1 2 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica EDITORIAL É com imensa satisfação que trazemos a você associado, mais um número da Revista da ABRO. Contamos, neste número, com a participação do Prof. Dr. Plauto Christopher Aranha Watanabe, que proporcionará uma leitura intensa sobre um tema bastante atual na Odontologia: a osteoporose e o os sinais radiográficos que podem ser observados na radiografia panorâmica, além de todo um quadro dessa condição no cenário de doenças sistêmicas. Também, neste número, encontramos os resumos dos trabalhos apresentados na XVI Jornada da Associação Brasileira de Radiologia Odontológica, realizada em Ouro Preto. Assim, aproveitamos a nossa revista, que é a forma mais concreta de chegarmos a cada associado, para agradecer a todos que participaram desse evento: organizadores, patrocinadores, expositores, pesquisadores e congressistas, que proporcionaram momentos de total interação científica e também fraternal. Atingimos, assim, o nosso objetivo: levar ao sócio da ABRO, tudo que existe de mais atual, em termos de equipamentos e pesquisas sem, entretanto, esquecermos o entretenimento. Prof. Dr. Perboyre Castelo Presidente da ABRO EXPEDIENTE Revista da ABRO – órgão de divulgação científica da Associação Brasileira de Radiologia Odontológica (www.abro.org.br), que tem como objetivo a publicação de artigos de pesquisa básica e aplicada, artigos de atualização e casos clínicos no campo da Radiologia Odontológica. Distribuída gratuitamente aos associados, faculdades de Odontologia e associações cadastradas na ABRO. O título abreviado do periódico é Rev ABRO. Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Presidente Dr. Manoel Perboyre Gomes Castelo Vice-Presidente Dra. Marta Suzana Holanda de Sá 1º Tesoureiro Dr. Perboyre Gomes Castelo Júnior 2º Tesoureiro Dr. José Osmar Vasconcelos Filho 1º Secretário Dra. Sandra Régia Albuquerque Ximenes 2º Secretário Dr. Lúcio Mitsuo Kurita Conselho fiscal Titulares Dr. Frab Norberto Bóscolo Dr. João Batista Sobrinho do Nascimento Neto Dr. José Ribamar de Azevedo Suplentes Dr. Mike Bueno Dra. Luciane Farias de Araújo Dr. Paulo Sérgio Flores Campos Corpo Editorial Editor responsável Solange Maria de Almeida - FOP/UNICAMP Editores Associados Frab Norberto Bóscolo – FOP/UNICAMP Francisco Haiter Neto – FOP/UNICAMP Paulo Sérgio Flores Campos – FO/UFBA Consultores Científicos Ana Lúcia Alvares-Capelozza – FOB/USP Adriana Dibo da Cruz – São Carlos/SP Benjamin Martinez Rondanelli – Universidad Mayor (Chile) Claúdio Costa – FO/USP Eduardo Sannomiya – Universidade Metodista de São Paulo Elismauro Francisco de Mendonça – FO/UFG Emiko Saito Arita – FO/USP Fabrício Mesquita Tuji – FO/UFPA Flávia Maria de Moraes Ramos-Perez - Recife/PE Fernando Henrique Westphalen – PUC/PR Gulnara Scaf – FOA/UNESP Israel Chilvarquer – FO/USP Isabel Regina Fischer Rubira Bullen – FOB/USP Jane Luiza Freire Matos – FO/UFBA João Batista Sobrinho do Nascimento Neto – FOP/PE Júlio César de Melo Castilho – FOSJC/UNESP Karina Lopes Devito – FO/UFJF Marcelo de Gusmão Paraíso Cavalcante – FO/USP Márcia Rejane Brucker – PUC/RS Maria Luiza dos Anjos Pontual – FO/UFPB Maria Eli Leonelli de Moraes – FOSJC/UNESP Marlene Fenyo Pereira – FO/USP Melissa Feres Damian – FO/UFPEL Monica Costa Armond – UNINCOR/MG Murilo José Nunes de Abreu Junior – FO/UFSC Nilson Pena Segundo Neto - FO/UFBA Paulo Sérgio Flores Campos-FO/UFBA Plauto Christopher Aranha Watanabe – FORP/USP Rívea Inês Ferreira – UNICID/SP Sérgio Lúcio Pereira de Castro Lopes - FO/UFPEL Vânia Regina Camargo Fontanella – ULBRA-FO/UFRS Jornalista Responsável Fabiana Maria Groppo (MTB: 31.280) Editoração Miriam Miranda Impressão Gráfica Riopedrense Tiragem 1.000 exemplares Os conceitos e opiniões contidos neste veículo são de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es), não expressando, a priori, os interesses da ABRO. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo sem a devida autorização. Contato: [email protected] 3 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica SUMÁRIO 4 05 OSTEOPOROSE E A RADIOGRAFIA PANORÂMICA: O QUE O CIRURGIÃO DENTISTA PODE ANALISAR Osteoporosis and Panoramic Radiography: What dentists can analyze. Plauto Christopher Aranha WATANABE 22 SATISFAÇÃO DE CIRURGIÕES-DENTISTAS EM RELAÇÃO ÀS CLÍNICAS DE RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA DA CIDADE DE IPATINGA (MG-BR) Satisfaction of Dentists with Radiology Clinics in Ipatinga (MG-Brazil) Henrique de Andrade FERNANDES, Simone Maria Ragone GUIMARÃES, Humberto da Costa FERNANDES, Marcos Vinicius Queiroz de PAULA 26 ALTERAÇÕES MANDIBULARES EM PANORÂMICAS UTILIZANDO DOIS ÍNDICES RADIOMORFOMÉTRICOS Mandibular Changes nn Panoramic Radiographs using two Radiomorphometric Indices” Camila Vasconcelos Santana PRADO, Juliana Álvares Duarte Bonini CAMPOS, Leonor de Castro Monteiro LOFFREDO, Guilherme Monteiro TOSONI 31 ESTUDO COMPARATIVO ENTRE IMAGENS CONVENCIONAL E DIGITAL INDIRETA NA INTERPRETAÇÃO DE LESÕES RADIOLÚCIDAS MULTILOCULARES Comparative study between conventional and indirect digital images in the interpretation of multilocular radiolucent lesions Valéria Campassi Reis GAMBIER; Ricardo RAITZ; Fabio Abreu ALVES; Marcelo MARCUCCI; Marlene FENYO-PEREIRA 37 CALCIFICAÇÃO DO DISCO DA ATM Calcification of the TMJ disc Frederico Sampaio NEVES, Flávia Maria de Moraes RAMOS-PEREZ, Andréa dos Anjos PONTUAL, Marco Antônio Gomes FRAZÃO, Daniela Pita de MELO, Paulo Sérgio Flores CAMPOS 41 RELAÇÃO ATÍPICA ENTRE AS RAÍZES DO SEGUNDO E TERCEIRO MOLARES SUPERIORES Unusual relationship between the roots of the second and third upper molars Frederico Sampaio NEVES, Daniela Pita de MELO, Iêda Margarida Rocha CRUSOÉ-REBELLO, Paulo Sérgio Flores CAMPOS 44 CAVIDAD ÓSEA DE STAFNE, LA VARIANTE RELACIONADA A LA GLÁNDULA SALIVAR SUBMANDIBULAR: ESTUDIO DE CASOS CLÍNICOS Stafne’s Bone Defect, The Salivary Submandibular Gland-Related Posterior Variant: A Case Study Paulo Sérgio Flores CAMPOS, Daniela Adorno FARIAS 47 PREVALÊNCIA DE DENTES SUPRANUMERÁRIOS EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS NUMA AMOSTRA POPULACIONAL DO CEARÁ Prevalence of supernumerary teeth in Panoramic radiographies on a sample population of Ceará George Táccio de Miranda CANDEIRO, Ana Carolina Santana PRAXEDES, Amanda Ferreira de Sousa BRINGEL, Francisco Ramon Ramos OLIVEIRA, Horlley Honny Teófilo AMORIM, Lewton de Almeida FERNANDES, Ilan Sampaio do VALE 51 IMAGENS DE CÔNDILO BÍFIDO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EM TOMOGRAFIA DE FEIXE CÔNICO. Bifid condyle images of temporomandibular joint in cone beam computed tomography. Daniela Brait Silva LADEIRA, Danielle Frota de ALBUQUERQUE, Solange Maria de ALMEIDA, Frab Norberto BÓSCOLO, Francisco HAITER NETO 56 AVALIAÇÃO DAS INDICAÇÕES, DESEMPENHO E LIMITAÇÕES DAS TÉCNICAS RADIOGRÁFIAS CONVENCIONAIS EM PERIODONTIA – UMA REVISÃO DA LITERATURA Evaluation of indications, performance and limitations of conventional radiographic techniques in periodontics – a literature review Ana Paula da Rosa SILVA, Rachel ROMAGNA, Vania Regina Camargo FONTANELLA Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica ATUALIZAÇÃO OSTEOPOR OSE E A RADIOGRAFIA P ANORÂMIC A: O OSTEOPOROSE PANORÂMIC ANORÂMICA: QUE O CIR UR GIÃO DENTIST A PODE ANALIS AR CIRUR URGIÃO DENTISTA ANALISAR Osteoporosis and Panoramic Radiography: What dentists can analyze Plauto Christopher Aranha WATANABE* *Professor Associado de Radiologia - Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto/USP RESUMO O propósito deste artigo é esclarecer aos profissionais da Radiologia Odontológica os principais pontos de interesse para conhecimento da osteoporose, um grande problema de saúde pública do mundo. A osteoporose é um dos principais problemas da população da melhor idade e como uma doença sistêmica clássica, deve ser corretamente compreendida pelos cirurgiões dentistas e radiologistas, pois hoje, esses profissionais são formados a ver o paciente como um todo e não simplesmente como uma “boca com dentes”. A intenção do autor é revisar conhecimentos e uns poucos exemplos científicos sobre a osteoporose e o reconhecimento de sinais nas radiografias panorâmicas, principal meio auxiliar de diagnóstico em odontologia, que sugiram essa doença sistêmica, de significância suficiente para afetar a qualidade de vida e longevidade dos pacientes. DESCRITORES: Radiografia panorâmica; doença sistêmica; osteoporose INTRODUÇÃO A radiografia panorâmica produz uma imagem que abrange ambos os maxilares, mandíbula, e consequentemente os dentes, suas estruturas de suporte, e outras importantes estruturas como a fossa nasal, os seios maxilares, a articulação temporo-mandibular, os processos estilóides, e muitas vezes até o osso hióide. Embora rotineiramente os dentistas concentrem o interesse nos dentes e rebordos alveolares quando examinam uma radiografia panorâmica, eles deveriam também, ser capaz de considerar importantes alterações em outras estruturas que aparecem na imagem1,2,3. “The Selection of Patients for X-Ray Examination”, US Food And Drug Administration Center for Devices and Radiological Health (FDA/CDRH), ou o “Guia de Prescrição Radiográfica”, GPR, foi primeiramente publicado em 1987 com embasamento na população Americana (EUA), considerando a exposição total à radiação ionizante advinda de quaisquer fontes. Em 2004, esse GPR foi atualizado e novamente publicado após intenso trabalho de uma junta de especialistas da “the American Dental Association and Food Drugs Administration”4. O GPR atual expandiu o uso da radiografia panorâmica, e propõe esta técnica como sendo a primeira alternativa de exame complementar diagnóstico odontológico, reconhecendo a grande melhora e avanço tecnológico dos equipamentos para radiografias panorâmicas. Pode-se constatar ao exame do GPR que as radiografias panorâmicas são utilizadas rotineiramente na maioria das indicações radiográficas, para os vários tipos de pacientes. Essa utilização como principal exame complementar de diagnóstico é endossado pela Portaria nº. 453 do Ministério da Saúde - ANVISA – Brasil, em recomendação respaldada pelo Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21 principio de radioproteção conhecido como “ALARA” (As Low As Reasonably Achievable), ou seja, deveríamos utilizar sempre a menor quantidade de radiação possível, para obter a melhor informação diagnóstica para o bem estar do paciente5. Enquanto que a radiografia panorâmica não deveria ser prescrita primariamente para a detecção de condições da maxilo-mandibular, deve ser rotina para os profissionais de saúde, dentistas, reconhecer determinadas condições nessas imagens radiográficas, que indicam a presença de doenças sistêmicas. Assim, vamos compreender neste artigo, que “doença sistêmica” significa condições que são disseminadas dentro do corpo, preferivelmente, do que localizadas a somente tecidos da cavidade bucal. A seguir vamos citar e descrever algumas condições nas imagens radiografias panorâmicas que sugeririam significante extensão de doença, suficiente para afetar a qualidade de vida e longevidade dos pacientes. Uma das principais doenças que aflige homens e principalmente as mulheres na terceira idade é a osteoporose. DOENÇA SISTÊMICA Osteoporose “Osteo” é Latin para osso. “Porose” significa “poros ou cheio de furos.” Assim, osteoporose significa “ossos que são cheios de furos.” A massa óssea reflete a balança entre a formação por osteoblastos e reabsorção por osteoclastos. Por volta da terceira década de vida o pico de massa óssea é alcançado, e então se inicia um lento mais continuo processo de perda óssea que avança com a idade. Osteoporose é uma doença óssea metabólica multifatorial caracterizada pela baixa densidade óssea mineral (DOM), a deterioração da microarquitetura de osso trabecular ou canceloso, e as 5 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica mudanças nas propriedades físicas do osso, conduzindo a uma maior fragilidade óssea com um conseqüente aumento do risco de fratura, principalmente de ossos como o fêmur, antebraço e a coluna (Fig.1). No caso da cavidade bucal, a maior conseqüência desses danos é a reabsorção de rebordo alveolar e possivelmente a perda dos dentes, além de propiciar má qualidade óssea para a instalação de implantes. Não obstante, pode também ocorrer a fratura mandibular. Fig. 1 - Microfotografia do osso trabecular normal. Esquerda: camadas espessas e interligadas; direita: afinamento das trabéculas e aumento do espaço medular nas vértebras. A osteoporose é o processo de perda quantitativa da densidade óssea por unidade de volume, com a manutenção das propriedades qualitativas e diminuição de osso normalmente mineralizado. Esta alteração é responsável pelo desequilíbrio da mecânica do esqueleto, propiciando aumento do número de fraturas, marcadamente na coluna, no colo do fêmur e no segmento distal do rádio. As alterações estruturais mais conhecidas são a redução de osso trabecular, em tamanho e número, e o adelgaçamento da região cortical, com maior comprometimento da estrutura trabecular. Apesar dos grandes avanços no conhecimento da histoquímica e do metabolismo ósseo, a osteoporose continua com alguns aspectos básicos da etiologia ainda desconhecidos. Há casos em que um distúrbio conhecido como a imobilização prolongada, os distúrbios metabólicos, as endocrinopatias ou o uso de fármacos podem ser responsabilizados, mas na grande maioria é impossível identificar-se a causa específica. Em virtude deste fato, bem como da coincidência de manifestações clínicas em mulheres adultas jovens, em mulheres na pós-menopausa, ou em idosas, reconhecem-se dois tipos de osteoporose: primária e secundária. Na osteoporose primária enquadram-se a da pósmenopausa (PM), a senil e a idiopática da mulher adulta jovem. Quanto à secundária, implicam-se aquelas relacionadas aos distúrbios metabólicos, endócrinos, reumáticos, gastrintestinais, neoplásicos ou por iatrogenias. Com referência à osteoporose da pós-menopausa, nos Estados Unidos constitui um problema de saúde pública, pois afeta 25 milhões de mulheres, com média anual de 1,3 milhões de fraturas e custo estimado de sete a dez bilhões de dólares. No Brasil, embora a fragilidade de nossas estatísticas não permita maiores informações, podemos afirmar que o problema agrava-se a cada ano, principalmente pelo aumento relativo da população de mulheres menopausadas e aumento 6 da expectativa de vida deste grupo. FISIOLOGIA DO METABOLISMO ÓSSEO O esqueleto sofre contínuo processo fisiológico de remodelação, que ocorre com toda a massa óssea, em pontos focais e com intermitência cronológica. A atividade de reabsorção e remodelação óssea é focal, autônoma e regionalmente regulada através de citosinas, que após sua ativação atuam sem necessidade de intervenção. O crescimento radial do osso aumenta até a faixa de 30 a 35 anos (pico de ganho de massa óssea), mesmo após o término do crescimento linear, com o fechamento das epífises dos ossos longos. O homem tem a massa óssea de 25 a 30% superior a da mulher, sendo que na etnia negra são 10% maior. O pico da massa óssea aparece entre a terceira e a quarta década da vida. O esqueleto é formado por osso compacto ou cortical, de baixa porosidade e pequena superfície com participação de mais ou menos 80% do total, e cerca de 20% de osso trabecular ou esponjoso de alta porosidade. O primeiro é predominante nas diáfises dos ossos longos, do esqueleto apendicular, enquanto o último constitui principalmente as vértebras, pelve, demais ossos chatos e extremidades dos ossos longos, do esqueleto axial, aonde teoricamente estão inclusa a mandíbula. Assim, a mandíbula deveria ser caracterizada por possuir mais osso trabecular. Porém, singularmente, uma mandíbula adulta possui cerca de 60% de osso trabecular e 40% de osso cortical. Na mulher, durante o ciclo biológico normal, há perda de 35% do osso cortical e 50% do osso trabecular, enquanto o homem perde dois terços desta quantidade. Entre 30 e 49 anos, a mulher perde 0,18%/ano do osso esponjoso, com aumento para 1-4%/ano, nos cinco primeiros anos após a menopausa. Por isso, é relativamente comum observar um realce da linha obliqua nas mulheres acima de 65 anos e desdentadas, já que há evidente perda de massa óssea trabecular do corpo da mandíbula e menor perda de cortical. FISIOPATOLOGIA DA OSTEOPOROSE PÓS-MENOPÁUSICA A fisiopatologia da osteoporose é complexa, no entanto, o conhecimento de importantes fatores relativos ao metabolismo ósseo indica: fatores celulares, fisiológicos e metabólicos como fundamentais na sua dinâmica. Várias modificações são observadas na osteoporose, sendo a mais significativa o aumento da reabsorção óssea, que possivelmente é a causa da redução da massa esquelética. Embora não sejam totalmente esclarecidos os mecanismos celulares envolvidos nas modificações da remodelação óssea induzida pelo déficit de estrogênio, esta associação é consensual. É importante estabelecermos a diferença entre a osteopenia que cursa em função da idade, comum aos dois sexos, e a osteoporose que resulta principalmente do déficit de estrogênio. Recentes estudos apontam para a presença de receptores estrogênios no osso, localizados nos osteoblastos e osteoclastos. Na fisiopatologia da osteoporose PM estão implicados os estrogênios e as substâncias responsáveis pela Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica homeostase do cálcio, particularmente a calcitonina, a vitamina D e seus metabólitos, o paratormônio e as citosinas. Fatores de risco para a osteoporose incluem: aumento da idade, gênero feminino, genética, ambiente (p.ex. nutrição; atividade física; medicação e fumar), e deficiência hormonal. As medidas de Densidade Óssea Mineral (DOM), pelo DXA (Dual Energy X ray Absorptiometry) tornaram-se o caminho primário para avaliar os riscos de fratura, ou o “exame padrão ouro”, mesmo sendo a densidade óssea apenas um dos componentes da força óssea. A Organização Mundial de Saúde (OMS) diagnostica a Osteoporose quando nos exames de DXA encontram-se valores de menos 2.5 desvios padrões ou mais baixos que a média, medidos em adultos jovens como referencia6. MAIS DA EPIDEMIOLOGIA Estima-se que a osteoporose e a baixa massa óssea são na atualidade os maiores problemas de saúde pública para a maioria de mulheres e homens com mais de 50 anos (nos Estados Unidos da América são perto de 44 milhões), especialmente as mulheres caucasianas e asiáticas7, aonde a proporção é de duas doentes para uma sem a doença. Essa condição também atinge as pessoas sedentárias e pacientes imobilizados, além de indivíduos que fazem uso de terapia com esteróides por longos períodos2. A osteoporose como um problema de saúde pública, afeta milhões de pessoas no mundo. Como qualquer outra doença, a osteoporose atinge a auto-estima do doente, traz complicações na rotina familiar, além de gerar gastos ao poder público e ao próprio doente com seu tratamento. Esses conceitos ecoam em todo o mundo, e especialmente no Brasil, um país em desenvolvimento com explícitos problemas sócio-econômico-culturais. A progressão assintomática da osteoporose, em conjunção com a possibilidade de inabilidade catastrófica, torna esta desordem a maior prioridade de saúde pública em vários países. A osteoporose pode progredir assintomaticamente até que ocorra uma fratura de osso. Uma em duas mulheres e um em oito homens com mais de 50 anos de idade desenvolverá a osteoporose. A osteoporose causa a fratura óssea e pode conduzir às dores crônicas na coluna (mais comum), perda de altura física, estômago projetado, postura inclinada. Na idade de 50 anos, uma mulher tem 50% de possibilidade de uma fratura por osteoporose durante o restante da vida. Uma mulher com risco de fratura de quadril, tem risco similar de câncer de mama, uterino ou ovariano. Se a doença ocorrer, 15% a 20% dessas mulheres necessitarão de cuidados especiais por longo período devido à perda da capacidade de gerir atividades básicas do lar, como por exemplo, cozinhar, limpar a casa ou passar roupa. Das pessoas que sofrem fratura do quadril 50% perdem a capacidade da vida independente, e ao redor de 20% das pessoas vão a óbito dentro de um ano, como resultado da fratura7, (Fig.2). No Brasil, a prevalência da osteoporose é pouco conhecida, porém, em 20018 foi medido o uso dos recursos e o custo anual para pacientes pós-menopáusicas com osteoporose, Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21 Fig. 2 - Alguns dados epidemiológicos alarmantes sobre a osteoporose no mundo. na clínica especializada em osteoporose da UNIFESP. O custo médio anual para o paciente era aproximadamente $ 442,00/ paciente. Entretanto, alguns autores9 avaliaram o custo direto durante a hospitalização devido a uma fratura osteoporótica de quadril, no sistema privado de saúde, como os Planos de Saúde, e os autores concluíram que este custo foi aproximadamente de $ 6.900/paciente. O estudo “osteoporose - o ano 2000 de Brasil” desenvolvido por 300 médicos especialistas, estimou que menos do que um terço dos brasileiros com osteoporose tem diagnóstico da doença, e que somente 20% desses recebem tratamento10,11. Fatores radiográficos cardinais de osteoporose no esqueleto como um todo inclui generalizada osteopenia que é sempre mais proeminente na coluna, afinamento e acentuação das corticais, e acentuação de trabecuclação primária e perda de trabecuclação secundária. A osteoporose pode estar ligada à dor, especialmente na parte inferior das costas. Pode também resultar em fratura patológica, perda de estatura física, e severa cifose. Fatores radiológicos da osteoporose na mandíbula incluem relativa radioluscência das maxilas e mandíbula e reduzida definição das corticais, além de erosões (Fig.3 e 4). Em estágios precoces da doença é possível verificar um acentuado contraste da linha obliqua da mandíbula, principalmente devido à perda de massa óssea trabecular, que deixa o corpo mandibular mais radiolúcido, acentuando o efeito de contraste em relação à linha obliqua. A precisão com a qual as radiografias panorâmicas podem ser utilizadas para avaliar a probabilidade de uma pessoa ter osteoporose ainda é debatida, com a evidência sendo dividida, preferivelmente do que polarizada para ou contra3. Fig. 3 - Osteoporose – Radiografias panorâmicas parciais mostrando relativa radioluscência generalizada com definição e cortical inferior mandibular (CIM) com erosões (bolhas), evidência de reabsorção lacunar (Direita) ou CIM com muitas erosões (Esquerda). 7 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Fig. 4 - Córtex inferior da mandíbula Normal ALIMENTAÇÃO E A QUALIDADE ÓSSEA NO BRASIL Fatores ambientais A Alimentação e/ou nutrição é um dos principais fatores que afetam a qualidade óssea como um todo, e significativamente influencia a doença osteoporose. Quanto ao aspecto geográfico, devemos destacar que o Brasil fica entre a linha do Equador e a zona temperada pouco abaixo do Trópico de Capricórnio, o que claramente favorece a proteção contra os efeitos deletérios da osteoporose, pois felizmente, como um país tropical, recebemos a maior parte do ano a incidência solar que é essencial para ativar a vitamina D. A vitamina D (ou calciferol) é uma vitamina que promove a absorção de cálcio (após a exposição à luz solar), essencial para o desenvolvimento normal dos ossos e dentes, atua também, como recentemente descoberto, no sistema imune, no coração, no cérebro e na secreção de insulina pelo pâncreas. Que tem função primordial na absorção de cálcio no organismo. Dentre os fatores ambientais envolvidos no processo osteoporótico, a nutrição, particularmente com relação ao consumo de proteínas, produtos lácteos e verduras, tem sido referida como participante da formação da massa óssea12, 13, 14 . A suplementação de cálcio e vitamina D na infância parece também desempenhar papel importante na saúde dos ossos15. Estudos retrospectivos em adultos sugerem que o consumo de cálcio na primeira fase do desenvolvimento está associado com o risco de ocorrência de fraturas e o desenvolvimento de osteoporose na fase adulta 16, 17 . Entretanto, há que se considerar que a sensibilidade de absorção desse nutriente varia dependendo da constituição genética do indivíduo18. Essa privilegiada localização geográfica facilita o cultivo de alimentos variados (de climas temperado e tropical). A pesca, e consequentemente o hábito de comer peixes é extremamente favorecido pelo fato de nosso país ter uma extensa costa atlântica, mais de 8 mil km, e assim, favorece a atividade pesqueira, que é bastante diversificada. Incluir o alimento peixe na dieta do dia a dia pode favorecer em muito a qualidade 8 óssea, principalmente devido ao cálcio que esse alimento fornece. O peixe é uma das principais fontes de cálcio junto com outros alimentos como o leite, iogurte, vegetais, frutos secos, e cereais (Quadro 1). Essa localização geográfica, ainda tem relação ao aspecto sociológico, pois, convém lembrar a miscigenação entre índios, portugueses e negros africanos e entre os imigrantes que vieram para o Brasil a partir do século XIX, atraídos pela abertura do movimento imigratório. Famílias italianas, alemãs, portuguesas, espanholas, polonesas, japonesas e árabes introduziram seus hábitos alimentares nas regiões onde se estabeleceram. Esses povos, principalmente caucasianos e asiáticos, constituem os principais grupos de risco a osteoporose, devido em muito às características genéticas. Inclusive, com relação aos povos indígenas, uma das teorias mais aceita de sua presença no continente americano, seria a migração de povos da Ásia pelo Estreito de Bering (O Estreito de Bering é um estreito entre o Cabo Dezhnev, o ponto extremo oriental do continente asiático e o Cabo Prince of Wales, o extremo ocidental do continente americano. Durante as últimas glaciações, com a recessão da água dos oceanos, a área do estreito transformou-se numa ponte natural entre a Ásia e as Américas, denominada atualmente Ponte Terrestre de Bering, por onde poderiam ter chegado à América os povos que primeiro a colonizaram) . Assim poder ver o quão confuso é analisarmos os exames de DXA, que tem tabelas padrões para a comparação dos valores de massa óssea apurados nos exames por absorção de raios X, principalmente devido à intensa miscigenação da população no Brasil (Fig.5). Mas ainda podemos ir mais adiante nessa confusa análise em nosso país, comentando as várias regiões geografias do Brasil e as características alimentares. Fig. 5 - Composição da população brasileira por raça, 1991/2000 Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Quadro 1 – Regiões geográficas brasileiras e as principais características alimentares Os índios nativos da Região Norte tinham como alimento básico a mandioca. Os peixes também representam uma parcela importante da alimentação, sendo os mais consumidos o tambaqui, traíra, piranha, pescada, sardinha de rio, tucunaré, pacu e o pirarucu (chamado “bacalhau da Amazônia”). Todos ricos em sódio, potássio e cálcio. Além das influências indígena, portuguesa e negra, a região Nordeste recebeu contribuições de holandeses, franceses e ingleses que invadiram o território e o dominaram durante uma época. O resultado é uma culinária rica e variada, que veio a caracterizar a comida da região. Com exceção dos negros, todos os outros povos são grupo de risco a osteoporose. A região Centro-Oeste, possui inúmeras famílias de colonos dos estados do Sul. Esses colonos tinham larga experiência em agricultura e pecuária modernas. Dessa forma, sua culinária estava condicionada aos recursos do meio ambiente, especialmente da pesca e da caça, como: pacu, piranha, dourado, pintado, anta, cotia, paca, capivara, veado e jacaré. Assim, essa alimentação é positiva em relação a osteoporose. Na região Sudeste estão os estados mais ricos do país. Sua comida recebeu diversas influências, que acompanham a história da colonização: dos índios; jesuítas; bandeirantes; imigrantes italianos, dos espanhóis e árabes no Rio de Janeiro, e dos alemães e italianos. Aqui também vemos a influencia sociológica desses povos europeus, caucasianos, grupos de rsico a oisteoporose.A região Sul foi a que recebeu maior influência de imigrantes. Isso porque o clima temperado da região era mais parecido com o clima europeu, facilitando a adaptação dos italianos, alemães, poloneses e ucranianos, que se estabeleceram preferencialmente em atividades agrícolas. A partir do conhecimento acerca dos fatores genéticos envolvidos e sua potencial interação com o ambiente será possível à escolha do melhor caminho para a prevenção, detecção e tratamento da osteoporose e as conseqüências dela advindas. Considera-se a interferência genética na osteoporose como um processo claro, envolvendo parâmetros como modulação da densidade, tamanho e forma do osso19. O aumento da presença, por exemplo do alelo “s” afeta Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21 diretamente a qualidade da matriz óssea. Relativamente à freqüência do alelo “s”, sabe-se que existem diferenças étnicas marcadas: ele é mais freqüente em caucasianos, sendo raro nas populações africanas e asiáticas20. Numa população de raça caucasiana a freqüência dos genótipos “Ss” e “ss” é de cerca de 65% e 4%, respectivamente21. A osteoporose foi definida em 1994 pela OMS como “uma doença caracterizada pela baixa massa óssea aliada a 9 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica deterioração da micro-arquitetura do tecido do osso, conduzindo à fragilidade exacerbada do osso e a um conseqüente aumento no risco de fratura”. Como muitas doenças crônicas é multifatorial. Os fatores de risco incluem, principalmente, a idade, o fumo de cigarro, o consumo do álcool, o nível de atividade física e a ingestão/absorção de cálcio22. A cafeína por exemplo é um alimento consumido por milhões de brasileiros e tem sido estudado seu efeito sobre a qualidade óssea. Em 2002, Heaney23 realizou uma revisão de literatura e concluiu que “não há evidencia que a cafeína tenha efeito danoso ao status ósseo ou sobre o depósito de cálcio em indivíduos que ingerem a quantidade recomendada de cálcio/dia, ou mo máximo 3 xícaras de cafezinho. Em nossos estudos temos observado que há um aumento significativo do cálcio circulante em ratas que ingeriram cafeína diariamente, causando evidente radiolucidez do tecido ósseo mandibular, da tíbia e fêmur. Recentemente22, há pelo menos 31 estudos transversais, controle de caso e estudos de coorte (São estudos observacionais onde os indivíduos são classificados ou selecionados) segundo o status de exposição, sendo seguidos para avaliar a incidência de doença, associando a ingestão de cafeína e a saúde óssea que envolve muitos milhares de pacientes. Os aspectos da saúde óssea medidos incluem a DOM, suas mudanças, a taxa de fratura e a osteoporose. Esses estudos epidemiológicos observacionais puderam somente demonstrar associações e não relacionamentos de causa/ efeito. Embora a evidência avaliada seja contraditória, o peso dessa evidencia não suporta a idéia de que as bebidas que contem cafeína adversamente afetam a saúde óssea. A razão para os resultados contraditórios é confusa. Tomando um estudo como um exemplo, a associação inversa observada antes do ajuste para aspectos obscuros entre a ingestão de bebidas contendo cafeína e a massa óssea, desapareceram após o ajuste para outros fatores de risco 24. Igualmente seria possível que a ingestão de bebidas contendo cafeína esteja atuando como um marcador para um fator causal verdadeiro. Sabe-se que há um relacionamento inverso entre a ingestão de leite e o consumo das bebidas contendo cafeína 25. É possível, conseqüentemente, que uma baixa ingestão de leite ao invés de uma ingestão elevada de bebidas contendo cafeína seja a causa verdadeira da má saúde óssea26. Em 2009,alguns autores 27 publicaram uma revisão sistemática da literatura verificando os fatores de risco para a baixa massa óssea em mulheres saudáveis entre 40 - 60 anos. Encontraram que havia uma boa evidência que o baixo peso corporal e o status PM são fatores de risco para a baixa densidade mineral óssea, e igualmente, encontraram que havia uma boa evidência que a ingestão de álcool e de cafeína, e história reprodutiva não seriam fatores de risco. Os resultados de um estudo mais atual28, entretanto, contradizem esses resultados. A modificação do estilo de vida que enfatiza hábitos saudáveis para os ossos, tais como a ingestão de cálcio e nutrição adequada da vitamina D, exercício regular, limitação do consumo da cafeína e do 10 álcool, e o fato de não fumar tabaco é essencial à gerência do risco de osteoporose (Quadro 2). Quadro 2 - Ilustração relativa à saúde do brasileiro (Jornal Folha de S.P.) POPULAÇÃO DOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO SERÁ A MAIS AFETADA Atualmente, segundo a OMS, a maioria das fraturas de quadril devido à osteoporose acontece nos países da Europa e da América do Norte. A projeção se baseia no fato de que as mudanças demográficas que devem ocorrer nos próximos 50 anos aumentarão significativamente o número de idosos na Ásia, África e América do Sul. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo de 30 a 59 anos subiu de 25% da população brasileira (em 1940) para 32,9% Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica (em 1998), e deverá chegar a 40,2% em 2020. Os idosos, acima de 60 anos, somavam 12,4 milhões de pessoas em 1998 e podem ser 25 milhões nos próximos 21 anos. Devemos salientar que a expectativa de vida avaliada no ultimo Senso do IBGE é de 73 anos em média. Na União Européia, a cada 30 segundos uma pessoa sofre de fratura em virtude da osteoporose. Estima-se que em 2050, na América Latina e na Ásia, a freqüência de fraturas na bacia decorrente da doença nos ossos deverá ser para um em cada dois casos. Na Ásia, segundo registros médicos, é considerada mais dramática a expectativa de aumento dos casos de fraturas na bacia nas próximas décadas. Outras pesquisas mostram que no Oriente Médio vai triplicar o número de fraturas no quadril causadas pela doença, nos próximos 20 anos. CONCEITO DE QUALIDADE ÓSSEA Há dez anos um novo parâmetro conceitual no estudo da estrutura óssea apresenta-se em intenso crescimento em atividades de pesquisa e destaca que o grande interesse dos estudiosos converge para a qualidade óssea. A respeito dessa nova compreensão, importantes questões permanecem não resolvidas. Outro autor29, referindo-se à qualidade óssea, citouo como um termo vago. Porém, o termo qualidade óssea tem sido utilizado amplamente para explicar um incontável número de observações clínicas que não podem ser explicadas de pronto pelas medidas da densidade óssea mineral (BMD). Sendo assim, tal conceito depende de uma definição a respeito da limitação de uma técnica clínica e, por esse motivo, tal conceituação se sujeita às mudanças de acordo com novas técnicas de medidas que forem introduzidas29, 30, 31. Existe consenso entre alguns pesquisadores em relação à definição de qualidade óssea, que pode ser definida como a “totalidade de aspectos e características que influenciem uma capacidade do osso para resistir a fraturas”. Artigos científicos que refletem conhecimentos a respeito do assunto na década passada, entre pesquisadores, biólogos, médicos, engenheiros e clínicos, têm conduzido para uma nova compreensão deste conceito, sugerindo prevenção e mudanças. Com isso, observam-se os aspectos biológicos e a estrutura material que contribuem para determinar a resistência à falha estrutural: tamanho do osso; espessura da cortical óssea; números de trabéculas; conectividade; conteúdo do tecido mineral; sobrecarga da micro danificação; densidade dos osteócitos; porosidade e propriedades do colágeno dentro da ramificação das trabéculas29. Assim, a qualidade óssea foi invocada para explicar várias observações clínicas, tais como: a) pacientes tratados com flúor, apesar de significativo aumento da massa óssea, acusavam também aumento do número de fraturas; b) pequenas alterações na densidade mineral óssea, após terapia antirreabsortiva, resultam em redução do risco de fratura maior que o esperado; c) o risco diminui em lapso de seis e doze meses antes da máxima resposta à densidade mineral óssea após intervenção farmacológica; d) muitas fraturas ocorrem em pacientes cuja DOM apresenta-se normal; Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21 e) pacientes que usam corticóides sujeitam-se a maior incidência de fraturas em relação aos pacientes com a mesma DOM, que não usam corticóides. Apesar do grande interesse no estudo do conceito de qualidade óssea, o uso desse termo ainda pode ser considerado incipiente, já que não existe um consenso sobre o significado científico, e uma definição operacional ainda precisa ser encontrada30. PERDA ÓSSEA: IMPLICAÇÕES CLÍNICAS A maior conseqüência da perda óssea (PO) em nossa sociedade do envelhecimento é a fratura. Na cavidade bucal poderíamos considerar a perda dental, que afeta 26 milhões de pessoas no Brasil, Segundo dados do IBGE. A saúde bucal do brasileiro é reveladora da desigualdade social do país. De acordo com a parte brasileira da Pesquisa Mundial de Saúde, divulgada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e realizada no ano passado para a OMS (Organização Mundial da Saúde), 14,4% dos brasileiros já perderam todos os dentes32. Levando em conta que o IBGE estima em 179 milhões a população atual no Brasil, isso significa que cerca de 26 milhões já não têm mais nenhum dente natural. A comparação entre classes sociais mostra que, entre os mais pobres, esse percentual chega a 17,5%, e, entre os mais ricos, é de 5,9%. A Fiocruz fez a separação entre classes pelo número de bens de consumo (televisão, geladeira, entre outros). A pior situação foi encontrada entre as mulheres com mais de 50 anos em famílias mais pobres: 55,9%. Ou seja, mulheres PM, principal grupo de risco para osteoporose. A pesquisa comparou alguns fatores de risco à saúde. Os dados mostram que 10,1% da população podem ser consideradas obesa, segundo os padrões da OMS, e que 28,5% dos brasileiros apresentam sobrepeso. A porcentagem de pessoas abaixo do peso é de 5%. Estas pessoas muito provavelmente possuem fragilidade óssea, e assim risco de osteoporose sistêmica. O índice dos que diz ter bebido pelo menos cinco doses de bebidas alcoólicas na semana anterior à pesquisa é de 14,8%, percentual que é maior na faixa etária mais jovem (18 a 34 anos), onde chega a 17,4%. Os fumantes diários representam 18,1%, sendo que o hábito é menor entre os que têm entre 18 e 34 anos -15,2%. É fato que o excesso de álcool e fumo influencia a massa óssea e a qualidade da saúde bucal. A pesquisa mostrou ainda que 24% da população somos sedentárias. Este é um grande fator que influencia a qualidade óssea do esqueleto. DIAGNÓSTICO DA OSTEOPOROSE - MÉTODOS DENSITOMÉTRICOS BASEADOS EM RAIOS X. Principais técnicas utilizadas para medidas da massa óssea Dual-Energy X-ray Absorptiometry - DXA Peripheral Densitometry Quantitative Computed Tomography - QCT Measurements Based on Radiographs Quantitative Ultrasound - QU 11 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Os métodos densitométricos mais relevantes são abordados a seguir. • Absorciometria de Energia Dupla de Raios X (DEXA ou DXA) A absorciometria de energia dupla de raios X (DEXA) é capaz de medir partes centrais do esqueleto (coluna e fêmur). Tem alta precisão diagnóstica (CV: 3-10%) e dose de radiação baixa, quando comparadas aos outros métodos33. É a técnica de densitometria mais utilizada atualmente no mundo, e é a incluída na tabela do SUS. Nos Estados Unidos, o custo do equipamento variava entre 80 e 140 mil dólares em meados dos anos 90. É o exame “padrão ouro” para o diagnostico de osteoporose, porém pode ser contestada por vários fatores, como a alta dependência/operador, custo do exame, diretamente relacionado à quantidade de equipamentos, além das tabelas de padronização que não incluem os homens, e somente populações homogêneas (Quadro 3). A TCQ também é capaz de aferir a densidade de ossos axiais, sendo mais comumente usada para avaliar a densidade da coluna. Embora seja bastante difundida no mundo, é uma técnica menos acurada (CV:5-15%), mais demorada, mais cara e menos segura que a DEXA34. Avaliação óssea com ultrasom É uma técnica relativamente nova e barata. Os custos de capital foram estimados em 25 mil dólares. Não mede, todavia, a densidade mineral óssea propriamente dita35. Quanto à capacidade de prever fraturas, as tentativas de comparação da sensibilidade do ultra-som com a da DEXA, para a coluna e fêmur, indicam que o ultra-som é menos sensível que a DEXA. Também o risco relativo de fratura ajustado por idade associado a um decréscimo no valor do parâmetro (RR/SD) é menor na densitometria por ultra-som do que na densitometria por DEXA29. A maioria desses estudos é, entretanto, do tipo transversal, o que limita a sua validade. Quadro 3. Termos comuns utilizados nas medidas de DOM SINAIS RADIOGRÁFICOS DA OSTEOPOROSE: Os sinais radiográficos cardinais da osteoporose no esqueleto incluem a osteogenia generalizada, afinamento e a acentuação das corticóides dos ossos, e a acentuação do osso trabecular primárias e secundárias. Os fatores radiológicos subordinados incluem a fratura espontânea, e atraumática, especialmente da coluna, punho, quadril ou da espinha, o pulso, o quadril, a invaginação na base do crânio e a aparência granulada dos ossos do crânio36. Os principais sinais radiográficos de osteoporose na maxila e mandíbula (Figura 2) incluem uma relativa radioluscência generalizada tanto na maxila como na mandíbula, evidenciada pela acentuação ou definição das corticais, do seio maxilar, fossa nasal, linha obliqua, e outras. Nos casos em que é possível ver algumas vértebras cervicais na radiografia panorâmica, também poderíamos observar o aspecto de “frame” desses ossos. Uma análise morfométrica de seção transversal óssea in vitro37 mostrou que a estrutura dos ossos das maxilas e mandíbula, em pessoas idosas dentadas, é caracterizada por corticais porosas, relativamente finas, do osso com desmineralização endóstea, como em outros ossos do esqueleto, e nestas mudanças corticais relativas à idade tendem a ser mais comuns nas mulheres do que nos homens. Nos ossos das maxilas e mandíbula, as variações interindividuos e regionais nas estruturas e na densidade do osso trabecular podem mascarar essa diminuição relativa ao sexo e à idade, como vistos em outros ossos trabeculares do esqueleto. Os métodos para avaliar essas mudanças relativas à idade, na maxila e mandíbula foram listados por Bras37. “Areal Bone Density” - O conteúdo mineral ósseo dividido pela área da imagem de um osso projetada em duas dimensões, que é o tipo de densidade óssea que é produzida pela absormetria raio X de dupla e única energia. “Bone Density or Bone Mineral Density” - A concentgração media de minerais em imagens de duas ou três dimensões ou secção definida de osso. Este termo também é utilizado para referir-se aos resultados de todos os tipos de densitometria óssea. “Bone Mass” - Um termo não especifico que refere-se à quantidade de tecido osseo quando total de minerais e proteinas ou a quantidade de minerais no esqueleto inteiro ou em um segmento particular de osso. “Bone Mineral Content” - A quantidade de mineral medida em uma definida secção ossea. Conteudo mineral osseo do corpo todo refere-se ao conteudo mineral de todo os esqueleto. “Osteopenia” - Um termo criado pelo “Working Group of the World Health Organization” para referir-se ao T-scores entre 1.0 and -2.5 desvios padrões (DP). “Osteoporosis” - Definida pelo “Working Group of the World Health Organization” como uma densidade ossea T-score igual ou abaixo de -2.5 (2.5 DPs abaixo dos valores de pico normal para adultos jovens). Um diagnóstico de osteoporose é tambem feito com base de uma fratura vertebral confirmada pela radiografia. “Trabecular Bone Density” - A densidade mineral de uma secção de osso que contem somente osso trabecular. “T-Score” - A diferença em numero de DPs entre o valor para um individuo e o valor medio de um grupo de adultos jovens (usualmente 25- a 45-anos) do emsmo sexo. O valor medio e tamanho de um DP da medida caria entre tecnicas e entre sitios de medidas. “Volumetric Bone Density” - O conteudo mineral osseo de uma secção de osso divida pelo volume de uma secção, que podem ser medidas pela Tomografia computadorizada quantitative. “Z-Score” - A diferença em numero de DPs entre a media de valor de densidade ossea mineral do individuo e um gripo de pessoas da mesma idade e sexo. • Tomografia Computadorizada Quantitativa (TCQ) É a tomografia computadorizada aplicada à medida da absorção de raios X, pela utilização de um programa especial. 12 ÍNDICES RADIOMORFOMÉTRICOS • Índice panorâmico mandibular (IPM)38 (Fig. 6) • razão da espessura da cortical mandibular, medida sobre linha perpendicular à base da mandíbula, na altura do centro do forame mentoniano, pela distância entre o limite inferior do canal mandibular e a base da mandíbula (valor normal maior ou igual a 0,3) (Fig. 6); Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Tabela 1 - Métodos originais para avaliação das mudanças do osso da mandíbula in vivo. Pesquisadores Técnicas Regiões Mensurações Bras et al. (1982) Radiografia panorâmica ———————————— Espessura da cortical Benson et al. (1991) Radiografia panorâmica ———————————— Proporção: largura da cortical com a distância da margem inferior do forâmen mentual para a borda inferior da mandíbula Klemetti et al. (1994) Radiografia panorâmica ——————————— Cortical Basal, classificação, C1; C2; C3, das margens endosteais. Kribbs et al. (1992) Filme intra-bucal com cunha de alumínio Gônio, forâmen mentual, e região de molar na mandíbula. Densidade óssea pelo uso de um microdensitômetro. Wowern (1993) Dual-Foton absorciometria (DPA), para mandíbula. Parte basal da região de molar esquerda Conteúdo mineral ósseo (BMC), em unidade/ cm2. Corten (1995) Horner et al. (1998) Dupla emissão de raios X (DXA) Mandíbula edêndula BMC em g/cm3, projeção lateral de ambos os lados. Bassi et al.(1999) Klemetti et al.(1995) Lindth et al.(1996) Taguchi et al.(1996) Tomografia computadorizada quantitativa com simples ou dupla energia. Mandíbula Densidade mineral óssea do osso cortical e trabecular separadamente na horizontal em mg/cm3 Fig. 6 - Tela do programa Radioimp da Radiomemory aonde é possível realizar as medições do Índice Panorâmico Mandibular (IPM) e as medidas da espessura da cortical inferior mandibular (ECIM) • índice mentual (ECIM)39 – espessura da cortical mandibular, medida sobre a linha perpendicular à base da mandíbula, na altura do centro do forame mentoniano (valor normal maior ou igual a 3,1 mm) (Fig. 6); • índice antegoniaco (IA) 40 – espessura da cortical mandibular, medida sobre linha perpendicular à cortical mandibular, na altura em que esta cruza a tangente à borda anterior do ramo (valor normal maior ou igual a 3,2 mm); • índice goníaco (IG)41 – espessura da cortical mandibular, Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21 medida sobre bissetriz do ângulo formado entre as linhas tangentes à borda posterior do ramo e à base da mandíbula (valor normal maior ou igual a 1,2 mm). As mesmas radiografias também foram classificadas de acordo com o índice cortical mandibular (ICM), que considera qualitativamente a margem endóstea da cortical mandibular, classificando-a como C1 (normal) quando esta é lisa e afilada, C2 (osteopenia) quando apresenta defeitos semilunares e C3 (osteoporose) quando é porosa e a espessura da cortical se encontra reduzida. 13 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica No estudo dos índices radiomorfométricos propostos para a mandíbula42 foi verificado que os índices avaliados foram reprodutíveis; o IPM e IM foram os que apresentaram maiores valores de sensibilidade para detectar osteopenia/ osteoporose, porém a especificidade do índice panorâmico mandibular foi baixa; todos os índices avaliados foram capazes de identificar baixa massa óssea, contudo, apenas o IPM e IM permitiram diferenciar pacientes com osteopenia/osteoporose. EVIDENCIAS DE SUPORTE DA RADIOGRAFIA PANORÂMICA PARA DIAGNÓSTICO DE OSTEOPOROSE Em 1991 foi definido um índice radiomorfométrico de massa óssea cortical38, o índice panorâmico mandibular (IPM). O IPM foi obtido como o resultado da proporção entre a espessura do córtex inferior mandibular (ECM) e a distância entre o limite inferior do forame mentual e o limite inferior do córtex mandibular inferior (DMC). Sendo que, quanto maior o valor do IPM, menor reabsorção óssea mandibular. As diferenças no índice em uma população de 353 adultos, igualmente dividido por sexo, idade (30 a 90), e grupos raciais (negros, hispânicos e brancos), foram avaliadas com respeito ao lado, grupo racial, sexo, e idade, e combinações dessas variáveis. Nos negros foram achadas médias de IPM maiores do que nos hispânicos ou brancos, que foram demograficamente similares. Mudanças relativas à idade comparando grupos de jovens e idosos dentro de cada sexo e grupo racial indicaram uma significante diminuição na media de IPM com o aumento da idade em mulheres negras e hispânicas. A media de IPM em homens brancos aumentos com o avanço da idade. A precisão do Índice Panorâmico Mandibular na detecção de pacientes com osteopenia e osteoporose foi estudada e os autores concluíram que as medidas realizadas em radiografias panorâmicas (IPM) das pacientes estudadas foram capazes de identificar baixa massa óssea, sendo também capaz de diferenciar pacientes com osteopenia e osteoporose. Assim, o IPM pode ser utilizado pelos cirurgiões dentistas para fazer uma abordagem precoce da osteoporose que é uma condição sistêmica que afeta quase metade da população feminina e traz muitos riscos e prejuízos a saúde destas43. A relação entre sinais orais e osteoporose foi investigada para avaliar a possibilidade de utilizar isto como um indicador de osteoporose. Alguns autores44 estudaram 64 mulheres pósmenopausa com idade entre 50 e 70 anos. Sinais osteoporóticos consistiam de fratura da coluna torácica vistos em radiografias laterais de pulmão. Sinais orais foram o numero de dentes presentes, espessura cortical, reabsorção óssea alveolar, e a classificação morfológica do córtex inferior na radiografia panorâmica. O numero de dentes presentes (N) foi significantemente correlacionado à probabilidade de fratura na coluna torácica e foi utilizado para derivar e equação de probabilidade para a presença de fratura da coluna torácica: valor de probabilidade= 1/ (1+e-z), onde Z=18,68-0,29 idade – 0,27N. O valor de probabilidade maior do que 0,5 sugere a possibilidade de fratura nas vértebras torácicas. Pode concluir 14 que esta equação combinada com os achados na radiografia panorâmica poderia servir como um simples e útil ferramenta para o dentista avaliar a possibilidade de osteoporose latente. Outros autores45 avaliaram se práticos dentais não treinados seriam capazes de determinar em radiografias panorâmicas se as mulheres têm baixa densidade óssea mineral (DOM). Os investigadores estudaram a concordância do observador e a eficiência diagnóstica na detecção de baixa DOM em mulheres. Isto foi realizado quando 27 práticos avaliaram a aparência (normal ou corroída) do córtex inferior mandibular em radiografias panorâmicas dentais de 100 mulheres pósmenopausa que tinham realizado avaliações de DOM da coluna lombar e do pescoço femoral. A concordância intra- e interobservadores foi analisada com estatística Kappa. A eficiência diagnóstica (sensibilidade, especificidade, e valores preditivos) foi analisada comparando-se os dois grupos classificados pelo córtex inferior mandibular (mulheres com córtex normal e mulheres com o córtex inferior mandibular corroído) com aqueles classificados por DOM (mulheres com DOM normal e mulheres com osteopenia ou osteoporose). A sensibilidade e a especificidade médias foram 77% e 40%, respectivamente, quando a DOM da coluna Lombar foi usada como o padrão, e 75% e 39%, respectivamente, quando a DOM do pescoço femoral compreendeu o padrão. Dezenove dos 21 práticos dentais gerais não treinados apresentaram um moderado à quase perfeita concordância intra-observador. Concluiu-se que as radiografias panorâmicas dentais puderam ser usada na prática dental clínica para identificar mulheres pós-menopausa que têm baixa DOM não detectada. A freqüência de osteoporose foi avaliada de acordo com os sítios ósseos avaliados, utilizando um estudo transversal de base clínica. Foram avaliados 610 exames densitométricos em relação à freqüência de osteoporose/osteopenia e concordância do diagnóstico de acordo com o local avaliado. Apesar de alta correlação da DOM entre os sítios ósseos, a freqüência de osteoporose variou de acordo com o sítio avaliado. Este estudo demonstrou que existe discordância nos resultados densitométricos de acordo com a área estudada, afetando a ocorrência de osteoporose. Para julgamento clínico de risco de fratura, a avaliação combinada de dois sítios ósseos é o procedimento mais adequado. Para a rotina clínica do cirurgião dentista, que inclua a radiografia panorâmica no protocolo de atendimento, maxila e mandíbula poderiam ser utilizadas com essa finalidade, e até a solicitação de radiografia carpal, que poderá somar informações de qualidade óssea, principalmente na análise das proporções de osso trabecular e cortical das falanges da mão e também na cortical da distal do rádio46. Em 2005 um autor47 realizou estudo com objetivo modificar um algoritmo de esqueletonização e criar outro para quantificar imagens radiográficas em radiografias panorâmicas. De acordo com o estudo das observações e das avaliações efetuadas, pode-se concluir que: 1) a parte da experiência relacionada com a utilização das Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica imagens radiográficas por meio da esqueletonização em radiografias panorâmicas foi eficaz, porque ampliou o raio da percepção visual da arquitetura óssea trabecular e observouse melhor como estão dispostas à trama das trabéculas, os espaços medulares, como os micro danos, ou seja, as micro fraturas; 2) apesar da concordância entre os examinadores que não atingiram níveis acima dos 80%, registrou-se alta significância entre os dados percentuais de pontos pretos e de pontos terminais com as probabilidades de diagnóstico quanto à existência ou não de fragilidade óssea. 3) a maior confirmar que a fragilidade óssea realmente apresentou características de perda das lamelas da arquitetura óssea trabecular e seus espaços medulares bastante amplos. Quando estudamos a osteoporose, é consenso de que necessitamos de métodos baratos de “screening” para a osteoporose. Os resultados desse estudo48 sugerem que os dentistas teriam informações suficientes para identificar pessoas com baixa DOM, pois utilizam rotineiramente as imagens de radiografias panorâmicas na pratica odontológica. Radiografias essas de incidem baixas doses de radiação em sua técnica, sendo comparável a apenas 04 radiografias interproximais esses pacientes identificados como possuir risco de osteoporose, seriam referidos aos cuidados primários de saúde com seu medico para mais outras avaliações. A literatura relativa aos sinais radiográficos bucais de osteoporose foi revista em 2002, incluindo reabsorção óssea alveolar, e redução da ECIM. Os autores puderam concluir que a radiografia panorâmica é uma importante ferramenta que mostra indicações para o diagnostico de osteoporose49. Ainda em 200250 foi estudada a relativa utilidade de índices clínicos e radiográficos no diagnostico de pacientes com baixa massa óssea esquelética entre 135 mulheres saudáveis perimenopausa, com idade entre 45-55 anos, que procuraram tratamento odontológico. A DOM foi medida na coluna e quadril utilizando DXA e classificadas de acordo com os critérios da OMS para mulheres caucasianas. Em cada paciente foi medida na panorâmica a ECIM. O índice de massa corporal (IMC) é um simples cálculo do risco de osteoporose estimado (SCORE). Todos os índices, ECIM, IMC e SCORE mostraram significante correlação com a densidade óssea esquelética. Assim, os autores concluíram que o afinamento da CIM <3mm em mulheres normais peri-menopausa está associado com baixa massa óssea esquelética. Três indicadores de qualidade óssea em radiografias panorâmicas foram estudados para verificar a existência de correlação com baixa DOM usando DXA em brasileiros51. O exame do trabeculado ósseo e CIM na radiografia panorâmica revelaram sinais precoces de osteoporose para o dentista. Havia correlação significante desses fatores com os parâmetros analisados, como a porcentagem de trabéculas, dimensão fractal e conectividade trabecular (Figs. 7 e 8). Fig 7 - Mandíbulas maceradas, onde foi retirada a tabua óssea vestibular, para verificar a conectividade trabecular em imagens radiográficas panorâmicas. Fig 8 - Representação do processo de esqueletonização de região de interesse mandibular, radiografia panorâmica, para estudo da porcentagem de trabéculas, dimensão fractal e conectividade óssea. Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21 15 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica O desempenho diagnóstico das medidas em radiografias panorâmicas (IM) e uma ferramenta de auto-avaliação para osteoporose (OST) que identifica mulheres com osteoporose na coluna (OMS), em 159 mulheres PM e 157 PM com historia de histerectomia, ovarectomia, ou uso de estrógeno foram comparadas em 200452. A morfologia da CIM e sua espessura foram avaliadas na radiografia panorâmica. Os autores concluíram que os dentistas podem referir mulheres PM com suspeita de osteoporose na coluna para realizar exame de DXA com base nos exames realizados na radiografia panorâmica com similar performance relativa ao OST. A correlação da Classificação de Klemetti53, para o IM utilizando radiografias panorâmicas digitais de mulheres brasileiras também foi estudado em 200454. Significante correlação foi encontrada com DXA da DOM do antebraço, indicando que a radiografia panorâmica tem valor na indicação de pacientes com risco de osteoporose. A DOM e os parâmetros radiomorfométricos lineares em pacientes idosos com diferentes tipos de dentaduras foram estudados53. Três parâmetros foram medidos: ECIM, o IA, e o IG. A DOM foi medida na mandíbula com a utilização de um penetrômetro de cobre. Os resultados mostraram que havia uma diferença estatisticamente significante entre os pacientes com todos os dentes e aqueles com prótese total inferior para todos os índices radiomorfometricos medidos (p< 0.001). Ainda em 2005 55 foi sugerido que o dentista que possuíam informações clínicas e radiográficas suficientes para detectar pacientes com osteoporose. O autor concluiu que as mudanças encontradas nas estruturas trabeculares em radiografias panorâmicas complementado com informações clínicas são indicativas de risco de fratura no quadril para mulheres idosas. Então, podemos concluir que o dentista pode suspeitar de risco de osteoporose sistêmica, quando o paciente apresentar os seguintes sinais radiográficos encontrados nas radiografias panorâmicas e periapicais56: • Classe II ou III de Klemetti, ou seja, bolhas na cortical inferior mandibular (Fig. 9); • Espessura da CIM menor que 3,0 mm; • Desorganização trabecular do osso basal mandibular, com baixo número e baixa conectividade; • Acentuado contraste entre o ramo/corpo mandibular e as estruturas de reforço, como a linha obliqua (Figs. 10 e 11). Fig 9 - Paciente, sexo feminino, 42 anos, caucasiana, possue enfermidade periodontal, com reabsorção angular em vários dentes, tendo como causa principal a presença de tártaro. Também é possivel observar que a paciente presenta uma cortical mandibular inferior espessa, porém, também apresenta erosões nessa cortical, na região assinalada. Fig 10 - Paciente, sexo feminino, 45 anos, caucasiana, possue boas condições de saúde bucal . Apresenta um realce evidente da linha obliqua de ambos os lados da mandíbula, que pode indicar perda de massa óssea no corpo mandibular. Também é possivel observar que a paciente presenta uma cortical mandibular inferior espessa, porém, também apresenta erosões nessa cortical, na região assinalada. 16 Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Fig 11 - Exames de DXA, Coluna e fêmur, das mesmas pacientes das figuras acima, indicando osteopenia, segundo critérios da OMS, para a avaliação do risco de fratura. É possível correlacionarmos o IMC com a QOM. Os autores estudaram a correlação entre o índice de massa corporal e a qualidade óssea mandibular em brasileiros de ambos os sexos. De acordo com a metodologia empregada nesse estudo temos que nem todos os pacientes com má QOM tinham IMC baixo, mas a maioria que tinham IMC baixo, apresentou má QOM56. IMC= Peso (kg) Altura2 (m2) Baixo peso <22 Normal 22,0 - 24,9 Excesso de peso 25,0 – 29,9 Obesos > 30,0 Lee et al (2005) realizaram estudo visual da cortical inferior mandibular em radiografias panorâmicas para identificar mulheres pós-menopáusicas com baixa DOM. Os autores concluíram que essa analise visual da cortical inferior mandibular na radiografia panorâmica pode ser útil para identificar mulheres PM com baixa DOM57. Dutra et al estudaram os índices radiomorfométricos e suas relações com o gênero, idade, e status dentário, utilizando o índice antegonial (AI) e índice mentual (MI) em pacientes com e sem dentes. Concluíram que há uma continua remodelação na cortical inferior mandibular (CIM) com a idade e isso seria influenciada pelo gênero e status dentário. A dificuldade nas medidas do AI de maneira reprodutível, e sua interação com o status dental e sua baixa correlação com IM em pacientes mais jovens desencorajaria sua utilização para a finalidade de identificar pacientes com risco de osteoporose58. Um software de análise de imagem que pode medir Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21 corretamente a espessura da cortical inferior mandibular (CIM) em RP foi desenvolvido como um indicador de reduzida DOM. Os autores verificaram que as medidas realizadas pelo software tinham significante correlação com a DOM e poderia contribuir para a identificação da osteopenia. O estudo foi apoiado pelo European Commission FP5 ‘Quality of Life and Management of Living Resources 59 . Outro estudo, o OSTEODENT investigou se o padrão trabecular em radiografias intrabucais, e concluíram que esse fator serviria para o diagnostico de osteoporose. Já outros autores afirmaram que a ECIM é efetiva no diagnostico de osteoporose pois tinha alta especificidade, e assim, poderia ser utilizada nos atendimentos primários de saúde. Analisar as medidas densitométricas em radiografias intrabucais para detector osteoporose foi a proposta de alguns autores que concluíram que a densidade óssea na região de pré-molares, expressas em milímetros de alumínio seria propicia para indicar a presença de osteoporose sistêmica. van der Stelt et al, 2006, analisaram quantitativamente o padrão trabecular radiográfico em comparação com valores de DOM e concluíram que esses fatores junto à idade do paciente seria um promissor parâmetro para como diagnóstico precoce de DOM para indicar osteoporose. Ainda em 2006, outros autores concluíram que a combinação de medidas da ECIM e um índice clínico e um índice clínico de risco a osteoporose, propiciam um método de alta especificidade, embora com modesta especificidade. Em 2007 60 foi avaliada a eficiência diagnostica em identificar mulheres pós-menopáusicas com osteoporose femoral analisando a perda óssea alveolar na mandíbula. É conhecido que medidas na espessura cortical inferior da 17 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica mandíbula é útil nessa finalidade. Os resultados encontrados sugeriram que a avaliação da reabsorção óssea alveolar não foi tão eficiente na detecção de mulheres pós-menopáusicas com osteoporose femoral se comparada às medidas de espessura da cortical inferior mandibular. A detecção de erosões na cortical inferior mandibular em radiografias panorâmicas e ferramentas com base em questionários foram estudadas em 2008, e os autores encontraram similar eficácia diagnostica em identificar mulheres pós-menopausa osteoporoticas. Alem disso os autores avaliaram o desempenho diagnostica para identificar osteoporose e marcadores bioquímicos de turnover ósseo para alto risco de fratura. Alem da analise de urina e soro plasmático, foram realizadas medidas de densidade óssea mineral (DOM) na coluna e quadril por DXA. Os resultados encontrados sugerem que a radiografia panorâmica foi superior à ferramenta baseada no questionário para identificar mulheres com alto risco de fratura61. Já em 200962 foram investigados os efeitos da ovarectomia sobre as mandíbulas dentadas e desdentadas de ratas e compararam essas mudanças em relação às tíbias e fêmures utilizando exames de DXA (Dual X-ray Absorptiometry) e medidas histomorfométricas. Os resultados mostraram que a perda de massa óssea nas mandíbulas sem dentes dos animais ovarectomizados era similar àquela que ocorria nas tíbias e fêmures, enquanto que a falta de significantes efeitos da ovarectomia sobre a massa óssea nas mandíbulas dentadas sugere que a carga funcional relativa à força de mordida previne a perda óssea nessas mandíbulas com dentes. Avaliando a qualidade óssea mandibular de pessoas desdentadas, de pessoas com menos de 21 dentes e pessoas com mais de 21 dentes, alguns autores63 encontraram significantes diferenças na qualidade óssea, medida pela espessura da cortical inferior mandibular, evidenciando que a pessoa que possuem mais de 21 dentes na cavidade bucal tem melhor qualidade óssea mandibular. Ainda em 200964, foi estudada a correlação do processo estilóide alongado com baixa DOM diagnosticada pelo DXA. Os autores puderam verificar a existência de forte correlação entre mulheres com osteopenia e osteoporose, ou seja, mulheres com risco de fratura possuem calcificação do ligamento estilo-hióide, caracterizando o alongamento. Em outro artigo nesse mesmo ano, Watanabe et al estudaram o padrão morfológico trabecular, digitalmente, comparando as mesmas regiões de interesse, em diferentes radiografias, periapical e panorâmica. Os autores puderam verificar que quando da análise esqueletonizada dessas mesmas regiões há diferença significante nas imagens e assim, sua comparação e análise deve ser cuidadosa65. Fig. 12 – Classificação da morfologia do córtex inferio mandibular (CIM), segundo Klemetti. Fig 13 - Tela do programa Radioimp da Radiomemory mostrando as medidas realizadas para verificar o comprimento dos processos estilóides de ambos os lados, em radiografias panorâmicas. 18 Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica OSTEOPOROSE E DOENÇA PERIODONTAL Alguns estudos têm sugerido que a osteoporose e a periodontite são doenças associadas 66: (1) a predominância da história auto-relatada de osteoporose em uma população mais velha, etnicamente diversa; (2) a concordância entre o índice panorâmico mandibular (IPM) e a osteoporose autorelatada; e (3) a probabilidade de ter uma história auto-relatada de osteoporose e um diagnóstico do periodontite. As radiografias panorâmicas e as histórias médicas foram obtidas de 1.084 mulheres chineses com idade entre 60-75 anos (± média 68.5 anos). As pacientes foram classificadas como possuindo ou não periodontite ou dentro de três classes de severidade. O IPM positivo foi encontrado em 39% das pacientes, em contraste com osteoporose auto-relatada 8%. A correlação intra-classe entre o IPM e a osteoporose autorelatada era 0.20 (< de p; 0.01). A probabilidade de uma associação entre a osteoporose e o IPM foi 3%. As pacientes com osteoporose auto-relatada e um IPM positivo tiveram piores circunstâncias periodontais (< de p; 0.01). A prevalência dominância d IPM positiva era elevada e consistente com os estudos epidemiológicos, mas somente em parte consistente com uma história auto-relatada de osteoporose, com uma predominância mais elevada do IPM positivo. A perda alveolar horizontal do osso foi associada com a osteoporose auto-relatada positiva e os resultados do IPM. Achados contraditórios foram achados por autores que examinaram67 as condições periodontais em uma coorte de mulheres de 70 anos comparando um gripo osteoporótico com um controle com normal DOM (210 mulheres de 70 anos). Dom do quadril foi medido pelo DXA. O exame inclui uma RP e interproximais verticais. Em conclusão, o estudo revelou que não havia diferença estatística nas condições periodontais ou nível ósseo marginal entre os dois grupos; entretanto os resultados deveriam ser interpretados com extreme cuidado, já que a amostra era pequena. Foi estudada a correlação entre a doença periodontal e a osteoporose, comparando: a idade, parâmetros das radiográficas panorâmicas e clínicos da doença periodontal. Os parâmetros radiográficos panorâmicos avaliados foram: espessura cortical mandibular (ECM), Os pacientes foram adultos não tratados, que não possuíam qualquer outra doença sistêmica e que deveriam ter mais do que 20 dentes. Eles foram avaliados pela radiografia panorâmica com respeito à perda óssea alveolar (POA). A massa óssea mandibular foi avaliada com a medição da espessura da cortical inferior mandibular (ECIM). A POA foi significativamente maior e a ECIM significativamente menor para as pacientes PMs (>6 anos apos a menopausa). O número de dentes foi significativamente menor do grupo PM (>11 anos apos a menopausa). A idade e POA tiveram correlação positive em homens e mulheres. Mulheres nas quais o ECIM foi menor do que a media (- 2 DP) deveriam ser diagnosticadas como osteoporose. Os resultados demonstraram que a doença periodontal possui correlação com a osteoporose, e assim a Rev ABRO 2009; 10(2): 5-21 ECIM poderia ser útil em detectar sinais de osteoporose em mulheres com doença periodontal 68. Alguns autores69 avaliaram a relação entre osteoporose sistêmica e a doença periodontal. O exame radiológico traz informações na determinação do tipo e grau de reabsorção alveolar, a condição do periodonto, e o número de dentes. Estes parâmetros fornecem valiosas informações quando pesquisamos a correspondente correlação de dados estudados. CONCLUSÃO O cirurgião dentista é um profissional da saúde, e atualmente sai da faculdade com uma visão diferenciada para a prevenção. A moderna Odontologia moderna tem sido responsável por importantes feitos tanto de natureza técnica quanto sócio-econômica. As novas tecnologias e conseqüentes tratamentos desenvolvidos geraram grandes avanços na melhoria da saúde da população. A visita ao consultório odontológico é muito mais freqüente, e já é rotina, a visita de pacientes que nunca tiveram cáries. O esclarecimento da população com relação ao cuidado com os dentes tem em muitos casos transformado o dentista em um profissional de diagnóstico, acompanhamento, profilaxia e estética bucal, mais que um aplicador de ações curativas. Essa atuação expandida da odontologia, inclusive no Programa de Saúde da Família (PSF) é o mais significativo avanço da profissão, que nos faz pensar o quanto estes profissionais podem contribuir para a melhoria da saúde como um todo, permitindo ao dentista atuar de forma mais ampla, valorizando a profissão. O dentista é quem mais examina a boca da população. Os dentes são apenas uma porção da boca. Ali temos uma série enorme de outros elementos que demandam constante cuidado e observação. Assim, o chavão “odontologia além dos dentes”, toma força, e tem o objetivo de modernizar a carreira em diversas frentes, dando ao profissional um mais amplo treinamento que crie condições para que ele possa contribuir cada vez mais para a melhoria da saúde da população brasileira. Esta modernização envolve diferentes aspectos indo desde uma reformulação curricular, modificação de certas áreas de pesquisa dentro das faculdades, até uma luta por um novo aspecto de inserção do profissional dentista no mercado de trabalho. Entendemos que já existe suficientes evidências de que as imagens radiográficas que o cirurgião dentista utiliza rotineiramente, principalmente a radiografia panorâmica podem fornecer importantes sinais referentes à má qualidade óssea, e assim, devemos suspeitar do envolvimento de outros sítios ósseos como a coluna, quadril e antebraço, sítios que aumentam o risco de fratura osteoporótica. Conhecer, compreender, e auxiliar no diagnóstico da osteoporose valoriza a profissão. Podemos, assim, referendar esses pacientes com má qualidade óssea bucal para o médico, com o intuito de pesquisar outros sítios do 19 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica esqueleto. A detecção precoce pode conduzir a apropriado tratamento e alívio de efeitos adversos inconvenientes. Esta é uma área aonde o dentista pode contribuir muito para a diminuição da morbidade e até mortalidade, valorizando sua performance como profissional de saúde, compreendendo o paciente como um todo. ABSTRACT The author’s intention was to clarify to the professionals in Dental Radiology about the main point of interest for knowledge of osteoporosis, that is a great ( considerable) public health problem around the world. Osteoporosis is one of the main problems in the older people population and is a classic systemic disease, so it is must to be correctly understood by the dentists and radiologists, seeing that today, these professionals are formed to know the patient as a whole and not as simply as a “mouth with teeth”. So the author revised scientific knowledge and one few examples on osteoporosis researches and tried to show the recognition of radiographic signs in the panoramic x-rays, this main way auxiliary to diagnosis in dentistry, that suggest this important systemic disease, that has enough significance to affect the life quality and longevity of the patients. DESCRIPTORS: Panoramic Radiography; systemic diseases; osteoporosis. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 20 White SC, Akira Taguchi, David Kao, Sam Wu, Susan K. Service, Douglas Yoon, et al. Clinical and panoramic predictors of femur bone mineral density. International Osteoporosis Foundation; National osteoporosis Foundation. 2004. Farman AG, Nortjé CJ, Wood RE. Oral and maxillofadal diagnostic imaging. St Louis: Mosby Year Book 1993. Watanabe PCA; Monteiro SAC; Lacerda SA; Taguchi A; Arita ES. 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Av. do Café s/n.CEP:14040-904 - Ribeirão Preto-SP. e-mail: [email protected] 21 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica SATISF AÇÃO DE CIR UR GIÕES-DENTIST AS EM RELAÇÃO TISFAÇÃO CIRUR URGIÕES-DENTIST GIÕES-DENTISTAS ÀS CLÍNIC AS DE RADIOL OGIA ODONT OLÓGIC A D A CLÍNICAS RADIOLOGIA ODONTOLÓGIC OLÓGICA DA CID ADE DE IP ATING A (MG-BR) CIDADE IPA TINGA Satisfaction of Dentists with Radiology Clinics in Ipatinga (MG-Brazil) Henrique de Andrade FERNANDES1, Simone Maria Ragone GUIMARÃES2, Humberto da Costa FERNANDES3, Marcos Vinicius Queiroz de PAULA4 1 Aluno de Pós-graduação em Radiologia Odontológica e Imaginologia - FOUFJF Doutoranda em Radiologia Odontológica – UNESP 3 Mestre em Economia de Empresas - FEAD/MG 4 Doutor em Biociências Nucleares – UERJ 2 RESUMO A importância deste trabalho é decorrência da necessidade de conscientização das clínicas de Radiologia Odontológica para a utilização dos conceitos de melhoria contínua da qualidade dos seus produtos e serviços. Esta pesquisa teve como objetivo identificar, descrever e analisar a percepção de cirurgiões-dentistas em relação à qualidade de serviços prestados pelas clínicas de Radiologia Odontológica na cidade de Ipatinga (MG-BR), utilizando como instrumento uma escala de avaliação do nível de qualidade de serviços, sob a forma de entrevista. Os resultados demonstraram que os entrevistados valorizam a localização e o fácil acesso às clínicas, bem como os valores cobrados pelos serviços. As informações contidas neste estudo podem ser usadas por profissionais que queiram instalar uma clínica de Radiologia Odontológica ou até mesmo para as já existentes. DESCRITORES: Satisfação do paciente, Radiologia, Controle de qualidade. INTRODUÇÃO A busca da excelência na qualidade dos serviços prestados e a satisfação dos clientes são hoje importantes fatores de obtenção de sucesso em clínicas de Radiologia Odontológica. A qualidade percebida pelos clientes é fundamental quando se adquire um serviço, por isso, a análise de sua satisfação pode contribuir para que o prestador se diferencie de seus concorrentes, agregue valores aos serviços e aumente a sua competitividade. Neste contexto, formulou-se o seguinte problema de pesquisa: identificar e analisar a percepção de cirurgiões-dentistas da cidade de Ipatinga (MG-BR) quanto à qualidade de serviços prestados pelas clínicas de Radiologia Odontológica desta cidade, tendo em vista a satisfação dos usuários com o atendimento e a qualidade dos produtos fornecidos. MATERIAL E MÉTODOS Este estudo teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora em 04/01/ 2006 sob o número 011/2005, e trata-se de uma pesquisa aplicada desenvolvida em três fases. Na primeira fase, de cunho exploratório, com o intuito de fundamentar tecnicamente o assunto, foi feito um levantamento documental e bibliográfico sobre qualidade em serviços e 22 satisfação do consumidor de uma maneira geral e, especificamente, na área de saúde. Na segunda fase foi desenvolvido um instrumento (questionário) para coleta de dados na pesquisa de campo, buscando-se a colaboração de especialistas tanto da área de saúde, como de coleta e tratamento de dados para a elaboração de um questionário adequado aos objetivos do estudo. Em seguida o questionário foi testado com alguns dos entrevistados a fim de verificar a relevância, clareza e compreensão das perguntas. Evitando as ausências de respostas em função de perguntas ambíguas e solicitação de informações desconhecidas por uma grande parte dos entrevistados. Na terceira fase foi realizada a pesquisa de campo de cunho quantitativo, que se caracteriza como um método no qual se entrevista um número representativo de respondentes, tendo como ferramenta de coleta um questionário pré-definido e padronizado9. O questionário elaborado procurou delinear as expectativas gerais dos respondentes em relação ao serviço a ser investigado. Cada afirmativa era seguida de uma escala onde o respondente assinalou seu grau de concordância ou discordância acerca da afirmação feita. A escala variava de “concordo totalmente”, associada ao número 1, até “discordo totalmente”, associada ao número 5. A população estudada consistiu de cirurgiões-dentistas Rev ABRO 2009; 10(2): 22-25 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica da cidade de Ipatinga (MG- BR). A coleta dos dados aconteceu no período de 15 de abril a 15 de junho de 2006. Foi utilizada a técnica de amostragem por conveniência (não-aleatória). Foram selecionados para receber o questionário cirurgiõesdentistas que utilizaram dos serviços de uma mesma clínica de Radiologia Odontológica nos 12 meses anteriores à data de coleta dos dados, evitando, com isto, a introdução de vieses decorrentes de uma distância muito grande, no tempo, entre a prestação dos serviços e as respostas sobre como o cliente percebe a prestação dos serviços em termos de qualidade. De um total de 200 cirurgiões-dentistas que clinicam na cidade de Ipatinga (MG-BR), 82 utilizam, rotineiramente, os serviços de clínicas de Radiologia Odontológica instaladas neste município. Este dado foi levantado por meio de contato telefônico. Foram distribuídos 82 (100%) questionários tendo como destinatários os profissionais previamente selecionados. No questionário foi informado o propósito da pesquisa, como os resultados seriam tratados e o sigilo que seria adotado no tratamento das informações. Foram devolvidos por correio 55 questionários (67%). Dos questionários que retornaram, 13 (23%) foram desconsiderados por apresentarem itens sem resposta. Restaram, portanto, 42 questionários (51%) válidos para análise. RESULTADOS Após a coleta das informações, foi utilizado o software SPSS for Windows (Statistical Package for the Social Sciences Incorporation, Chicago, USA, 2001) e para análise dos dados foi utilizada estatística descritiva (frequência e frequência relativa) adaptada às condições específicas dos resultados obtidos. Por meio da análise das frequências das alternativas de respostas foi possível obter as tendências gerais manifestadas pelos entrevistados para cada uma das variáveis que compuseram o questionário (Figura 1). DISCUSSÃO A literatura da área de qualidade de serviços está repleta de trabalhos 1-9 alertando sobre a importância do conhecimento das necessidades dos clientes, pelos prestadores de serviços, visando à organização do serviço Concordo totalmente Não concordo Nem Discordo Discordo Concordo parcialmente discordo parcialmente totalmente 1. O serviço Radiológico, que lhe atende, é bem localizado. 45,2%(19) 40,5%(17) 9,5%(4) 4,8%(2) 0 2. O serviço Radiológico, que lhe atende, é de fácil acesso aos pacientes. 28,6%(12) 61,9%(26) 4,8%(2) 4,8%(2) 0 3. Os valores dos exames são coerentes com o mercado. 33,3%(14) 52,4%(22) 14,3%(6) 0 0 4. Há facilidade na forma de pagamento. 14,3%(6) 66,7%(28) 19%(8) 0 0 5. Os profissionais que atendem no serviço radiológico são atenciosos e há troca de informações quando surge alguma dúvida. 7,1%(3) 35,7%(15) 42,9%(18) 9,5%(4) 4,8%(2) 6. As entregas dos exames são realizadas no prazo prometido. 11,9%(5) 31%(13) 31%(13) 19%(8) 7,1%(3) 7. Os exames, quando acompanhados de laudo, possuem um laudo adequado e esclarecedor. 4,8%(2) 50%(21) 11,9%(5) 31%(13) 2,4%(1) As radiografias estão dentro dos padrões de qualidade normais (contraste, densidade, distorções, etc.). 19%(8) 59,5%(25) 14,3%(6) 7,1%(3) 0 O acondicionamento dos exames é adequado e padronizado. 38,1%(16) 54,8%(23) 7,1%(3) 0 0 10. Seus clientes ficaram satisfeitos com o atendimento oferecido no serviço radiológico. 16,7%(7) 42,9%(18) 38,1%(16) 2,4%(1) 0 11. Os blocos de solicitação de exames são objetivos e de fácil entendimento. 23,8%(10) 59,5%(25) 11,9%(5) 4,8%(2) 0 19%(8) 14,3%(6) 40,5%(17) 26,2%(11) 52,4%(22) 21,4%(9) 11,9%(5) 8. 9. 12. Já foi convidado a conhecer o serviço radiológico e gostou de suas instalações. 13. Você é fiel a um serviço radiológico devido à qualidade do mesmo. 0 9,5%(4) 4,8%(2) Fig 1 - Respostas aos questionários pelos cirurgiões-dentistas entrevistados Rev ABRO 2009; 10(2): 22-25 23 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica que venha ao encontro das necessidades específicas dos clientes. Esta pesquisa investigou o grau de satisfação dos cirurgiões-dentistas da cidade de Ipatinga (MG-BR) pelos serviços prestados pelas clínicas de Radiologia Odontológica desta cidade. Com isto procurou-se conhecer um pouco melhor o cliente (cirurgião-dentista), analisando suas preferências em relação ao serviço e atendimento de uma clínica de Radiologia Odontológica. Não foi encontrado referencial teórico que tratasse especificadamente sobre o tema, com isto este estudo procurou centrar sua atenção sobre as necessidades dos cirurgiões-dentistas e explorou um conjunto de informações extremamente relevantes, tanto do ponto de vista teórico quanto do ponto de vista prático. Retomando os resultados, é importante ressaltar que, segundo os dados da pesquisa, as opiniões dos respondentes a respeito do nível de qualidade dos serviços prestados nas clínicas de Radiologia Odontológica da cidade de Ipatinga (MGBR) não são homogêneas. Os resultados obtidos demonstraram que 85,7% dos entrevistados consideraram as clínicas radiológicas de boa localização. De maneira análoga à avaliação anterior, 90,5% dos entrevistados concordam que as clínicas radiológicas são de fácil acesso, sendo que apenas 4,8% discordam parcialmente. Uma boa localização e acesso facilitado a clínicas radiológicas satisfazem os pacientes em tratamento odontológico, pois isto diminui o tempo empregado para a realização do exame radiográfico. Dos usuários integrantes deste estudo, 85,7% consideram equivalentes e justos os valores cobrados pelo serviço prestado, não havendo discordantes, e 14,3% não concordam e nem discordam. Para 81% dos entrevistados a forma de pagamento é boa e se adapta consideravelmente ao orçamento de seus clientes. A facilidade no pagamento beneficia o paciente, pois permite que realize os exames solicitados pelos cirurgiões-dentistas de forma a não onerar o seu orçamento. Para as clínicas radiológicas é uma forma de cobrar um preço de mercado sem que sejam prejudicadas com os altos custos que atualmente são praticados pelos fornecedores de filmes, químicos e equipamentos. A cordialidade dos profissionais no atendimento aos cirurgiões-dentistas mostra que 42,8% dos entrevistados aprovam e 14,3% discordam, sendo 42,9% indiferentes. Subentende-se que o tratamento cordial recebido pelo profissional será estendido ao paciente quando procurar os serviços de uma clínica radiológica. Com isto é necessário que os responsáveis pelas clínicas treinem seu pessoal a tratar com profissionalismo tanto os profissionais quanto aos pacientes. Segundo os entrevistados, apenas 42,9% estão satisfeitos com o prazo estabelecido pelas clínicas para entrega dos 24 resultados dos exames. O prazo de entrega dos exames, com certeza, é um dos fatores que mais contribuem na escolha, pelos profissionais, para a indicação da clínica radiológica a seus pacientes. Perder uma hora clínica em seu consultório, tendo que remarcar o paciente, devido ao descompromisso da clínica radiológica, pode levar o profissional a não mais indicar os seus serviços. Dos entrevistados, 54,8% acham adequados e concordam com os laudos técnicos fornecidos nos resultados. O laudo técnico é o documento mais importante que o cirurgião-dentista irá receber da clínica radiológica. É preciso que ele seja claro, forneça sugestões de diagnóstico do caso analisado e indique outras técnicas por imagem que facilitará a terapêutica a ser executada. Como as clínicas radiológicas não executam exame clínico nos pacientes, é necessário que seus responsáveis busquem informações junto aos cirurgiões-dentistas para a conclusão do radiodiagnóstico. Dos entrevistados, 78,5% consideram que o padrão de qualidade das radiografias é adequado em relação a contraste, densidade e nível de distorção. Dos entrevistados, 92,9% consideram o acondicionamento dos exames adequados; 7,1% são indiferentes, não havendo discordantes. A qualidade de um produto também é avaliada pela sua apresentação e acondicionamento, itens que as clínicas radiológicas devem se empenhar e, nos casos em que houve alguma dificuldade por parte do paciente em realizar o exame radiográfico, devem comunicar ao cirurgião-dentista o ocorrido. A maior parte dos entrevistados (83,3%) considera adequados e objetivos os blocos de solicitação de exames. O bloco de solicitação de exames é o instrumento de elo entre o profissional e a clínica radiológica, deve ser de fácil preenchimento e possuir espaço para que os profissionais façam as suas observações. Apenas 19% dos entrevistados consideram que as instalações e equipamentos utilizados no serviço radiológico são adequados, enquanto que 26,2% discordam completamente desta afirmativa. Fica claro que os responsáveis pelas clínicas de Radiologia Odontológica não possuem o hábito de convidar os cirurgiões-dentistas para visitar as suas instalações. Dos entrevistados, 59,6% estão satisfeitos com o atendimento na prestação dos serviços radiológicos. Pode-se afirmar que 61,9% dos entrevistados são fiéis ao serviço prestado pela clínica de Radiologia Odontológica por achá-lo de qualidade e confiável, sendo infiéis 16,7%. O interesse demonstrado pela clínica radiológica na satisfação dos cirurgiões-dentistas pelo produto final de seus serviços fará com que os mesmos desenvolvam mais que uma fidelidade, uma parceria. Com isto é necessário que as clínicas radiológicas mantenham uma especial atenção a estes dados, convidando os profissionais para visitar suas Rev ABRO 2009; 10(2): 22-25 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica instalações, trocando idéias quanto ao provável diagnóstico e indicando as melhores técnicas para a visualização do caso analisado. Este trabalho não responde evidentemente a todas as indagações possíveis nesta área. Concentrou-se por razões de ordem prática e economia científica na avaliação da satisfação dos cirurgiões-dentistas em relação às clínicas de Radiologia Odontológica. 6. 7. 8. 9. PASQUALI RC. Metodologia para melhoria de processos de linha de frente em serviços: aplicação em laboratório de análises clínicas. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Florianópolis, Santa Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina. 2002. 124p. ALBRECHT K, ZEMKE R. Serviço do cliente: a reinvenção do atendimento ao cliente. Rio de Janeiro: Campus, 2002, p 96. KOTLER P. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. São Paulo: Futura, 2001, pp 17-22. MALHOTRA NK. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 2ª ed. Porto Alegre : Bookman, 2001. CONCLUSÃO As informações que este estudo trouxe podem ser aproveitadas desde já, por profissionais que queiram instalar uma clínica de Radiologia Odontológica ou até mesmo para as já existentes. Por outro lado, permite vislumbrar inúmeras possibilidades de novos trabalhos, o que possibilitaria em longo prazo atender às necessidades específicas de diferentes áreas da Odontologia. Conhecendo mais detalhadamente as necessidades, características e interesses de diferentes áreas da Odontologia, seria possível aos profissionais atuarem de maneira mais realista e adequada. ABSTRACT The importance of this work is a result of the necessity of awareness for radiology clinics with the use of the concepts of continuous improvement of the quality of its products and services. This research’s objective is to identify, describe and analyze the perception of the dentists in relation to the quality of services given by the clinics of radiology in the city of Ipatinga (MG-Brazil), using the interview format as the instrument for the evaluation scale for the of quality of services. The results demonstrated that the interviewed dentists value the location and easy access to the clinics, as well as the fees charged for the services. The information contained in this study can be used by professionals whom already have existing clinics or by professionals who want to open a radiology clinic. DESCRIPTORS: Patient Satisfaction, Radiology, Quality control REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. ALVES CC. Uma metodologia para avaliação da qualidade dos serviços em um hospital: estudo de caso. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Florianópolis, Santa Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina. 2003 114p. ASSADA RM. Qualidade em serviços aplicada à Odontologia (acessado em 09/07/2005). Disponível em: http:// www.jornaldosite.com.br .2005. DANTAS HF. Motivação: a busca pela qualidade em enfermagem de saúde pública. João pessoa: Fonte, 1997:102. GIANESI IGN, CORRÊA HL. Administração estratégica de serviços: operações para a satisfação do cliente. 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Professora Assistente Doutora da Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP. 3 Professora Adjunta da Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP. 4 Professor Assistente Doutor da Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP. 2 RESUMO O objetivo deste trabalho foi comparar, nas radiografias panorâmicas, os aspectos morfológicos da mandíbula de homens e mulheres em diferentes faixas etárias, utilizando dois índices radiográficos. Foram selecionadas 200 radiografias panorâmicas de arquivo, de homens e mulheres entre 25 e 80 anos de idade. As radiografias foram agrupadas de acordo com gênero e seguintes faixas etárias: 25 l-l 35, 40 l-50, 50 l-60, 60 l-70 e 70 l- 80. Foi realizada análise do índice cortical mandibular (ICM), onde a característica da cortical inferior da mandíbula foi interpretada por dois examinadores que, por consenso, decidiram entre os seguintes escores: C1) Cortical Normal, C2) Cortical com moderada erosão e C3) Cortical com acentuada erosão ou poroso. O índice mandibular panorâmico (IMP) também foi calculado. A associação entre o aspecto de acentuada erosão da cortical inferior da mandíbula (C3) e idade foi significativa (p=0,001), porém, não significativa para sexo (p=0,390). O índice mandibular panorâmico (IMP) apresentou diferença estatisticamente significante entre os homens e as mulheres abaixo de 50 anos de idade, porém não significante entre as faixas etárias. Concluiu-se que o aspecto radiográfico de acentuada erosão da cortical inferior da mandíbula está associado com a idade dos indivíduos e uma consequente diminuição da massa óssea sistêmica. Este aspecto pode ser um importante sinal nas radiografias panorâmicas para identificar nas clínicas odontológicas os indivíduos com risco de ter osteoporose, porém, mais estudos são necessários para confirmar a eficácia da aplicação clínica deste método. DESCRITORES: Radiografia dentária; Radiografia panorâmica; Envelhecimento; Osteoporose INTRODUÇÃO A osteoporose é uma doença sistêmica do esqueleto caracterizada por uma reduzida massa óssea e uma deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, com um consequente aumento da sua fragilidade e suscetibilidade à fratura1; se negligenciado o tratamento ou a prevenção pode progredir silenciosamente até que a fratura ocorra. Constitui uma grande ameaça à saúde pública, pois estimativas indicam cerca de 80 milhões de pessoas com o problema nas Américas e Europa 2, 3. Embora possa acontecer em qualquer idade, geralmente está associada à senilidade e pós-menopausa, sendo que uma em cada duas mulheres e um em cada quatro homens, acima dos 50 anos de idade, terão uma fratura relacionada à osteoporose durante seu tempo restante de vida4. Atualmente, o diagnóstico da osteoporose é eminentemente clínico, fundamentado na identificação dos diferentes fatores de risco, dentre eles a baixa densidade 26 mineral óssea (DMO) identificada nos ossos do quadril ou da coluna lombar5. No entanto, examinar a densidade mineral óssea para todo o grupo de risco, especialmente em mulheres pós-menopausa, apesar de recomendado, não é prático, devido à escassez dos equipamentos específicos6. O número de clínicas dominando a identificação de mulheres na pósmenopausa com baixa DMO ou osteoporose tem aumentado desde meados de 1990 7. Entretanto, determinar as regras para aplicação clínica de quem necessita da densitometria óssea (DXA) é complicado, por causa da falta de consenso8. A ausência de política ampla para examinar e detectar a osteoporose tem feito com que pacientes sofram com fraturas que poderiam ser prevenidas7. Sinais de perda óssea, como a erosão e a redução na espessura da cortical inferior da mandíbula, têm sido demonstrados em radiografias do complexo maxilomandibular9,10,11 e podem indicar um fator de risco para a osteoporose. Deste modo, os cirurgiões-dentistas podem Rev ABRO 2009; 10(2): 26-30 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica ser os primeiros profissionais de saúde a identificar os sinais de risco de osteoporose, uma vez que eles examinam anualmente uma grande fração da população nas clínicas públicas e privadas. Como exame complementar, a radiografia panorâmica tem sido comumente utilizada nas clínicas odontológicas, sua imagem mostra as arcadas dentárias superior, inferior e também outras áreas da face sem sobreposição dos lados direito e esquerdo. A dose de radiação é relativamente baixa e o exame é conveniente para o paciente. Com a finalidade de estabelecer uma base na identificação dos pacientes com alto risco de osteoporose nas radiografias panorâmicas, Benson et al. 12 (1991) introduziram o índice mandibular panorâmico (IMP) como um índice radiomorfométrico. Existe evidência de que a morfologia da cortical inferior da mandíbula pode ser um indicador do metabolismo ósseo e da DMO vertebral em mulheres na pós-menopausa11. A identificação de sinais da qualidade óssea mandibular, além de poder contribuir na prevenção de fraturas de outros ossos do esqueleto, também pode estar relacionada com o risco de perda óssea ao redor dos dentes. Estudos apoiam a hipótese de que as mulheres com baixa DMO tendem a ter doença periodontal e, consequentemente, menos dentes13, 14 . Além disso, estes sinais também podem estar relacionados com o prognóstico dos implantes dentários. O objetivo deste trabalho foi levantar os aspectos morfológicos da cortical inferior da mandíbula nas imagens panorâmicas, comparando os achados radiográficos de homens e mulheres em diferentes faixas etárias, utilizando dois índices radiográficos. MATERIAL E MÉTODOS Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Faculdade de Odontologia de Araraquara (FOAr)-UNESP. Inicialmente, foram selecionadas 200 radiografias panorâmicas de arquivo do Serviço de Radiologia Odontológica (FOAr-UNESP) que compreendessem o período restrospectivo de dezembro de 2005 a novembro de 2004, de modo a preencher os critérios representados na Tabela 1, abaixo: A faixa etária dos 25 aos 35 anos foi escolhida e difere das demais porque corresponde a indivíduos adultos jovens, no pico da massa óssea esquelética. Todas as radiografias selecionadas foram codificadas de modo a impossibilitar a identificação dos indivíduos. Posteriormente, durante a interpretação radiográfica, uma radiografia foi descartada por não apresentar qualidade de imagem satisfatória, reduzindo o tamanho da amostra para um total de 199 radiografias. Índice Cortical Mandibular (ICM) Todas as radiografias foram interpretadas em ambiente escurecido sobre a luz do negatoscópio, utilizando máscara ao redor da radiografia e lupa. Dois observadores, treinados e calibrados, – um estudante do último ano de odontologia e um radiologista com quinze anos de experiência – classificaram por consenso a imagem da cortical da borda inferior da mandíbula, posterior ao forame mentual, utilizando os seguintes escores propostos por Klemetti et al.15 (1994). C1: Cortical Normal: A margem endóstea da cortical é uniforme e nítida em ambos os lados. C2: Cortical com moderada erosão: A margem endóstea mostra defeitos semilunares (cavidades de reabsorção), com resíduos corticais de uma a três camadas espessas, em um ou ambos os lados. C3: Cortical com acentuada erosão ou poroso: A margem endóstea consiste de espessos resíduos corticais e é claramente porosa. Índice mandibular panorâmico (IMP) O índice mandibular panorâmico (IMP), um método descrito por Wical & Swoope16 (1974) e modificado por Benson et al.12 (1991), que se baseia na medida da espessura da cortical inferior da mandíbula na radiografia panorâmica, foi calculado. O método consiste em efetuar medidas bilateralmente nas radiografias panorâmicas na área do forame mentual (Figura 1). Um papel de acetato foi posicionado sobre cada Tabela 1 – Frequência de radiografias panorâmicas segundo idade e sexo. FOAr-UNESP, 2004-2005 Idade (anos) 25H35 40H 50 50H 60 60H 70 70H 80 Total Radiografias Panorâmicas (n=200) Sexo Masculino Feminino Total 20 20 40 20 20 40 20 20 40 20 20 40 20 20 40 100 100 200 Rev ABRO 2009; 10(2): 26-30 Fig. 1 - Método para cálculo do IMP proposto por Benson et al 20 27 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica radiografia, onde foram traçadas a cortical inferior do forame mentual e uma linha (1) paralela ao longo eixo do corpo mandibular e tangenciando a cortical inferior da mandíbula. Uma segunda linha (2), perpendicular e interceptando a linha tangente à cortical inferior da mandíbula, também foi traçada. Uma régua milimetrada foi utilizada para medir a espessura da cortical inferior da mandíbula (B) e também a distância entre a margem inferior da mandíbula e a margem inferior do forame mentual (A), utilizando a linha número 2 como referência. O IMP é calculado dividindo o valor da espessura da cortical inferior da mandíbula (B) pela distância da margem inferior até o forame mentual (A). O valor médio das medidas de um único lado ou de ambos foi utilizado para a análise dos resultados. Tabela 3 – Aspecto radiográfico da cortical inferior da mandíbula (C1 = Íntegra, C2 = Discreta Erosão e C3 = Acentuada Erosão) segundo sexo. FOAr-UNESP, 2004-2005. C1 C2 C3 Total Masculino 30 61 9 100 Feminino 38 51 10 99 Total 68 112 19 199 Os dados com relação ao índice mandibular panorâmico (IMP) estão representados na Figura 2. Análise Estatística O teste do qui-quadrado (χ2) foi utilizado para o estudo de associação entre os aspectos radiográficos da cortical inferior da mandíbula e as variáveis “faixa etária” e sexo. Aos dados do IMP, para verificar a igualdade entre os cinco grupos de faixas etárias, foi aplicada análise estatística de Kruskal-Wallis (H). Tendo sido verificada significância estatística, foi aplicado o teste de Dunn. Para a comparação do IMP entre os sexos foi aplicada a análise de Mann-Whitney. O nível de significância adotado foi de 5%. RESULTADOS A Tabela 2 apresenta a distribuição da amostra segundo o aspecto radiográfico da cortical inferior da mandíbula e a faixa etária. Tabela 2 – Aspecto radiográfico da cortical inferior da mandíbula (C1 = Íntegra, C2 = Discreta Erosão e C3 = Acentuada Erosão) segundo faixa etária. FOAr-UNESP, 20042005. Idade (anos) 25H35 40H50 50H60 60H70 70H80 Total Tipo C1 18 17 14 12 7 68 C2 22 23 24 24 19 112 C3 2 4 13 19 Total 40 40 40 40 39 199 Pode-se notar associação significativa (χ2=37,64, p=0,001) entre a idade e o aspecto radiográfico da cortical inferior da mandíbula, com os indivíduos na faixa etária dos 70“% 80 anos apresentando um número observado de C3 maior do que o esperado. A apuração do aspecto radiográfico da cortical inferior da mandíbula segundo sexo encontra-se na Tabela 3. Observou-se associação não-significativa (χ 2=1,89, p=0,390) entre sexo e o aspecto radiográfico da cortical inferior da mandíbula. 28 Fig. 2 - Mediana dos valores do Índice Mandibular Panorâmico segundo sexo e idade A Figura 2 permite observar que para o sexo masculino houve oscilação dos valores da mediana de IMP nas diferentes faixas etárias, porém, a diferença foi estatisticamente não-significativa (H=1,94; p=0,747) e para o sexo feminino houve uma tendência de declínio, porém, a diferença também foi estatisticamente não-significativa (H=7,54; p=0,110); para idade houve diferença significativa entre os valores para sexos nas faixas etárias 25H35 (U=85; p=0,0019) e de 40 H50 (U=108; p=0,0128), onde o sexo feminino apresentou IMP maior do que o masculino. DISCUSSÃO Os resultados deste trabalho comprovaram que a cortical inferior da mandíbula apresenta alterações com a idade e que estas alterações ocorrem de forma semelhante tanto no sexo masculino como no feminino. Embora este estudo não mostre dados validando a densidade mineral óssea (DMO) dos indivíduos, aqueles jovens, entre os 25 e 35 anos, que se encontram na idade correspondente ao pico da massa óssea, apresentaram aspecto radiográfico íntegro (C1) ou com moderada (C2) erosão da cortical inferior da mandíbula, sem apresentar aspecto de acentuada erosão (C3). Este aspecto de C3 apareceu nos indivíduos após os 50 anos de Rev ABRO 2009; 10(2): 26-30 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica idade e aumentou nos grupos de maior faixa etária, coincidindo com o período de perda da massa óssea esquelética que também pode ser observado na população em geral 2 . Deste modo, a observação nas radiografias panorâmicas de C3 pode ser um importante sinal de diminuição da massa óssea sistêmica e os nossos resultados apoiam outros estudos na literatura que associam as características da cortical inferior da mandíbula com o risco de osteoporose9,10,11,12. Contudo, a classificação do aspecto radiográfico da cortical inferior da mandíbula na radiografia panorâmica é subjetiva e estudos têm demonstrado concordância intra e interobservador de moderada a boa17,18. Não foi objetivo deste estudo verificar a concordância, tendo sido optado pela utilização da classificação por consenso das características da cortical inferior da mandíbula. Apesar de haver estudos indicando que o treinamento pode melhorar o desempenho do clínico geral na identificação de mulheres na pósmenopausa e com baixa densidade mineral óssea19,20, mais estudos são necessários para elucidar a eficácia deste método. A experiência e a especialidade, além de aumentar a concordância intraexaminador, parece também aumentar o desempenho diagnóstico do ICM com relação à osteoporose 21. Diferente do ICM, neste estudo o IMP não apresentou variações significativas à medida que os indivíduos envelhecem. Um recente estudo22, sem considerar o sexo, sugere que os pacientes desdentados com espessura da cortical < 3 mm, IMP < 0,30 e ICM=C3 sejam encaminhados para avaliação de osteoporose. Nosso estudo mostrou que, quando se considera o sexo, existe diferença do IMP entre o sexo masculino e o feminino – antes dos 50 anos de idade – e não entre as faixas etárias. Nossos resultados, com relação a este índice, estão de acordo com Klemetti et al.15 (1994) e indicam que não é confiável para avaliar o risco do paciente com relação à osteoporose. Um estudo multicentro realizado na Europa23, com 671 mulheres na pós-menopausa, traz controvérsia sobre o ICM, mostrando que a medida da espessura da cortical inferior da mandíbula é mais eficaz do que o ICM. Devido aos índices radiográficos não oferecerem suficiente evidência diagnóstica, este estudo enfatiza que a pesquisa por osteoporose, nas radiografias panorâmicas, somente deve ser feita em radiografias que tenham sido realizadas com outro propósito e recomenda que somente os pacientes com a cortical inferior muito fina (<3 mm) sejam encaminhados para avaliação de osteoporose. Sobre esta controvérsia estamos de acordo com White et 24 al. (2005), que comprovaram que a informação clínica é tão útil quanto à informação radiográfica na identificação de indivíduos com baixa massa óssea. Os cirurgiões-dentistas têm, em seus consultórios, informação clínica e radiográfica suficiente para triar indivíduos com osteoporose. Deste modo, antes que qualquer método seja totalmente utilizado nas Rev ABRO 2009; 10(2): 26-30 clínicas odontológicas, é necessário que o cirurgião-dentista seja treinado e esclarecido sobre a sua aplicação clínica e implicações, como também tenha conhecimento sobre a osteoporose e seus fatores de risco. Concluindo, o aspecto radiográfico de acentuada erosão da cortical inferior da mandíbula está associado com a idade dos indivíduos e uma consequente diminuição da massa óssea sistêmica. Este aspecto pode ser um importante sinal nas radiografias panorâmicas para identificar nas clínicas odontológicas os indivíduos com risco de ter osteoporose, porém, mais estudos são necessários para confirmar a eficácia da aplicação clínica deste método. ABSTRACT The aim of this study was to compare the morphological mandibular changes of man and woman in different age groups using panoramic radiographs and two radiographic indices. Two hundred panoramic radiographs of man and women, between 25 and 80 years old, were retrospectivelly selected from a file. The films were grouped according to gender and the following age groups: 25H35, 40H50, 50H60, 60H70 and 70H80. The appearance of the mandibular inferior border (C1=normal, C2=mild/moderate erosion and C3=severe erosion) and the panoramic mandibular index (PMI) were evaluated on film-based panoramic images. Severe erosion of the mandibular inferior border (C3) was associated with age (p=0.001) and not with gender (p=0,390). PMI showed significant difference between man and woman before the age of 50 years, but did not show difference between any age group. We conclude that mandibular inferior border changes with age and the aspect of severe erosion may represent skeletal bone mass loss. This aspect may be an important sign on panoramic radiographs to identify patients with risk of osteoporosis in the dental clinics; however, further studies are needed to verify the clinical application efficacy of this method. DESCRIPTORS: Dental radiography; Panoramic radiography; Aging; Osteoporosis; AGRADECIMENTOS Os autores agradecem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), processo #04661-5. Ín d ic e REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. WHO (World Health Organization). Assessment of fracture risk and its application to screening for post-menopausal osteoporosis: report of a WHO study group. World Health Organ Tech Rep Ser. 1994, 843: 1-129. White SC. Oral radiographic predictors of osteoporosis. Dentomaxillofac Radiol. 2002; 31: 84-92. Marques Neto JF, Fernandes CE. (Eds.) Osteoporose: um desafio para o novo milênio. In: ____. Presente e futuro da osteoporose: aspectos clínicos e terapêuticos. São Paulo: Projeto Osteoporose, 2001, cap. 1, pp 6-22. (Projeto Osteoporose 2001). 29 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 30 National Osteoporosis Foundation [homepage on the Internet]. Washington (DC): The Foundation; 2005 [cited 2005 Sept 20]. Available from: http://www.nof.org/osteoporosis/ diseasefacts.htm. Marques Neto JF, Fernandes CE. (Eds.) Osteoporose: um desafio para o novo milênio. In: ____. Presente e futuro da osteoporose: aspectos clínicos e terapêuticos. São Paulo: Projeto Osteoporose, 2001, cap. 3, pp 3-26. (Projeto Osteoporose 2001). Lee BD, White SC. Age and trabecular features of alveolar bone associated with osteoporosis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2005; 100: 92-98. Gulsahi A, Yüzügüllü B, Imirzalioglu P, Genç Y. Assessment of panoramic radiomorphometric indices in Turkish patients of different age groups, gender and status dental. Dentomaxillofac Radiol. 