CEP:14040-904 - Ribeirão Preto-SP.
e-mail: [email protected]
21
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
SATISF
AÇÃO DE CIR
UR
GIÕES-DENTIST
AS EM RELAÇÃO
TISFAÇÃO
CIRUR
URGIÕES-DENTIST
GIÕES-DENTISTAS
ÀS CLÍNIC
AS DE RADIOL
OGIA ODONT
OLÓGIC
A D
A
CLÍNICAS
RADIOLOGIA
ODONTOLÓGIC
OLÓGICA
DA
CID
ADE DE IP
ATING
A (MG-BR)
CIDADE
IPA
TINGA
Satisfaction of Dentists with Radiology Clinics in Ipatinga (MG-Brazil)
Henrique de Andrade FERNANDES1, Simone Maria Ragone GUIMARÃES2, Humberto da Costa FERNANDES3,
Marcos Vinicius Queiroz de PAULA4
1
Aluno de Pós-graduação em Radiologia Odontológica e Imaginologia - FOUFJF
Doutoranda em Radiologia Odontológica – UNESP
3
Mestre em Economia de Empresas - FEAD/MG
4
Doutor em Biociências Nucleares – UERJ
2
RESUMO
A importância deste trabalho é decorrência da necessidade de conscientização das clínicas de Radiologia Odontológica para
a utilização dos conceitos de melhoria contínua da qualidade dos seus produtos e serviços. Esta pesquisa teve como objetivo
identificar, descrever e analisar a percepção de cirurgiões-dentistas em relação à qualidade de serviços prestados pelas
clínicas de Radiologia Odontológica na cidade de Ipatinga (MG-BR), utilizando como instrumento uma escala de avaliação do
nível de qualidade de serviços, sob a forma de entrevista. Os resultados demonstraram que os entrevistados valorizam a
localização e o fácil acesso às clínicas, bem como os valores cobrados pelos serviços. As informações contidas neste estudo
podem ser usadas por profissionais que queiram instalar uma clínica de Radiologia Odontológica ou até mesmo para as já
existentes.
DESCRITORES:
Satisfação do paciente, Radiologia, Controle de qualidade.
INTRODUÇÃO
A busca da excelência na qualidade dos serviços prestados
e a satisfação dos clientes são hoje importantes fatores de
obtenção de sucesso em clínicas de Radiologia Odontológica.
A qualidade percebida pelos clientes é fundamental quando
se adquire um serviço, por isso, a análise de sua satisfação
pode contribuir para que o prestador se diferencie de seus
concorrentes, agregue valores aos serviços e aumente a sua
competitividade. Neste contexto, formulou-se o seguinte
problema de pesquisa: identificar e analisar a percepção de
cirurgiões-dentistas da cidade de Ipatinga (MG-BR) quanto à
qualidade de serviços prestados pelas clínicas de Radiologia
Odontológica desta cidade, tendo em vista a satisfação dos
usuários com o atendimento e a qualidade dos produtos
fornecidos.
MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo teve aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora em 04/01/
2006 sob o número 011/2005, e trata-se de uma pesquisa
aplicada desenvolvida em três fases. Na primeira fase, de
cunho exploratório, com o intuito de fundamentar
tecnicamente o assunto, foi feito um levantamento
documental e bibliográfico sobre qualidade em serviços e
22
satisfação do consumidor de uma maneira geral e,
especificamente, na área de saúde. Na segunda fase foi
desenvolvido um instrumento (questionário) para coleta de
dados na pesquisa de campo, buscando-se a colaboração
de especialistas tanto da área de saúde, como de coleta e
tratamento de dados para a elaboração de um questionário
adequado aos objetivos do estudo. Em seguida o questionário
foi testado com alguns dos entrevistados a fim de verificar a
relevância, clareza e compreensão das perguntas. Evitando
as ausências de respostas em função de perguntas
ambíguas e solicitação de informações desconhecidas por
uma grande parte dos entrevistados. Na terceira fase foi
realizada a pesquisa de campo de cunho quantitativo, que se
caracteriza como um método no qual se entrevista um número
representativo de respondentes, tendo como ferramenta de
coleta um questionário pré-definido e padronizado9.
O questionário elaborado procurou delinear as expectativas
gerais dos respondentes em relação ao serviço a ser
investigado. Cada afirmativa era seguida de uma escala onde
o respondente assinalou seu grau de concordância ou
discordância acerca da afirmação feita. A escala variava de
“concordo totalmente”, associada ao número 1, até “discordo
totalmente”, associada ao número 5.
A população estudada consistiu de cirurgiões-dentistas
Rev ABRO 2009; 10(2): 22-25
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
da cidade de Ipatinga (MG- BR). A coleta dos dados aconteceu
no período de 15 de abril a 15 de junho de 2006. Foi utilizada
a técnica de amostragem por conveniência (não-aleatória).
Foram selecionados para receber o questionário cirurgiõesdentistas que utilizaram dos serviços de uma mesma clínica
de Radiologia Odontológica nos 12 meses anteriores à data
de coleta dos dados, evitando, com isto, a introdução de
vieses decorrentes de uma distância muito grande, no tempo,
entre a prestação dos serviços e as respostas sobre como o
cliente percebe a prestação dos serviços em termos de
qualidade.
De um total de 200 cirurgiões-dentistas que clinicam na
cidade de Ipatinga (MG-BR), 82 utilizam, rotineiramente, os
serviços de clínicas de Radiologia Odontológica instaladas
neste município. Este dado foi levantado por meio de contato
telefônico.
Foram distribuídos 82 (100%) questionários tendo como
destinatários os profissionais previamente selecionados. No
questionário foi informado o propósito da pesquisa, como os
resultados seriam tratados e o sigilo que seria adotado no
tratamento das informações. Foram devolvidos por correio
55 questionários (67%). Dos questionários que retornaram,
13 (23%) foram desconsiderados por apresentarem itens
sem resposta.
Restaram, portanto, 42 questionários (51%) válidos para
análise.
RESULTADOS
Após a coleta das informações, foi utilizado o software SPSS
for Windows (Statistical Package for the Social Sciences
Incorporation, Chicago, USA, 2001) e para análise dos dados
foi utilizada estatística descritiva (frequência e frequência
relativa) adaptada às condições específicas dos resultados
obtidos.
Por meio da análise das frequências das alternativas de
respostas foi possível obter as tendências gerais
manifestadas pelos entrevistados para cada uma das
variáveis que compuseram o questionário (Figura 1).
DISCUSSÃO
A literatura da área de qualidade de serviços está repleta
de trabalhos 1-9 alertando sobre a importância do
conhecimento das necessidades dos clientes, pelos
prestadores de serviços, visando à organização do serviço
Concordo
totalmente
Não
concordo
Nem
Discordo
Discordo
Concordo
parcialmente discordo parcialmente totalmente
1.
O serviço Radiológico, que lhe atende, é bem localizado.
45,2%(19)
40,5%(17)
9,5%(4)
4,8%(2)
0
2.
O serviço Radiológico, que lhe atende, é
de fácil acesso aos pacientes.
28,6%(12)
61,9%(26)
4,8%(2)
4,8%(2)
0
3.
Os valores dos exames são coerentes com o mercado.
33,3%(14)
52,4%(22)
14,3%(6)
0
0
4.
Há facilidade na forma de pagamento.
14,3%(6)
66,7%(28)
19%(8)
0
0
5.
Os profissionais que atendem no serviço radiológico são
atenciosos e há troca de informações quando surge alguma dúvida.
7,1%(3)
35,7%(15)
42,9%(18)
9,5%(4)
4,8%(2)
6.
As entregas dos exames são realizadas no prazo prometido.
11,9%(5)
31%(13)
31%(13)
19%(8)
7,1%(3)
7.
Os exames, quando acompanhados de laudo,
possuem um laudo adequado e esclarecedor.
4,8%(2)
50%(21)
11,9%(5)
31%(13)
2,4%(1)
As radiografias estão dentro dos padrões de
qualidade normais (contraste, densidade, distorções, etc.).
19%(8)
59,5%(25)
14,3%(6)
7,1%(3)
0
O acondicionamento dos exames é adequado e padronizado.
38,1%(16)
54,8%(23)
7,1%(3)
0
0
10. Seus clientes ficaram satisfeitos com o
atendimento oferecido no serviço radiológico.
16,7%(7)
42,9%(18)
38,1%(16)
2,4%(1)
0
11. Os blocos de solicitação de exames são
objetivos e de fácil entendimento.
23,8%(10)
59,5%(25)
11,9%(5)
4,8%(2)
0
19%(8)
14,3%(6)
40,5%(17) 26,2%(11)
52,4%(22)
21,4%(9)
11,9%(5)
8.
9.
12. Já foi convidado a conhecer o serviço
radiológico e gostou de suas instalações.
13. Você é fiel a um serviço radiológico devido à qualidade do mesmo.
0
9,5%(4)
4,8%(2)
Fig 1 - Respostas aos questionários pelos cirurgiões-dentistas entrevistados
Rev ABRO 2009; 10(2): 22-25
23
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
que venha ao encontro das necessidades específicas dos
clientes.
Esta pesquisa investigou o grau de satisfação dos
cirurgiões-dentistas da cidade de Ipatinga (MG-BR) pelos
serviços prestados pelas clínicas de Radiologia Odontológica
desta cidade. Com isto procurou-se conhecer um pouco melhor
o cliente (cirurgião-dentista), analisando suas preferências em
relação ao serviço e atendimento de uma clínica de Radiologia
Odontológica.
Não foi encontrado referencial teórico que tratasse
especificadamente sobre o tema, com isto este estudo
procurou centrar sua atenção sobre as necessidades dos
cirurgiões-dentistas e explorou um conjunto de informações
extremamente relevantes, tanto do ponto de vista teórico quanto
do ponto de vista prático.
Retomando os resultados, é importante ressaltar que,
segundo os dados da pesquisa, as opiniões dos respondentes
a respeito do nível de qualidade dos serviços prestados nas
clínicas de Radiologia Odontológica da cidade de Ipatinga (MGBR) não são homogêneas.
Os resultados obtidos demonstraram que 85,7% dos
entrevistados consideraram as clínicas radiológicas de boa
localização.
De maneira análoga à avaliação anterior, 90,5% dos
entrevistados concordam que as clínicas radiológicas são de
fácil acesso, sendo que apenas 4,8% discordam parcialmente.
Uma boa localização e acesso facilitado a clínicas
radiológicas satisfazem os pacientes em tratamento
odontológico, pois isto diminui o tempo empregado para a
realização do exame radiográfico.
Dos usuários integrantes deste estudo, 85,7% consideram
equivalentes e justos os valores cobrados pelo serviço
prestado, não havendo discordantes, e 14,3% não concordam
e nem discordam.
Para 81% dos entrevistados a forma de pagamento é boa e
se adapta consideravelmente ao orçamento de seus clientes.
A facilidade no pagamento beneficia o paciente, pois permite
que realize os exames solicitados pelos cirurgiões-dentistas
de forma a não onerar o seu orçamento. Para as clínicas
radiológicas é uma forma de cobrar um preço de mercado
sem que sejam prejudicadas com os altos custos que
atualmente são praticados pelos fornecedores de filmes,
químicos e equipamentos.
A cordialidade dos profissionais no atendimento aos
cirurgiões-dentistas mostra que 42,8% dos entrevistados
aprovam e 14,3% discordam, sendo 42,9% indiferentes.
Subentende-se que o tratamento cordial recebido pelo
profissional será estendido ao paciente quando procurar os
serviços de uma clínica radiológica. Com isto é necessário
que os responsáveis pelas clínicas treinem seu pessoal a
tratar com profissionalismo tanto os profissionais quanto aos
pacientes.
Segundo os entrevistados, apenas 42,9% estão satisfeitos
com o prazo estabelecido pelas clínicas para entrega dos
24
resultados dos exames.
O prazo de entrega dos exames, com certeza, é um dos
fatores que mais contribuem na escolha, pelos profissionais,
para a indicação da clínica radiológica a seus pacientes.
Perder uma hora clínica em seu consultório, tendo que
remarcar o paciente, devido ao descompromisso da clínica
radiológica, pode levar o profissional a não mais indicar os
seus serviços.
Dos entrevistados, 54,8% acham adequados e concordam
com os laudos técnicos fornecidos nos resultados.
O laudo técnico é o documento mais importante que o
cirurgião-dentista irá receber da clínica radiológica. É preciso
que ele seja claro, forneça sugestões de diagnóstico do caso
analisado e indique outras técnicas por imagem que facilitará
a terapêutica a ser executada. Como as clínicas radiológicas
não executam exame clínico nos pacientes, é necessário que
seus responsáveis busquem informações junto aos
cirurgiões-dentistas para a conclusão do radiodiagnóstico.
Dos entrevistados, 78,5% consideram que o padrão de
qualidade das radiografias é adequado em relação a
contraste, densidade e nível de distorção.
Dos entrevistados, 92,9% consideram o acondicionamento
dos exames adequados; 7,1% são indiferentes, não havendo
discordantes.
A qualidade de um produto também é avaliada pela sua
apresentação e acondicionamento, itens que as clínicas
radiológicas devem se empenhar e, nos casos em que houve
alguma dificuldade por parte do paciente em realizar o exame
radiográfico, devem comunicar ao cirurgião-dentista o
ocorrido.
A maior parte dos entrevistados (83,3%) considera
adequados e objetivos os blocos de solicitação de exames.
O bloco de solicitação de exames é o instrumento de elo
entre o profissional e a clínica radiológica, deve ser de fácil
preenchimento e possuir espaço para que os profissionais
façam as suas observações.
Apenas 19% dos entrevistados consideram que as
instalações e equipamentos utilizados no serviço radiológico
são adequados, enquanto que 26,2% discordam
completamente desta afirmativa.
Fica claro que os responsáveis pelas clínicas de Radiologia
Odontológica não possuem o hábito de convidar os
cirurgiões-dentistas para visitar as suas instalações.
Dos entrevistados, 59,6% estão satisfeitos com o
atendimento na prestação dos serviços radiológicos.
Pode-se afirmar que 61,9% dos entrevistados são fiéis ao
serviço prestado pela clínica de Radiologia Odontológica por
achá-lo de qualidade e confiável, sendo infiéis 16,7%.
O interesse demonstrado pela clínica radiológica na
satisfação dos cirurgiões-dentistas pelo produto final de seus
serviços fará com que os mesmos desenvolvam mais que
uma fidelidade, uma parceria. Com isto é necessário que as
clínicas radiológicas mantenham uma especial atenção a
estes dados, convidando os profissionais para visitar suas
Rev ABRO 2009; 10(2): 22-25
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
instalações, trocando idéias quanto ao provável diagnóstico
e indicando as melhores técnicas para a visualização do caso
analisado.
Este trabalho não responde evidentemente a todas as
indagações possíveis nesta área. Concentrou-se por razões
de ordem prática e economia científica na avaliação da
satisfação dos cirurgiões-dentistas em relação às clínicas
de Radiologia Odontológica.
6.
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CONCLUSÃO
As informações que este estudo trouxe podem ser
aproveitadas desde já, por profissionais que queiram instalar
uma clínica de Radiologia Odontológica ou até mesmo para
as já existentes.
Por outro lado, permite vislumbrar inúmeras
possibilidades de novos trabalhos, o que possibilitaria em
longo prazo atender às necessidades específicas de
diferentes áreas da Odontologia.
Conhecendo mais detalhadamente as necessidades,
características e interesses de diferentes áreas da
Odontologia, seria possível aos profissionais atuarem de
maneira mais realista e adequada.
ABSTRACT
The importance of this work is a result of the necessity of
awareness for radiology clinics with the use of the concepts of
continuous improvement of the quality of its products and
services. This research’s objective is to identify, describe and
analyze the perception of the dentists in relation to the quality
of services given by the clinics of radiology in the city of Ipatinga
(MG-Brazil), using the interview format as the instrument for
the evaluation scale for the of quality of services. The results
demonstrated that the interviewed dentists value the location
and easy access to the clinics, as well as the fees charged for
the services. The information contained in this study can be
used by professionals whom already have existing clinics or
by professionals who want to open a radiology clinic.
DESCRIPTORS: Patient Satisfaction, Radiology, Quality control
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Rev ABRO 2009; 10(2): 22-25
Correspondência para:
Autor correspondente:
Marcos Vinicius Queiroz de Paula
E-mail: [email protected]
25
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
AL
TERAÇÕES MANDIBULARES EM P
ANORÂMIC
AS
ALTERAÇÕES
PANORÂMIC
ANORÂMICAS
UTILIZANDO DOIS ÍNDICES RADIOMORF
OMÉTRICOS
RADIOMORFOMÉTRICOS
Mandibular Changes in Panoramic Radiographs using two Radiomorphometric Indices
Camila Vasconcelos Santana PRADO1, Juliana Álvares Duarte Bonini CAMPOS2, Leonor de Castro Monteiro LOFFREDO3,
Guilherme Monteiro TOSONI4
1
Cirurgiã-Dentista, ex-estagiária de Iniciação Científica da Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP.
Professora Assistente Doutora da Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP.
3
Professora Adjunta da Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP.
4
Professor Assistente Doutor da Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP.
2
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi comparar, nas radiografias panorâmicas, os aspectos morfológicos da mandíbula de homens e
mulheres em diferentes faixas etárias, utilizando dois índices radiográficos. Foram selecionadas 200 radiografias panorâmicas
de arquivo, de homens e mulheres entre 25 e 80 anos de idade. As radiografias foram agrupadas de acordo com gênero e
seguintes faixas etárias: 25 l-l 35, 40 l-50, 50 l-60, 60 l-70 e 70 l- 80. Foi realizada análise do índice cortical mandibular (ICM),
onde a característica da cortical inferior da mandíbula foi interpretada por dois examinadores que, por consenso, decidiram
entre os seguintes escores: C1) Cortical Normal, C2) Cortical com moderada erosão e C3) Cortical com acentuada erosão ou
poroso. O índice mandibular panorâmico (IMP) também foi calculado. A associação entre o aspecto de acentuada erosão da
cortical inferior da mandíbula (C3) e idade foi significativa (p=0,001), porém, não significativa para sexo (p=0,390). O índice
mandibular panorâmico (IMP) apresentou diferença estatisticamente significante entre os homens e as mulheres abaixo de 50
anos de idade, porém não significante entre as faixas etárias. Concluiu-se que o aspecto radiográfico de acentuada erosão da
cortical inferior da mandíbula está associado com a idade dos indivíduos e uma consequente diminuição da massa óssea
sistêmica. Este aspecto pode ser um importante sinal nas radiografias panorâmicas para identificar nas clínicas odontológicas
os indivíduos com risco de ter osteoporose, porém, mais estudos são necessários para confirmar a eficácia da aplicação
clínica deste método.
DESCRITORES:
Radiografia dentária; Radiografia panorâmica; Envelhecimento; Osteoporose
INTRODUÇÃO
A osteoporose é uma doença sistêmica do esqueleto
caracterizada por uma reduzida massa óssea e uma
deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, com um
consequente aumento da sua fragilidade e suscetibilidade à
fratura1; se negligenciado o tratamento ou a prevenção pode
progredir silenciosamente até que a fratura ocorra. Constitui
uma grande ameaça à saúde pública, pois estimativas
indicam cerca de 80 milhões de pessoas com o problema
nas Américas e Europa 2, 3. Embora possa acontecer em
qualquer idade, geralmente está associada à senilidade e
pós-menopausa, sendo que uma em cada duas mulheres e
um em cada quatro homens, acima dos 50 anos de idade,
terão uma fratura relacionada à osteoporose durante seu
tempo restante de vida4.
Atualmente, o diagnóstico da osteoporose é
eminentemente clínico, fundamentado na identificação dos
diferentes fatores de risco, dentre eles a baixa densidade
26
mineral óssea (DMO) identificada nos ossos do quadril ou
da coluna lombar5. No entanto, examinar a densidade mineral
óssea para todo o grupo de risco, especialmente em mulheres
pós-menopausa, apesar de recomendado, não é prático,
devido à escassez dos equipamentos específicos6. O número
de clínicas dominando a identificação de mulheres na pósmenopausa com baixa DMO ou osteoporose tem aumentado
desde meados de 1990 7. Entretanto, determinar as regras
para aplicação clínica de quem necessita da densitometria
óssea (DXA) é complicado, por causa da falta de consenso8.
A ausência de política ampla para examinar e detectar a
osteoporose tem feito com que pacientes sofram com fraturas
que poderiam ser prevenidas7.
Sinais de perda óssea, como a erosão e a redução na
espessura da cortical inferior da mandíbula, têm sido
demonstrados em radiografias do complexo maxilomandibular9,10,11 e podem indicar um fator de risco para a
osteoporose. Deste modo, os cirurgiões-dentistas podem
Rev ABRO 2009; 10(2): 26-30
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
ser os primeiros profissionais de saúde a identificar os sinais
de risco de osteoporose, uma vez que eles examinam
anualmente uma grande fração da população nas clínicas
públicas e privadas.
Como exame complementar, a radiografia panorâmica tem
sido comumente utilizada nas clínicas odontológicas, sua
imagem mostra as arcadas dentárias superior, inferior e
também outras áreas da face sem sobreposição dos lados
direito e esquerdo. A dose de radiação é relativamente baixa
e o exame é conveniente para o paciente. Com a finalidade
de estabelecer uma base na identificação dos pacientes com
alto risco de osteoporose nas radiografias panorâmicas,
Benson et al. 12 (1991) introduziram o índice mandibular
panorâmico (IMP) como um índice radiomorfométrico. Existe
evidência de que a morfologia da cortical inferior da mandíbula
pode ser um indicador do metabolismo ósseo e da DMO
vertebral em mulheres na pós-menopausa11.
A identificação de sinais da qualidade óssea mandibular,
além de poder contribuir na prevenção de fraturas de outros
ossos do esqueleto, também pode estar relacionada com o
risco de perda óssea ao redor dos dentes. Estudos apoiam a
hipótese de que as mulheres com baixa DMO tendem a ter
doença periodontal e, consequentemente, menos dentes13,
14
. Além disso, estes sinais também podem estar
relacionados com o prognóstico dos implantes dentários.
O objetivo deste trabalho foi levantar os aspectos
morfológicos da cortical inferior da mandíbula nas imagens
panorâmicas, comparando os achados radiográficos de
homens e mulheres em diferentes faixas etárias, utilizando
dois índices radiográficos.
MATERIAL E MÉTODOS
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em
Pesquisa em Seres Humanos da Faculdade de Odontologia
de Araraquara (FOAr)-UNESP. Inicialmente, foram
selecionadas 200 radiografias panorâmicas de arquivo do
Serviço de Radiologia Odontológica (FOAr-UNESP) que
compreendessem o período restrospectivo de dezembro de
2005 a novembro de 2004, de modo a preencher os critérios
representados na Tabela 1, abaixo:
A faixa etária dos 25 aos 35 anos foi escolhida e difere das
demais porque corresponde a indivíduos adultos jovens, no
pico da massa óssea esquelética.
Todas as radiografias selecionadas foram codificadas de
modo a impossibilitar a identificação dos indivíduos.
Posteriormente, durante a interpretação radiográfica, uma
radiografia foi descartada por não apresentar qualidade de
imagem satisfatória, reduzindo o tamanho da amostra para
um total de 199 radiografias.
Índice Cortical Mandibular (ICM)
Todas as radiografias foram interpretadas em ambiente
escurecido sobre a luz do negatoscópio, utilizando máscara
ao redor da radiografia e lupa. Dois observadores, treinados
e calibrados, – um estudante do último ano de odontologia e
um radiologista com quinze anos de experiência –
classificaram por consenso a imagem da cortical da borda
inferior da mandíbula, posterior ao forame mentual, utilizando
os seguintes escores propostos por Klemetti et al.15 (1994).
C1: Cortical Normal: A margem endóstea da cortical é
uniforme e nítida em ambos os lados.
C2: Cortical com moderada erosão: A margem endóstea
mostra defeitos semilunares (cavidades de reabsorção), com
resíduos corticais de uma a três camadas espessas, em um
ou ambos os lados.
C3: Cortical com acentuada erosão ou poroso: A margem
endóstea consiste de espessos resíduos corticais e é
claramente porosa.
Índice mandibular panorâmico (IMP)
O índice mandibular panorâmico (IMP), um método descrito
por Wical & Swoope16 (1974) e modificado por Benson et al.12
(1991), que se baseia na medida da espessura da cortical
inferior da mandíbula na radiografia panorâmica, foi calculado.
O método consiste em efetuar medidas bilateralmente nas
radiografias panorâmicas na área do forame mentual (Figura
1). Um papel de acetato foi posicionado sobre cada
Tabela 1 – Frequência de radiografias panorâmicas segundo
idade e sexo. FOAr-UNESP, 2004-2005
Idade (anos)
25H35
40H 50
50H 60
60H 70
70H 80
Total
Radiografias Panorâmicas (n=200)
Sexo
Masculino
Feminino
Total
20
20
40
20
20
40
20
20
40
20
20
40
20
20
40
100
100
200
Rev ABRO 2009; 10(2): 26-30
Fig. 1 - Método para cálculo do IMP proposto por Benson et al 20
27
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
radiografia, onde foram traçadas a cortical inferior do forame
mentual e uma linha (1) paralela ao longo eixo do corpo
mandibular e tangenciando a cortical inferior da mandíbula.
Uma segunda linha (2), perpendicular e interceptando a linha
tangente à cortical inferior da mandíbula, também foi traçada.
Uma régua milimetrada foi utilizada para medir a espessura
da cortical inferior da mandíbula (B) e também a distância
entre a margem inferior da mandíbula e a margem inferior do
forame mentual (A), utilizando a linha número 2 como
referência. O IMP é calculado dividindo o valor da espessura
da cortical inferior da mandíbula (B) pela distância da margem
inferior até o forame mentual (A). O valor médio das medidas
de um único lado ou de ambos foi utilizado para a análise
dos resultados.
Tabela 3 – Aspecto radiográfico da cortical inferior da
mandíbula (C1 = Íntegra, C2 = Discreta Erosão e C3 =
Acentuada Erosão) segundo sexo. FOAr-UNESP, 2004-2005.
C1
C2
C3
Total
Masculino
30
61
9
100
Feminino
38
51
10
99
Total
68
112
19
199
Os dados com relação ao índice mandibular panorâmico
(IMP) estão representados na Figura 2.
Análise Estatística
O teste do qui-quadrado (χ2) foi utilizado para o estudo de
associação entre os aspectos radiográficos da cortical inferior
da mandíbula e as variáveis “faixa etária” e sexo.
Aos dados do IMP, para verificar a igualdade entre os cinco
grupos de faixas etárias, foi aplicada análise estatística de
Kruskal-Wallis (H). Tendo sido verificada significância
estatística, foi aplicado o teste de Dunn. Para a comparação
do IMP entre os sexos foi aplicada a análise de Mann-Whitney.
O nível de significância adotado foi de 5%.
RESULTADOS
A Tabela 2 apresenta a distribuição da amostra segundo o
aspecto radiográfico da cortical inferior da mandíbula e a faixa
etária.
Tabela 2 – Aspecto radiográfico da cortical inferior da
mandíbula (C1 = Íntegra, C2 = Discreta Erosão e C3 =
Acentuada Erosão) segundo faixa etária. FOAr-UNESP, 20042005.
Idade (anos)
25H35
40H50
50H60
60H70
70H80
Total
Tipo
C1
18
17
14
12
7
68
C2
22
23
24
24
19
112
C3
2
4
13
19
Total
40
40
40
40
39
199
Pode-se notar associação significativa (χ2=37,64, p=0,001)
entre a idade e o aspecto radiográfico da cortical inferior da
mandíbula, com os indivíduos na faixa etária dos 70“% 80
anos apresentando um número observado de C3 maior do
que o esperado.
A apuração do aspecto radiográfico da cortical inferior da
mandíbula segundo sexo encontra-se na Tabela 3.
Observou-se associação não-significativa (χ 2=1,89,
p=0,390) entre sexo e o aspecto radiográfico da cortical inferior
da mandíbula.
28
Fig. 2 - Mediana dos valores do Índice Mandibular Panorâmico
segundo sexo e idade
A Figura 2 permite observar que para o sexo masculino
houve oscilação dos valores da mediana de IMP nas
diferentes faixas etárias, porém, a diferença foi
estatisticamente não-significativa (H=1,94; p=0,747) e para o
sexo feminino houve uma tendência de declínio, porém, a
diferença também foi estatisticamente não-significativa
(H=7,54; p=0,110); para idade houve diferença significativa
entre os valores para sexos nas faixas etárias 25H35 (U=85;
p=0,0019) e de 40 H50 (U=108; p=0,0128), onde o sexo
feminino apresentou IMP maior do que o masculino.
DISCUSSÃO
Os resultados deste trabalho comprovaram que a cortical
inferior da mandíbula apresenta alterações com a idade e
que estas alterações ocorrem de forma semelhante tanto no
sexo masculino como no feminino. Embora este estudo não
mostre dados validando a densidade mineral óssea (DMO)
dos indivíduos, aqueles jovens, entre os 25 e 35 anos, que
se encontram na idade correspondente ao pico da massa
óssea, apresentaram aspecto radiográfico íntegro (C1) ou
com moderada (C2) erosão da cortical inferior da mandíbula,
sem apresentar aspecto de acentuada erosão (C3). Este
aspecto de C3 apareceu nos indivíduos após os 50 anos de
Rev ABRO 2009; 10(2): 26-30
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
idade e aumentou nos grupos de maior faixa etária,
coincidindo com o período de perda da massa óssea
esquelética que também pode ser observado na população
em geral 2 . Deste modo, a observação nas radiografias
panorâmicas de C3 pode ser um importante sinal de
diminuição da massa óssea sistêmica e os nossos
resultados apoiam outros estudos na literatura que associam
as características da cortical inferior da mandíbula com o
risco de osteoporose9,10,11,12.
Contudo, a classificação do aspecto radiográfico da cortical
inferior da mandíbula na radiografia panorâmica é subjetiva
e estudos têm demonstrado concordância intra e
interobservador de moderada a boa17,18. Não foi objetivo deste
estudo verificar a concordância, tendo sido optado pela
utilização da classificação por consenso das características
da cortical inferior da mandíbula. Apesar de haver estudos
indicando que o treinamento pode melhorar o desempenho
do clínico geral na identificação de mulheres na pósmenopausa e com baixa densidade mineral óssea19,20, mais
estudos são necessários para elucidar a eficácia deste
método. A experiência e a especialidade, além de aumentar a
concordância intraexaminador, parece também aumentar o
desempenho diagnóstico do ICM com relação à
osteoporose 21.
Diferente do ICM, neste estudo o IMP não apresentou
variações significativas à medida que os indivíduos
envelhecem. Um recente estudo22, sem considerar o sexo,
sugere que os pacientes desdentados com espessura da
cortical < 3 mm, IMP < 0,30 e ICM=C3 sejam encaminhados
para avaliação de osteoporose. Nosso estudo mostrou que,
quando se considera o sexo, existe diferença do IMP entre o
sexo masculino e o feminino – antes dos 50 anos de idade –
e não entre as faixas etárias. Nossos resultados, com relação
a este índice, estão de acordo com Klemetti et al.15 (1994) e
indicam que não é confiável para avaliar o risco do paciente
com relação à osteoporose.
Um estudo multicentro realizado na Europa23, com 671
mulheres na pós-menopausa, traz controvérsia sobre o ICM,
mostrando que a medida da espessura da cortical inferior da
mandíbula é mais eficaz do que o ICM. Devido aos índices
radiográficos não oferecerem suficiente evidência
diagnóstica, este estudo enfatiza que a pesquisa por
osteoporose, nas radiografias panorâmicas, somente deve
ser feita em radiografias que tenham sido realizadas com
outro propósito e recomenda que somente os pacientes com
a cortical inferior muito fina (<3 mm) sejam encaminhados
para avaliação de osteoporose.
Sobre esta controvérsia estamos de acordo com White et
24
al. (2005), que comprovaram que a informação clínica é tão
útil quanto à informação radiográfica na identificação de
indivíduos com baixa massa óssea. Os cirurgiões-dentistas
têm, em seus consultórios, informação clínica e radiográfica
suficiente para triar indivíduos com osteoporose. Deste modo,
antes que qualquer método seja totalmente utilizado nas
Rev ABRO 2009; 10(2): 26-30
clínicas odontológicas, é necessário que o cirurgião-dentista
seja treinado e esclarecido sobre a sua aplicação clínica e
implicações, como também tenha conhecimento sobre a
osteoporose e seus fatores de risco.
Concluindo, o aspecto radiográfico de acentuada erosão
da cortical inferior da mandíbula está associado com a idade
dos indivíduos e uma consequente diminuição da massa
óssea sistêmica. Este aspecto pode ser um importante sinal
nas radiografias panorâmicas para identificar nas clínicas
odontológicas os indivíduos com risco de ter osteoporose,
porém, mais estudos são necessários para confirmar a
eficácia da aplicação clínica deste método.
ABSTRACT
The aim of this study was to compare the morphological
mandibular changes of man and woman in different age
groups using panoramic radiographs and two radiographic
indices. Two hundred panoramic radiographs of man and
women, between 25 and 80 years old, were retrospectivelly
selected from a file. The films were grouped according to
gender and the following age groups: 25H35, 40H50, 50H60,
60H70 and 70H80. The appearance of the mandibular inferior
border (C1=normal, C2=mild/moderate erosion and
C3=severe erosion) and the panoramic mandibular index
(PMI) were evaluated on film-based panoramic images. Severe
erosion of the mandibular inferior border (C3) was associated
with age (p=0.001) and not with gender (p=0,390). PMI showed
significant difference between man and woman before the
age of 50 years, but did not show difference between any age
group. We conclude that mandibular inferior border changes
with age and the aspect of severe erosion may represent
skeletal bone mass loss. This aspect may be an important
sign on panoramic radiographs to identify patients with risk of
osteoporosis in the dental clinics; however, further studies
are needed to verify the clinical application efficacy of this
method.
DESCRIPTORS: Dental radiography; Panoramic radiography;
Aging; Osteoporosis;
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem apoio da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), processo
#04661-5.
Ín d ic e
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Clinical and panoramic predictors of femur bone mineral density.
Osteoporos Int. 2005; 16: 339–346.
Correspondência para:
Camila Vasconcelos Santana Prado
Rua, Santo Antônio, 2460 - Centro
Mirassol / SP / Brasil / CEP:15130-000
Tel. (17) 8123 6272
Endereço eletrônico: [email protected]
Rev ABRO 2009; 10(2): 26-30
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
ESTUDO COMP
ARA
TIV
O ENTRE IMA
GENS CONVENCIONAL E
COMPARA
ARATIV
TIVO
IMAGENS
DIGIT
AL INDIRET
A NA INTERPRET
AÇÃO DE LESÕES
DIGITAL
INDIRETA
INTERPRETAÇÃO
RADIOLÚCID
AS MUL
TIL
OCULARES
RADIOLÚCIDAS
MULTIL
TILOCULARES
Comparative study between conventional and indirect digital images in the interpretation of
multilocular radiolucent lesions
Valéria Campassi Reis GAMBIER1; Ricardo RAITZ2; Fabio Abreu ALVES3; Marcelo MARCUCCI4;
Marlene FENYO-PEREIRA5
1
Doutorado - Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
Doutorado - Universidade Ibirapuera
3
Doutorado - Departamento de Estomatologia do Hospital A. C. Camargo
4
Doutorado - Departamento de Estomatologia do Hospital Heliópolis
5
Professora Titular – Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
2
RESUMO
Neste trabalho buscou-se avaliar se a tecnologia digital de imagens pode colaborar na elaboração de hipóteses diagnósticas
de lesões ósseas. Para isso, foram selecionadas 24 radiografias panorâmicas, nas quais existiam imagens de lesões
compatíveis a ameloblastomas, tumores odontogênicos queratocísticos, mixomas e lesões centrais de células gigantes,
atestadas por laudos anátomo-patológicos. As radiografias foram digitalizadas e entregues a 12 examinadores, sendo três
profissionais para cada uma de quatro diferentes especialidades (radiologia, estomatologia, patologia e cirurgia
bucomaxilofacial). Os examinadores analisaram as imagens em dois momentos diferentes. Primeiramente a radiografia
convencional e posteriormente a imagem digitalizada correspondente com intervalo mínimo de 30 dias. Quando do exame das
imagens digitais, foi oferecida aos examinadores a opção de uso de ferramentas disponíveis no software Trophy 2000®
(Trophy, Vincennes, França), que pudessem auxiliar no procedimento. As avaliações foram tabuladas em formulários e
submetidas à análise estatística, por meio de equações de estimação generalizadas (EEG) e índice kappa. Os resultados
possibilitaram concluir que houve equivalência na eficácia dos dois métodos avaliados, com boa concordância entre os
diagnósticos dos especialistas, e que a probabilidade de acerto não depende da especialidade do observador e nem do tipo
de lesão. O método digital foi o preferido para observação entre os avaliadores, sendo que as ferramentas filtro de nitidez e
brilho e contraste foram consideradas como as melhores para auxiliar na elaboração das hipóteses diagnósticas.
DESCRITORES:
Tumores Odontogênicos – Radiografia Panorâmica – Radiografia Dentária Digital.
INTRODUÇÃO
A realização de um diagnóstico envolve várias etapas,
dentre elas o exame radiográfico, no qual a radiografia se
torna uma importante ferramenta na detecção de processos
patológicos ósseos1.
Embora o exame radiográfico não contenha informações
suficientes para o diagnóstico definitivo de uma lesão, dados
como sua localização, margens, conformação, efeitos sobre
estruturas vizinhas, existência de erosão cortical, reabsorção
dentária e divergência das raízes permitem direcionar uma
hipótese diagnóstica2.
A combinação de vários procedimentos radiográficos pode
melhorar significativamente a compreensão do clínico a
respeito das características e dos limites de uma lesão. A era
da imagem digital vem valorizar ainda mais esse recurso
Rev ABRO 2009; 10(2): 31-36
imaginológico, conquistando lugar definitivo nas Ciências da
Saúde, ampliando cada vez mais suas aplicações e
consagrando-se como um exame complementar de grande
valia 3, uma vez que cria a possibilidade de alteração de
contraste e uso de filtros que permitem melhorar a qualidade
de uma radiografia, aumentando a eficácia diagnóstica e
reduzindo a dose de radiação4, 5.
Embora a radiografia digital apresente vantagens sobre a
radiografia convencional6, ela ainda é uma tecnologia não
amplamente utilizada, tendo como principal causa o seu alto
custo7. Por outro lado, a necessidade de utilização de arquivos
digitais de exames radiográficos é cada vez maior,
principalmente nos grandes centros de diagnóstico e
tratamento. Devemos considerar ainda que os exames
realizados pertencem aos pacientes, não mais ficando
31
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
arquivados nas clínicas ou locais de atendimento.
A digitalização da imagem convencional torna-se então uma
ferramenta importante para a preservação de imagens
radiográficas, garantindo o acesso a essa imagem em
qualquer momento de um tratamento, além de ser um recurso
fácil e de baixo custo, possibilitando a formação de um arquivo
digital. Dessa forma consegue-se agregar algumas das
vantagens da imagem digital à imagem convencional,
tornando possível o reprocessamento e manuseio da
imagem, e consequente obtenção de maiores informações
diagnósticas, sem a necessidade de expor novamente o
paciente à radiação8, 6, 3.
A observação por meios digitais de uma imagem, bem
como a aplicação de filtros sobre essa imagem, deve ainda
ser estudada sob o ponto de vista se essas alterações
auxiliam o cirurgião-dentista na elaboração de uma hipótese
diagnóstica, uma vez que a maioria dos profissionais ainda
faz uso das imagens radiográficas convencionais.
Seguindo uma linha de pesquisa iniciada por Raitz et al.9
(2006), este trabalho foi elaborado tendo em vista explorar
como um diagnóstico pode ou não ser influenciado pelas
novas tecnologias, por meio da comparação na elaboração
de hipóteses diagnósticas de lesões radiolúcidas
multiloculares, utilizando para tanto radiografias panorâmicas
convencionais e digitais indiretas, variando a formação
profissional do examinador e o tipo de lesão.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram selecionadas 24 radiografias panorâmicas com
lesões radiolúcidas multiloculares, de diferentes indivíduos,
pertencentes aos arquivos do Hospital Heliópolis, após a
aprovação do projeto de pesquisa pelos comitês de ética em
pesquisa do Hospital Heliópolis e da Faculdade de
Odontologia da Universidade de São Paulo.
As radiografias selecionadas apresentavam imagens
caracteristicamente de lesões multiloculares, cujos laudos
histopatológicos compreendiam as entidades patológicas de
ameloblastoma (A), tumor odontogênico queratocístico (TOQ),
mixoma (M) e lesão central de células gigantes (LCCG).
As radiografias selecionadas passaram inicialmente pelo
processo de digitalização de imagens, consistindo no
escaneamento das mesmas, por meio de um scanner de
mesa, modelo ScanMaker i800 (Microtek, Hsinchu, Taiwan),
realizado no Laboratório de Análise Radiográfica Digital da
Universidade Ibirapuera. A padronização da resolução de
escaneamento foi de 600 dpi, sendo as imagens salvas no
formato TIFF, com a mesma porcentagem de tamanho, 15,0
X 29,0cm. Após esse processo, as imagens digitalizadas
foram tratadas com o uso do software Adobe Photoshop 7.0
(Adobe, Los Angeles, United States), onde buscou-se
visualmente, por meio de um cirurgião-dentista radiologista
com dez anos de experiência, uma otimização e padronização
de cor, brilho e contraste.
Foram selecionados 12 cirurgiões-dentistas especialistas
32
para avaliação das imagens, sendo três radiologistas, três
estomatologistas, três patologistas e três cirurgiões
bucomaxilofaciais.
Primeiramente, cada especialista avaliou a radiografia
panorâmica e formulou a sua hipótese diagnóstica, anotando
em uma ficha o diagnóstico e os critérios utilizados para
chegar a essa conclusão. As radiografias foram examinadas
seguindo uma ordem pré-estabelecida, com o uso de um
único negatoscópio, com dimensões de 485 X 380mm
(Konex, São Paulo, Brasil), com auxílio de lupa de 50,0mm de
diâmetro e aumento de 3x, em ambiente escuro.
Com um intervalo de pelo menos 30 dias foi solicitado aos
mesmos especialistas que avaliassem as imagens
digitalizadas e formulassem novas hipóteses diagnósticas.
As radiografias digitalizadas foram examinadas em uma
sequência diferente da primeira avaliação.
Para essa segunda avaliação foi utilizado um notebook
modelo AMZ-L71 (Amazon PC, Manaus, Brasil) com
processador Intel Celeron M 360 1.4Ghz, memória 256MB,
HD 40GB, tela widescreen de 15’’, em ambiente escuro,
manipulando o software Trophy 2000® (Trophy, Vincennes,
França).
Orientações sobre os recursos do software e o tratamento
possível de ser feito na imagem foram transmitidos no
momento da avaliação pelo pesquisador. As ferramentas
permitidas para uso foram filtro de nitidez, filtro amarelo,
alteração de brilho e contraste, highlight, highlight + zoom e
inversão. A ferramenta filtro de nitidez remove ruídos da
imagem, a highlight ilumina uma área da radiografia,
realçando a radiolucidez e a radiopacidade, a highlight+ zoom
adiciona magnificação da imagem à ferramenta anterior, a
inversão troca os valores entre branco e preto na imagem e o
filtro amarelo substitui o branco na imagem pelo amarelo.
Os valores escolhidos para brilho e contraste na
interpretação pelos examinadores, bem como se houve
melhora ou não da interpretação com o uso de cada uma das
ferramentas citadas, foram anotados para posterior análise,
em uma ficha do pesquisador. Ao final de cada interpretação,
foi solicitado ao observador que elegesse a ferramenta de
maior auxílio na interpretação da imagem. Terminadas todas
as análises, foi requerido ao examinador escolher, entre os
dois métodos, o melhor para elaboração de suas hipóteses
diagnósticas.
Os dados obtidos foram então submetidos à análise
estatística. Neste estudo, foram considerados os resultados
provenientes da avaliação de 12 examinadores que
observaram 24 radiografias distintas, totalizando 288
radiografias avaliadas utilizando o método convencional e as
mesmas 288 radiografias avaliadas utilizando o método
digital. Inicialmente, as 576 respostas foram comparadas
com seus respectivos diagnósticos verdadeiros e
classificadas como respostas corretas ou erradas. Os dados
referentes às respostas corretas e erradas foram modelados
por meio de equações de estimação generalizadas (EEG)
Rev ABRO 2009; 10(2): 31-36
com função de ligação logística10. Foram consideradas como
variáveis explicativas o método de avaliação, o grupo de
examinadores e o tipo de lesão. Também foram avaliados
possíveis efeitos de interação de primeira ordem entre essas
variáveis. A concordância dos diagnósticos foi analisada pelo
índice kappa e foi feita ainda uma análise descritiva das
ferramentas digitais.
RESULTADOS
Na Tabela 1 podemos comparar as porcentagens de acertos
de cada especialidade segundo o método radiográfico.
Já na Tabela 2 temos o número total de acertos e sua
respectiva porcentagem, de acordo com o método de
avaliação e o tipo de lesão.
A análise dos dados segundo a técnica de EEG não indicou
Tabela 1 - Porcentagem de acertos por especialidade e
método radiográfico
% de acertos
Especialidade
Convencional
Digitalizada
Radiologia
Patologia
Estomatologia
Cirurgia
48,6
54,2
45,8
38,9
51,4
50
50
38,9
Total
46,9
47,6
Tabela 2 - Porcentagem de acertos segundo método de
avaliação e tipo de lesão
Convencional
Lesão
A
TOQ
M
LCCG
Nº Acertos
36
36
38
25
%*
50
50
52,8
34,7
Digital
Nº Acertos
28
48
34
27
%*
38,9
66,7
47,2
37,5
*entre 72 avaliações (24 casos multiplicado por três avaliadores);
A=ameloblastoma, TOQ=tumor odontogênico queratocístico,
M= mixoma,
LCCG=lesão central de células gigantes
Tabela 3 - Coeficientes kappa para avaliar as concordâncias
dos diagnósticos escolhidos para os métodos convencional
e digital, para o total e por grupo de examinadores.
Grupo de
examinadores
Coeficiente kappa
N
estimativa
erro padrão
C
72
0,289
0,079
E
72
0,520
0,074
P
72
0,609
0,071
R
72
0,553
0,074
TOTAL
288
0,495
0,038
C=cirurgiões; E=estomatologistas; P=patologistas;
R=radiologistas. Classificação para o coeficiente de kappa
(k): k <0,4: fraca; 0,4<k<0,75: boa; k>0,75: excelente.
Rev ABRO 2009; 10(2): 31-36
efeitos de interação significantes entre os fatores
considerados (todos com p>0,10). De acordo com a
modelagem dos dados, as chances de acerto em relação a
erro não dependem do método utilizado (p=0,851), nem do
tipo de lesão avaliada (p=0,423). Apenas um efeito
marginalmente significante foi encontrado entre as chances
de acertos nos diferentes tipos de examinadores (p=0,088).
A concordância dos diagnósticos escolhidos pelos
examinadores para cada método de avaliação foi medida por
meio da estatística kappa. Esta análise foi feita para o total
dos dados e também para cada um dos grupos de
examinadores separadamente (Tabela 3).
Cada ferramenta foi avaliada em 24 casos por três
especialistas de cada especialidade, somando um total de 72
avaliações por especialidade. O cruzamento das ferramentas
com a especialidade pode ser visto na Tabela 4, onde
observamos em quantos casos cada ferramenta auxiliou ou
não a elaboração da hipótese diagnóstica por especialidade.
Após cada avaliação era solicitada ao examinador a
escolha da melhor ferramenta auxiliar na elaboração da
hipótese diagnóstica. Como resultado, obtivemos a escolha
do filtro de nitidez, seguida pelo ajuste de brilho e contraste.
DISCUSSÃO
As vantagens da radiografia digital sobre a convencional
são amplamente descritas na literatura 6,7,11. Mesmo assim,
atualmente o filme convencional ainda é o exame radiográfico
mais utilizado na maioria dos consultórios, clínicas, centros
de diagnóstico e hospitais.
Observando-se a Tabela 1 podemos notar que não há
diferença estatisticamente significativa no número de acertos
atingidos com os dois métodos de avaliação (p=0,851).
Considerando-se que foram 24 avaliações realizadas por
cada um dos 12 especialistas, temos um total de 288
hipóteses diagnósticas elaboradas para cada método de
avaliação. Dessas 288, houve um acerto de diagnóstico em
135 dos casos avaliados com o uso da radiografia
convencional (46,9%) e em 137 dos casos com o uso da
imagem digitalizada (47,6%). No total, as porcentagens de
diagnósticos corretos foram muito semelhantes, aumentando
em menos de um ponto porcentual quando o método digital
foi utilizado. O mesmo resultado foi obtido no trabalho de
Raitz et al. 9 (2006), onde os métodos de avaliação
convencional e digital foram estatisticamente iguais em
relação a número de acertos. Esses resultados nos dão
segurança para afirmar que uma radiografia pode passar
pelo processo de digitalização, sem prejuízo de sua
capacidade de transmitir informações a um observador na
elaboração de uma hipótese diagnóstica. Devemos ainda
considerar o fato de que, para a maioria dos especialistas,
essa foi a primeira utilização desse software para manipulação
da imagem. Apesar da pouca prática com a imagem digital,
já obtivemos resultado igual à avaliação pelo método
convencional.
33
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Tabela 4 - Avaliação das ferramentas digitais por especialidade
Especialidade
R
P
E
C
Avaliação
S
N
I
S
N
I
S
N
I
S
N
I
Filtro de Nitidez
Nº
55
13
4
56
13
3
47
23
2
63
0
9
%
76,39
18,05
5,55
77,77
18,05
4,16
65,27
31,94
2,77
87,5
0
12,5
Highlight
Nº
44
28
0
43
29
0
61
10
1
71
0
1
%
61,11
38,88
0
59,72
40,27
0
84,72
13,88
1,38
98,61
0
1,38
Highlight + zoom
Nº
13
59
0
28
43
1
31
41
0
17
55
0
%
18,05
81,95
0
38,88
59,72
1,38
43,05
56,95
0
23,61
76,38
0
Inversão
Nº
45
23
4
15
57
0
28
39
5
46
26
0
Filtro Amarelo
%
62,5
31,94
5,55
20,83
79,16
0
38,88
54,16
6,94
63,88
36,11
0
Nº
18
49
5
3
69
0
2
66
4
36
35
1
%
25
68,05
6,95
4,16
95,83
0
2,77
91,66
5,55
50
48,61
1,38
R=radiologista; P=patologista; E=estomatologista; C=cirurgião; Avaliação dos examinadores: N=não melhora; S=melhora; I=indiferente;
Nº=número de fichas exibindo resposta de um total de 72 fichas por especialidade
Atenção especial deve ser dada ao processo de
digitalização para que não ocorram perdas na qualidade da
imagem com pequenas alterações na densidade
radiográfica12. Se alterações sutis são perdidas no processo
de digitalização, torna-se difícil avaliar como a imagem
digitalizada pode produzir um nível maior de acuidade
diagnóstica em relação à radiografia original, mesmo que
haja o processamento da imagem após a digitalização13.
Apesar dos resultados não terem sido significantes em
relação a número de acertos, notamos que a maioria dos
observadores preferiu o uso da imagem digital. A radiografia
digital (direta ou indireta), por permitir o manuseio da imagem,
tornou-se uma importante ferramenta para a prática do
cirurgião-dentista14. Dos 12 especialistas que participaram
da avaliação deste trabalho, dez preferiram a imagem
digitalizada à convencional para elaboração de suas
hipóteses diagnósticas, representando 83,3% de preferência.
Entre os motivos citados para a escolha de tal método, estão
os benefícios do tratamento da imagem, onde a aplicação
dos recursos do programa propiciou uma visualização de
detalhes na imagem que auxiliaram na elaboração de suas
hipóteses diagnósticas. Outro motivo foi o de tornar o
processo mais participativo, ou seja, permitiu ao observador
alguma ação na imagem quando existia dúvida. Além disso,
existe uma preferência individual de densidade e contraste
para a observação de uma radiografia. Esse resultado está
de acordo com outros trabalhos, como o de Kullendorf &
Nilsson8 (1996) e Wenzel & Hintze15 (1993).
A possibilidade de alterar uma imagem para diferentes
propósitos é uma vantagem dos sistemas digitais 8 . As
ferramentas disponíveis nesses sistemas auxiliam na
visualização de detalhes nas radiografias. Não existe uma
padronização de valores para as ferramentas, como de brilho
e contraste, nem que uma determinada ferramenta seja
específica para um determinado diagnóstico 16. Resultado
semelhante foi encontrado neste trabalho, onde pudemos
34
notar que, dependendo do profissional, existia uma maior ou
menor preferência por determinada ferramenta, e um ajuste
particular em valores de brilho e contraste.
A capacidade de detectar uma anormalidade na imagem
radiográfica e de classificá-la corretamente depende, além
da qualidade da imagem, da habilidade do profissional que
a observa. Alguns autores, como Raitz et al. 9 (2006),
demonstram a importância da utilização de parâmetros
radiográficos de diagnóstico na interpretação de lesões
ósseas semelhantes. A elaboração de parâmetros
diagnósticos clínicos, imaginológicos e histológicos tornase importante também quando pensamos que o uso de
computadores na elaboração de diagnósticos é um avanço
natural da tecnologia dentro dos consultórios17,18,19.
Analisando a Tabela 2, nota-se que houve equivalência
entre o número de acertos nos casos de A, TOQ e M. A
discrepância maior ocorreu nos casos de LCCG. Na análise
digital, a LCCG continuou sendo a de menor acerto, porém,
houve grande variação nos valores dos casos de A (28 acertos)
e TOQ (48 acertos). Já os casos de M atingiram 34 acertos.
Por meio da revisão de literatura podemos constatar que o
local de maior incidência da LCCG é em região anterior de
mandíbula. Contrariando este fato, em cinco dos seis casos
apresentados para avaliação neste trabalho, a localização
da lesão era em região posterior. Talvez esse tenha sido um
fator decisivo para o menor índice de acerto encontrado para
essa entidade patológica nas duas avaliações.
Com a imagem digital, tanto os patologistas como os
estomatologistas acertaram menos os casos de A, enquanto
que todos os especialistas acertaram mais os casos de TOQ.
Provavelmente os recursos oferecidos no sistema digital, tais
como inversão e highlight, são mais eficazes para um tipo de
lesão, como o TOQ, tornando mais fácil o seu diagnóstico.
Raitz et al.9 (2006) também observaram a maior aceitação da
ferramenta inversão em casos que apresentavam estruturas
mais contrastantes (lesão radiolúcida com halo radiopaco).
Rev ABRO 2009; 10(2): 31-36
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Por outro lado, a aplicação das ferramentas pode diminuir a
eficácia em outros tipos de lesões, como o A.
Apesar dessas diferenças encontradas, na aplicação do
teste estatístico EEG, não foi verificada diferença significativa
em relação ao tipo de lesão, ou seja, as chances de acerto,
em relação a erro, não são significantemente distintas para
os diferentes tipos de lesão (p=0,423). O mesmo resultado
foi encontrado por Raitz et al.9 (2006), onde o tipo de lesão
não influenciou no resultado do trabalho.
Entre os especialistas (Tabela 1), observamos que os
dois métodos apresentaram porcentagens semelhantes de
respostas corretas nos diferentes grupos de examinadores.
Os examinadores do grupo C (cirurgiões) acertaram 38,9%
dos diagnósticos, tanto utilizando o método convencional
quanto o digital. Nos grupos E (estomatologistas) e R
(radiologistas), as porcentagens de diagnósticos corretos
foram maiores quando o método digital foi utilizado,
apresentando, respectivamente, aumentos de 4,2 e 2,8
pontos percentuais em relação ao método convencional.
Para os examinadores do grupo P (patologistas), a
porcentagem de acerto foi maior quando o método
convencional foi utilizado (4,2 pontos percentuais a mais
em relação ao método digital). Aplicando o teste EEG,
observa-se que as chances de acerto, em relação a erro,
apresentaram diferenças marginalmente significantes para
os diferentes grupos de examinadores (p=0,088). Isso
demonstra uma homogeneidade de conhecimento já
sedimentado entre os avaliadores.
Na avaliação digital das radiografias foi solicitada que as
ferramentas de brilho e contraste, filtro de nitidez, highlight,
inversão, highlight + zoom e filtro amarelo fossem aplicadas
em cada uma das 24 avaliações feitas pelos 12 especialistas,
resultando em um total de 288 utilizações das ferramentas.
Pela Tabela 4 observa-se que o filtro de nitidez foi a
ferramenta de melhor aceitação pelos especialistas. A
ferramenta highlight apresentou também alto índice de
aceitação. A inversão teve maior índice de rejeição do que
de aceitação. A ferramenta highlight+zoom, de um modo
geral, não agradou aos especialistas, provavelmente porque
a maioria das lesões ocupava uma grande extensão da área
digitalizada, com consequente ampliação exagerada da
imagem, dificultando a visão do todo. Já o filtro amarelo foi a
ferramenta de maior índice de rejeição. A ferramenta brilho e
contraste permitiu aos avaliadores um ajuste da imagem
segundo as preferências individuais, sendo, portanto,
considerada útil em praticamente todas as avaliações. A
variação na aceitação das ferramentas nos leva a crer que
todos os recursos estudados são válidos, uma vez que,
conforme o caso, mesmo uma ferramenta com baixa
aceitação pode ser decisiva na elaboração de uma hipótese
diagnóstica.
Ao questionarmos a melhor ferramenta para análise de
cada caso pelos especialistas tivemos, no total, a ferramenta
mais escolhida como melhor auxiliar na análise das
Rev ABRO 2009; 10(2): 31-36
radiografias o filtro de nitidez, seguida pelo ajuste de brilho
e contraste.
Pela Tabela 3 temos avaliação da concordância entre os
diagnósticos dados pelos examinadores nas duas
avaliações, independente se houve acerto ou não nas
respostas. No geral obtivemos uma boa concordância entre
os diagnósticos, com coeficiente kappa total de 0,495.
CONCLUSÃO
Houve equivalência entre os dois métodos avaliados, o que
garante que uma radiografia pode passar pelo processo de
digitalização sem prejuízo de sua capacidade de transmitir
informações a um observador. A probabilidade de acerto não
depende da especialidade do observador e nem do tipo de
lesão. O método digital foi o preferido entre os avaliadores.
Não há padronização de valores para as ferramentas como
brilho e contraste, independente do tipo de lesão. As
ferramentas filtro de nitidez e brilho e contraste foram
consideradas como as melhores auxiliares na elaboração
das hipóteses diagnósticas pela maioria dos especialistas.
ABSTRACT
This work aimed to assess if the digital technology might
play a role in the elaboration of diagnostic hypothesis of bone
lesions. For that, it was selected 24 panoramic radiographs
in which it was possible to observe lesion images of
ameloblastoma, keratinizing cystic odontogenic tumor,
odontogenic myxoma and central giant cell lesion, with
histophatological diagnosis. The radiographs were
digitalized and delivered to 12 examiners, being 3
professionals for each one of the 4 specialties (radiology,
stomatology, pathology and oral surgery). The examiners
have observed the images in two different situations. First
they analyzed the conventional radiography and then the
corresponding digitalized images, after at least 30 days long.
Joined to the digitalized images, it was provided to the
examiners software facilities (Trophy 2000®, Trophy,
Vincennes, França), in order to support them in the
procedures. Their opinions were filled in booking forms,
whose information were tabulated and submitted to statistical
analysis through generalized estimation equations (EEG)
and kappa index. The outcome has indicated that there was
an equivalent efficiency between the two selected methods
of assessment. There was a good match of the diagnosis
made by the examiners from each speciality, and the
probability of a right judgment did not rely on the observer
specialty nor on the type of lesion. The examiners have
preferred the digital method, and the digital tools sharpness
filter and bright and contrast were considered the best support
for the elaboration of diagnostic hypothesis. Moreover, it was
not obtained standard values for bright or contrast.
DESCRIPTORS: Odontogenic Tumors –– Radiography,
Panoramic – Radiography, Dental, Digital .
35
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Correspondência para:
Valéria Campassi Reis Gambier
Rua Basílio Batalha, 58 – Mogi das Cruzes
São Paulo - Brasil
CEP 08730-090
E-mail: [email protected]
Tel: 47298610
36
Rev ABRO 2009; 10(2): 31-36
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
CAL
CIFIC
AÇÃO DO DISCO D
A A
TM
ALCIFIC
CIFICAÇÃO
DA
ATM
Calcification of the TMJ disc
Frederico Sampaio NEVES1, Flávia Maria de Moraes RAMOS-PEREZ2, Andréa dos Anjos PONTUAL3,
Marco Antônio Gomes FRAZÃO4, Daniela Pita de MELO4, Paulo Sérgio Flores CAMPOS5
1
Mestrando em Radiologia Odontológica FOP – UNICAMP.
Doutora em Radiologia Odontológica pela FOP – UNICAMP.
3
Professora adjunta - Disciplina de Radiologia Odontológica FOP- UPE
4
Doutorandos em Radiologia Odontológica FOP-UNICAMP
5
Professor Livre Docente - Disciplina de Radiologia da Faculdade de Odontologia – UFBA.
2
RESUMO
Calcificações no disco da articulação têmporo-mandibular (ATM) resultam de estresse funcional. Estas lesões podem ser
consideradas uma extensão, progressiva e lenta, de processos patológicos, culminando com a incapacidade do disco articular
de absorver e reduzir o estresse causado por movimentos nas superfícies funcionais da cabeça da mandíbula e da fossa
mandibular. Neste artigo relatamos dois raros casos de calcificação intradiscal e propomos que um protocolo de abordagem
por imagem para casos de calcificação do disco da ATM deve contemplar a tomografia computadorizada e a ressonância
magnética.
DESCRITORES: Calcificação; Disco articular; Articulação têmporo-mandibular.
INTRODUÇÃO
O disco da articulação têmporo-mandibular (ATM) é uma
estrutura bicôncava, flexível, formado por tecido conjuntivo
fibroso denso, normalmente situado entre o declive posterior
da eminência articular e a superfície ântero-superior da
cabeça da mandíbula. O tecido fibroso do disco sofre algumas
modificações estruturais devido a alterações funcionais e
envelhecimento 1. Assim, a calcificação intradiscal pode
resultar de estresse funcional da articulação, sendo
considerada uma extensão, progressiva e lenta, de processos
patológicos que culminam com a incapacidade do disco
articular de absorver ou reduzir o estresse causado por
movimentos nas superfícies funcionais da cabeça da
mandíbula e da fossa mandibular2. Por outro lado, pequenos
depósitos de material mineralizado têm sido encontrados no
interior do tecido fibroso do disco articular, com o avanço da
idade2.
As calcificações intradiscais podem também estar
associadas a alterações degenerativas da ATM3 ou podem ser
o resultado de processos inflamatórios crônicos que produzem
alterações no disco articular4.
O objetivo deste artigo é relatar dois casos de calcificação
do disco articular documentados com tomografia
computadorizada de feixe cônico (TCFC).
RELATO DOS CASOS CLÍNICOS
Caso clínico 01
Paciente de 52 anos, sexo masculino, compareceu a clínica
de Radiologia para realizar exame de tomografia
computadorizada de feixe cônico (TCFC) das ATMs.
A ATM direita, em boca fechada, exibiu relação normal entre
os componentes ósseos articulares e ausência de alterações
estruturais importantes. Já a ATM esquerda, embora exibisse
relação normal entre os componentes ósseos articulares,
Fig. 1 - Na ATM esquerda, em boca fechada, a presença de uma pequena imagem hiperdensa numa posição centro-medial,
aparentemente localizada entre a zona intermediária e a banda posterior do disco articular (seta branca).
Rev ABRO 2009; 10(2): 37-40
37
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Fig. 2 - Em boca aberta observamos excursão normal da cabeça da mandíbula, e a imagem hiperdensa, dado que intradiscal
passou a ocupar, de forma previsível, uma posição mais posterior em relação ao vértice da cabeça da mandíbula (seta
branca).
revelou uma pequena imagem hiperdensa numa posição
centro-medial e aparentemente localizada entre a zona
intermediária e a banda posterior do disco articular (Fig. 1).
Em boca aberta, observamos excursão normal da cabeça
da mandíbula, e a imagem hiperdensa, dado que intradiscal
passou a ocupar, de forma previsível, uma posição mais
posterior em relação ao vértice da cabeça da mandíbula (Fig. 2).
Caso clínico 02
Paciente de 76 anos, sexo masculino, compareceu a clínica
de Radiologia para realizar exame de tomografia
computadorizada de feixe cônico (TCFC) das ATMs.
A ATM direita, ainda que exibindo uma relação normal entre
os componentes ósseos articulares, revelou uma pequena
imagem hiperdensa numa posição central e aparentemente
localizada entre a zona intermediária e a banda posterior do
disco articular (Fig. 3). Já a ATM esquerda, em boca fechada,
exibiu relação normal entre os componentes ósseos articulares
e ausência de alterações estruturais importantes.
Em boca aberta, observamos excursão normal da cabeça da
mandíbula, e a imagem hiperdensa, dado que intradiscal passou
a ocupar, de forma previsível, uma posição mais posterior em
relação ao vértice da cabeça da mandíbula (Fig. 4).
A impressão diagnóstica sugere que, para ambos os casos,
não havia evidências clínicas e imaginológicas de
deslocamento do disco articular, foi de “Calcificação intradiscal”.
Fig. 3 - Na ATM direita, em boca fechada, observa-se a presença de uma pequena imagem hiperdensa numa posição central
e aparentemente localizada entre a zona intermediária e a banda posterior do disco articular (seta branca).
38
Rev ABRO 2009; 10(2): 37-40
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Fig. 4 - Em boca aberta observamos excursão normal da cabeça da mandíbula, e a imagem hiperdensa, dado que intradiscal
passou a ocupar, de forma previsível, uma posição mais posterior em relação ao vértice da cabeça da mandíbula (seta
branca).
DISCUSSÃO
Doenças articulares que produzem corpos livres no
espaço articular incluem a Osteocondrite Dissecante (OD),
fraturas intracapsulares, Osteoartrite, Condromatose Sinovial
(CS), Artrite Piogênica ou Tuberculoide, Artrite Reumatóide,
Artrite Neutrofílica5 e a Sífilis6. No entanto, a OD e a CS são os
processos patológicos mais comumente associados à
presença destes corpos nas articulações sinoviais do corpo
humano 7.
Na OD, os corpos mineralizados livres ocorrem por
fragmentação óssea, normalmente condilar, consequente a
um processo de necrose. Na CS, os múltiplos corpos
mineralizados livres são regulares e não há defeitos nas
cabeças das mandíbulas que justifiquem a presença destes
corpos no espaço articular8, pois tais corpos livres surgem a
partir da metaplasia do estrato sinovial da cápsula da ATM,
que passa a produzir e lançar estes corpos mineralizados no
espaço articular9.
Em raros casos, pode haver a deposição de pirofosfato de
cálcio dihidratado, particularmente em pacientes mais idosos
e frequentemente acometendo a articulação do joelho.
Ocorrência na ATM tem sido relatada na literatura10.
A incidência de calcificações é particularmente maior em
casos de perfurações do disco articular. Estes achados
sugerem que o estresse mecânico excessivo sobre o disco
implica na formação de calcificações intradiscais 2. Porém,
há casos relatados na literatura na qual foi observada
calcificação sem associação com perfuração do disco11. Nos
casos relatados neste artigo esta relação não pode ser
confirmada, uma vez que perfurações do disco podem apenas
ser observadas em artrografia.
Embora a radiografia panorâmica seja eficaz em exibir
corpos mineralizados em tecido mole ou fora dele, para a
região da ATM esta eficiência pode ser limitada. Nos casos
ora apresentados, as mineralizações, pequenas e tênues,
poderiam não ser visíveis na imagem. Ainda que o fossem,
restaria a dúvida sobre a precisa localização do corpo, se
dentro do espaço articular ou sobreposto à região articular,
face à bidimensionalidade da imagem.
Rev ABRO 2009; 10(2): 37-40
A tomografia computadorizada multidetector (TCMD) e a
TCFC, que oferecem a vantagem de expor o paciente a doses
menores de radiação, são, inquestionavelmente, os métodos
mais adequados para avaliação das estruturas ósseas
articulares e de eventuais ocorrências de corpos
mineralizados livres ou não no espaço articular. Nos casos
em tela, a morfologia óssea normal descartou a possibilidade
de OD; a localização e o fato de ser único excluem a
possibilidade de CS. Assim, deliberamos pelo diagnóstico:
“Calcificação intradiscal”.
Remanesce, entretanto, a dúvida sobre se seria uma
calcificação intra ou extradiscal. Optamos pela primeira
assertiva por não percebermos evidências de deslocamento
de disco. Há que se perguntar se apenas o exame por
ressonância magnética (RM) não definiria o diagnóstico.
Diríamos que seria difícil distinguir entre a calcificação
intradiscal e o disco articular, pois ambos, calcificação e disco,
apresentam a mesma imagem em hipossinal. Por outro lado,
a RM definiria a posição do disco, o que nos permitiria concluir
pela localização intra ou extradiscal da estrutura mineralizada.
Devemos concluir, portanto, que em casos de calcificação
do disco da ATM, o mais apropriado seria combinar a TC,
multidetector ou de feixe cônico, e a RM para se chegar ao
diagnóstico conclusivo.
ABSTRACT
Calcifications in the temporomandibular joint (TMJ) result
from functional stress. These lesions can be considered a
slow and gradual extension of pathological process that
culminate in the incapacity of the articular disk to absorbe and
reduce the stress caused by movements in the functional
surfaces of the head of mandible and mandibular fossa. This
paper relates two rare cases of intradiscal calcification, and
proposes that an imaging protocol for calcification of
temporomandibular joint disk should contemplate the
computerized tomography and magnetic resonance imaging.
DESCRIPTORS:
Calcification;
Temporomandibular joint.
Articular
disc;
39
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
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2008;37(4): 232-5.
Correspondência para:
Frederico Sampaio Neves
Rua Santa cruz, 150 – Apto 54
CEP: 13.419-020
Piracicaba – SP
e-mail: [email protected]
40
Rev ABRO 2009; 10(2): 37-40
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
RELAÇÃO A
TÍPIC
A ENTRE AS RAÍZES DO SEGUNDO E
ATÍPIC
TÍPICA
TERCEIRO MOLARES SUPERIORES
Unusual relationship between the roots of the second and third upper molars
Frederico Sampaio NEVES1, Daniela Pita de MELO2, Iêda Margarida Rocha CRUSOÉ-REBELLO3,
Paulo Sérgio Flores CAMPOS4
1
Mestrando em Radiologia Odontológica FOP/UNICAMP
Doutoranda em Radiologia Odontológica FOP/UNICAMP
3
Professora Doutora da Disciplina de Radiologia odontológica da FO/UFBA
4
Professor Livre-Docente da Disciplina de Radiologia Odontológica da FO/UFBA
2
RESUMO
Relatamos um caso de relação incomum entre as raízes do segundo e terceiros molares superiores, que determinou
complicações transoperatórias, e salientamos a importância da tomografia computadorizada, multidetector ou cone beam, na
prévia identificação de tal condição.
DESCRITORES: terceiro molar superior, complicações cirúrgicas, seio maxilar.
INTRODUÇÃO
A cirurgia para remoção de terceiro molar é um
procedimento cotidiano na prática odontológica. O
posicionamento dos terceiros molares é de grande relevância
para o planejamento da cirurgia para remoção dos mesmos.
A idade do paciente, grau de impacção e posicionamento do
dente contrário à mão de maior domínio do cirurgião são
fatores que elevam a morbidade desse tipo de procedimento1.
Muitos trabalhos avaliam a posição do terceiro molar inferior
em relação ao canal mandibular, mas poucos estudos
abordam a relação do terceiro molar superior com o segundo
molar e o seio maxilar. As complicações resultantes da
cirurgia para remoção do terceiro molar inferior são, em
primeiro lugar, a lesão do nervo alveolar inferior ou do nervo
lingual, seguida de fratura da mandíbula, durante ou após a
cirurgia, além de infecções resultantes dos ferimentos
cirúrgicos2.
Durante a extração de terceiros molares superiores, a
comunicação buco-sinusal é a complicação mais comum3. A
menor densidade da maxila facilita a cirurgia para remoção
do terceiro molar, mas também facilita a ruptura do osso em
volta do dente a ser extraído. Nesse tipo de cirurgia pode
haver fratura da tuberosidade maxilar, fratura radicular, além
do deslocamento parcial ou total do dente para o interior do
seio maxilar adjacente.
O objetivo deste artigo é relatar uma relação incomum entre
as raízes do segundo e terceiro molares superiores e salientar
a importância da tomografia computadorizada (TC) na
identificação desta relação.
RELATO DO CASO CLÍNICO
Paciente do sexo feminino, 31 anos, foi encaminhada a
Rev ABRO 2009; 10(2):41-43
clínica de radiologia onde submeteu-se a TC multidetector
da maxila, para possível identificação da causa da remoção
apenas parcial do 3° molar superior direito.
As imagens axiais em janela para osso revelaram solução
de continuidade do assoalho e parede lateral, além de
espessamento da mucosa do seio maxilar direito, e duas
das raízes do terceiro molar (aparentemente a mésiovestibular e a palatina) envolvendo a raiz palatina do segundo
molar (Fig. 1a-f).
As imagens tridimensionais (3D), em diferentes ângulos
de visão, apenas das unidades dentárias permitem ver com
clareza e de forma didática a relação entre as raízes do terceiro
molar (fragmentado) e raiz palatina do segundo molar (Fig.
2a-e).
As imagens 3D da totalidade da estrutura dão uma idéia
mais precisa da extensão do comprometimento da parede
do seio maxilar direito (Fig. 3a-b).
DISCUSSÃO
O deslocamento de dentes impactados é uma complicação
cirúrgica raramente relatada, ocorrendo mais comumente
para o seio maxilar e para o espaço submandibular4. Em um
estudo retrospectivo, casos de comunicação buco-sinusais
foram observados em 134 de 1.057 remoções cirúrgicas de
terceiros molares superiores, o que corresponde a uma
incidência de 13% dos casos. A grande maioria das
comunicações ocorreu com dentes totalmente impactados
(65%), com o processo de rizogênese totalmente completo
(79%), porém, observou-se que em 91% dos casos não houve
fratura radicular 3. Outra complicação bastante rara é a
formação de hematoma periorbital após remoção de terceiros
molares superiores. É possível que a hemorragia pós41
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Fig. 1 - Observar a perfuração do seio maxilar direito e os restos radiculares do terceiro molar envolvendo as raízes do
segundo molar (círculo).
Fig. 2 - As imagens tomográficas 3D das unidades dentárias do lado direito permitem a visualização isolada do envolvimento
dos restos radiculares do terceiro molar com as raízes do segundo molar (círculo pontilhado).
Fig. 3 - As imagens tomográficas 3D da maxila permitem a
visualização da perfuração do seio maxilar direito.
42
Rev ABRO 2009; 10(2):41-43
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
operatória ocorra devido ao rompimento da veia facial
profunda, veia alveolar posterior superior ou de veias
derivadas do plexo pterigóide. Esse rompimento causa
hemorragia excessiva nos espaços pterigomaxilar e
infratemporal, que possuem comunicação com o
compartimento infraorbital através da fissura orbital inferior5.
A avaliação imaginológica das relações topográficas dos
terceiros molares é, portanto, de suma importância no
planejamento para remoção de tais dentes. A radiografia
panorâmica tem sido citada como o recurso por imagem de
primeira escolha para avaliação pré-cirúrgica dos terceiros
molares, mas tal modalidade de exame proporciona apenas
uma visão bidimensional de uma relação anatômica
tridimensional6. Apesar das vantagens dos atuais sistemas
digitais, no que diz respeito a ferramentas de manipulação
de imagem, não é possível identificar na radiografia
panorâmica o correto posicionamento do terceiro molar7.
Assim, cremos que a TC, seja multidetector seja cone
beam, deva ser sempre indicada quando se pretende aferir o
risco cirúrgico envolvido na remoção de terceiros molares,
quer para avaliar a relação de suas raízes com o canal
mandibular, no caso dos inferiores, quer seja para avaliar a
relação de suas raízes com as raízes dos dentes vizinhos ou
com o seio maxilar (invariavelmente íntima), no caso dos
superiores. Há que se considerar ainda a possibilidade de
concrescência, mais prevalente entre segundos e terceiros
molares, sobretudo superiores, o que pode ter sido uma
complicação adicional no caso em tela.
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ABSTRACT
We report a case of unusual relationship between the roots
of the second and third upper molars, with consequent transoperatory complications, and accentuate the fundamental role
of the computed tomography, multislice or cone beam, for
previous identification of such condition.
DESCRIPTORS: upper third molar, surgical complications,
maxillary sinus.
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Rev ABRO 2009; 10(2):41-43
Correspondência para:
Frederico Sampaio Neves
Rua Santa cruz, 150 – Apto 54
CEP: 13.419-020
Piracicaba – SP
e-mail: [email protected]
43
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
CAVID
AD ÓSEA DE ST
AFNE, LA V
ARIANTE
VIDAD
STAFNE,
VARIANTE
RELA
CIONAD
A A LA GLÁNDULA S
ALIV
AR
RELACIONAD
CIONADA
SALIV
ALIVAR
SUBMANDIBULAR: ESTUDIO DE CASOS CLÍNICOS
Stafne’s Bone Defect, The Salivary Submandibular Gland-Related Posterior Variant: A Case
Study
Paulo Sérgio Flores CAMPOS1, Daniela Adorno FARIAS2
1
Profesor invitado del Programa de Posgrado en Radiología Oral, Facultad de Odontología de Piracicaba, Universidad de
Campinas – UNICAMP, Sao Paulo, Brasil.
2
Magister en Patología y Medicina Oral. Profesora Ayudante, Facultad de Odontología, Universidad de Chile.
RESUMEN
Objetivo: describir el perfil de la Cavidad Ósea de Stafne (COS), variante posterior relacionada a la glándula salivar submandibular.
Material y métodos: se hizo un análisis de las bases de datos BBO (http://www.bireme.br), LILACS (http://www.bireme.br),
MEDLINE (http://www.bireme.br) y NLM (http://www.pubmed.com). Se adicionaron casos clínicos publicados en sitios web de
latinoamérica y de nuestros archivos privados. Resultados: la COS afectó el 16,78% de las mujeres y el 83,22% de los
hombres (diferencia estadísticamente significante); edad media de los individuos = 50,87 años (estadísticamente significante);
edad media de los hombres = 51, 19 años y mujeres = 49,92 años (no fue significante estadísticamente); la COS unilocular fue
la más frecuente (estadísticamente significante); la COS afectó de manera similar las hemi-mandíbulas derecha e izquierda;
la COS unilateral fue más prevalente que la bilateral (estadísticamente significante); la COS unilocular doble (1,25%) y la
bilocular (1,88%) son raras. Conclusión: la COS ocurre más en hombres; La edad media de los individuos es de 50,87 años;
no hay diferencia entre las edades de hombres y mujeres; La COS afecta de manera similar los dos lados; la ocurrencia
unilateral predomina sobre la bilateral; el tipo unilocular simple es el más frecuente; los tipos unilocular y bilocular son raros.
PALABRAS-CLAVE:
quistes óseos; Glándulas salivales; Tomografía computarizada por rayos x.
INTRODUCCIÓN
La primera publicación acerca de cavidades óseas linguales
próximas al ángulo mandibular, Stafne1 (1942), se basó en 34
casos (35 defectos óseos), determinó que esta condición
aparece entre la cuarta y quinta décadas, afecta en su mayoría
a hombres, ocurre de manera similar en los dos lados y es
asintomático. La cavidad esta localizada en la altura del tercer
molar, abajo del canal mandibular y anterior al ángulo de la
mandíbula. La cavidad tiene forma circular u oval (1-3 cm de
diámetro). Cuando oval, el largo axial es paralelo al borde inferior
mandibular. Si ancho lo suficiente, este produce una solución
de continuidad con la base mandibular, la cual puede ser
detectada en la palpación. Radiográficamente, la cortical externa
de la cavidad es más delgada que la de los quistes
odontogénicos.
Recientemente, Philipsen et al.2 (2002) reportaron sobre la
frecuencia, sexo y edad de distribución de la variante posterior
relacionada con la glándula submandibular, la más común del
defecto óseo de Stafne (DOS). Después de una extensiva
revisión de la literatura, ellos concluyeron que todas las
variantes del DOS, anterior (relacionada con la glándula
sublingual), posterior (relacionada con a glándula
44
submandibular), y de la rama ascendente (relacionada con a
glándula parótida), son originadas desde la presión ejercida
por hiperplasia/hipertrofia de las glándulas salivales sobre la
superficie ósea.
Posteriormente, Minowa et al.3 (2003) sugieren que el origen
del defecto óseo es probablemente de un lipoma o de un
proceso erosivo debido a una lesión vascular adquirida. Por
otro lado, Campos et al.4 (2004) indican un origen glandular y
vascular por la relación del DOS con la rama en sus pacientes
estudiados y defienden una falla focal en la osificación
intramembranosa de la mandíbula en algunos casos.
En el presente estudio, nosotros investigamos los hallazgos
del DOS, variante posterior relacionada con la glándula
submandibular, la cual, aunque indirectamente, deberá ofrecer
futuros conocimientos al estudio de esta contradictoria relación
con la glándula salivar submandibular.
MATERIALES Y MÉTODOS
Una revisión de la literatura fue conducida usando las
siguientes bases de datos: BBO (http://www.bireme.br), LILACS
(http://www.bireme.br), MEDLINE (http://www.bireme.br) y NLM
(http://www.pubmed.com). Fueron incluidos casos clínicos con
Rev ABRO 2009; 10(2): 44-46
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
documentación completa de sitios web y de nuestros archivos.
Para el análisis de los datos nosotros construimos tablas
de contingencia uni-dimensional, con su relevancia estadística,
para cuantificar la frecuencia de valores de las variables y
frecuencia de asociación con los resultados.
Además, desde las tablas de contingencia unidimensional,
los datos estadísticos dan soporte a la hipótesis formulada
para cada uno de los casos (nivel de significancia fue de 5%)
RESULTADOS
Fueron incluidos 160 casos de DOS, 119 (83.22%) hombres
y 24 (16.78%) mujeres. En 17 casos no se obtuvo información
acerca del sexo (Tabla 1).
TABLA 1 – Distribución de la muestra de acuerdo al sexo.
Sexo
Mujer
Hombre
Frecuencia
24
119
%
16.78
83.22
Frecuencia
acumulada
24
143
%
acumulado
16.78
100
Tabla 5 muestra los resultados de una ocurrencia única de
DOS unilocular.
TABLA 5 – Frecuencia y porcentajes de ocurrencia del defecto
unilocular único.
Frecuencia
%
acumulada acumulado
%
Frecuencia
Negativo
4
2.50
4
2.50
Positivo
156
97.50
160
100
Fue observado que el DOS unilocular único ocurre de manera
similar en los lados derecho e izquierdo (Tabla 6).
TABLA 6 – Distribución del defecto unilocular único de acuerdo
al lado.
ChiFrecuencia
%
acumulada acumulado cuadrado
Lado
Frecuencia %
Izquierdo
Derecho
Bilateral
78
73
5
48.75
45.63
3.13
78
151
156
48.75
94.38
97.51
A
A
B
La media de edad de los individuos de la muestra fue de
50.87 (±14.04) años, el rango fue desde los 11 hasta los 87
años (Tabla 2).
Los resultados de evaluación del DOS unilocular doble se
muestran en la Tabla 7.
TABLA 2 – Descripción estadística de la edad de los individuos
TABLA 7 – Frecuencia y porcentajes de ocurrencia de defectos
uniloculares dobles.
Media de
edad (años)
Desviación
Standard
95%
Intervalo de
confianza
Mínimo
Máximo
14.04
48.55–53.18
11
87
50.87
La media de edad para hombres y mujeres fue diferente
(Tabla 3).
TABLA 3 – Descripción estadística de la edad de acuerdo con
el sexo
Sexo
Media
Desviación
Standard
95%
Intervalo de
confianza
Mínimo
Máximo
12.755
14.305
44.531–55.303
48.596–53.790
26
11
78
87
Mujer
49.917
Hombre 51.193
La ocurrencia del DOS antes de los 20 años de edad
(incluido) es raro; solamente 4 (2.78%) casos de DOS
involucran pacientes de este rango de edad (Tabla 4).
TABLA 4 – Distribución del DOS de acuerdo con el rango de
edad.
Frecuencia
%
Edad
acumulada acumulado
%
Frecuencia
0–20
4
>20–40
28
>40–60
77
>60
35
Datos desconocidos
2.78
19.44
53.47
24.31
16
Rev ABRO 2009; 10(2): 44-46
4
32
109
144
2.78
22.22
75.69
100
Negativo
Positivo
Frecuencia
%
Frecuencia
acumulada
%
acumulado
158
2
98.75
1.25
158
160
98.75
100
El análisis de la ocurrencia del DOS bilocular esta en la
Tabla 8.
TABLA 8 – Frecuencia y porcentajes de ocurrencia de defectos
biloculares.
Frecuencia
%
acumulada
%
acumulado
Frecuencia
Negativo
Positivo
157
3
98.13
1.88
157
160
98.13
100
DISCUSSION
Antes de los años 90, el diagnóstico del DOS tenía como
base radiografías planas y exploración quirúrgica. Aunque
conclusivo, este procedimiento no establece una relación
inequívoca entre las glándulas salivales y el defecto óseo,
porque el procedimiento quirúrgico puede presionar el tejido
blando intracavitario, dando una impresión de que la cavidad
está vacía, o puede proporcionar una muestra de tejido blando
para el análisis histopatológico desde una zona próxima al
defecto óseo.
Aún una sialografía, un aparente método conclusivo, no es
siempre determinante para diagnosticar el DOS y para
45
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
establecer la relación entre el defecto óseo y la glándula salivar.
Sialografía es una modalidad de imagen bidimensional y no
delinea la línea externa glandular.
Con la llegada de la tomografía computada (TC) y la
resonancia magnética (RM), las cuales pueden proporcionar
imágenes de tejidos óseo y blando con alta resolución y
tridimensionales. El diagnóstico conclusivo y no invasivo del
DOS, así como la evaluación de la relación entre la glándula
submandibular y el defecto óseo se hacen posible. Este
aspecto entretanto no fue incluido en nuestro estudio.
En un estudio similar, Philipsen et al.2 (2002) encontró
resultados muy similares a los nuestros. Observamos que el
16.78% de los casos de DOS acometieron a mujeres y el
83.22% involucraron a hombres, los cuales corresponden a
una proporción de mujer/hombre de 1:5; Philipsen et al.2 (2002)
registró el 14.07% y el 85.93% de mujeres y hombres,
respectivamente, dando una proporción de mujer/hombre de
1:6.1. Esta alta prevalencia para hombres ha sido observada
por Stafne1 (1942), en la primera publicación de esta condición,
y fue confirmada después por Correll et al.5 (1980).
Philipsen et al.2 (2002) registraron un alto numero de casos
de DOS en la quinta década; datos que coinciden a lo observado
por Stafne1 (1942) y Quesada-Gómez et al.6 (2006). Nosotros
observamos un alto número de casos en la sexta década. Sin
embargo, nuestros resultados y aquellos de Philipsen et al. 2
(2002) coinciden con respecto al reducido rango de edad para
mujeres (quinta década) y el alto rango para los hombres (sexta
década). Verificamos que el 53.47% de los individuos estaban
entre las quinta y sexta décadas, muy cerca del 54.81%
observado por Philipsen et al.2 (2002).
Nuestra muestra consistió de 160 casos de DOS, por otro
lado Philipsen et al. 2 (2002) evaluaron a 270 casos. Su larga
muestra debería tender a dar resultados más precisos. Por
otro lado, nuestro estudio incluyó a casos recuperados de la
literatura latinoamericana, una población distinta a lo analizado
por Philipsen et al. 2 (2002). Los dos estudios están de acuerdo
en varios aspectos.
Nuestros resultados muestran que en DOS es
frecuentemente unilocular, simple, unilateral y no muestra una
predilección por lado.
CONCLUSIONES
Basado en nuestros resultados, podemos decir que el DOS
afecta más frecuentemente a hombres con edad media de
50.87 años, que no existe diferencia significativa en la media
de edades de hombres y mujeres, que los lados derecho e
izquierdo son afectados de manera similar, que la ocurrencia
unilateral es más común, que la ocurrencia simple unilocular
es el más común y que doble DOS unilocular y bilocular son
raros.
ABSTRACT
Objective: The goal of this study was to appraise the features
of Stafne’s bony defect (SBD), the salivary submandibular
46
gland-related posterior variant. Material and methods: A
literature survey was conducted using the following databases:
BBO (http://www.bireme.br), LILACS (http://www.bireme.br),
MEDLINE (http://www.bireme.br), and NLM (http://
www.pubmed.com). In addition, we retrieved some cases from
websites and from our archives. Results: SBD involved 16.78%
of the women and 83.22% of the men (statistically significant
difference); the mean age of the patients was 50.87 years
(statistically significant); the mean age was 51.19 years for
the males and 49.92 years for the females (statistically nonsignificant); single unilocular SBD was the most common type
(statistically significant); SBD affected the right and left posterior
mandible equally; unilateral SBD was more common than
bilateral SBD (statistically significant); double unilocular
(1.25%) and bilocular (1.88%) SBDs were rare. Conclusion:
SBD is more common in men (mean age 50.87 years); there
is no difference between the mean age of men and women;
SBD affects the right and left sides equally; unilateral SBD is
more common than bilateral SBD; single unilocular SBD is
the most common bony defect; double unilocular and bilocular
SBDs are rare.
Keywords: Bone cysts; Salivary glands; Tomography, X-ray
computed.
DESCRIPTORS: Bone cysts; Salivary glands; Tomography, Xray computed.
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Correspondencia para:
Prof. Dr. Paulo Sérgio Flores Campos
Rua Guadalajara, nº 841, ap. 201, Ondina
CEP: 40.140-460
Salvador - Bahia - Brasil
E-mail: [email protected]
Rev ABRO 2009; 10(2): 44-46
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
PREV
ALÊNCIA DE DENTES SUPRANUMERÁRIOS EM
PREVALÊNCIA
RADIOGRAFIAS P
ANORÂMIC
AS NUMA AMOSTRA
PANORÂMIC
ANORÂMICAS
POPULA
CIONAL DO CEARÁ
POPULACIONAL
Prevalence of supernumerary teeth in Panoramic radiographies on a sample population of
Ceará
George Táccio de Miranda CANDEIRO1, Ana Carolina Santana PRAXEDES2, Amanda Ferreira de Sousa BRINGEL2,
Francisco Ramon Ramos OLIVEIRA2, Horlley Honny Teófilo AMORIM2, Lewton de Almeida FERNANDES2,
Ilan Sampaio do VALE3
1
Mestrando em Odontologia - Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem/UFC
Acadêmicos do curso de Graduação da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem/UFC
3
Professor adjunto - Disciplina de Radiologia da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem/UFC
2
RESUMO
Os dentes supranumerários são uma das mais frequentes anomalias dentárias na clínica odontológica. Sua permanência no
arco dental pode causar diversas complicações, como reabsorções nos dentes adjacentes e a perda de espaço para erupção
do dente permanente. Assim, para estabelecer um planejamento adequado, o diagnóstico precoce é extremamente indicado.
Neste estudo, o objetivo foi avaliar a prevalência de dentes supranumerários no serviço de Radiologia do curso de Odontologia
da Universidade Federal do Ceará, classificando de acordo com o quadrante dental, a quantidade e o tipo de dente. No período
de outubro de 2007 a dezembro de 2008, foram examinadas 1325 radiografias panorâmicas de pacientes atendidos nesse
serviço, sendo 745 mulheres e 580 homens. A presença de dentes supranumerários foi observada em 47 pacientes (28
homens e 19 mulheres). O teste estatístico qui-quadrado foi usado para avaliar os dados e apresentou diferença significativa
em relação ao gênero (p< 0,05). Entre os tipos de dentes, os molares foram os mais encontrados, sendo a localização mais
comum o arco superior. De acordo com este estudo, os dentes supranumerários foram mais frequentemente encontrados no
arco superior, com uma maior prevalência em pacientes homens e os molares sendo os elementos dentais mais frequentes.
Concluiu-se também que a radiografia panorâmica é bastante útil no diagnóstico dos dentes supranumerários.
DESCRITORES:
Prevalência; Dentes supranumerários; Diagnóstico; Radiografia Panorâmica.
INTRODUÇÃO
A presença de dentes excedendo a quantidade normal nas
dentições decídua ou permanente é reconhecida como uma
anomalia chamada de hiperdontia 1-3 , sendo os dentes
envolvidos denominados de dentes supranumerários. Sua
etiologia tem sido objeto de estudo e, dessa forma, muitas
teorias tentam explicar a origem dos dentes supranumerários,
como a hiperatividade da lâmina dentária, o atavismo e a
dicotomia4-6. Rao; Chidzonga7 (2001) relataram que a etiologia
dos dentes supranumerários é multifatorial, envolvendo a
combinação de fatores genéticos e ambientais.
A presença de dentes supranumerários está intimamente
relacionada a pacientes portadores de algumas anomalias,
como a fissura lábio-palatina, a displasia cleidocraniana e as
síndromes de Gardner e Apert8. Entretanto, existem alguns
relatos na literatura de pacientes não-sindrômicos que
apresentam múltiplos dentes supranumerários, sugerindo a
influência genética autossômica na determinação da
hiperdontia3, 9-11.
Rev ABRO 2009; 10(2): 47-50
De acordo com Scanlan; Hodges 12 (1997), os dentes
supranumerários são classificados de acordo com a época,
formato e local de erupção. Quanto ao local, uma das
classificações mais utilizadas faz referência ao local de erupção
desses dentes, sendo chamados de incisivos (mesiodens),
caninos, pré-molares e molares supranumerários.
A presença dos dentes supranumerários pode influenciar
na erupção de dentes adjacentes, causando más oclusões e
distúrbios na ATM, além de possuírem potencial para gerar
reabsorções dentárias e para formar cistos dentígero13. Dessa
forma, alguns trabalhos recomendam a remoção cirúrgica dos
dentes supranumerários, a fim de evitar futuros transtornos13-15.
O diagnóstico dos dentes supranumerários é realizado,
normalmente, por meio de exames radiográficos de rotina,
uma vez que muitos não erupcionam e apresentam-se
assintomáticos. As radiografias periapicais, oclusais e
panorâmicas são de grande valia para o diagnóstico15.
Os dentes supranumerários são mais comuns em homens
do que em mulheres, acometendo os dois arcos dentários,
47
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Tabela 1 - Distribuição dos dentes supranumerários em relação ao gênero na população examinada e na população afetada
pela hiperdontia.
Total da Amostra
Amostra Afetada
Afetada /Examinada
Gênero
N
%
N
%
Feminino
Masculino
Total
580
745
1325
43,8
56,2
100,0
28
19
47
59,6
40,4
100,0
N
%
28/580
19/745
47/1325
4,82
2,55
3,54
Qui-quadrado statístic=4,300; graus de liberdade=1; p=0,0191
porém com maior frequência na maxila6. Segundo Zhu et al.16
(1996), os dentes supranumerários na região anterior não
erupcionam em 75%.
Estudos de prevalência de dentes supranumerários têm
sido realizados com populações de diversos países, como
México17, Espanha18,19 e Brasil20-24, a fim de verificar a presença
de alguma influência genética na ocorrência dessas
anomalias dentárias. Entretanto, não houve nenhuma análise
da prevalência de dentes supranumerários em população do
estado do Ceará, tornando oportuna essa avaliação.
Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência de
dentes supranumerários em relação ao gênero numa amostra
populacional do Ceará, além de verificar a eficácia da radiografia
panorâmica no diagnóstico de dentes supranumerários.
MATERIAL E MÉTODO
Para o presente estudo, com objetivo de avaliar a prevalência
de dentes supranumerários, foram analisadas radiografias
panorâmicas de pacientes atendidos no Serviço de Radiologia
do curso de Odontologia da Universidade Federal do Ceará,
no período de outubro de 2007 a dezembro de 2008, totalizando
1325 pacientes, sendo 580 homens e 745 mulheres.
As radiografias foram obtidas utilizando filmes radiográficos
de dimensões 30x15cm (Kodak, Eastman, Rochester, EUA),
expostos pelo aparelho panorâmico Panoura (Yashica Ltda,
Japão), operando com miliamperagem e kilovoltagem
calibrada de acordo com a massa corpórea de cada paciente.