2008; 37: 288-292. 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(17) 8123 6272 Endereço eletrônico: [email protected] Rev ABRO 2009; 10(2): 26-30 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica ESTUDO COMP ARA TIV O ENTRE IMA GENS CONVENCIONAL E COMPARA ARATIV TIVO IMAGENS DIGIT AL INDIRET A NA INTERPRET AÇÃO DE LESÕES DIGITAL INDIRETA INTERPRETAÇÃO RADIOLÚCID AS MUL TIL OCULARES RADIOLÚCIDAS MULTIL TILOCULARES Comparative study between conventional and indirect digital images in the interpretation of multilocular radiolucent lesions Valéria Campassi Reis GAMBIER1; Ricardo RAITZ2; Fabio Abreu ALVES3; Marcelo MARCUCCI4; Marlene FENYO-PEREIRA5 1 Doutorado - Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo Doutorado - Universidade Ibirapuera 3 Doutorado - Departamento de Estomatologia do Hospital A. C. Camargo 4 Doutorado - Departamento de Estomatologia do Hospital Heliópolis 5 Professora Titular – Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo 2 RESUMO Neste trabalho buscou-se avaliar se a tecnologia digital de imagens pode colaborar na elaboração de hipóteses diagnósticas de lesões ósseas. Para isso, foram selecionadas 24 radiografias panorâmicas, nas quais existiam imagens de lesões compatíveis a ameloblastomas, tumores odontogênicos queratocísticos, mixomas e lesões centrais de células gigantes, atestadas por laudos anátomo-patológicos. As radiografias foram digitalizadas e entregues a 12 examinadores, sendo três profissionais para cada uma de quatro diferentes especialidades (radiologia, estomatologia, patologia e cirurgia bucomaxilofacial). Os examinadores analisaram as imagens em dois momentos diferentes. Primeiramente a radiografia convencional e posteriormente a imagem digitalizada correspondente com intervalo mínimo de 30 dias. Quando do exame das imagens digitais, foi oferecida aos examinadores a opção de uso de ferramentas disponíveis no software Trophy 2000® (Trophy, Vincennes, França), que pudessem auxiliar no procedimento. As avaliações foram tabuladas em formulários e submetidas à análise estatística, por meio de equações de estimação generalizadas (EEG) e índice kappa. Os resultados possibilitaram concluir que houve equivalência na eficácia dos dois métodos avaliados, com boa concordância entre os diagnósticos dos especialistas, e que a probabilidade de acerto não depende da especialidade do observador e nem do tipo de lesão. O método digital foi o preferido para observação entre os avaliadores, sendo que as ferramentas filtro de nitidez e brilho e contraste foram consideradas como as melhores para auxiliar na elaboração das hipóteses diagnósticas. DESCRITORES: Tumores Odontogênicos – Radiografia Panorâmica – Radiografia Dentária Digital. INTRODUÇÃO A realização de um diagnóstico envolve várias etapas, dentre elas o exame radiográfico, no qual a radiografia se torna uma importante ferramenta na detecção de processos patológicos ósseos1. Embora o exame radiográfico não contenha informações suficientes para o diagnóstico definitivo de uma lesão, dados como sua localização, margens, conformação, efeitos sobre estruturas vizinhas, existência de erosão cortical, reabsorção dentária e divergência das raízes permitem direcionar uma hipótese diagnóstica2. A combinação de vários procedimentos radiográficos pode melhorar significativamente a compreensão do clínico a respeito das características e dos limites de uma lesão. A era da imagem digital vem valorizar ainda mais esse recurso Rev ABRO 2009; 10(2): 31-36 imaginológico, conquistando lugar definitivo nas Ciências da Saúde, ampliando cada vez mais suas aplicações e consagrando-se como um exame complementar de grande valia 3, uma vez que cria a possibilidade de alteração de contraste e uso de filtros que permitem melhorar a qualidade de uma radiografia, aumentando a eficácia diagnóstica e reduzindo a dose de radiação4, 5. Embora a radiografia digital apresente vantagens sobre a radiografia convencional6, ela ainda é uma tecnologia não amplamente utilizada, tendo como principal causa o seu alto custo7. Por outro lado, a necessidade de utilização de arquivos digitais de exames radiográficos é cada vez maior, principalmente nos grandes centros de diagnóstico e tratamento. Devemos considerar ainda que os exames realizados pertencem aos pacientes, não mais ficando 31 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica arquivados nas clínicas ou locais de atendimento. A digitalização da imagem convencional torna-se então uma ferramenta importante para a preservação de imagens radiográficas, garantindo o acesso a essa imagem em qualquer momento de um tratamento, além de ser um recurso fácil e de baixo custo, possibilitando a formação de um arquivo digital. Dessa forma consegue-se agregar algumas das vantagens da imagem digital à imagem convencional, tornando possível o reprocessamento e manuseio da imagem, e consequente obtenção de maiores informações diagnósticas, sem a necessidade de expor novamente o paciente à radiação8, 6, 3. A observação por meios digitais de uma imagem, bem como a aplicação de filtros sobre essa imagem, deve ainda ser estudada sob o ponto de vista se essas alterações auxiliam o cirurgião-dentista na elaboração de uma hipótese diagnóstica, uma vez que a maioria dos profissionais ainda faz uso das imagens radiográficas convencionais. Seguindo uma linha de pesquisa iniciada por Raitz et al.9 (2006), este trabalho foi elaborado tendo em vista explorar como um diagnóstico pode ou não ser influenciado pelas novas tecnologias, por meio da comparação na elaboração de hipóteses diagnósticas de lesões radiolúcidas multiloculares, utilizando para tanto radiografias panorâmicas convencionais e digitais indiretas, variando a formação profissional do examinador e o tipo de lesão. MATERIAL E MÉTODOS Foram selecionadas 24 radiografias panorâmicas com lesões radiolúcidas multiloculares, de diferentes indivíduos, pertencentes aos arquivos do Hospital Heliópolis, após a aprovação do projeto de pesquisa pelos comitês de ética em pesquisa do Hospital Heliópolis e da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. As radiografias selecionadas apresentavam imagens caracteristicamente de lesões multiloculares, cujos laudos histopatológicos compreendiam as entidades patológicas de ameloblastoma (A), tumor odontogênico queratocístico (TOQ), mixoma (M) e lesão central de células gigantes (LCCG). As radiografias selecionadas passaram inicialmente pelo processo de digitalização de imagens, consistindo no escaneamento das mesmas, por meio de um scanner de mesa, modelo ScanMaker i800 (Microtek, Hsinchu, Taiwan), realizado no Laboratório de Análise Radiográfica Digital da Universidade Ibirapuera. A padronização da resolução de escaneamento foi de 600 dpi, sendo as imagens salvas no formato TIFF, com a mesma porcentagem de tamanho, 15,0 X 29,0cm. Após esse processo, as imagens digitalizadas foram tratadas com o uso do software Adobe Photoshop 7.0 (Adobe, Los Angeles, United States), onde buscou-se visualmente, por meio de um cirurgião-dentista radiologista com dez anos de experiência, uma otimização e padronização de cor, brilho e contraste. Foram selecionados 12 cirurgiões-dentistas especialistas 32 para avaliação das imagens, sendo três radiologistas, três estomatologistas, três patologistas e três cirurgiões bucomaxilofaciais. Primeiramente, cada especialista avaliou a radiografia panorâmica e formulou a sua hipótese diagnóstica, anotando em uma ficha o diagnóstico e os critérios utilizados para chegar a essa conclusão. As radiografias foram examinadas seguindo uma ordem pré-estabelecida, com o uso de um único negatoscópio, com dimensões de 485 X 380mm (Konex, São Paulo, Brasil), com auxílio de lupa de 50,0mm de diâmetro e aumento de 3x, em ambiente escuro. Com um intervalo de pelo menos 30 dias foi solicitado aos mesmos especialistas que avaliassem as imagens digitalizadas e formulassem novas hipóteses diagnósticas. As radiografias digitalizadas foram examinadas em uma sequência diferente da primeira avaliação. Para essa segunda avaliação foi utilizado um notebook modelo AMZ-L71 (Amazon PC, Manaus, Brasil) com processador Intel Celeron M 360 1.4Ghz, memória 256MB, HD 40GB, tela widescreen de 15’’, em ambiente escuro, manipulando o software Trophy 2000® (Trophy, Vincennes, França). Orientações sobre os recursos do software e o tratamento possível de ser feito na imagem foram transmitidos no momento da avaliação pelo pesquisador. As ferramentas permitidas para uso foram filtro de nitidez, filtro amarelo, alteração de brilho e contraste, highlight, highlight + zoom e inversão. A ferramenta filtro de nitidez remove ruídos da imagem, a highlight ilumina uma área da radiografia, realçando a radiolucidez e a radiopacidade, a highlight+ zoom adiciona magnificação da imagem à ferramenta anterior, a inversão troca os valores entre branco e preto na imagem e o filtro amarelo substitui o branco na imagem pelo amarelo. Os valores escolhidos para brilho e contraste na interpretação pelos examinadores, bem como se houve melhora ou não da interpretação com o uso de cada uma das ferramentas citadas, foram anotados para posterior análise, em uma ficha do pesquisador. Ao final de cada interpretação, foi solicitado ao observador que elegesse a ferramenta de maior auxílio na interpretação da imagem. Terminadas todas as análises, foi requerido ao examinador escolher, entre os dois métodos, o melhor para elaboração de suas hipóteses diagnósticas. Os dados obtidos foram então submetidos à análise estatística. Neste estudo, foram considerados os resultados provenientes da avaliação de 12 examinadores que observaram 24 radiografias distintas, totalizando 288 radiografias avaliadas utilizando o método convencional e as mesmas 288 radiografias avaliadas utilizando o método digital. Inicialmente, as 576 respostas foram comparadas com seus respectivos diagnósticos verdadeiros e classificadas como respostas corretas ou erradas. Os dados referentes às respostas corretas e erradas foram modelados por meio de equações de estimação generalizadas (EEG) Rev ABRO 2009; 10(2): 31-36 com função de ligação logística10. Foram consideradas como variáveis explicativas o método de avaliação, o grupo de examinadores e o tipo de lesão. Também foram avaliados possíveis efeitos de interação de primeira ordem entre essas variáveis. A concordância dos diagnósticos foi analisada pelo índice kappa e foi feita ainda uma análise descritiva das ferramentas digitais. RESULTADOS Na Tabela 1 podemos comparar as porcentagens de acertos de cada especialidade segundo o método radiográfico. Já na Tabela 2 temos o número total de acertos e sua respectiva porcentagem, de acordo com o método de avaliação e o tipo de lesão. A análise dos dados segundo a técnica de EEG não indicou Tabela 1 - Porcentagem de acertos por especialidade e método radiográfico % de acertos Especialidade Convencional Digitalizada Radiologia Patologia Estomatologia Cirurgia 48,6 54,2 45,8 38,9 51,4 50 50 38,9 Total 46,9 47,6 Tabela 2 - Porcentagem de acertos segundo método de avaliação e tipo de lesão Convencional Lesão A TOQ M LCCG Nº Acertos 36 36 38 25 %* 50 50 52,8 34,7 Digital Nº Acertos 28 48 34 27 %* 38,9 66,7 47,2 37,5 *entre 72 avaliações (24 casos multiplicado por três avaliadores); A=ameloblastoma, TOQ=tumor odontogênico queratocístico, M= mixoma, LCCG=lesão central de células gigantes Tabela 3 - Coeficientes kappa para avaliar as concordâncias dos diagnósticos escolhidos para os métodos convencional e digital, para o total e por grupo de examinadores. Grupo de examinadores Coeficiente kappa N estimativa erro padrão C 72 0,289 0,079 E 72 0,520 0,074 P 72 0,609 0,071 R 72 0,553 0,074 TOTAL 288 0,495 0,038 C=cirurgiões; E=estomatologistas; P=patologistas; R=radiologistas. Classificação para o coeficiente de kappa (k): k <0,4: fraca; 0,4<k<0,75: boa; k>0,75: excelente. Rev ABRO 2009; 10(2): 31-36 efeitos de interação significantes entre os fatores considerados (todos com p>0,10). De acordo com a modelagem dos dados, as chances de acerto em relação a erro não dependem do método utilizado (p=0,851), nem do tipo de lesão avaliada (p=0,423). Apenas um efeito marginalmente significante foi encontrado entre as chances de acertos nos diferentes tipos de examinadores (p=0,088). A concordância dos diagnósticos escolhidos pelos examinadores para cada método de avaliação foi medida por meio da estatística kappa. Esta análise foi feita para o total dos dados e também para cada um dos grupos de examinadores separadamente (Tabela 3). Cada ferramenta foi avaliada em 24 casos por três especialistas de cada especialidade, somando um total de 72 avaliações por especialidade. O cruzamento das ferramentas com a especialidade pode ser visto na Tabela 4, onde observamos em quantos casos cada ferramenta auxiliou ou não a elaboração da hipótese diagnóstica por especialidade. Após cada avaliação era solicitada ao examinador a escolha da melhor ferramenta auxiliar na elaboração da hipótese diagnóstica. Como resultado, obtivemos a escolha do filtro de nitidez, seguida pelo ajuste de brilho e contraste. DISCUSSÃO As vantagens da radiografia digital sobre a convencional são amplamente descritas na literatura 6,7,11. Mesmo assim, atualmente o filme convencional ainda é o exame radiográfico mais utilizado na maioria dos consultórios, clínicas, centros de diagnóstico e hospitais. Observando-se a Tabela 1 podemos notar que não há diferença estatisticamente significativa no número de acertos atingidos com os dois métodos de avaliação (p=0,851). Considerando-se que foram 24 avaliações realizadas por cada um dos 12 especialistas, temos um total de 288 hipóteses diagnósticas elaboradas para cada método de avaliação. Dessas 288, houve um acerto de diagnóstico em 135 dos casos avaliados com o uso da radiografia convencional (46,9%) e em 137 dos casos com o uso da imagem digitalizada (47,6%). No total, as porcentagens de diagnósticos corretos foram muito semelhantes, aumentando em menos de um ponto porcentual quando o método digital foi utilizado. O mesmo resultado foi obtido no trabalho de Raitz et al. 9 (2006), onde os métodos de avaliação convencional e digital foram estatisticamente iguais em relação a número de acertos. Esses resultados nos dão segurança para afirmar que uma radiografia pode passar pelo processo de digitalização, sem prejuízo de sua capacidade de transmitir informações a um observador na elaboração de uma hipótese diagnóstica. Devemos ainda considerar o fato de que, para a maioria dos especialistas, essa foi a primeira utilização desse software para manipulação da imagem. Apesar da pouca prática com a imagem digital, já obtivemos resultado igual à avaliação pelo método convencional. 33 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Tabela 4 - Avaliação das ferramentas digitais por especialidade Especialidade R P E C Avaliação S N I S N I S N I S N I Filtro de Nitidez Nº 55 13 4 56 13 3 47 23 2 63 0 9 % 76,39 18,05 5,55 77,77 18,05 4,16 65,27 31,94 2,77 87,5 0 12,5 Highlight Nº 44 28 0 43 29 0 61 10 1 71 0 1 % 61,11 38,88 0 59,72 40,27 0 84,72 13,88 1,38 98,61 0 1,38 Highlight + zoom Nº 13 59 0 28 43 1 31 41 0 17 55 0 % 18,05 81,95 0 38,88 59,72 1,38 43,05 56,95 0 23,61 76,38 0 Inversão Nº 45 23 4 15 57 0 28 39 5 46 26 0 Filtro Amarelo % 62,5 31,94 5,55 20,83 79,16 0 38,88 54,16 6,94 63,88 36,11 0 Nº 18 49 5 3 69 0 2 66 4 36 35 1 % 25 68,05 6,95 4,16 95,83 0 2,77 91,66 5,55 50 48,61 1,38 R=radiologista; P=patologista; E=estomatologista; C=cirurgião; Avaliação dos examinadores: N=não melhora; S=melhora; I=indiferente; Nº=número de fichas exibindo resposta de um total de 72 fichas por especialidade Atenção especial deve ser dada ao processo de digitalização para que não ocorram perdas na qualidade da imagem com pequenas alterações na densidade radiográfica12. Se alterações sutis são perdidas no processo de digitalização, torna-se difícil avaliar como a imagem digitalizada pode produzir um nível maior de acuidade diagnóstica em relação à radiografia original, mesmo que haja o processamento da imagem após a digitalização13. Apesar dos resultados não terem sido significantes em relação a número de acertos, notamos que a maioria dos observadores preferiu o uso da imagem digital. A radiografia digital (direta ou indireta), por permitir o manuseio da imagem, tornou-se uma importante ferramenta para a prática do cirurgião-dentista14. Dos 12 especialistas que participaram da avaliação deste trabalho, dez preferiram a imagem digitalizada à convencional para elaboração de suas hipóteses diagnósticas, representando 83,3% de preferência. Entre os motivos citados para a escolha de tal método, estão os benefícios do tratamento da imagem, onde a aplicação dos recursos do programa propiciou uma visualização de detalhes na imagem que auxiliaram na elaboração de suas hipóteses diagnósticas. Outro motivo foi o de tornar o processo mais participativo, ou seja, permitiu ao observador alguma ação na imagem quando existia dúvida. Além disso, existe uma preferência individual de densidade e contraste para a observação de uma radiografia. Esse resultado está de acordo com outros trabalhos, como o de Kullendorf & Nilsson8 (1996) e Wenzel & Hintze15 (1993). A possibilidade de alterar uma imagem para diferentes propósitos é uma vantagem dos sistemas digitais 8 . As ferramentas disponíveis nesses sistemas auxiliam na visualização de detalhes nas radiografias. Não existe uma padronização de valores para as ferramentas, como de brilho e contraste, nem que uma determinada ferramenta seja específica para um determinado diagnóstico 16. Resultado semelhante foi encontrado neste trabalho, onde pudemos 34 notar que, dependendo do profissional, existia uma maior ou menor preferência por determinada ferramenta, e um ajuste particular em valores de brilho e contraste. A capacidade de detectar uma anormalidade na imagem radiográfica e de classificá-la corretamente depende, além da qualidade da imagem, da habilidade do profissional que a observa. Alguns autores, como Raitz et al. 9 (2006), demonstram a importância da utilização de parâmetros radiográficos de diagnóstico na interpretação de lesões ósseas semelhantes. A elaboração de parâmetros diagnósticos clínicos, imaginológicos e histológicos tornase importante também quando pensamos que o uso de computadores na elaboração de diagnósticos é um avanço natural da tecnologia dentro dos consultórios17,18,19. Analisando a Tabela 2, nota-se que houve equivalência entre o número de acertos nos casos de A, TOQ e M. A discrepância maior ocorreu nos casos de LCCG. Na análise digital, a LCCG continuou sendo a de menor acerto, porém, houve grande variação nos valores dos casos de A (28 acertos) e TOQ (48 acertos). Já os casos de M atingiram 34 acertos. Por meio da revisão de literatura podemos constatar que o local de maior incidência da LCCG é em região anterior de mandíbula. Contrariando este fato, em cinco dos seis casos apresentados para avaliação neste trabalho, a localização da lesão era em região posterior. Talvez esse tenha sido um fator decisivo para o menor índice de acerto encontrado para essa entidade patológica nas duas avaliações. Com a imagem digital, tanto os patologistas como os estomatologistas acertaram menos os casos de A, enquanto que todos os especialistas acertaram mais os casos de TOQ. Provavelmente os recursos oferecidos no sistema digital, tais como inversão e highlight, são mais eficazes para um tipo de lesão, como o TOQ, tornando mais fácil o seu diagnóstico. Raitz et al.9 (2006) também observaram a maior aceitação da ferramenta inversão em casos que apresentavam estruturas mais contrastantes (lesão radiolúcida com halo radiopaco). Rev ABRO 2009; 10(2): 31-36 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Por outro lado, a aplicação das ferramentas pode diminuir a eficácia em outros tipos de lesões, como o A. Apesar dessas diferenças encontradas, na aplicação do teste estatístico EEG, não foi verificada diferença significativa em relação ao tipo de lesão, ou seja, as chances de acerto, em relação a erro, não são significantemente distintas para os diferentes tipos de lesão (p=0,423). O mesmo resultado foi encontrado por Raitz et al.9 (2006), onde o tipo de lesão não influenciou no resultado do trabalho. Entre os especialistas (Tabela 1), observamos que os dois métodos apresentaram porcentagens semelhantes de respostas corretas nos diferentes grupos de examinadores. Os examinadores do grupo C (cirurgiões) acertaram 38,9% dos diagnósticos, tanto utilizando o método convencional quanto o digital. Nos grupos E (estomatologistas) e R (radiologistas), as porcentagens de diagnósticos corretos foram maiores quando o método digital foi utilizado, apresentando, respectivamente, aumentos de 4,2 e 2,8 pontos percentuais em relação ao método convencional. Para os examinadores do grupo P (patologistas), a porcentagem de acerto foi maior quando o método convencional foi utilizado (4,2 pontos percentuais a mais em relação ao método digital). Aplicando o teste EEG, observa-se que as chances de acerto, em relação a erro, apresentaram diferenças marginalmente significantes para os diferentes grupos de examinadores (p=0,088). Isso demonstra uma homogeneidade de conhecimento já sedimentado entre os avaliadores. Na avaliação digital das radiografias foi solicitada que as ferramentas de brilho e contraste, filtro de nitidez, highlight, inversão, highlight + zoom e filtro amarelo fossem aplicadas em cada uma das 24 avaliações feitas pelos 12 especialistas, resultando em um total de 288 utilizações das ferramentas. Pela Tabela 4 observa-se que o filtro de nitidez foi a ferramenta de melhor aceitação pelos especialistas. A ferramenta highlight apresentou também alto índice de aceitação. A inversão teve maior índice de rejeição do que de aceitação. A ferramenta highlight+zoom, de um modo geral, não agradou aos especialistas, provavelmente porque a maioria das lesões ocupava uma grande extensão da área digitalizada, com consequente ampliação exagerada da imagem, dificultando a visão do todo. Já o filtro amarelo foi a ferramenta de maior índice de rejeição. A ferramenta brilho e contraste permitiu aos avaliadores um ajuste da imagem segundo as preferências individuais, sendo, portanto, considerada útil em praticamente todas as avaliações. A variação na aceitação das ferramentas nos leva a crer que todos os recursos estudados são válidos, uma vez que, conforme o caso, mesmo uma ferramenta com baixa aceitação pode ser decisiva na elaboração de uma hipótese diagnóstica. Ao questionarmos a melhor ferramenta para análise de cada caso pelos especialistas tivemos, no total, a ferramenta mais escolhida como melhor auxiliar na análise das Rev ABRO 2009; 10(2): 31-36 radiografias o filtro de nitidez, seguida pelo ajuste de brilho e contraste. Pela Tabela 3 temos avaliação da concordância entre os diagnósticos dados pelos examinadores nas duas avaliações, independente se houve acerto ou não nas respostas. No geral obtivemos uma boa concordância entre os diagnósticos, com coeficiente kappa total de 0,495. CONCLUSÃO Houve equivalência entre os dois métodos avaliados, o que garante que uma radiografia pode passar pelo processo de digitalização sem prejuízo de sua capacidade de transmitir informações a um observador. A probabilidade de acerto não depende da especialidade do observador e nem do tipo de lesão. O método digital foi o preferido entre os avaliadores. Não há padronização de valores para as ferramentas como brilho e contraste, independente do tipo de lesão. As ferramentas filtro de nitidez e brilho e contraste foram consideradas como as melhores auxiliares na elaboração das hipóteses diagnósticas pela maioria dos especialistas. ABSTRACT This work aimed to assess if the digital technology might play a role in the elaboration of diagnostic hypothesis of bone lesions. For that, it was selected 24 panoramic radiographs in which it was possible to observe lesion images of ameloblastoma, keratinizing cystic odontogenic tumor, odontogenic myxoma and central giant cell lesion, with histophatological diagnosis. The radiographs were digitalized and delivered to 12 examiners, being 3 professionals for each one of the 4 specialties (radiology, stomatology, pathology and oral surgery). The examiners have observed the images in two different situations. First they analyzed the conventional radiography and then the corresponding digitalized images, after at least 30 days long. Joined to the digitalized images, it was provided to the examiners software facilities (Trophy 2000®, Trophy, Vincennes, França), in order to support them in the procedures. Their opinions were filled in booking forms, whose information were tabulated and submitted to statistical analysis through generalized estimation equations (EEG) and kappa index. The outcome has indicated that there was an equivalent efficiency between the two selected methods of assessment. There was a good match of the diagnosis made by the examiners from each speciality, and the probability of a right judgment did not rely on the observer specialty nor on the type of lesion. The examiners have preferred the digital method, and the digital tools sharpness filter and bright and contrast were considered the best support for the elaboration of diagnostic hypothesis. Moreover, it was not obtained standard values for bright or contrast. DESCRIPTORS: Odontogenic Tumors –– Radiography, Panoramic – Radiography, Dental, Digital . 35 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. Kullendorf B, Nilsson M, Rohlin M. Diagnostic accuracy of direct digital dental radiography for detection of periapical bone lesions. 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Correspondência para: Valéria Campassi Reis Gambier Rua Basílio Batalha, 58 – Mogi das Cruzes São Paulo - Brasil CEP 08730-090 E-mail: [email protected] Tel: 47298610 36 Rev ABRO 2009; 10(2): 31-36 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica CAL CIFIC AÇÃO DO DISCO D A A TM ALCIFIC CIFICAÇÃO DA ATM Calcification of the TMJ disc Frederico Sampaio NEVES1, Flávia Maria de Moraes RAMOS-PEREZ2, Andréa dos Anjos PONTUAL3, Marco Antônio Gomes FRAZÃO4, Daniela Pita de MELO4, Paulo Sérgio Flores CAMPOS5 1 Mestrando em Radiologia Odontológica FOP – UNICAMP. Doutora em Radiologia Odontológica pela FOP – UNICAMP. 3 Professora adjunta - Disciplina de Radiologia Odontológica FOP- UPE 4 Doutorandos em Radiologia Odontológica FOP-UNICAMP 5 Professor Livre Docente - Disciplina de Radiologia da Faculdade de Odontologia – UFBA. 2 RESUMO Calcificações no disco da articulação têmporo-mandibular (ATM) resultam de estresse funcional. Estas lesões podem ser consideradas uma extensão, progressiva e lenta, de processos patológicos, culminando com a incapacidade do disco articular de absorver e reduzir o estresse causado por movimentos nas superfícies funcionais da cabeça da mandíbula e da fossa mandibular. Neste artigo relatamos dois raros casos de calcificação intradiscal e propomos que um protocolo de abordagem por imagem para casos de calcificação do disco da ATM deve contemplar a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. DESCRITORES: Calcificação; Disco articular; Articulação têmporo-mandibular. INTRODUÇÃO O disco da articulação têmporo-mandibular (ATM) é uma estrutura bicôncava, flexível, formado por tecido conjuntivo fibroso denso, normalmente situado entre o declive posterior da eminência articular e a superfície ântero-superior da cabeça da mandíbula. O tecido fibroso do disco sofre algumas modificações estruturais devido a alterações funcionais e envelhecimento 1. Assim, a calcificação intradiscal pode resultar de estresse funcional da articulação, sendo considerada uma extensão, progressiva e lenta, de processos patológicos que culminam com a incapacidade do disco articular de absorver ou reduzir o estresse causado por movimentos nas superfícies funcionais da cabeça da mandíbula e da fossa mandibular2. Por outro lado, pequenos depósitos de material mineralizado têm sido encontrados no interior do tecido fibroso do disco articular, com o avanço da idade2. As calcificações intradiscais podem também estar associadas a alterações degenerativas da ATM3 ou podem ser o resultado de processos inflamatórios crônicos que produzem alterações no disco articular4. O objetivo deste artigo é relatar dois casos de calcificação do disco articular documentados com tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC). RELATO DOS CASOS CLÍNICOS Caso clínico 01 Paciente de 52 anos, sexo masculino, compareceu a clínica de Radiologia para realizar exame de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) das ATMs. A ATM direita, em boca fechada, exibiu relação normal entre os componentes ósseos articulares e ausência de alterações estruturais importantes. Já a ATM esquerda, embora exibisse relação normal entre os componentes ósseos articulares, Fig. 1 - Na ATM esquerda, em boca fechada, a presença de uma pequena imagem hiperdensa numa posição centro-medial, aparentemente localizada entre a zona intermediária e a banda posterior do disco articular (seta branca). Rev ABRO 2009; 10(2): 37-40 37 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Fig. 2 - Em boca aberta observamos excursão normal da cabeça da mandíbula, e a imagem hiperdensa, dado que intradiscal passou a ocupar, de forma previsível, uma posição mais posterior em relação ao vértice da cabeça da mandíbula (seta branca). revelou uma pequena imagem hiperdensa numa posição centro-medial e aparentemente localizada entre a zona intermediária e a banda posterior do disco articular (Fig. 1). Em boca aberta, observamos excursão normal da cabeça da mandíbula, e a imagem hiperdensa, dado que intradiscal passou a ocupar, de forma previsível, uma posição mais posterior em relação ao vértice da cabeça da mandíbula (Fig. 2). Caso clínico 02 Paciente de 76 anos, sexo masculino, compareceu a clínica de Radiologia para realizar exame de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) das ATMs. A ATM direita, ainda que exibindo uma relação normal entre os componentes ósseos articulares, revelou uma pequena imagem hiperdensa numa posição central e aparentemente localizada entre a zona intermediária e a banda posterior do disco articular (Fig. 3). Já a ATM esquerda, em boca fechada, exibiu relação normal entre os componentes ósseos articulares e ausência de alterações estruturais importantes. Em boca aberta, observamos excursão normal da cabeça da mandíbula, e a imagem hiperdensa, dado que intradiscal passou a ocupar, de forma previsível, uma posição mais posterior em relação ao vértice da cabeça da mandíbula (Fig. 4). A impressão diagnóstica sugere que, para ambos os casos, não havia evidências clínicas e imaginológicas de deslocamento do disco articular, foi de “Calcificação intradiscal”. Fig. 3 - Na ATM direita, em boca fechada, observa-se a presença de uma pequena imagem hiperdensa numa posição central e aparentemente localizada entre a zona intermediária e a banda posterior do disco articular (seta branca). 38 Rev ABRO 2009; 10(2): 37-40 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Fig. 4 - Em boca aberta observamos excursão normal da cabeça da mandíbula, e a imagem hiperdensa, dado que intradiscal passou a ocupar, de forma previsível, uma posição mais posterior em relação ao vértice da cabeça da mandíbula (seta branca). DISCUSSÃO Doenças articulares que produzem corpos livres no espaço articular incluem a Osteocondrite Dissecante (OD), fraturas intracapsulares, Osteoartrite, Condromatose Sinovial (CS), Artrite Piogênica ou Tuberculoide, Artrite Reumatóide, Artrite Neutrofílica5 e a Sífilis6. No entanto, a OD e a CS são os processos patológicos mais comumente associados à presença destes corpos nas articulações sinoviais do corpo humano 7. Na OD, os corpos mineralizados livres ocorrem por fragmentação óssea, normalmente condilar, consequente a um processo de necrose. Na CS, os múltiplos corpos mineralizados livres são regulares e não há defeitos nas cabeças das mandíbulas que justifiquem a presença destes corpos no espaço articular8, pois tais corpos livres surgem a partir da metaplasia do estrato sinovial da cápsula da ATM, que passa a produzir e lançar estes corpos mineralizados no espaço articular9. Em raros casos, pode haver a deposição de pirofosfato de cálcio dihidratado, particularmente em pacientes mais idosos e frequentemente acometendo a articulação do joelho. Ocorrência na ATM tem sido relatada na literatura10. A incidência de calcificações é particularmente maior em casos de perfurações do disco articular. Estes achados sugerem que o estresse mecânico excessivo sobre o disco implica na formação de calcificações intradiscais 2. Porém, há casos relatados na literatura na qual foi observada calcificação sem associação com perfuração do disco11. Nos casos relatados neste artigo esta relação não pode ser confirmada, uma vez que perfurações do disco podem apenas ser observadas em artrografia. Embora a radiografia panorâmica seja eficaz em exibir corpos mineralizados em tecido mole ou fora dele, para a região da ATM esta eficiência pode ser limitada. Nos casos ora apresentados, as mineralizações, pequenas e tênues, poderiam não ser visíveis na imagem. Ainda que o fossem, restaria a dúvida sobre a precisa localização do corpo, se dentro do espaço articular ou sobreposto à região articular, face à bidimensionalidade da imagem. Rev ABRO 2009; 10(2): 37-40 A tomografia computadorizada multidetector (TCMD) e a TCFC, que oferecem a vantagem de expor o paciente a doses menores de radiação, são, inquestionavelmente, os métodos mais adequados para avaliação das estruturas ósseas articulares e de eventuais ocorrências de corpos mineralizados livres ou não no espaço articular. Nos casos em tela, a morfologia óssea normal descartou a possibilidade de OD; a localização e o fato de ser único excluem a possibilidade de CS. Assim, deliberamos pelo diagnóstico: “Calcificação intradiscal”. Remanesce, entretanto, a dúvida sobre se seria uma calcificação intra ou extradiscal. Optamos pela primeira assertiva por não percebermos evidências de deslocamento de disco. Há que se perguntar se apenas o exame por ressonância magnética (RM) não definiria o diagnóstico. Diríamos que seria difícil distinguir entre a calcificação intradiscal e o disco articular, pois ambos, calcificação e disco, apresentam a mesma imagem em hipossinal. Por outro lado, a RM definiria a posição do disco, o que nos permitiria concluir pela localização intra ou extradiscal da estrutura mineralizada. Devemos concluir, portanto, que em casos de calcificação do disco da ATM, o mais apropriado seria combinar a TC, multidetector ou de feixe cônico, e a RM para se chegar ao diagnóstico conclusivo. ABSTRACT Calcifications in the temporomandibular joint (TMJ) result from functional stress. These lesions can be considered a slow and gradual extension of pathological process that culminate in the incapacity of the articular disk to absorbe and reduce the stress caused by movements in the functional surfaces of the head of mandible and mandibular fossa. This paper relates two rare cases of intradiscal calcification, and proposes that an imaging protocol for calcification of temporomandibular joint disk should contemplate the computerized tomography and magnetic resonance imaging. DESCRIPTORS: Calcification; Temporomandibular joint. Articular disc; 39 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Pereira FJ Jr, Lundh H, Westesson PL. Morphologic changes in the temporomandibular joint in different age groups: an autopsy investigation. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1994;78: 279-287. 2. Jibiki M, Shimoda S, Nakagawa Y, Kawazaki K, Asada K, Ishibashi K. Calcifications of the disc of the temporomandibular joint. J Oral Pathol Med 1999;28: 413-419. 3. Marchetti C, Bernasconi G, Reguzzoni M. Presence of calcified tissue in the human temporomandibular joint disc. Archs Oral Biol 1997;42:755-760. 4. Piacentini C, Marchetti C, Callegari A, Setti M, Bernasconi G, Baciliero U, Menghini P, Brusotti C. Endoarticular loose bodies and calcifications of the disk of the temporomandibular joint: morphological features and chemical composition. Scanning Microsc. 1995;9(3):789-95. 5. Blenkinsopp PT. 