Após exposição, os filmes foram processados em
processadora automática (MX2, Macrotec S/A, São Paulo,
Brasil).
As radiografias panorâmicas foram analisadas por dois
examinadores familiarizados com o aspecto radiográfico de
dentes supranumerários com o auxílio de um negatoscópio
(Konex Ltda, São Paulo, Brasil) e de uma lupa com 4 vezes de
aumento (Kappa=0,93), em sala com ambiente escurecido.
Em casos de dúvidas, foram realizadas tomadas radiográficas
periapicais, com o objetivo de auxiliar no diagnóstico.
Na presença de dentes supranumerários, as radiografias
foram digitalizadas para posterior análise e confirmação dos
resultados. Para a digitalização foi utilizada máquina digital
Kodak EasyShare Z650 (Kodak, Eastman, Rochester, EUA),
com 6,1 megapixels e 10X de zoom óptico, sendo as imagens
48
analisadas pelo programa Microsoft Office Picture Manager.
Durante a avaliação das imagens digitalizadas, foram
preenchidos formulários de cada paciente quanto ao gênero
do paciente, ao tipo e à quantidade de dentes supranumerários
e à localização (arco e quadrante a que pertenciam). Os dados
foram tabulados para análise estatística descritiva e para
realização do teste do Qui-quadrado, em relação ao gênero. O
nível de significância adotado foi de 0,05.
RESULTADOS
A prevalência de dentes supranumerários observada na
população examinada foi de 3,54%, uma vez que, dos 1325
pacientes examinados, 47 apresentavam algum elemento
dentário excedente ao número normal. A faixa etária variou de
10 a 62 anos de idade, sendo a média de 25 anos.
Observou-se que 2,55% das mulheres e 4,82% dos homens
examinados apresentaram dentes supranumerários. Na
população afetada, a prevalência de dentes supranumerários
no gênero masculino foi de 59,6% e, no feminino, de 40,4%,
obtendo-se uma proporção aproximada de 1,5:1 (Tabela 1),
sendo esta diferença significativa (p< 0,05).
Na tabela 2, verifica-se a distribuição de dentes
supranumerários de acordo com o tipo de dente e a sua
localização no arco quando observado em radiografias
panorâmicas. Foram encontrados 88 dentes supranumerários,
o que representa prevalências de 6,64% no total da população
examinada e de 187% na população afetada, com uma média
de 1,87 dentes supranumerários por pessoa afetada.
Em relação ao tipo de dente, os mais comuns foram os
molares, seguidos pelos pré-molares e incisivos, com frequências
de 42%, 32,7% e 25,3%, respectivamente (Tabela 2).
Tabela 2 - Distribuição dos dentes supranumerários em
relação ao tipo de dente na população examinada e na
população afetada pela hiperdontia.
Tipo de
dente
Total da Amostra
N
%
Amostra Afetada
N
%
Incisivos
Caninos
Pré-molares
Molares
Total
23
0
30
35
88
23
0
30
35
88
1,73
0
2,26
2,65
100,0
25,3
0
32,7
42,0
100,0
Rev ABRO 2009; 10(2): 47-50
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Nos arcos superior e inferior, houve 63 e 25 dentes,
respectivamente (Tabela 3).
Tabela 3 - Frequência dos dentes supranumerários em
relação à localização (arco dentário).
Arco Dentário
Maxila
Mandíbula
Total
Lado Direito
Lado Esquerdo
N
%
N
%
N
30
12
42
34,0
14,0
48,0
33
13
46
38,0
14,0
52,0
63
25
88
Total
%
72,0
28,0
100,0
A tabela 4 demonstra que dos dentes supranumerários 63
encontravam-se na maxila, representando 4,75% da população
examinada e 71,6% da população afetada. Na mandíbula, foram
observados 25 dentes supranumerários, significando uma
prevalência de 1,89% e 28,4% das populações examinada e
afetada, respectivamente.
Tabela 4 - Frequência dos dentes supranumerários na
população em relação à localização (arco dentário).
Arco Dentário
Total da Amostra
N
%
Amostra Afetada
N
%
Maxila
Mandíbula
Total
63
25
88
63
25
88
4,75
1,89
6,64
71,6
28,4
100,0
Quanto à localização por quadrantes, foi mais comum a
presença de dentes supranumerários no 2º, com 33 dentes,
seguido pelos 1º, 3º e 4º quadrantes, com 30, 13 e 12 dentes
respectivamente. No lado esquerdo (2º e 3º quadrantes), foram
anotados 46 dentes supranumerários e, no lado direito (1º e 4º
quadrantes), 42 dentes (Tabelas 5).
Tabela 5 – Frequência dos dentes supranumerários na
população em relação à localização (quadrante dentário).
Quadrante
1º
2º
3º
4º
Total
Total da Amostra
N
%
30
2,26
33
2,50
13
0,98
12
0,90
88
6,64
Amostra Afetada
N
%
30
34,1
33
37,5
13
14,8
12
13,6
88
100,0
DISCUSSÃO
Os dentes supranumerários são uma das anomalias mais
comuns na clínica odontológica, sendo diagnosticados em
exames radiográficos de rotina, uma vez que são normalmente
assintomáticos. A prevalência dos dentes supranumerários
varia de acordo com a população estudada, com o gênero e
com a arcada dentária. Quanto à população, a presença dos
dentes supranumerários foi estudada em mexicanos 17 ,
espanhóis residentes em Madri18 e Barcelona19, e brasileiros
residentes em Caruaru20, Porto Alegre21, Bragança Paulista22,
Rev ABRO 2009; 10(2): 47-50
Rio de Janeiro23 e Curitiba24, apresentando prevalências de
3,2%17, 0,28%18, 1,05%19, 1,4%20, 6,36%21, 1,5%22, 2,96%23 e
1,36%24, respectivamente.
No presente estudo, a prevalência observada foi de
aproximadamente 3,5%, sendo semelhante ao encontrado
por Salcido-García et al.17 (2004) e Primo et al. 23 (1997).
Comparando-se apenas os trabalhos com populações
brasileiras, observou-se na população cearense examinada
uma maior frequência de dentes supranumerários, com
exceção da população de Porto Alegre, no estudo feito por
Cunha Filho et al.21 (2002).
Em relação ao gênero, os resultados apresentados
mostraram maior frequência de hiperdontia em homens do
que em mulheres, concordando com trabalhos de FernándezMontenegro et al.18 (2006) e Leco-Berrocal et al.19 (2007).
Resultados diferentes foram verificados por Segundo et al.20
(2006) e Soares24 (2009), com maior prevalência de dentes
supranumerários em mulheres, e por Cunha Filho et al.21
(2002), que não observaram diferença significativa entre os
gêneros.
Observou-se também um predomínio dos dentes
supranumerários na maxila, corroborando com estudos
realizados por Shafer et al.25 (1985), Cunha Filho et al.21 (2002),
Salcido-García et al.17 (2004), Segundo et al.20 (2006), FernándezMontenegro et al.18 (2006), Leco-Berrocal et al.19 (2007) e Gomes
et al.6 (2008). No entanto, os resultados apresentados por
Soares24 (2009) são discordantes de outros da literatura, pois
mostraram que os dentes supranumerários foram mais
comuns na mandíbula (57%) do que na maxila (43%).
De acordo com Shafer et al.25 (1985), Cunha Filho et al.21
(2002), Liu et al.26 (2007) e Gomes et al.6 (2008), os incisivos
(mesiodens) supranumerários são os dentes mais afetados,
apresentando prevalência de 51,2%, 57,8%, 92,3% e 87,7%,
respectivamente. No entanto, os resultados do presente
estudo mostraram uma maior prevalência dos molares
supranumerários, principalmente na maxila, sendo similar ao
encontrado por Girondi et al.22 (2006), Segundo et al.20 (2006),
Leco-Berrocal et al.19 (2007) e Soares24 (2009).
Existe um consenso na literatura de que os dentes
supranumerários constituem uma das mais frequentes
anomalias dentárias na clínica odontológica. Desta forma, é
importante o seu diagnóstico precoce, a fim de garantir uma
correta avaliação quanto à necessidade e à época do
tratamento cirúrgico.
CONCLUSÕES
De acordo com os resultados obtidos com a metodologia
empregada, concluiu-se que:
• Houve uma maior prevalência de dentes supranumerários
nos pacientes do gênero masculino, no arco superior, sendo
os molares os elementos dentais mais frequentes.
• A radiografia panorâmica é útil para o diagnóstico de dentes
supranumerários.
49
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
ABSTRACT
The supernumerary teeth are one of the most frequent dental
anomalies in Dentistry Clinic. Its presence in the dental arch
may cause several complications, like the resorption of the
adjacent teeth and the lack of space for the permanent teeth
eruption. In order to establish the proper treatment the
premature diagnosis is highly indicated. The aim of this study
was to evaluate the prevalence of supernumerary teeth with
radiographs from the Radiology Service of the Dentistry
College of the Federal University of Ceará. They were
classified according to the dental quadrants, quantity and
type of teeth. A number of 1325 panoramic radiographs were
examined being 745 women and 580 of men. These
radiographs were taken during the period from October 2007
to December 2008. The presence of supernumerary teeth
was observed in 47 patients (28 men and 19 women). The
statistical test chi–square was used to analyze the data, and
presented significant differences regarding the gender (p<
0,05). This study concluded according to the types of the
teeth, the molars were the most frequent and the most
common location was in the upper dental arch, with a bigger
prevalence in male patients. It was also concluded that a
panoramic radiography is very useful to diagnose
supernumerary teeth.
DESCRIPTORS: Prevalence; supernumerary teeth; Diagnosis;
Panoramic Radiography.
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Correspondência para:
George Táccio de Miranda Candeiro
Rua Elvira Pinho, 288 casa 02 – Montese
CEP: 60.421-000
Fortaleza - Ceará - Brasil
Fone: (85) 3225.9766
E-mail: [email protected]
Rev ABRO 2009; 10(2): 47-50
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
IMA
GENS DE CÔNDIL
O BÍFIDO D
A ARTICULAÇÃO
IMAGENS
CÔNDILO
DA
TEMPOROMANDIBULAR EM TOMOGRAFIA DE FEIXE
CÔNICO.
Bifid condyle images of temporomandibular joint in cone beam computed tomography.
Daniela Brait Silva LADEIRA1, Danielle Frota de ALBUQUERQUE1, Solange Maria de ALMEIDA2,
Frab Norberto BÓSCOLO3, Francisco HAITER NETO3.
1
Doutorandos - Programa de Pós-Graduação em Radiologia Odontológica -FOP/UNICAMP
Professora Associada – Disciplina de Radiologia – FOP/UNICAMP
3
Professores Titulares - Disciplina de Radiologia – FOP/UNICAMP
2
RESUMO
O côndilo mandibular bífido é uma anomalia rara, cuja etiologia pode ser tanto de desenvolvimento quanto traumática. Por ser
uma alteração frequentemente assintomática, é descoberta muitas vezes em exames por imagens de rotina. O objetivo neste
artigo foi descrever seus aspectos em imagens obtidas por tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), através de
um caso clínico.
DESCRITORES:
Côndilo mandibular; Tomografia computadorizada por raios X; Diagnóstico por imagem.
INTRODUÇÃO
O côndilo mandibular bífido (CMB) é uma condição
relativamente rara, cuja etiologia e patogenia não são muito
conhecidas1,2,3. É caracterizado por apresentar a cabeça da
mandíbula com duas estruturas articulares bifurcadas,
podendo ou não estar associado à sintomatologia clínica.
A duplicação da cabeça da mandíbula, em sua maioria,
ocorre com a formação de duas estruturas, uma cabeça medial
e outra lateral, separadas por um sulco ântero-posterior4.
Porém, também pode se manifestar com uma anterior e outra
posterior5. Os casos mais comuns são de côndilos bífidos
unilaterais. Estudos sugerem que a cabeça da mandíbula
esquerda é duas vezes mais afetada em comparação à direita1.
Esta alteração parece não apresentar predileção por faixa etária
ou gênero, porém, a maioria dos casos descritos foi de
pacientes acima de 20 anos.
Geralmente não há sintomatologia ou características clínicas
significativas, tais como dor e/ou limitação de abertura bucal6,7.
Portanto, na grande maioria dos casos, o diagnóstico desta
alteração se dá após a realização de exames, com a finalidade
de outras indicações. Cita-se casos onde a presença do
côndilo bífido está associada à anquilose da articulação
temporomandibular (ATM), porém, esta é uma condição
bastante rara2.
Para seu diagnóstico por imagem, são necessárias
diferentes projeções radiográficas, tais como as radiografias
panorâmicas9 e extrabucais com incidência no sentido pósteroanterior. Entretanto, a precisão de diagnóstico pode requerer
técnicas mais avançadas como a tomografia
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computadorizada10 e imagens por ressonância magnética8,11.
O objetivo deste artigo foi apresentar um caso de côndilo
bífido documentado em imagens por tomografia
computadorizada de feixe cônico (TCFC), cujo diagnóstico
ocorreu após a realização de exames radiográficos de rotina.
DESCRIÇÃO DO CASO
Paciente do sexo feminino, 45 anos, apresentou-se a uma
instituição de ensino superior em busca de tratamento
odontológico de rotina. Após exames clínicos minuciosos foi
solicitada uma radiografia panorâmica convencional como
exame complementar (Figura 1), onde foi observada uma
Fig 1 – Radiografia panorâmica convencional, boca semiaberta. Pode-se observar a imagem bilobular da cabeça da
mandíbula do lado direito (seta).
51
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
imagem bilobular da cabeça da mandíbula do lado direito
(Figura 2).
Fig 2 – Recorte da radiografia panorâmica, mostrando o
aspecto bilobular da cabeça da mandíbula do lado direito.
Ao exame clínico intrabucal, observou-se boa condição de
higiene oral, presença de todos os dentes, exceto os quatro
terceiros molares, e atrição nos dentes anteriores, superiores
e inferiores. Ao exame físico da dinâmica das ATMs, foi
observado desvio mandibular para o lado esquerdo em
relação à linha média, além de estalido na fase final da
máxima abertura bucal, com sintomatologia dolorosa. Não
havia histórico de trauma ou fratura prévios na região. Para
uma melhor avaliação do caso, foi realizada uma TCFC da
paciente em máxima intercuspidação habitual (FOV de 6,0
cm para maxila; 10,0 segundos de exposição; espessura de
corte de 0,4 mm). Após a aquisição do volume de interesse,
foram identificados nas imagens axiais os longos eixos das
cabeças da mandíbula direita e esquerda e, então, obtidos
cortes paracoronais (paralelos a estes), nos quais foi
52
observada a presença de um sulco ântero-posterior na
cabeça da mandíbula direita, dividindo parcialmente esta em
duas porções, sendo uma medial e outra lateral; na cabeça
da mandíbula esquerda foi observada somente uma linha
hiperdensa marcante, em região equivalente ao sulco
presente do côndilo direito, como se houvesse uma tentativa
sem sucesso de divisão (Figura 3).
Nos cortes parassagitais (perpendiculares ao longo eixo
das cabeças da mandíbula) também foi constatada a
imagem bilobular da cabeça da mandíbula direita, enquanto
que a esquerda apresentou-se com imagem mais próxima
da normalidade, porém, com uma linha hiperdensa, partindo
de seu ponto mais superior, acompanhando a cortical óssea
em direção à vertente posterior. Não foram observadas
alterações quanto aos espaços articulares, mas a fossa da
mandíbula esquerda mostrou-se com maior profundidade
em relação à direita (Figura 4). A paciente foi encaminhada
para tratamento para minimizar os sinais e sintomas.
DISCUSSÃO
Os primeiros relatos de côndilo bífido foram descritos na
literatura em 1941, por Hrdlicka12. Desde então, o número de
casos divulgados tem aumentado, especialmente com o
crescente uso das radiografias panorâmicas como rotina na
Odontologia, conforme o relato citado neste artigo. A maioria
dos casos acaba sendo descoberto ocasionalmente, visto
que grande parte dos portadores dessa anomalia não
apresenta sintomatologia2.
A literatura relata que o côndilo bífido é uma condição
relativamente rara, onde os casos mais comuns são de
côndilo bífido unilateral. Em 2008, Menezes et al.13 avaliaram
a frequência de côndilos bífidos em uma amostra de imagens
radiográficas de pacientes brasileiros, estudando 50.080
radiografias panorâmicas, realizadas no período
compreendido entre 1999 e 2006. Encontraram apenas nove
casos de côndilo bífido (0,018%), sendo dois homens (22%)
e sete mulheres (78%). Em um período anterior, Szentpe´tery
et al. 14 (1990) examinaram 1.882 crânios de húngaros,
totalizando 2.077 côndilos, e encontraram apenas sete casos
de côndilos bífidos, sendo apenas um bilateral.
A morfologia do côndilo bífido varia de sulcos discretos até
a divisão em duas extremidades, com orientação de sagital a
coronal. Ghigi et al.9 (2001) citaram que o côndilo bífido com
duas extremidades e pescoços separados é uma condição
extremamente rara. Chegaram a essa conclusão quando
analisaram a morfologia condilar de 210 côndilos, e
observaram que 13,8% apresentaram a superfície articular
dividida em duas, e apenas 0,47% com duas cabeças
separadas. No caso citado neste artigo, o sulco ânteroposterior apenas divide a cabeça da mandíbula direita em
duas partes, sendo uma medial e outra lateral.
Diversos fatores podem levar a essa anomalia e evidências
sugerem que sua etiologia pode ser tanto de origem
traumática quanto de desenvolvimento1. Dentre os fatores de
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Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
Fig 3 – Imagem por tomografia computadorizada de feixe cônico. (A) corte axial; (B) corte paracoronal direito,
onde se observa o sulco central dividindo a cabeça da mandíbula em duas porções – seta branca; (C) corte
paracoronal esquerdo, mostrando a tentativa de divisão – seta preta.
Fig 4 – Imagens parasagitais da tomografia de feixe cônico. (A) cabeça da mandíbula direita mostrando a
imagem bilobular, com a imagem hipodensa do sulco central – seta preta; (B) côndilo esquerdo, onde se
observa a linha hiperdensa – seta branca.
Rev ABRO 2009; 10(2): 51-55
53
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
desenvolvimento, pode-se citar a exposição a medicamentos
teratogênicos, infecções, deficiências nutricionais e distúrbios
endócrinos 15. Sales et al. 16 (2004) acrescentaram que a
exposição às radiações também pode levar ao
desenvolvimento dessa condição. Blackwood 17 (1957)
afirmou, através de seus estudos, que a persistência do septo
fibroso vascularizado na cartilagem condilar ou a ruptura de
alguns vasos sanguíneos no septo podem causar uma
menor ossificação no côndilo, levando ao desenvolvimento
de um côndilo bífido. Já Thomason & Yusuf18 (1986) citaram
que o côndilo bífido tem origem traumática, decorrente de
remodelação óssea após um trauma articular. Ghigi et al.9
(2001) acrescentaram que micro-traumas repetidos devido à
má oclusão também podem levar a essa remodelação óssea.
Estudos a respeito da orientação do sulco que divide a
cabeça da mandíbula têm sido utilizados como fator
diferencial para sugerir a origem dessa condição. A orientação
látero-medial pode indicar que a alteração teve origem no
desenvolvimento; já uma orientação deste no sentido ânteroposterior pode estar relacionada a eventos traumáticos 2.
Dennison et al.4 (2008) sugeriram que o verdadeiro côndilo
bífido consiste em duas extremidades da cabeça da
mandíbula, uma anterior e outra posterior, com o sulco no
sentido látero-medial. Esses autores citaram ainda que
quando o sulco está presente no sentido ântero-posterior,
dividindo a cabeça da mandíbula em uma porção medial e
outra lateral, isso não se deu devido a um processo patológico
traumático, e sim a uma remodelação estrutural do côndilo
para se adaptar à base do crânio. Nos casos encontrados
por Menezes et al.13 (2008) todos os pacientes negaram
história de trauma, dor ou trismo. Sendo assim, de acordo
com os trabalhos citados, no presente caso, em que a
paciente não apresentou história de trauma ou fratura na
região, sugere que o côndilo bífido se desenvolveu por
remodelação óssea. Porém, não se pode descartar a
hipótese de sua origem ser de desenvolvimento, já que sua
etiologia é bastante controversa.
Com o surgimento da tomografia computadorizada e
exames por ressonância magnética, as avaliações dos casos
de côndilo bífido, antes realizadas somente por radiografias
convencionais, foram aprofundadas, permitindo assim uma
maior investigação quanto a sua etiologia e epidemiologia19.
A tomografia computadorizada consiste no melhor exame
radiográfico para o diagnóstico de alterações ósseas na
articulação temporomandibular, por apresentar uma imagem
livre de sobreposições e de extremo detalhe. Permite avaliar
tamanho e forma do côndilo, irregularidades da cortical,
presença de escleroses, profundidade da fossa da
mandíbula, enfim, toda a estrutura óssea envolvida,
apresentando grande valor especialmente nos casos de
trauma16. Desse modo, a tomografia computadorizada de
feixes em leque (fan beam) tornou-se indispensável em
alguns casos. Porém, há também contraindicações, como
54
maiores doses de radiação20, 21.
Recentemente, um inovador método de diagnóstico por
imagem, a tomografia computadorizada de feixe cônico,
surgiu na Odontologia com o intuito de contornar as
contraindicações da tomografia computadorizada de feixes
em leque (fan beam)22. Produz imagens com custo reduzido
e menor dose de radiação, até seis vezes menor quando
comparada a outros exames tomográficos, além da aquisição
da imagem ser realizada em um tempo mais curto. Essa
nova técnica para obtenção de imagens do complexo
dentomaxilofacial provê uma investigação completa dos
componentes ósseos, com reconstrução de imagens
tridimensionais. Assim, tem sido utilizada especialmente
para avaliação das articulações temporomandibulares 20,
como alternativa à tomografia computadorizada de feixes em
leque (fan beam) 23. Em comparação com as radiografias
convencionais, com a técnica radiográfica panorâmica e com
a tomografia linear, tem mostrado superioridade quanto à
fidelidade e acurácia das imagens na detecção de alterações
na cortical do côndilo da mandíbula21. Esse fator pode explicar
a baixa prevalência no diagnóstico de côndilos bífidos em
estudos, cujo método de imagem baseou-se somente na
radiografia panorâmica.
No presente relato, o diagnóstico final de côndilo bífido só
foi conclusivo após o exame da tomografia computadorizada
por feixe cônico.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a DPI Radiologia Odontológica
(Piracicaba, São Paulo), que possibilitou a realização da
tomografia computadorizada de feixe cônico.
ABSTRACT
The bifid condyle is a rare anomaly whose etiology can be
traumatic or developmental. As the patients often have no
symptoms, it is diagnosed in the routine exams. The aim of
this paper is to report a case of bifid condyle in images of cone
beam computed tomography (CBCT).
DESCRIPTORS: Mandibular condyle; Tomography X-ray
computed; Diagnostic imaging.
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Correspondência para:
Daniela Brait Silva Ladeira
Faculdade de Odontologia de Piracicaba
Av. Limeira 901 – CEP 13.414-903
Piracicaba – SP
e-mail: [email protected]
Rev ABRO 2009; 10(2): 51-55
55
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
AVALIAÇÃO D
AS INDIC
AÇÕES, DESEMPENHO E
DAS
INDICAÇÕES,
LIMIT
AÇÕES D
AS TÉCNIC
AS RADIOGRÁFIAS
LIMITAÇÕES
DAS
TÉCNICAS
CONVENCIONAIS EM PERIODONTIA – UMA REVISÃO
DA LITERA
TURA
LITERATURA
Evaluation of indications, performance and limitations of conventional radiographic
techniques in periodontics – a literature review
Ana Paula da Rosa SILVA1, Rachel ROMAGNA2, Vania Regina Camargo FONTANELLA3
1
Mestranda em Odontologia, área de concentração em Clínica Odontológica – Universidade Luterana do Brasil – Canoas/RS
Mestranda em Odontologia, área de concentração em Reabilitação Oral - Universidade Luterana do Brasil – Canoas/RS
3
Professora de Radiologia Odontológica e Imaginologia – Universidade Luterana do Brasil – Canoas e Universidade Federal
do Rio Grande do Sul/RS.
2
RESUMO
Este estudo teve por objetivo analisar, por meio de revisão da literatura, as indicações de exames radiográficos em periodontia.
Foi realizada uma revisão da literatura que abordasse o tema sobre a indicação de exames radiográficos como meio
complementar de diagnóstico em periodontia. De acordo com esta revisão, observou-se que na maioria dos estudos preconizase que o exame clínico periodontal deva preceder a indicação e a realização de qualquer exame radiográfico, pois em grande
parte dos casos fornece informações diagnósticas suficientes para um plano de tratamento completo, sem que a utilização
das imagens modifique o prognóstico. Notou-se com este estudo que não há consenso na literatura quanto ao valor das
radiografias panorâmica e periapicais em periodontia. A radiografia panorâmica não apresenta o mesmo grau de detalhamento
que uma incidência intrabucal, porém, a discrepância entre estas duas técnicas radiográficas em alguns estudos foi pequena.
Os estudos analisados revelam que não é indicado o uso do exame radiográfico periapical completo se o paciente não
apresentar evidências clínicas de doença generalizada ou história de tratamento dentário extenso. Nestes casos, dever-se-ia
utilizar uma radiografia panorâmica, complementada com radiografias periapicais ou interproximais das regiões em que a
qualidade da imagem for insuficiente. Conclusões: Por meio deste estudo pode-se concluir que cada paciente deve ser
avaliado individualmente. O cirurgião-dentista deve ter conhecimento suficiente sobre as vantagens e limitações de cada
técnica radiográfica e estar apto a interpretar todas as informações que o método escolhido pode proporcionar.
DESCRITORES:
Radiografia; Periodontia; Diagnóstico; Condutas na prática dos dentistas.
INTRODUÇÃO
O paciente com doença periodontal necessita de avaliação
clínica e, algumas vezes, de exames radiográficos
complementares para que o seu diagnóstico possa ser
estabelecido e o plano de tratamento adequadamente
realizado1.
A avaliação radiográfica é um instrumento de diagnóstico
de extrema importância e muitas vezes fundamental para que
o mesmo possa ser determinado. Contudo, algumas
situações rotineiras da prática odontológica podem vir a
evidenciar que este tipo de exame seja utilizado de forma
inadequada e equivocada. Tal fato pode significar a indicação
de exames desnecessários, os quais apresentam um
determinado custo para sua realização e também levam à
56
exposição desnecessária do paciente.
De maneira geral, quando comparadas às técnicas
radiograficas médicas, as odontológicas apresentam
menores doses de radiação. Porém, é tido como princípio da
radioproteção que mesmo com dose de radiação muito
pequena, o exame radiográfico pode causar efeito deletério2.
Neste sentido, vários países preconizam o uso de critérios
de seleção para exames radiográficos odontológicos 3. No
Brasil, a Portaria 453 da Secretaria de Vigilância Sanitária4
preconiza que todas as exposições devem ser justificadas
individualmente, tendo em conta os objetivos específicos da
exposição e as características do indivíduo envolvido.
Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar, por
meio de revisão de literatura, se há evidências quanto à correta
Rev ABRO 2009; 10(2): 56-60
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
indicação de exames radiográficos para pacientes com
doença periodontal.
REVISÃO DE LITERATURA
Associação de diagnósticos clínico e radiográfico da
doença periodontal - limites e possibilidades
O conhecimento sobre a etiopatogenia da doença
periodontal tem apresentado grande evolução nos últimos
tempos, permitindo que a grande maioria das informações
necessárias para o estabelecimento do diagnóstico e para o
consequente plano de tratamento seja obtida por meio do
exame clínico. Um dos primeiros passos a se verificar em
um exame periodontal é a presença ou ausência de sinais
de inflamação gengival, tais como edema e sangramento à
sondagem 1 , os quais não podem ser detectáveis
radiograficamente. Da mesma forma, também não se pode
observar em imagens radiográficas a presença do biofilme
bacteriano, fator etiológico das doenças periodontais5. Sendo
assim, o exame radiográfico também não seria capaz de
diferenciar os pacientes tratados dos não-tratados, como no
caso de verificar alguma mudança referente à resolução da
inflamação, que se dá clinicamente1-3,6.
Alguns sinais relativos à periodontite podem ser
visualizados tanto clinicamente quanto radiograficamente, ou
seja, a radiografia não forneceria informação adicional ao
que já estaria sendo constatado ao exame clínico. Tais sinais
incluem a presença de cálculo supragengival e subgengival,
alguns outros fatores retentivos de placa, como, por exemplo,
cavidades de cárie, próteses mal adaptadas e lesões de
furca2. Porém, nos casos de lesão de furca, a radiografia
pode ser fundamental para o adequado estabelecimento do
prognóstico e plano de tratamento do dente em questão,
assim como o acompanhamento após a terapia7. Horwitz et
al.8 (2004), por meio de medições lineares em radiografias
periapicais, constataram que parâmetros radiográficos
podem ser usados para prever o ganho horizontal nos
defeitos de furca tratados cirurgicamente.
A profundidade de sondagem e o nível de inserção clínica
que representam a distância da margem gengival e da junção
cemento-esmalte, respectivamente, até a porção mais apical
sondável da bolsa ou sulco, são medidos através da
sondagem periodontal e não podem ser quantificados nas
radiografias1. Cury et al.6 (2004) afirmam que há uma fraca
correlação entre o exame por sondagem clínica e as aferições
em radiografias, pois estes refletem diferentes características
de destruição ou cura periodontal.
Contudo, a imagem radiográfica é capaz de informar o
padrão de perda óssea alveolar2, o que poderia auxiliar na
classificação do tipo de doença que o indivíduo apresenta. A
periodontite agressiva, por exemplo, pode ter como uma de
suas características a presença de defeitos ósseos com um
padrão vertical9.
Radiografias mostram também o espaço do ligamento
Rev ABRO 2009; 10(2): 56-60
periodontal, a lâmina dura e a região periapical10. As lesões
endo-periodontais são de difícil diagnóstico, sendo que sua
suspeita torna-se aparente em dentes com perda de inserção
clínica expressiva, sugerindo a ocorrência de uma
comunicação entre os tecidos endodônticos e periodontais.
Nestes casos, apenas a sondagem não é suficiente para se
estabelecer o plano de tratamento do referido dente, ou seja,
para se afirmar a veracidade da suspeita, investigações
adicionais tornam-se necessárias, tais como teste de
sensibilidade pulpar e radiografia periapical 11. Durante a
avaliação clinica, pode haver suspeita da presença de lesões
endo-periodontais, porém, estas só podem ser visualizadas
em radiografias apropriadas2. Tugnait et al.12 (2004), por meio
de questionário com perguntas referentes à rotina na
indicação de exames radiográficos, constataram que nos
casos de dentes com suspeita de lesão endo-periodontal,
68% dos profissionais entrevistados realizariam exame
periapical para a confirmação do provável diagnóstico.
As medidas clínicas e o nível ósseo radiográfico refletem
medidas diferentes de destruição e de cicatrização
periodontal. Para que perda ou ganho ósseo possa ser
detectável radiograficamente, é preciso que uma alteração
de 30% a 50% na estrutura óssea tenha ocorrido6,13. Estudo
no qual diagnósticos periodontais de pacientes eram feitos
primeiramente apenas com os dados clínicos, e em um
segundo momento com a adição de radiografias, evidenciou
que a informação radiográfica mudou o diagnóstico de alguns
pacientes. Porém, foi possível constatar que na presença de
grande quantidade de informações clínicas, as radiografias
apresentaram menor impacto na determinação deste
diagnóstico. Em relação às decisões de tratamento, houve
menos diferença entre os grupos (com ou sem radiografias),
quando mais itens clínicos avaliados eram considerados14.
Na fase inicial de terapia, radiografias devem ser utilizadas
para verificar fatores de retenção de placa, quando não
detectados clinicamente, assim como para verificar a situação
do ápice em dentes com prognóstico sombrio. Na fase
corretiva, radiografias são indicadas quando a doença ainda
é evidente (sinais clínicos) e a opção cirúrgica é considerada,
pois a visualização dos níveis ósseos é de muito valor na
decisão e planejamento completo da técnica cirúrgica. Já na
fase de manutenção ou suporte, o controle é eminentemente
clínico. Nas avaliações longitudinais, a subtração radiográfica
pode detectar pequenas mudanças ósseas ocorridas em
um determinado intervelo de tempo. Características clínicas,
grau de progressão da doença e idade do paciente são fatores
importantes na determinação do intervalo para
acompanhamento radiográfico2.
Aspecto radiográfico normal e suas alterações frente à doença
O exame radiográfico de rotina, como parte de uma
avaliação periódica com intuito de detectar a doença
previamente ao exame clínico, realizado em todos os novos
57
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
pacientes, é uma prática inapropriada, uma vez que cada
paciente deve ser considerado individualmente3.
O elemento dentário normal possui sua raiz ou raízes
completamente circundadas pelo osso alveolar. Este possui
o aspecto radiográfico de rede ou trama de linhas radiopacas
circundando espaços radiolúcidos. Deve-se observar na
superfície do osso alveolar uma linha radiopaca que contorna
as raízes dos dentes, a lâmina dura ou cortical alveolar e, na
superfície próxima das coroas, o septo ósseo interdentário,
também chamado de crista alveolar. O osso normal deve
recobrir a raiz em até aproximadamente 1 a 3 mm do limite
amelo-cementário. A crista aparece de forma nítida e
pontiaguda entre os dentes anteriores e mais plana ou
arredondada entre os dentes posteriores.
O ligamento periodontal ou periodonto não é registrado no
exame radiográfico, por isso sua imagem correspondente é
denominada de espaço do ligamento periodontal. Isto ocorre
devido à sua constituição ser somente de tecidos moles
(como fribras e vasos sanguíneos). Esta imagem radiográfica
corresponde a uma linha radiolúcida, normalmente contínua,
com limites lisos e uniformes, que contorna a raíz dentária15.
As principais alterações iniciais radiográficas que
acometem os tecidos periodontais se estabelecem na crista
óssea alveolar. Inicialmente verifica-se a perda de seu
delineamento e, com a progressão da doença, reabsorções
do osso das cristas alveolares e aumento de sua radiolucidez.
As reabsorções não estão limitadas às cristas e podem se
estender pelo osso alveolar que circunda o dente acometido,
chegando aos ápices radiculares correspondentes. À medida
que as reabsorções evoluem, nota-se clinicamente a
mobilidade do dente em questão, a qual pode progredir até a
perda dentária pela reabsorção completa do osso alveolar
circundante. A reparação da crista alveolar é uma referência
importante quando do controle pós-operatório. É a primeira
estrutura periodontal que, radiograficamente, confirma a
neoformação óssea. A imagem de seu contorno íntegro
assegura o sucesso do tratamento adotado15.
A evidência clínica de perda óssea precede a imagem
radiográfica. A quantidade de destruição óssea é subestimada
nas radiografias panorâmicas e periapicais nas fases iniciais
de periodontite e superestimada em periodontite avançada.
Dependendo da qualidade da radiografia, principalmente
quando esta apresenta imagem distorcida ou densidade
inadequada, medições podem não ser possíveis2.
Indicação de exames radiográficos em periodontia
Quaisquer exames radiográficos devem produzir benefício
ao paciente em termos de manejo e prognóstico16. No Brasil,
a Portaria 453/98 da Secretaria de Vigilância Sanitária,
fundamentada no princípio básico da justificação, estabelece
que nenhuma prática deve ser autorizada a menos que
produza suficiente benefício para o indivíduo em matéria de
diagnóstico, de modo a compensar o detrimento que possa
58
ser causado pela radiação ionizante4.
Para que faça a correta indicação de exames radiográficos
para diagnóstico de doença periodontal, é necessário que o
cirurgião-dentista conheça qual a abrangência do exame,
suas limitações e características técnicas, de forma a não
comprometer o diagnóstico16. Quando a doença periodontal
inicia, sob a forma de gengivite, apresenta apenas sinais
clínicos. Somente a partir do ponto em que ocorre a
reabsorção óssea é que os sinais em radiografias poderão
ser observados.
Dentre as técnicas radiográficas disponíveis na
Odontologia, uma das mais utilizadas é a radiografia
periapical, obtida pela técnica do paralelismo ou da bissetriz.
Com o princípio do paralelismo entre o filme e os dentes é
possível a padronização geométrica das imagens. A técnica
do paralelismo apresenta vantagens decorrentes da
incidência perpendicular dos raios X ao objeto (dente e
tecidos) e filme, portanto, uma menor distorção das imagens,
com maior detalhadamento da região periapical e da relação
da crista óssea alveolar com o limite amelocementário. Há
também nesta um menor grau de superposição da imagem
da processo zigomático da maxila sobre a região apical dos
molares superiores15. Contudo, comparativamente à técnica
periapical da bissetriz, a técnica do paralelismo - em função
da maior distância focal - implica em aumento do tempo de
exposição e em maior área exposta na face do paciente, caso
o colimador não seja apropriado de forma a reduzir
proporcionalmente o tamanho de campo irradiado. Nestes
casos, quando não está disponível equipamento com cilindro
longo e, principalmente, colimador de dimensões adequadas
à técnica do paralelismo, o uso de dispositivos
posicionadores para a técnica da bissetriz tem como
vantagens a redução da ocorrência de distorções na imagem
radiográfica, além de ser desnecessário o aumento na
distância focal na mesma magnitude que a técnica do
paralelismo.
A radiografia periapical apresenta a possibilidade de
detecção de áreas de pequena destruição óssea, 4,7 vezes
maior do que a panorâmica. A adição de radiografias
interproximais às periapicais ou panorâmica aumenta a
detecção de defeitos verticais2. Rushton et al.16 (1999), ao
perceberem que o número de radiografias panorâmicas
realizadas na prática odontológica como rotina tem aumentado
nos últimos anos, em comparação às técnicas intrabucais,
investigaram, por meio de questionários, os possíveis fatores
que levam os cirurgiões-dentistas às solicitações dos
exames. A doença periodontal foi considerada um fator de
influência para 87,8% dos dentistas entrevistados. Contudo,
os autores ressaltam o uso de radiografias intrabucais
complementares (principalmente as interproximais) para
melhor visualização da crista óssea alveolar.
A radiografia panorâmica apresenta uma série de
vantagens, como, por exemplo, menor dose de radiação do
Rev ABRO 2009; 10(2): 56-60
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
que um exame radiográfico periapical completo (14
radiografias) e visualização de ambos os maxilares e
estruturas adjacentes em um único filme. Apesar dessas
características, esta técnica, tradicionalmente, tem seu uso
contraindicado por especialistas em periodontia, com base
na falta de maior detalhamento e minúcias nas estruturas
como a crista óssea, lâmina dura, septo ósseo inter-radicular,
relação da margem óssea à junção amelocementária, além
da distorção da imagem obtida ser muito acentuada14.
Por outro lado, segundo Pasler18 (1993), as radiografias
panorâmicas propiciam uma excelente visão nos casos de
doença periodontal, desde que o paciente tenha sido bem
posicionado, uma visão das cristas ósseas melhor do que
nas periapicais pode ser obtida, pelo fato de haver menos
distorção vertical da imagem. Se algum dente estiver
inadequadamente representado na panorâmica, pode ser
realizada a radiografia periapical complementar daquela
região.
A referida técnica é menos efetiva na detecção de cálculo,
sendo que radiografias periapicais e interproximais trazem
resultados semelhantes ao exame clínico. Contudo,
radiografias não são os meios adequados para diagnóstico
de cálculo, apresentando baixa sensibilidade e alta
especificidade2.
Constata-se que, apesar de alguns estudos verificarem
que radiografias panorâmicas apresentam menor acurácia
do que as técnicas intrabucais no diagnóstico de cáries, perda
óssea periodontal e patologia periapical, sua indicação em
substituição a um exame periapical completo pode levar à
significativa redução na dose de radiação sem perda de
informações relevantes15.
Neste estudo não foi encontrado na literatura um
argumento de consenso quanto à melhor técnica radiográfica
para diagnóstico de doença periodontal, contudo é possível
usar as seguintes diretrizes:
1) O exame radiográfico de escolha para o diagnóstico da
lesão periodontal em estágio inicial é a técnica interproximal.
Nesta se obtém em um mesmo filme a imagem das coroas
dentárias, da região cervical das raízes, espaços
interdentários e cristas alveolares superiores e inferiores de
um mesmo grupo de dentes. Além disso, o filme e os dentes
estão quase paralelos entre si. Desta forma, permite a análise
e detecção de perdas ósseas incipientes na crista óssea,
além da verificação de adaptação de restaurações e coroas
protéticas15. Nos casos de perda óssea mais extensa, quando
a profundidade de sondagem da bolsa for maior do que 6
mm, a alternativa é utilizar a técnica interproximal com o longo
eixo do filme posicionado no sentido vertical, de forma a
permitir o registro do nível da crista óssea3.
2) A técnica radiográfica periapical permite observar o dente
por inteiro e o osso que o envolve, incluindo as estruturas
periodontais. Por isso é a mais utilizada quando o processo
da doença já está em estágio mais avançado. Existe uma
Rev ABRO 2009; 10(2): 56-60
cultura bastante difundida entre periodontistas de se solicitar
exame periapical completo.
3) Não há um consenso na literatura quanto ao emprego
de radiografias panorâmicas ou periapicais em periodontia.
O exame periapical completo apresenta maior dose de
radiação do que a radiografia panorâmica, a qual, por sua
vez, não apresenta tantos detalhes, porém a discrepância
entre os dois métodos é pequena quando se comparam as
informações relevantes fornecidas. Então, parece adequado
utilizar uma radiografia panorâmica e complementar com
incidências periapicais ou interproximais das regiões em que
a qualidade da imagem for julgada insuficiente 2 . Em
gestantes, não deve haver alteração nos critérios de seleção,
desde que utilizados os critérios de radioproteção, como para
qualquer outro paciente3.
Diretrizes para a seleção de radiografias para pacientes
odontológicos foram estabelecidas em 2004 pela American
Dental Association (ADA) 19. Os pacientes são divididos
conforme idade, desenvolvimento dentário correspondente,
momento do encontro e estágio da doença. No caso de um
novo paciente, o exame periapical completo não é indicado
se não for constatada evidência clínica de doença
generalizada ou história de tratamento dentário extenso. Para
os pacientes em controle periodontal, o julgamento clínico
determina a necessidade e o tipo de imagem radiográfica:
interproximais e/ou periapicais de áreas onde a doença
periodontal pode ser identificada clinicamente.
CONCLUSÃO
A literatura não provê estudos com desenho metodológico
capaz de gerar altos níveis de evidência quanto à indicação
de exames radiográficos em periodontia, até mesmo pela
dificuldade de se realizar estudos clínicos sobre o tema.
Todo exame radiográfico expõe o paciente à radiação
ionizante e, mesmo com doses relativamente menores, como
em um exame radiográfico odontológico, pode levar a efeitos
deletérios aos organismos vivos. Antes da decisão por indicálo, deve-se avaliar o grau de benefício clínico que ele trará
como informação ao diagnóstico, plano de tratamento e
prognóstico do paciente. Grande parte dos pacientes com
alterações periodontais pode ser diagnosticada e tratada com
base nas informações obtidas por meio do exame clínico,
sendo dispensável a realização de exames radiológicos
extensos, como o exame periapical completo.
Além de avaliar cada paciente individualmente antes da
realização ou prescrição de exames radiográficos, o cirurgiãodentista deve estar esclarecido sobre as vantagens e
limitações de cada técnica, assim como apto a interpretar
todas as informações que o método escolhido pode
proporcionar.
ABSTRACT
This study aimed to review the literature concerning the
59
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
prescription of radiographic examinations for periodontal
patients. A literature review selected articles concerning the
prescription of radiographic examinations to complement the
diagnosis in periodontics. According this review, it was observed
that clinical examination must precede any radiography
prescription. In most cases it is able to give sufficient diagnostic
information for a complete treatment plan, without changes in
the prognosis. It was also observed that there is no consensus
in the literature concerning the value of the panoramic and
periapical radiographs in periodontics. The panoramic
radiography is not as detailed as an intra-oral, but the
discrepancy between these methods observed in some studies
was low. The reviewed studies indicated that the use of fullmouth examination is not indicated if the patient does not show
any clinical evidence of generalized diseases or history of wide
dental treatment. In these cases, the panoramic radiography
should be used and, if necessary, complemented with
periapical or bite-wing radiographs in the areas where the quality
of the image is poor. Conclusions: This review allowed us to
conclude that each patient must be analyzed individually. The
dentist must have enough knowledge about the vantages and
limitations of the radiographic techniques and be able to interpret
all the information that the chosen method can offer.
DESCRIPTORS: Radiography; Periodontics; Diagnosis;
Dentist´s practice patterns.
13. Early P, Razak M, Sodee B. Textbook of nuclear medicine
technology. 3 ed. St Louis: CV Mosby; 1979.
14. Tugnait A, Hirschmann PN, Clerehugh V. Validation of a model to
evaluate the role of radiographs in the diagnosis and treatment
planning of periodontal diseases. J. Dent. 2006; 34:509-15.
15. Lascala N, Lascala C. Exame radiográfico em Periodontia. In:
Lascala N, Moussalli N, editors. Periodontia Clínica II: especialidades
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selection of panoramic radiography in general dental practice.
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17. Coelho R, Sumas K, Jr IO, Manzi F. Comparação de
posicionadores radiográficos considerando aspectos
periodontais. Rev. Periodontia. 2007; 17:80-5.
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Thieme; 1993.
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diseases: a review. J. Dent. 2000; 28:219-26.
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exames radiográficos em odontologia. Rev. ABRO. 2007; 8:32-8.
4. Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS). Portaria nº. 453 de 1º
de junho de 1998. Diretrizes de proteção radiológica em
radiodiagnóstico médico e odontológico. Diário Oficial, República
Federativa do Brasil, CXXXVI (103-E), Brasília/DF, jun. 1998.
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periodontal diseases in general dental practice. J. Dent. 2004;
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60
Correspondência para:
Vania Regina Camargo Fontanella
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endereço para correspondência incluindo número de telefone,
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serão encaminhadas as futuras correspondências.
2. Página de Rosto: constando apenas o título do trabalho
em português e em inglês.
3. Resumo: deverá ser estruturado contendo: objetivos,
material e métodos, resultados e conclusão. Não deve exceder
250 palavras. Abaixo do resumo, especificar até 4 descritores
que definam o assunto. Os descritores deverão ser baseados
no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) publicado pela
Bireme que é uma tradução do MeSH (Medical Subject
Headings) da National Library of Medicine e disponível no
endereço eletrônico: http://decs.bvs.br.
4. Abstract: tradução para o inglês do resumo incluindo 4
Keywords.
5. Introdução: exposição geral do tema, contendo, de modo
sucinto, a Revisão da Literatura e os objetivos.
6. Material e Métodos: descrição do material utilizado e da
metodologia aplicada. Devem-se usar as unidades do Sistema
Internacional, citando detalhes sobre equipamentos e
softwares (nome, modelo, fabricante, país). Indicar o número
do protocolo do Comitê de Ética em Pesquisa, quando
pertinente.
7. Resultados: reportados de forma direta, na mesma ordem
em que o experimento foi descrito em material e métodos,
lançando mão, sempre que possível, de tabelas e gráficos
que facilitem a compreensão. Não discutir essa seção.
8. Discussão: devem ser comentados os resultados, sua
relação com a literatura científica existente e sua importância
para a Radiologia Odontológica.
9. Conclusão: pode ser incluída no ultimo parágrafo da
discussão ou formar um tópico à parte.
10. Agradecimento: deve ser breve e incluir, caso exista, o
suporte financeiro da pesquisa.
11. Referências Bibliográficas: em número máximo de 30.
No texto devem aparecer em ordem numérica de citação, em
números sobrescritos colocados após o ponto final da frase,
começando do número 1. A exatidão das referências
bibliográficas e a correta citação no texto são de
responsabilidade dos autores. Forma de citação dos autores
no texto:
a) apenas numericamente: “... essa entidade patológica
desenvolve-se durante a puberdade e raramente inicia-se após
a segunda década de vida.2,3”
b) alfanumericamente:
- 1 autor: Santos12 (1986)
- 2 autores: Santos e Carvalho14 (1987)
- 3 ou mais autores: Santos et al.16 (1989)
No final do texto as referências devem ser listadas em ordem
de citação, digitadas em espaço duplo e identificadas com
números arábicos. A apresentação deverá basear-se no
formato Vancouver, conforme exemplos a seguir. Os títulos de
periódicos deverão ser abreviados de acordo com o estilo
apresentado pela List of Journal Indexed in Index Medicus, da
National Library of Medicine (para títulos estrangeiros) e de
acordo com a Bireme (para títulos nacionais). Para todas as
referências, quando houver até seis autores, todos devem ser
citados. Acima de seis autores, devem-se citar os seis
primeiros, seguidos da expressão et al.
Exemplo de referências
1. Artigo em periódico:
62
Vascocelos-Filho JO, Manzi FR, Freitas DQ, Bóscolo FN,
Almeida SM. Evaluation of temporomandibular joint in stressfree patients. Dentomaxillofac. Radiol. 2007; 36: 336-340.
2. Citação de livro:
Isberg A. Temporomandibular Joint Dysfunction – A
Practitioner´s Guide (2nd ed). London: Taylor & Francis Group,
2003.
3. Capítulo de livro:
Langlais, RP; Langland OE; Nortjé, CJ. Multilocular
Radiolucencies. In: Diagnostic Imaging of the Jaws. Malvern,
PA: Williams & Wilkins, 1995, pp 327–384.
4. Monografias, dissertações, e teses:
Pontual, AA. Estudo Comparativo de Três Sistemas Digitais
sem Cabo no Diagnóstico de Cáries Proximais. [tese].
Piracicaba: UNICAMP/FOP; 2007.
12. Tabelas: Digitar cada tabela em folha separada, com
espaço 1,5cm. A numeração deve ser seqüencial, em
algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto.
Todas as tabelas deverão ter título e cabeçalho para cada
coluna. No rodapé devem constar legendas para abreviaturas
e testes estatísticos, quando utilizados.
13. Figuras: devem apresentar, em média, o tamanho de
84mm x 175mm, não devendo ultrapassar essas medidas.
Pequenas variações para menos são aceitáveis. Os arquivos
de imagens devem ser em formato TIFF ou JPEG, sendo o
formato TIFF preferível para exames de imagens. Arquivos em
formato JPEG devem ser salvos em qualidade máxima (ex.
“10” ou “12”). As figuras devem apresentar no mínimo 300 dpi
de resolução. Cada figura deve ser salva em um arquivo
separado e nomeado como “Figura 1”, “Figura 2”, etc. Digitar
as legendas para as ilustrações em páginas separadas,
usando espaço 1,5cm. Cada legenda deve ser numerada em
algarismos arábicos, correspondendo a cada ilustração e na
ordem que foram citadas no texto. O número de figuras,
incluindo fotografias, tabelas, esquemas e gráficos não deve
exceder 10, em qualquer tipo de produção, estando esse limite
dentro do número de páginas de cada tipo de artigo. As
imagens devem ser enviadas em formato preto e branco. Caso
haja preferência dos autores para a publicação de imagens
coloridas, os custos desta reprodução serão cobrados dos
autores, a depender do número e tamanho das imagens.
TIPOS DE PUBLICAÇÕES
1. ARTIGO ORIGINAL: Contribuição destinada a divulgar
resultados de pesquisa original inédita devendo ser objetivo,
máximo de 18 páginas, visando elucidar as questões que
pretendeu responder. É recomendado incluir apenas os dados
imprescindíveis, evitando-se tabelas muito longas, com dados
dispersos e de valor não representativo. Quanto às figuras,
não serão aceitas aquelas que repetem dados de tabelas. As
referências bibliográficas devem ser estritamente pertinentes
e relevantes à problemática abordada, evitando-se a inclusão
de número excessivo de referências numa mesma citação e
dando preferência as mais atuais. Estrutura: 1. Página de
identificação, 2. Página de Rosto, 3. Resumo, 4. Abstract, 5.
Introdução, 6. Material e Métodos, 7. Resultados, 8. Discussão,
9. Conclusão, 10. Agradecimento (se houver), 11. Referências
Bibliográficas, 12. Tabelas, 13. Figuras.
2. RELATO DE CASO CLÍNICO: Contribuição destinada a
divulgar caso clínico, correlacionando-o com a literatura
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
existente. Máximo de 08 páginas. Deve conter dados clínicos,
radiográficos e histopatológicos relevantes para confirmação
do diagnóstico. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Página
de Rosto, 3. Resumo, 4. Abstract, 5. Introdução, 6. Descrição
do caso, 7. Discussão, 8. Agradecimento (se houver), 9.
Referências Bibliográficas.
3. ATUALIZAÇÃO (A CONVITE DO EDITOR): Discussão e
revisão temática da literatura focando a atualização sobre o
tema abordado. Máximo de 18 páginas. Estrutura: 1. Página
de identificação, 2. Resumo, 3. Abstract, 4. Introdução, 5.
Discussão, 6. Conclusão, 7. Agradecimentos (se houver), 8.
Referências Bibliográficas, 9. Tabelas, 10. Figuras.
4. REVISÃO LITERÁRIA: Contribuição destinada à avaliação
crítica e sistematizada da literatura sobre determinado assunto
devendo conter conclusões. Máximo de 15 páginas. Estrutura:
1. Página de identificação, 2. Página de Rosto, 3. Resumo, 4.
Abstract, 5. Introdução, 6. Discussão, 7. Agradecimento (se
houver), 8. Referências Bibliográficas.
5. RELATO TÉCNICO: Contribuição destinada a descrever
uma técnica radiográfica, um software ou outro procedimento
técnico de interesse para o clínico ou pesquisador. Máximo de
04 páginas. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Página de
Rosto, 3. Resumo, 4. Abstract, 5. Introdução, 6. Discussão, 7.
Referências Bibliográficas, 8. Tabelas e 9. Figuras.
6. CARTA AO EDITOR: Visa discutir artigos recentes
publicados na Revista; sugestões e críticas. Máximo de 01
página. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Texto.
CHECK LIST
• Página de identificação: título do trabalho, em português
e inglês (84 caracteres), nome completo e principal titulação
dos autores e endereço para correspondência do autor
correspondente.
• Página de rosto: título do trabalho (português/inglês).
• Resumo/Abstract (250 palavras).
• Formatação: espaçamento 1,5cm, papel A4, fonte Times
New Roman, tamanho 12, margens laterais de 2,5cm e
páginas numeradas em algarismos arábicos.
• Número de páginas do trabalho (que dependerá do tipo
de trabalho submetido).
• Figuras, não incluídas no texto: resolução: 300 dpi,
tamanho: 84mm x 175mm, formato: TIFF ou JPEG e legenda
(“Figura 1”, “Figura 2”) das imagens.
• Incluir: agência financiadora, número do processo, e
número do comitê de ética, caso os possua.
• Referências bibliográficas: normalizadas segundo estilo
Vancouver, aparecendo no manuscrito em ordem numérica
de citação, em números sobrescritos após o ponto final da
frase.
• Declarações de Responsabilidade e Termo de
Transferência de Direitos autorais.
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Todos os trabalhos serão apreciados inicialmente pelo Corpo
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sendo o anonimato dos autores garantido em todo o processo
de julgamento.
Para que o trabalho seja aceito ou recusado, deve prevalecer
o julgamento de dois, dos três consultores. Os trabalhos
recusados serão devolvidos, acompanhados de carta
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o trabalho será novamente encaminhado a estes e somente
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português. Antes da impressão final, os autores receberão cópia
do trabalho em formato PDF para aprovação, tendo no máximo
sete dias para retornar o trabalho. Caso contrário, o Corpo
Editorial aprovará automaticamente este como a versão final
sem possibilidade de alterações posteriores. Após a publicação
da Revista o autor correspondente receberá um e-mail contendo
o arquivo final do trabalho em formato PDF para fins de duplicação
e uso pessoal.
63
XVI JORNADA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA
3 a 5 DE SETEMBRO DE 2009
CENTRO DE CONVENÇÕES DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
OURO PRETO – MG
RESUMOS DE TRABALHOS
- TEMAS LIVRES -
64
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
TL001
[226] O DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO DE ASSIMETRIA
MANDIBULAR VERDADEIRA ASSOCIADA À DESORDEM
TEMPOROMANDIBULAR – RELATO DE CASO CLÍNICO.
LUCIANO AMBROSIO FERREIRA; AMANDA BUCHARA
PEREIRA; LIGIANE CAMPOS BELLOSE; MARCOS VINICIUS
QUEIROZ DE PAULA.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, JUIZ DE
FORA, MG, BRASIL.
Introdução: a alteração do crescimento esquelético facial
decorrente de traumatismos e patologias, congênitas ou
adquiridas, é a principal etiologia da assimetria mandibular
verdadeira. A expressão desta deformidade resulta em
modificações morfofuncionais do sistema estomatognático
e, frequentemente, o diagnóstico desta alteração associa-se
à
presença
de
sintomatologia
de
desordem
temporomandibular (DTM). Revisão de literatura: a presença
de uma assimetria verdadeira ocorre quando há uma
discrepância das dimensões da cabeça, do ramo ou do corpo
mandibular, caracterizando uma alteração anatômica evidente
unilateralmente. Assimetrias aparentes são descritas quando
as duas hemi-mandíbulas são dimensionalmente iguais, no
entanto, o posicionamento incorreto do paciente ou a hipertrofia
muscular levam a uma deformidade facial. O diagnóstico
diferencial destas situações é realizado por exames de
imagens e mensurações das estruturas em traçados
radiográficos. Comentários: através de radiografias
panorâmicas, planigrafia da ATM e telerradiografia frontal foi
realizada a análise da assimetria em uma paciente adulta
com queixa principal de dor orofacial e limitação dos
movimentos mandibulares. A aplicação clínica dos Critérios
de Diagnóstico para Pesquisas em DTM (RDC/DTM)
juntamente com a avaliação radiográfica sugeriram a
presença de incordenação do complexo articular e dor
miofascial, ambos com limitação de abertura, relacionada à
assimetria mandibular verdadeira. A utilização de métodos
de mensurações anátomo-funcionais sobre as técnicas
radiográficas foram cruciais para o estabelecimento do
diagnóstico e plano de tratamento, demonstrando a
importância do diagnóstico radiográfico da assimetria
mandibular associada à DTM.
acompanhamento radiografico atraves da radiografia
panorâmica a cada 90 dias e foi constatado sua completa
neoformaçao óssea no local.
TL003
[179] CISTO ÓSSEO DE STAFNE (DEPRESSÃO MANDIBULAR
LINGUAL) : REVISÃO DE LITERATURA E RELATO DE CASO.
NATHALIA BIGELLI DEL NERI; OSNY FERREIRA JÚNIOR; ANA
LÚCIA ÁLVARES CAPELOZZA; EDUARDO DIAS RIBEIRO;
MARCELO BONIFÁCIO DA SILVA SAMPIERI.
FOB-USP, BAURU, SP, BRASIL.
O cisto ósseo de Stafne representa uma cavidade óssea
localizada na mandíbula, contendo a glândula submandibular.
Descrito pela primeira vez por Edward Stafne, em 1942, como
uma lesão radiolúcida unilateral, bem circunscrita, localizada
na região posterior da mandíbula, logo abaixo do canal
mandibular. Comumente é encontrado em exames
radiográficos de rotina, assintomático, apresenta maior
predileção pelo gênero masculino, numa proporção de 6:1.
Constituindo um achado raro na população, com prevalência
entre 0.1% a 0.48%. O objetivo do presente estudo foi
apresentar um caso clínico e uma revisão de literatura, com
intuito de ampliar o conhecimento a despeito da etiologia,
epidemiologia e diagnóstico diferencial desse cisto ósseo.
Foi enfatizado o uso dos recursos imaginológicos no
diagnóstico como a Tomografia Computadorizada Volumétrica
- Cone Beam. Pôde-se concluir que o cisto ósseo de Stafne
se manifesta de diferentes formas radiográficas, tornandose indispensável a requisição de outros exames de imagem
para o correto diagnóstico, evitando procedimentos invasivos,
como o cirúrgico exploratório e a sialografia.
TL002
[245] CISTO ÓSSEO TRAUMATICO - RELATO DE CASO.
VANIO SANTOS COSTA; LUCIANA CAVALCANTI DE ARAUJO.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, MACEIÓ, AL,
BRASIL.
TL004
[223] COMPARAÇÃO DO ÍNDICE PANORÂMICO MANDIBULAR
(IPM) OBTIDO EM RADIOGRAFIAS ODONTOLÓGICAS
PANORÂMICAS COM AS MEDIDAS DO ESTADO GERAL
ÓSSEO DE MULHERES HISTERECTOMIZADAS E NÃO
HISTERECTOMIZADAS.
MAITÊ BARROSO DA COSTA1; FERNANDO HENRIQUE
WESTPHALEN2; PAULO HENRIQUE SOUZA COUTO3; ANA
LUCIA TOLAZZI4; SORAYA DE AZAMBUJA BERTI5.
1,4,5.PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA,
CURITIBA, PR, BRASIL; 2.PONTIFICIA UNIVERSIDADE
CATOLICA D PARANA, CURITIBA, PR, BRASIL;
3.PONTIFICIA UNIVERIDADE CATOLICA DO PARANA,
CURITIBA, PR, BRASIL.
O Cisto ósse Traumático é uma lesao nao neoplásica que
representa aproxiamdadamente 1% de todos os cistos dos
maxilares, acometendo as regioes de corpo é sínfise da
mandíbula com uma frequencia maior. É definida como uma
cavidade intra-óssea delimitada por uma fina camada de
tecido conjuntivo frouxo. É uma lesão sem sintomas
geralmente identificadas em exames radiográficos de rotina,
observas-se imagerm radiolúcida unilocular bem definida,
aonde sua etiologia nao está bem esclarecida, mas acreditase que o trauma local seja um fator relacionado ao seu
desenvolvimento. Objetivo: este trabalho relata um caso de
cisto ósseo traumático descoberto em exames radiográficos
de rotina de um paciente que possivelmente iria submeterse a tratamento ortodôntico, aonde foram realizados
tratamento de remoçao deste cisto e foi feito
O objetivo deste estudo foi comparar o índice panorâmico
mandibular (IPM) com as medidas do estado geral ósseo
obtidas pela densitometria óssea de mulheres de 40 a 60
anos. A amostra foi constituída por 60 mulheres, 30
histerectomizadas e 30 não histerectomizadas, com indicação
médica para realização de densitometria óssea pela técnica
de absorciometria de dupla energia de raios X (DXA) nas
regiões de coluna lombar e fêmur proximal. Após a
densitometria óssea, foram realizadas radiografias
panorâmicas. Para avaliar o IPM foram traçadas as estruturas
anatômicas de interesse e as medidas foram realizadas com
paquímetro eletrônico digital. Os valores do IPM e DXA foram
analisados de acordo com um estudo comparativo. Os
resultados mostraram que a media dos valores da DXA para
os grupos histerectomizadas e não-histerectomizadas foram
65
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
-1,24 e -0,94, respectivamente, sugerindo osteopenia e a
média de IPM para os grupos histerectomizadas e nãohisterectomizadas foram 0,4237 e 0,5894, respectivamente,
mostrando diferença estatisticamente significativa (p<0,05) e
sugerindo perda óssea. No presente estudo foi encontrada
diferença no IPM entre os grupos demonstrando que a média
do IPM nas mulheres histerectomizadas é menor do que nas
não histerectomizadas, o que pode representar perda óssea.
TL005
[189] INTERFERÊNCIA DE ARTEFATOS METÁLICOS NA
PESQUISA DE FRATURAS RADICULARES EM TCFC.
FELIPE FERREIRA COSTA 1 ; CLAUDIA TORRES
COSCARELLI2.
1.USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2.BYOIMAGEN, RIO DE
JANEIRO, RJ, BRASIL.
A restauração de dentes submetidos ao tratamento
endodôntico, frequentemente, requer a colocação de um
núcleo intracanal com a finalidade de aumentar a estabilização
do elemento protético, aumentando sua resistência. Em sua
maioria, este reforço intra-radicular é realizado com a utilização
de pinos intra-radiculares metálicos. Ao serem submetidos
ao exame de Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico
(TCFC) para a detecção de fraturas radiculares, estes
representam um desafio ao radiologista em relação ao
diagnóstico, devido à presença de artefatos metálicos. O
objetivo deste trabalho é demonstrar e discutir, através de
casos clínicos, a interferência de artefatos metálicos na
detecção de fraturas radiculares em exames de TCFC.
Revisão de literaturaQuando comparada à radiografia
periapical, a TCFC tem demonstrado maior grau de
confiabilidade e aumentado a capacidade de detectar fraturas
radiculares (Hannig 2005, Bernardes 2007). Diversos
algoritmos foram propostos em TC para reduzir os artefatos
causados pelos objetos metálicos. Nenhum destes foi capaz
de eliminá-los completamente e produzir uma imagem
adequada ao alto grau de contraste e resolução da TC
(Lemmens et al. 2009). A interferência dos artefatos metálicos
prejudica a interpretação de lesões em diferentes protocolos
de TC. Porém, a espessura de corte determina a interferência
causada pelos artefatos na imagem. Portanto segundo
pesquisadores quanto menor a espessura de corte, melhor
é a sensibilidade, mesmo na presença de artefatos (Link et
al.2000; Perrela 2006). Embora, os aparelhos de TCFC
também possuam algoritmos de supressão de artefatos,
estes ainda se encontram em níveis inadequados, dificultando
o diagnóstico radiológico.
TL006
[192] AVALIAÇÃO DE PERDA ÓSSEA ALVEOLAR E
MAPEAMENTO DE DEFEITO PERIODONTAL ATRAVÉS DA TCFC.
CLAUDIA TORRES COSCARELLI 1; FELIPE FERREIRA
COSTA2; RENATA FERNANDES COSTA3.
1.BYOIMAGEN, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2.USP, SÃO
PAULO, SP, BRASIL; 3.CIB, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
A doença periodontal é diagnosticada pela avaliação de
parâmetros clínicos (profundidade de sondagem e perda de
inserção) e radiográficos (defeitos ósseos e envolvimento de
furca). A Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC)
é uma técnica radiográfica que vem sendo utilizada para no
diagnóstico destas afecções periodontais. Sendo assim, o
objetivo deste trabalho é demonstrar, através de casos clínicos,
66
parâmetros radiográficos determinantes no diagnóstico da
periodontite observados na TCFC. Revisão de literatura:
Dependendo do grau de destruição óssea as radiografias
periapicais poderão não revelar estas condições. Estudos
como o de Bender (1961), Schwartz (1971) e Wallace (2001)
mostraram, através de lesões ósseas experimentais criadas
no osso esponjoso, que estas são de difícil visualização
radiográfica através desta técnica. Observando estas
limitações, Teeuw et al. (2009) desenvolveram uma ferramenta
de análise através da a radiografia periapical digital para
diagnosticar e mensurar a perda óssea alveolar e alcançaram
resultados mais adequados no diagnóstico da doença
periodontal. Walter C et al. (2009) examinaram doze pacientes
clinicamente, através de radiografias periapicais e imagens
tridimensionais da Tomografia de Feixe Cônico (TCFC) e
concluíram que em 29% dos casos as lesões periodontais
foram subestimadas e em 44% destes casos estas foram
superestimadas. Conseqüentemente, os mesmos indicam
a TCFC como exame mais preciso na mensuração da perda
óssea alveolar. Conclusão: A TCFC fornece com grande
precisão uma análise do nível de inserção óssea dos
elementos dentários o que é de grande importância no
diagnóstico precoce das doenças periodontais e na definição
do tratamento ser instaurado.
TL007
[199] HIPEROSTOSE ESQUELÉTICA IDIOPÁTICA DIFUSA: UM
ACHADO INCOMUM EM EXAME TOMOGRÁFICO DE FEIXE
CÔNICO.
SARAH DE MATOS ARAUJO1; MARIANNA GUANAES GOMES
TORRES2; JOÃO CARLOS DA SILVA3; CAROLINE ASSIS
ALVES4; ZULMARA LETÍCIA SANTANA MENEZES5.
1.UNIME, SALVADOR, BA, BRASIL; 2,3,4,5.UFBA, SALVADOR,
BA, BRASIL.
A Hiperostose Esquelética Idiopática Difusa (HEID), também
conhecida como doença de Forestier, é caracterizada por
calcificações
e
ossificações
que
acometem
preferencialmente as vértebras, dentre elas as cervicais. A
HEID pode provocar algumas complicações como disfagia,
dispnéia e injúrias na medula por menor trauma, devido à
diminuição do canal vertebral. Alguns exames de imagem
da odontologia tais como telerradiografia lateral, tomografia
computadorizada e ressonância magnética são capazes de
identificar essas alterações em estágio inicial, alterando o
prognóstico. Este trabalho relata um caso clínico de um
paciente assintomático que ao realizar tomografia
computadorizada para planejamento de implantes, foi
diagnosticado como portador de HEID, já que apresentou
uma ossificação grosseira anterior a corpos vertebrais
cervicais, comprimindo as vias aéreas da hipofaringe,
associada à ossificação mais tênue do ligamento
longitudinal posterior. É importante que o cirurgião-dentista
conheça esse tipo de alteração e avalie o exame de imagem
de forma integral, não se limitando apenas ao planejamento
odontológico. Com esse compreendimento, a odontologia
se integra a outras áreas médicas, se tornando capaz de
diagnosticar precocemente patologias que podem promover
riscos à saúde geral do paciente.
TL008
[229] AVALIAÇÃO DE DOSES REFERENCIAIS OBTIDAS COM
EXAMES DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
CÔNICO ADQUIRIDOS COM DIFERENTES TAMANHOS DE
VOXEL.
MARIANNA GUANAES GOMES TORRES; IEDA CRUSOÉ
REBELLO; MARCOS NAVARRO; MARLOS BARBOSA RIBEIRO;
JOÃO CARLOS DA SILVA.
UFBA, SALVADOR, BA, BRASIL.
A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC)
apresenta dentre outras vantagens frente à TC multislice, voxel
reduzido, podendo variar de 0,12mm a 0,4mm para aquisição
de imagens usando o aparelho i-CAT, por exemplo. Em geral,
quanto menor o tamanho do voxel, melhor será a resolução.
No entanto, um voxel menor está atrelado a um tempo de
varredura mais longo, o que proporciona algumas
desvantagens como maiores possibilidades de
movimentação do paciente durante o exame e doses mais
elevadas de radiação. O objetivo deste estudo reside na
avaliação do produto dose-área (DAP) e das doses de entrada
na pele (DEP), empregando protocolos com tamanho de voxel
diferente, a fim de determinar melhores parâmetros baseados
nos princípios da radioproteção. Para medição do DEP foi
utilizada uma câmara de ionização do tipo lápis e para DAP
foi utilizado um aparelho PTW. Quatro protocolos préestabelecidos pelo fabricante do i-CAT foram testados, a
saber: 01) 40 seg, voxel de 0,2mm e 46,72mA; 02) 40 seg,
voxel de 0,25mm e 46,72mA; 03) 20 seg, voxel de 0,3mm e
23,87mA; 04) 20 seg, voxel de 0,4mm e 23,87mA. A
quilovoltagem permaneceu constante (120Kvp). Detectou-se
diferença estatisticamente significante (p<0,001) entre os
protocolos, para avaliação do DAP e DEP. O tamanho do voxel
isoladamente não foi capaz de alterar de forma significativa a
dose de radiação quando os demais fatores de exposição
(TE, Kvp e mA) permaneceram constantes. A diferença
significativa presente entre os protocolos está diretamente
relacionada à diferença da miliamperagem e do tempo de
exposição.
TL009
[221] UMA INTERESSANTE TRAJETÓRIA DA DIVISÃO DO
NERVO ALVEOLAR INFERIOR.
OTÁVIO PAGIN; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN;
EDUARDO SANT’ANA; ANA CLAUDIA ARAÚJO; ELEN
TOLENTINO.
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BAURU, SP, BRASIL.
O nervo mandibular ao entrar pelo forame mandibular é
denominado nervo alveolar inferior (NAI). Este apresenta,
principalmente, fibras sensitivas e apenas algumas fibras
motoras, inervando molares inferiores, premolares e a
gengiva adjacente a esses dentes. No forame mentual este
nervo é dividido em dois, onde a porção maior emerge deste
forame e passa a ser denominada nervo mentual, já a porção
menor irá inervar os caninos e incisivos inferiores. O NAI pode
sofrer variações anatômicas como duplicação ou divisão do
canal mandibular. Esse caso clínico relata o achado incidental
de uma divisão do NAI que se desloca em trajetória
ascendente para anterior/medial do ramo ascendente em
direção aos tecidos moles do assoalho bucal. Essa variação
anatômica foi encontrada nas imagens obtidas por meio de
Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC). Esse
paciente possuía radiografia panorâmica anterior na qual não
foi possível observar a divisão do NAI. Essa divisão é
claramente observada nas reformatações, neste caso, seria
uma especulação sugerir quais tecidos, especificamente,
esta ramificação do NAI estaria inervando ao deixar a
mandíbula. As divisões do NAI são relatadas na literatura,
mas sem imagens tridimensionais fica difícil identificar onde
exatamente iniciam e terminam. Assim sendo, os
profissionais devem, cuidadosamente, examinar toda a
extensão do osso mandibular em todas as imagens de
tomografia computadorizada de feixe cônico disponíveis, antes
de procedimentos cirúrgicos.
TL010
[168] CANAL MANDIBULAR NO INTERIOR DA CORTICAL
LINGUAL: CASO CLÍNICO.
BRUNA STUCHI CENTURION; MARIELA SIQUEIRA GIAO
DEZOTTI; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN; OSNY
FERREIRA JÚNIOR; CÁSSIA MARIA FISCHER RUBIRA.
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BAURU, SP, BRASIL.
O canal mandibular é descrito na literatura como
anatomicamente localizado em contato ou muito próximo da
cortical lingual até alcançar o forame mentual. Esses dois
casos clínicos mostram uma variação da localização do canal
mandibular, o qual ocupava toda a espessura da cortical
lingual da mandíbula. Essa variação somente pode ser
observada porque os pacientes foram submetidos a exames
por meio de Tomografia Computadorizada de Feixe cônico
(TCFC) para planejamento de implantes. Essa variação
anatômica pode ser muito importante no planejamento
cirúrgico dessa região, uma vez que o cirurgião pode inclinar
os implantes em direção lingual. O canal mandibular
permaneceu ocupando a cortical lingual mandibular por uma
distância de aproximadamente 3 mm no primeiro paciente e
por 15 mm no segundo. Com a maior disponibilidade da
TCFC para os planejamentos cirúrgicos, os profissionais
devem aproveitar os detalhes anatômicos que essas
imagens oferecem e assim cuidadosamente analisá-las, com
o objetivo de coletar o máximo de informações a respeito da
localização do canal mandibular, pois esse pode ser
anatomicamente variável, até no mesmo paciente.
TL011
[243] PREVALÊNCIA DO POSICIONAMENTO DE TERCEIROS
MOLARES INCLUSOS POR MEIO DE RADIOGRAFIAS
PANORÂMICAS.
FABIO RIBEIRO GUEDES; DAYANE CARVALHO RAMOS
SALLES DE OLIVEIRA; RAISA AMORIM MALAFAIA; ANA
CAROLINA RODRIGUES GOMES; TAYANE HOLZ RESENDE.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RIO DE
JANEIRO, RJ, BRASIL.
Os terceiros molares são dentes que possuem variações de
forma e posicionamento. Por meio da análise radiográfica é
possível classificá-los de forma sistemática para determinar
o grau de inclusão, podendo este fato influenciar na facilidade
de acesso e de remoção. Esta pesquisa se baseia no estudo
por meio de radiografias panorâmicas da prevalência do
posicionamento de terceiros molares inclusos segundo a
classificação de Winter, quanto ao longo eixo do dente vizinho,
e a classificação de Pell & Gregory, em relação ao plano
oclusal e ao ramo mandibular. Foram analisadas 572
radiografias panorâmicas de pacientes de clinicas de
radiologia odontológica da cidade do Rio de Janeiro. Para
isso os pacientes deveriam ter idade igual ou superior a 18
67
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
anos e a presença dos quatro terceiros molares, confirmados
radiograficamente. Como resultado, pode-se observar que
dos 2288 terceiros molares presentes, 1471 (64,29%)
apresentavam-se com algum grau de inclusão dentária,
distribuindo-se em 703 superiores e 768 inferiores. De
acordo com a Classificação de Winter, foram analisados
como mésio-angulados 36,64%, verticais 33,17%, horizontal
24,81%, disto-angulados 3,60%, transversal 1,77% e
nenhum caso de terceiro molar incluso invertido. Segundo a
classificação de Pell & Gregory em relação ao plano oclusal,
os resultados foram 63,28% encontrados na posição B (entre
o plano oclusal e cervical do 2º molar), 28,13% na posição C
(abaixo da linha cervical do 2º molar) e 8,59 na posição A
(mesmo linha do plano oclusal do 2º molar). Quanto a
classificação em relação ao ramo mandibular, encontramos
66,02% Classe II (pouco espaço entre o ramo mandibular e
o 2º molar), 21,74% Classe III (não há espaço para o 3º
molar erupcionar) e 12,24% Classe I (espaço suficiente entre
o ramo mandibular e o 2º molar). Baseado nestes resultados
podemos concluir que os terceiros molares apresentam
maior predileção para inclusão na posição mésio-angular
de Winter, na posição B segundo Pell & Gregory, e quando
inferiores na relação classe II em relação ao ramo
mandibular.
TL012
[158] FORAME MENTUAL ACESSÓRIO: RELATO DE CASO.
FREDERICO SAMPAIO NEVES1; MARIANNA GUANAES GOMES
TORRES2; CHRISTIANO OLIVEIRA-SANTOS3; IEDA CRUSOÉ
REBELLO4; PAULO SERGIO CAMPOS FLORES5.
1.FOP/UNICAMP,
PIRACICABA,
SP,
BRASIL;
2,4,5.UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA),
SALVADOR, BA, BRASIL; 3.FOB/USP, BAURU, SP, BRASIL.
Variações anatômicas associadas ao forame mentual(FMt)
têm sido pouco descritas na literatura. Dentre estas
variações, pode-se observar a presença de um ou mais
forames mentuais acessórios, comumente denominados
de foramina mentual acessória. A sua localização, em
relação ao forame principal, é de fundamental importância
durante procedimentos cirúrgicos e endodônticos. O
objetivo deste trabalho é relatar um de de forame mentual
acessório através da Tomografia Computadorizada e
discutir as principais complicações relacionadas a tal
variação anatômica. A partir dos cortes axiais foram
realizadas reconstruções sagitais, oblíqua, coronais e em
3D demonstrando um forame mandibular, bilateralmente,
de aspecto anatômico dentro da normalidade, assim como
os respectivos canais mandibulares. No corte sagital podese observar uma nítida bifurcação do canal mandibular
esquerdo, entre o terço apical dos pré-molares inferiores
esquerdos originando dois trajetos intra-ósseos e
conseqüentemente dois FMt, superior e inferiormente
posicionados, confirmados através das reconstruções
coronais e em 3D. Os dois forames encontraram-se
separados por um septo ósseo, observado nas
reconstruções. As medidas horizontal e vertical registradas
foram de 2,3mm e 1,6mm para o FM superior enquanto
que no FMt inferior foram de 1,3mm e 1,1mm,
respectivamente. No FMt do lado oposto, direito, registrouse medidas, horizontal e vertical, de 2.6mm e 2.1mm,
respectivamente. Imagens em reconstrução 3D
demonstram duas aberturas por vestibular na região présinfisária esquerda, confirmando a presença de dois
68
forames apenas do lado esquerdo, com trajeto oriundo do
canal mandibular e de calibres próximos.
TL013
[230] AVALIAÇÃO DA ACURÁCIA DE MENSURAÇÕES
LINEARES
EM
IMAGENS
DE
TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO ADQUIRIDAS COM
DIFERENTES TAMANHOS DE VOXEL.
MARIANNA GUANAES GOMES TORRES; IEDA CRUSOÉ
REBELLO; NILSON PENA; PAULO SERGIO CAMPOS
FLORES; CAROLINE ASSIS ALVES.
UFBA, SALVADOR, BA, BRASIL.
A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) permite
a variação do tamanho do voxel para aquisição de imagens.
Em geral, quanto menor o tamanho do voxel, melhor será a
resolução. Este trabalho tem como objetivo avaliar a acurácia
de mensurações lineares feitas na mandíbula através de
imagens de TCFC adquiridas com diferentes tamanhos de
voxel. Oito mandíbulas secas foram submetidas a exames
de TCFC, usando o aparelho i-CAT, a partir de quatro
protocolos, com voxel de 0,2mm, 0,25mm, 0,3mm e 0,4mm.
Cortes tomográficos com visualização mais central dos
marcadores, colocados em seis sítios em cada mandíbula,
foram selecionados para realização de medidas verticais e
horizontais, com o auxílio da ferramenta de mensuração de
linha do software do i-CAT. Os valores obtidos das
mensurações diretas na mandíbula seca, com uso do
paquímetro digital, após secção das mesmas nos sítios préestabelecidos, e das mensurações nas imagens
tomográficas foram comparados e o erro de mensuração (EM)
calculado. Não houve diferença significativa (p›0,05) entre o
EM dos protocolos, o que mostra que eles se comportaram
iguais quanto à realização de medidas para implante. O EM
foi bastante reduzido, uma vez que a média da diferença entre
os valores obtidos nas imagens e na mandíbula seca foi
menor do que 1mm para todos os protocolos e, em sua grande
maioria, sofreram variação para menos. Sendo assim,
protocolos de TCFC com voxel de 0,2mm, 0,25mm, 0,3mm e
0,4mm se mostraram confiáveis e sem diferença entre si
para as mensurações do planejamento de implantes.
TL014
[207] HIPOPLASIA CONDILAR E DO RAMO MANDIBULAR:
RELATO DE CASO COM ACOMPANHAMENTO DE 6 ANOS.
KELLEN CRISTINE TJIOE; MARCELO LUPION POLETI;
CÁSSIA MARIA FISCHER RUBIRA; DANIELA GAMBA GARIB;
IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN.
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BAURU, SP, BRASIL.
Paciente do gênero masculino, leucoderma, 5 anos de idade,
foi encaminhado ao nosso serviço para avaliação da
assimetria facial. Na historia da doença atual a família relatou
progressiva assimetria da face. Os pais informaram que a
criança nasceu de cesariana, sem qualquer complicação, e
nenhuma causa traumática ou contagiosa foi referida. O
exame físico extraoral confirmou a assimetria facial, que se
acentuava durante o movimento de abertura da boca. Não foi
observado anquilose da Articulação Têmporo-mandibular
(ATM). Adicionalmente, o exame intraoral revelou que o paciente
encontrava-se na dentadura mista e era portador de má
oclusão de Classe II associado à mordida profunda. A
radiografia panorâmica demonstrou alteração no
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
desenvolvimento do ramo mandibular, da cabeça da
mandíbula e da fossa mandibular do lado esquerdo. Para
uma investigação mais precisa da região a Tomografia
Computadorizada Helicoidal em 2003 e 6 anos depois uma
tomografia de feixe cônico foi realizada. As reconstruções axial,
coronal e 3D confirmaram o subdesenvolvimento do ramo
mandibular, ausência da fossa mandibular e planificação da
cabeça da mandíbula em ambos exames. Baseado nas
imagens tomográficas e nos achados clínicos iniciais se
manteve o diagnóstico de: hipoplasia condilar e do ramo
mandibular associado à ausência da fossa mandibular
unilaterais. Não houve modificação no padrão ósseo da região
afetada. O paciente atualmente se encontra em tratamento
ortodôntico.
TL015
[262] CISTO RADICULAR NO INTERIOR DO SEIO MAXILAR:
RELATO DE CASO.
FABIO OLIVEIRA CARDOSO; CLAUDIA ASSUNÇÃO E ALVES;
HELENICE DE ANDRADE MARIGO; LUCIANA CARDOSO
FONSECA; FLÁVIO RICARDO MANZI.
PUC, BH, MG, BRASIL.
Cistos Odontogênicos são lesões derivadas da estimulação
e proliferação do epitélio dental residual. Apesar de serem
mais freqüentes na mandíbula, quando encontrados na
maxila podem comprometer o seio maxilar, desencadeando
sintomatologia que simula uma sinusopatia de evolução
atípica. A avaliação imaginológica é essencial para o estudo
destas lesões. Vários são os exames por imagem utilizados
na odontologia, sendo a Tomografia Computadorizada (TC)
um dos métodos mais utilizados. A TC auxilia não só no
diagnóstico, mas também na determinação da localização,
da relação da lesão com as estruturas adjacentes e no
planejamento do plano de tratamento. Paciente J. A. C., sexo
masculino, 49 anos de idade, procurou a clínica de cirurgia
buco-maxilo-facial da PUC Minas para realização de implantes
dentários. Nos exames radiográficos pré-operatórios,
observou-se a presença de imagem semelhante a cisto no
interior do seio maxilar. Foi então realizada uma tomografia
por feixe cônico para melhor esclarecimento do caso, onde
se observou presença de um cisto no interior do seio do
maxilar provocando reabsorção no osso cortical. Após
enucleação completa da lesão, a peça cirúrgica foi
encaminhada para exame histopatológico que teve como
resultado cisto radicular.
TL016
[188] SINOVITE VILONODULAR PIGMENTADA ACOMETENDO
A ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR.
DANIEL BERRETTA ALVES1; MÁRIO ROMAÑACH GONZALEZ
SOBRINHO2; BERNARDO FERREIRA BRASILEIRO3; PABLO
AGUSTIN VARGAS4; OSLEI PAES DE ALMEIDA5.
1,2,4,5.FOP-UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL;
3.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJÚ, SE,
BRASIL.
A sinovite vilonodular pigmentada (SVP) é uma lesão benigna
localmente agressiva que acomete preferencialmente as
articulações do joelho e quadril de indivíduos jovens, sendo
raro o envolvimento da articulação temporomandibular. Os
aspectos clínicos consistem em aumento de volume préauricular sintomático e limitação dos movimentos
mandibulares, enquanto que os exames de imagem
demonstram massa peri-articular assimétrica e mal
delimitada, destruindo a articulação e infiltrando estruturas
adjacentes. O tratamento é a remoção cirúrgica da lesão
com sinovectomia total e radioterapia adjuvante para lesões
extensas. Paciente do gênero masculino, 26 anos,
compareceu ao serviço de cirurgia buco-maxilo-facial
queixando-se de dificuldade em movimentação mandibular
e perda progressiva da audição há cerca de 2 meses. O
exame físico extra-oral revelou assimetria facial do lado
esquerdo e no exame físico intra-oral era evidente a limitação
da abertura bucal. Na tomografia computadorizada foi
possível observar lesão extensa destruindo côndilo
mandibular e osso temporal do lado esquerdo e infiltrando
base do crânio. Paciente foi submetido à biópsia incisional
e o espécime foi encaminhado para histopatologia. As
características microscópicas incluíram a presença de
grupos de células mononucleares e gigantes multinucleadas
em meio de um estroma rico em pigmentos de
hemossiderina e áreas hialinas. O diagnóstico final de SVP
foi estabelecido após a avaliação dos aspectos clínicos,
imaginológicos e histopatológicos da lesão. O paciente foi
submetido à ressecção total da lesão e radioterapia
adjuvante, atualmente encontra-se em acompanhamento
clínico há 7 meses sem sinais de recidiva.
TL017
[204] AVALIAÇÃO DO EFEITO RADIOPROTETOR DA VITAMINA
E EM GLÂNDULAS PARÓTIDAS DE RATOS : UMA ANÁLISE
MORFOMÉTRICA.
CAROLINA CINTRA GOMES; FLAVIA MARIA MORAES RAMOSPEREZ; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA; FRAB NORBERTO
BÓSCOLO.
UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL.
O objetivo foi avaliar, por meio de análise morfométrica, o
efeito radioprotetor da vitamina E em glândulas parótidas de
ratos. Foram utilizados 90 ratos machos (Rattus norvegicus,
Albinus, Wistar), os quais foram divididos aleatoriamente em
cinco grupos experimentais: Óleo, correspondendo aos
animais que receberam óleo de oliva; Óleo Irradiado, aos
animais que receberam óleo de oliva e foram irradiados com
dose única de 15 Gy de radiação gama na região de cabeça
e pescoço; Irradiado, animais que foram irradiados da mesma
forma que o grupo anterior; Vitamina E, aos animais que
receberam solução de acetato de alfa-tocoferol (vitamina E) e
Vitamina E Irradiado, no qual os animais receberam a mesma
solução antes de serem irradiados. Oito horas e trinta dias
após a irradiação, realizou-se a remoção cirúrgica das
glândulas parótidas e o sacrifício dos animais. As peças foram
preparadas de acordo com o protocolo estabelecido pela
disciplina de Histologia da Faculdade de Odontologia de
Piracicaba – UNICAMP. Os cortes histológicos obtidos foram
montados em lâminas, corados com hematoxilina e eosina,
sendo posteriormente utilizados para avaliação morfométrica.
Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA)
e ao teste de Tukey. A análise morfométrica dos ácinos mostrou
diferença estatística dentro de cada um dos tempos e quando
comparou-se cada grupo entre os dois tempos. As análises
morfométricas dos ductos intercalares e estriados não
mostraram diferenças estatísticas significativas. Dentro das
condições experimentais utilizadas, conclui-se que a vitamina
E demonstrou leve ação radioprotetora em glândulas parótidas
irradiadas
69
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
TL018
[190] RELACIONAMENTO DE PERIAPICOPATIAS COM
ESTRUTURAS NOBRES ADJACENTES EM TCFC.
FELIPE FERREIRA COSTA 1 ; CLAUDIA TORRES
COSCARELLI2; BERNARDO CAMARGO DOS SANTOS3.
1.USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2,3.BYOIMAGEN, RIO DE
JANEIRO, RJ, BRASIL.
As patologias do periápice constituem grande parte das
afecções tratadas na Endodontia e para a realização de um
plano de tratamento adequado, o radiologista deve fornecer
informações precisas ao endodontista. A visualização
tridimensional das estruturas anatômicas, através da
Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) permite
o estudo apurado das periapicopatias e sua evolução
tridimensional no osso alveolar. O exame tomográfico permite
a avaliação do relacionamento entre as estruturas anatômicas
e os ápices radiculares, assim como, entre as patologias
periapicais e estruturas nobres como: seio maxilar, fossa nasal
e canal mandibular. O objetivo deste trabalho é demonstrar e
discutir casos clínicos de pericopatias e lesões endoperiodontais através de exames convencionais e TCFC.
Dependendo do grau de destruição óssea provocado pela
periapicopatia e sua localização, as radiografias periapicais
poderão não revelar estas condições. Estudos como o de
Bender (1961), Schwartz (1971) e Wallace (2001) mostraram,
através de lesões ósseas experimentais criadas no osso
esponjoso e estendendo-se aos limites da superfície do osso
cortical, que estas são de difícil visualização radiográfica
através desta técnica. Buscando o aumento da sensibilidade,
especificidade e acurácia dos métodos radiográficos na
detecção das patologias periapicais, estudos utilizando-se
da TCFC, como o de Lofthag-Hansen (2007) e Estrela (2008),
tem validado este método de diagnóstico na avaliação das
estruturas do periápice dentário. A adequada interpretação
radiográfica das imagens tridimensionais fornecidas pela
TCFC, feita pelo radiologista, tem papel importante no
diagnóstico precoce e plano de tratamento do endodontista.
TL019
[161] IMPORTÂNCIA DAS RADIOGRAFIAS VOLUMÉTRICAS
PARA A ORTODONTIA.
ROBERTO HIROSHI MATSUI; JULIO CEZAR DE MELO
CASTILHO; EDMUNDO MEDICI-FILHO; LUIZ CESAR DE
MORAES; CYBELLE MORI HIRAOKA.
UNESP, SÃO AULO, SP, BRASIL.
Dentre as inovações tecnológicas, a Ortodontia pode tirar
proveito das radiografias volumétricas. As avaliações
cefalométricas estão mudando com a inclusão de imagens
tridimensionais; no entanto as imagens em cortes ainda não
são de uso rotineiro dos ortodontistas mais resistentes ou
conservadores. Essa é uma tendência que deve mudar em
breve, pois as vantagens dessa modalidade de exame são
de fundamental importância para observação dos campos
de atuação que até então só imaginávamos. Assim como na
Implantodontia, para a Ortodontia é importante a avaliação da
espessura e quantidade óssea para a movimentação
dentária, para um melhor posicionamento das raízes. A
utilização dos miniparafusos como sistema de ancoragem
são facilitados quando conhecemos a espessura da cortical.
A avaliação do crescimento, maturação, simetria, são algumas
vantagens desta radiografia. Outra vantagem da radiografia
volumétrica digital é a facilidade de diagnóstico dos eventos
70
que encontramos rotineiramente na Odontologia, como
extranumerários, posicionamento dos terceiros molares,
lesões. Quanto à quantidade de radiações, são minimizadas
pela tecnologia dos aparelhos modernos de tomografias. As
análises cefalométricas que estão sendo desenvolvidas
carecem de padronizações e valores referenciais, uma vez
que a análise não deve sugerir normas por se tratar de uma
análise diferencial. Esse trabalho tem como objetivo mostrar
essas ocorrências de modo a incentivar os ortodontistas a
fazer uso dessa tecnologia como elemento auxiliar de rotina
na pasta de suas documentações. Conclusão: a imagem
volumétrica é um elemento auxiliar que evidencia em três
dimensões, acurando o diagnóstico e o resultado satisfatório
dos tratamentos.
TL020
[155] FORAMES E CANAIS ÓSSEOS LINGUAIS DA REGIÃO
ANTERIOR DA MANDÍBULA OBSERVADOS EM IMAGENS DE
TC DE FEIXE CÔNICO.
CHRISTIANO OLIVEIRA-SANTOS; ANA LÚCIA ÁLVARES
CAPELOZZA; JOSÉ HUMBERTO DAMANTE; IZABEL REGINA
FISCHER RUBIRA-BULLEN.
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BAURU, SP, BRASIL.
A região anterior da mandíbula é muitas vezes considerada
segura para procedimentos cirúrgicos como a colocação de
implantes dentários intraósseos. Contudo, estruturas
contendo nervos e vasos sanguíneos com potencial para
ocasionar complicações são frequentemente negligenciadas
nas avaliações pré-operatórias. Estudos recentes têm
demonstrado o conteúdo e a morfologia dos forames e canais
ósseos situadas na porção mediana lingual da mandíbula,
que abrigam ramos da artéria lingual, sublinguais e/ou
submentais, nervo lingual e nervo milo-hioídeo. A identificação
de tais estruturas nos exames pré-cirúrgicos é de fundamental
importância no intuito de evitar danos neurossensoriais e
hemorragias em procedimentos envolvendo a região de linha
média mandibular. Os exames radiográficos convencionais
apresentam limitações na detecção e avaliação do curso dos
canais ósseos. A tomografia computadorizada (TC) tem sido
utilizada para descrever a localização e as variações
morfológicas da região anterior da mandíbula. Mais
recentemente, a TC de feixe cônico (TCFC) fornece imagens
com informação detalhada em diferentes planos, utilizando
dose de radiação relativamente menor e custo inferior. Os
autores fazem uma breve revisão da literatura atual e
apresentam imagens de TCFC da mandíbula demonstrando
os forames e canais ósseos da região anterior e apontando
para a possibilidade de ocorrência de anastomoses entre
estes canais.
XVI JORNADA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA
3 a 5 DE SETEMBRO DE 2009
CENTRO DE CONVENÇÕES DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
OURO PRETO – MG
RESUMOS DE TRABALHOS
- PAINEIS -
71
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
PC001
[257] CONTRIBUIÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
POR FEIXE CÔNICO PARA O DIAGNÓSTICO DAS LESÕES
ENDODÔNTICAS E PERIODONTAIS.
ALEXANDRE PEREZ MARQUES1; FELIPE FERREIRA COSTA2;
MARCELO GUSMÃO PARAÍSO CAVALCANTI3.
1.UNIVERSIDADE GAMA FILHO, RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL; 2,3.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO,
SP, BRASIL.