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Interventional radiology of synovial chondromatosis in the temporomandibular joint using a thin arthroscope. Dentomaxillofac Radiol. 2008;37(4): 232-5. Correspondência para: Frederico Sampaio Neves Rua Santa cruz, 150 – Apto 54 CEP: 13.419-020 Piracicaba – SP e-mail: [email protected] 40 Rev ABRO 2009; 10(2): 37-40 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica RELAÇÃO A TÍPIC A ENTRE AS RAÍZES DO SEGUNDO E ATÍPIC TÍPICA TERCEIRO MOLARES SUPERIORES Unusual relationship between the roots of the second and third upper molars Frederico Sampaio NEVES1, Daniela Pita de MELO2, Iêda Margarida Rocha CRUSOÉ-REBELLO3, Paulo Sérgio Flores CAMPOS4 1 Mestrando em Radiologia Odontológica FOP/UNICAMP Doutoranda em Radiologia Odontológica FOP/UNICAMP 3 Professora Doutora da Disciplina de Radiologia odontológica da FO/UFBA 4 Professor Livre-Docente da Disciplina de Radiologia Odontológica da FO/UFBA 2 RESUMO Relatamos um caso de relação incomum entre as raízes do segundo e terceiros molares superiores, que determinou complicações transoperatórias, e salientamos a importância da tomografia computadorizada, multidetector ou cone beam, na prévia identificação de tal condição. DESCRITORES: terceiro molar superior, complicações cirúrgicas, seio maxilar. INTRODUÇÃO A cirurgia para remoção de terceiro molar é um procedimento cotidiano na prática odontológica. O posicionamento dos terceiros molares é de grande relevância para o planejamento da cirurgia para remoção dos mesmos. A idade do paciente, grau de impacção e posicionamento do dente contrário à mão de maior domínio do cirurgião são fatores que elevam a morbidade desse tipo de procedimento1. Muitos trabalhos avaliam a posição do terceiro molar inferior em relação ao canal mandibular, mas poucos estudos abordam a relação do terceiro molar superior com o segundo molar e o seio maxilar. As complicações resultantes da cirurgia para remoção do terceiro molar inferior são, em primeiro lugar, a lesão do nervo alveolar inferior ou do nervo lingual, seguida de fratura da mandíbula, durante ou após a cirurgia, além de infecções resultantes dos ferimentos cirúrgicos2. Durante a extração de terceiros molares superiores, a comunicação buco-sinusal é a complicação mais comum3. A menor densidade da maxila facilita a cirurgia para remoção do terceiro molar, mas também facilita a ruptura do osso em volta do dente a ser extraído. Nesse tipo de cirurgia pode haver fratura da tuberosidade maxilar, fratura radicular, além do deslocamento parcial ou total do dente para o interior do seio maxilar adjacente. O objetivo deste artigo é relatar uma relação incomum entre as raízes do segundo e terceiro molares superiores e salientar a importância da tomografia computadorizada (TC) na identificação desta relação. RELATO DO CASO CLÍNICO Paciente do sexo feminino, 31 anos, foi encaminhada a Rev ABRO 2009; 10(2):41-43 clínica de radiologia onde submeteu-se a TC multidetector da maxila, para possível identificação da causa da remoção apenas parcial do 3° molar superior direito. As imagens axiais em janela para osso revelaram solução de continuidade do assoalho e parede lateral, além de espessamento da mucosa do seio maxilar direito, e duas das raízes do terceiro molar (aparentemente a mésiovestibular e a palatina) envolvendo a raiz palatina do segundo molar (Fig. 1a-f). As imagens tridimensionais (3D), em diferentes ângulos de visão, apenas das unidades dentárias permitem ver com clareza e de forma didática a relação entre as raízes do terceiro molar (fragmentado) e raiz palatina do segundo molar (Fig. 2a-e). As imagens 3D da totalidade da estrutura dão uma idéia mais precisa da extensão do comprometimento da parede do seio maxilar direito (Fig. 3a-b). DISCUSSÃO O deslocamento de dentes impactados é uma complicação cirúrgica raramente relatada, ocorrendo mais comumente para o seio maxilar e para o espaço submandibular4. Em um estudo retrospectivo, casos de comunicação buco-sinusais foram observados em 134 de 1.057 remoções cirúrgicas de terceiros molares superiores, o que corresponde a uma incidência de 13% dos casos. A grande maioria das comunicações ocorreu com dentes totalmente impactados (65%), com o processo de rizogênese totalmente completo (79%), porém, observou-se que em 91% dos casos não houve fratura radicular 3. Outra complicação bastante rara é a formação de hematoma periorbital após remoção de terceiros molares superiores. É possível que a hemorragia pós41 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Fig. 1 - Observar a perfuração do seio maxilar direito e os restos radiculares do terceiro molar envolvendo as raízes do segundo molar (círculo). Fig. 2 - As imagens tomográficas 3D das unidades dentárias do lado direito permitem a visualização isolada do envolvimento dos restos radiculares do terceiro molar com as raízes do segundo molar (círculo pontilhado). Fig. 3 - As imagens tomográficas 3D da maxila permitem a visualização da perfuração do seio maxilar direito. 42 Rev ABRO 2009; 10(2):41-43 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica operatória ocorra devido ao rompimento da veia facial profunda, veia alveolar posterior superior ou de veias derivadas do plexo pterigóide. Esse rompimento causa hemorragia excessiva nos espaços pterigomaxilar e infratemporal, que possuem comunicação com o compartimento infraorbital através da fissura orbital inferior5. A avaliação imaginológica das relações topográficas dos terceiros molares é, portanto, de suma importância no planejamento para remoção de tais dentes. A radiografia panorâmica tem sido citada como o recurso por imagem de primeira escolha para avaliação pré-cirúrgica dos terceiros molares, mas tal modalidade de exame proporciona apenas uma visão bidimensional de uma relação anatômica tridimensional6. Apesar das vantagens dos atuais sistemas digitais, no que diz respeito a ferramentas de manipulação de imagem, não é possível identificar na radiografia panorâmica o correto posicionamento do terceiro molar7. Assim, cremos que a TC, seja multidetector seja cone beam, deva ser sempre indicada quando se pretende aferir o risco cirúrgico envolvido na remoção de terceiros molares, quer para avaliar a relação de suas raízes com o canal mandibular, no caso dos inferiores, quer seja para avaliar a relação de suas raízes com as raízes dos dentes vizinhos ou com o seio maxilar (invariavelmente íntima), no caso dos superiores. Há que se considerar ainda a possibilidade de concrescência, mais prevalente entre segundos e terceiros molares, sobretudo superiores, o que pode ter sido uma complicação adicional no caso em tela. 6. 7. Jhamb A, Dolas RS, Pandilwar PK, Mohanty S. Comparative efficacy of spiral computed tomography and orthopantomography in preoperative detection of relation of inferior alveolar neurovascular bundle to the impacted mandibular third molar. J Oral Maxillofac Surg 2009; 67:58-66. Benediktsdotti IS, Hintze H, Petersen JK, Wenzel A. Accuracy of digital and film panoramic tradiographs for assessment of position and morphology of mandibular third molars and prevalence of dental anomalies and pathologies. Dentomaxillofac Radiol 2003; 32:109-15. ABSTRACT We report a case of unusual relationship between the roots of the second and third upper molars, with consequent transoperatory complications, and accentuate the fundamental role of the computed tomography, multislice or cone beam, for previous identification of such condition. DESCRIPTORS: upper third molar, surgical complications, maxillary sinus. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. Baqain ZH, Karaky AA, Sawair F, Khaisat A, Duaibis R, Rajab LD. 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Material y métodos: se hizo un análisis de las bases de datos BBO (http://www.bireme.br), LILACS (http://www.bireme.br), MEDLINE (http://www.bireme.br) y NLM (http://www.pubmed.com). Se adicionaron casos clínicos publicados en sitios web de latinoamérica y de nuestros archivos privados. Resultados: la COS afectó el 16,78% de las mujeres y el 83,22% de los hombres (diferencia estadísticamente significante); edad media de los individuos = 50,87 años (estadísticamente significante); edad media de los hombres = 51, 19 años y mujeres = 49,92 años (no fue significante estadísticamente); la COS unilocular fue la más frecuente (estadísticamente significante); la COS afectó de manera similar las hemi-mandíbulas derecha e izquierda; la COS unilateral fue más prevalente que la bilateral (estadísticamente significante); la COS unilocular doble (1,25%) y la bilocular (1,88%) son raras. Conclusión: la COS ocurre más en hombres; La edad media de los individuos es de 50,87 años; no hay diferencia entre las edades de hombres y mujeres; La COS afecta de manera similar los dos lados; la ocurrencia unilateral predomina sobre la bilateral; el tipo unilocular simple es el más frecuente; los tipos unilocular y bilocular son raros. PALABRAS-CLAVE: quistes óseos; Glándulas salivales; Tomografía computarizada por rayos x. INTRODUCCIÓN La primera publicación acerca de cavidades óseas linguales próximas al ángulo mandibular, Stafne1 (1942), se basó en 34 casos (35 defectos óseos), determinó que esta condición aparece entre la cuarta y quinta décadas, afecta en su mayoría a hombres, ocurre de manera similar en los dos lados y es asintomático. La cavidad esta localizada en la altura del tercer molar, abajo del canal mandibular y anterior al ángulo de la mandíbula. La cavidad tiene forma circular u oval (1-3 cm de diámetro). Cuando oval, el largo axial es paralelo al borde inferior mandibular. Si ancho lo suficiente, este produce una solución de continuidad con la base mandibular, la cual puede ser detectada en la palpación. Radiográficamente, la cortical externa de la cavidad es más delgada que la de los quistes odontogénicos. Recientemente, Philipsen et al.2 (2002) reportaron sobre la frecuencia, sexo y edad de distribución de la variante posterior relacionada con la glándula submandibular, la más común del defecto óseo de Stafne (DOS). Después de una extensiva revisión de la literatura, ellos concluyeron que todas las variantes del DOS, anterior (relacionada con la glándula sublingual), posterior (relacionada con a glándula 44 submandibular), y de la rama ascendente (relacionada con a glándula parótida), son originadas desde la presión ejercida por hiperplasia/hipertrofia de las glándulas salivales sobre la superficie ósea. Posteriormente, Minowa et al.3 (2003) sugieren que el origen del defecto óseo es probablemente de un lipoma o de un proceso erosivo debido a una lesión vascular adquirida. Por otro lado, Campos et al.4 (2004) indican un origen glandular y vascular por la relación del DOS con la rama en sus pacientes estudiados y defienden una falla focal en la osificación intramembranosa de la mandíbula en algunos casos. En el presente estudio, nosotros investigamos los hallazgos del DOS, variante posterior relacionada con la glándula submandibular, la cual, aunque indirectamente, deberá ofrecer futuros conocimientos al estudio de esta contradictoria relación con la glándula salivar submandibular. MATERIALES Y MÉTODOS Una revisión de la literatura fue conducida usando las siguientes bases de datos: BBO (http://www.bireme.br), LILACS (http://www.bireme.br), MEDLINE (http://www.bireme.br) y NLM (http://www.pubmed.com). Fueron incluidos casos clínicos con Rev ABRO 2009; 10(2): 44-46 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica documentación completa de sitios web y de nuestros archivos. Para el análisis de los datos nosotros construimos tablas de contingencia uni-dimensional, con su relevancia estadística, para cuantificar la frecuencia de valores de las variables y frecuencia de asociación con los resultados. Además, desde las tablas de contingencia unidimensional, los datos estadísticos dan soporte a la hipótesis formulada para cada uno de los casos (nivel de significancia fue de 5%) RESULTADOS Fueron incluidos 160 casos de DOS, 119 (83.22%) hombres y 24 (16.78%) mujeres. En 17 casos no se obtuvo información acerca del sexo (Tabla 1). TABLA 1 – Distribución de la muestra de acuerdo al sexo. Sexo Mujer Hombre Frecuencia 24 119 % 16.78 83.22 Frecuencia acumulada 24 143 % acumulado 16.78 100 Tabla 5 muestra los resultados de una ocurrencia única de DOS unilocular. TABLA 5 – Frecuencia y porcentajes de ocurrencia del defecto unilocular único. Frecuencia % acumulada acumulado % Frecuencia Negativo 4 2.50 4 2.50 Positivo 156 97.50 160 100 Fue observado que el DOS unilocular único ocurre de manera similar en los lados derecho e izquierdo (Tabla 6). TABLA 6 – Distribución del defecto unilocular único de acuerdo al lado. ChiFrecuencia % acumulada acumulado cuadrado Lado Frecuencia % Izquierdo Derecho Bilateral 78 73 5 48.75 45.63 3.13 78 151 156 48.75 94.38 97.51 A A B La media de edad de los individuos de la muestra fue de 50.87 (±14.04) años, el rango fue desde los 11 hasta los 87 años (Tabla 2). Los resultados de evaluación del DOS unilocular doble se muestran en la Tabla 7. TABLA 2 – Descripción estadística de la edad de los individuos TABLA 7 – Frecuencia y porcentajes de ocurrencia de defectos uniloculares dobles. Media de edad (años) Desviación Standard 95% Intervalo de confianza Mínimo Máximo 14.04 48.55–53.18 11 87 50.87 La media de edad para hombres y mujeres fue diferente (Tabla 3). TABLA 3 – Descripción estadística de la edad de acuerdo con el sexo Sexo Media Desviación Standard 95% Intervalo de confianza Mínimo Máximo 12.755 14.305 44.531–55.303 48.596–53.790 26 11 78 87 Mujer 49.917 Hombre 51.193 La ocurrencia del DOS antes de los 20 años de edad (incluido) es raro; solamente 4 (2.78%) casos de DOS involucran pacientes de este rango de edad (Tabla 4). TABLA 4 – Distribución del DOS de acuerdo con el rango de edad. Frecuencia % Edad acumulada acumulado % Frecuencia 0–20 4 >20–40 28 >40–60 77 >60 35 Datos desconocidos 2.78 19.44 53.47 24.31 16 Rev ABRO 2009; 10(2): 44-46 4 32 109 144 2.78 22.22 75.69 100 Negativo Positivo Frecuencia % Frecuencia acumulada % acumulado 158 2 98.75 1.25 158 160 98.75 100 El análisis de la ocurrencia del DOS bilocular esta en la Tabla 8. TABLA 8 – Frecuencia y porcentajes de ocurrencia de defectos biloculares. Frecuencia % acumulada % acumulado Frecuencia Negativo Positivo 157 3 98.13 1.88 157 160 98.13 100 DISCUSSION Antes de los años 90, el diagnóstico del DOS tenía como base radiografías planas y exploración quirúrgica. Aunque conclusivo, este procedimiento no establece una relación inequívoca entre las glándulas salivales y el defecto óseo, porque el procedimiento quirúrgico puede presionar el tejido blando intracavitario, dando una impresión de que la cavidad está vacía, o puede proporcionar una muestra de tejido blando para el análisis histopatológico desde una zona próxima al defecto óseo. Aún una sialografía, un aparente método conclusivo, no es siempre determinante para diagnosticar el DOS y para 45 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica establecer la relación entre el defecto óseo y la glándula salivar. Sialografía es una modalidad de imagen bidimensional y no delinea la línea externa glandular. Con la llegada de la tomografía computada (TC) y la resonancia magnética (RM), las cuales pueden proporcionar imágenes de tejidos óseo y blando con alta resolución y tridimensionales. El diagnóstico conclusivo y no invasivo del DOS, así como la evaluación de la relación entre la glándula submandibular y el defecto óseo se hacen posible. Este aspecto entretanto no fue incluido en nuestro estudio. En un estudio similar, Philipsen et al.2 (2002) encontró resultados muy similares a los nuestros. Observamos que el 16.78% de los casos de DOS acometieron a mujeres y el 83.22% involucraron a hombres, los cuales corresponden a una proporción de mujer/hombre de 1:5; Philipsen et al.2 (2002) registró el 14.07% y el 85.93% de mujeres y hombres, respectivamente, dando una proporción de mujer/hombre de 1:6.1. Esta alta prevalencia para hombres ha sido observada por Stafne1 (1942), en la primera publicación de esta condición, y fue confirmada después por Correll et al.5 (1980). Philipsen et al.2 (2002) registraron un alto numero de casos de DOS en la quinta década; datos que coinciden a lo observado por Stafne1 (1942) y Quesada-Gómez et al.6 (2006). Nosotros observamos un alto número de casos en la sexta década. Sin embargo, nuestros resultados y aquellos de Philipsen et al. 2 (2002) coinciden con respecto al reducido rango de edad para mujeres (quinta década) y el alto rango para los hombres (sexta década). Verificamos que el 53.47% de los individuos estaban entre las quinta y sexta décadas, muy cerca del 54.81% observado por Philipsen et al.2 (2002). Nuestra muestra consistió de 160 casos de DOS, por otro lado Philipsen et al. 2 (2002) evaluaron a 270 casos. Su larga muestra debería tender a dar resultados más precisos. Por otro lado, nuestro estudio incluyó a casos recuperados de la literatura latinoamericana, una población distinta a lo analizado por Philipsen et al. 2 (2002). Los dos estudios están de acuerdo en varios aspectos. Nuestros resultados muestran que en DOS es frecuentemente unilocular, simple, unilateral y no muestra una predilección por lado. CONCLUSIONES Basado en nuestros resultados, podemos decir que el DOS afecta más frecuentemente a hombres con edad media de 50.87 años, que no existe diferencia significativa en la media de edades de hombres y mujeres, que los lados derecho e izquierdo son afectados de manera similar, que la ocurrencia unilateral es más común, que la ocurrencia simple unilocular es el más común y que doble DOS unilocular y bilocular son raros. ABSTRACT Objective: The goal of this study was to appraise the features of Stafne’s bony defect (SBD), the salivary submandibular 46 gland-related posterior variant. Material and methods: A literature survey was conducted using the following databases: BBO (http://www.bireme.br), LILACS (http://www.bireme.br), MEDLINE (http://www.bireme.br), and NLM (http:// www.pubmed.com). In addition, we retrieved some cases from websites and from our archives. Results: SBD involved 16.78% of the women and 83.22% of the men (statistically significant difference); the mean age of the patients was 50.87 years (statistically significant); the mean age was 51.19 years for the males and 49.92 years for the females (statistically nonsignificant); single unilocular SBD was the most common type (statistically significant); SBD affected the right and left posterior mandible equally; unilateral SBD was more common than bilateral SBD (statistically significant); double unilocular (1.25%) and bilocular (1.88%) SBDs were rare. Conclusion: SBD is more common in men (mean age 50.87 years); there is no difference between the mean age of men and women; SBD affects the right and left sides equally; unilateral SBD is more common than bilateral SBD; single unilocular SBD is the most common bony defect; double unilocular and bilocular SBDs are rare. Keywords: Bone cysts; Salivary glands; Tomography, X-ray computed. DESCRIPTORS: Bone cysts; Salivary glands; Tomography, Xray computed. REFERENCIAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. Stafne EC. Bone cavities situated near the angle of the mandible. J Am Dent Assoc 1942; 29(1):1969-72. Philipsen HP, Takata T, Reichart PA, Sato S, Suei Y. Lingual and buccal mandibular bone depressions: a review based on 583 cases from a world-wide literature survey, including 69 new cases from Japan. Dentomaxillofac Radiol 2002; 31(5):281-90. Minowa K, Inoue N, Sawamura T, Matsuda A, Totsuka Y, Nakamura M. Evaluation of stativ bone cavities with CT and MRI. Dentomaxillofac Radiol 2003; 32(1):2-7. Campos PSF, Panella J, Crusoé-Rebello IM, Azevedo RA, Pena S, Cunha T. Mandibular ramus-related Stafne’s bone cavity. Dentomaxillofac Radiol 2004; 33(1):63-6. Correll RW, Jensen JL, Rhyne RR. Lingual cortical mandibular defects. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1980; 50(3):287-91. Quesada-Gómez C, Valmaseda-Castellón E, Berini-Aytés L, Gay-Escoda C. Stafne bone cavity: a retrospective study of 11 cases. Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2006; 11:E277-80. Correspondencia para: Prof. Dr. Paulo Sérgio Flores Campos Rua Guadalajara, nº 841, ap. 201, Ondina CEP: 40.140-460 Salvador - Bahia - Brasil E-mail: [email protected] Rev ABRO 2009; 10(2): 44-46 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica PREV ALÊNCIA DE DENTES SUPRANUMERÁRIOS EM PREVALÊNCIA RADIOGRAFIAS P ANORÂMIC AS NUMA AMOSTRA PANORÂMIC ANORÂMICAS POPULA CIONAL DO CEARÁ POPULACIONAL Prevalence of supernumerary teeth in Panoramic radiographies on a sample population of Ceará George Táccio de Miranda CANDEIRO1, Ana Carolina Santana PRAXEDES2, Amanda Ferreira de Sousa BRINGEL2, Francisco Ramon Ramos OLIVEIRA2, Horlley Honny Teófilo AMORIM2, Lewton de Almeida FERNANDES2, Ilan Sampaio do VALE3 1 Mestrando em Odontologia - Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem/UFC Acadêmicos do curso de Graduação da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem/UFC 3 Professor adjunto - Disciplina de Radiologia da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem/UFC 2 RESUMO Os dentes supranumerários são uma das mais frequentes anomalias dentárias na clínica odontológica. Sua permanência no arco dental pode causar diversas complicações, como reabsorções nos dentes adjacentes e a perda de espaço para erupção do dente permanente. Assim, para estabelecer um planejamento adequado, o diagnóstico precoce é extremamente indicado. Neste estudo, o objetivo foi avaliar a prevalência de dentes supranumerários no serviço de Radiologia do curso de Odontologia da Universidade Federal do Ceará, classificando de acordo com o quadrante dental, a quantidade e o tipo de dente. No período de outubro de 2007 a dezembro de 2008, foram examinadas 1325 radiografias panorâmicas de pacientes atendidos nesse serviço, sendo 745 mulheres e 580 homens. A presença de dentes supranumerários foi observada em 47 pacientes (28 homens e 19 mulheres). O teste estatístico qui-quadrado foi usado para avaliar os dados e apresentou diferença significativa em relação ao gênero (p< 0,05). Entre os tipos de dentes, os molares foram os mais encontrados, sendo a localização mais comum o arco superior. De acordo com este estudo, os dentes supranumerários foram mais frequentemente encontrados no arco superior, com uma maior prevalência em pacientes homens e os molares sendo os elementos dentais mais frequentes. Concluiu-se também que a radiografia panorâmica é bastante útil no diagnóstico dos dentes supranumerários. DESCRITORES: Prevalência; Dentes supranumerários; Diagnóstico; Radiografia Panorâmica. INTRODUÇÃO A presença de dentes excedendo a quantidade normal nas dentições decídua ou permanente é reconhecida como uma anomalia chamada de hiperdontia 1-3 , sendo os dentes envolvidos denominados de dentes supranumerários. Sua etiologia tem sido objeto de estudo e, dessa forma, muitas teorias tentam explicar a origem dos dentes supranumerários, como a hiperatividade da lâmina dentária, o atavismo e a dicotomia4-6. Rao; Chidzonga7 (2001) relataram que a etiologia dos dentes supranumerários é multifatorial, envolvendo a combinação de fatores genéticos e ambientais. A presença de dentes supranumerários está intimamente relacionada a pacientes portadores de algumas anomalias, como a fissura lábio-palatina, a displasia cleidocraniana e as síndromes de Gardner e Apert8. Entretanto, existem alguns relatos na literatura de pacientes não-sindrômicos que apresentam múltiplos dentes supranumerários, sugerindo a influência genética autossômica na determinação da hiperdontia3, 9-11. Rev ABRO 2009; 10(2): 47-50 De acordo com Scanlan; Hodges 12 (1997), os dentes supranumerários são classificados de acordo com a época, formato e local de erupção. Quanto ao local, uma das classificações mais utilizadas faz referência ao local de erupção desses dentes, sendo chamados de incisivos (mesiodens), caninos, pré-molares e molares supranumerários. A presença dos dentes supranumerários pode influenciar na erupção de dentes adjacentes, causando más oclusões e distúrbios na ATM, além de possuírem potencial para gerar reabsorções dentárias e para formar cistos dentígero13. Dessa forma, alguns trabalhos recomendam a remoção cirúrgica dos dentes supranumerários, a fim de evitar futuros transtornos13-15. O diagnóstico dos dentes supranumerários é realizado, normalmente, por meio de exames radiográficos de rotina, uma vez que muitos não erupcionam e apresentam-se assintomáticos. As radiografias periapicais, oclusais e panorâmicas são de grande valia para o diagnóstico15. Os dentes supranumerários são mais comuns em homens do que em mulheres, acometendo os dois arcos dentários, 47 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Tabela 1 - Distribuição dos dentes supranumerários em relação ao gênero na população examinada e na população afetada pela hiperdontia. Total da Amostra Amostra Afetada Afetada /Examinada Gênero N % N % Feminino Masculino Total 580 745 1325 43,8 56,2 100,0 28 19 47 59,6 40,4 100,0 N % 28/580 19/745 47/1325 4,82 2,55 3,54 Qui-quadrado statístic=4,300; graus de liberdade=1; p=0,0191 porém com maior frequência na maxila6. Segundo Zhu et al.16 (1996), os dentes supranumerários na região anterior não erupcionam em 75%. Estudos de prevalência de dentes supranumerários têm sido realizados com populações de diversos países, como México17, Espanha18,19 e Brasil20-24, a fim de verificar a presença de alguma influência genética na ocorrência dessas anomalias dentárias. Entretanto, não houve nenhuma análise da prevalência de dentes supranumerários em população do estado do Ceará, tornando oportuna essa avaliação. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência de dentes supranumerários em relação ao gênero numa amostra populacional do Ceará, além de verificar a eficácia da radiografia panorâmica no diagnóstico de dentes supranumerários. MATERIAL E MÉTODO Para o presente estudo, com objetivo de avaliar a prevalência de dentes supranumerários, foram analisadas radiografias panorâmicas de pacientes atendidos no Serviço de Radiologia do curso de Odontologia da Universidade Federal do Ceará, no período de outubro de 2007 a dezembro de 2008, totalizando 1325 pacientes, sendo 580 homens e 745 mulheres. As radiografias foram obtidas utilizando filmes radiográficos de dimensões 30x15cm (Kodak, Eastman, Rochester, EUA), expostos pelo aparelho panorâmico Panoura (Yashica Ltda, Japão), operando com miliamperagem e kilovoltagem calibrada de acordo com a massa corpórea de cada paciente. Após exposição, os filmes foram processados em processadora automática (MX2, Macrotec S/A, São Paulo, Brasil). As radiografias panorâmicas foram analisadas por dois examinadores familiarizados com o aspecto radiográfico de dentes supranumerários com o auxílio de um negatoscópio (Konex Ltda, São Paulo, Brasil) e de uma lupa com 4 vezes de aumento (Kappa=0,93), em sala com ambiente escurecido. Em casos de dúvidas, foram realizadas tomadas radiográficas periapicais, com o objetivo de auxiliar no diagnóstico. Na presença de dentes supranumerários, as radiografias foram digitalizadas para posterior análise e confirmação dos resultados. Para a digitalização foi utilizada máquina digital Kodak EasyShare Z650 (Kodak, Eastman, Rochester, EUA), com 6,1 megapixels e 10X de zoom óptico, sendo as imagens 48 analisadas pelo programa Microsoft Office Picture Manager. Durante a avaliação das imagens digitalizadas, foram preenchidos formulários de cada paciente quanto ao gênero do paciente, ao tipo e à quantidade de dentes supranumerários e à localização (arco e quadrante a que pertenciam). Os dados foram tabulados para análise estatística descritiva e para realização do teste do Qui-quadrado, em relação ao gênero. O nível de significância adotado foi de 0,05. RESULTADOS A prevalência de dentes supranumerários observada na população examinada foi de 3,54%, uma vez que, dos 1325 pacientes examinados, 47 apresentavam algum elemento dentário excedente ao número normal. A faixa etária variou de 10 a 62 anos de idade, sendo a média de 25 anos. Observou-se que 2,55% das mulheres e 4,82% dos homens examinados apresentaram dentes supranumerários. Na população afetada, a prevalência de dentes supranumerários no gênero masculino foi de 59,6% e, no feminino, de 40,4%, obtendo-se uma proporção aproximada de 1,5:1 (Tabela 1), sendo esta diferença significativa (p< 0,05). Na tabela 2, verifica-se a distribuição de dentes supranumerários de acordo com o tipo de dente e a sua localização no arco quando observado em radiografias panorâmicas. Foram encontrados 88 dentes supranumerários, o que representa prevalências de 6,64% no total da população examinada e de 187% na população afetada, com uma média de 1,87 dentes supranumerários por pessoa afetada. Em relação ao tipo de dente, os mais comuns foram os molares, seguidos pelos pré-molares e incisivos, com frequências de 42%, 32,7% e 25,3%, respectivamente (Tabela 2). Tabela 2 - Distribuição dos dentes supranumerários em relação ao tipo de dente na população examinada e na população afetada pela hiperdontia. Tipo de dente Total da Amostra N % Amostra Afetada N % Incisivos Caninos Pré-molares Molares Total 23 0 30 35 88 23 0 30 35 88 1,73 0 2,26 2,65 100,0 25,3 0 32,7 42,0 100,0 Rev ABRO 2009; 10(2): 47-50 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Nos arcos superior e inferior, houve 63 e 25 dentes, respectivamente (Tabela 3). Tabela 3 - Frequência dos dentes supranumerários em relação à localização (arco dentário). Arco Dentário Maxila Mandíbula Total Lado Direito Lado Esquerdo N % N % N 30 12 42 34,0 14,0 48,0 33 13 46 38,0 14,0 52,0 63 25 88 Total % 72,0 28,0 100,0 A tabela 4 demonstra que dos dentes supranumerários 63 encontravam-se na maxila, representando 4,75% da população examinada e 71,6% da população afetada. Na mandíbula, foram observados 25 dentes supranumerários, significando uma prevalência de 1,89% e 28,4% das populações examinada e afetada, respectivamente. Tabela 4 - Frequência dos dentes supranumerários na população em relação à localização (arco dentário). Arco Dentário Total da Amostra N % Amostra Afetada N % Maxila Mandíbula Total 63 25 88 63 25 88 4,75 1,89 6,64 71,6 28,4 100,0 Quanto à localização por quadrantes, foi mais comum a presença de dentes supranumerários no 2º, com 33 dentes, seguido pelos 1º, 3º e 4º quadrantes, com 30, 13 e 12 dentes respectivamente. No lado esquerdo (2º e 3º quadrantes), foram anotados 46 dentes supranumerários e, no lado direito (1º e 4º quadrantes), 42 dentes (Tabelas 5). Tabela 5 – Frequência dos dentes supranumerários na população em relação à localização (quadrante dentário). Quadrante 1º 2º 3º 4º Total Total da Amostra N % 30 2,26 33 2,50 13 0,98 12 0,90 88 6,64 Amostra Afetada N % 30 34,1 33 37,5 13 14,8 12 13,6 88 100,0 DISCUSSÃO Os dentes supranumerários são uma das anomalias mais comuns na clínica odontológica, sendo diagnosticados em exames radiográficos de rotina, uma vez que são normalmente assintomáticos. A prevalência dos dentes supranumerários varia de acordo com a população estudada, com o gênero e com a arcada dentária. Quanto à população, a presença dos dentes supranumerários foi estudada em mexicanos 17 , espanhóis residentes em Madri18 e Barcelona19, e brasileiros residentes em Caruaru20, Porto Alegre21, Bragança Paulista22, Rev ABRO 2009; 10(2): 47-50 Rio de Janeiro23 e Curitiba24, apresentando prevalências de 3,2%17, 0,28%18, 1,05%19, 1,4%20, 6,36%21, 1,5%22, 2,96%23 e 1,36%24, respectivamente. No presente estudo, a prevalência observada foi de aproximadamente 3,5%, sendo semelhante ao encontrado por Salcido-García et al.17 (2004) e Primo et al. 23 (1997). Comparando-se apenas os trabalhos com populações brasileiras, observou-se na população cearense examinada uma maior frequência de dentes supranumerários, com exceção da população de Porto Alegre, no estudo feito por Cunha Filho et al.21 (2002). Em relação ao gênero, os resultados apresentados mostraram maior frequência de hiperdontia em homens do que em mulheres, concordando com trabalhos de FernándezMontenegro et al.18 (2006) e Leco-Berrocal et al.19 (2007). Resultados diferentes foram verificados por Segundo et al.20 (2006) e Soares24 (2009), com maior prevalência de dentes supranumerários em mulheres, e por Cunha Filho et al.21 (2002), que não observaram diferença significativa entre os gêneros. Observou-se também um predomínio dos dentes supranumerários na maxila, corroborando com estudos realizados por Shafer et al.25 (1985), Cunha Filho et al.21 (2002), Salcido-García et al.17 (2004), Segundo et al.20 (2006), FernándezMontenegro et al.18 (2006), Leco-Berrocal et al.19 (2007) e Gomes et al.6 (2008). No entanto, os resultados apresentados por Soares24 (2009) são discordantes de outros da literatura, pois mostraram que os dentes supranumerários foram mais comuns na mandíbula (57%) do que na maxila (43%). De acordo com Shafer et al.25 (1985), Cunha Filho et al.21 (2002), Liu et al.26 (2007) e Gomes et al.6 (2008), os incisivos (mesiodens) supranumerários são os dentes mais afetados, apresentando prevalência de 51,2%, 57,8%, 92,3% e 87,7%, respectivamente. No entanto, os resultados do presente estudo mostraram uma maior prevalência dos molares supranumerários, principalmente na maxila, sendo similar ao encontrado por Girondi et al.22 (2006), Segundo et al.20 (2006), Leco-Berrocal et al.19 (2007) e Soares24 (2009). Existe um consenso na literatura de que os dentes supranumerários constituem uma das mais frequentes anomalias dentárias na clínica odontológica. Desta forma, é importante o seu diagnóstico precoce, a fim de garantir uma correta avaliação quanto à necessidade e à época do tratamento cirúrgico. CONCLUSÕES De acordo com os resultados obtidos com a metodologia empregada, concluiu-se que: • Houve uma maior prevalência de dentes supranumerários nos pacientes do gênero masculino, no arco superior, sendo os molares os elementos dentais mais frequentes. • A radiografia panorâmica é útil para o diagnóstico de dentes supranumerários. 49 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica ABSTRACT The supernumerary teeth are one of the most frequent dental anomalies in Dentistry Clinic. Its presence in the dental arch may cause several complications, like the resorption of the adjacent teeth and the lack of space for the permanent teeth eruption. In order to establish the proper treatment the premature diagnosis is highly indicated. The aim of this study was to evaluate the prevalence of supernumerary teeth with radiographs from the Radiology Service of the Dentistry College of the Federal University of Ceará. They were classified according to the dental quadrants, quantity and type of teeth. A number of 1325 panoramic radiographs were examined being 745 women and 580 of men. These radiographs were taken during the period from October 2007 to December 2008. The presence of supernumerary teeth was observed in 47 patients (28 men and 19 women). The statistical test chi–square was used to analyze the data, and presented significant differences regarding the gender (p< 0,05). This study concluded according to the types of the teeth, the molars were the most frequent and the most common location was in the upper dental arch, with a bigger prevalence in male patients. It was also concluded that a panoramic radiography is very useful to diagnose supernumerary teeth. DESCRIPTORS: Prevalence; supernumerary teeth; Diagnosis; Panoramic Radiography. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 50 Rajab LD, Hamdan MA. 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Daniela Brait Silva LADEIRA1, Danielle Frota de ALBUQUERQUE1, Solange Maria de ALMEIDA2, Frab Norberto BÓSCOLO3, Francisco HAITER NETO3. 