As aplicações da Tomografia Computadorizada por Feixe
Cônico vêm sistematicamente se multiplicando na
odontologia contemporânea. Esta tecnologia tornou-se uma
grande aliada no planejamento e diagnóstico de várias
especialidades odontológicas que, até então, não faziam parte
do uso de imagens em três dimensões – volumétricas –
como a endodontia e a periodontia. Uma modalidade de
imagem de alta resolução e ao alcance do cirurgião-dentista,
como a tomografia computadoriazada por feixe cônico (TCFC),
pode suplantar as limitações das técnicas convencionais
trazendo informações até então despercebidas na rotina da
clínica odontológica. Buscando o aumento da sensibilidade,
especificidade e acurácia dos métodos radiográficos na
detecção das patologias periapicais, estudos utilizando-se
da TCFC, como o de Lofthag-Hansen (2007) e Estrela (2008),
tem validado este método de diagnóstico na avaliação das
estruturas do periápice dentário. Na especialidade de
periodontia, as radiografias de eleição utilizadas como exame
por imagem eram até então as periapicais e as
interproximais, porém com o surgimento da TCFC, estudos
vêm sendo realizados para determinar as vantagens desta
modalidade de tomografia em relação às radiografias
comumente utilizadas, que apresentam uma imagem
bidimensional de uma complexa estrutura anatômica
tridimensional, tornando difícil, por exemplo, determinar-se o
número de paredes envolvidas de uma doença periodontal
com precisão, ou a profundidade de um defeito ósseo.
Objetivo deste trabalho é demonstrar uma recente e
importante aplicação da TCFC nas especialidades
odontológicas de endodontia e periodontia, contribuindo para
a solução de casos difíceis somente pelas técnicas
convencionais.
PC002
[256] ACURÁCIA DAS IMAGENS POR RESSONÂNCIA
MAGNÉTICA COMPARADAS COM A TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA PARA O PLANEJAMENTO DE
IMPLANTES DENTÁRIOS.
ALEXANDRE PEREZ MARQUES1; MARCELO FREITAS DE
AGUIAR2; ANTONIO CARLOS PIRES CARVALHO3; MARCELO
GUSMÃO PARAÍSO CAVALCANTI4.
1.UNIVERSIDADE GAMA FILHO, RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL; 2.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA,
PETRÓPOLIS, RJ, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL;
4.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
Vários técnicas radiográficas podem ser utilizadas para o
planejamento de implantes dentários. Com destaque à TC,
pois apresenta alta resolução e possibilidade de medidas
da altura e espessuras ósseas. Como alternativa à TC, temse sugerido as imagens por ressonância magnética(IRM),
pois não utiliza radiação ionizante e também fornece tais
medidas, além de não apresentar artefatos metálicos,
servindo como uma alternativa satisfatória nestes casos. O
objetivo deste foi, avaliar a precisão das IRM comparadas
com a TC para o planejamento de implantes dentários em
relação às medidas ósseas. Cinco mandíbulas secas foram
submetidas à exames de IRM e TC. Cada mandíbula tinha 3
72
sítios demarcados. As imagens foram enviadas para 4
dentistas radiologistas medirem a altura óssea nas áreas
demarcadas. Foram feitas medidas nas mandíbulas secas
nas mesmas áreas. As medidas obtidas em IRM e TC foram
comparadas com as das mandíbulas secas utilizando-se o
teste de ANOVA. As diferenças entre as medidas obtidas das
mandíbulas secas e as dos exames de IRM e TC variaram de
0,13 a 1,67mm, com 10 sítios sendo sobre-estimados nos
exames de IRM e 5 sítios sendo sob-estimados. As diferenças
entre as medidas dos exames de IRM e TC variaram de 0,03
a 1,00mm, com 9 sítios dando maior valor nos exames de
IRM, e 6 sítios dando maior valor nos exames de TC. Não
houve diferenças estatisticamente significantes entre os 3
grupos de medidas(p=0.98).
As IRM, quando
comparadas com a TC, mostraram ser confiáveis em relação
às medidas ósseas para o planejamento de implantes
dentários.
PC003
[258] ASPECTOS IMAGINOLÓGICOS DA PERIOSTITE
OSSIFICANTE.
ALYNNE VIEIRA DE MENEZES1; DANIELA PITA DE MELO2; IEDA
CRUSOÉ REBELLO3; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA4; PAULO
SERGIO CAMPOS FLORES5.
1.UNICAMP/FCRS, PIRACICABA/FORTALEZA, SP, BRASIL;
2,4.UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 3,5.UFBA,
SALVADOR, BA, BRASIL.
A Periostite Ossificante, também denominada Osteomielite
de Garrè é caracterizada pela formação de osso periférico
com reação periosteal em resposta à uma inflamação.
Clinicamente o processo reativo é explicado por um aumento
de volume, firme à palpaçäo, e a subseqüente assimetria
facial as quais o paciente pode apresentar. A lesão é
usualmente assintomática sem acometimento geral e sinais
locais de inflamação, embora o quadro clínico possa variar
amplamente. A baixa virulência da infecçäo e a alta resistência
do paciente provocam uma reaçäo do tecido ósseo
caracterizada pelo espessamento localizado do periósteo com
um depósito reativo de osteóide e nova cortical óssea. As
radiografias apropriadas apresentam então laminações
radiopacas do osso resultando em um aspecto lamelar de
contornos regulares ou mesmo com duplicaçäo da cortical,
sugerindo aspecto de “casca de cebola”. Tendo em vista a
dificuldade na angulação apropriada e problemas
relacionados à sobreposição do osso subjacente, a
tomografia computadorizada tem provado ser um exame por
imagem consistente na demonstração da Periostite
Ossificante.
Temos como objetivo apresentar um caso de Periostite
Ossificante em um paciente de 13 anos, sexo masculino com
queixa de aumento de volume na região posterior de
mandíbula do lado esquerdo. O paciente relatava
sensibilidade dolorosa ao toque e seus gânglios
apresentavam-se enfartados, embora não se observasse
sinais de supuração. No exame de tomografia computadoriza
observou-se o aumento da cortical óssea, da espessura da
mandíbula e a neoformação óssea periosteal. A biópsia óssea
foi executada e a amostra enviada para avaliação histológica
confirmando o diagnóstico de Periostite Ossificante.
PC004
[266] ADENOCARCINOMA DE MAMA MIMETIZANDO SINAIS E
SINTOMAS DE DESORDEM TEMPOROMANDIBULAR- RELATO
DE CASO.
ALYNNE VIEIRA DE MENEZES1; DANIELA PITA DE MELO2;
LUCIO MITSUO KURITA3; FRANCISCO HAITER NETO4;
SOLANGE MARIA DE ALMEIDA5; FLAVIA MARIA MORAES
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
RAMOS-PEREZ6.
1.UNICAMP/FCRS, PIRACICABA/FORTALEZA, SP, BRASIL;
2,4,5.UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 3.UNIFOR,
FORTALEZA, CE, BRASIL.
O diagnóstico de disfunção temporomandibular (DTM)
representa um desafio para o cirurgião-dentista, uma vez que
uma
grande
variedade
de
alterações
como
musculoesqueletais, dentais, inflamatórias e neoplásicas
podem manifestar-se com sintomatologia na articulação
temporomandibular (ATM). Os sinais/sintomas mais
frequentes incluem edema periauricular, sons articulares,
mobilidade mandibular limitada, dor, desvio de abertura entre
outros. Infelizmente, esses sintomas podem aparecer
associados a outras patologias mais comuns que envolvem
a ATM tais como desarranjo interno, dor miofacial, artralgia,
injúrias traumáticas, etc. Não é incomum observar pacientes
que reclamam do que parece ser uma DTM, mas que na
realidade sofrem de uma doença sistêmica, infecção dentária
ou neoplasia. Embora metástases na região de cabeça e
pescoço sejam infrequentes, devem ser sempre consideradas
no diagnóstico diferencial dessas alterações.
O presente relato descreve um caso de paciente com lesão
metastática localizada na mandíbula originada de um
adenocarcinoma mamário, inicialmente diagnosticado como
tendo DTM. A lesão foi primeiramente observada por um
radiologista em uma radiografia panorâmica o que demonstra
o papel importante do cirurgião-dentista no diagnóstico de
metástases na cavidade oral, bem como suspeitar de tumores
primários ocultos, podendo melhorar a sobrevida dos
pacientes.
PC005
[242] INTERPRETAÇÃO RADIOGRÁFICA DE LESÕES NOS
MAXILARES POR ALUNOS DE ODONTOLOGIA DA UFPB.
AMANDA MARIA MEDEIROS ARAÚJO1; AMARO LAFAYETTE
NOBRE FORMIGA FILHO2; ANDRÉA DOS ANJOS PONTUAL3;
MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL4.
1.FOP/UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,4.UFPB, JOÃO
PESSOA, PB, BRASIL; 3.FOP/UPE, RECIFE, PE, BRASIL.
O objetivo desta pesquisa foi avaliar a interpretação em
radiografias panorâmicas de lesões nos maxilares, por
alunos do curso de graduação em Odontologia. Fizeram parte
da amostra, 32 alunos os quais foram divididos em: grupo I,
constituído por 8 alunos do sexto e 8 alunos do sétimo
períodos; e grupo II, por 8 alunos do nono e 8 alunos do
décimo períodos. Cada aluno avaliou 23 imagens
digitalizadas de radiografias panorâmicas. Os grupos I e II
apresentaram índices de acertos quanto à alteração,
sensibilidade e especificidade de 88,9%, 94% e 83%; e,
91,6%, 91%, e 81%, respectivamente. Para a localização
das avaliações verdadeiro-positivas, o grupo II obteve maior
percentual de acertos (81,5%) que o grupo I (79,3%). Houve
menor índice de acertos das avaliações verdadeiro-positivas
na região anterior da maxila. Em relação ao diagnóstico das
avaliações falso-positivas, a região ântero-inferior e o cisto
radicular foram os mais selecionados. Levando-se em
consideração o percentual de acertos quanto ao diagnóstico
das avaliações verdadeiro-positivas quanto à localização, o
índice de acertos foi 51,1% no grupo I e, 50,3% no grupo II. A
displasia cemento-óssea periapical, cisto dentígero e cisto
de Stafne, foram as alterações mais corretamente
interpretadas, enquanto que o ameloblastoma unicístico, o
menos. Concluiu-se que os grupos de alunos apresentam
índices satisfatórios e competências semelhantes na
interpretação de radiografias panorâmicas. A região anterior
e posterior de mandíbula é a mais passível de diagnóstico
falso-positivo.
PC006
[238] DENS IN DENTE EM PRÉ MOLAR INFERIOR: RELATO DE
RARO CASO UTILIZANDO A TCFC PARA DEFINIÇÃO DO
DIAGNÓSTICO.
AMANDA MARIA MEDEIROS ARAÚJO1; FLAVIA MARIA MORAES
RAMOS-PEREZ2; FREDERICO SAMPAIO NEVES3; MARIA LUIZA
DOS ANJOS PONTUAL4; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA5.
1,2,3,5.FOP/UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 4.UFPB,
JOÃO PESSOA, PB, BRASIL.
Dens in dente também conhecido como dente invaginado é
uma má formação de desenvolvimento dos dentes que pode
ocorrer quando o esmalte sofre invaginação antes que a
calcificação seja completada. Pode ocorrer em qualquer dente
permanente, mas os mais afetados são os incisivos laterais
superiores, seguido dos incisivos centrais superiores; sendo
raro em dentes mandibulares posteriores. Seu diagnóstico
pode ser feito por meio do exame radiográfico até mesmo
antes da sua erupção, sendo importante para a prevenção de
cárie, infecção e da perda prematura do dente. Devido a sua
forma variada e complexa, esta anomalia pode causar
dificuldades no diagnóstico e plano de tratamento. O objetivo
deste trabalho é apresentar um raro caso de dens in dente na
região do dente 44, em uma paciente de 16 anos que procurou
uma Clínica de Radiologia para realização de exames de
rotina. Na radiografia panorâmica observou-se uma alteração
na forma do dente 44 e presença de lesão periapical.
Radiografias periapicais e oclusal foram feitas onde foi
possível notar uma malformação que se extendia do terço
cervical coronário ao ápice radicular, com provável
envolvimento da câmara pulpar e canal radicular, além de
lesão periapical. Para melhor avaliação, foi solicitada uma
tomografia computadorizada de feixe cônico que permitiu a
visualização clara da forma do dente invaginado e de osteólise
em toda a região do ápice dental. Conclui-se que a TCFC é
fundamental para o diagnóstico de alterações morfológicas
nos dentes, além de fornecer informações precisas a respeito
de extensões de lesões periapicais.
PC007
[209] ESTUDO TOMOGRÁFICO DA HEMIHIPERTROFIA
CONGÊNITA.
ANAMARIA LIMA LARANJEIRA1; LUÍS ANTÔNIO NOGUEIRA
SANTOS2; HERCÍLIO MARTELLI JÚNIOR3; ROSELI TEIXEIRA
MIRANDA4; LETÍZIA MONTEIRO BARROS5.
1.CLINICA PARTICULAR, MONTES CLAROS, MG, BRASIL;
2.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, MONTES
CLAROS, MG, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
MONTES CLAROS, MONTES CLAROS, MG, BRASIL;
4,5.UNIVERSIDADE DE ALFENAS, ALFENAS, MG, BRASIL.
A hemihipertrofia congênita, hemimacrossomia, gigantismo
parcial ou hemihiperplasia são termos que definem uma
condição de origem congênita que manifesta de maneira
esporádica caracterizando-se pelo crescimento unilateral dos
tecidos moles, ósseos e dentes da face. Paciente de 8 anos
acompanhado de sua mãe procurou a Universidade de
Odontologia de Alfenas com a queixa de “crescimento anormal
da maxila do lado direito”. A mãe relatou durante a anamnese
que o crescimento facial da criança foi normal até os dois
anos de idade, que a mesma é fruto de casamento
consangüíneo, porém seus pais e os três outros irmãos são
clinicamente normais. Ao exame extra-oral foi possível
observar a expansão óssea do lado direito estendendo-se
até a região mediana submandibular não sendo observado
linfadenopatia ou outra alteração nas demais partes do corpo.
Ao exame intra-oral foi possível observar o crescimento ósseo
associado aos tecidos que apresentavam aparência
cianótica, firme, densa e fibrosa. No exame radiográfico
73
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
panorâmico observamos algumas agenesias maxilares e a
assimetria mandibular. Para melhor avaliação da deformidade
facial foi solicitado tomografia computadorizada as imagens
axiais e coronais mostraram o crescimento irregular
associado ao aumento da densidade do lado direito das
seguintes estruturas osso esfenóide, arco zigomático, osso
zigomático, osso occipital, esfenóide e cabeça da mandíbula,
não sendo encontrada nenhuma alteração cerebral, porém,
os ossos pariental e frontal mostraram-se hiperplásicos. O
diagnóstico final foi de hemihipertrofia congênita.
PC008
[231] CONTEXTO ATUALIZADO DAS AFECÇÕES
MAXILOMANDIBULARES.
ANDRÉ BANDEIRA LERNER; REGINA LUCIA SEIXAS PINTO;
MARIANNA GUANAES GOMES TORRES; FELIPE DA GAMA
LOBO LORENS.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, SALVADOR, BA,
BRASIL.
Considerado por estudiosos como um procedimento a ser
desvendado, o diagnóstico por imagem envolve a
interpretação ou a visualização dos sinais que, a partir do
conhecimento do aspecto atual, podem-se identificar as
alterações e sugerir o tipo de lesão e doença.
Consequentemente, diagnosticar é reconhecer uma
determinada doença ou lesão, onde, perceber a doença e as
limitações dos diversos tons existentes, distinguindo os
aspectos de normalidade das estruturas anatômicas com
suas frequentes variantes, e as condições patológicas que
afetam o complexo craniofacial é condição sinequanon para
o especialista da área. Devido à maioria das lesões
apresentarem características similares e uma mesma
entidade apresentar aspectos distintos, os detalhes e
peculiaridades de uma imagem, ou seja, local onde se situa,
como se desenvolve, extensão, forma, contorno, densidade,
estrutura interna, efeitos que causam às estruturas
adjacentes, relacionadas à idade e a etnia do indivíduo,
proporcionam o reconhecimento dos padrões específicos
conduzindo o profissional a estabelecer semelhanças e
diferenças entre eles. Dessa maneira, o objetivo desse
trabalho é realizar uma revisão de literatura sobre os diversos
aspectos encontrados em diferentes afecções que acometem
o complexo maxilomandibular, evidenciando o papel da
Radiologia e Imagenologia na elaboração de um diagnóstico
diferencial.
PC009
[248] HIPERPLASIA DA CABEÇA DA MANDÍBULA EM PACIENTE
ORTODÔNTICO ADULTO – RELATO DE CASO.
ANDREA KUROIVA YANIKIAN1; FABIO YANIKIAN2; FLAVIO S W
FERRAZ3; FRAB NORBERTO BÓSCOLO4.
1.FOP- UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2.FOUSP, SAO
PAULO, SP, BRASIL.
Paciente, masculino 20 anos de idade, feoderma, procurou
tratamento ortodôntico devido à presença de apinhamento
dentário. Na radiografia panorâmica inicial, observou-se
taurodontismo nos dentes 16, 26, 37, 46 e 47, impacção do
dente 13, retenção do dente 63 e ausência do dente 36.
Clinicamente, o paciente apresentava mordida aberta anterior
e padrão esquelético Classe III. Iniciou-se o tratamento
ortodôntico, com interrupção do mesmo por um período
aproximado de 2 anos. Quando o paciente retornou
apresentava alteração da oclusão, desvio da linha média para
o lado esquerdo, além de assimetria facial pronunciada.
Realizaram-se novos exames radiográficos, constatando
aumento da cabeça da mandíbula do lado direito, com
diagnóstico presuntivo de hiperplasia da cabeça da
mandíbula. O tratamento de eleição foi o tratamento
74
ortodôntico combinado com cirurgia ortognática e
condilectomia. A hiperplasia da cabeça da mandíbula é uma
anomalia de desenvolvimento mais comum em indivíduos
do sexo masculino, e descoberta, na maioria dos casos, até
os 20 anos de idade.
PC010
[252] AVALIAÇÃO DOS RECURSOS DE MENSURAÇÃO EM
DIFERENTES SISTEMAS DE RADIOGRAFIA DIGITAL.
ANGELICA MARIA HERNANDEZ; TIAGO GORGULHO ZANET;
MARLENE FENYO-PEREIRA.
FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
Introdução: Os avanços na área de radiologia digital
proporcionam novas informações e aplicações de seus
sistemas, tornando-se assim ferramenta indispensável para
a comunicação entre profissionais e pacientes. Objetivos:
Comparar o grau de precisão das ferramentas de mensuração
e a influência da posição e do tamanho do padrão de
calibração em radiografias realizadas na maxila, por meio de
três sistemas de radiografia digital. Métodos: Para obtenção
do Padrão Ouro (PO) retirou-se 10 segundos pré-molares
superiores, mediu-se a distância ocluso-apical com um
paquímetro digital e depois reposicionados. Para padronizar
as radiografias utilizou-se posicionadores radiográficos e
uma base de poliéster, na qual foi colocada dois padrões
metálicos medindo 5mm(PA) e 10mm(PB), fixadas em
posição vertical. Utilizou-se três sistemas de radiografia digital
(VistaScan, Visualix e KodaK5000) para a captura e seus
softwares para realizar as medidas. Quatro observadores
realizaram as medidas. Utilizou-se ANOVA seguida de Tukey
a 5%. Resultados: Houve diferença estatística significante
em relação ao tamanho e a localização do padrão de
calibração. Padrão disposto sobre SD, houve diferença
estatística significante entre SCxPA (p=0,021); com o padrão
disposto sobre PR em comparações múltiplas POxPA, SCxPA,
SCxPB (p=0,001). O VistaScan apresentou diferença
significativa para a localização sobre a PR em POxSC
(p=0,0003). O Visualix apresentou diferença significativa para
a localização sobre a PR em POxPA(p=0,0014). Não houve
diferença estatística significante entre os quatro observadores.
Conclusão: O tamanho e a localização do padrão metálico
interferem nos valores das mensurações. O Kodak5000 foi o
que obteve as medidas mais próximas ao padrão ouro.
PC011
[191] SINUSOPATIAS INFLAMATÓRIAS CAUSADAS POR
LESÕES ENDO-PERIODONTAIS EXAMINADAS PELA TCFC.
BERNARDO CAMARGO DOS SANTOS1; FELIPE FERREIRA
COSTA2; CLAUDIA TORRES COSCARELLI3.
1,3.BYOIMAGEN, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2.USP, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
A polpa dentária possui uma estreita relação com o
periodonto. Quando o processo infeccioso ocorre
simultaneamente na polpa e no periodonto, entende-se por
lesão endo-periodontal. O sucesso do tratamento desta
patologia está relacionado diretamente à sua identificação
precoce. Por este motivo, o exame clínico e radiográfico tem
determinante importância. Devido à proximidade das raízes
dos dentes superiores posteriores com o seio maxilar, em
determinados casos, é possível observar o rompimento da
fina membrana sinusal e a conseqüente sinusopatia
inflamatória. O objetivo deste trabalho é demonstrar, através
de casos clínicos, a ocorrência de sinusopatias inflamatórias
causadas por lesões endo-periodontais em exames
realizados pela Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico
(TCFC). Segundo Mehra e Jeong (2009), 10 a 12% dos casos
de sinusopatias teriam etiologia odontogênica e isto se deve
ao estreito relacionamento entre os dentes superiores
posteriores e o seio maxilar e a consequente invasão
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
bacteriana das infecções de origem dentária.
Huang e Brunsvold (2006) relatam, através de um caso clínico,
a importância do exame tomográfico na avaliação da
comunicação buco-sinusal provocada por um defeito ósseo
na região de molares superiores submetidos à terapia
periodontal. Em seu estudo, Lofthag-Hansen (2007) constatou
que o diagnóstico de lesões que se expandem ao seio maxilar
foram 13 em radiografias convencionais e 18 na TCFC.
Conclusão: As imagens tridimensionais geradas pela TCFC
auxiliam o radiologista no diagnóstico da extensão de lesões
endo-periodontais e sua relação com o seio maxilar adjacente.
obtenção dos fatores envolvidos nas razões avaliadas. A
marcação dos pontos foi realizada em dois tempos, num
intervalo de 30 dias, a fim de avaliar o erro intra-examinador.
Após análise estatística por meio do teste t de Student e t
pareado, comparando-as ao número áureo 1,618, as razões
Or-Me/Co-Go, Pog-Op/Or-Me e Pog-Op/Enp-Op não diferiram
estatisticamente antes e depois do tratamento protético. As
razões Or-Me/Ena-Enp, Or-Me/N-Ena, Or-Me/Op-N e N-Me/EnaMe diferiram estatisticamente, sendo a última de forma
favorável, ou seja, aproximou-se ao número áureo após o
tratamento por próteses totais.
PC012
[216] LINFOMA MIMETIZANDO LESÃO PERIAPICAL: RELATO
DE CASO.
BRUNO AUGUSTO BENEVENUTO DE ANDRADE; RENATO
NICOLÁS HOPP; VICTOR HUGO TORAL- RIZO; JACKS
JORGE; MÁRCIO AJUDARTE LOPES.
FOP-UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL.
Linfomas são tumores malignos do sistema linfóide,
especialmente de linfócitos e células precursoras. O tempo
linfoma maligno é reservado para processos neoplásicos
que se apresentam inicialmente como lesões localizadas e
são caracterizadas por tumores nodulares grosseiros.
Relatamos o caso de um paciente do gênero masculino, 39
anos de idade, leucoderma, que procurou o consultório
odontológico particular para tratamento periodontal. Durante
a anamnese relatou estar em odontológico há
aproximadamente 1 ano. Nesse período haviam sido
realizadas endodontias dos dentes 41,42 e 43 e apicectomia
na região do dente 43. Ao exame clínico foi observado aumento
de volume na face vestibular do rebordo alveolar, região dos
dentes ântero-inferiores, de duração desconhecida. O exame
radiográfico demonstrou alterações no trabeculado ósseo em
mandíbula, na região de incisivos a molares do lado direito.
Foi realizada biópsia incisional que definiu o diagnóstico como
linfoma, confirmado por meio de reações imunoistoquímicas
com os anticorpos CD3, CD20, CD45Ro, CD79a e Ki-67. A
alta taxa de positividade para Ki-67 e marcação positiva para
CD20, adicionalmente às demais características,
especificaram a lesão como linfoma não-Hodgkin de grandes
células B de alto grau. O paciente está em tratamento com RCHOP (rituximab, ciclofosfamida, adriamicina, vincristina e
prednisona) em um centro de referência em Hematologia.
PC014
[184] ACHADOS INCIDENTAIS EM RADIOGRAFIA PANORÂMICA
E TOMOGRAFIA DE FEIXE CÔNICO.
MARIELA SIQUEIRA GIAO DEZOTTI1; CÁSSIA MARIA FISCHER
RUBIRA2; PAULO SERGIO PERRI DE CARVALHO3; LUIZ
EDUARDO CHINELLATO 4 ; IZABEL REGINA FISCHER
RUBIRA-BULLEN5.
1,3.USP -FOB, BAURU, SP, BRASIL; 2._, BAURU, SP, BRASIL;
4,5.USP-FOB, BAURU, SP, BRASIL.
Devido ao crescente uso das radiografias panorâmicas e
tomografia de feixe cônico para planejamento de implantes
seria esperado um número maior de achados incidentais de
alterações ósseas e anatômicas. A radiografia panorâmica
muitas vezes sugere alterações, mas devido a sua projeção
bidimensional, nem sempre é possível a confirmação desse
achado. A tomografia de feixe cônico por oferecer uma visão
tridimensional elucida muitas vezes as dúvidas levantadas
na interpretação das radiografias panorâmicas Naqueles
casos que o paciente possua os dois exames em seu arquivo,
é possível se fazer uma comparação entre ambos, assim
sendo, favorece o radiologista na sua interpretação final. Esse
caso clínico oferece a interpretação radiográfica de ambos
os exames de arquivo do mesmo paciente, onde foi
encontrado: depressão medial da mandibular bilateralmente,
esclerose óssea, tonsilólito, variação do processo estilóide,
raiz residual, relação terceiro molar não-irrompido com o canal
mandibular. A tomografia de feixe cônico permitiu a visualização
tridimensional e a confirmação das variações sugeridas na
radiografia panorâmica.
PC013
[214] PROPORÇÃO ÁUREA EM RADIOGRAFIAS
CEFALOMÉTRICAS LATERAIS: AVALIAÇÃO EM INDIVÍDUOS
EDÊNTULOS ANTES E DEPOIS DO TRATAMENTO POR
PRÓTESES TOTAIS.
CAROLINA BACCI COSTA; JULIO CEZAR DE MELO
CASTILHO; EDMUNDO MEDICI-FILHO; PATRÍCIA SUPERBI
LEMOS MASCHTAKOW; SIMONE MARIA RAGONE GUIMARÃES.
UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
O propósito neste estudo foi avaliar razões para verificação
da proporção áurea entre estruturas ósseas do crânio e face
de indivíduos edêntulos, antes e depois do tratamento por
próteses totais. Foram utilizadas 60 radiografias
cefalométricas laterais de 30 indivíduos desdentados totais
bimaxilares, tratados na Disciplina de Prótese Total da
Faculdade de Odontologia de São José dos Campos UNESP. A técnica radiográfica foi realizada em um único
aparelho, pelo mesmo operador, sendo: a primeira radiografia
sem as próteses em posição de repouso fisiológico e a
segunda com as próteses totais em oclusão cêntrica. As
radiografias foram digitalizadas e com o auxílio do programa
de computador Radiocef Studio 2 (Radiomemory, Belo
Horizonte, Brasil), foi possível criar uma nova análise
cefalométrica para a marcação dos pontos cefalométricos e
PC015
[157] RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS X OSTEOPOROSE.
CASSIA TIEMI FUKUDA1; VALÉRIA GONDIM2; EMIKO SAITO
ARITA 3 ; ROSA RODRIGUES PEREIRA 4 ; GIUSEPPE
ALEXANDRE ROMITO5.
1.FACULDADE DE ODONTOLOGIA-USP, SAO PAULO, SP,
BRASIL; 2,4.FAC. ODONTOLOGIA- USP, SAO PAULO, SP,
BRASIL; 3.FAC. MEDICINA -USP, SAO PAULO, SP, BRASIL;
5.FAC. ODONTOLOGIA-USP, SAO PAULO, SP, BRASIL.
Alterações morfológicas mandibulares detectadas em
radiografias panorâmicas podem ser úteis na identificação
de mulheres com baixa densidade óssea ou osteoporose.
Objetivo: Este estudo de diagnóstico transversal tem como
objetivo: a) avaliar a acurácia de dois parâmetros radiográficos
(morfologia da cortical mandibular – MCM e espessura da
cortical mandibular - ECM) como meio auxiliar no diagnóstico
de mulheres portadoras de osteoporose e b) avaliar a
associação da osteoporose com características sóciodemográficas e médicas. Métodos: 110 mulheres (57.96±4.76
anos) responderam ao questionário médico e
odontológico.Realizaram a radiografia panorâmica com
o aparelho Kodak 8000 Digital Panoramic System e as
medidas lineares foram realizadas com o software RadioImp.
O exame de densitometria óssea (DXA), adotado com padrãoouro, foi realizado no Departamento de Reumatologia da
Faculdade de Medicina da USP com o aparelho Discovery
Hologic Inc. Bedford, MA, USA. A calibração intra e inter
75
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
examinador dos dois avaliadores radiográficos, cegos para o
resultado do DXA, foi satisfatória (0.878 e 0.891). Resultados:
25.8% da amostra apresentaram osteoporose de acordo com
o DXA. Os valores de Sensibilidade (Se), Especificidade (Sp)
e Acurácia(A) obtidos para a MCM foram: 58.33(49.12- 67.55)%,
91.86(86.75-96.97)% e 77.71%, enquanto os valores para
ECM foram 50.00(39.78-60.22)%, 91.25(85.48-97.02)% e
69.28%, respectivamente. As variáveis: anos de menopausa
e idade apresentaram associação com a osteoporose
(p<0,05). Conclusão: O parâmetro radiográfico MCM
apresentou melhor acurácia como meio auxiliar na
identificação de mulheres osteoporóticas. O envelhecimento
e o aumento de tempo de menopausa agravam a
probabilidade da presença de osteoporose na mulher.
PC016
[234] AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MEIOS DE DIGITALIZAÇÃO
DE RADIOGRAFIAS NA AVALIAÇÃO DE CÁRIES PROXIMAIS.
CHRISTIANO OLIVEIRA-SANTOS; CLÁUDIO ROBERTO GAIÃO
XAVIER; MARCELO LUPION POLETI; ANA CLAUDIA ARAÚJO;
ANA LÚCIA ÁLVARES CAPELOZZA.
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU, BAURU, SP,
BRASIL.
Cinqüenta e seis dentes extraídos foram radiografados com
filme Kodak Insight em aparelho de raios X Yoshida Kaycor,
operando com 70kV e 7mA, com tempo de exposição de 0,40s.
As radiografias obtidas foram digitalizadas pelos escâneres
CanonScan e Genius ColorPage, e máquinas fotográficas
digitais Canon Powershot G2, CanonRebelXT, Nikon Coolpix
8700 e Nikon D70s, nos formatos JPEG e TIFF. As imagens
obtidas foram então avaliadas por três examinadores em duas
sessões de observação. Os dentes foram então seccionados
e observados ao microscópio em luz polarizada com aumento
de 10x, para a verificação da presença e profundidade da
lesão de cárie. A probabilidade de não diagnóstico variou de
1,34% (filme insight) a 52,83% (Escaner CanonScan/JPEG).
A sensibilidade variou de 0,24 (Canon RebelXT/JPEG) a 0,53
(filme insight), a especificidade de 0,93 (Nikon Coopix/JPEG;
Canon Powershot/TIFF; Canon RebelXT/JPEG e TIFF) a 0,97
(Escâner CanonScan/TIFF e JPEG), e a acurácia variou de
0,82 (Canon RebelXT/JPEG) a 0,91 (Escâner CanonScan/
JPEG). Os formatos em que foram salvas as imagens não
influenciaram o desempenho no diagnóstico de cárie para
qualquer equipamento usado. O Escâner CanonScan
apresentou o pior desempenho e não se mostrou adequado
para digitalização de radiografias para o diagnóstico de lesões
de cárie.
PC017
[240] TALASSEMIA: CARACTERÍSTICAS CLINICAS E
RADIOGRÁFICAS DE INTERESSE ODONTOLÓGICO.
CIBELLE GIL; KARINA CECILIA PANELLI SANTOS; FELIPE
PAES VAROLI; MARCELO EDUARDO PEREIRA DUTRA;
JEFFERSON XAVIER DE OLIVEIRA.
FOUSP, SP, SP, BRASIL.
A talassemia é um tipo de anemia hereditária que afeta mais
indivíduos nascidos ou descendentes de países banhados
pelo Mar Mediterrâneo, como Itália e Grécia. A doença provoca
alterações na formação da hemoglobina, e apresenta dois
quadros clínicos distintos: a talassemia “maior” e a
talassemia “menor”. Suas manifestações clínicas e
radiográficas podem ser observadas pelo cirurgião-dentista.
Neste relato de caso são discutidas as alterações observadas
na radiografia panorâmica de uma paciente com talassemia
diagnosticada por meio de exame hematológico .
PC018
[241] MANIFESTAÇÃO DA ARTRITE PSORIÁTICA NA
ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: CARACTERÍSTICAS
76
IMAGINOLÓGICAS.
CIBELLE GIL1; KARINA CECILIA PANELLI SANTOS2; MARCELO
EDUARDO PEREIRA DUTRA 3; MARCELO MARCUCCI 4;
JEFFERSON XAVIER DE OLIVEIRA5.
1,2,3,5.FOUSP, SP, SP, BRASIL; 4.HOSP. HELIOPOLIS, SP,
SP, BRASIL.
A artrite psoriática é uma artropatia crônica de etiologia e
patogênese não totalmente esclarecidas que, embora rara,
pode acometer a articulação temporomandibular. É definida
como psoríase associada com artrite inflamatória, erosiva e
crônica, a qual é soronegativa para o fator reumatóide. A artrite
psoriática pode se apresentar por diversos padrões de
envolvimento articular com graus variados de severidade,
seguido um curso desde uma leve sinovite a uma artropatia
erosiva progressiva. A elaboração do diagnóstico diferencial
pode ser um desafio, uma história detalhada do paciente e
seu exame físico geral são de extrema importância para se
chegar ao diagnóstico, e devem ser considerados quando da
avaliação das imagens das lesões articulares. O uso da
tomografia computadorizada no diagnóstico de artrite
psoriática deve fazer parte da rotina de avaliação. A ressonância
magnética, o ultra-som e a cintilografia têm papel importante
no diagnóstico precoce da artrite psoriática na articulação
temporomandibular e no monitoramento da evolução da
doença, podendo indicar inclusive a alteração do seu
tratamento. Contudo, conclui-se que a artrite psoriática
envolvendo a articulação temporomandibular tem como
características a dor e a limitação funcional, causando
destruição progressiva dos componentes ósseos e teciduais
articulares, claramente indicada em exames imaginológicos.
Sendo assim, a ressonância magnética assume papel
fundamental no diagnóstico, monitoramento da evolução da
doença e na orientação quanto ao seu tratamento.
PC019
[203] DOCUMENTAÇÃO ORTODÔNTICA 3D COMO
PROTOCOLO, NOS CASOS DE CANINOS SUPERIORES
RETIDOS.
CIDNEY HIROAKI CATO1; BEATRIZ MORAES LUCENTINI2;
PATRÍCIA TAKAHAMA 3 ; PATRÍCIA SUPERBI LEMOS
MASCHTAKOW4; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO5.
1,3,4,5.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS - UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL;
2.ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE CIRURGIÕES DENTISTAS REGIONAL SAÚDE, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
A precisão do diagnóstico é de grande importância para
identificação de uma patologia e na elaboração do plano de
tratamento, seja ele ortodôntico ou cirúrgico. O objetivo deste
trabalho é demonstrar que a adoção como protocolo de
documentação ortodôntica 3D, nos casos de caninos
superiores retidos refina e facilita o diagnóstico e plano de
tratamento. É definido como canino retido aquele que após a
época normal de erupção, não se encontra no arco dentário,
e não apresenta mais potencial de irrupção, pois sua raiz
está totalmente formada. Tem etiologia multifatorial, com
prevalência de 1 a 2% da população, em 75 a 95% dos casos
ocorre unilateralmente, está por palatino em 60 a 80% dos
casos e manifesta-se duas a três vezes mais freqüente no
sexo feminino. O caso clínico apresentado pertence a um
indivíduo do sexo masculino, 12 anos de idade que buscou
tratamento ortodôntico/ortopédico. Na radiografia panorâmica
inicial foram observados os caninos superiores retidos
bilateralmente e imagem radiolúcida circunscrita na região
do dente 13, sugerindo a presença de cisto dentígero. Foi
realizada cirurgia para remoção do cisto e tratamento com
ortopedia funcional dos maxilares para ganho de espaços
para os caninos superiores e melhora no relacionamento
das bases ósseas. Novas radiografias foram feitas para
controle e se observou que os caninos se apresentavam em
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
uma posição mais superior e horizontal em relação à
radiografia inicial e presença de cisto dentígero ao redor da
coroa do dente 23. Com esses achados torno-se evidente a
necessidade de um exame mais detalhado, para isso foi
solicitado tomografia computadorizada por feixe cônico, neste
exame confirmou-se a presença do cisto na região do dente
23 além de recidiva do cisto do dente 13. Conclui-se que a
solicitação de documentação ortodôntica 3D como protocolo,
nos casos de caninos superiores retidos fornece maior
precisão no diagnóstico, além de poupar o paciente de
exposição à radiação dos exames convencionais.
PC020
[250] AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA MANIPULAÇÃO DE
IMAGENS RADIOGRÁFICAS OCLUSAIS DIGITALIZADAS SUB
E SUPEREXPOSTAS.
CIDNEY HIROAKI CATO; PATRÍCIA TAKAHAMA; PATRÍCIA
SUPERBI LEMOS MASCHTAKOW; LUIZ CESAR DE MORAES;
JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO.
FOSJC - UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
O objetivo do presente estudo foi verificar a possibilidade de
se manipular imagens radiográficas digitalizadas sub e superexpostas e fazer com que as mesmas apresentem boa
qualidade para interpretação e elaboração do diagnóstico
radiográfico. Foram feitas 13 radiografias intrabucais oclusais
totais da maxila (Kodak Insight 57mm x 76mm) em um crânio
seco submetido a 13 diferentes tempos de exposição, variando
de 0,1 a 1,6 segundos, no aparelho de raios X Gendex 765DC,
operando em 65kVp, 7mA. As radiografias foram digitalizadas
utilizando-se o scanner EPSON Perfection 4990 Photo, com a
resolução de 300 dpi e as imagens foram salvas no formato
TIFF e posteriormente manipuladas em programa de edição
de imagens Adobe Photoshop CS versão 8.0.1. Foram
realizadas 143 avaliações por especialistas em Radiologia
Odontológica que classificaram as imagens em adequadas
ou não para interpretação, os dados foram tabulados e
submetidos à análise estatística do teste Z, ao nível de 5% de
significância. Os resultados mostraram que as imagens subexpostas quando manipuladas foram consideradas
adequadas para interpretação e elaboração de diagnóstico,
o que não ocorreu com as imagens super-expostas.
Observou-se que é possível manipular imagens radiográficas
digitalizadas com 75% de redução do tempo de exposição
ideal e fazer com que as mesmas apresentem qualidade
adequada para interpretação. No entanto, quando analisadas
as imagens super-expostas a partir de 57,50% acima do tempo
de exposição padrão ficaram inadequadas para interpretação
e elaboração do diagnóstico.
Conclui-se que é preferível realizar radiografias com um
tempo de exposição menor que o preconizado, pois de acordo
com os resultados deste trabalho, nenhuma das imagens
subexpostas apresentou-se significativamente inadequada
para interpretação.
PC021
[193] PROTOCOLO DE PÓS-PROCESSAMENTO DE IMAGENS
EM TCFC PARA PLANEJAMENTO DE IMPLANTES COM
FIXAÇÃO ZIGOMÁTICA.
CLAUDIA TORRES COSCARELLI 1 ; FELIPE FERREIRA
COSTA2.
1.BYOIMAGEN, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2.USP, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
As fixações zigomáticas (FZ) representam uma alternativa
para situações em que não existe possibilidade para emprego
de técnicas de reconstrução e utilização de implantes
convencionais, devido à reabsorção alveolar horizontal severa.
Entretanto, este tipo de cirurgia apresenta riscos devido à
complexa anatomia da região. Devido a sua característica de
gerar imagens tridimensionais, a TCFC tem sido utilizada
como técnica radiográfica no planejamento implantodôntico
de FZ. Este trabalho tem como objetivo demonstrar, através
de casos clínicos, um protocolo de pós-processamento de
imagens em TCFC para planejamento de implantes com
fixação zigomática. Revisão de literatura: Cavalcanti et al.
(2008) propuseram um protocolo de pós-processamento de
imagens em TCFC para casos de FZ baseados em imagens
axiais, reconstruções coronais e parassagitais. Os autores
afirmam ter determinante importância a adequada
visualização do osso zigomático e o seio maxilar da região a
ser manipulada cirurgicamente. Com o objetivo de minimizar
os riscos e aumentar a precisão cirúrgica em casos de FZ,
Xiaojun et al. (2009) apresentaram um sistema de cirurgia
guiada, baseado em imagens de TC, e obtiveram uma média
de desvio da distancia coronal e apical do implante,
respectivamente, de 1.36+/-0.59mm e 1.57+/-0.59mm. Os
autores afirmam que estes programas de navegação
representam uma vantagem em relação à acurácia e
confiabilidade em cirurgias de FZ. Conclusão: O sucesso do
tratamento com implantes com fixação zigomática está
diretamente relacionado à um adequado planejamento.
Sendo assim, o radiologista deve fornecer as imagens mais
adequadas para o auxílio do profissional cirurgião.
PC022
[181] LOCALIZAÇÃO DE CORPO ESTRANHO EM TECIDO MOLE
POR MEIO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE
CÔNICO.
CYBELLE MORI HIRAOKA; PAULA MOURA; FERNANDA
TRAUTMANN; SABRINA REIS ZINSLY; JULIO CEZAR DE MELO
CASTILHO.
UNESP, SAO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
A cirurgia dos corpos estranhos é um dos capítulos mais
diversificados da cirurgia Buco-maxilo-facial, fato este
explicado pelos diferentes materiais e maneiras mais
diversas que estes são incluídos acidentalmente no complexo
maxilo-facial. Além das iatrogenias, dos projéteis por arma
de fogo, punhais, facas, acidentalmente, todo e qualquer
material perfurante ou contundente pode vir alojar-se nos
tecidos moles ou duros da face, tais como vidro, pedras,
gravetos, fragmentos dentários entre outros. Esta atipia de
material e meio implica numa necessidade primaz em apurar
minuciosamente a anamnese, exame clínico e exame de
diagnóstico por imagem, bem como uma exploração cirúrgica
meticulosa quando do atendimento aos pacientes com lesão
de origem traumática na face, por mais banal que possa
parecer o caso. Nesse trabalho apresentamos um caso de
inclusão acidental de um braquete ortodôntico em cirurgia
oral maior. Durante a cirurgia para redução da mandíbula, um
braquete ortodôntico descolou do dente e caiu no traço de
fratura do lado direito; não foi possível realizar a remoção do
corpo estranho no mesmo ato cirúrgico. O profissional
encaminhou, então o paciente para exame tomográfico
investigativo.Nas imagens tomográficas foi possível localizar
em altura e largura o real posicionamento do componente,
otimizando o procedimento cirúrgico para remoção.
PC023
[195] CARACTERÍSTICAS CRANIO FACIAIS DA DISPLASIA
CLEIDO CRANIANA.
CYBELLE MORI HIRAOKA; PAULA MOURA; ROBERTO
HIROSHI MATSUI; FERNANDA TRAUTMANN; LUIZ CESAR DE
MORAES.
UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
A Disostose Cleidocraniana DC é uma doença rara de
prevalência menor que um caso por milhão. Não há predileção
por raça ou sexo. O fator de transcrição RUNX2, foi identificado
como o gene responsável pela DC. A doença que afeta mais
mais comumente as clavículas, os ossos do crânio, os
77
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
maxilares e dentes. As bases apicais esqueletais tendem a
ser tipo classe III, com maxila hipoplásica e atrésica. Palato
ogival, e por vezes, apresentando fendas palatinas completas
ou parciais, envolvendo os tecidos duro e mole.As
características cefalométricas mais freqüentes da síndrome,
são: diminuição dos ângulos palatal, mandibular, goníaco,
ANB, NSBa, linha nasal ML-NL, altura superior anterior
maxilar, crescimento mandibular horizontal acentuado e
aumento do ângulo incisal. Este trabalho relata o caso de 2
irmãs gêmeas portadoras de displasia cleidocraniana
univitelinas, caucasianas , de 21 anos e 11 meses de idade,
que apresentavam quase todos os dentes permanentes
inclusos. Foi realizado tratamento ortodôntico, com
tracionamento de todos os dentes permanentes e preparo
para posterior cirurgia ortognática. O presente trabalho visa
relatar as características radiográficas crânio faciais e terapias
ortodônticas para o auxilio do tratamento de pacientes
portadores da síndrome.
PC024
[237] CISTO LINFOEPITELIAL ACOMETENDO GLÂNDULA
PARÓTIDA EM PACIENTE HIV POSITIVO.
DANIEL BERRETTA ALVES1; FABRÍCIO MESQUITA TUJI2;
PATRICIA QUEIROZ FEIO3.
1,3.FOP-UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2.UFPA,
BELÉM, PA, BRASIL.
Os cistos linfoepiteliais (CLE) são lesões incomuns que
podem acometer a cavidade oral, glândula parótida e
pescoço. A etiopatogenia do CLE na glândula parótida ainda
não é clara. Entretanto acredita-se que pode derivar de uma
atividade hiperplásica dos linfócitos intraglandulares ou pela
inclusão de epitélio glandular dentro dos linfonodos
intraparotídeos durante o período embrionário. Com o
surgimento do HIV, vários estudos demonstraram a predileção
dessa lesão pela glândula parótida de pacientes HIV
positivos, apresentando uma incidência de 3-6% nesses
indivíduos. A associação do CLE com o HIV ocorre mais
freqüentemente na fase inicial da infecção viral, sendo raro
na fase avançada da doença. O diagnóstico do CLE pode ser
feito pela associação de exames de imagem como ultrasom,
tomografia computadorizada e ressonância magnética com
a punção aspirativa por agulha fina. Ao exame de imagem,
normalmente encontraremos uma tumefação bilateral da
glândula parótida, apresentando múltiplas cavidades císticas
dentro da glândula ou nos linfonodos intra parotídeos. O
tratamento do CLE é feito somente pela aspiração do conteúdo
cístico, entretanto, no caso de persistência da dor e tumefação,
a intervenção cirúrgica é necessária. O objetivo deste trabalho
é relatar casos de CLE acometendo a glândula parótida de
pacientes HIV positivo, analisando suas características
clínicas e radiográficas.
PC025
[185] CEMENTOBLASTOMA BENIGNO EM IMAGENS DE
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM: RELATO DE
UM CASO.
DANIELA BRAIT SILVA LADEIRA; LETICIA RODRIGUES NERY;
MATHEUS LIMA DE OLIVEIRA; FRAB NORBERTO BÓSCOLO;
SOLANGE MARIA DE ALMEIDA.
UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL.
Paciente leucoderma, do sexo masculino, 54 anos realizou
uma radiografia panorâmica digital para avaliação geral. Na
imagem, foi observada uma massa radiopaca, bem
delimitada, medindo aproximadamente 2 cm de diâmetro
envolvendo as raízes do dente 47. Para uma melhor avaliação
do caso, foi realizada tomografia de feixe cônico, onde
observou-se que a massa hiperdensa estava aderida às
raízes do dente 47, causando reabsorção externa das
mesmas, apresentando as dimensões de aproximadamente
78
2,7 cm no sentido ântero-posterior, 2 cm da base da
mandíbula em direção à cortical alveolar e 1,7 cm de vestibular
para lingual. Foi também observada expansão da cortical
óssea lingual, sem rompimento. O diagnóstico por meio da
tomografia foi de cementoblastoma. O cementoblastoma
geralmente ocorre em pessoas com menos de 25 anos,
muitas vezes envolvendo os molares inferiores ou premolares
que apresentam vitalidade pulpar. Está associado à raiz
dentária, podendo causar a sua reabsorção. De
desenvolvimento lento, é assintomático com exceção dos
casos em que há expansão das corticais. Radiograficamente
aparece como uma massa radiopaca, bem definida, com
contorno radiolúcido, que se sobrepõe à raiz do dente.