1 Doutorandos - Programa de Pós-Graduação em Radiologia Odontológica -FOP/UNICAMP Professora Associada – Disciplina de Radiologia – FOP/UNICAMP 3 Professores Titulares - Disciplina de Radiologia – FOP/UNICAMP 2 RESUMO O côndilo mandibular bífido é uma anomalia rara, cuja etiologia pode ser tanto de desenvolvimento quanto traumática. Por ser uma alteração frequentemente assintomática, é descoberta muitas vezes em exames por imagens de rotina. O objetivo neste artigo foi descrever seus aspectos em imagens obtidas por tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), através de um caso clínico. DESCRITORES: Côndilo mandibular; Tomografia computadorizada por raios X; Diagnóstico por imagem. INTRODUÇÃO O côndilo mandibular bífido (CMB) é uma condição relativamente rara, cuja etiologia e patogenia não são muito conhecidas1,2,3. É caracterizado por apresentar a cabeça da mandíbula com duas estruturas articulares bifurcadas, podendo ou não estar associado à sintomatologia clínica. A duplicação da cabeça da mandíbula, em sua maioria, ocorre com a formação de duas estruturas, uma cabeça medial e outra lateral, separadas por um sulco ântero-posterior4. Porém, também pode se manifestar com uma anterior e outra posterior5. Os casos mais comuns são de côndilos bífidos unilaterais. Estudos sugerem que a cabeça da mandíbula esquerda é duas vezes mais afetada em comparação à direita1. Esta alteração parece não apresentar predileção por faixa etária ou gênero, porém, a maioria dos casos descritos foi de pacientes acima de 20 anos. Geralmente não há sintomatologia ou características clínicas significativas, tais como dor e/ou limitação de abertura bucal6,7. Portanto, na grande maioria dos casos, o diagnóstico desta alteração se dá após a realização de exames, com a finalidade de outras indicações. Cita-se casos onde a presença do côndilo bífido está associada à anquilose da articulação temporomandibular (ATM), porém, esta é uma condição bastante rara2. Para seu diagnóstico por imagem, são necessárias diferentes projeções radiográficas, tais como as radiografias panorâmicas9 e extrabucais com incidência no sentido pósteroanterior. Entretanto, a precisão de diagnóstico pode requerer técnicas mais avançadas como a tomografia Rev ABRO 2009; 10(2): 51-55 computadorizada10 e imagens por ressonância magnética8,11. O objetivo deste artigo foi apresentar um caso de côndilo bífido documentado em imagens por tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), cujo diagnóstico ocorreu após a realização de exames radiográficos de rotina. DESCRIÇÃO DO CASO Paciente do sexo feminino, 45 anos, apresentou-se a uma instituição de ensino superior em busca de tratamento odontológico de rotina. Após exames clínicos minuciosos foi solicitada uma radiografia panorâmica convencional como exame complementar (Figura 1), onde foi observada uma Fig 1 – Radiografia panorâmica convencional, boca semiaberta. Pode-se observar a imagem bilobular da cabeça da mandíbula do lado direito (seta). 51 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica imagem bilobular da cabeça da mandíbula do lado direito (Figura 2). Fig 2 – Recorte da radiografia panorâmica, mostrando o aspecto bilobular da cabeça da mandíbula do lado direito. Ao exame clínico intrabucal, observou-se boa condição de higiene oral, presença de todos os dentes, exceto os quatro terceiros molares, e atrição nos dentes anteriores, superiores e inferiores. Ao exame físico da dinâmica das ATMs, foi observado desvio mandibular para o lado esquerdo em relação à linha média, além de estalido na fase final da máxima abertura bucal, com sintomatologia dolorosa. Não havia histórico de trauma ou fratura prévios na região. Para uma melhor avaliação do caso, foi realizada uma TCFC da paciente em máxima intercuspidação habitual (FOV de 6,0 cm para maxila; 10,0 segundos de exposição; espessura de corte de 0,4 mm). Após a aquisição do volume de interesse, foram identificados nas imagens axiais os longos eixos das cabeças da mandíbula direita e esquerda e, então, obtidos cortes paracoronais (paralelos a estes), nos quais foi 52 observada a presença de um sulco ântero-posterior na cabeça da mandíbula direita, dividindo parcialmente esta em duas porções, sendo uma medial e outra lateral; na cabeça da mandíbula esquerda foi observada somente uma linha hiperdensa marcante, em região equivalente ao sulco presente do côndilo direito, como se houvesse uma tentativa sem sucesso de divisão (Figura 3). Nos cortes parassagitais (perpendiculares ao longo eixo das cabeças da mandíbula) também foi constatada a imagem bilobular da cabeça da mandíbula direita, enquanto que a esquerda apresentou-se com imagem mais próxima da normalidade, porém, com uma linha hiperdensa, partindo de seu ponto mais superior, acompanhando a cortical óssea em direção à vertente posterior. Não foram observadas alterações quanto aos espaços articulares, mas a fossa da mandíbula esquerda mostrou-se com maior profundidade em relação à direita (Figura 4). A paciente foi encaminhada para tratamento para minimizar os sinais e sintomas. DISCUSSÃO Os primeiros relatos de côndilo bífido foram descritos na literatura em 1941, por Hrdlicka12. Desde então, o número de casos divulgados tem aumentado, especialmente com o crescente uso das radiografias panorâmicas como rotina na Odontologia, conforme o relato citado neste artigo. A maioria dos casos acaba sendo descoberto ocasionalmente, visto que grande parte dos portadores dessa anomalia não apresenta sintomatologia2. A literatura relata que o côndilo bífido é uma condição relativamente rara, onde os casos mais comuns são de côndilo bífido unilateral. Em 2008, Menezes et al.13 avaliaram a frequência de côndilos bífidos em uma amostra de imagens radiográficas de pacientes brasileiros, estudando 50.080 radiografias panorâmicas, realizadas no período compreendido entre 1999 e 2006. Encontraram apenas nove casos de côndilo bífido (0,018%), sendo dois homens (22%) e sete mulheres (78%). Em um período anterior, Szentpe´tery et al. 14 (1990) examinaram 1.882 crânios de húngaros, totalizando 2.077 côndilos, e encontraram apenas sete casos de côndilos bífidos, sendo apenas um bilateral. A morfologia do côndilo bífido varia de sulcos discretos até a divisão em duas extremidades, com orientação de sagital a coronal. Ghigi et al.9 (2001) citaram que o côndilo bífido com duas extremidades e pescoços separados é uma condição extremamente rara. Chegaram a essa conclusão quando analisaram a morfologia condilar de 210 côndilos, e observaram que 13,8% apresentaram a superfície articular dividida em duas, e apenas 0,47% com duas cabeças separadas. No caso citado neste artigo, o sulco ânteroposterior apenas divide a cabeça da mandíbula direita em duas partes, sendo uma medial e outra lateral. Diversos fatores podem levar a essa anomalia e evidências sugerem que sua etiologia pode ser tanto de origem traumática quanto de desenvolvimento1. Dentre os fatores de Rev ABRO 2009; 10(2): 51-55 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Fig 3 – Imagem por tomografia computadorizada de feixe cônico. (A) corte axial; (B) corte paracoronal direito, onde se observa o sulco central dividindo a cabeça da mandíbula em duas porções – seta branca; (C) corte paracoronal esquerdo, mostrando a tentativa de divisão – seta preta. Fig 4 – Imagens parasagitais da tomografia de feixe cônico. (A) cabeça da mandíbula direita mostrando a imagem bilobular, com a imagem hipodensa do sulco central – seta preta; (B) côndilo esquerdo, onde se observa a linha hiperdensa – seta branca. Rev ABRO 2009; 10(2): 51-55 53 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica desenvolvimento, pode-se citar a exposição a medicamentos teratogênicos, infecções, deficiências nutricionais e distúrbios endócrinos 15. Sales et al. 16 (2004) acrescentaram que a exposição às radiações também pode levar ao desenvolvimento dessa condição. Blackwood 17 (1957) afirmou, através de seus estudos, que a persistência do septo fibroso vascularizado na cartilagem condilar ou a ruptura de alguns vasos sanguíneos no septo podem causar uma menor ossificação no côndilo, levando ao desenvolvimento de um côndilo bífido. Já Thomason & Yusuf18 (1986) citaram que o côndilo bífido tem origem traumática, decorrente de remodelação óssea após um trauma articular. Ghigi et al.9 (2001) acrescentaram que micro-traumas repetidos devido à má oclusão também podem levar a essa remodelação óssea. Estudos a respeito da orientação do sulco que divide a cabeça da mandíbula têm sido utilizados como fator diferencial para sugerir a origem dessa condição. A orientação látero-medial pode indicar que a alteração teve origem no desenvolvimento; já uma orientação deste no sentido ânteroposterior pode estar relacionada a eventos traumáticos 2. Dennison et al.4 (2008) sugeriram que o verdadeiro côndilo bífido consiste em duas extremidades da cabeça da mandíbula, uma anterior e outra posterior, com o sulco no sentido látero-medial. Esses autores citaram ainda que quando o sulco está presente no sentido ântero-posterior, dividindo a cabeça da mandíbula em uma porção medial e outra lateral, isso não se deu devido a um processo patológico traumático, e sim a uma remodelação estrutural do côndilo para se adaptar à base do crânio. Nos casos encontrados por Menezes et al.13 (2008) todos os pacientes negaram história de trauma, dor ou trismo. Sendo assim, de acordo com os trabalhos citados, no presente caso, em que a paciente não apresentou história de trauma ou fratura na região, sugere que o côndilo bífido se desenvolveu por remodelação óssea. Porém, não se pode descartar a hipótese de sua origem ser de desenvolvimento, já que sua etiologia é bastante controversa. Com o surgimento da tomografia computadorizada e exames por ressonância magnética, as avaliações dos casos de côndilo bífido, antes realizadas somente por radiografias convencionais, foram aprofundadas, permitindo assim uma maior investigação quanto a sua etiologia e epidemiologia19. A tomografia computadorizada consiste no melhor exame radiográfico para o diagnóstico de alterações ósseas na articulação temporomandibular, por apresentar uma imagem livre de sobreposições e de extremo detalhe. Permite avaliar tamanho e forma do côndilo, irregularidades da cortical, presença de escleroses, profundidade da fossa da mandíbula, enfim, toda a estrutura óssea envolvida, apresentando grande valor especialmente nos casos de trauma16. Desse modo, a tomografia computadorizada de feixes em leque (fan beam) tornou-se indispensável em alguns casos. Porém, há também contraindicações, como 54 maiores doses de radiação20, 21. Recentemente, um inovador método de diagnóstico por imagem, a tomografia computadorizada de feixe cônico, surgiu na Odontologia com o intuito de contornar as contraindicações da tomografia computadorizada de feixes em leque (fan beam)22. Produz imagens com custo reduzido e menor dose de radiação, até seis vezes menor quando comparada a outros exames tomográficos, além da aquisição da imagem ser realizada em um tempo mais curto. Essa nova técnica para obtenção de imagens do complexo dentomaxilofacial provê uma investigação completa dos componentes ósseos, com reconstrução de imagens tridimensionais. Assim, tem sido utilizada especialmente para avaliação das articulações temporomandibulares 20, como alternativa à tomografia computadorizada de feixes em leque (fan beam) 23. Em comparação com as radiografias convencionais, com a técnica radiográfica panorâmica e com a tomografia linear, tem mostrado superioridade quanto à fidelidade e acurácia das imagens na detecção de alterações na cortical do côndilo da mandíbula21. Esse fator pode explicar a baixa prevalência no diagnóstico de côndilos bífidos em estudos, cujo método de imagem baseou-se somente na radiografia panorâmica. No presente relato, o diagnóstico final de côndilo bífido só foi conclusivo após o exame da tomografia computadorizada por feixe cônico. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a DPI Radiologia Odontológica (Piracicaba, São Paulo), que possibilitou a realização da tomografia computadorizada de feixe cônico. ABSTRACT The bifid condyle is a rare anomaly whose etiology can be traumatic or developmental. As the patients often have no symptoms, it is diagnosed in the routine exams. The aim of this paper is to report a case of bifid condyle in images of cone beam computed tomography (CBCT). DESCRIPTORS: Mandibular condyle; Tomography X-ray computed; Diagnostic imaging. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. Alpaslan S, Ozbek M, Hersek N, Kanli A, Avcu N, Firat M. Bilateral bifid mandibular condyle. Dentomaxillofac Radiol. 2004 Jul;33(4):274-7. Shriki J, Lev R, Wong BF, Sundine MJ, Hasso AN. Bifid mandibular condyle: CT and MR imaging appearance in two patients: case report and review of the literature. AJNR Am J Neuroradiol. 2005 Aug;26(7):1865-8. Gulati A, Virmani V, Ramanathan S, Verma L, Khandelwal N. Bifid mandibular condyle with temporomandibular joint ankylosis: report of two cases and review of literature. Skeletal Radiol. 2009 Oct;38(10):1023-5. Dennison J, Mahoney P, Herbison P, Dias G. The false and the true bifid condyles. Homo. 2008;59(2):149-59. Rev ABRO 2009; 10(2): 51-55 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. Neville BW, Damm DD, Allen CM, Bouquot JE. 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Limeira 901 – CEP 13.414-903 Piracicaba – SP e-mail: [email protected] Rev ABRO 2009; 10(2): 51-55 55 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica AVALIAÇÃO D AS INDIC AÇÕES, DESEMPENHO E DAS INDICAÇÕES, LIMIT AÇÕES D AS TÉCNIC AS RADIOGRÁFIAS LIMITAÇÕES DAS TÉCNICAS CONVENCIONAIS EM PERIODONTIA – UMA REVISÃO DA LITERA TURA LITERATURA Evaluation of indications, performance and limitations of conventional radiographic techniques in periodontics – a literature review Ana Paula da Rosa SILVA1, Rachel ROMAGNA2, Vania Regina Camargo FONTANELLA3 1 Mestranda em Odontologia, área de concentração em Clínica Odontológica – Universidade Luterana do Brasil – Canoas/RS Mestranda em Odontologia, área de concentração em Reabilitação Oral - Universidade Luterana do Brasil – Canoas/RS 3 Professora de Radiologia Odontológica e Imaginologia – Universidade Luterana do Brasil – Canoas e Universidade Federal do Rio Grande do Sul/RS. 2 RESUMO Este estudo teve por objetivo analisar, por meio de revisão da literatura, as indicações de exames radiográficos em periodontia. Foi realizada uma revisão da literatura que abordasse o tema sobre a indicação de exames radiográficos como meio complementar de diagnóstico em periodontia. De acordo com esta revisão, observou-se que na maioria dos estudos preconizase que o exame clínico periodontal deva preceder a indicação e a realização de qualquer exame radiográfico, pois em grande parte dos casos fornece informações diagnósticas suficientes para um plano de tratamento completo, sem que a utilização das imagens modifique o prognóstico. Notou-se com este estudo que não há consenso na literatura quanto ao valor das radiografias panorâmica e periapicais em periodontia. A radiografia panorâmica não apresenta o mesmo grau de detalhamento que uma incidência intrabucal, porém, a discrepância entre estas duas técnicas radiográficas em alguns estudos foi pequena. Os estudos analisados revelam que não é indicado o uso do exame radiográfico periapical completo se o paciente não apresentar evidências clínicas de doença generalizada ou história de tratamento dentário extenso. Nestes casos, dever-se-ia utilizar uma radiografia panorâmica, complementada com radiografias periapicais ou interproximais das regiões em que a qualidade da imagem for insuficiente. Conclusões: Por meio deste estudo pode-se concluir que cada paciente deve ser avaliado individualmente. O cirurgião-dentista deve ter conhecimento suficiente sobre as vantagens e limitações de cada técnica radiográfica e estar apto a interpretar todas as informações que o método escolhido pode proporcionar. DESCRITORES: Radiografia; Periodontia; Diagnóstico; Condutas na prática dos dentistas. INTRODUÇÃO O paciente com doença periodontal necessita de avaliação clínica e, algumas vezes, de exames radiográficos complementares para que o seu diagnóstico possa ser estabelecido e o plano de tratamento adequadamente realizado1. A avaliação radiográfica é um instrumento de diagnóstico de extrema importância e muitas vezes fundamental para que o mesmo possa ser determinado. Contudo, algumas situações rotineiras da prática odontológica podem vir a evidenciar que este tipo de exame seja utilizado de forma inadequada e equivocada. Tal fato pode significar a indicação de exames desnecessários, os quais apresentam um determinado custo para sua realização e também levam à 56 exposição desnecessária do paciente. De maneira geral, quando comparadas às técnicas radiograficas médicas, as odontológicas apresentam menores doses de radiação. Porém, é tido como princípio da radioproteção que mesmo com dose de radiação muito pequena, o exame radiográfico pode causar efeito deletério2. Neste sentido, vários países preconizam o uso de critérios de seleção para exames radiográficos odontológicos 3. No Brasil, a Portaria 453 da Secretaria de Vigilância Sanitária4 preconiza que todas as exposições devem ser justificadas individualmente, tendo em conta os objetivos específicos da exposição e as características do indivíduo envolvido. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar, por meio de revisão de literatura, se há evidências quanto à correta Rev ABRO 2009; 10(2): 56-60 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica indicação de exames radiográficos para pacientes com doença periodontal. REVISÃO DE LITERATURA Associação de diagnósticos clínico e radiográfico da doença periodontal - limites e possibilidades O conhecimento sobre a etiopatogenia da doença periodontal tem apresentado grande evolução nos últimos tempos, permitindo que a grande maioria das informações necessárias para o estabelecimento do diagnóstico e para o consequente plano de tratamento seja obtida por meio do exame clínico. Um dos primeiros passos a se verificar em um exame periodontal é a presença ou ausência de sinais de inflamação gengival, tais como edema e sangramento à sondagem 1 , os quais não podem ser detectáveis radiograficamente. Da mesma forma, também não se pode observar em imagens radiográficas a presença do biofilme bacteriano, fator etiológico das doenças periodontais5. Sendo assim, o exame radiográfico também não seria capaz de diferenciar os pacientes tratados dos não-tratados, como no caso de verificar alguma mudança referente à resolução da inflamação, que se dá clinicamente1-3,6. Alguns sinais relativos à periodontite podem ser visualizados tanto clinicamente quanto radiograficamente, ou seja, a radiografia não forneceria informação adicional ao que já estaria sendo constatado ao exame clínico. Tais sinais incluem a presença de cálculo supragengival e subgengival, alguns outros fatores retentivos de placa, como, por exemplo, cavidades de cárie, próteses mal adaptadas e lesões de furca2. Porém, nos casos de lesão de furca, a radiografia pode ser fundamental para o adequado estabelecimento do prognóstico e plano de tratamento do dente em questão, assim como o acompanhamento após a terapia7. Horwitz et al.8 (2004), por meio de medições lineares em radiografias periapicais, constataram que parâmetros radiográficos podem ser usados para prever o ganho horizontal nos defeitos de furca tratados cirurgicamente. A profundidade de sondagem e o nível de inserção clínica que representam a distância da margem gengival e da junção cemento-esmalte, respectivamente, até a porção mais apical sondável da bolsa ou sulco, são medidos através da sondagem periodontal e não podem ser quantificados nas radiografias1. Cury et al.6 (2004) afirmam que há uma fraca correlação entre o exame por sondagem clínica e as aferições em radiografias, pois estes refletem diferentes características de destruição ou cura periodontal. Contudo, a imagem radiográfica é capaz de informar o padrão de perda óssea alveolar2, o que poderia auxiliar na classificação do tipo de doença que o indivíduo apresenta. A periodontite agressiva, por exemplo, pode ter como uma de suas características a presença de defeitos ósseos com um padrão vertical9. Radiografias mostram também o espaço do ligamento Rev ABRO 2009; 10(2): 56-60 periodontal, a lâmina dura e a região periapical10. As lesões endo-periodontais são de difícil diagnóstico, sendo que sua suspeita torna-se aparente em dentes com perda de inserção clínica expressiva, sugerindo a ocorrência de uma comunicação entre os tecidos endodônticos e periodontais. Nestes casos, apenas a sondagem não é suficiente para se estabelecer o plano de tratamento do referido dente, ou seja, para se afirmar a veracidade da suspeita, investigações adicionais tornam-se necessárias, tais como teste de sensibilidade pulpar e radiografia periapical 11. Durante a avaliação clinica, pode haver suspeita da presença de lesões endo-periodontais, porém, estas só podem ser visualizadas em radiografias apropriadas2. Tugnait et al.12 (2004), por meio de questionário com perguntas referentes à rotina na indicação de exames radiográficos, constataram que nos casos de dentes com suspeita de lesão endo-periodontal, 68% dos profissionais entrevistados realizariam exame periapical para a confirmação do provável diagnóstico. As medidas clínicas e o nível ósseo radiográfico refletem medidas diferentes de destruição e de cicatrização periodontal. Para que perda ou ganho ósseo possa ser detectável radiograficamente, é preciso que uma alteração de 30% a 50% na estrutura óssea tenha ocorrido6,13. Estudo no qual diagnósticos periodontais de pacientes eram feitos primeiramente apenas com os dados clínicos, e em um segundo momento com a adição de radiografias, evidenciou que a informação radiográfica mudou o diagnóstico de alguns pacientes. Porém, foi possível constatar que na presença de grande quantidade de informações clínicas, as radiografias apresentaram menor impacto na determinação deste diagnóstico. Em relação às decisões de tratamento, houve menos diferença entre os grupos (com ou sem radiografias), quando mais itens clínicos avaliados eram considerados14. Na fase inicial de terapia, radiografias devem ser utilizadas para verificar fatores de retenção de placa, quando não detectados clinicamente, assim como para verificar a situação do ápice em dentes com prognóstico sombrio. Na fase corretiva, radiografias são indicadas quando a doença ainda é evidente (sinais clínicos) e a opção cirúrgica é considerada, pois a visualização dos níveis ósseos é de muito valor na decisão e planejamento completo da técnica cirúrgica. Já na fase de manutenção ou suporte, o controle é eminentemente clínico. Nas avaliações longitudinais, a subtração radiográfica pode detectar pequenas mudanças ósseas ocorridas em um determinado intervelo de tempo. Características clínicas, grau de progressão da doença e idade do paciente são fatores importantes na determinação do intervalo para acompanhamento radiográfico2. Aspecto radiográfico normal e suas alterações frente à doença O exame radiográfico de rotina, como parte de uma avaliação periódica com intuito de detectar a doença previamente ao exame clínico, realizado em todos os novos 57 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica pacientes, é uma prática inapropriada, uma vez que cada paciente deve ser considerado individualmente3. O elemento dentário normal possui sua raiz ou raízes completamente circundadas pelo osso alveolar. Este possui o aspecto radiográfico de rede ou trama de linhas radiopacas circundando espaços radiolúcidos. Deve-se observar na superfície do osso alveolar uma linha radiopaca que contorna as raízes dos dentes, a lâmina dura ou cortical alveolar e, na superfície próxima das coroas, o septo ósseo interdentário, também chamado de crista alveolar. O osso normal deve recobrir a raiz em até aproximadamente 1 a 3 mm do limite amelo-cementário. A crista aparece de forma nítida e pontiaguda entre os dentes anteriores e mais plana ou arredondada entre os dentes posteriores. O ligamento periodontal ou periodonto não é registrado no exame radiográfico, por isso sua imagem correspondente é denominada de espaço do ligamento periodontal. Isto ocorre devido à sua constituição ser somente de tecidos moles (como fribras e vasos sanguíneos). Esta imagem radiográfica corresponde a uma linha radiolúcida, normalmente contínua, com limites lisos e uniformes, que contorna a raíz dentária15. As principais alterações iniciais radiográficas que acometem os tecidos periodontais se estabelecem na crista óssea alveolar. Inicialmente verifica-se a perda de seu delineamento e, com a progressão da doença, reabsorções do osso das cristas alveolares e aumento de sua radiolucidez. As reabsorções não estão limitadas às cristas e podem se estender pelo osso alveolar que circunda o dente acometido, chegando aos ápices radiculares correspondentes. À medida que as reabsorções evoluem, nota-se clinicamente a mobilidade do dente em questão, a qual pode progredir até a perda dentária pela reabsorção completa do osso alveolar circundante. A reparação da crista alveolar é uma referência importante quando do controle pós-operatório. É a primeira estrutura periodontal que, radiograficamente, confirma a neoformação óssea. A imagem de seu contorno íntegro assegura o sucesso do tratamento adotado15. A evidência clínica de perda óssea precede a imagem radiográfica. A quantidade de destruição óssea é subestimada nas radiografias panorâmicas e periapicais nas fases iniciais de periodontite e superestimada em periodontite avançada. Dependendo da qualidade da radiografia, principalmente quando esta apresenta imagem distorcida ou densidade inadequada, medições podem não ser possíveis2. Indicação de exames radiográficos em periodontia Quaisquer exames radiográficos devem produzir benefício ao paciente em termos de manejo e prognóstico16. No Brasil, a Portaria 453/98 da Secretaria de Vigilância Sanitária, fundamentada no princípio básico da justificação, estabelece que nenhuma prática deve ser autorizada a menos que produza suficiente benefício para o indivíduo em matéria de diagnóstico, de modo a compensar o detrimento que possa 58 ser causado pela radiação ionizante4. Para que faça a correta indicação de exames radiográficos para diagnóstico de doença periodontal, é necessário que o cirurgião-dentista conheça qual a abrangência do exame, suas limitações e características técnicas, de forma a não comprometer o diagnóstico16. Quando a doença periodontal inicia, sob a forma de gengivite, apresenta apenas sinais clínicos. Somente a partir do ponto em que ocorre a reabsorção óssea é que os sinais em radiografias poderão ser observados. Dentre as técnicas radiográficas disponíveis na Odontologia, uma das mais utilizadas é a radiografia periapical, obtida pela técnica do paralelismo ou da bissetriz. Com o princípio do paralelismo entre o filme e os dentes é possível a padronização geométrica das imagens. A técnica do paralelismo apresenta vantagens decorrentes da incidência perpendicular dos raios X ao objeto (dente e tecidos) e filme, portanto, uma menor distorção das imagens, com maior detalhadamento da região periapical e da relação da crista óssea alveolar com o limite amelocementário. Há também nesta um menor grau de superposição da imagem da processo zigomático da maxila sobre a região apical dos molares superiores15. Contudo, comparativamente à técnica periapical da bissetriz, a técnica do paralelismo - em função da maior distância focal - implica em aumento do tempo de exposição e em maior área exposta na face do paciente, caso o colimador não seja apropriado de forma a reduzir proporcionalmente o tamanho de campo irradiado. Nestes casos, quando não está disponível equipamento com cilindro longo e, principalmente, colimador de dimensões adequadas à técnica do paralelismo, o uso de dispositivos posicionadores para a técnica da bissetriz tem como vantagens a redução da ocorrência de distorções na imagem radiográfica, além de ser desnecessário o aumento na distância focal na mesma magnitude que a técnica do paralelismo. A radiografia periapical apresenta a possibilidade de detecção de áreas de pequena destruição óssea, 4,7 vezes maior do que a panorâmica. A adição de radiografias interproximais às periapicais ou panorâmica aumenta a detecção de defeitos verticais2. Rushton et al.16 (1999), ao perceberem que o número de radiografias panorâmicas realizadas na prática odontológica como rotina tem aumentado nos últimos anos, em comparação às técnicas intrabucais, investigaram, por meio de questionários, os possíveis fatores que levam os cirurgiões-dentistas às solicitações dos exames. A doença periodontal foi considerada um fator de influência para 87,8% dos dentistas entrevistados. Contudo, os autores ressaltam o uso de radiografias intrabucais complementares (principalmente as interproximais) para melhor visualização da crista óssea alveolar. A radiografia panorâmica apresenta uma série de vantagens, como, por exemplo, menor dose de radiação do Rev ABRO 2009; 10(2): 56-60 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica que um exame radiográfico periapical completo (14 radiografias) e visualização de ambos os maxilares e estruturas adjacentes em um único filme. Apesar dessas características, esta técnica, tradicionalmente, tem seu uso contraindicado por especialistas em periodontia, com base na falta de maior detalhamento e minúcias nas estruturas como a crista óssea, lâmina dura, septo ósseo inter-radicular, relação da margem óssea à junção amelocementária, além da distorção da imagem obtida ser muito acentuada14. Por outro lado, segundo Pasler18 (1993), as radiografias panorâmicas propiciam uma excelente visão nos casos de doença periodontal, desde que o paciente tenha sido bem posicionado, uma visão das cristas ósseas melhor do que nas periapicais pode ser obtida, pelo fato de haver menos distorção vertical da imagem. Se algum dente estiver inadequadamente representado na panorâmica, pode ser realizada a radiografia periapical complementar daquela região. A referida técnica é menos efetiva na detecção de cálculo, sendo que radiografias periapicais e interproximais trazem resultados semelhantes ao exame clínico. Contudo, radiografias não são os meios adequados para diagnóstico de cálculo, apresentando baixa sensibilidade e alta especificidade2. Constata-se que, apesar de alguns estudos verificarem que radiografias panorâmicas apresentam menor acurácia do que as técnicas intrabucais no diagnóstico de cáries, perda óssea periodontal e patologia periapical, sua indicação em substituição a um exame periapical completo pode levar à significativa redução na dose de radiação sem perda de informações relevantes15. Neste estudo não foi encontrado na literatura um argumento de consenso quanto à melhor técnica radiográfica para diagnóstico de doença periodontal, contudo é possível usar as seguintes diretrizes: 1) O exame radiográfico de escolha para o diagnóstico da lesão periodontal em estágio inicial é a técnica interproximal. Nesta se obtém em um mesmo filme a imagem das coroas dentárias, da região cervical das raízes, espaços interdentários e cristas alveolares superiores e inferiores de um mesmo grupo de dentes. Além disso, o filme e os dentes estão quase paralelos entre si. Desta forma, permite a análise e detecção de perdas ósseas incipientes na crista óssea, além da verificação de adaptação de restaurações e coroas protéticas15. Nos casos de perda óssea mais extensa, quando a profundidade de sondagem da bolsa for maior do que 6 mm, a alternativa é utilizar a técnica interproximal com o longo eixo do filme posicionado no sentido vertical, de forma a permitir o registro do nível da crista óssea3. 2) A técnica radiográfica periapical permite observar o dente por inteiro e o osso que o envolve, incluindo as estruturas periodontais. Por isso é a mais utilizada quando o processo da doença já está em estágio mais avançado. Existe uma Rev ABRO 2009; 10(2): 56-60 cultura bastante difundida entre periodontistas de se solicitar exame periapical completo. 3) Não há um consenso na literatura quanto ao emprego de radiografias panorâmicas ou periapicais em periodontia. O exame periapical completo apresenta maior dose de radiação do que a radiografia panorâmica, a qual, por sua vez, não apresenta tantos detalhes, porém a discrepância entre os dois métodos é pequena quando se comparam as informações relevantes fornecidas. Então, parece adequado utilizar uma radiografia panorâmica e complementar com incidências periapicais ou interproximais das regiões em que a qualidade da imagem for julgada insuficiente 2 . Em gestantes, não deve haver alteração nos critérios de seleção, desde que utilizados os critérios de radioproteção, como para qualquer outro paciente3. Diretrizes para a seleção de radiografias para pacientes odontológicos foram estabelecidas em 2004 pela American Dental Association (ADA) 19. Os pacientes são divididos conforme idade, desenvolvimento dentário correspondente, momento do encontro e estágio da doença. No caso de um novo paciente, o exame periapical completo não é indicado se não for constatada evidência clínica de doença generalizada ou história de tratamento dentário extenso. Para os pacientes em controle periodontal, o julgamento clínico determina a necessidade e o tipo de imagem radiográfica: interproximais e/ou periapicais de áreas onde a doença periodontal pode ser identificada clinicamente. CONCLUSÃO A literatura não provê estudos com desenho metodológico capaz de gerar altos níveis de evidência quanto à indicação de exames radiográficos em periodontia, até mesmo pela dificuldade de se realizar estudos clínicos sobre o tema. Todo exame radiográfico expõe o paciente à radiação ionizante e, mesmo com doses relativamente menores, como em um exame radiográfico odontológico, pode levar a efeitos deletérios aos organismos vivos. Antes da decisão por indicálo, deve-se avaliar o grau de benefício clínico que ele trará como informação ao diagnóstico, plano de tratamento e prognóstico do paciente. Grande parte dos pacientes com alterações periodontais pode ser diagnosticada e tratada com base nas informações obtidas por meio do exame clínico, sendo dispensável a realização de exames radiológicos extensos, como o exame periapical completo. Além de avaliar cada paciente individualmente antes da realização ou prescrição de exames radiográficos, o cirurgiãodentista deve estar esclarecido sobre as vantagens e limitações de cada técnica, assim como apto a interpretar todas as informações que o método escolhido pode proporcionar. ABSTRACT This study aimed to review the literature concerning the 59 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica prescription of radiographic examinations for periodontal patients. A literature review selected articles concerning the prescription of radiographic examinations to complement the diagnosis in periodontics. According this review, it was observed that clinical examination must precede any radiography prescription. In most cases it is able to give sufficient diagnostic information for a complete treatment plan, without changes in the prognosis. It was also observed that there is no consensus in the literature concerning the value of the panoramic and periapical radiographs in periodontics. The panoramic radiography is not as detailed as an intra-oral, but the discrepancy between these methods observed in some studies was low. The reviewed studies indicated that the use of fullmouth examination is not indicated if the patient does not show any clinical evidence of generalized diseases or history of wide dental treatment. In these cases, the panoramic radiography should be used and, if necessary, complemented with periapical or bite-wing radiographs in the areas where the quality of the image is poor. Conclusions: This review allowed us to conclude that each patient must be analyzed individually. The dentist must have enough knowledge about the vantages and limitations of the radiographic techniques and be able to interpret all the information that the chosen method can offer. DESCRIPTORS: Radiography; Periodontics; Diagnosis; Dentist´s practice patterns. 13. Early P, Razak M, Sodee B. Textbook of nuclear medicine technology. 3 ed. St Louis: CV Mosby; 1979. 14. Tugnait A, Hirschmann PN, Clerehugh V. Validation of a model to evaluate the role of radiographs in the diagnosis and treatment planning of periodontal diseases. J. Dent. 2006; 34:509-15. 15. Lascala N, Lascala C. Exame radiográfico em Periodontia. In: Lascala N, Moussalli N, editors. Periodontia Clínica II: especialidades afins. São Paulo: Artes Médicas; 1989. pp 258-74. 16. Rushton VE, Horner K, Worthington HV. Factors influencing the selection of panoramic radiography in general dental practice. J. Dent. 1999; 27:565-71. 17. Coelho R, Sumas K, Jr IO, Manzi F. Comparação de posicionadores radiográficos considerando aspectos periodontais. Rev. Periodontia. 2007; 17:80-5. 