Geralmente, há aparente reabsorção radicular externa, onde
o tumor se une a raiz. O diagnóstico final é feito pelo exame
histopatológico, mas o diagnóstico clínico é facilmente
realizado, através da avaliação radiográfica. Devido à idade
do paciente e a ele não apresentar sintomatologia, foi proposto
o acompanhamento da lesão. O paciente encontra-se em
proservação há 18 meses e não houve alteração do quadro
clínico.
PC026
[154] TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA MULTIDETECTOR
PARA IMPLANTES: DOSIMETRIA E QUALIDADE DE IMAGEM.
DANIELA PITA DE MELO1; JANAÍNA ARAÚJO DANTAS2;
SOLANGE MARIA DE ALMEIDA 3; FRAB NORBERTO
BÓSCOLO4; PAULO SERGIO CAMPOS FLORES5.
1.FOP/ UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,3,4,5.FOP/
UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL.
A Tomografia Computadorizada (TC) é utilizada no
planejamento de implantes, porém, seu uso acarreta
exposição demasiada à radiação X. Com o advento da TC
multidetector (TCMD), é possível adquirir exames que
permitem excelentes reconstruções multiplanares. Ainda não
se sabe o efeito de protocolos de baixa dose na qualidade
das imagens de TCMD para o planejamento de implantes.
Este estudo avaliou a influência da dose de exposição na
qualidade da imagem de TCMD pré-implantes. Foram obtidas
imagens de TCMD de mandíbula, utilizando quatro protocolos
de aquisição: 300, 200, 100 e 60 mA. As imagens foram
avaliadas por 3 observadores, que atribuíram notas de 0 a 3
para itens relacionados a visualização de estruturas
anatômicas e a aceitabilidade das imagens para o
planejamento de implantes. Um avaliador realizou medidas
de altura e espessura óssea implantar, nos diferentes
protocolos. Os resultados demonstraram que o protocolo de
60 mA apresentou uma redução de dose de 80%. As imagens
apresentaram desempenho semelhante nos quesitos de
visualização do canal da mandíbula, qualidade da imagem e
aceitação para o planejamento de implantes. As imagens de
100 mA, foram as melhores para a determinação das corticais
do canal da mandíbula e das corticais superior e inferior da
mandíbula. As medidas de altura e espessura óssea
implantar não apresentaram diferença estatisticamente
significativa comparadas ao padrão ouro. Dessa forma,
conclui-se que é possível obter uma redução de dose de até
80%, e ainda assim produzir imagens de boa qualidade para
o planejamento de implantes.
PC027
[210] FIBROMA OSSIFICANTE: RELATO DE UMA SÉRIE DE
CASOS.
DÉBORA DE MELO TÁVORA1; FLAVIA MARIA MORAES RAMOSPEREZ2; JOSÉ DIVALDO PRADO3; SOLANGE MARIA DE
ALMEIDA4; DANYEL ELIAS CRUZ PEREZ5.
1,2,4.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 3.HOSPITAL A. C.
CAMARGO, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 5.UNIVERSIDADE DE
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
RIBEIRÃO PRETO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.
O fibroma ossificante é uma neoplasia benigna intra-óssea
bem delimitada, que ocorre com mais frequência na
mandíbula de pacientes durante a terceira e quarta décadas
de vida. O objetivo deste trabalho é relatar 6 casos de fibroma
ossificante central (FOC), descrevendo as características
clínicas, radiográficas e histopatológicas. Entre 1996 e 2008,
6 casos de FOC oriundos de um Laboratório de Patologia
Bucal foram estudados. Os dados clínicos foram coletados
dos formulários de encaminhamento das lesões arquivados
no Laboratório e as lâminas histológicas para confirmação
do diagnóstico. Dos 6 casos, 3 ocorreram em homens e 3
em mulheres, com uma idade média de 28,8 anos (variando
de 13 a 49 anos). Quatro casos estavam localizados na
mandíbula e 2 na maxila. O tempo médio de queixa relatado
pelos pacientes foi de 20,5 meses (variando de 2 a 60 meses).
Em 1 caso a lesão foi identificada em exame radiográfico de
rotina e em outro essa informação não estava disponível. As
lesões apresentavam tamanho médio de 1,9 cm (variando
de 1 a 4 cm). Entretanto, em 2 casos não foi possível avaliar o
tamanho das lesões. Microscopicamente, foi observado tecido
conjuntivo celularizado com numerosas estruturas
calcificadas semelhante a osso, sem atipias ou pleomorfismo
celular. Cinco casos foram submetidos a excisão cirúrgica da
lesão e em 1 caso, o paciente recusou a proposta de
tratamento cirúrgico. O FOC é uma lesão fibro-óssea
relativamente incomum, não apresenta predileção por gênero
e acomete predominantemente a mandíbula.
DENISE SABBAGH HADDAD; JOÃO GERALDO MARTINS DE
SOUZA; MARINA GAZZANO BALADI; MARLENE FENYOPEREIRA; EMIKO SAITO ARITA.
FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
A holoprosencefalia é uma sequência malformativa que ocorre
na terceira semana do desenvolvimento fetal, determinando
um defeito no fechamento da linha média facial. Sua
prevalência corresponde a 7,5% dentre as malformações do
Sistema Nervoso Central (SNC). Sua etiologia é variável e
pode apresentar-se de forma isolada ou associada às
cromossomopatias, principalmente as trissomias dos
cromossomos 13 e 18. Os fatores etilógicos importantes são:
exposição a fatores ambientais (associação com álcool e
tabagismo), infecções pré-natais e agentes teratogênicos.
Clinica e radiograficamente observa-se alteração da prémaxila (processo nasal mediano e fissura lábio-palatina),
cebocefalia (nariz achatado e de abertura única), ausência
dos incisivos centrais superiores e uma morfogênese
incompleta do prosencéfalo, com sérios comprometimentos
do SNC. O presente trabalho avaliou pelo exame clínico e
tomografia computadorizada por feixe cônico as alterações
características da holoprosencefalia de uma criança do
gênero feminino, com 4 anos de idade. Esta condição destacase pela importância da atuação do cirurgião-dentista dentro
da equipe multiprofissional antes e após da intervenção
cirúrgica, com o objetivo de restabelecer, controlar e manter a
saúde bucal do paciente.
PC028
[206] MÚLTIPLOS RINOLITOS: RELATO DE CASO.
DÉBORA DE MELO TÁVORA1; FREDERICO SAMPAIO NEVES2;
MARIANNA GUANAES GOMES TORRES3; GLÁUCIA MARIA
BOVI AMBROSANO4; IEDA CRUSOÉ REBELLO5.
1,2,4.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 3,5.UNIVERSIDADE
FEDERAL DA BAHIA, SALVADOR, BA, BRASIL.
Rinolitos são massas duras, densas e usualmente
irregulares, raramente localizadas no interior da cavidade
nasal, que surgem em decorrência da deposição progressiva
de concreções calcáreas ao redor de materiais endógenos
ou exógenos. A localização mais comum dos rinolitos é no
assoalho da fossa nasal, entre a parede do seio maxilar e o
corneto inferior ou entre o corneto inferior e o septo nasal, na
porção intermediária no sentido ântero-posterior.
Localizações mais raras como nos seios paranasais e no
septo nasal também já foram descrita. O objetivo deste
trabalho é relatar o caso de uma paciente do sexo feminino,
77 anos, que procurou atendimento referindo dores de cabeça
de freqüência regular. Após exames médicos, não foram
constatadas etiologias neurológicas, hormonais ou
oftalmológicas. Diante deste quadro, exames radiográficos
convencionais foram solicitados, incluindo radiografia
panorâmica e telerradiografia de perfil, para pesquisa de
associação com DTM e, acidentalmente, foram observadas
três imagens radiopacas, localizadas no interior da fossa
nasal esquerda, adjacentes ao corneto nasal inferior, sendo
que a maior localizava-se mais anteriormente e próxima do
soalho da fossa nasal e as duas massas menores
localizadas mais internamente. Exame clínico foi realizado,
porém não foi observado aumento de volume facial ou nasal.
O diagnóstico clínico e radiográfico foi de múltiplos rinolitos.
Como tratamento de escolha, a paciente se encontra sob
proservação clínica e radiográfica.
PC030
[196] ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DAS SÍNDROMES
CRÂNIOFACIAIS.
EMIKO SAITO ARITA; DENISE SABBAGH HADDAD; CASSIA
TIEMI FUKUDA; PLAUTO CHRISTOPHER ARANHA
WATANABE.
FACULDADE DE ODONTOLOGIA USP, SÃO PAULO, SP,
BRASIL.
Aparecimento de um conjunto de sintomas característicos de
uma doença é denominado como síndrome. Sendo assim,
as síndromes são responsáveis por um conjunto de
anomalias e deficiências, dentre elas as anomalias
craniofaciais. Como aspecto genético pode-se considerar
quando os fatores causais estão em células germinativas.
Quando a origem não é genética, a causa pode estar ligada a
distúrbios inflamatórios ou toxológicos. Ainda, a variabilidade
característica de grupos humanos pode ser oriunda de
mutação gênica e à recombinação, tornando cada vez mais
relevante o conhecimento relacionado quanto o tipo e grau de
comprometimento das síndromes com patologias
craniofaciais. Os autores avaliam aspectos radiográficos das
síndromes Disostose Cleidocraniana e Maroteaux-Lamy. Em
1962, Maroteaux e Lamy descreveram uma anormalidade com
caráter
autossômico
recessivo
composta
por
picnodisostoses. Destacam entre suas principais
características, baixa estatura, nariz em sela e largo e
diastemas dentários. Também apresentam lábios polpudos
e turvação das córneas; acrescenta ao quadro clínico surdez
e seu envolvimento cárdio-respiratório pode levar ao óbito
mais tarde. A Síndrome da Disostose Cleidocraniana é uma
afecção autossômica dominante com grande variabilidade
de expressão que se caracteriza com problemas esqueléticos
decorrente da ossificação tardia. Apresenta aplasia das
clavículas, braquicefalia, ombros estreitos, dentes
supranumerários e não irrompidos. Podem ainda apresentar
palato arqueado e fissuras submucosas.
PC029
[246] UTILIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR
FEIXE CÔNICO NA AVALIAÇÃO DA HOLOPROSENCEFALIA E
SEUS ASPECTOS CLÍNICOS.
PC031
[187] AVALIAÇÃO DO DESLOCAMENTO DE DISCO E EFUSÃO
EM ATM POR MEIO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA.
EMIKO SAITO ARITA1; SOLANGE APARECIDA CALDEIRA
79
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
MONTEIRO 2 ; JORGE FUMIO KANAJI 3 ; PLAUTO
CHRISTOPHER ARANHA WATANABE4.
1,3.FACULDADE DE ODONTOLOGIA USP, SÃO PAULO, SP,
BRASIL; 2,4.FACULDADE DE ODONTOLOGIA FORP, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
Muitos fatores podem levar o indivíduo a desenvolver uma
DTM, fatores esses que podem aparecer sozinhos ou mesmo
associados a outros. É muito importante salientar que quando
esses fatores interferem no equilíbrio dinâmico do sistema
mastigador as alterações podem ocorrer. A patologia mais
comum da ATM é a desordem interna, que é caracterizada
pelo deslocamento progressivo anterior ou mais raramente,
a posterior. Pode haver inflamação e dor devido ao estiramento
e ou compressão da região retrodiscal. As desordens internas
podem estar associadas a creptações e estalos, e em relação
a posição do disco articular podem ser vistas duas situações
de alteração; deslocamento anterior com redução e
deslocamento anterior sem redução. A avaliação da ATM por
meio de imagens traz uma grande contribuição para o
diagnóstico, terapêutica e o acompanhamento do tratamento.
A Ressonância Magnética te sido o exame de primeira escolha
para o estudo dos componentes internos da ATM com objetivo
de detectar os problemas articulares observados
clinicamente. A imagem em ressonância magnética está em
grande parte vinculado às disfunções da articulação
têmporomandibular principalmente ao disco e às estruturas
anexas. Devido à alta capacidade de identificar as estruturas
de baixa densidade como os tecidos moles, este exame é
fundamental paras os quadros inflamatórios; derrames intra
e extra capsulares; deslocamentos do disco articular;
alterações de fibras musculares entre outros. Os autores
apresentam dois casos de deslocamento anterior bilateral
do disco articular,as características e morfologia do disco, e
aspecto do extravasamento do fluido sinovial em imagens de
Ressonância Magnético.
utilizadas 12 ratas, divididas em 4 grupos de forma aleatória.
Por meio de esfregaço vaginal diário, foi determinado o ciclo
estral das ratas para a avaliação do período fértil das mesmas,
sendo que as ratas foram isoladas em gaiolas individuais
com um macho para o acasalamento. Após determinar o 1º
dia de gestação, a região abdominal das ratas do grupo R2
foi irradiada aos 13 dias de gestação com dose de 4 Gy de
raios X. Utilizando-se da mesma dose, o grupo R3 foi irradiado
aos 16 dias de gestação e o grupo R4 aos 19 dias de
gestação.
O grupo R1 foi formado por animais não irradiados. Após 30
dias de nascimento, foram sacrificados 6 animais de cada
ninhada, totalizando 24 línguas que foram avaliadas
qualitativamente com a utilização de microscópio óptico
(Axiostar da Carl – Zeiss), em aumento de 400X. Pela análise
dos resultados, observou-se que a aplicação de altas doses
de radiação ionizante ocasionou alterações morfológicas em
todos os grupos irradiados, ocasionando, principalmente,
alterações na espessura da camada de queratina superficial,
aumento dos grânulos ceratohialinos, mudanças
morfológicas nas papilas filiformes e danos aos ácinos das
glândulas serosas e mucosas com degeneração e destruição
celulares.
PC032
[259] FIBROMA CEMENTO-OSSIFCANTE JUVENIL: RELATO DE
CASO.
FABIO OLIVEIRA CARDOSO; CLAUDIA ASSUNÇÃO E ALVES;
ELIANE KREICH -; FLÁVIO RICARDO MANZI.
PUC, BH, MG, BRASIL.
Os fibromas cementificante e/ou ossificantes são processos
neoplásicos que tem apresentado considerável discussão,
principalmente em torno de sua nomenclatura. Quando esta
enfermidade acomete pacientes de baixa idade, ele recebe o
nome de fibroma ossificante juvenil no qual ela se apresenta
mais agressiva, com um maior crescimento e uma maior
tendência à recidiva. Radiograficamente, esta lesão é
classificada em três etapas: a fase inicial corresponde a
formação de uma área osteolítica, a fase intermediária dá-se
o início da calcificação de uma área radiolúcida e a última
fase há uma excessiva quantidade de material calcificado na
área focal. Histológicamente, esta condição apresenta dois
padrões histológico do fibroma cemento ossificante juvenil:
(1) trabecular e (2) psamomatóide. A conduta clínica e o
prognóstico do fibroma ossificante juvenil são incertos, mas
o tratamento mais descrito na literatura é a remoção cirúrgica.
PC034
[264] AVALIAÇÃO DO USO DE DOCUMENTAÇÃO
ODONTOLÓGICA PADRONIZADA POR CIRURGIÕES DENTISTAS
E POR PACIENTES DA CIDADE DE PARANAGUÁ-PR.
FABIO OLIVEIRA CARDOSO; CLAUDIA ASSUNÇÃO E ALVES;
ELIANE KREICH -; MARCO ANTÔNIO SATO; FLÁVIO RICARDO
MANZI.
PUC, BH, MG, BRASIL.
Neste trabalho buscou-se avaliar a percepção de pacientes e
cirurgiões dentistas quanto aos benefícios do uso de um
conjunto de exames complementares (radiografia
panorâmica, modelos de gesso e fotografias de face e
intraorais). Setenta e cinco conjuntos de exames foram
oferecidos a quinze cirurgiões dentistas da cidade de
Paranaguá, cinco para cada profissional. Teve-se a aceitação
de trinta e dois (32) pacientes em fase inicial de tratamentos
clínicos que foram submetidos a esses exames. Após a
consulta de retorno, momento em que o planejamento lhes
era apresentado, estes pacientes e seus respectivos
cirurgiões dentistas foram entrevistados buscando-se avaliar
o quanto lhes tinha sido benéfico o uso destes exames. Após
tabulação dos resultados, pode-se observar que 91% dos
pacientes sentiram-se mais informados a respeito dos
tratamentos indicados. Constatou-se também que 100 % dos
cirurgiões dentistas perceberam melhora na qualidade de
diagnóstico e planejamento e também se sentiram mais
seguros quanto a possíveis questionamentos legais por parte
dos pacientes. E finalmente, 91% dos cirurgiões dentistas
perceberam melhora no aspecto comercial da relação
prestador de serviços/clientes. Desta forma pode-se concluir
que, a utilização do conjunto de exames propostos (radiografia
panorâmica, modelos de estudo e fotografias) é uma rotina
que deve ser incorporado ao dia a dia dos profissionais da
Odontologia.
PC033
[263] EFEITO DE ALTAS DOSES DA RADIAÇÃO IONIZANTE NO
DESENVOLVIMENTO DA LÍNGUA EM RATOS.
FABIO OLIVEIRA CARDOSO; CLAUDIA ASSUNÇÃO E ALVES;
ELIANE KREICH -; HELENICE DE ANDRADE MARIGO; FLÁVIO
RICARDO MANZI.
PUC, BH, MG, BRASIL.
O presente trabalho tem por finalidade a avaliação dos efeitos
de altas doses da radiação ionizante no desenvolvimento da
língua em ratos e em diferentes fases. Para tanto, foram
PC035
[260] DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO DE RINÓLITO NA CLÍNICA
ODONTOLÓGICA: RELATO DE CASO CLÍNICO.
FABIO OLIVEIRA CARDOSO; CLAUDIA ASSUNÇÃO E ALVES;
MARCO ANTÔNIO SATO; LUCIANA CARDOSO FONSECA;
FLÁVIO RICARDO MANZI.
PUC, BH, MG, BRASIL.
Os rinólitos são calcificações que ocorrem na cavidade nasal
devido à deposição de sais minerais sobre um corpo estranho
alojado no local. Os exames radiográficos convencionais são
80
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
importantes para a diferenciação do diagnóstico do rinólito
com outras lesões de mesmo aspecto como o odontoma,
dente incluso, corpos estranhos e outras calcificações. Apesar
de vários exames radiográficos serem úteis na identificação
do rinólito, a tomografia computadorizada proporciona
melhores imagens para a avaliação desta condição e a sua
relação com estruturas adjacentes. O obetivo do trabalho é
relatar um caso clínico de rinólito, e apresentar as principais
características desta condição patológica para que possam
ser reconhecidas e diagnosticadas pelos dentistas por meio
de exames imaginológicos.
PC036
[171] UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO
VOLUMÉTRICO DE FEIXE CÔNICO NA AVALIAÇAO DE CASO
CLÍNICO DE OSTEOMIELITE CRÔNICA.
FERNANDA TRAUTMANN; PAULA MOURA; JULIO CEZAR DE
MELO CASTILHO; MICHELLE BIANCHI MORAES; CYBELLE
MORI HIRAOKA.
UNESP, SJC, SP, BRASIL.
A Osteomielite é um processo inflamatório nos espaços
medulares ou nas superfícies corticais do osso, sendo
usualmente de origem bacteriana. Apresenta predileção pelo
sexo masculino e pode ocorrer em qualquer faixa etária. Em
relação à topografia, ocorre mais freqüentemente na
mandíbula. Pode ser subdividida em: aguda e crônica. A
primeira ocorre quando um processo inflamatório se estende
através dos espaços medulares do osso e existe pouco tempo
para o organismo reagir à presença deste processo. A
Osteomielite crônica, por sua vez, ocorre caso a aguda não
seja rapidamente tratada. Os achados clínicos são:
tumefação, dor, formação de fístula, drenagem purulenta,
formação de seqüestro, perda de dente ou fratura patológica.
Radiograficamente nota-se imagem radiolúcida circunscrita
e mal delimitada, podendo ocorrer seqüestro ósseo radiopaco
central. Paciente do sexo masculino, 35 anos de idade,
procurou o Cirurgião Buco-Maxilo Facial com queixa de dor
na região esquerda da mandíbula, edema facial e coleção
purulenta intra-bucal. Na anamnese foi relatada exodontia do
terceiro molar inferior esquerdo há um ano seguido de
episódio de alveolite. Foi solicitado exame tomográfico para
avaliação do caso. Reconstruções panorâmica, transversais,
axiais e tridimensionais foram realizadas. Observou-se região
de seqüestro ósseo se estendendo desde segundo molar
até ramo mandibular. Na região posterior notou-se
hiperdensidade centralizada na lesão hipodensa. Com a
Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico houve
elucidação para o caso clínico com diagnóstico preciso para
dimensionar e planejar com segurança o procedimento
cirúrgico.
PC037
[239] IMAGEM RADIOLÚCIDA MANDIBULAR: ASPECTO
INCOMUM DE CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE EM REGIÃO
RETRO-MOLAR.
FLAVIA MARIA MORAES RAMOS-PEREZ1; JOSÉ DIVALDO
PRADO 2; FÁBIO ABREU ALVES 3; DANYEL ELIAS CRUZ
PEREZ4.
1.FOP-UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,3,4.HOSPITAL
A.C. CAMARGO, SAO PAULO, SP, BRASIL.
O carcinoma mucoepidermóide (CME) intra-bucal se
apresenta usualmente como lesão nodular submucosa,
indolor, recoberta por mucosa normal. Reabsorção óssea
não é um achado comum, sobretudo em CMEs localizados
na região retro-molar. O objetivo neste trabalho é relatar o
caso de uma paciente com 35 anos de idade, gênero feminino,
que procurou o Departamento de Estomatologia do Hospital
A. C. Camargo queixando de lesão em trígono retro-molar
com 1 ano de evolução. A paciente relatava úlcera em rebordo
inferior provavelmente provocada por trauma crônico do dente
18, o qual foi removido, porém sem regressão da lesão. Exame
intra-bucal revelou lesão ulcerada em região retro-molar, de
coloração avermelhada, superfície irregular, indolor, medindo
cerca de 1,0 cm de extensão. Radiograficamente observavase lesão radiolúcida unilocular, bem delimitada, localizada
na região distal ao dente 47. Tomografia computadorizada
mostrou lesão hipodensa, com preservação das corticais
vestibular e lingual. Com as hipóteses de granuloma
piogênico e lesão de células gigantes, foi realizada biópsia
incisional. Microscopicamente, a lesão formava frequentes
espaços císticos revestidos por células mucosas, além de
células escamosas comuns, caracterizando um CME. Sob
anestesia geral, foi realizada pelvemandibulectomia
segmentar e reconstrução com enxerto vascularizado de
fíbula. A análise histopatológica da peça cirúrgica confirmou
CME, classificado como de baixo grau de malignidade. A
paciente está sob acompanhamento trimestral e não há
sinais de recidiva da lesão após 9 meses de tratamento.
Embora reabsorção óssea não seja um achado comum no
CME intra-bucal, este deve ser considerado no diagnóstico
diferencial de imagens radiolúcidas associadas a lesões
ulceradas.
PC038
[232] ASPECTOS CLÍNICOS E IMAGINOLÓGICOS DO TUMOR
NEUROECTODÉRMICO MELANÓTICO DA INFÂNCIA: RELATO
DE CASO.
FLAVIA MARIA MORAES RAMOS-PEREZ 1; RODRIGO
NASCIMENTO LOPES 2; DANYEL ELIAS CRUZ PEREZ 3;
ANDRÉ CAROLI ROCHA4; FÁBIO ABREU ALVES5.
1.FOP-UNICAMP,
PIRACICABA,
SP,
BRASIL;
2,3,4,5.HOSPITAL A.C. CAMARGO, SAO PAULO, SP, BRASIL.
O tumor neuroectodérmico melanótico da infância (TNMI) é
uma neoplasia benigna osteolítica rara que acomete
exclusivamente crianças durante o primeiro ano de vida. A
maioria dos casos (90%) afeta a região de cabeça e pescoço,
com prevalência pela região anterior da maxila. A lesão pode
apresentar um comportamento localmente agressivo, com
crescimento rápido e infiltração do trabeculado ósseo. O
objetivo neste trabalho é apresentar um caso da paciente
S.N.M.S., 3 meses de idade, que compareceu ao
Departamento de Estomatologia do Hospital A. C. Camargo
com aumento de volume na face. No exame extra-bucal, notouse aumento de volume no terço médio da face à esquerda, o
qual causava elevação da asa do nariz. À palpação a lesão se
apresentava firme, era indolor e recoberta por pele normal.
No exame clínico intra-bucal notou-se que a lesão envolvia
todo rebordo alveolar superior esquerdo, com coloração
arroxeada e consistência firme. A tomografia
computadorizada revelou lesão osteolítica hipodensa,
multilocular, medindo aproximadamente 24x15 mm. As
principais hipóteses de diagnóstico foram TNMI e neoplasia
mesenquimal maligna. Foi realizada biópsia incisional e o
exame microscópico revelou presença de população celular
bifásica, destacando a presença de ninhos de células
epitelióides que apresentavam acúmulo de melanina
intracitoplasmática. Havia ainda outras células pequenas,
redondas e com núcleo hipercorado. De acordo com as
características clínicas, imaginológicas e histopatológicas
foi estabelecido o diagnóstico de TNMI. A paciente foi
submetida à excisão cirúrgica da lesão e atualmente está
sob acompanhamento clínico e imaginológico sem sinais
de recidiva da lesão após 14 meses de tratamento. Embora
o TNMI seja raro, essa lesão deve ser considerada no
diagnóstico diferencial de lesões maxilares em pacientes
durante o primeiro ano de vida. Além disso, apesar de ser
benigna, apresenta infiltração do osso medular, causando
expansão das corticais ósseas.
81
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
PC039
[160] CARCINOMA ADENÓIDE CÍSTICO EM LÍNGUA: RELATO
DE CASO.
FREDERICO SAMPAIO NEVES1; LUÍS ANTÔNIO NOGUEIRA
SANTOS2; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA3; FRAB NORBERTO
BÓSCOLO4; PAULO SERGIO CAMPOS FLORES5.
1,2,3,4.FOP/UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL;
5.UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA), SALVADOR,
BA, BRASIL.
Carcinoma Adenóide Cístico é uma neoplasia maligna
originada de glândulas salivares, menor ou maior,
caracterizada por crescimento lento, invasão difusa e alto
potencial para produzir metástases. É uma lesão pouco
freqüente, representando aproximadamente 1% a 2% de todas
as neoplasias malignas da cabeça e pescoço e, 10% a 15%
de todas as neoplasias malignas de glândulas salivares. O
local de maior ocorrência é no palato duro, seguido da base
da língua. A localização em dorso da língua é pouco comum.
O objetivo deste trabalho é relatar um caso de Carcinoma
Adenóide Cístico em dorso de língua. Paciente do
gênero feminino, 66 anos, compareceu à clínica de
Estomatologia da Unimontes apresentando uma lesão
expansiva, localizada na região de dorso, borda lateral e ventre
lingual do lado direito. A lesão era coberta por uma mucosa
de coloração e textura normais. À palpação, a lesão
apresentava-se com consistência firme, de aspecto fibroso.
Não havia relato de sintomatologia dolorosa. A paciente foi
submetida a avaliação ultrasonográfica. A ultra-sonografia
bidimensional com equipamento da freqüência de 7.5mHz
(transdutor de alta resolução) revelou um aumento de volume
da língua com aspecto hipoecoigênico de tamanho
aproximado de 3X6X2,5cm. No modo Doppler, observou-se
vascularização da lesão com fluxo anômalo. A paciente foi
encaminhada para a realização de uma bíopsia incisional. O
material coletado foi enviado para exame anátomo-patológico
e o diagnóstico foi conclusivo para Carcinoma Adenóide
Cístico.
PC040
[197] CALCIFICAÇÃO DO DISCO DA ATM.
FREDERICO SAMPAIO NEVES1; MARCO ANTÔNIO GOMES
FRAZÃO2; FLAVIA MARIA MORAES RAMOS-PEREZ3; SOLANGE
MARIA DE ALMEIDA4; PAULO SERGIO CAMPOS FLORES5.
1,2,3,4.FOP/UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL;
5.UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA), SALVADOR,
BA, BRASIL.
Calcificações no disco da articulação têmporo-mandibular
(ATM) resultam de estresse funcional. Estas lesões podem
ser consideradas uma extensão, progressiva e lenta, de
processos patológicos, culminando com a incapacidade do
disco articular de absorver e reduzir o estresse causado por
movimentos nas superfícies funcionais da cabeça da
mandíbula e da fossa mandibular. O objetivo neste trabalho é
relatar dois casos de calcificação do disco diagnosticados
por meio da tomografia computadorizada de feixe cônico.
Ambos os pacientes eram do sexo masculino e
assintomáticos. Em exame de boca fechada, foi possível
observar no primeiro caso ATM direita normal, enquanto que
no lado esquerdo, embora exibisse relação normal entre os
componentes ósseos articulares, uma imagem hiperdensa
numa posição centro-medial e aparentemente localizada entre
a zona intermediária e a banda posterior do disco articular foi
observada. O segundo caso revelou ATM esquerda normal e
no lado direito uma pequena imagem hiperdensa numa
posição central e aparentemente localizada entre a zona
intermediária e a banda posterior do disco articular. Em boca
aberta, em ambos os casos foi observada excursão normal
dos côndilos mandibulares e as imagens hiperdensas
passaram a ocupar, de forma previsível, uma posição mais
82
posterior em relação ao vértice do côndilo. Além disso,
propomos que um protocolo de abordagem por imagem para
casos de calcificação do disco da ATM deve contemplar a
tomografia computadorizada e a ressonância magnética.
PC041
[219] IDENTIFICAÇÃO E SEGMENTAÇÃO DE ESTRUTURAS
ANATÔMICAS EM IMAGENS DE TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA.
HELENA WILLHELM DE OLIVEIRA; ANA MARIA MARQUES DA
SILVA; ANDRÉIA CAROLINE FISCHER DA SILVEIRA FISCHER;
GEISA DA SILVA MEDEIROS.
PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.
Resumo: Este trabalho visa desenvolver uma metodologia
para identificação e análise quantitativa de estruturas
anatômicas da maxila e mandíbula, mediante a utilização de
imagens de tomografia computadorizada de raios X (TC). Para
esta análise foram utilizadas imagens digitais de um banco
de dados de pacientes que realizaram exames por indicação
de cirurgiões-dentistas e o software de domínio público
(ImageJ).Introdução: As imagens radiológicas na área da
odontologia fornecem subsídios essenciais para
complementação do exame clínico, pois tais recursos
propiciam ao cirurgião-dentista planejar um procedimento
adequado para o paciente. Assim, este trabalho pretende
desenvolver uma metodologia que auxilie a verificação e
análise quantitativa de estruturas maxilo-mandibulares, em
imagens de TC, para ser utilizada na prática clínica e cirúrgica.
Metodologia: Foram utilizadas imagens digitais arquivadas
em formato DICOM (Digital Imaging and Communications in
Medicine) de TC de 130 pacientes, com idades variando entre
30 e 50 anos, sendo 70 exames da região maxilar e 60 exames
mandibulares. Os exames foram adquiridos em um
tomógrafo ELSCINT TWIN FLASH, utilizando uma tensão de
120 kVp, corrente de 150 mA e espessura de corte de 1,0 mm.
As imagens possuem resolução espacial de 512x512 pixels
(16 bits) e tamanho de pixel de 0,25 mm. O software ImageJ
(http://rsb.info.nih.gov/ij/) foi utilizado para visualizar as
imagens e delimitar as regiões de interesse (ROIs) na maxila
(seio maxilar, fossa nasal e forame incisivo) e na mandíbula
(forame mental e canal mandibular). Para determinação das
ROIs da fossa nasal foi utilizada a ferramenta de delimitação
de bordas Multi Cell Outliner, que possibilita obter o contorno
característico da estrutura. Na análise do forame mental foi
gerada uma projeção perpendicular ao plano de aquisição,
com a ferramenta Reslice. Nas demais regiões, a seleção da
estrutura foi feita manualmente com a opção Freehand
Selections. Após definição das ROIs, obteve-se a média do
número CT, em unidades Hounsfield (HU), para cada estrutura
delimitada, utilizando a opção Analyse/Measure do ImageJ,
juntamente com o desvio padrão das medidas da região
analisada. Conclusão:Neste trabalho, foi possível estabelecer
métodos, utilizando o software ImageJ, de identificação e
análise dos valores médios de números CT de cada estrutura
maxilo/mandibular estudada. A utilização do software permitiu
a caracterização das estruturas possibilitando a determinação
de suas faixas de valores CT. Os resultados contribuem para
odontologia, particularmente, na área de implantodontia, pois
fornecem um recurso para a identificação, análise e
diferenciação das estruturas maxilo-mandibulares em relação
às demais regiões anatômicas da face.
PC042
[218] DIAGNÓSTICO DO TRAJETO FISTULOSO DE UM
ABSCESSO PERIAPICAL CRÔNICO COM CONE DE GUTAPERCHA NA REGIÃO DO DENTE 12 COM A UTILIZAÇÃO DA
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM – RELATO
DE CASO.
JOÃO GERALDO MARTINS DE SOUZA1; EMIKO SAITO ARITA2;
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
ISADORA FOLLAK DE SOUZA3; DENISE SABBAGH HADDAD4.
1,3.FOUPF, PASSO FUNDO, RS, BRASIL; 2,4.FOUSP, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
A lesão dental apical como o abscesso periapical crônico
tem como característica a abertura de um trajeto fistuloso,
quando a pressão interna da lesão aumenta muito, formando
a fístula. Muitas vezes, no exame clínico intrabucal não é
visualizado o foco da lesão. Então, o recurso de diagnóstico
mais indicado é o radiográfico periapical com um contraste
radiográfico sólido o cone de guta-percha, introduzido no canal
fistuloso. A CT Cone Beam constitui um recurso de diagnóstico
bastante utilizado na clínica odontológica atual, destacando
estruturas pouco visíveis pelo método radiográfico
convencional, melhorando o diagnóstico e do plano de
tratamento. O presente trabalho tem por objetivo apresentar o
caso clínico de um paciente do sexo feminino, leucoderma,
de 52 anos de idade, que compareceu ao Serviço de radiologia
– Unidade SERO Passo Fundo-RS. Com a indicação de
radiografias para localizar a origem da lesão responsável
pela fístula. A queixa era uma pequena lesão de cor vermelha
com um canal no centro que drenava exsudatos,
apresentando leve dor local e um gosto salgado na boca,
localizada na região dos dentes 13 e 12 na vestibular da
mucosa gengival. Na radiografia periapical inicial foi observado
leve espessamento apical no dente 12 com endodontia e no
13 implante dentário. Posteriormente, essas estruturas foram
estudadas pela CT Cone Beam e reconstrução volumétrica
pelo Tomógrafo Odontológico ICAT. O cone de Guta indicou o
dente 12 como foco.
PC043
[222] DIAGNÓSTICO DE SIALOLITOS NA GLÂNDULA
SUBLINGUAL COM A UTILIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA CONE BEAM – RELATO DE CASO.
JOÃO GERALDO MARTINS DE SOUZA1; ISADORA FOLLAK
DE SOUZA 2; EMIKO SAITO ARITA 3; DENISE SABBAGH
HADDAD4.
1,2,4.FOUPF, PASSO FUNDO, RS, BRASIL; 3.FOUSP, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
Sialolitos são definidos como estruturas calcificadas que
se desenvolvem no interior do sistema ductal salivar.
Acredita-se que tem origem na deposição de sais de cálcio
ao redor de um acumulo de restos orgânicos no lúmen do
ducto. Estes podem ser constituídos de inúmeras
estruturas como, muco condensado, bactérias, corpos
estranhos e até mesmo células epiteliais do ducto. A causa
desse tipo de cálculos salivares é desconhecida e seu
desenvolvimento não está relacionado às desordens do
metabolismo de cálcio e fósforo 1,2. A manifestação
acomete aproximadamente 1,2% da população, estando
relacionado à glândula submandibular em 83%, à glândula
parótida em 10% e a sublingual em 7% dos casos 2, 3, 4.
A CT Cone Beam constitui um recurso de diagnóstico
bastante utilizado na clínica odontológica. A reconstrução
tridimensional das estruturas anatômicas possibilita ao
cirurgião dentista o estudo do caso clínico e segurança no
diagnóstico e no plano de tratamento. O exame radiográfico
convencional, assim como a tomografia computadorizada
são os métodos mais indicados na confirmação da
sialolitíase. O presente trabalho tem por objetivo apresentar
o caso clínico de um paciente do sexo feminino,
leucoderma, de 41 anos de idade, que compareceu ao
Serviço de radiologia – Unidade SERO Passo Fundo-RS
para uma radiografia Panorâmica, com a queixa de edema
doloroso na região da glândula submandibular do lado
direito. Na radiografia panorâmica foram observadas
massas radiopacas sobrepostas ao ramo ascendente da
mandíbula próximo ao ângulo do mesmo lado.
Posteriormente essas estruturas foram localizadas pela
CT Cone Beam e reconstrução volumétrica pelo Tomógrafo
Odontológico ICAT.
PC044
[228] CÁLCULO DO ÍNDICE PANORÂMICO MANDIBULAR POR
MEIO DE RADIOGRAFIA PANORÂMICA E TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO PARA DETECÇÃO DE
OSTEOPOROSE NOS MAXILARES.
JORGE FUMIO KANAJI; EMIKO SAITO ARITA; MAURICIO
UCHIKAWA GRAZIANO.
USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
A osteoporose é uma doença que afeta os ossos do corpo, e
atinge em grande número as mulheres no período após a
menopausa, sendo causa de grande número de fraturas
patológicas, e portanto, é considerado um problema de saúde
pública.A doença descrita anteriormente tem suas
manifestações no complexo maxilo-mandibular, sendo notável
principalmente na mandíbula. Os exames de imagem, como
a radiografia panorâmica e a tomografia computadorizada,
são utilizadas na rotina odontológica nas especialidades,
fornecem dados que podem auxiliar na identificação ou na
constatação do grau de acometimento da osteoporose nos
maxilares.Benson e colaboradores (1991), propuseram o
estabelecimento de um índice calculado por meio de medidas
obtidas de radiografias panorâmicas dos maxilares,
denominado índice panorâmico mandibular, que consistia da
análise matemática da proporção entre a altura do forame
mentual à base da mandíbula em seu ponto mais inferior, e a
espessura da base da mandíbula.
A base da mandíbula é, segundo Klemetti e colaboradores
(1994), afetada pela perda mineral óssea, tendo como
resultado defeitos e porosidades na sua morfologia, bem
como adelgaçamento. Comparando o índice panorâmico
mandibular proposto por Benson com densitometria óssea
do fêmur e coluna vertebral, concluiu-se que em casos
extremos, havia correlação entre os mesmos (Klemetti,
1993).Radiografias
panorâmicas
e
tomografias
computadorizadas de feixe cônico de 3 pacientes candidatos
a tratamento com implantes dentários foram analisados, para
se fazer o cálculo do índice panorâmico mandibular , sendo
que a tomografia foi manipulada com software Implant
Veiwer® em cortes trans-axiais, com a ferramenta para aferição
de medidas lineares, comparou-se os índices obtidos por
ambos os métodos.Ambos os métodos apresentaram
resultados semelhantes, sendo que a tomografia
proporcionou maior facilidade na identificação do limite inferior
do canal da mandíbula.O uso de software e ferramentas para
aferição de medidas lineares torna o cálculo mais preciso. O
índice panorâmico mandibular consiste de um dado obtido
de maneira não invasiva, por meio de um exame utilizado na
rotina de algumas especialidades como a implantodontia.
Não havendo diferenças significantes nos índices obtidos por
ambos os métodos, considera-se a tomografia
computadorizada uma importante ferramenta no estudo das
mudanças da mandíbula causadas pela osteoporose.
PC045
[170] DIAGNÓSTICO DE FRATURA RADICULAR POR
RETENTOR INTRA RADICULAR FUNDIDO POR MEIO DO
TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO VOLUMÉTRICO CONE
BEAM I-CAT.
JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO; PAULA MOURA;
FERNANDA TRAUTMANN; EDMUNDO MEDICI-FILHO; LUIZ
CESAR DE MORAES.
UNESP, SJC, SP, BRASIL.
Dentes com tratamento endodôntico desafiado cirurgiõesdentistas no que se refere à maneira como restaurá-los.
Quando um dente é submetido a um tratamento endodôntico,
ocorre diminuição significativa de sua resistência à fratura,
83
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
devido ao comprometimento de parte importante das
estruturas dentais, principalmente as de reforço, constituídas
pelas cristas marginais, pontes de esmalte, teto da câmara
pulpar e toda a estrutura acima dela em direção às superfícies
oclusal e palatina ou lingual. Outro fator contribuinte para a
diminuição da resistência dentária é a diminuição da umidade
dentinária devido à perda da irrigação sanguínea, resultando
na alteração da resiliência do dente. Em muitas situações
clínicas a destruição da coroa dental é acentuada e resulta
em pequena quantidade de estrutura saudável e nesses
casos a restauração de dentes extensamente destruídos
requer a utilização de sistemas intra-radiculares que forneçam
retenção e estabilidade para a prótese. Muitos procedimentos
restauradores realizados sem a observação da técnica
adequada levam a fratura radicular e perda do dente. Essas
fraturas muitas vezes são de difícil diagnostico em radiografias
convencionais devido à sobreposição de imagem e artefato
do núcleo metálico. Apresentaremos um caso de fratura do
incisivo central superior com tratamento de canal e restaurado
com retentor intra-radicular metálico. Foram realizadas
reconstruções de imagens: Panorâmica, lateral e frontal em
projeção de intensidade máxima, póstero-anterior, lateral e
reconstruções tridimensionais. O objetivo desse trabalho é
enfatizar a importância da tomografia computadorizada na
elucidação de caso clínico de fratura radicular.
PC046
[165] DEFEITO ÓSSEO DE STAFNE: AVALIAÇÃO DE CASO POR
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM.
LAURA RICARDINA RAMÍREZ SOTELO; FREDERICO SAMPAIO
NEVES; CARLA BEATRIZ KLAMT; SOLANGE MARIA DE
ALMEIDA; FRAB NORBERTO BÓSCOLO.
FOP/UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL.
O defeito ósseo de Stafne é uma lesão rara, provocada por
uma pressão continua sobre a face lingual da mandíbula, com
múltiplas origens, quer seja por herniação da glândula
submandibular, de tecido adiposo, linfóide ou vascular. É
assintomático e normalmente observado como uma área
radiolúcida oval e circunscrita, na região posterior da mandíbula
e logo abaixo do canal mandibular. Na grande maioria dos
casos, o defeito é diagnosticado em radiografias
panorâmicas. Um dos aspectos mais importantes na
confirmação deste diagnóstico é demonstrar a abertura da
concavidade na face lingual da mandíbula, delimitada por uma
cortical. Embora uma radiografia intra-oral oclusal possaser
útil nesta situação, cortes axiais de tomografia
computadorizada descrevem este melhor tal achado e de forma
mais clara que qualquer outro exame. O objetivo deste trabalho
é relatar um caso de defeito ósseo de Stafne, observado
através da tomografia computadorizada cone beam.
PC047
[205] EFEITO DA HOMEOPATIA E DA FITOTERAPIA SOBRE
PARÂMETROS MORFOLÓGICOS EM ALVÉOLO DE RATOS
IRRADIADOS.
LETICIA RODRIGUES NERY; PAULO CÉSAR VENÂNCIO;
JÚLIO CÉSAR LEITE DA SILVA; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA;
FRANCISCO CARLOS GROPPO.
FOP - UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL.
Radioprotetores efetivos e atóxicos são necessários para
proteger tecidos sadios contra a radiação X. Verificou-se o
efeito radioprotetor de uma formulação homeopática,
fitoterápica e vitamina E em 48 ratos: G1 - NaCl 0,9% (controle
- sham); G2 –NaCl 0,9%; G3 – vitamina E 40mg/kg/vo/dia; G4
– formulação homeopática de raios X 15CH 1mL/kg/vo/dia e
G5 – óleo de copaíba 2g/kg/vo/dia. Após 7 dias, os animais
foram anestesiados e receberam 15 Gray de radiação X (exceto
G1). Os tratamentos foram mantidos por mais sete dias após
a irradiação. Decorridos 3 dias da irradiação, foi realizada a
84
extração do 1º molar inferior esquerdo. Após 7, 14 e 21 dias
da extração, os animais foram sacrificados por
aprofundamento da anestesia e a mandíbula submetida a
processamento histológico de rotina. Foram obtidas
fotomicrografias para quantificação do tecido ósseo nos
alvéolos. Considerando os períodos de 7, 14 e 21 dias, foram
observadas as seguintes medianas (desvio interquartilíco):
G1 - 53.0 (24.3), 52.5 (12.1), 56.0 (20.8); G2 - 3.0 (4.0), 8.5
(4.5), 24.5 (44.8); G3 - 14.0 (31.6), 7.5 (6.3), 11.8 (11.3); G4 7.3 (5.6); 8.5 (7.6), 4.5 (2.6); e G5 - 13.9 (5.6), 4.0 (2.3), 11.3
(17.1). De uma forma geral, os tratamentos mostraram
maiores quantidades de tecido ósseo que o G2 após 7 dias,
mas não nos períodos posteriores (Kruskal-Wallis). O G1 foi
superior (p<0,05) a todos os tratamentos e em todos os
períodos. Concluímos que as substâncias utilizadas não
demonstraram capacidade de radioproteção na reparação
óssea alveolar.
PC048
[253] ESTUDO DA PROPORÇÃO ÁUREA EM MENINOS ANTES
DO PICO DE CRESCIMENTO PUBERAL, PRATICANTES DE
ESPORTE REGULAR.
LÍLIAN TEDESCHI RAMALLI 1; PLAUTO CHRISTOPHER
ARANHA WATANABE2; SOLANGE APARECIDA CALDEIRA
MONTEIRO3; EMIKO SAITO ARITA4.
1,2,3.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRAO
PRETO, RIBEIRAO PRETO, SP, BRASIL; 4.FOUSP, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
Introdução: A atividade física apresenta um efeito positivo no
crescimento, que não é um mero processo de aumento de
tamanho, já que o corpo humano tem em sua formação e
crescimento seqüências e regras próprias, as quais vêm
sendo estudadas sob o aspecto da proporção áurea1,2.
Revisão da Literatura: O tamanho, forma e proporção corporal
do indivíduo é em grande parte determinado pela herança.
Porém, o processo é muito plástico e sofre influência de
diversos fatores ambientais, em particular a atividade
física1,2. Autores como Ricketts e Gil, afirmaram que as
estruturas que se encontram em proporção divina sejam
mais estáveis, esteticamente agradáveis, funcionalmente
eficientes, seguindo a lei da conservação da energia e dos
tecidos5,4. Objetivo: os autores pretendem verificar a
existência da proporção áurea em crianças. Material e
Método: A amostra deste estudo foi constituída de 72
telerradiografias laterais de indivíduos do sexo masculino,
com idade entre 7 e 13 anos, praticantes de atividade física
regular (3 vezes por semana), onde foram realizados
traçados cefalométricos para verificação da presença da
proporção áurea. Resultados: Das proporções estudas,
apenas a Proporção A+B+C/B+C obteve aproximou no
número áureo. Discussão: Acreditando que estruturas mais
estáveis, agradáveis, equilibradas e eficientes apresentamse em proporção áurea, o crânio humano, o qual se enquadra
perfeitamente nessas qualificações, também deveria
apresentar-se, já que o crescimento se constitui numa
sucessão de mudanças nas proporções4,2,3. Conclusão:
Com base nos resultados, pode-se confirmar a presença
da proporção áurea no crânio de crianças que praticam
esporte regularmente.
PC049
[180] EXTRAVAZAMENTO DE MATERIAL OBTURADOR NO
INTERIOR DO SEIO MAXILAR E A TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA DE FEIXE CONICO CONE BEAM ICAT.
LISSA DUARTE ARRAIS; PAULA MOURA; SABRINA REIS
ZINSLY; FERNANDA TRAUTMANN; JULIO CEZAR DE MELO
CASTILHO.
UNESP, SAO JOSE CAMPOS, SP, BRASIL.
O assoalho do seio maxilar em alguns indivíduos apresenta
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
relação de intimidade muito grande com o ápice dentário dos
dentes posteriores. Nesses casos, o Cirurgião-Dentista deve
ter bastante cuidado durante o tratamento dentário para não
introduzir corpos estranhos acidentalmente no interior do seio
maxilar. Uma complicação decorrente do tratamento
endodôntico ocorre devido à sobre-instrumentação e, em
seguida, extrusão de material obturador endodôntico no
interior do seio maxilar. Esse fato é bastante comum quando
se realiza a técnica de condensação vertical. Se ocorrer uma
extrusão excessiva na região posterior é recomendado
realização de exames de imagem para localização precisa
deste material devido a potenciais complicações caso atinja
a região de seio maxilar ou canal alveolar inferior. O objetivo
deste trabalho é enfatizar a importância da Tomografia
Volumétrica como instrumento para diagnóstico investigativo.
Paciente leucoderma, 34 anos, sexo feminino, procurou
atendimento odontológico devido à sintomatologia dolorosa
no elemento 16, que foi posteriormente tratado
endodônticamente. Após seis meses do procedimento, a
paciente retornou ao profissional queixando-se da
persistência da dor na região tratada. O exame tomográfico
de rotina foi solicitado pelo Endodontista para avaliar possível
fratura no molar superior do lado esquerdo. Foram realizadas
reconstruções de imagens: panorâmica, lateral e frontal,
reconstruções tridimensionais onde foi visualizado o
extravasamento de guta percha nos ápices radiculares, não
havendo indícios de fratura dental.
PC050
[162] ASPECTOS TOMOGRÁFICOS DA DISPLASIA FIBROSA.
LUANA COSTA BASTOS1; FREDERICO SAMPAIO NEVES2; LUÍS
ANTÔNIO NOGUEIRA SANTOS3; IEDA CRUSOÉ REBELLO4;
PAULO SERGIO CAMPOS FLORES5.
1,2,3.FOP/UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 4,5.UFBA,
SALVADOR, BA, BRASIL.
A displasia fibrosa é uma lesão fibro-óssea benigna causada
por um distúrbio no metabolismo ósseo em que um tecido
fibroso, contendo osso anormal, se desenvolve e substitui o
osso normal. A imagem radiográfica característica da displasia
fibrosa é uma expansão radiopaca mal definida, exibindo uma
aparência de “vidro despolido”. Embora essas características
sejam geralmente visíveis nas radiografias convencionais, a
tomografia computadorizada pode ser útil para uma avaliação
precisa da extensão da lesão e sua fusão com osso normal,
e ser indispensável para o planejamento cirúrgico e correção
da deformidade facial. O objetivo deste trabalho é relatar o
caso de um paciente de 66 anos, sexo masculino, que
compareceu à clínica de radiologia para submeter-se a exame
radiográfico, devido à presença da deformidade facial
acentuada, com tempo de evolução indeterminado. Na
radiografia panorâmica, a hemi-mandíbula esquerda revelou
aspecto de “vidro despolido”, com aparente envolvimento do
côndilo, duplicação da basilar e deformidade acentuada. Nos
cortes tomográficos coronais e axiais observou-se o aspecto
displásico do osso, com áreas remanescentes não
mineralizadas. As imagens sagitais mostram o envolvimento
do ramo ascendente e do pescoço da mandíbula. A imagem
tridimensional revela deficiência maxilar, mordida cruzada e
toda a severa deformidade produzida pela condição. Não
observamos o envolvimento dos tecidos moles, ou seja, não
há indícios da presença de mixoma de partes moles,
descartando o diagnóstico de Síndrome de Mazabraund.
Diante dos achados clínicos e imaginológicos, a hipótese
diagnóstica foi de Displasia Fibrosa Monostótica.
PC051
[164] AVALIAÇÃO DA IDADE ÓSSEA VERTEBRAL NO
MUNICÍPIO DE ITABAIANA-SERGIPE.
LUCIANA BARRETO AGUIAR; MARIA PAULA CALDAS;
FRANCISCO HAITER NETO.
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA,
PIRACICABA, SP, BRASIL.
O objetivo neste estudo foi avaliar a aplicabilidade do
método de análise da idade óssea vertebral proposta por
Caldas et al (2007) em crianças de baixa renda e se
necessário desenvolver um modelo de regressão múltipla
para estimar a idade por meio das vértebras cervicais em
telerradiografias. A amostra constituiu de telerradiografias
e radiografias carpais de 76 meninos e 64 meninas com
idade entre 7,0 e 14,9 anos do município de Itabaiana,
Sergipe. A idade óssea carpal foi usada como padrão ouro
e as vértebras cervicais C3 e C4 foram traçadas,
mensuradas e as idades ósseas foram estimadas pelo
método de Caldas et al (2007). As médias das idades, dos
erros (diferença entre vertebral e carpal), os respectivos
intervalos de confiança a 95% foram calculados e
estimados novos modelos de regressão múltipla para
determinar a idade óssea vertebral. Estimando por Caldas
et al., no gênero feminino observou uma média na idade
de 10,62 anos (IC95%: 10,35-10,89) diferenciando da idade
carpal cuja média foi de 11,28 (IC95%: 10,89-11,67) com
erro médio de 1,42 anos (IC95%: 1,20-1,64). Para o gênero
masculino a idade média foi de 10,44 anos (IC95%: 10,1610,72) sendo a idade carpal média de 10,57 anos (IC95%:
10,21-10,93) e o erro médio estimado de 1,18 anos (IC95%:
1,00-1,36). O novo modelo estimado apresentou valores
de coeficiente de determinação ajustado (R²) de 0,6751 e
0,6209 para os gêneros feminino e masculino
respectivamente. Pode concluir que os novos modelos
determinados são confiáveis e devem ser utilizadas nas
crianças de baixa renda.
PC052
[261] AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA E HISTOPATOLÓGICA DE
CISTO RADICULAR EM DENTIÇÃO DECÍDUA - RELATO DE CASO
COM ACOMPANHAMENTO DE 5 ANOS.
LUCIANA CARDOSO FONSECA; FLÁVIO RICARDO MANZI;
HELMAR SIMÕES GARCIA; MARIANA CAMPOS LIMONGI; JOSÉ
BENEDITO FONSECA LIMONGI.
PUC- MINAS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
O cisto radicular representa o mais comum dos cistos
odontogênicos. Sua prevalência é maior na terceira e quarta
década de vida e é raramente associado à dentição decídua.
Esta lesão é geralmente assintomática e sem evidências
clínicas, a sua descoberta se faz através de exames
radiográficos de rotina. Entretanto, pode assumir grandes
dimensões e produzir destruição da cortical óssea e
sintomatologia dolorosa, especialmente se existir infecção
secundária no local. O caso relatado mostra um
acompanhamento clínico e radiográfico durante 5 anos. O
paciente H.G.G, 8 anos, gênero masculino , apresentou
aumento de volume de face, no lado esquerdo, com ausência
de dor. Foi solicitada uma radiografia panorâmica aonde
observou-se imagem radiolúcida unilocular bem delimitada,
com expansão da cortical óssea. A lesão relatada envolvia o
ápice do dente 75 causando deslocamento dos dentes 34 e
35 para a borda inferior da mandíbula. O elemento 75
apresentava fratura coronária e extensa restauração de
amálgama na face oclusal, com possível comprometimento
pulpar. Foi realizado uma biopsia incisional na qual se
confirmou o diagnóstico radiográfico de cisto radicular. O
paciente foi submetido à marsupialização com posterior
enucleação do cisto.
PC053
[156] IMAGEM DE DESVIO DE SEPTO NASAL E HIPERTROFIA
DE CORNETOS EM RADIOGRAFIA PANORÂMICA E
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO:
RELATO DE CASO.
85
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
LUCIANA MARIA PAES DA SILVA RAMOS FERNANDES;
MARCELO JUNIOR ZANDA; ANA LÚCIA ÁLVARES CAPELOZZA.
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU-FOB/USP,
BAURU, SP, BRASIL.
A imagem radiográfica panorâmica é um importante método
auxiliar de diagnóstico em Odontologia e permite a
interpretação radiográfica de dentes, ossos maxilares, fossas
nasais e seios maxilares. A tomografia computadorizada de
feixe cônico (TCFC) é obtida a partir de tecnologia recente,
que permite a avaliação das estruturas craniofaciais em
diferentes planos e a reconstrução destes resultando em uma
imagem em 3D. Apresentamos o relato de um paciente de 13
anos de idade atendido na Clínica de Radiologia da FOBUSP após a avaliação clínica e constatação da permanência
de dente decíduo. Por meio de radiografia panorâmica
pudemos observar imagem compatível com odontoma
complexo associada ao dente 44, não irrompido. Observouse ainda desvio acentuado de septo nasal. As imagens
tomográficas foram então realizadas para a localização do
odontoma, as quais nos permitiram avaliar com maior detalhe
o desvio do septo nasal e a consequente hipertrofia de
cornetos, que serão discutidos neste trabalho.
PC054
[227] AVALIAÇÃO E LOCALIZAÇÃO POR EXAMES
IMAGINOLÓGICOS DE UM DENTE NÃO IRROMPIDO E TRES
DENTES SUPRANUMEÁRIOS: RELATO DE CASO.
MAITÊ BARROSO DA COSTA1; FERNANDO HENRIQUE
WESTPHALEN2; PAULO HENRIQUE SOUZA COUTO3; ANA
LUCIA TOLAZZI4; HENRIQUE DE CASTRO SOUZA PIRES5.
1,3,5.PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA,
CURITIBA, PR, BRASIL; 2.PONTIFICIA UNVERSIDADE
CATOLICA DO PARANA, CURITIBA, RR, BRASIL;
4.PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA D PARANA,
CURITIBA, RR, BRASIL.
O propósito deste trabalho é de destacar o valor dos recursos
imaginológicos na identificação e localização de dentes não
irrompidos. A paciente YNK, de 08 anos de idade, branca, foi
levada à Clínica Odontológica da PUCPR pela mãe, que se
mostrava preocupada com o desenvolvimento dentário da
filha. Ao exame clínico observou-se que o dente 21 não estava
presente. Realizou-se uma radiografia panorâmica na qual
se observou a presença do 21 não irrompido mésio-angulado
e a suspeita de dentes supranumerários. Nas radiografias
intrabucais periapicais (técnica de Clark), e oclusal, constatouse a presença de dois mésiodentes e uma intensificação da
radiopacidade sobre a coroa do dente 21 sugerindo outro
supranumerário. Optou-se, então, pela realização de uma
tomografia de feixe cônico – Cone Beam, que proporcionou
detalhes precisos e informações importantes para um
planejamento cirúrgico adequado. O presente caso clínico
demonstra a importância dos recursos imaginológicos, para
o diagnóstico e planejamento do tratamento, possibilitando
uma conduta segura, tanto para o procedimento cirúrgico,
como para um procedimento ortodôntico futuro.
PC055
[225] ESTUDO COMPARATIVO DA DENSIDADE ÓSSEA OBTIDA
POR MEIO DE NÍVEIS DE CINZA E DENSITOMETRIA ÓSSEA
EM MULHERES HISTERECTOMIZADAS E NÃO
HISTERECTOMIZADAS.
MAITÊ BARROSO DA COSTA1; FERNANDO HENRIQUE
WESTPHALEN2; PAULO HENRIQUE SOUZA COUTO3; ANA
LUCIA TOLAZZI4; SORAYA DE AZAMBUJA BERTI5.
1,4,5.PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA,
CURITIBA, PR, BRASIL; 2.PONTIFICIA UNIVERSIDADE
CATOLICA D PARANA, CURITIBA, PR, BRASIL;
3.PONTIFICIA UNIVERIDADE CATOLICA DO PARANA,
CURITIBA, PR, BRASIL.
86
O presente estudo teve como objetivo verificar a relação entre
a densidade óssea radiográfica dos ossos maxilares em
valores de pixels e as medidas do estado geral ósseo obtidas
pela densitometria óssea de mulheres de 40 a 60 anos. A
amostra foi constituída por 60 mulheres, 30 histerectomizadas
e 30 não histerectomizadas, com indicação médica para
realização de densitometria óssea pela técnica de
absorciometria de dupla energia de raios X (DXA) nas regiões
de coluna lombar e fêmur proximal. Após a densitometria,
foram realizadas radiografias panorâmicas. Para a
digitalização das radiografias, utilizou-se um scanner de mesa
equipado com leitor de transparência, cujas imagens foram
arquivadas no formato TIFF. As regiões de estudo foram
analisadas com a ferramenta histogram do programa Image
Tool 3.0 (UTHSCSA, San Antonio, Texas U.S.A.) por meio da
qual foram mensurados os níveis de cinza das áreas
selecionadas, estabelecendo os valores de intensidade de
pixel (IP). Após a análise da densidade óssea das radiografias
panorâmicas, comparou-se os resultados das densitometrias
ósseas e os valores de IP encontrados nas radiografias. No
presente estudo, não houve diferença entre os grupos
histerectomizadas e não histerectomizadas tanto para o valor
de IP, 101,55 e 104,30 respectivamente; quanto como para a
média de DXA, -1,24 histerectomizadas e -0,94 não
histerectomizadas. Concluiu-se que não houve relação entre
os valores de IP e DXA quando os grupos de mulheres
histerectomizadas e não-histerectomizadas foram
comparados.
PC056
[217] TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO
E LESÕES ODONTOGÊNICAS – RELATO DE DOIS CASOS.
MARCELO LUPION POLETI; BRUNA STUCHI CENTURION;
EDUARDO SANT’ANA; JOSÉ HUMBERTO DAMANTE; IZABEL
REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN.
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU-USP, BAURU,
SP, BRASIL.
A Tomografia Computadorizada Feixe Cônico (TCFC) é uma
técnica que obtém dados relevantes do complexo
maxilofacial auxiliando no diagnóstico de lesões ósseas,
concomitantemente fornece informações em 3D
aumentando a confiabilidade do cirurgião no planejamento
pré-operatório. Propomo-nos apresentar o relato de dois
casos, no qual, a utilização desta tecnologia favoreceu o
diagnóstico e planejamento cirúrgico de lesões
odontogênicas. Uma paciente, do sexo feminino, 9 anos de
idade, foi encaminhada para avaliação radiográfica de área
radiolúcida em região periapical dos dentes 83 ao 85,
associado aos dentes não irrompidos 44 e 45. O exame
físico intraoral local demonstrou expansão da cortical óssea
vestibular e lingual. Para uma investigação mais precisa da
região a TCFC foi realizada. As reformatações coronal, sagital
e axial demonstraram cavidade unicística. O diagnóstico
final, após marsupialização, foi de cisto folicular inflamatório
e a paciente está em acompanhamento. Outra paciente do
sexo feminino, 38 anos de idade, foi encaminhada para
avaliação de tumefação mandibular do lado direto. A
radiográfica panorâmica demonstrou área osteolítica
periapical do dente 44 até região de ramo mandibular, com
rechamento do dente 48. O exame físico intraoral local
demonstrou grande expansão da cortical óssea vestibular.
Para uma investigação mais precisa da região a TCFC foi
realizada. As reformatações coronal, sagital, axial e em 3D
demonstraram a localização e a extensão da lesão. O
diagnóstico presuntivo foi de ameloblastoma. O diagnóstico
final foi confirmando após marsupialização num primeiro
momento e a paciente aguarda a enucleação.
PC057
[198] ANÁLISE FRACTAL DE DOIS SIMULADORES DE TECIDO
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
ÓSSEO: UM ESTUDO PILOTO.
MARCELO LUPION POLETI; GUILHERME D’AGOSTINO
ROMANINI FREITAS; CLÁUDIO ROBERTO GAIÃO XAVIER; ANA
CLAUDIA ARAÚJO; ANA LÚCIA ÁLVARES CAPELOZZA.
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU-USP, BAURU,
SP, BRASIL.
Em radiologia os simuladores são frequentemente usados
para produzir imagens compatíveis com as estruturas orais,
como os ossos ou tecidos moles, ou para padronizar
variações, tais como diferentes espessuras. Assim, o objetivo
deste trabalho foi desenvolver modelos de gesso que possam
reproduzir radiograficamente osso humano. Uma secção de
mandíbula edêntula foi radiografada e moldada. O molde
obtido recebeu um alívio no interior com cera 7. Para vazá-lo
utilizou-se gesso pedra misturado a serragem ou a arroz
triturado nas proporções de 25; 33,3 e 50% para simular osso
medular. Após o tempo de presa, a cera foi retirada e vazouse o espaço com gesso pedra para simular osso cortical.
Três modelos em cada proporção estabelecida para cada
tipo de material foram obtidos, radiografados e selecionado
a imagem mais semelhante à arquitetura óssea da mandíbula.
As radiografias selecionadas foram digitalizadas e as análises
radiográficas foram realizadas por meio das imagens binária
e esqueletonizada aplicando-se o protocolo de
processamento Gaussian-Binary-Skeletonize. Os resultados
demonstraram que todos os grupos apresentaram diferença
estatisticamente significativa quando comparado com a
mandíbula tanto para as imagens binárias (p: 0,000) quanto
esqueletonizadas (p: 0,000), com exceção do Grupo Arroz 50%
para imagem esqueletonizada. Os resultados deste estudo,
embora não permitam conclusões mais consistentes,
determinam uma metodologia que se mostra prática e
adequada para aplicação em estudos de mesma natureza.
Existe a necessidade de testar diferentes proporções dos
materiais adicionados ao gesso pedra e aumentar o número
das amostras para uma avaliação mais fidedigna do
comportamento destes materiais.
PC058
[255] ANÁLISE MICROSCÓPICA E FRACTAL DO PROCESSO
DE REPARO ALVEOLAR DE RATOS APÓS A TERAPIA
FOTODINÂMICA ANTIMICROBIANA.
MARCELO LUPION POLETI 1; THAIS MARIA FREIRE
FERNANDES2; GERSON FRANCISCO DE ASSIS3; CRISTINA
KURACHI4; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN5.
1,2,3,5.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU-USP,
BAURU, SP, BRASIL; 4.INSTITUTO DE FÍSICA DE SÃO
CARLOS-USP, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Com o aumento da resistência bacteriana à antibioticoterapia
tornou-se necessário o desenvolvimento de técnicas
antimicrobianas alternativas. Assim, o objetivo deste trabalho
foi realizar análise microscópica e fractal do processo de
reparo alveolar após a Terapia Fotodinâmica (TFD)
antimicrobiana em ratos Wistar. Foram utilizados 49 ratos,
divididos nos seguintes grupos: GRUPO C: Alvéolo não
tratado; GRUPO S+L: Alvéolo preenchido com soro fisiológico
e tratado apenas com aplicação do Laser de baixa intensidade
(660 nm, 50 J/cm2); GRUPO ATO: Alvéolo tratado apenas com
aplicação tópica de azul de toluidina - O na concentração de
100 µg/mL e GRUPO ATO+L: Alvéolo tratado com aplicação
tópica de azul de toluidina - O na concentração de 100 µg/mL
+ aplicação de Laser de baixa intensidade (660 nm, 50 J/
cm2). Os animais foram sacrificados aos 6, 15 e 28 dias pósoperatório. O mapeamento térmico foi realizado em um animal
para confirmar a ausência de efeito térmico do Laser sobre o
local irradiado. Foram realizadas as análises microscópicas,
qualitativa e quantitativa, de tecido conjuntivo, tecido ósseo,
coágulo sanguíneo, vaso sanguíneo, infiltrado inflamatório e
espaço vazio e radiográfica por meio da dimensão fractal. Os
resultados microscópicos e fractal entre os grupos não
apresentaram diferença estatisticamente significativa
(p>0,05). Assim, de acordo com a metodologia empregada, a
TFD antimicrobiana não atuou negativamente na evolução do
processo de reparo alveolar.
PC059
[220] CORRELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
E A QUALIDADE ÓSSEA MANDIBULAR EM BRASILEIROS DE
AMBOS OS SEXOS.
MARIA BEATRIZ CARRAZZONE CAL ALONSO1; PLAUTO
CHRISTOPHER ARANHA WATANABE2; EMIKO SAITO ARITA3;
SOLANGE APARECIDA CALDEIRA MONTEIRO4; SOLANGE
MARIA DE ALMEIDA5.
1.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE
DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA, PIRACICABA, SP,
BRASIL; 2,4.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE
DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO, RIBEIRÃO
PRETO, SP, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO
PAULO, SP, BRASIL; 5.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
CAMPINAS FAULDADE DE ODONTOLOGIA DE
PIRACICABA, PIRACICABA, SP, BRASIL.
O objetivo do estudo foi verificar a correlação do IMC, com a
qualidade óssea mandibular (QOM), em brasileiros de ambos
os sexos fomentando mais um possível sinal para avaliar o
risco para osteoporose, uma vez que a doença constitui-se
em um grave problema de saúde pública mundial,
principalmente em caucasianos e asiáticos. Indivíduos com
baixo IMC, possuem maior risco para a doença. Metodologia:
Analizamos 507 exames radiográficos panorâmicos de
pacientes de ambos os sexos (maiores de 18 anos) de um
serviço de rotina em diagnóstico odontológico.Realizamos o
cálculo do IMC, de acordo com Alfaro-Achaet et al (2006). Nas
imagens panorâmicas digitais/digitalizadas a QOM foi avaliada
considerando-se a Classificação de Klemetti(1997), grau de
contraste da linha oblíqua (LO) da mandíbula de ambos os
lados com o corpo/ramo mandibular e número de dentes
presentes.Os pacientes foram separados por gênero e
divididos por faixa etária: 25 a 35 anos para pré-menopausa,
35 a 65 anos para menopausa e maiores de 65 anos para
pós-menopausa.Indivíduos com IMC<22,0 kg/m2, e que
apresentaram menos de 20 dentes funcionais, Classe II e III
de Klemetti e contraste da LO acentuado, foram considerados
pacientes de risco à osteoporose. Ao final da análise dos
fatores de QOM atribuímos a cada paciente o grau de boa ou
má qualidade óssea sendo 1 para boa QOM e 2 para má
QOM. Análise estatística foi realizada. Resultados e
Conclusões: Encontramos que nem todos os pacientes com
risco à osteoporose apresentam um IMC baixo, porém há um
valor significante de pacientes com baixo IMC que apresentam
risco à osteoporose. Estes resultados estão de acordo com
os encontrados na literatura Alfaro-Achaet et al.(2006), Tashiro
et al.(2006), Asomaning et al.(2006).
PC060
[186] A
CONTRIBUIÇÃO
DE
TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO NO DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL ENTRE LESÃO ÓSSEA E ANATOMIA.
MARIA CECILIA BARROS; MARCELO LUPION POLETI; LUIZ
EDUARDO CHINELLATO; ANA LÚCIA ÁLVARES CAPELOZZA;
IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN.
FOB-USP, BAURU, SP, BRASIL.
Atualmente a Tomografia Computadorizada Feixe Cônico tem
sido apresentada como um grande recurso para área de
diagnóstico em especial para o diagnóstico de alterações no
complexo bucomaxilofacial. Assim, propomo-nos a apresentar
o relato de um caso, no qual, a utilização desta tecnologia
proporcionou o diagnóstico diferencial entre lesão óssea e
reparo anatômico. O paciente do gênero masculino,
87
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
melanoderma, 27 anos de idade, foi encaminhado ao nosso
serviço para avaliação radiográfica de área radiolúcida com
halo radiopaco em região periapical dos dentes 24 e 25
descoberto em exame panorâmico de rotina. O exame físico
intraoral local demonstrou integridade das mucosas e não
foi observado expansão das corticais ósseas. O teste de
vitalidade pulpar foi positivo para ambos os dentes. O
diagnóstico presuntivo foi de septo/loja do seio maxilar. Para
uma investigação mais precisa da região a Tomografia
computadorizada de feixe cônico foi realizada. As
reformatações coronal, sagital e axial demonstraram extensão
palatina do seio maxilar confirmando a suspeita inicial de
loja do seio maxilar, no caso uma extensão palatina do mesmo
e, desta forma, descartando a possibilidade de uma lesão
óssea. A tomografia demonstrou a localização/tamanho e
relação dessa extensão palatina com as estruturas
circunvizinhas. Assim sendo, o paciente foi orientado quanto
ao diagnóstico final de normalidade.
PC061
[224] ANÁLISE DA REPRODUTIBILIDADE DO VALOR DE PIXEL
E DO RUÍDO NO SISTEMA VISUALIX® EHD.
MARIA CECILIA BARROS; MARCELO LUPION POLETI; THAIS
MARIA FREIRE FERNANDES; RENATA CORDEIRO TEIXEIRA;
IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN.
FOB-USP, BAURU, SP, BRASIL.
Os valores de pixels podem ser usados para estabelecer
sua reprodutibilidade em avaliações quantitativas usando
imagem digital. Assim, o objetivo deste estudo foi realizar a
análise da reprodutibilidade do valor de pixel e do ruído no
sistema Visualix® eHD (Dentsply/Gendex), cujo sistema é
constituído por um sensor CCD (Dispositivo de Carga
Acoplada). O sensor, a mandíbula e a escala de densidade
de alumínio com três degraus foram posicionados em um
suporte de acrílico, com 1,5 cm de espessura para simular o
tecido mole, e distância foco-filme de 30 cm para que as
radiografias fossem obtidas de maneira padronizada. Dez
repetições consecutivas das imagens foram obtidas para
cada tempo de exposição (0,05; 0,07; 0,09 e 0,13 s). A análise
dos valores de pixel foi realizada em cinco regiões de interesse
(osso alveolar, tecido mole e três degraus da escala de
densidade) no programa ImageJ® (NIH/USA). Os resultados
demonstraram coeficiente de variabilidade de 0,39 a 8,67%,
e independente do tempo de exposição à menor variabilidade
foi para o osso alveolar e a maior para o tecido mole. O ruído
variou de 1,5 a 26,86%, e independente do tempo de
exposição o menor ruído foi no degrau três (mais radiolúcido)
da escala de densidade de alumínio e o maior para o tecido
mole. Assim, foi observado com a metodologia aplicada que
a reprodutibilidade dos valores de pixels e o ruído variam em
diferentes estruturas numa mesma imagem.
PC062
[249] AVALIAÇÃO DA HEMODINÂMICA DAS ARTÉRIAS
LABIAIS SUPERIOR E INFERIOR, POR MEIO DA ULTRASONOGRAFIA DE DOPPLER COLORIDO.
MARIA JOSÉ TUCUNDUVA1; THASIA LUIZ FERREIRA2; RAUL
RENATO TUCUNDUVA NETO3; CLAUDIO FROES FREITAS4.
1,2,4.FOUSP, SAO PAULO, SP, BRASIL; 3.CLINICA
TUCUNDUVA, JUNDIAÍ, SP, BRASIL.
A análise da hemodinâmica das artérias labiais permite a
avaliação do aporte sangüíneo para os tecidos labiais,
possibilitando ponderar se este se encontra dentro dos
padrões de normalidade ou não, quer seja pela presença de
afecções ou mesmo por alterações fisiológicas ou não do
fluxo normal, em decorrência da diminuição do calibre do
vaso. O objetivo deste trabalho é apresentar o padrão da
hemodinâmica normal das artérias labiais, superior e inferior,
por meio da ultra-sonografia modo B e doppler colorido,
88
ressaltando que este é um método não invasivo, que mesmo
sem aplicação de contraste permite a observação dos vasos
e o estudo do fluxo sangüíneo em tempo real. Foram avaliados
cinco indivíduos jovens, de ambos os gêneros, utilizando um
aparelho de ultra-som Toshiba Nemio (Toshiba Medical
Corporation) com transdutor multifrequêncial linear de 6 a 12
MHz, com ângulo de insonação de aproximadamente 60 graus.
Por meio das ultra-sonografias foi possível localizar,
acompanhar e estudar o trajeto e o fluxo das artérias labiais
desde a sua origem até a rede de anastomoses, no plano
médio dos lábios, de todos os casos avaliados (100%).
PC063
[211] AVALIAÇÃO DA DBV E CONTRASTE RELATIVO DOS
FILMES CONTRAST FV-58 E INSIGHT FRENTE AO PROCESSO
DE DEGRADAÇÃO.
MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL1; MARCO ANTÔNIO
GOMES FRAZÃO2; ANDRÉA CASTRO DOMINGOS3; ANDRÉA
DOS ANJOS PONTUAL4.
1.UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 2.FOR, RECIFE, PE,
BRASIL; 3.UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO,
SÃO PAULO, SP, BRASIL; 4.UPE, CAMARAGIBE, PE, BRASIL.
Avaliou-se densidade base e velamento (DBV) e contraste
dos filmes Contrast FV-58® e Insight® frente ao processo de
degradação. Foram radiografados 5 filmes de cada tipo com
1 penetrômetro e 1 placa de chumbo, utilizando aparelho de
raios X operando a 70 kVp, 7 mA, com distância foco-filme de
30cm e 0,32s e 0,4s para o filme Contrast® e Insight®,
respectivamente. As películas foram processadas pelo
método temperatura/tempo em solução GBX. Após,
processou-se 10 películas radiográficas de 18 X 24 cm no
mesmo dia e mais 10 por cada 4 dias seguintes. Repetiu-se
mesmo processo por 4 semanas utilizando a mesma
solução. Em cada radiografia, mensurou-se DBV e, para
cálculo do contraste, a densidade óptica do primeiro e último
degrau do penetrômetro. Ajustou-se modelo de regressão
linear para avaliar a relação entre tipo de filme, tempo e
densidade ou contraste, aplicando-se teste F e teste t de
Student com nível de significância de 0,05. DBV foi maior para
o Contrast® (p<0,001) havendo decréscimo com o tempo em
ambos filmes (p<0,05). O filme Contrast® exibiu contraste
com tendência linear crescente (p<0.05) sendo inferior ao
contraste do Insight da segunda à quinta semana (p<0,003).
DBV do filme Contrast® é maior que a do Insight® e ambas
tendem a diminuir com a degradação. O contraste é
semelhante em ambos os tipos de filmes na primeira semana,
sendo maior para o Insight® com o processo de degradação,
apesar de haver uma tendência linear crescente do filme
Contrast® com a degradação da solução processadora.
PC064
[212] AVALIAÇÃO DA RADIOPACIDADE DE COMPÓSITOS
RESTAURADORES EM SISTEMAS RADIOGRÁFICOS
CONVENCIONAL E DIGITAL.
MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL1; MARCO ANTÔNIO
GOMES FRAZÃO2; ANDRÉA CASTRO DOMINGOS3; KARINA
LOPES DEVITO4; ANDRÉA DOS ANJOS PONTUAL5.
1.UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 2.FOR, RECIFE, PE,
BRASIL; 3.UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO,
SÃO PAULO, SP, BRASIL; 4.UFJF, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL;
5.UPE, CAMARAGIBE, PE, BRASIL.
Avaliou-se a radiopacidade em equivalência de milímetros
de Alumínio (eq mm/Al) de oito compósitos restauradores
(Fill Magic Flow®, Esthet X®, Natural Flow®, Fill Magic®, TPH
Spectrum®, Filtek® Z350, Filtek Z250®, Opallis®) nos
sistemas radiográficos convencional e digital CR®, com
resolução padrão e alta, seguindo a norma da ISO 4049.
Confeccionou-se 5 corpos de prova (cp) de cada material e 5
phantoms, os quais correspondiam a 1mm de espessura de
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
dentes molares. Penetrômetro, 1 cp de cada material, 1
phantom e lâmina de chumbo, foram posicionados sobre
filme oclusal Insight® e placa de armazenamento de fósforo
e expostos por um aparelho de raios X de forma padronizada.
Foram mensurados densidade e número do pixel dos objetos
radiografados. Por meio da equação do gráfico da densidade
óptica líquida ou inverso do valor de pixel, dos degraus do
penetrômetro, versus mm/Al, calculou-se os valores de
radiopacidade do dente e dos materiais em eq mm/Al. Ajustouse um modelo linear misto com nível de significância de 0,05.
Os fatores material (p<0,001), e sistema radiográfico (p<0,05)
apresentaram uma associação significante com os valores de
radiopacidade, mas sem interação (p = 0,281). As resinas Fill
Magic Flow® e Opallis® e esmalte apresentaram radiopacidades
semelhantes e maiores que os demais materiais (p<0,05). Há
diferença entre a radiopacidade do sistema radiográfico
convencional e digital. A resolução da imagem digital não interfere
de forma significativa nos valores de radiopacidade dos materiais.
Todos os materiais estudados apresentam valores de
radiopacidade de acordo com a norma da ISO 4049.
PC065
[233] CISTO DO DUSCTO NASOPLATINO COM GRANDE
EXTENSÃO PARA A CAVIDADE NASAL: RELATO DE CASO
CLÍNICO.
MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL1; RAFAEL GROTTA
GREMPEL2; RICARDO VILLAR BELTRÃO3; CLÁUDIA CAZAL
LIRA4; LEONARDO ROCHA MENDES CAMPOS5.
1,3,4,5.UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 2.UEPB, CAMPINA
GRANDE, PB, BRASIL.
O cisto do ducto nasopalatino é o cisto não-odontogênico
mais comum da cavidade oral, sendo freqüente em pacientes
do sexo masculino e na faixa etária da quarta à sexta década
de vida. Neste trabalho, é objetivo apresentar um caso do
cisto do ducto nasopalatino com grande extensão para a
cavidade nasal. Paciente L.A.E.L., 38 anos, cor branca, sexo
masculino, procurou o serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial
do Hospital São Vicente de Paula com a queixa de aumento
de volume no “céu da boca”, dificuldade de manutenção da
prótese removível e de respirar. Ao exame clínico extrabucal
observou-se deformidade facial, com abaulamento do nariz e
lábio superior. Ao exame físico intra-bucal, verificou-se
tumefação do palato e drenagem mucóide. Foi realizado
exame tomográfico de feixe cônico, no qual foi visualizada
uma imagem hipodensa unilocular na região mediana de
palato, comprometendo a região de fossa nasal até altura
das conchas nasais médias. A lesão causava abaulamento,
adelgaçamento e destruição das corticais vestibular e lingual,
da parede lateral e assoalho da fossa nasal. Foi estabelecido
como diagnóstico presuntivo o cisto do ducto nasopalatino.
Ao exame histopatológico por biópsia incisional, foi
confirmado o diagnóstico presuntivo. O tratamento realizado
foi mazurpialização e posteriormente, enucleação da lesão.
PC066
[236] OSTEOBLASTOMA NA REGIÃO POSTERIOR DA
MANDÍBULA : RELATO DE CASO CLÍNICO.
MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL1; RAFAEL GROTTA
GREMPEL 2; RICARDO VILLAR BELTRÃO 3; LEONARDO
ROCHA MENDES CAMPOS4; CLÁUDIA CAZAL LIRA5.
1,3,4,5.UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 2.UEPB, CAMPINA
GRANDE, PB, BRASIL.
O osteoblastoma é uma neoplasia primária formadora de
tecido osteóide e corresponde a cerca de 1% dos tumores
primários do osso. Possui predileção por pacientes da
primeira e segunda décadas de vida e pelas vértebras da
coluna cervical, sendo raro o envolvimento dos ossos da face.
Desta forma, é objetivo no presente trabalho, apresentar um
caso clínico de osteoblastoma em mandíbula atingindo
grande extensão da estrutura óssea. Paciente, V.B.C, 13 anos,
sexo masculino, leucoderma, procurou a clínica de Cirurgia
da Faculdade de Odontologia da UEPB, queixando-se de
tumefação assintomática em mandíbula há 10 meses. Ao
exame clínico extrabucal, verificou-se assimetria facial do lado
esquerdo, sem linfonodo palpável. Ao exame clínico intrabucal, observou-se deslocamento dos dentes 34, 35 e 37,
abaulamento do lado esquerdo da mandíbula, sendo firme à
palpação. Realizou-se exame tomográfico de feixe cônico no
qual observou-se imagem osteolítica multilocular, de limites
definidos e margens regulares, envolvendo a região do lado
esquerdo da mandíbula, estendendo-se da região apical do
dente 31 à região do 38. Verificou-se ainda, abaulamento e
adelgaçamento da margem inferior da mandíbula, rebordo
alveolar e das corticais vestibular e lingual e deslocamento
dos dentes 34, 35, 37 e do germe do 38. O diagnóstico
presuntivo foi de fibroma ossificante juvenil. Realizou-se
biópsia incisional e, ao exame histopatológico foi
diagnosticado como osteoblastoma. A escolha do tratamento
foi ressecção parcial de mandíbula com reconstrução com
placa de titânio e posterior enxerto ósseo microvascularizado.
Para planejamento do tratamento será utilizada prototipagem
por sinterização seletiva a laser.
PC067
[167] TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO
NA AVALIAÇÃO DE DISPLASIAS FIBROSAS E ÓSSEAS DOS
MAXILARES.
MARIELA SIQUEIRA GIAO DEZOTTI; IZABEL REGINA FISCHER
RUBIRA-BULLEN; CHRISTIANO OLIVEIRA-SANTOS;
GABRIEL FIORELLI BERNINI; MANUELA ELIZABETH
RODRIGUEZ ALMONTE.
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BAURU, SP, BRASIL.
A Displasia Fibrosa (DF) é uma doença óssea rara que pode
afetar um ou múltiplos ossos e apresenta-se sob 3 padrões
radiográficos: cístico, esclerótico e misto. A maioria deles
estabiliza-se com a maturação esquelética. As Displasias
Ósseas (DO) são processos idiopáticos localizados na região
periapical de áreas dentadas, caracterizadas pela substituição
de osso normal por tecido fibroso. Ocorrendo em mandíbula
anterior e envolvendo poucos dentes é chamada DO periapical
(OMS/2005). Lesão similar em quadrante posterior é
conhecida como DO focal (OMS/2005). Dois outros tipos de
DO são mais extensos e ocorrem bilateralmente na mandíbula
ou envolvem os quatro quadrantes: a DO florida e o
cementoma gigantiforme familiar. As várias formas de DO
não requerem tratamento, a menos que complicações
ocorram como infecções ou deformidade facial. Foram
avaliadas as alterações ósseas de DF e DO quanto à
apresentação radiográfica predominante em imagens obtidas
por tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) no
Departamento de Estomatologia da FOB – USP. O
conhecimento dos aspectos imaginológicos na TCFC das
DF e DO é de grande importância atualmente, uma vez que
estes exames estão sendo cada vez mais solicitados para o
planejamento cirúrgico em Implantodontia. Desta forma,
propõem-se um tratamento adequado ao paciente, seja ele
cirúrgico ou de proservação da lesão.
PC068
[200] AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE A CORTICAL INFERIOR
DA MANDÍBULA E A DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM
MULHERES BRASILEIRAS MENOPAUSADAS.
MATHEUS LIMA DE OLIVEIRA 1; ESIO FORTALEZA
NASCIMENTO CHAVES PEDROSA2; DANIELA BRAIT SILVA
LADEIRA 3 ; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA 4 ; PLAUTO
CHRISTOPHER ARANHA WATANABE5.
1,2,3,4.UNICAMP - FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE
89
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
PIRACICABA, PIRACICABA, SP, BRASIL; 5.USP FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO,
RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.
O objetivo no presente estudo foi avaliar a relação entre dois
parâmetros de análise da qualidade óssea do córtex
mandibular e a densidade óssea da coluna, fêmur e rádio.
Foram selecionadas 92 imagens radiográficas panorâmicas
digitais com laudos de densitometria óssea de mulheres
brasileiras caucasianas, menopausadas, isentas de qualquer
doença sistêmica que pudesse influenciar a qualidade e
quantidade mineral óssea. Para avaliação da morfologia da
cortical inferior da mandíbula, essa foi classificado em três
grupos: CI – normal, CII – com moderada erosão, CIII – com
severa erosão e as espessuras foram mensuradas
bilateralmente, na região do forame mentual e na região de
ângulo da mandíbula. Observou-se diferença estatisticamente
significante entre a classificação morfológica da cortical
mandibular e o exame de densitometria do radio (p< 0,0001),
com sensibilidade de 94,8% e especificidade de 17,6%. O
mesmo ocorreu no exame de densitometria da coluna (p=
0,0044), com sensibilidade de 94,5% e especificidade de
16,2%, e do fêmur (p= 0,0034), com sensibilidade de 94,4% e
especificidade de 13,0%. Observou-se também diferença
estatisticamente significante entre a média da espessura da
cortical mandibular em relação ao exame de densitometria
mineral óssea nas três regiões analisadas. Baseando-se
nestes dados, pode-se concluir que a análise da cortical
mandibular pode ser utilizada como avaliação inicial da
qualidade óssea de uma região específica e sugerir alterações
ósseas generalizadas, permitindo ao cirurgião dentista
encaminhar o paciente ao exame de densitometria óssea.
PC069
[202] ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE A DENSIDADE MINERAL
ÓSSEA E O PADRÃO MORFOLÓGICO DO TRABECULADO
ÓSSEO EM MULHERES BRASILEIRAS MENOPAUSADAS.
MATHEUS LIMA DE OLIVEIRA 1 ; ESIO FORTALEZA
NASCIMENTO CHAVES PEDROSA2; SOLANGE MARIA DE
ALMEIDA 3 ; FRAB NORBERTO BÓSCOLO 4 ; PLAUTO
CHRISTOPHER ARANHA WATANABE5.
1,2,3,4.UNICAMP - FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE
PIRACICABA, PIRACICABA, SP, BRASIL; 5.USP FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO,
RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.
O objetivo no presente estudo foi avaliar a relação entre a
densidade mineral óssea mineral do rádio, coluna e fêmur e
o padrão morfológico do trabeculado ósseo em imagens de
radiografias panorâmicas digitais. Foram selecionadas 92
imagens radiográficas panorâmicas digitais com laudos de
densitometria óssea de mulheres brasileiras caucasianas,
menopausadas, isentas de qualquer doença sistêmica que
pudesse influenciar a qualidade e quantidade mineral óssea.
Foram selecionadas regiões de interesse na radiografia
(RIR), constituídas de uma área retangular fixa, na dimensão
de 230 X 130 pixels e localizadas na região do ângulo e do
corpo mandibular. Com o software Image J, obteve-se o valor
da Dimensão Fractal (DF) e o número total de pixels pretos
na imagem (ET) em porcentagem. As médias da análise da
DF na região de ângulo e do corpo da mandíbula diminuíram
no grupo com osteoporose. Na região de ângulo, a média da
DF nos pacientes que foram classificados como normais pelo
exame de densitometria óssea do radio, foi de 1,41 e os que
foram classificados com osteoporose foi de 1,35. Quando
analisados em relação ao exame de densitometria da coluna,
a diferença foi semelhante a do radio, sendo de 1,43 para o
grupo normal e de 1,35 para o grupo com osteoporose. A
densitometria óssea do fêmur apresentou resultados
similares. O mesmo ocorreu com a porcentagem de pixels
pretos. Baseado-se nos resultados apresentados, não foram
90
observados resultados estatisticamente significantes entre
o padrão morfológico do trabeculado ósseo e o exame de
densitometria óssea.
PC070
[166] ESTUDO COMPARATIVO DE DOIS ÍNDICES DE
ESTIMATIVA DA MATURAÇÃO ESQUELÉTICA.
MICHELLA DINAH ZASTROW; DAIANY WARMELING; KARINA
MARCOS RODRIGUES.
UNISUL, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL.
O conhecimento do estágio de crescimento e desenvolvimento
das estruturas craniofaciais é importante para um correto
diagnóstico ortodôntico e tratamento dos indivíduos. A idade
cronológica não é um bom parâmetro para a avaliação do
estágio de maturação do corpo, mas sim a determinação da
maturação esquelética. O objetivo do estudo foi comparar o
índice de maturação esquelética carpal (IMC) e o índice
vertebral (IMV) e verificar a confiabilidade do IMV na
determinação desta maturação. Utilizou-se radiografias dos
prontuários da disciplina de Ortodontia da UNISUL. A amostra
foi composta por 158 radiografias, sendo 79 carpais e 79
cefalométricas em norma lateral, de pacientes com idades
variando entre 6 e 18 anos, de ambos os sexos. Para a
determinação do IMC utilizou-se o método de Martins (1979)
e para o IMV, o de Baccetti, Franchi e McNamara Jr. (2002). Os
testes de correlação de Spearman e Pearson mostraram um
índice entre IMC e IMV de 0,616 e 0,698, respectivamente,
correlação estatisticamente significante para ambos os sexos
(p<0,0001). A correlação de Spearman e de Pearson entre o
IMC e a idade cronológica foi de 0,775 e 0,974,
respectivamente. Já entre o IMV e a idade cronológica foi de
0,563 e 0,717, respectivamente, uma correlação também
estatisticamente significante. O IMC é o método mais seguro
e confiável de avaliação da maturação esquelética, porém o
IMV pode ser usado como método substituto quando houver
familiaridade com as alterações morfológicas das vértebras
e quando a radiografia carpal não estiver disponível na
documentação ortodôntica.
PC071
[172] TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA VOLUMÉTRICA
“CONE BEAM”: UMA NOVA VISÃO PARA O DIAGNÓSTICO DE
ANQUILOSE DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR.
MICHELLE BIANCHI MORAES; PAULA MOURA; LISSA DUARTE
ARRAIS; FERNANDA TRAUTMANN; LUIZ CESAR DE MORAES.
UNESP, ÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
O objetivo deste trabalho é apresentar um caso clinico de
anquilose da articulação temporomandibular, com especial
ênfase nos aspectos imaginológicos. A anquilose da
articulação têmporo-mandibular (ATM) é uma doença que
envolve a fusão da cabeça da mandíbula com a base do
crânio por meio de osso ou tecido fibroso. Pode resultar de
traumas, infecções sistêmicas ou locais, e até de neoplasias
na região. A ocorrência em pacientes jovens pode levar ao
comprometimento do crescimento e desenvolvimento
mandibular e dentário, ocasio-nando assimetria mandibular
e severo comprometimento estético do paciente, além de
limitação nas funções fisiológicas como deglutição, fonação
e mastigação. O tratamento da anquilose da ATM é cirúrgico
e consiste na remoção da massa óssea anquilosada,
geralmente associada à interposição de material autógeno
ou aloplástico para prevenir recidiva e o pós-operatório inclui
um longo período de reabilitação fisioterápica com o intuito
de prevenir neoformação óssea na articulação. O tratamento
cirúrgico representa uma variação significativa da taxa de
sucesso. Apresentaremos o caso de um paciente e 26 anos,
sexo masculino, com historia de trauma aos cinco anos de
idade, apresentando dor no dente 46 e impossibilidade de
abertura bucal para exame e diagnóstico, encaminhado
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
para obtenção de exame radiográfico. Com a hipótese
diagnóstica inicial foi solicitada a tomografia
computadorizada por feixe cônico a fim de confirmar o
diagnóstico. Foram realizadas reconstruções de imagens:
Panorâmica, lateral e frontal em projeção de intensidade
máxima, póstero-anterior, lateral e reconstruções
tridimensionais. Com a tomografia computadorizada foi
possível a confirmação do diagnóstico e o planejamento
cirúrgico.
PC072
[251] IMPORTÂNCIA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
CONE BEAM NO DIAGNÓSTICO DE CALCIFICAÇÃO DOS
LINFONODOS.
MONIKELLY DO CARMO CHAGAS NASCIMENTO;
FREDERICO SAMPAIO NEVES; AMANDA MARIA MEDEIROS
ARAÚJO; FRAB NORBERTO BÓSCOLO; SOLANGE MARIA DE
ALMEIDA.
FOP/UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL.
As calcificações de tecido mole são comuns, estando
presentes em cerca de 4% das radiografias panorâmicas. A
calcificação dos linfonodos geralmente é assintomática e
encontrada ao acaso em radiografias panorâmicas de rotina.
Os linfonodos comumente envolvidos são os submandibulares
e cervicais. A maioria não necessita tratamento, porém é
importante determinar a causa, pois o tratamento poderá ser
necessário. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de um
paciente de 45 anos, sexo masculino, que compareceu a uma
Clínica de Radiologia para realização de exame radiográfico
de rotina. Na radiografia panorâmica digital observou-se a
presença de múltiplas imagens radiopacas na região de ramo
e ângulo mandibular, bilateralmente. Ao exame clínicoanamnésico o paciente não relatou sintomatologia e não
apresentava nenhum aumento de volume na face. No exame
por tomografia computadorizada cone beam (TCCB) foi
observado a presença de múltiplas imagens hiperdensas,
bilaterais, na região próxima a coluna cervical. Pela localização
e aspecto radiográfico na TCCB, pode-se diagnosticar o caso
como calcificação dos linfonodos. Para o caso não houve a
necessidade de nenhum tratamento, sendo que o paciente
encontra sob proservação radiográfica. É importante que o
cirurgião-dentista esteja atento aos diferentes tipos de
calcificações em tecidos moles que podem ser observados
na radiografia panorâmica, para saber diferenciá-los e solicitar
outros métodos de investigação, como a TCCB, obtendo dessa
forma um diagnóstico mais conclusivo.
PC073
[244] DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA FLORIDA: RELATO DE
CASO COM ACOMPANHAMENTO CLÍNICO RADIOGRÁFICO DE
15 ANOS.
PATRICIA QUEIROZ FEIO1; OSLEI PAES DE ALMEIDA2; VICTOR
HUGO TORAL- RIZO3; BRUNO AUGUSTO BENEVENUTO DE
ANDRADE4; JÓSE MARIO PALMA GUZMÁN5.
1,2,3,4.FOP-UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL;
5.BENEMÉRITA UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DE PUEBLA,
PUEBLA, MÉXICO.
Melrose et al. em 1976 foram os primeiros autores a aplicar o
termo displasia cemento-óssea florida (DCOF) para
condições que mostravam massas exuberantes de cemento
e osso em ambos os maxilares, não associadas a
anormalidades em outra parte do esqueleto e sem
apresentação de distúrbios na bioquímica do sangue. A DCOF
é uma condição incomum, prevalente em mulheres acima
dos 40 anos de idade e da raça negra, sendo essencialmente
uma condição benigna. Constitui-se, muitas vezes, em
achados radiográficos, como massas lobulares, irregulares,
radiopacas, circundadas por área radiolúcida, com nítida
tendência para localização simétrica, bilateral, afetando mais
mandíbula do que maxila, tanto em áreas dentadas quanto
em áreas desdentadas. Não existe uma causa aparente, e
as lesões são assintomáticas, exceto quando ocorre a
complicação da osteomielite. Relatamos o caso de uma
paciente do sexo feminino, branca natural da cidade de
Puebla, México, que no ano de 1994 se apresentou com
secreção purulenta e dor na área de extração do primeiro
molar inferior direito. Foi realizada radiografia panorâmica
observando múltiplas massas radiopacas envoltas por halos
radiolúcidos na região posterior de mandíbula de ambos os
lados, envolvendo a região periapical de pré-molares e
molares. O diagnóstico clínico e radiográfico foi de displasia
cemento óssea florida. Em 1995, a paciente retornou com
dor, sendo tratada com curetagem e antibioticoterapia. De
2005 até 2009 foram realizados exames radiográficos anuais,
os quais mostraram o processo de maturação da lesão.
PC074
[247] ESTUDO LONGITUDINAL RADIOGRÁFICO DE PACIENTES
COM MUCOPOLISSACARIDOSES NO ESTADO DO PARÁ.
PATRICIA QUEIROZ FEIO; ROSELY MARIA DOS SANTOS
CAVALEIRO; LUIZ CARLOS SANTANA-DA-SILVA.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL.
As Mucopolissacaridoses (MPS) são doenças de depósito
lisossômico causadas por mutações que alteram a
funcionalidade de enzimas lisossômicas essenciais à
degradação dos glicosaminoglicanos (GAGs). A MPS do tipo
I é causada pela deficiência da enzima lisossômica á-Liduronidase , culminando com o acúmulo dos GAGs Heparan
Sulfato e Dermatan Sulfato. A MPS VI é causada pela
deficiência de Arilsulfatase B, contribuindo para o acúmulo de
Dermatan Sulfato e Condroitin Sulfato . Na MPS VI e MPS I, o
crescimento harmônico da face é afetado pelas alterações
progressivas dos tecidos conjuntivos, especialmente
naquelas de desenvolvimento endocondral. O acúmulo de
GAGs nos tecidos intra-bucais é observado nos conjuntivos
calcificados, densos e frouxos. Este trabalho é uma pesquisa
descritiva, com estudo longitudinal radiográfico (radiografias
panorâmicas) de pacientes com mucopolissacarisoses do
tipo I e VI no Estado do Pará. Hipoplasia dos côndilos
mandibulares foi comum aos 4 casos. Foram observados
alterações no padrão de erupção, com dentes nãoirrompidos, migrações dentárias para regiões de ramo
mandibular, dentes extranumerários e folículos anormalmente
espessados na MPS VI; na MPS I-S houve erupção normal e
na MPS I-HS, 50% dos dentes molares alcançaram o plano
oclusal. A relação do padrão de erupção dental e as más
oclusões foram distintos nas MPS I Scheie, Hurler-Sheie e
MPS VI. Na MPS VI, a retenção de todos os molares
associados aos folículos espessados parece envolver
mecanismos moleculares da fase pré-eruptiva. Definir as
características bucais comuns a cada tipo de MPS permite
que a odontologia, posteriormente, possa intervir de forma
precoce nestes pacientes.
PC075
[213] ESTUDO COMPARATIVO EM RADIOGRAFIAS
CEFALOMÉTRICAS LATERAIS DAS ALTERAÇÕES
CRANIOFACIAIS EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE SÍNDROME
DE DOWN E EM PORTADORES DA SÍNDROME DA APNÉIA
OBSTRUTIVA DO SONO.
PATRÍCIA SUPERBI LEMOS MASCHTAKOW; LUIZ CESAR DE
MORAES; CAROLINA BACCI COSTA; MARI ELI LEONELLI DE
MORAES; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO.
UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL.
A síndrome da apnéia e hipopnéia obstrutiva do sono (SAHOS)
caracteriza-se pela obstrução completa ou parcial das vias
aéreas superiores durante o sono sendo comum em
indivíduos portadores de Síndrome de Down (SD). O propósito
neste estudo foi identificar, por meio da radiografia
91
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
cefalométrica lateral, anormalidades anatômicas
craniofaciais associadas à predisposição à síndrome da
apnéia obstrutiva do sono (SAHOS) em indivíduos adultos
portadores de síndrome de Down (SD) e verificar a existência
de dimorfismo sexual em relação a essas alterações.Foram
comparadas 43 radiografias cefalométricas de indivíduos
portadores de SD com idades entre 18 e 34 anos, 26 de
indivíduos portadores da SAHOS com idades entre 20 e 70
anos e 30 radiografias de indivíduos não portadores de SD e
sem características clínicas de SAHOS com idades entre 18
e 35 anos. As análises foram realizadas por meio do software
Radiocef Studio 2. Concluiu-se que existem alterações
craniofaciais estatisticamente significantes entre indivíduos
portadores de SAHOS e indivíduos não sindrômicos tais como:
menor comprimento maxilar e mandibular, naso, oro e
hipofaringe com dimensões reduzidas, maior comprimento
do palato mole, espaço retropalatal estreitado e osso hióide
posicionado mais inferior e anteriormentemente. Dentre as
alterações relacionadas à SAHOS, foram encontrados nos
indivíduos portadores de SD, menor comprimento da base
do crânio, menor comprimento maxilar e mandibular, naso e
hipofaringe reduzidas, palato mole aumentado, espaço
retropalatal reduzido e osso hióide posicionado mais inferior
e anteriormentemente. O dimorfismo sexual foi observado
nas medidas da base anterior do crânio, da maxila e
mandíbula, sendo essas medidas maiores em indivíduos do
sexo masculino em todos os grupos.
PC076
[174] UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO
VOLUMÉTRICO “CONE BEAM” I-CAT, NA AVALIAÇÃO DE CASO
CLÍNICO DE CALCIFICAÇÃO INTRACRANIANA DE
NEUROCISTICERCOSE.
PAULA MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; JULIO CEZAR DE
MELO CASTILHO; CYBELLE MORI HIRAOKA; SABRINA REIS
ZINSLY.
UNESP, SJC, SP, BRASIL.
Este trabalho tem como objetivo demonstrar uma das várias
aplicabilidades da Tomografia Computadorizada Volumétrica
“Cone Beam”(TCFC), especificamente para diagnóstico em
região de cabeça e pescoço. Foi solicitado, pelo médico, um
exame tomográfico para avaliação dos seios da face, para
investigar causa de possível cefaléia, proveniente da
inflamação dos seios paranasais em indivíduo do gênero
masculino, leucoderma, na faixa etária de 26 anos. Foram
realizadas reconstruções de imagem nas vistas: Frontais,
Laterais e Axiais, em projeção de intensidade máxima, com
as devidas reconstruções tridimensionais, onde foram
identificados como achado tomográfico, pontos hiperdensos
em região de centro e póstero-inferior de crânio, medindo
aproximadamente 6,0mm e 2,5mm de diâmetro, de
localização aproximada correspondente á linha media em
região de diencéfalo e cérebro médio e lóbulo occipital e
cerebelo, respectivamente; imagem sendo sugestiva de
Neurocisticercose (NC). Esta é a infecção parasitária mais
freqüente no Sistema Nervoso Central (SNC) em países em
desenvolvimento. Existem várias doenças que podem
acometer o SNC e se apresentar como Calcificação
Intracraniana (CIC), mais o achado tomográfico de calcificação
sólida, densa, puntiforme ou nodular, única ou múltipla, de
um a dez milímetros de diâmetro e de localização
predominante na região supratentorial, é altamente sugestivo
de NC, na forma sequelar ou inativa. A maioria das publicações
sobre a forma inativa da NC aborda pacientes com diagnóstico
de epilepsia, não coincidindo neste achado, em particular.
Observamos com isto que a Tomografia Volumétrica por Feixe
Cônico (CTFC), mostrou-se eficiente como método de
diagnóstico auxiliar para identificação de patologias
calcificantes cerebrais.
92
PC077
[176] TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR FEIXE CÔNICO
(CBCT) NA EXATA LOCALIZAÇÃO DE IMPLANTES NO
INTERIOR DOS SEIOS MAXILARES.
PAULA MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; JULIO CEZAR DE
MELO CASTILHO; LISSA DUARTE ARRAIS; CYBELLE MORI
HIRAOKA.
UNESP, SJC, SP, BRASIL.
Implantes dentários colocados na maxila apresentam risco
de insucesso devido à baixa densidade dos ossos maxilares
e do pouco trabeculado ósseo. Além disso, a inadequada
preparação, perfuração ou instalação do implante pode
facilmente levar a complicações relacionadas com seios
maxilares, incluindo deslocamento de implantes. O
deslocamento de implantes dentários para o interior do seio
maxilar mostra claramente a falta de osseointegração e pode
causar graves complicações como fístula buco-sinusal e
sinusite maxilar. Nesse caso, o implante deve ser removido
imediatamente. Indivíduo do sexo feminino, 47 anos, relatou
ter perdido dois elementos de implante após três meses da
instalação dos componentes. Clinicamente, queixava-se de
dor em ambos os lados da face, cefaléia freqüente, quadro
febril e drenagem amarelo-esverdeada pela fossa nasal. Esse
quadro persistiu após 20 dias seguidos de antibioticoterapia.
Foi feita uma incidência panorâmica inicial, onde foram
observados dois componentes de implante no interior do seio
maxilar - um em cada lado - e quadro de velamento total em
ambos. Na Tomografia Volumétrica por Feixe cônico, verificouse a exata localização dos componentes e o comprometimento
de ambos os seios maxilares.
PC078
[175] LOCALIZAÇÃO DE PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO EM
MANDÍBILA COM A UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO
COMPUTADORIZADO DE FEIXE CÔNICO.
PAULA MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; JULIO CEZAR DE
MELO CASTILHO; LISSA DUARTE ARRAIS; MICHELLE
BIANCHI MORAES.
UNESP, SJC, SP, BRASIL.
Os ferimentos por arma de fogo constituem problema de saúde
pública mundial. A região maxilofacial tem sido alvo constante
desse tipo de injúria que vem aumentando proporcionalmente
o índice de violência, principalmente em grandes centros
urbanos. O objetivo deste trabalho é enfatizar a importância
da Tomografia Computadorizada Volumétrica como
instrumento para o diagnóstico investigativo desse tipo de
acidente. O exame tomográfico de rotina foi solicitado pelo
Cirurgião Buco-maxilo-facial para avaliar quantitativamente
osso maxilar para posterior enxerto e implante em região de
osso Zigomático. Paciente leucoderma, 55 anos, relata
acidente seguido por ferimento de arma de fogo há 33 anos.
Não relata dor local e relata expelir restos de metal
esporadicamente. O motivo pelo qual o projétil de arma de
fogo localizado no centro do assoalho bucal não foi removido
durante a cirurgia imediatamente após o acidente é
desconhecido. Foram realizadas reconstruções de imagens:
Panorâmica, lateral e frontal em projeção de intensidade
máxima, póstero-anterior, lateral e reconstruções
tridimensionais onde foram visualizadas maxila e mandíbula,
localizados os vestígios deixados pela arma de fogo em maxila
e o projétil localizado no centro do assoalho bucal.
PC079
[173] CARCINOMA ESPINOCELULAR: UMA NOVA VISÃO DE
DIAGNÓSTICO COM A UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO
COMPUTADORIZADO VOLUMETRICO CONE BEAM I-CAT.
PAULA MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; JULIO CEZAR DE
MELO CASTILHO; MICHELLE BIANCHI MORAES; EDMUNDO
MEDICI-FILHO.
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
UNESP, SJC, SP, BRASIL.
O carcinoma de células escamosas ou espinocelular consiste
na neoplasia maligna mais comum da cavidade oral. Embora
possa ocorrer em qualquer parte da cavidade oral, certas
áreas são mais freqüentes, como lábio inferior, língua e
assoalho bucal. Os fatores comumente considerados
predisponentes para o desenvolvimento do câncer bucal são
tabaco, álcool, sífilis, nutrição deficiente e luz solar. Alem disso,
alguns agentes biológicos, como o papilomavirus humano, e
historia pregressa de neoplasia do trato aerodigestivo
também estão relacionados com o desenvolvimento desse
tipo de câncer. Na pratica clinica, o plano de tratamento e o
prognóstico do carcinoma oral são baseados principalmente
no sistema TNM, no qual “T” significa extensão do tumor, “N”
presença de nódulos linfáticos, “M” presença ou ausência de
metástases distantes. O sistema de estadiamento TNM foi
concebido pela União Internacional Contra o Câncer, a fim de
ajudar no planejamento, assistir a evolução, facilitar a troca
de informações e indicar o prognostico no tratamento das
neoplasias. O caso relatado será de uma mulher de 57 anos,
japonesa, com dor na região oral há mais de um ano, procurou
o cirurgião-dentista relatando coleção purulenta e
sangramento na região há um mês, não conseguindo mais
usar a prótese total. Foi solicitado exame Tomográfico e
histopatológico que confirmaram a suspeita de carcinoma
espinocelular.
PC080
[177] ASPECTOS CLÍNICOS E TOMOGRÁFICOS DE FRATURA
MANDIBULAR POR ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO COM A
UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO
VOLUMÉTRICO “CONE BEAM” I-CAT.
PAULA MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; JULIO CEZAR DE
MELO CASTILHO; MICHELLE BIANCHI MORAES; EDMUNDO
MEDICI-FILHO.
UNESP, SJC, SP, BRASIL.
As lesões da cabeça e da face podem representar 50% de
todas as mortes traumáticas, ocasionados principalmente
por acidentes automobilísticos. As fraturas faciais podem
variar em função do gênero, idade e raça, tendo os mais
variados tipos de agentes etiológicos, indo desde a violência
no transito a fraturas patológicas, estando sujeito a agentes
modificadores sociais. Dentre as fraturas faciais, merece
destaque a fratura de mandíbula, já que alguns autores a
citam como o osso mais lesado em traumas faciais e outros
a consideram o segundo local mais fraturado, perdendo em
número apenas para as fraturas nasais. As fraturas
mandibulares podem levar a grandes prejuízos estéticos,
funcionais e financeiros e suas características
epidemiológicas têm sofrido alterações em diversas
localidades. Anatomicamente, a mandíbula localiza-se no
terço inferior da face, constituindo uma região proeminente
da mesma. Estes fatos contribuem para a grande incidência
de fraturas mandibulares. A mandíbula participa de
importantes funções vitais, como mastigação, deglutição,
fonação e manutenção da oclusão dentária. Faixas etárias
mais jovens são as mais acometidas, afastando
temporariamente essa população produtiva do trabalho,
onerando bastante indivíduo e sociedade. Paciente 24 anos,
sexo masculino, sofreu colisão frontal em acidente
automobilístico, fraturou os dentes antero-superiores, e
relatou sentir dor na região anterior da mandibula. Foi
encaminhado pelo Cirurgião Buco maxilo para exame
tomográfico com suspeita de fratura mandibular. No exame
tomográfico foram feitas reconstruções transversais,
panorâmica, tridimenional, onde pode-se confirmar e
mapear todo o traço de fratura mandibular na região de
sínfise.
PC081
[178] O USO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
VOLUMÉTRICA NO DIAGNÓSTICO DE CALCIFICAÇÃO DE
CARTILAGEM TIREÓIDE.
PAULA MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; JULIO CEZAR DE
MELO CASTILHO; SABRINA REIS ZINSLY; CYBELLE MORI
HIRAOKA.
UNESP, SJC, SP, BRASIL.
A mineralização da cartilagem tireóide é um processo
fisiológico
que
acomete
adultos
aumentando
progressivamente com a idade. A ossificação começa na
borda posterior, margem inferior e corno inferior da cartilagem
tireóide. Nos homens a cartilagem está ossificada aos 70
anos, mas nas mulheres, a cartilagem nunca ossifica
completamente restando uma porção cartilaginosa. A
ossificação da cartilagem cricóide e tireóide é mais freqüente
nas mulheres, embora maior grau de ossificação têm sido
encontrado em homens. A calcificação da cartilagem é
simétrica, podendo ser focais ou difusas e amorfas. Os
mecanismos da mineralizaçao ainda não são claros. Quando
a ossificação da tireóide é notada em idade precoce, outros
métodos de imagens como ultrassom, tomografia
computadorizada, ressonância magnética podem ser úteis
para excluir adenomas de paratireóide. A importância do
conhecimento dos aspectos radiográficos de cartilagens
laríngeas calcificadas se deve ao fato dessas variações da
normalidade serem diagnóstico diferencial de ateromas
calcificados localizados na artéria carótida. Essa diferenciação
é fundamental, uma vez que a conduta é bastante diferente
para os dois casos, pois as calcificações não necessitam de
tratamento. Paciente de sexo feminino, 26 anos Cirurgiã
Dentista veio á clinica de Radiologia para realizar a Tomografia
Computadorizada de Feixe Cônico, para avaliação de região
de articulação temporo-mandibular, com queixa principal dor
esporádica quando trabalhava com a cabeça abaixada, e
relatou fazer fisioterapia há 5 anos. Foram realizadas
reconstruções de imagens: Panorâmica, póstero-anterior,
lateral e reconstruções tridimensionais, estando descartada
a disfunção temporo-mandibular e constatada hipodensidade
abaixo do osso hióide compatível a mineralização da
cartilagem tireóide.
PC082
[183] UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DIGITAIS NA ANÁLISE
DE LESÕES RADIOLÚCIDAS MANDIBULARES.
RICARDO RAITZ 1; JOSÉ NARCISO ROSA ASSUNÇÃO
JÚNIOR2; MARLENE FENYO-PEREIRA3; LUCIANA CORREA4;
LILIAM PEREIRA LIMA5.
1,2.UNIB, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 3,4.FOUSP, SÃO PAULO,
SP, BRASIL; 5.IMEUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
O objetivo deste estudo foi avaliar se a utilização de
ferramentas digitais na interpretação radiográfica de lesões
radiolúcidas influencia no número de diagnósticos corretos.
Vinte e quatro radiografias panorâmicas de ameloblastoma,
tumor odontogênico queratocístico, cisto dentígero e cavidade
óssea idiopática (6 casos de cada) foram selecionadas,
digitalizadas e avaliadas por profissionais não-especialistas
(estudantes de graduação e recém-graduados) e por
profissionais especialistas (patologistas, estomatologistas,
radiologistas e cirurgiões buco-maxilo-faciais). Os
percentuais de diagnósticos correto e incorreto, relacionados
ao uso de brilho/contraste, inversão, nitidez, highlight e zoom
foram comparados pelo teste qui-quadrado. Todos os
profissionais fizeram suas avaliações antes e após a consulta
de uma lista de parâmetros diagnósticos radiográficos
confeccionada para cada lesão, e a influência desta consulta
sobre o uso dessas ferramentas também foi analisada pelo
teste de McNemar e do coeficiente Kappa. No grupo de
especialistas, as percentagens de acertos diagnósticos não
93
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
mudaram para qualquer uma das ferramentas digitais. Para
o grupo de não-especialistas, e, levando-se em consideração
a ferramenta brilho/contraste, houve uma diminuição na
porcentagem de diagnósticos corretos quando não houve
consulta dos parâmetros diagnósticos (p = 0,027). Por outro
lado, um aumento desta percentagem foi observado quando
os parâmetros diagnósticos foram consultados (p = 0,008). A
ferramenta mais preferida e a menos preferida pelos
examinadores foram a nitidez e a inversão, respectivamente,
pelos dois grupos. O uso ou não de brilho/constrate e zoom
tiveram uma razoável concordância no grupo dos
especialistas (K = 0,514 e K = 0,425, respectivamente). De
forma geral, a freqüência de utilização das ferramentas digitais
foi menor após a consulta da lista de parâmetros
diagnósticos. Os resultados indicam que o uso da ferramenta
brilho/contraste pelos não especialistas pode ter prejudicado
sua acurácia na determinação dos diagnósticos corretos, no
entanto, a utilização da lista de parâmetros radiográficos parece
reverter este cenário.
PC083
[265] CISTO ÓSSEO ESTÁTICO: EXAMES POR IMAGENS.
ROBERTO HEITZMANN RODRIGUES PINTO.
FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS, SÃO PAULO, SP,
BRASIL.
Paciente do gênero feminino, 67 anos, leucoderma, procurou
a clínica odontológica para a realização de próteses totais
superior e inferior. Após anamnese e exames clínicos foram
solicitadas radiografias oclusais totais da maxila e mandíbula
e radiografia panorâmica. Durante a interpretação radiográfica
desses exames foram observadas bilateralmente, imagens
radiolúcidas, circunscritas, com aspecto cístico e halo
radiopaco, nas regiões próximas ao ângulo da mandíbula,
entre o canal mandibular e base da mandíbula, sugerindo
cisto ósseo estático. De acordo com Nevile et al. (1998) essa
condição representa uma cavidade focal de cortical óssea
lingual da mandíbula, preenchida por tecido normal de
glândula salivar, representando um defeito de
desenvolvimento da glândula salivar submandibular, contudo,
em alguns casos, pode apresentar tecidos muscular, vasculonervoso, conjuntivo fibroso, adiposo e linfóide. Raramente é
observado em crianças, o que levanta a hipótese de se
manifestar em pacientes de meia-idade e maior incidência
no gênero masculino. Essa lesão geralmente permanece
estática e assintomática, porém, em poucos casos ela
apresentou aumento de tamanho. Freitas et al. (2004)
consideram essa situação como uma entidade radiográfica
e não patológica, sendo geralmente descobertas em exames
radiográficos de rotina. Para o caso clínico descrito acima, foi
indicado um acompanhamento radiográfico, tendo em vista
que a paciente apresentava discreta sintomatologia dolorosa
no lado esquerdo.
PC084
[169] AVALIAÇÃO POR RADIOGRAFIA PERIAPICAL E
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM DO
TRATAMENTO EM SESSÃO ÚNICA DE CANAIS RADICULARES
DE CÃES.
RONALD ORDINOLA ZAPATA; LUCIANA MARIA PAES DA SILVA
RAMOS FERNANDES; MARCO ANTONIO HUNGARO
DUARTE; ANA LÚCIA ÁLVARES CAPELOZZA; CLÓVIS
MONTEIRO BRAMANTE.
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU-FOB/USP,
BAURU, SP, BRASIL.
O presente trabalho objetiva apresentar e comparar
imagens de radiografias periapicais e de tomografia
computadorizada cone beam (TCCB) de lesões induzidas
experimentalmente em 2 cães. Trinta e quatro lesões
periapicais foram induzidas inoculando a bactéria
Enterococcus faecalis nos canais radiculares. A efetividade
do método de indução de necrose foi determinada por
microscopia confocal de varredura laser em 3 dentes
adicionais. Decorrido o período de 60 dias, a presença de
periodontite apical crônica foi determinada por radiografias
periapicais. Em seguida, 17 canais foram tratados
endodonticamente em sessão única e 17 canais
contralaterais foram deixados sem tratamento (controle).
Após o período de 180 dias, os animais foram sacrificados.
Os crânios foram escaneados no tomógrafo i-CAT, com
utilização do protocolo com FOV 6cm, voxel de 0,25 e tempo
de 40 segundos. Em relação às radiografias periapicais,
foram tomadas iniciais com filme convencional e finais
padronizadas, após o sacrifício dos animais. A comparação
entre as imagens obtidas após o período experimental
pelos 2 métodos foi feita através de medições da área em
mm2 de cada lesão encontrada, com software ImageTool.
Os resultados mostraram lesões de menor diâmetro nos
dentes tratados em comparação ao grupo controle (P<0,05).
A comparação entre os métodos demonstrou diferença
estatística (P<0,05), sendo evidenciadas áreas radiolúcidas
maiores pela TCCB. Concluiu-se que os dentes tratados
em sessão única apresentavam lesões menores em
comparação aos não-tratados em ambos os exames e que
as áreas das lesões observadas na TCCB foram maiores
do que as áreas encontradas nas radiografias periapicais.
PC085
[182] A IMPORTÂNCIA DO EXAME TOMOGRÁFICO NO
DIAGNÓSTICO DE OSTEOMA.
SABRINA REIS ZINSLY; LISSA DUARTE ARRAIS; RENATA
COSTA DE ALMEIDA; LUIZ CESAR DE MORAES; FERNANDA
TRAUTMANN.
UNESP, SJC, SP, BRASIL.
Os osteomas são tumores benignos, compostos de osso
maduro compacto ou medular. A patologia freqüentemente
surge isoladamente, salvo quando associada à síndrome
de Gardner. A lesão pode se apresentar como uma massa
séssil ou pedunculada (osteoma subperiostal) ou pode ser
localizada no osso medular (osteoma endosteal). Há
preponderância de relatos envolvendo processo alveolar e
tuberosidade da maxila, e face lingual do corpo e o bordo
infe¬rior da mandíbula. Apresenta maior predileção por
adultos jovens. Os osteomas periósticos apresentam-se
como massas de crescimento lento podendo alcançar
grande tamanho, provocando deformação facial.
Radiograficamente, a lesão endosteal apresenta-se
cir¬cunscrita e radiopaca, muitas vezes semelhante à
odontomas complexos e escleroses idiopáticas, o que
dificulta seu diag-nóstico diferencial. Os osteomas maiores
com deformidades estéticas são tratados com uma excisão
cirúrgica conservadora. Os osteomas assintomáticos
pequenos não precisam de tratamento e devem ser
observados. Paciente leucoderma, sexo feminino, 41 anos,
compareceu para avaliação ortodôntica. Na radiografia
panorâmica foi observado, na região de ramo e incisura de
mandíbula do lado esquerdo, imagem radiopaca de limites
definidos. Na anamnese, o paciente não relatou história de
trauma ou infecção na região. Ao exame físico intra-bucal,
observou-se o aumento volumétrico da região, de
consistência dura à palpação, assintomático. Três anos
mais tarde, a paciente retornou para controle quando foram
realizadas radiografia e tomografia computadorizada. Na
panorâmica, não foi observado aumento da lesão. Na
tomografia, nos cortes axiais e na reconstrução volumétrica
multiplanares, foi observado imagem hiperdensa, com
aspecto pediculado na região mais anterior e medial do ramo
sugerindo osteoma periférico.
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
PC086
[159] UTILIZAÇÃO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NA
AVALIAÇÃO DO MÚSCULO PTERIGÓIDEO LATERAL.
SILVIA MORGADO D´IPPOLITO1; ANGELA BORRI WOLOSKER2;
BENEDITO HERBERT SOUZA3; MARLENE FENYO-PEREIRA4.
1,4.FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2,3.EPM-UNIFESP, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
O Músculo Pterigóideo Lateral (MPL) desempenha um papel
importante nas Desordens Temporomandibulares (DTM),
devido à íntima relação deste músculo com a Articulação
Temporomandibular (ATM). No entanto, evidências de
alterações patológicas dos músculos mastigatórios ainda
parecem faltar nas pesquisas da DTM. O objetivo neste
trabalho foi demonstrar a aplicação da IRM (Imagem por
Ressonância Magnética) na avaliação do MPL (Músculo
Pterigóideo Lateral). Foram utilizados exames de RM de 50
indivíduos com ou sem DTM (Disfunção Temporomandibular).
Neste trabalho, das 100 ATM analisadas, 35 pacientes com
DTM (70 ATM), prevalecendo o gênero feminino e 15 indivíduos
sem sinais e sintomas clínicos de DTM (30 ATM) foram
incluídos. O MPL foi observado e analisado em diferentes
projeções. As imagens sagitais oblíquas e axiais da ATM
(Articulação Temporomandibular) foram analisadas por 2
examinadores e demonstraram anomalias no MPL, como
hipertrofia, atrofia e contratura, correlacionados com os sinais
clínicos de DTM, em indivíduos sintomáticos e
assintomáticos. Sinais de DTM, como hipermobilidade,
hipomobilidade e deslocamento do disco articular puderam
ser observados nas imagens de ATM. Com relação aos
sintomas clínicos como dor, sons articulares, cefaléia e
limitação nos movimentos mandibulares, foi possível observar
que todos os pacientes com DTM apresentavam pelo menos
um destes sintomas, sendo as queixas mais presentes dor
e estalo; e os pacientes sem DTM também puderam mostrar
alterações nas imagens de RM da ATM, como atrofia e
contratura muscular, as mais observadas. Os resultados
revelaram que, em média, as medidas do lado D são
estatisticamente iguais às do lado E. Os grupos com e sem
DTM, também apresentaram, medidas estatisticamente iguais
nos mesmos cortes. A variação no tamanho dos MPL entre os
lados D e E do mesmo paciente e entre os pacientes
sintomáticos e assintomáticos, está relacionada às diferenças
entre as estruturas físicas individuais. Com relação às
alterações morfológicas encontradas no grupo com DTM, as
mesmas não foram estatisticamente significantes. Na
comparação entre posição do disco articular, mobilidade da
cabeça da mandíbula e alteração na morfologia dos
músculos, entre o grupo com DTM e o grupo sem DTM, não
encontramos relação entre todas estas alterações, apesar
de serem achados predominantemente em pacientes com
DTM. Concluímos que a RM é um ótimo exame para avaliação
do MPL, também que houve uma prevalência de DTM no
gênero feminino; as queixas mais presentes foram dor e
estalo; todos os pacientes com DTM são portadores de algum
tipo de sintomatologia; a presença de DTM pode provocar
alteração na espessura do MPL e os tipos de alterações
morfológicas mais encontradas foram atrofia e contratura
muscular. Estudos futuros são necessários para se continuar
avaliando o MPL por meio de RM.
PC087
[194] CAVIDADE ÓSSEA IDIOPÁTICA SEQUENCIAL.
TÂNIA MARA PIMENTAAMARAL; VLADIMIR REIMAR AUGUSTO
DE SOUZA NORONHA; VAGNER RODRIGUES SANTOS;
RICARDO ALVES MESQUITA; EVANDRO NEVES ABDO.
FOUFMG, BH, MG, BRASIL.
Introdução: Paciente de 22 anos, feminino, foi encaminhada
pelo ortodontista para avaliação de imagem radiolúcida na
região anterior esquerda da mandíbula mostrada na
radiografia panorâmica. A imagem localizava-se entre os
dentes 32 e 34, era unilocular, de limites definidos, festonada
e descorticalizada. Hipóteses diagnósticas foram de cisto
ósseo traumático, lesão central de células gigantes, tumores
e cistos de origem odontogênica. O exame histopatológico
foi de cavidade óssea idiopática. Após três anos de
seguimento, foi observado na radiografia panorâmica,
imagem radiolúcida, unilocular, de limites definidos, contornos
irregulares, descorticalizada em ramo ascendente de
mandíbula direita. A tomografia computadorizada da
mandíbula, em cortes axiais, sagitais e ortorradiais, revelou
imagem hipodensa, homogênea, de limites definidos,
unilocular, sem expansão ou rompimento das corticais
ósseas, localizada do dente 48 ao terço médio do ramo
ascende. O dente 48 apresentava com imagem do saco
pericoronário sem relação com a lesão. As hipóteses de
diagnósticas foram as mesmas descritas anteriormente. O
diagnóstico histopatológico foi de cavidade óssea idiopática.
A paciente encontra-se em acompanhamento sem sinais
clínicos-radiográficos de doença. Revisão de literatura: A
etiopatogenia da cavidade óssea idiopática é incerta e
controversa, sendo teoria de trauma a mais aceita. A faixa
etária de maior ocorrência é na 2ª década de vida com igual
prevalência entre homens e mulheres. É assintomática, sendo
diagnosticada por exames radiográficos de rotina.
Comentário: A imagem da cavidade óssea idiopática faz
diagnóstico diferencial com cistos e tumores de origem
odontogênica. Assim, a utilização dos recursos
imaginológicos são importantes para auxiliar no diagnóstico
definitivo.
PC088
[201] O PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE
FEIXE CÔNICO NO DIAGNÓSTICO DE TRAUMATISMO DO
ASSOALHO BUCAL.
THAÍS SUMIE NOZU IMADA; MARCELO LUPION POLETI;
JOSÉ HUMBERTO DAMANTE; IZABEL REGINA FISCHER
RUBIRA-BULLEN.
FOB/USP, BAURU, SP, BRASIL.
A Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC)
tem muitas aplicações na Odontologia, dentre elas
identificar e mensurar estruturas anatômicas e lesões
ósseas. Assim, propomo-nos a apresentar o relato de um
caso, no qual, esta tecnologia foi utilizada. O paciente do
gênero feminino, leucoderma, 76 anos de idade, foi
encaminhado ao nosso serviço para avaliação de trauma
crônico na região sublingual anterior. Na história da doença
atual a paciente relatou que usava a mesma prótese há
cinco anos e que sentia dor na região ao mastigar. A história
médica pregressa revelou tratamento para osteoporose
com uso contínuo de alendronato. O exame físico intraoral
local demonstrou úlcera e fibrose da mucosa sublingual
associado ao uso da prótese instável. A radiografia
panorâmica demonstrou reabsorção severa do rebordo
alveolar. Foi realizada radiografia oclusal total de
mandíbula evidenciando um aumento do tubérculo geni. O
diagnóstico presuntivo foi de trauma crônico associado ao
uso da prótese instável, reabsorção severa do rebordo
alveolar e aumento do tubérculo geni. Para uma
investigação pré-cirúrgica mais precisa da região a TCFC
foi realizada. As reconstruções sagitais e em 3D
confirmaram o diagnóstico de reabsorção severa do
rebordo alveolar e aumento do tubérculo geni. O tubérculo
geni mediu cerca de 5,5 mm de comprimento por 12 mm
de largura na sua inserção junto a tábua óssea. O
tratamento de escolha foi a prescrição de Omcilon-A em
orabase por sete dias e ajuste da prótese até ser possível
a realização da cirurgia. A paciente atualmente se encontra
em acompanhamento.
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
PC089
[208] ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES SIMULADORES
DE TECIDO MOLE NOS VALORES DE PIXEL UTILIZANDO O
SISTEMA VISUALIX® EHD.
THAÍS SUMIE NOZU IMADA; MARCELO LUPION POLETI;
THAIS MARIA FREIRE FERNANDES; RENATA CORDEIRO
TEIXEIRA; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN.
FOB/USP, BAURU, SP, BRASIL.
A atenuação ocorre quando os fótons de raios X atravessam
um objeto e sua intensidade é diminuída. Esse fenômeno pode
variar dependendo da presença de tecido mole quando um
feixe de raios X incide. O objetivo deste estudo foi realizar a
análise da influência de diferentes simuladores de tecido mole
nos valores de pixel utilizando o Sistema Visualix® eHD em 10
hemimaxilas de ratos Wistar. As imagens radiográficas foram
padronizadas utilizando-se um suporte com base fixa de isopor
adaptado, o sensor, a escala de densidade de alumínio com
quatro degraus e o simulador de tecido mole sempre na
mesma posição. Além disso, 70 kVp, 7 mA, distância foco-filme
de 30 cm, tempo de exposição de 0,05 e cabeçote do aparelho
direcionado perpendicularmente a peça foram padronizados.
As hemimaxilas foram radiografas e em seguida foi removido
todo o tecido mole e obtido nova imagem radiográfica. Diferentes
simuladores de tecido mole foram utilizados posteriormente
(acrílico; cera utilidade; acrílico + cera utilidade; 1 mm de cera
rosa número 9; 2 mm de cera rosa número 9 e gelatina). A
análise dos valores de pixel foi realizada em uma região de
interesse de 267 x 267 pixels por meio do programa ImageJ®
(NIH/USA). Os resultados demonstraram diferença
estatisticamente significativa (p< 0,01) nos valores de pixel para
todos os simuladores quando comparado com a hemimaxila
com tecido mole, exceto para o simulador gelatina. Pode-se
concluir que os valores de pixel variam com os diferentes
simuladores de tecido mole e que o simulador de gelatina
demonstrou maior similaridade com o tecido mole.
PC090
[254] FORMULAÇÃO DE PLANO DE TRATAMENTO BASEADO
EM ROTEIRO DE CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS.
TIAGO GORGULHO ZANET; RODNEI GARCIA ROCHA;
ANGELICA MARIA HERNANDEZ; MARLENE FENYO-PEREIRA.
FO-USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
Introdução: Avaliação, identificação e construção de um plano
de tratamento, baseado nas evidências clínicas e auxiliado
pelos exames radiográficos; torna um processo de extrema
importância na formação do conhecimento de um Cirurgião
Dentista generalista. A interpretação radiográfica é afetada pela
educação, treinamento e experiência do observador, qualidade
radiográfica e parâmetros de interpretação. (SAUNDERS, 2001;
LANNING et al., 2006) Objetivos: Criar um meio auxiliar na
interpretação radiográfica e desenvolvimento de um plano de
tratamento. Métodos: Alunos em número de 6, cursando a
disciplina de Clinica Integrada da FOUSP, realizaram um
planejamento baseado apenas na radiografia panorâmica.
Foram divididos em dois grupos. O primeiro com o auxílio de
um roteiro de orientação de características radiografias (RCR)
e o segundo grupo sem o roteiro (SCR). Analizou-se a
porcentagem de procedimentos semelhantes intra e entre
grupos. Resultados: Obtivemos resultados semelhantes na
avaliação intra grupo: RCR=57,4% e SCR=34,32%, já na
comparação inter grupo obtivemos: RCR e SCR=22,85% de
procedimentos semelhantes. Conclusão: A associação de um
roteiro de orientação na identificação das características
radiográficas, propiciou um detalhamento do diagnóstico e
favoreceu o plano de tratamento.
PC091
[215] OSTEOSSARCOMA ASSOCIADO À DISPLASIA
CEMENTO ÓSSEA FLORIDA.
96
WILFREDO ALEJANDRO GONZALEZ-ARRIAGADA;
FERNANDA VIVIANE MARIANO; PABLO AGUSTIN VARGAS;
OSLEI PAES DE ALMEIDA; MÁRCIO AJUDARTE LOPES.
FOP-UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL.
Osteossarcoma é o tumor primário mais comum dos ossos
com uma incidência de 4-5 por um milhão de pessoas. Parece
não ter uma associação com a raça e apresentam-se
principalmente na segunda década de vida. Os
osteossarcomas nos maxilares são incomuns e
correspondem a 6-8% de todos os osteossarcomas, com uma
maior incidência na terceira e quarta décadas de vida. Os
sintomas mais comuns são aumento de volume e dor. Os
achados radiográficos são variados podendo ser uma lesão
radiolúcida, mista ou radiopaca. A displasia cemento óssea
florida tem envolvimento multifocal com uma tendência de ser
bilateral e simétrico. É mais comum em mulheres da raça
negra, geralmente assintomático e seu diagnóstico
normalmente é estabelecido através de exame radiográfico de
rotina. Apresentamos um caso de uma paciente do gênero
feminino com 44 anos de idade que foi encaminhada para
avaliação de um aumento de volume no lado direito da
mandíbula com quatro anos de evolução. Ao exame intraoral
observou-se um aumento de volume duro e dolorido à palpação,
levemente avermelhado no lado direito da mandíbula de
aproximadamente 3 x 2 cm de diâmetro. As radiografias
mostraram uma imagem mista, no corpo de mandíbula entre
os dentes 45 e 48. Outras áreas da mandíbula e maxilas
mostraram áreas radiopacas e radioIúcidas sugestivas de
displasia cemento óssea florida. Foi feita uma biópsia no corpo
de mandíbula à direita e o diagnóstico histopatológico foi de
osteossarcoma. A paciente foi encaminhada para o cirurgião
de cabeça e pescoço para tratamento.
PC092
[219] CISTO ÓSSEO TRAUMÁTICO EM MANDÍBULA – RELATO
DE CASO.
IGOR AGUIAR REIS; LUCAS DA SILVA PADOVANI; MARCELLA
REZENDE SERPA; PAULO EDUARDO ALENCAR SOUZA;
PETER REHER
PUC-Minas, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
O cisto ósseo traumático é um pseudocisto, pois apesar de
sua nomenclatura, é um cisto que não apresenta revestimento
epitelial. Trata-se de uma cavidade vazia e assintomática, de
pouca freqüencia, sendo um achado radiográfico ocasional
na clínica odontológica. Apresenta prevalência de 60% em
indivíduos do sexo masculino sendo comumente observado
na segunda década de vida, com localização em corpo ou
sínfese de mandíbula. Acredita-se que seja resultante de um
trauma ósseo insuficiente para causar uma fratura, levando a
um hematoma intra-ósseo que, sem reparação, se liquefaz e
forma um defeito cístico. Paciente M.H.S.N., 14 anos,
melanoderma, gênero feminino, compareceu a clínica de
Estomatologia da Faculdade de Odontologia da PUC Minas.
A paciente não apresentava sintomas, sendo que a lesão foi
observada em radiografia panorâmica durante exame de
rotina, notando-se por área radiolúcida unilocular, bem
delimitada, na região anterior de mandíbula, próxima aos
dentes 41, 31, 32 e 33. Os diagnósticos presuntivos foram
ceratocisto odontogênico, ameloloblastoma unicístico, cisto
ósseo traumático e outras lesões císticas. Durante a
anamnese a paciente relatou ter sofrido uma queda,
traumatizando a região mentoniana, há aproximadamente 12
anos. Foi então realizada punção aspirativa, a qual foi positiva
para sangue e sugestiva de ausência de tecido sólido no
interior da lesão. Procedeu-se, então, à incisão em fundo de
vestíbulo inferior e descolamento mucoperiósteo, expondo a
área da lesão acessada através da cortical óssea vestibular.
Durante exploração cirúrgica, verificou-se ausência de
cápsula e revestimento, o escasso material encontrado foi
Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica
enviado para exame histopatológico, cujo resultado foi
compatível cisto ósseo traumático. A curetagem das paredes
promoveu sangramento e formação de coágulo, com o
objetivo de promover neoformação óssea. O diagnóstico
requer associação dos caracteres clínicos, radiográficos e
microscópicos, mas é essencial a constatação cirúrgica de
cavidade óssea vazia. O diagnóstico diferencial deve incluir
outras lesões como cistos radiculares, lesão central de
células gigantes, displasia fibrosa, ameloblastoma,
ceratocisto. A paciente encontra-se em acompanhamento
clínico-radiográfico com quadro satisfatório.
PC093
[234] TRATAMENTO CIRÚRGICO DE TUMOR ODONTOGÊNICO
CERATOCÍSTICO MANDIBULAR COM CURETAGEM SEGUIDA
DO USO DA SOLUÇÃO DE CARNOY - RELATO DE CASO.
LUCAS DA SILVA PADOVANI; BELINI FREIRE-MAIA; ROSANA
LUKSCHAL BARBOSA; SYLVIE BRENER; IGOR AGUIAR REIS
PUC-Minas, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
O ceratocisto odontogênico é uma lesão cística que obteve
em 2005 um novo conceito frente á OMS, como tumor
odontogênico ceratocístico. Essa lesão tem aspectos clínicos
diferenciados, apresentando altas taxas de recidiva,
agressividade, aspecto histopatológico específico,
crescimento lento e assintomático. È um tumor encontrado
em pacientes comumente na segunda e terceira décadas de
vida, acometendo mandíbula, especialmente em região
posterior e ramo ascendente. A maioria das lesões são
descobertas por acaso através de radiografias de rotina, pois
tendem a crescer no sentido ântero-posterior, pelos espaços
medulares do osso sem causar expansão óssea.
Radiograficamente apresenta-se como uma área radiolúcida
uni ou multilocular envolta por um halo radiopaco podendo
ou não estar relacionada com um dente retido.
Histologicamente espera-se encontrar uma cápsula fina e
friável, podendo haver material líquido ou semi-sólido (restos
de ceratina), epitélio da lesão escamoso estratificado .O seu
lúmen é formado por células epiteliais paraceratinizadas,
podendo ainda haver presença de cistos satélites. O
tratamento indicado para a lesão comumente é a enucleação
rigorosa embora existam relatos de descompressão e
marsupialização. Altos índices de recorrência desse tumor,
parecem estar relacionados á natureza fina e friável da cápsula
do cisto e também á presença de “cistos filhos”. Deve-se
considerar outras formas adjuvantes de tratamento como a
crioterapia, escarificação e aplicação de solução de Carnoy. A
solução de Carnoy (fixador de tecido contendo 6 ml de álcool
absoluto, 3 ml de clorofórmio, 1 ml ácido acético glacial e
cloreto férrico 0,1 mg/ml) na loja cirúrgica é um tratamento
auxiliar posterior á exérese da lesão podendo reduzir de forma
significativa a chance de recidiva, provavelmente relacionada
a uma necrose química superficial. A injeção da solução na
luz do cisto tem sido usada para facilitar o descolamento do
cisto da superfície óssea , o que também pode auxiliar na
sua remoção.
em pacientes comumente na segunda e terceira décadas de
vida, acometendo mandíbula, especialmente em região
posterior e ramo ascendente. A maioria das lesões são
descobertas por acaso através de radiografias de rotina, pois
tendem a crescer no sentido ântero-posterior, pelos espaços
medulares do osso sem causar expansão óssea.
Radiograficamente apresenta-se como uma área radiolúcida
uni ou multilocular envolta por um halo radiopaco podendo
ou não estar relacionada com um dente retido.
Histologicamente espera-se encontrar uma cápsula fina e
friável, podendo haver material líquido ou semi-sólido (restos
de ceratina), epitélio da lesão escamoso estratificado .O seu
lúmen é formado por células epiteliais paraceratinizadas,
podendo ainda haver presença de cistos satélites. O
tratamento indicado para a lesão comumente é a enucleação
rigorosa embora existam relatos de descompressão e
marsupialização. Altos índices de recorrência desse tumor,
parecem estar relacionados á natureza fina e friável da cápsula
do cisto e também á presença de “cistos filhos”. Deve-se
considerar outras formas adjuvantes de tratamento como a
crioterapia, escarificação e aplicação de solução de Carnoy. A
solução de Carnoy (fixador de tecido contendo 6 ml de álcool
absoluto, 3 ml de clorofórmio, 1 ml ácido acético glacial e
cloreto férrico 0,1 mg/ml) na loja cirúrgica é um tratamento
auxiliar posterior á exérese da lesão podendo reduzir de forma
significativa a chance de recidiva, provavelmente relacionada
a uma necrose química superficial. A injeção da solução na
luz do cisto tem sido usada para facilitar o descolamento do
cisto da superfície óssea , o que também pode auxiliar na
sua remoção.
PC094
[244] TRATAMENTO CIRÚRGICO DE TUMOR ODONTOGÊNICO
CERATOCÍSTICO MANDIBULAR COM CURETAGEM SEGUIDA
DO USO DA SOLUÇÃO DE CARNOY - RELATO DE CASO.
LUCAS DA SILVA PADOVANI; BELINI FREIRE-MAIA; ROSANA
LUKSCHAL BARBOSA; SYLVIE BRENER; IGOR AGUIAR REIS
PUC-Minas, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
O ceratocisto odontogênico é uma lesão cística que obteve
em 2005 um novo conceito frente á OMS, como tumor
odontogênico ceratocístico. Essa lesão tem aspectos clínicos
diferenciados, apresentando altas taxas de recidiva,
agressividade, aspecto histopatológico específico,
crescimento lento e assintomático. È um tumor encontrado
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