18. Pasler F. Atlas of Dental Medicine Radiology. 1 ed. New York: Thieme; 1993. 19. American Dental Association. The selection of patients for dental radiographic examinations. ADA, 2004. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Armitage GC. The complete periodontal examination. Periodontol. 2000. 2004; 34:22-33. 2. Tugnait A, Clerehugh V, Hirschmann PN. The usefulness of radiographs in diagnosis and management of periodontal diseases: a review. J. Dent. 2000; 28:219-26. 3. Langlois C, Mahl C, Fontanella V. Diretrizes para a indicação de exames radiográficos em odontologia. Rev. ABRO. 2007; 8:32-8. 4. Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS). Portaria nº. 453 de 1º de junho de 1998. Diretrizes de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico. Diário Oficial, República Federativa do Brasil, CXXXVI (103-E), Brasília/DF, jun. 1998. 5. Listgarten MA. The role of dental plaque in gingivitis and periodontitis. J. Clin. Periodontol. 1988; 15:485-7. 6. Cury PR, Araujo NS, Bowie J, Sallum EA, Jeffcoat M. The relationship between radiographic and clinical parameters in periodontal maintenance in class II furcation defects. Braz. Oral Res. 2004; 18:116-20. 7. Eickholz P, Horr T, Klein F, Hassfeld S, Kim TS. Radiographic parameters for prognosis of periodontal healing of infrabony defects: two different definitions of defect depth. J. Periodontol. 2004; 75(3):399-407. 8. Horwitz J, Machtei EE, Reitmeir P, Holle R, Kim TS, Eickholz P. Radiographic parameters as prognostic indicators for healing of class II furcation defects. J. Clin. Periodontol. 2004; 31(2):105-11. 9. Lang N, Bartold P, Cullinan M. Consensus report: aggressive periodontitis. Ann. Periodontol. 1999; 4:53. 10. Mol A. Imaging methods in periodontology. Periodontol. 2000. 2004; 34:34-48. 11. Harrington GW, Steiner DR, Ammons WF. The periodontalendodontic controversy. Periodontol. 2000. 2002; 30:123-30. 12. Tugnait A, Clerehugh V, Hirschmann PN. Use of the basic periodontal examination and radiographs in the assessment of periodontal diseases in general dental practice. J. Dent. 2004; 32:17-25. 60 Correspondência para: Vania Regina Camargo Fontanella Rua Cel. Paulino Teixeira, 169/403 90420-160 - Porto Alegre – RS [email protected] Rev ABRO 2009; 10(2): 56-60 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica NORMAS P ARA PUBLIC AÇÃO PARA PUBLICAÇÃO OBJETIVO DA REVISTA A Revista da Associação Brasileira de Radiologia Odontológica é uma publicação semestral e tem como objetivo registrar a produção científica na área da Radiologia Odontológica, fomentando o estudo e proporcionando a atualização dos profissionais da especialidade. A produção científica baseia-se em trabalhos completos relevantes e inéditos sobre temas atuais ou emergentes no campo da Radiologia Odontológica, constituindo-se de artigos, os quais deverão ser originais de experimentação clínica e aplicada, tendo estes prioridade em publicação; relatos de casos clínicos; revisões literárias; atualizações (a convite do editor); relato técnico; e cartas ao editor. Trabalhos com objetivo meramente comercial não serão aceitos, bem como aqueles que já foram publicados anteriormente ou que estão sendo considerados para publicação em outro periódico, quer seja no formato impresso ou eletrônico. As normas para publicação que se seguem foram baseadas no formato proposto pelo Comitê Internacional de Editores de Jornais Médicos (International Committee of Medical Journal Editors - ICMJE) e pode ser visto no site: www.icmje.org. INFORMAÇÕES GERAIS - Da Autoria O conceito de autoria está baseado na contribuição substancial de cada uma das pessoas listadas como autores, no que se refere, sobretudo, à concepção do projeto de pesquisa, à análise e interpretação dos dados, à redação e à revisão crítica. Cada publicação pode incluir no máximo 5 autores, com exceção da publicação tipo atualização, na qual serão permitidos 2 autores. Trabalhos com número excedente de autores devem ser acompanhados por declaração certificando explicitamente a contribuição de cada um dos autores. Não se justifica a inclusão de nome de autores cuja contribuição não se enquadre nos critérios acima, podendo, neste caso, figurar na seção “Agradecimentos”. Deve ser indicado o nome de um dos autores (autor correspondente), que será o autor responsável pela correspondência com a Revista, e seu respectivo endereço, incluindo telefone, fax e endereço eletrônico, devendo mantê-lo atualizado. - Do Texto Serão considerados trabalhos redigidos em português ou inglês, no formato eletrônico em documento tipo Microsoft Word, utilizando espaçamento de 1,5cm; papel ISO A4 (212x297mm); margens laterais de 2,5cm; fonte Times New Roman, tamanho 12. O número de páginas depende do tipo de publicação. - Da Forma de Submissão Os trabalhos deverão ser enviados diretamente ao Editor, Profa. Dra. Solange Maria de Almeida, via eletrônica, para o endereço: [email protected]. O texto e as figuras do artigo deverão ser enviados em documentos distintos, como anexos. No corpo do e-mail deverá constar apenas uma solicitação para a apreciação do artigo intitulado [Título do artigo], para possível publicação na revista da ABRO. Após o recebimento, o trabalho receberá um número de identificação que deverá ser usado em qualquer comunicação com a revista. - Da Declaração de Responsabilidade Os autores, no ato da submissão do artigo, deverão enviar via postal, a Declaração de Responsabilidade e a Transferência dos Direitos Autorais do artigo para a Revista da ABRO, aos cuidados da Profa. Dra. Solange Maria de Almeida, para o seguinte endereço: Faculdade de Odontologia de Piracicaba/ UNICAMP, Área de Radiologia Odontológica, Av. Limeira, 901, Bairro Areião. Caixa Postal 52, CEP: 13.414–901. Piracicaba, SP-Brasil. Estes documentos deverão ser assinados por todos os autores do artigo. A falta de assinatura de um ou de todos os autores será interpretada como desinteresse ou desaprovação à publicação do trabalho, determinando assim a exclusão automática do autor ou do artigo pelo Editor. Nesta correspondência deverão constar os dados do artigo, endereço do autor correspondente, incluindo e-mail e número do telefone. . MODELO DE DECLARAÇÕES (1) Declaração de Responsabilidade Nós, autores do artigo intitulado [título do artigo], o qual submetemos à apreciação da Revista da ABRO para nela ser publicado, declaramos que: - Participamos suficientemente da pesquisa e/ou da confecção do artigo para tornar pública nossa responsabilidade pelo seu conteúdo. - O trabalho é original, não contendo dados falsificados, plagiados ou fraudulentos e que nem este trabalho, em parte ou na íntegra, nem outro trabalho com conteúdo substancialmente similar, foi publicado ou está sendo considerado para publicação em outra revista, quer seja no formato impresso ou no eletrônico, até que uma decisão final seja emitida por esta revista. - Se solicitado, forneceremos ou cooperaremos totalmente na obtenção e fornecimento de dados sobre os quais o trabalho está baseado, para exame dos editores. ________________ ____________ __________ Nome do autor Assinatura Data (2) Transferência de Direitos Autorais Nós, autores correspondentes do artigo intitulado [título do artigo], que foi submetido à apreciação da Revista da ABRO para nela ser publicado, declaramos que em caso de aceitação do artigo, concordamos que os direitos autorais a ele referentes se tornarão propriedade exclusiva desta revista, vedado qualquer produção, total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação, impressa ou eletrônica, sem que a prévia e necessária autorização seja solicitada e, se obtida, faremos constar o competente agradecimento à Revista da ABRO e os créditos correspondentes. ________________ ____________ __________ Nome do autor Assinatura Data ESTRUTURA GERAL DA PUBLICAÇÃO 1. Página de identificação: constando, o título do trabalho em português e em inglês (84 caracteres incluindo espaço); nome completo dos autores com a principal titulação e afiliação; 61 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica endereço para correspondência incluindo número de telefone, fax e endereço eletrônico do autor correspondente para o qual serão encaminhadas as futuras correspondências. 2. Página de Rosto: constando apenas o título do trabalho em português e em inglês. 3. Resumo: deverá ser estruturado contendo: objetivos, material e métodos, resultados e conclusão. Não deve exceder 250 palavras. Abaixo do resumo, especificar até 4 descritores que definam o assunto. Os descritores deverão ser baseados no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) publicado pela Bireme que é uma tradução do MeSH (Medical Subject Headings) da National Library of Medicine e disponível no endereço eletrônico: http://decs.bvs.br. 4. Abstract: tradução para o inglês do resumo incluindo 4 Keywords. 5. Introdução: exposição geral do tema, contendo, de modo sucinto, a Revisão da Literatura e os objetivos. 6. Material e Métodos: descrição do material utilizado e da metodologia aplicada. Devem-se usar as unidades do Sistema Internacional, citando detalhes sobre equipamentos e softwares (nome, modelo, fabricante, país). Indicar o número do protocolo do Comitê de Ética em Pesquisa, quando pertinente. 7. Resultados: reportados de forma direta, na mesma ordem em que o experimento foi descrito em material e métodos, lançando mão, sempre que possível, de tabelas e gráficos que facilitem a compreensão. Não discutir essa seção. 8. Discussão: devem ser comentados os resultados, sua relação com a literatura científica existente e sua importância para a Radiologia Odontológica. 9. Conclusão: pode ser incluída no ultimo parágrafo da discussão ou formar um tópico à parte. 10. Agradecimento: deve ser breve e incluir, caso exista, o suporte financeiro da pesquisa. 11. Referências Bibliográficas: em número máximo de 30. No texto devem aparecer em ordem numérica de citação, em números sobrescritos colocados após o ponto final da frase, começando do número 1. A exatidão das referências bibliográficas e a correta citação no texto são de responsabilidade dos autores. Forma de citação dos autores no texto: a) apenas numericamente: “... essa entidade patológica desenvolve-se durante a puberdade e raramente inicia-se após a segunda década de vida.2,3” b) alfanumericamente: - 1 autor: Santos12 (1986) - 2 autores: Santos e Carvalho14 (1987) - 3 ou mais autores: Santos et al.16 (1989) No final do texto as referências devem ser listadas em ordem de citação, digitadas em espaço duplo e identificadas com números arábicos. A apresentação deverá basear-se no formato Vancouver, conforme exemplos a seguir. Os títulos de periódicos deverão ser abreviados de acordo com o estilo apresentado pela List of Journal Indexed in Index Medicus, da National Library of Medicine (para títulos estrangeiros) e de acordo com a Bireme (para títulos nacionais). Para todas as referências, quando houver até seis autores, todos devem ser citados. Acima de seis autores, devem-se citar os seis primeiros, seguidos da expressão et al. Exemplo de referências 1. Artigo em periódico: 62 Vascocelos-Filho JO, Manzi FR, Freitas DQ, Bóscolo FN, Almeida SM. Evaluation of temporomandibular joint in stressfree patients. Dentomaxillofac. Radiol. 2007; 36: 336-340. 2. Citação de livro: Isberg A. Temporomandibular Joint Dysfunction – A Practitioner´s Guide (2nd ed). London: Taylor & Francis Group, 2003. 3. Capítulo de livro: Langlais, RP; Langland OE; Nortjé, CJ. Multilocular Radiolucencies. In: Diagnostic Imaging of the Jaws. Malvern, PA: Williams & Wilkins, 1995, pp 327–384. 4. Monografias, dissertações, e teses: Pontual, AA. Estudo Comparativo de Três Sistemas Digitais sem Cabo no Diagnóstico de Cáries Proximais. [tese]. Piracicaba: UNICAMP/FOP; 2007. 12. Tabelas: Digitar cada tabela em folha separada, com espaço 1,5cm. A numeração deve ser seqüencial, em algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto. Todas as tabelas deverão ter título e cabeçalho para cada coluna. No rodapé devem constar legendas para abreviaturas e testes estatísticos, quando utilizados. 13. Figuras: devem apresentar, em média, o tamanho de 84mm x 175mm, não devendo ultrapassar essas medidas. Pequenas variações para menos são aceitáveis. Os arquivos de imagens devem ser em formato TIFF ou JPEG, sendo o formato TIFF preferível para exames de imagens. Arquivos em formato JPEG devem ser salvos em qualidade máxima (ex. “10” ou “12”). As figuras devem apresentar no mínimo 300 dpi de resolução. Cada figura deve ser salva em um arquivo separado e nomeado como “Figura 1”, “Figura 2”, etc. Digitar as legendas para as ilustrações em páginas separadas, usando espaço 1,5cm. Cada legenda deve ser numerada em algarismos arábicos, correspondendo a cada ilustração e na ordem que foram citadas no texto. O número de figuras, incluindo fotografias, tabelas, esquemas e gráficos não deve exceder 10, em qualquer tipo de produção, estando esse limite dentro do número de páginas de cada tipo de artigo. As imagens devem ser enviadas em formato preto e branco. Caso haja preferência dos autores para a publicação de imagens coloridas, os custos desta reprodução serão cobrados dos autores, a depender do número e tamanho das imagens. TIPOS DE PUBLICAÇÕES 1. ARTIGO ORIGINAL: Contribuição destinada a divulgar resultados de pesquisa original inédita devendo ser objetivo, máximo de 18 páginas, visando elucidar as questões que pretendeu responder. É recomendado incluir apenas os dados imprescindíveis, evitando-se tabelas muito longas, com dados dispersos e de valor não representativo. Quanto às figuras, não serão aceitas aquelas que repetem dados de tabelas. As referências bibliográficas devem ser estritamente pertinentes e relevantes à problemática abordada, evitando-se a inclusão de número excessivo de referências numa mesma citação e dando preferência as mais atuais. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Página de Rosto, 3. Resumo, 4. Abstract, 5. Introdução, 6. Material e Métodos, 7. Resultados, 8. Discussão, 9. Conclusão, 10. Agradecimento (se houver), 11. Referências Bibliográficas, 12. Tabelas, 13. Figuras. 2. RELATO DE CASO CLÍNICO: Contribuição destinada a divulgar caso clínico, correlacionando-o com a literatura Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica existente. Máximo de 08 páginas. Deve conter dados clínicos, radiográficos e histopatológicos relevantes para confirmação do diagnóstico. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Página de Rosto, 3. Resumo, 4. Abstract, 5. Introdução, 6. Descrição do caso, 7. Discussão, 8. Agradecimento (se houver), 9. Referências Bibliográficas. 3. ATUALIZAÇÃO (A CONVITE DO EDITOR): Discussão e revisão temática da literatura focando a atualização sobre o tema abordado. Máximo de 18 páginas. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Resumo, 3. Abstract, 4. Introdução, 5. Discussão, 6. Conclusão, 7. Agradecimentos (se houver), 8. Referências Bibliográficas, 9. Tabelas, 10. Figuras. 4. REVISÃO LITERÁRIA: Contribuição destinada à avaliação crítica e sistematizada da literatura sobre determinado assunto devendo conter conclusões. Máximo de 15 páginas. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Página de Rosto, 3. Resumo, 4. Abstract, 5. Introdução, 6. Discussão, 7. Agradecimento (se houver), 8. Referências Bibliográficas. 5. RELATO TÉCNICO: Contribuição destinada a descrever uma técnica radiográfica, um software ou outro procedimento técnico de interesse para o clínico ou pesquisador. Máximo de 04 páginas. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Página de Rosto, 3. Resumo, 4. Abstract, 5. Introdução, 6. Discussão, 7. Referências Bibliográficas, 8. Tabelas e 9. Figuras. 6. CARTA AO EDITOR: Visa discutir artigos recentes publicados na Revista; sugestões e críticas. Máximo de 01 página. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Texto. CHECK LIST • Página de identificação: título do trabalho, em português e inglês (84 caracteres), nome completo e principal titulação dos autores e endereço para correspondência do autor correspondente. • Página de rosto: título do trabalho (português/inglês). • Resumo/Abstract (250 palavras). • Formatação: espaçamento 1,5cm, papel A4, fonte Times New Roman, tamanho 12, margens laterais de 2,5cm e páginas numeradas em algarismos arábicos. • Número de páginas do trabalho (que dependerá do tipo de trabalho submetido). • Figuras, não incluídas no texto: resolução: 300 dpi, tamanho: 84mm x 175mm, formato: TIFF ou JPEG e legenda (“Figura 1”, “Figura 2”) das imagens. • Incluir: agência financiadora, número do processo, e número do comitê de ética, caso os possua. • Referências bibliográficas: normalizadas segundo estilo Vancouver, aparecendo no manuscrito em ordem numérica de citação, em números sobrescritos após o ponto final da frase. • Declarações de Responsabilidade e Termo de Transferência de Direitos autorais. RESPONSABILIDADE PELO CONTEÚDO Os conceitos e as informações emitidos nos trabalhos publicados na Revista da ABRO são de responsabilidade exclusiva dos autores, não refletindo obrigatoriamente a opinião do Corpo Editorial. ETAPAS PARA AVALIAÇÃO DOS TRABALHOS Todos os trabalhos serão apreciados inicialmente pelo Corpo Editorial quanto à adequação do conteúdo ao perfil da revista. Após aprovação inicial, os trabalhos serão encaminhados para análise e avaliação, realizadas por 03 Consultores Científicos, sendo o anonimato dos autores garantido em todo o processo de julgamento. Para que o trabalho seja aceito ou recusado, deve prevalecer o julgamento de dois, dos três consultores. Os trabalhos recusados serão devolvidos, acompanhados de carta justificativa. Os trabalhos aceitos serão enviados aos autores, juntamente com os comentários e sugestões dos Consultores Científicos, para as adequações, quando necessárias. Após reenviado à revista com as adequações e/ou comentários sobre a aceitação ou não aceitação das sugestões dos Consultores, o trabalho será novamente encaminhado a estes e somente após a aprovação final pelos Consultores, os artigos serão considerados aceitos para publicação, sendo então submetidos à revisão do português e formatação final. A versão final será enviada para o autor correspondente que retornará o trabalho após consideração das alterações sugeridas pelo corretor de português. Antes da impressão final, os autores receberão cópia do trabalho em formato PDF para aprovação, tendo no máximo sete dias para retornar o trabalho. Caso contrário, o Corpo Editorial aprovará automaticamente este como a versão final sem possibilidade de alterações posteriores. Após a publicação da Revista o autor correspondente receberá um e-mail contendo o arquivo final do trabalho em formato PDF para fins de duplicação e uso pessoal. 63 XVI JORNADA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA 3 a 5 DE SETEMBRO DE 2009 CENTRO DE CONVENÇÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO OURO PRETO – MG RESUMOS DE TRABALHOS - TEMAS LIVRES - 64 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica TL001 [226] O DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO DE ASSIMETRIA MANDIBULAR VERDADEIRA ASSOCIADA À DESORDEM TEMPOROMANDIBULAR – RELATO DE CASO CLÍNICO. LUCIANO AMBROSIO FERREIRA; AMANDA BUCHARA PEREIRA; LIGIANE CAMPOS BELLOSE; MARCOS VINICIUS QUEIROZ DE PAULA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL. Introdução: a alteração do crescimento esquelético facial decorrente de traumatismos e patologias, congênitas ou adquiridas, é a principal etiologia da assimetria mandibular verdadeira. A expressão desta deformidade resulta em modificações morfofuncionais do sistema estomatognático e, frequentemente, o diagnóstico desta alteração associa-se à presença de sintomatologia de desordem temporomandibular (DTM). Revisão de literatura: a presença de uma assimetria verdadeira ocorre quando há uma discrepância das dimensões da cabeça, do ramo ou do corpo mandibular, caracterizando uma alteração anatômica evidente unilateralmente. Assimetrias aparentes são descritas quando as duas hemi-mandíbulas são dimensionalmente iguais, no entanto, o posicionamento incorreto do paciente ou a hipertrofia muscular levam a uma deformidade facial. O diagnóstico diferencial destas situações é realizado por exames de imagens e mensurações das estruturas em traçados radiográficos. Comentários: através de radiografias panorâmicas, planigrafia da ATM e telerradiografia frontal foi realizada a análise da assimetria em uma paciente adulta com queixa principal de dor orofacial e limitação dos movimentos mandibulares. A aplicação clínica dos Critérios de Diagnóstico para Pesquisas em DTM (RDC/DTM) juntamente com a avaliação radiográfica sugeriram a presença de incordenação do complexo articular e dor miofascial, ambos com limitação de abertura, relacionada à assimetria mandibular verdadeira. A utilização de métodos de mensurações anátomo-funcionais sobre as técnicas radiográficas foram cruciais para o estabelecimento do diagnóstico e plano de tratamento, demonstrando a importância do diagnóstico radiográfico da assimetria mandibular associada à DTM. acompanhamento radiografico atraves da radiografia panorâmica a cada 90 dias e foi constatado sua completa neoformaçao óssea no local. TL003 [179] CISTO ÓSSEO DE STAFNE (DEPRESSÃO MANDIBULAR LINGUAL) : REVISÃO DE LITERATURA E RELATO DE CASO. NATHALIA BIGELLI DEL NERI; OSNY FERREIRA JÚNIOR; ANA LÚCIA ÁLVARES CAPELOZZA; EDUARDO DIAS RIBEIRO; MARCELO BONIFÁCIO DA SILVA SAMPIERI. FOB-USP, BAURU, SP, BRASIL. O cisto ósseo de Stafne representa uma cavidade óssea localizada na mandíbula, contendo a glândula submandibular. Descrito pela primeira vez por Edward Stafne, em 1942, como uma lesão radiolúcida unilateral, bem circunscrita, localizada na região posterior da mandíbula, logo abaixo do canal mandibular. Comumente é encontrado em exames radiográficos de rotina, assintomático, apresenta maior predileção pelo gênero masculino, numa proporção de 6:1. Constituindo um achado raro na população, com prevalência entre 0.1% a 0.48%. O objetivo do presente estudo foi apresentar um caso clínico e uma revisão de literatura, com intuito de ampliar o conhecimento a despeito da etiologia, epidemiologia e diagnóstico diferencial desse cisto ósseo. Foi enfatizado o uso dos recursos imaginológicos no diagnóstico como a Tomografia Computadorizada Volumétrica - Cone Beam. Pôde-se concluir que o cisto ósseo de Stafne se manifesta de diferentes formas radiográficas, tornandose indispensável a requisição de outros exames de imagem para o correto diagnóstico, evitando procedimentos invasivos, como o cirúrgico exploratório e a sialografia. TL002 [245] CISTO ÓSSEO TRAUMATICO - RELATO DE CASO. VANIO SANTOS COSTA; LUCIANA CAVALCANTI DE ARAUJO. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, MACEIÓ, AL, BRASIL. TL004 [223] COMPARAÇÃO DO ÍNDICE PANORÂMICO MANDIBULAR (IPM) OBTIDO EM RADIOGRAFIAS ODONTOLÓGICAS PANORÂMICAS COM AS MEDIDAS DO ESTADO GERAL ÓSSEO DE MULHERES HISTERECTOMIZADAS E NÃO HISTERECTOMIZADAS. MAITÊ BARROSO DA COSTA1; FERNANDO HENRIQUE WESTPHALEN2; PAULO HENRIQUE SOUZA COUTO3; ANA LUCIA TOLAZZI4; SORAYA DE AZAMBUJA BERTI5. 1,4,5.PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA, CURITIBA, PR, BRASIL; 2.PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA D PARANA, CURITIBA, PR, BRASIL; 3.PONTIFICIA UNIVERIDADE CATOLICA DO PARANA, CURITIBA, PR, BRASIL. O Cisto ósse Traumático é uma lesao nao neoplásica que representa aproxiamdadamente 1% de todos os cistos dos maxilares, acometendo as regioes de corpo é sínfise da mandíbula com uma frequencia maior. É definida como uma cavidade intra-óssea delimitada por uma fina camada de tecido conjuntivo frouxo. É uma lesão sem sintomas geralmente identificadas em exames radiográficos de rotina, observas-se imagerm radiolúcida unilocular bem definida, aonde sua etiologia nao está bem esclarecida, mas acreditase que o trauma local seja um fator relacionado ao seu desenvolvimento. Objetivo: este trabalho relata um caso de cisto ósseo traumático descoberto em exames radiográficos de rotina de um paciente que possivelmente iria submeterse a tratamento ortodôntico, aonde foram realizados tratamento de remoçao deste cisto e foi feito O objetivo deste estudo foi comparar o índice panorâmico mandibular (IPM) com as medidas do estado geral ósseo obtidas pela densitometria óssea de mulheres de 40 a 60 anos. A amostra foi constituída por 60 mulheres, 30 histerectomizadas e 30 não histerectomizadas, com indicação médica para realização de densitometria óssea pela técnica de absorciometria de dupla energia de raios X (DXA) nas regiões de coluna lombar e fêmur proximal. Após a densitometria óssea, foram realizadas radiografias panorâmicas. Para avaliar o IPM foram traçadas as estruturas anatômicas de interesse e as medidas foram realizadas com paquímetro eletrônico digital. Os valores do IPM e DXA foram analisados de acordo com um estudo comparativo. Os resultados mostraram que a media dos valores da DXA para os grupos histerectomizadas e não-histerectomizadas foram 65 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica -1,24 e -0,94, respectivamente, sugerindo osteopenia e a média de IPM para os grupos histerectomizadas e nãohisterectomizadas foram 0,4237 e 0,5894, respectivamente, mostrando diferença estatisticamente significativa (p<0,05) e sugerindo perda óssea. No presente estudo foi encontrada diferença no IPM entre os grupos demonstrando que a média do IPM nas mulheres histerectomizadas é menor do que nas não histerectomizadas, o que pode representar perda óssea. TL005 [189] INTERFERÊNCIA DE ARTEFATOS METÁLICOS NA PESQUISA DE FRATURAS RADICULARES EM TCFC. FELIPE FERREIRA COSTA 1 ; CLAUDIA TORRES COSCARELLI2. 1.USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2.BYOIMAGEN, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. A restauração de dentes submetidos ao tratamento endodôntico, frequentemente, requer a colocação de um núcleo intracanal com a finalidade de aumentar a estabilização do elemento protético, aumentando sua resistência. Em sua maioria, este reforço intra-radicular é realizado com a utilização de pinos intra-radiculares metálicos. Ao serem submetidos ao exame de Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) para a detecção de fraturas radiculares, estes representam um desafio ao radiologista em relação ao diagnóstico, devido à presença de artefatos metálicos. O objetivo deste trabalho é demonstrar e discutir, através de casos clínicos, a interferência de artefatos metálicos na detecção de fraturas radiculares em exames de TCFC. Revisão de literaturaQuando comparada à radiografia periapical, a TCFC tem demonstrado maior grau de confiabilidade e aumentado a capacidade de detectar fraturas radiculares (Hannig 2005, Bernardes 2007). Diversos algoritmos foram propostos em TC para reduzir os artefatos causados pelos objetos metálicos. Nenhum destes foi capaz de eliminá-los completamente e produzir uma imagem adequada ao alto grau de contraste e resolução da TC (Lemmens et al. 2009). A interferência dos artefatos metálicos prejudica a interpretação de lesões em diferentes protocolos de TC. Porém, a espessura de corte determina a interferência causada pelos artefatos na imagem. Portanto segundo pesquisadores quanto menor a espessura de corte, melhor é a sensibilidade, mesmo na presença de artefatos (Link et al.2000; Perrela 2006). Embora, os aparelhos de TCFC também possuam algoritmos de supressão de artefatos, estes ainda se encontram em níveis inadequados, dificultando o diagnóstico radiológico. TL006 [192] AVALIAÇÃO DE PERDA ÓSSEA ALVEOLAR E MAPEAMENTO DE DEFEITO PERIODONTAL ATRAVÉS DA TCFC. CLAUDIA TORRES COSCARELLI 1; FELIPE FERREIRA COSTA2; RENATA FERNANDES COSTA3. 1.BYOIMAGEN, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2.USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 3.CIB, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. A doença periodontal é diagnosticada pela avaliação de parâmetros clínicos (profundidade de sondagem e perda de inserção) e radiográficos (defeitos ósseos e envolvimento de furca). A Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) é uma técnica radiográfica que vem sendo utilizada para no diagnóstico destas afecções periodontais. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é demonstrar, através de casos clínicos, 66 parâmetros radiográficos determinantes no diagnóstico da periodontite observados na TCFC. Revisão de literatura: Dependendo do grau de destruição óssea as radiografias periapicais poderão não revelar estas condições. Estudos como o de Bender (1961), Schwartz (1971) e Wallace (2001) mostraram, através de lesões ósseas experimentais criadas no osso esponjoso, que estas são de difícil visualização radiográfica através desta técnica. Observando estas limitações, Teeuw et al. (2009) desenvolveram uma ferramenta de análise através da a radiografia periapical digital para diagnosticar e mensurar a perda óssea alveolar e alcançaram resultados mais adequados no diagnóstico da doença periodontal. Walter C et al. (2009) examinaram doze pacientes clinicamente, através de radiografias periapicais e imagens tridimensionais da Tomografia de Feixe Cônico (TCFC) e concluíram que em 29% dos casos as lesões periodontais foram subestimadas e em 44% destes casos estas foram superestimadas. Conseqüentemente, os mesmos indicam a TCFC como exame mais preciso na mensuração da perda óssea alveolar. Conclusão: A TCFC fornece com grande precisão uma análise do nível de inserção óssea dos elementos dentários o que é de grande importância no diagnóstico precoce das doenças periodontais e na definição do tratamento ser instaurado. TL007 [199] HIPEROSTOSE ESQUELÉTICA IDIOPÁTICA DIFUSA: UM ACHADO INCOMUM EM EXAME TOMOGRÁFICO DE FEIXE CÔNICO. SARAH DE MATOS ARAUJO1; MARIANNA GUANAES GOMES TORRES2; JOÃO CARLOS DA SILVA3; CAROLINE ASSIS ALVES4; ZULMARA LETÍCIA SANTANA MENEZES5. 1.UNIME, SALVADOR, BA, BRASIL; 2,3,4,5.UFBA, SALVADOR, BA, BRASIL. A Hiperostose Esquelética Idiopática Difusa (HEID), também conhecida como doença de Forestier, é caracterizada por calcificações e ossificações que acometem preferencialmente as vértebras, dentre elas as cervicais. A HEID pode provocar algumas complicações como disfagia, dispnéia e injúrias na medula por menor trauma, devido à diminuição do canal vertebral. Alguns exames de imagem da odontologia tais como telerradiografia lateral, tomografia computadorizada e ressonância magnética são capazes de identificar essas alterações em estágio inicial, alterando o prognóstico. Este trabalho relata um caso clínico de um paciente assintomático que ao realizar tomografia computadorizada para planejamento de implantes, foi diagnosticado como portador de HEID, já que apresentou uma ossificação grosseira anterior a corpos vertebrais cervicais, comprimindo as vias aéreas da hipofaringe, associada à ossificação mais tênue do ligamento longitudinal posterior. É importante que o cirurgião-dentista conheça esse tipo de alteração e avalie o exame de imagem de forma integral, não se limitando apenas ao planejamento odontológico. Com esse compreendimento, a odontologia se integra a outras áreas médicas, se tornando capaz de diagnosticar precocemente patologias que podem promover riscos à saúde geral do paciente. TL008 [229] AVALIAÇÃO DE DOSES REFERENCIAIS OBTIDAS COM EXAMES DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica CÔNICO ADQUIRIDOS COM DIFERENTES TAMANHOS DE VOXEL. MARIANNA GUANAES GOMES TORRES; IEDA CRUSOÉ REBELLO; MARCOS NAVARRO; MARLOS BARBOSA RIBEIRO; JOÃO CARLOS DA SILVA. UFBA, SALVADOR, BA, BRASIL. A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) apresenta dentre outras vantagens frente à TC multislice, voxel reduzido, podendo variar de 0,12mm a 0,4mm para aquisição de imagens usando o aparelho i-CAT, por exemplo. Em geral, quanto menor o tamanho do voxel, melhor será a resolução. No entanto, um voxel menor está atrelado a um tempo de varredura mais longo, o que proporciona algumas desvantagens como maiores possibilidades de movimentação do paciente durante o exame e doses mais elevadas de radiação. O objetivo deste estudo reside na avaliação do produto dose-área (DAP) e das doses de entrada na pele (DEP), empregando protocolos com tamanho de voxel diferente, a fim de determinar melhores parâmetros baseados nos princípios da radioproteção. Para medição do DEP foi utilizada uma câmara de ionização do tipo lápis e para DAP foi utilizado um aparelho PTW. Quatro protocolos préestabelecidos pelo fabricante do i-CAT foram testados, a saber: 01) 40 seg, voxel de 0,2mm e 46,72mA; 02) 40 seg, voxel de 0,25mm e 46,72mA; 03) 20 seg, voxel de 0,3mm e 23,87mA; 04) 20 seg, voxel de 0,4mm e 23,87mA. A quilovoltagem permaneceu constante (120Kvp). Detectou-se diferença estatisticamente significante (p<0,001) entre os protocolos, para avaliação do DAP e DEP. O tamanho do voxel isoladamente não foi capaz de alterar de forma significativa a dose de radiação quando os demais fatores de exposição (TE, Kvp e mA) permaneceram constantes. A diferença significativa presente entre os protocolos está diretamente relacionada à diferença da miliamperagem e do tempo de exposição. TL009 [221] UMA INTERESSANTE TRAJETÓRIA DA DIVISÃO DO NERVO ALVEOLAR INFERIOR. OTÁVIO PAGIN; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN; EDUARDO SANT’ANA; ANA CLAUDIA ARAÚJO; ELEN TOLENTINO. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BAURU, SP, BRASIL. O nervo mandibular ao entrar pelo forame mandibular é denominado nervo alveolar inferior (NAI). Este apresenta, principalmente, fibras sensitivas e apenas algumas fibras motoras, inervando molares inferiores, premolares e a gengiva adjacente a esses dentes. No forame mentual este nervo é dividido em dois, onde a porção maior emerge deste forame e passa a ser denominada nervo mentual, já a porção menor irá inervar os caninos e incisivos inferiores. O NAI pode sofrer variações anatômicas como duplicação ou divisão do canal mandibular. Esse caso clínico relata o achado incidental de uma divisão do NAI que se desloca em trajetória ascendente para anterior/medial do ramo ascendente em direção aos tecidos moles do assoalho bucal. Essa variação anatômica foi encontrada nas imagens obtidas por meio de Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC). Esse paciente possuía radiografia panorâmica anterior na qual não foi possível observar a divisão do NAI. Essa divisão é claramente observada nas reformatações, neste caso, seria uma especulação sugerir quais tecidos, especificamente, esta ramificação do NAI estaria inervando ao deixar a mandíbula. As divisões do NAI são relatadas na literatura, mas sem imagens tridimensionais fica difícil identificar onde exatamente iniciam e terminam. Assim sendo, os profissionais devem, cuidadosamente, examinar toda a extensão do osso mandibular em todas as imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico disponíveis, antes de procedimentos cirúrgicos. TL010 [168] CANAL MANDIBULAR NO INTERIOR DA CORTICAL LINGUAL: CASO CLÍNICO. BRUNA STUCHI CENTURION; MARIELA SIQUEIRA GIAO DEZOTTI; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN; OSNY FERREIRA JÚNIOR; CÁSSIA MARIA FISCHER RUBIRA. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BAURU, SP, BRASIL. O canal mandibular é descrito na literatura como anatomicamente localizado em contato ou muito próximo da cortical lingual até alcançar o forame mentual. Esses dois casos clínicos mostram uma variação da localização do canal mandibular, o qual ocupava toda a espessura da cortical lingual da mandíbula. Essa variação somente pode ser observada porque os pacientes foram submetidos a exames por meio de Tomografia Computadorizada de Feixe cônico (TCFC) para planejamento de implantes. Essa variação anatômica pode ser muito importante no planejamento cirúrgico dessa região, uma vez que o cirurgião pode inclinar os implantes em direção lingual. O canal mandibular permaneceu ocupando a cortical lingual mandibular por uma distância de aproximadamente 3 mm no primeiro paciente e por 15 mm no segundo. Com a maior disponibilidade da TCFC para os planejamentos cirúrgicos, os profissionais devem aproveitar os detalhes anatômicos que essas imagens oferecem e assim cuidadosamente analisá-las, com o objetivo de coletar o máximo de informações a respeito da localização do canal mandibular, pois esse pode ser anatomicamente variável, até no mesmo paciente. TL011 [243] PREVALÊNCIA DO POSICIONAMENTO DE TERCEIROS MOLARES INCLUSOS POR MEIO DE RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS. FABIO RIBEIRO GUEDES; DAYANE CARVALHO RAMOS SALLES DE OLIVEIRA; RAISA AMORIM MALAFAIA; ANA CAROLINA RODRIGUES GOMES; TAYANE HOLZ RESENDE. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. Os terceiros molares são dentes que possuem variações de forma e posicionamento. Por meio da análise radiográfica é possível classificá-los de forma sistemática para determinar o grau de inclusão, podendo este fato influenciar na facilidade de acesso e de remoção. Esta pesquisa se baseia no estudo por meio de radiografias panorâmicas da prevalência do posicionamento de terceiros molares inclusos segundo a classificação de Winter, quanto ao longo eixo do dente vizinho, e a classificação de Pell & Gregory, em relação ao plano oclusal e ao ramo mandibular. Foram analisadas 572 radiografias panorâmicas de pacientes de clinicas de radiologia odontológica da cidade do Rio de Janeiro. Para isso os pacientes deveriam ter idade igual ou superior a 18 67 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica anos e a presença dos quatro terceiros molares, confirmados radiograficamente. Como resultado, pode-se observar que dos 2288 terceiros molares presentes, 1471 (64,29%) apresentavam-se com algum grau de inclusão dentária, distribuindo-se em 703 superiores e 768 inferiores. De acordo com a Classificação de Winter, foram analisados como mésio-angulados 36,64%, verticais 33,17%, horizontal 24,81%, disto-angulados 3,60%, transversal 1,77% e nenhum caso de terceiro molar incluso invertido. Segundo a classificação de Pell & Gregory em relação ao plano oclusal, os resultados foram 63,28% encontrados na posição B (entre o plano oclusal e cervical do 2º molar), 28,13% na posição C (abaixo da linha cervical do 2º molar) e 8,59 na posição A (mesmo linha do plano oclusal do 2º molar). Quanto a classificação em relação ao ramo mandibular, encontramos 66,02% Classe II (pouco espaço entre o ramo mandibular e o 2º molar), 21,74% Classe III (não há espaço para o 3º molar erupcionar) e 12,24% Classe I (espaço suficiente entre o ramo mandibular e o 2º molar). Baseado nestes resultados podemos concluir que os terceiros molares apresentam maior predileção para inclusão na posição mésio-angular de Winter, na posição B segundo Pell & Gregory, e quando inferiores na relação classe II em relação ao ramo mandibular. TL012 [158] FORAME MENTUAL ACESSÓRIO: RELATO DE CASO. FREDERICO SAMPAIO NEVES1; MARIANNA GUANAES GOMES TORRES2; CHRISTIANO OLIVEIRA-SANTOS3; IEDA CRUSOÉ REBELLO4; PAULO SERGIO CAMPOS FLORES5. 1.FOP/UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,4,5.UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA), SALVADOR, BA, BRASIL; 3.FOB/USP, BAURU, SP, BRASIL. Variações anatômicas associadas ao forame mentual(FMt) têm sido pouco descritas na literatura. Dentre estas variações, pode-se observar a presença de um ou mais forames mentuais acessórios, comumente denominados de foramina mentual acessória. A sua localização, em relação ao forame principal, é de fundamental importância durante procedimentos cirúrgicos e endodônticos. O objetivo deste trabalho é relatar um de de forame mentual acessório através da Tomografia Computadorizada e discutir as principais complicações relacionadas a tal variação anatômica. A partir dos cortes axiais foram realizadas reconstruções sagitais, oblíqua, coronais e em 3D demonstrando um forame mandibular, bilateralmente, de aspecto anatômico dentro da normalidade, assim como os respectivos canais mandibulares. No corte sagital podese observar uma nítida bifurcação do canal mandibular esquerdo, entre o terço apical dos pré-molares inferiores esquerdos originando dois trajetos intra-ósseos e conseqüentemente dois FMt, superior e inferiormente posicionados, confirmados através das reconstruções coronais e em 3D. Os dois forames encontraram-se separados por um septo ósseo, observado nas reconstruções. As medidas horizontal e vertical registradas foram de 2,3mm e 1,6mm para o FM superior enquanto que no FMt inferior foram de 1,3mm e 1,1mm, respectivamente. No FMt do lado oposto, direito, registrouse medidas, horizontal e vertical, de 2.6mm e 2.1mm, respectivamente. Imagens em reconstrução 3D demonstram duas aberturas por vestibular na região présinfisária esquerda, confirmando a presença de dois 68 forames apenas do lado esquerdo, com trajeto oriundo do canal mandibular e de calibres próximos. TL013 [230] AVALIAÇÃO DA ACURÁCIA DE MENSURAÇÕES LINEARES EM IMAGENS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO ADQUIRIDAS COM DIFERENTES TAMANHOS DE VOXEL. MARIANNA GUANAES GOMES TORRES; IEDA CRUSOÉ REBELLO; NILSON PENA; PAULO SERGIO CAMPOS FLORES; CAROLINE ASSIS ALVES. UFBA, SALVADOR, BA, BRASIL. A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) permite a variação do tamanho do voxel para aquisição de imagens. Em geral, quanto menor o tamanho do voxel, melhor será a resolução. Este trabalho tem como objetivo avaliar a acurácia de mensurações lineares feitas na mandíbula através de imagens de TCFC adquiridas com diferentes tamanhos de voxel. Oito mandíbulas secas foram submetidas a exames de TCFC, usando o aparelho i-CAT, a partir de quatro protocolos, com voxel de 0,2mm, 0,25mm, 0,3mm e 0,4mm. Cortes tomográficos com visualização mais central dos marcadores, colocados em seis sítios em cada mandíbula, foram selecionados para realização de medidas verticais e horizontais, com o auxílio da ferramenta de mensuração de linha do software do i-CAT. Os valores obtidos das mensurações diretas na mandíbula seca, com uso do paquímetro digital, após secção das mesmas nos sítios préestabelecidos, e das mensurações nas imagens tomográficas foram comparados e o erro de mensuração (EM) calculado. Não houve diferença significativa (p›0,05) entre o EM dos protocolos, o que mostra que eles se comportaram iguais quanto à realização de medidas para implante. O EM foi bastante reduzido, uma vez que a média da diferença entre os valores obtidos nas imagens e na mandíbula seca foi menor do que 1mm para todos os protocolos e, em sua grande maioria, sofreram variação para menos. Sendo assim, protocolos de TCFC com voxel de 0,2mm, 0,25mm, 0,3mm e 0,4mm se mostraram confiáveis e sem diferença entre si para as mensurações do planejamento de implantes. TL014 [207] HIPOPLASIA CONDILAR E DO RAMO MANDIBULAR: RELATO DE CASO COM ACOMPANHAMENTO DE 6 ANOS. KELLEN CRISTINE TJIOE; MARCELO LUPION POLETI; CÁSSIA MARIA FISCHER RUBIRA; DANIELA GAMBA GARIB; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BAURU, SP, BRASIL. Paciente do gênero masculino, leucoderma, 5 anos de idade, foi encaminhado ao nosso serviço para avaliação da assimetria facial. Na historia da doença atual a família relatou progressiva assimetria da face. Os pais informaram que a criança nasceu de cesariana, sem qualquer complicação, e nenhuma causa traumática ou contagiosa foi referida. O exame físico extraoral confirmou a assimetria facial, que se acentuava durante o movimento de abertura da boca. Não foi observado anquilose da Articulação Têmporo-mandibular (ATM). Adicionalmente, o exame intraoral revelou que o paciente encontrava-se na dentadura mista e era portador de má oclusão de Classe II associado à mordida profunda. A radiografia panorâmica demonstrou alteração no Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica desenvolvimento do ramo mandibular, da cabeça da mandíbula e da fossa mandibular do lado esquerdo. Para uma investigação mais precisa da região a Tomografia Computadorizada Helicoidal em 2003 e 6 anos depois uma tomografia de feixe cônico foi realizada. As reconstruções axial, coronal e 3D confirmaram o subdesenvolvimento do ramo mandibular, ausência da fossa mandibular e planificação da cabeça da mandíbula em ambos exames. Baseado nas imagens tomográficas e nos achados clínicos iniciais se manteve o diagnóstico de: hipoplasia condilar e do ramo mandibular associado à ausência da fossa mandibular unilaterais. Não houve modificação no padrão ósseo da região afetada. O paciente atualmente se encontra em tratamento ortodôntico. TL015 [262] CISTO RADICULAR NO INTERIOR DO SEIO MAXILAR: RELATO DE CASO. FABIO OLIVEIRA CARDOSO; CLAUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; HELENICE DE ANDRADE MARIGO; LUCIANA CARDOSO FONSECA; FLÁVIO RICARDO MANZI. PUC, BH, MG, BRASIL. Cistos Odontogênicos são lesões derivadas da estimulação e proliferação do epitélio dental residual. Apesar de serem mais freqüentes na mandíbula, quando encontrados na maxila podem comprometer o seio maxilar, desencadeando sintomatologia que simula uma sinusopatia de evolução atípica. A avaliação imaginológica é essencial para o estudo destas lesões. Vários são os exames por imagem utilizados na odontologia, sendo a Tomografia Computadorizada (TC) um dos métodos mais utilizados. A TC auxilia não só no diagnóstico, mas também na determinação da localização, da relação da lesão com as estruturas adjacentes e no planejamento do plano de tratamento. Paciente J. A. C., sexo masculino, 49 anos de idade, procurou a clínica de cirurgia buco-maxilo-facial da PUC Minas para realização de implantes dentários. Nos exames radiográficos pré-operatórios, observou-se a presença de imagem semelhante a cisto no interior do seio maxilar. Foi então realizada uma tomografia por feixe cônico para melhor esclarecimento do caso, onde se observou presença de um cisto no interior do seio do maxilar provocando reabsorção no osso cortical. Após enucleação completa da lesão, a peça cirúrgica foi encaminhada para exame histopatológico que teve como resultado cisto radicular. TL016 [188] SINOVITE VILONODULAR PIGMENTADA ACOMETENDO A ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR. DANIEL BERRETTA ALVES1; MÁRIO ROMAÑACH GONZALEZ SOBRINHO2; BERNARDO FERREIRA BRASILEIRO3; PABLO AGUSTIN VARGAS4; OSLEI PAES DE ALMEIDA5. 1,2,4,5.FOP-UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJÚ, SE, BRASIL. A sinovite vilonodular pigmentada (SVP) é uma lesão benigna localmente agressiva que acomete preferencialmente as articulações do joelho e quadril de indivíduos jovens, sendo raro o envolvimento da articulação temporomandibular. Os aspectos clínicos consistem em aumento de volume préauricular sintomático e limitação dos movimentos mandibulares, enquanto que os exames de imagem demonstram massa peri-articular assimétrica e mal delimitada, destruindo a articulação e infiltrando estruturas adjacentes. O tratamento é a remoção cirúrgica da lesão com sinovectomia total e radioterapia adjuvante para lesões extensas. Paciente do gênero masculino, 26 anos, compareceu ao serviço de cirurgia buco-maxilo-facial queixando-se de dificuldade em movimentação mandibular e perda progressiva da audição há cerca de 2 meses. O exame físico extra-oral revelou assimetria facial do lado esquerdo e no exame físico intra-oral era evidente a limitação da abertura bucal. Na tomografia computadorizada foi possível observar lesão extensa destruindo côndilo mandibular e osso temporal do lado esquerdo e infiltrando base do crânio. Paciente foi submetido à biópsia incisional e o espécime foi encaminhado para histopatologia. As características microscópicas incluíram a presença de grupos de células mononucleares e gigantes multinucleadas em meio de um estroma rico em pigmentos de hemossiderina e áreas hialinas. O diagnóstico final de SVP foi estabelecido após a avaliação dos aspectos clínicos, imaginológicos e histopatológicos da lesão. O paciente foi submetido à ressecção total da lesão e radioterapia adjuvante, atualmente encontra-se em acompanhamento clínico há 7 meses sem sinais de recidiva. TL017 [204] AVALIAÇÃO DO EFEITO RADIOPROTETOR DA VITAMINA E EM GLÂNDULAS PARÓTIDAS DE RATOS : UMA ANÁLISE MORFOMÉTRICA. CAROLINA CINTRA GOMES; FLAVIA MARIA MORAES RAMOSPEREZ; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA; FRAB NORBERTO BÓSCOLO. UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL. O objetivo foi avaliar, por meio de análise morfométrica, o efeito radioprotetor da vitamina E em glândulas parótidas de ratos. Foram utilizados 90 ratos machos (Rattus norvegicus, Albinus, Wistar), os quais foram divididos aleatoriamente em cinco grupos experimentais: Óleo, correspondendo aos animais que receberam óleo de oliva; Óleo Irradiado, aos animais que receberam óleo de oliva e foram irradiados com dose única de 15 Gy de radiação gama na região de cabeça e pescoço; Irradiado, animais que foram irradiados da mesma forma que o grupo anterior; Vitamina E, aos animais que receberam solução de acetato de alfa-tocoferol (vitamina E) e Vitamina E Irradiado, no qual os animais receberam a mesma solução antes de serem irradiados. Oito horas e trinta dias após a irradiação, realizou-se a remoção cirúrgica das glândulas parótidas e o sacrifício dos animais. As peças foram preparadas de acordo com o protocolo estabelecido pela disciplina de Histologia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. Os cortes histológicos obtidos foram montados em lâminas, corados com hematoxilina e eosina, sendo posteriormente utilizados para avaliação morfométrica. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e ao teste de Tukey. A análise morfométrica dos ácinos mostrou diferença estatística dentro de cada um dos tempos e quando comparou-se cada grupo entre os dois tempos. As análises morfométricas dos ductos intercalares e estriados não mostraram diferenças estatísticas significativas. Dentro das condições experimentais utilizadas, conclui-se que a vitamina E demonstrou leve ação radioprotetora em glândulas parótidas irradiadas 69 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica TL018 [190] RELACIONAMENTO DE PERIAPICOPATIAS COM ESTRUTURAS NOBRES ADJACENTES EM TCFC. FELIPE FERREIRA COSTA 1 ; CLAUDIA TORRES COSCARELLI2; BERNARDO CAMARGO DOS SANTOS3. 1.USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2,3.BYOIMAGEN, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. As patologias do periápice constituem grande parte das afecções tratadas na Endodontia e para a realização de um plano de tratamento adequado, o radiologista deve fornecer informações precisas ao endodontista. A visualização tridimensional das estruturas anatômicas, através da Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) permite o estudo apurado das periapicopatias e sua evolução tridimensional no osso alveolar. O exame tomográfico permite a avaliação do relacionamento entre as estruturas anatômicas e os ápices radiculares, assim como, entre as patologias periapicais e estruturas nobres como: seio maxilar, fossa nasal e canal mandibular. O objetivo deste trabalho é demonstrar e discutir casos clínicos de pericopatias e lesões endoperiodontais através de exames convencionais e TCFC. Dependendo do grau de destruição óssea provocado pela periapicopatia e sua localização, as radiografias periapicais poderão não revelar estas condições. Estudos como o de Bender (1961), Schwartz (1971) e Wallace (2001) mostraram, através de lesões ósseas experimentais criadas no osso esponjoso e estendendo-se aos limites da superfície do osso cortical, que estas são de difícil visualização radiográfica através desta técnica. Buscando o aumento da sensibilidade, especificidade e acurácia dos métodos radiográficos na detecção das patologias periapicais, estudos utilizando-se da TCFC, como o de Lofthag-Hansen (2007) e Estrela (2008), tem validado este método de diagnóstico na avaliação das estruturas do periápice dentário. A adequada interpretação radiográfica das imagens tridimensionais fornecidas pela TCFC, feita pelo radiologista, tem papel importante no diagnóstico precoce e plano de tratamento do endodontista. TL019 [161] IMPORTÂNCIA DAS RADIOGRAFIAS VOLUMÉTRICAS PARA A ORTODONTIA. ROBERTO HIROSHI MATSUI; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO; EDMUNDO MEDICI-FILHO; LUIZ CESAR DE MORAES; CYBELLE MORI HIRAOKA. UNESP, SÃO AULO, SP, BRASIL. Dentre as inovações tecnológicas, a Ortodontia pode tirar proveito das radiografias volumétricas. As avaliações cefalométricas estão mudando com a inclusão de imagens tridimensionais; no entanto as imagens em cortes ainda não são de uso rotineiro dos ortodontistas mais resistentes ou conservadores. Essa é uma tendência que deve mudar em breve, pois as vantagens dessa modalidade de exame são de fundamental importância para observação dos campos de atuação que até então só imaginávamos. Assim como na Implantodontia, para a Ortodontia é importante a avaliação da espessura e quantidade óssea para a movimentação dentária, para um melhor posicionamento das raízes. A utilização dos miniparafusos como sistema de ancoragem são facilitados quando conhecemos a espessura da cortical. A avaliação do crescimento, maturação, simetria, são algumas vantagens desta radiografia. Outra vantagem da radiografia volumétrica digital é a facilidade de diagnóstico dos eventos 70 que encontramos rotineiramente na Odontologia, como extranumerários, posicionamento dos terceiros molares, lesões. Quanto à quantidade de radiações, são minimizadas pela tecnologia dos aparelhos modernos de tomografias. As análises cefalométricas que estão sendo desenvolvidas carecem de padronizações e valores referenciais, uma vez que a análise não deve sugerir normas por se tratar de uma análise diferencial. Esse trabalho tem como objetivo mostrar essas ocorrências de modo a incentivar os ortodontistas a fazer uso dessa tecnologia como elemento auxiliar de rotina na pasta de suas documentações. Conclusão: a imagem volumétrica é um elemento auxiliar que evidencia em três dimensões, acurando o diagnóstico e o resultado satisfatório dos tratamentos. TL020 [155] FORAMES E CANAIS ÓSSEOS LINGUAIS DA REGIÃO ANTERIOR DA MANDÍBULA OBSERVADOS EM IMAGENS DE TC DE FEIXE CÔNICO. CHRISTIANO OLIVEIRA-SANTOS; ANA LÚCIA ÁLVARES CAPELOZZA; JOSÉ HUMBERTO DAMANTE; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BAURU, SP, BRASIL. A região anterior da mandíbula é muitas vezes considerada segura para procedimentos cirúrgicos como a colocação de implantes dentários intraósseos. Contudo, estruturas contendo nervos e vasos sanguíneos com potencial para ocasionar complicações são frequentemente negligenciadas nas avaliações pré-operatórias. Estudos recentes têm demonstrado o conteúdo e a morfologia dos forames e canais ósseos situadas na porção mediana lingual da mandíbula, que abrigam ramos da artéria lingual, sublinguais e/ou submentais, nervo lingual e nervo milo-hioídeo. A identificação de tais estruturas nos exames pré-cirúrgicos é de fundamental importância no intuito de evitar danos neurossensoriais e hemorragias em procedimentos envolvendo a região de linha média mandibular. Os exames radiográficos convencionais apresentam limitações na detecção e avaliação do curso dos canais ósseos. A tomografia computadorizada (TC) tem sido utilizada para descrever a localização e as variações morfológicas da região anterior da mandíbula. Mais recentemente, a TC de feixe cônico (TCFC) fornece imagens com informação detalhada em diferentes planos, utilizando dose de radiação relativamente menor e custo inferior. Os autores fazem uma breve revisão da literatura atual e apresentam imagens de TCFC da mandíbula demonstrando os forames e canais ósseos da região anterior e apontando para a possibilidade de ocorrência de anastomoses entre estes canais. XVI JORNADA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA 3 a 5 DE SETEMBRO DE 2009 CENTRO DE CONVENÇÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO OURO PRETO – MG RESUMOS DE TRABALHOS - PAINEIS - 71 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica PC001 [257] CONTRIBUIÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR FEIXE CÔNICO PARA O DIAGNÓSTICO DAS LESÕES ENDODÔNTICAS E PERIODONTAIS. ALEXANDRE PEREZ MARQUES1; FELIPE FERREIRA COSTA2; MARCELO GUSMÃO PARAÍSO CAVALCANTI3. 1.UNIVERSIDADE GAMA FILHO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2,3.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL. As aplicações da Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico vêm sistematicamente se multiplicando na odontologia contemporânea. Esta tecnologia tornou-se uma grande aliada no planejamento e diagnóstico de várias especialidades odontológicas que, até então, não faziam parte do uso de imagens em três dimensões – volumétricas – como a endodontia e a periodontia. Uma modalidade de imagem de alta resolução e ao alcance do cirurgião-dentista, como a tomografia computadoriazada por feixe cônico (TCFC), pode suplantar as limitações das técnicas convencionais trazendo informações até então despercebidas na rotina da clínica odontológica. Buscando o aumento da sensibilidade, especificidade e acurácia dos métodos radiográficos na detecção das patologias periapicais, estudos utilizando-se da TCFC, como o de Lofthag-Hansen (2007) e Estrela (2008), tem validado este método de diagnóstico na avaliação das estruturas do periápice dentário. Na especialidade de periodontia, as radiografias de eleição utilizadas como exame por imagem eram até então as periapicais e as interproximais, porém com o surgimento da TCFC, estudos vêm sendo realizados para determinar as vantagens desta modalidade de tomografia em relação às radiografias comumente utilizadas, que apresentam uma imagem bidimensional de uma complexa estrutura anatômica tridimensional, tornando difícil, por exemplo, determinar-se o número de paredes envolvidas de uma doença periodontal com precisão, ou a profundidade de um defeito ósseo. Objetivo deste trabalho é demonstrar uma recente e importante aplicação da TCFC nas especialidades odontológicas de endodontia e periodontia, contribuindo para a solução de casos difíceis somente pelas técnicas convencionais. PC002 [256] ACURÁCIA DAS IMAGENS POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA COMPARADAS COM A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA PARA O PLANEJAMENTO DE IMPLANTES DENTÁRIOS. ALEXANDRE PEREZ MARQUES1; MARCELO FREITAS DE AGUIAR2; ANTONIO CARLOS PIRES CARVALHO3; MARCELO GUSMÃO PARAÍSO CAVALCANTI4. 1.UNIVERSIDADE GAMA FILHO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA, PETRÓPOLIS, RJ, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Vários técnicas radiográficas podem ser utilizadas para o planejamento de implantes dentários. Com destaque à TC, pois apresenta alta resolução e possibilidade de medidas da altura e espessuras ósseas. Como alternativa à TC, temse sugerido as imagens por ressonância magnética(IRM), pois não utiliza radiação ionizante e também fornece tais medidas, além de não apresentar artefatos metálicos, servindo como uma alternativa satisfatória nestes casos. O objetivo deste foi, avaliar a precisão das IRM comparadas com a TC para o planejamento de implantes dentários em relação às medidas ósseas. Cinco mandíbulas secas foram submetidas à exames de IRM e TC. Cada mandíbula tinha 3 72 sítios demarcados. As imagens foram enviadas para 4 dentistas radiologistas medirem a altura óssea nas áreas demarcadas. Foram feitas medidas nas mandíbulas secas nas mesmas áreas. As medidas obtidas em IRM e TC foram comparadas com as das mandíbulas secas utilizando-se o teste de ANOVA. As diferenças entre as medidas obtidas das mandíbulas secas e as dos exames de IRM e TC variaram de 0,13 a 1,67mm, com 10 sítios sendo sobre-estimados nos exames de IRM e 5 sítios sendo sob-estimados. As diferenças entre as medidas dos exames de IRM e TC variaram de 0,03 a 1,00mm, com 9 sítios dando maior valor nos exames de IRM, e 6 sítios dando maior valor nos exames de TC. Não houve diferenças estatisticamente significantes entre os 3 grupos de medidas(p=0.98). As IRM, quando comparadas com a TC, mostraram ser confiáveis em relação às medidas ósseas para o planejamento de implantes dentários. PC003 [258] ASPECTOS IMAGINOLÓGICOS DA PERIOSTITE OSSIFICANTE. ALYNNE VIEIRA DE MENEZES1; DANIELA PITA DE MELO2; IEDA CRUSOÉ REBELLO3; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA4; PAULO SERGIO CAMPOS FLORES5. 1.UNICAMP/FCRS, PIRACICABA/FORTALEZA, SP, BRASIL; 2,4.UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 3,5.UFBA, SALVADOR, BA, BRASIL. A Periostite Ossificante, também denominada Osteomielite de Garrè é caracterizada pela formação de osso periférico com reação periosteal em resposta à uma inflamação. Clinicamente o processo reativo é explicado por um aumento de volume, firme à palpaçäo, e a subseqüente assimetria facial as quais o paciente pode apresentar. A lesão é usualmente assintomática sem acometimento geral e sinais locais de inflamação, embora o quadro clínico possa variar amplamente. A baixa virulência da infecçäo e a alta resistência do paciente provocam uma reaçäo do tecido ósseo caracterizada pelo espessamento localizado do periósteo com um depósito reativo de osteóide e nova cortical óssea. As radiografias apropriadas apresentam então laminações radiopacas do osso resultando em um aspecto lamelar de contornos regulares ou mesmo com duplicaçäo da cortical, sugerindo aspecto de “casca de cebola”. Tendo em vista a dificuldade na angulação apropriada e problemas relacionados à sobreposição do osso subjacente, a tomografia computadorizada tem provado ser um exame por imagem consistente na demonstração da Periostite Ossificante. Temos como objetivo apresentar um caso de Periostite Ossificante em um paciente de 13 anos, sexo masculino com queixa de aumento de volume na região posterior de mandíbula do lado esquerdo. O paciente relatava sensibilidade dolorosa ao toque e seus gânglios apresentavam-se enfartados, embora não se observasse sinais de supuração. No exame de tomografia computadoriza observou-se o aumento da cortical óssea, da espessura da mandíbula e a neoformação óssea periosteal. A biópsia óssea foi executada e a amostra enviada para avaliação histológica confirmando o diagnóstico de Periostite Ossificante. PC004 [266] ADENOCARCINOMA DE MAMA MIMETIZANDO SINAIS E SINTOMAS DE DESORDEM TEMPOROMANDIBULAR- RELATO DE CASO. ALYNNE VIEIRA DE MENEZES1; DANIELA PITA DE MELO2; LUCIO MITSUO KURITA3; FRANCISCO HAITER NETO4; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA5; FLAVIA MARIA MORAES Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica RAMOS-PEREZ6. 1.UNICAMP/FCRS, PIRACICABA/FORTALEZA, SP, BRASIL; 2,4,5.UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 3.UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL. O diagnóstico de disfunção temporomandibular (DTM) representa um desafio para o cirurgião-dentista, uma vez que uma grande variedade de alterações como musculoesqueletais, dentais, inflamatórias e neoplásicas podem manifestar-se com sintomatologia na articulação temporomandibular (ATM). Os sinais/sintomas mais frequentes incluem edema periauricular, sons articulares, mobilidade mandibular limitada, dor, desvio de abertura entre outros. Infelizmente, esses sintomas podem aparecer associados a outras patologias mais comuns que envolvem a ATM tais como desarranjo interno, dor miofacial, artralgia, injúrias traumáticas, etc. Não é incomum observar pacientes que reclamam do que parece ser uma DTM, mas que na realidade sofrem de uma doença sistêmica, infecção dentária ou neoplasia. Embora metástases na região de cabeça e pescoço sejam infrequentes, devem ser sempre consideradas no diagnóstico diferencial dessas alterações. O presente relato descreve um caso de paciente com lesão metastática localizada na mandíbula originada de um adenocarcinoma mamário, inicialmente diagnosticado como tendo DTM. A lesão foi primeiramente observada por um radiologista em uma radiografia panorâmica o que demonstra o papel importante do cirurgião-dentista no diagnóstico de metástases na cavidade oral, bem como suspeitar de tumores primários ocultos, podendo melhorar a sobrevida dos pacientes. PC005 [242] INTERPRETAÇÃO RADIOGRÁFICA DE LESÕES NOS MAXILARES POR ALUNOS DE ODONTOLOGIA DA UFPB. AMANDA MARIA MEDEIROS ARAÚJO1; AMARO LAFAYETTE NOBRE FORMIGA FILHO2; ANDRÉA DOS ANJOS PONTUAL3; MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL4. 1.FOP/UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,4.UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 3.FOP/UPE, RECIFE, PE, BRASIL. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a interpretação em radiografias panorâmicas de lesões nos maxilares, por alunos do curso de graduação em Odontologia. Fizeram parte da amostra, 32 alunos os quais foram divididos em: grupo I, constituído por 8 alunos do sexto e 8 alunos do sétimo períodos; e grupo II, por 8 alunos do nono e 8 alunos do décimo períodos. Cada aluno avaliou 23 imagens digitalizadas de radiografias panorâmicas. Os grupos I e II apresentaram índices de acertos quanto à alteração, sensibilidade e especificidade de 88,9%, 94% e 83%; e, 91,6%, 91%, e 81%, respectivamente. Para a localização das avaliações verdadeiro-positivas, o grupo II obteve maior percentual de acertos (81,5%) que o grupo I (79,3%). Houve menor índice de acertos das avaliações verdadeiro-positivas na região anterior da maxila. Em relação ao diagnóstico das avaliações falso-positivas, a região ântero-inferior e o cisto radicular foram os mais selecionados. Levando-se em consideração o percentual de acertos quanto ao diagnóstico das avaliações verdadeiro-positivas quanto à localização, o índice de acertos foi 51,1% no grupo I e, 50,3% no grupo II. A displasia cemento-óssea periapical, cisto dentígero e cisto de Stafne, foram as alterações mais corretamente interpretadas, enquanto que o ameloblastoma unicístico, o menos. Concluiu-se que os grupos de alunos apresentam índices satisfatórios e competências semelhantes na interpretação de radiografias panorâmicas. A região anterior e posterior de mandíbula é a mais passível de diagnóstico falso-positivo. PC006 [238] DENS IN DENTE EM PRÉ MOLAR INFERIOR: RELATO DE RARO CASO UTILIZANDO A TCFC PARA DEFINIÇÃO DO DIAGNÓSTICO. AMANDA MARIA MEDEIROS ARAÚJO1; FLAVIA MARIA MORAES RAMOS-PEREZ2; FREDERICO SAMPAIO NEVES3; MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL4; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA5. 1,2,3,5.FOP/UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 4.UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Dens in dente também conhecido como dente invaginado é uma má formação de desenvolvimento dos dentes que pode ocorrer quando o esmalte sofre invaginação antes que a calcificação seja completada. Pode ocorrer em qualquer dente permanente, mas os mais afetados são os incisivos laterais superiores, seguido dos incisivos centrais superiores; sendo raro em dentes mandibulares posteriores. Seu diagnóstico pode ser feito por meio do exame radiográfico até mesmo antes da sua erupção, sendo importante para a prevenção de cárie, infecção e da perda prematura do dente. Devido a sua forma variada e complexa, esta anomalia pode causar dificuldades no diagnóstico e plano de tratamento. O objetivo deste trabalho é apresentar um raro caso de dens in dente na região do dente 44, em uma paciente de 16 anos que procurou uma Clínica de Radiologia para realização de exames de rotina. Na radiografia panorâmica observou-se uma alteração na forma do dente 44 e presença de lesão periapical. Radiografias periapicais e oclusal foram feitas onde foi possível notar uma malformação que se extendia do terço cervical coronário ao ápice radicular, com provável envolvimento da câmara pulpar e canal radicular, além de lesão periapical. Para melhor avaliação, foi solicitada uma tomografia computadorizada de feixe cônico que permitiu a visualização clara da forma do dente invaginado e de osteólise em toda a região do ápice dental. Conclui-se que a TCFC é fundamental para o diagnóstico de alterações morfológicas nos dentes, além de fornecer informações precisas a respeito de extensões de lesões periapicais. PC007 [209] ESTUDO TOMOGRÁFICO DA HEMIHIPERTROFIA CONGÊNITA. ANAMARIA LIMA LARANJEIRA1; LUÍS ANTÔNIO NOGUEIRA SANTOS2; HERCÍLIO MARTELLI JÚNIOR3; ROSELI TEIXEIRA MIRANDA4; LETÍZIA MONTEIRO BARROS5. 1.CLINICA PARTICULAR, MONTES CLAROS, MG, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, MONTES CLAROS, MG, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS, MONTES CLAROS, MG, BRASIL; 4,5.UNIVERSIDADE DE ALFENAS, ALFENAS, MG, BRASIL. A hemihipertrofia congênita, hemimacrossomia, gigantismo parcial ou hemihiperplasia são termos que definem uma condição de origem congênita que manifesta de maneira esporádica caracterizando-se pelo crescimento unilateral dos tecidos moles, ósseos e dentes da face. Paciente de 8 anos acompanhado de sua mãe procurou a Universidade de Odontologia de Alfenas com a queixa de “crescimento anormal da maxila do lado direito”. A mãe relatou durante a anamnese que o crescimento facial da criança foi normal até os dois anos de idade, que a mesma é fruto de casamento consangüíneo, porém seus pais e os três outros irmãos são clinicamente normais. Ao exame extra-oral foi possível observar a expansão óssea do lado direito estendendo-se até a região mediana submandibular não sendo observado linfadenopatia ou outra alteração nas demais partes do corpo. Ao exame intra-oral foi possível observar o crescimento ósseo associado aos tecidos que apresentavam aparência cianótica, firme, densa e fibrosa. No exame radiográfico 73 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica panorâmico observamos algumas agenesias maxilares e a assimetria mandibular. Para melhor avaliação da deformidade facial foi solicitado tomografia computadorizada as imagens axiais e coronais mostraram o crescimento irregular associado ao aumento da densidade do lado direito das seguintes estruturas osso esfenóide, arco zigomático, osso zigomático, osso occipital, esfenóide e cabeça da mandíbula, não sendo encontrada nenhuma alteração cerebral, porém, os ossos pariental e frontal mostraram-se hiperplásicos. O diagnóstico final foi de hemihipertrofia congênita. PC008 [231] CONTEXTO ATUALIZADO DAS AFECÇÕES MAXILOMANDIBULARES. ANDRÉ BANDEIRA LERNER; REGINA LUCIA SEIXAS PINTO; MARIANNA GUANAES GOMES TORRES; FELIPE DA GAMA LOBO LORENS. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, SALVADOR, BA, BRASIL. Considerado por estudiosos como um procedimento a ser desvendado, o diagnóstico por imagem envolve a interpretação ou a visualização dos sinais que, a partir do conhecimento do aspecto atual, podem-se identificar as alterações e sugerir o tipo de lesão e doença. Consequentemente, diagnosticar é reconhecer uma determinada doença ou lesão, onde, perceber a doença e as limitações dos diversos tons existentes, distinguindo os aspectos de normalidade das estruturas anatômicas com suas frequentes variantes, e as condições patológicas que afetam o complexo craniofacial é condição sinequanon para o especialista da área. Devido à maioria das lesões apresentarem características similares e uma mesma entidade apresentar aspectos distintos, os detalhes e peculiaridades de uma imagem, ou seja, local onde se situa, como se desenvolve, extensão, forma, contorno, densidade, estrutura interna, efeitos que causam às estruturas adjacentes, relacionadas à idade e a etnia do indivíduo, proporcionam o reconhecimento dos padrões específicos conduzindo o profissional a estabelecer semelhanças e diferenças entre eles. Dessa maneira, o objetivo desse trabalho é realizar uma revisão de literatura sobre os diversos aspectos encontrados em diferentes afecções que acometem o complexo maxilomandibular, evidenciando o papel da Radiologia e Imagenologia na elaboração de um diagnóstico diferencial. PC009 [248] HIPERPLASIA DA CABEÇA DA MANDÍBULA EM PACIENTE ORTODÔNTICO ADULTO – RELATO DE CASO. ANDREA KUROIVA YANIKIAN1; FABIO YANIKIAN2; FLAVIO S W FERRAZ3; FRAB NORBERTO BÓSCOLO4. 1.FOP- UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2.FOUSP, SAO PAULO, SP, BRASIL. Paciente, masculino 20 anos de idade, feoderma, procurou tratamento ortodôntico devido à presença de apinhamento dentário. Na radiografia panorâmica inicial, observou-se taurodontismo nos dentes 16, 26, 37, 46 e 47, impacção do dente 13, retenção do dente 63 e ausência do dente 36. Clinicamente, o paciente apresentava mordida aberta anterior e padrão esquelético Classe III. Iniciou-se o tratamento ortodôntico, com interrupção do mesmo por um período aproximado de 2 anos. Quando o paciente retornou apresentava alteração da oclusão, desvio da linha média para o lado esquerdo, além de assimetria facial pronunciada. Realizaram-se novos exames radiográficos, constatando aumento da cabeça da mandíbula do lado direito, com diagnóstico presuntivo de hiperplasia da cabeça da mandíbula. O tratamento de eleição foi o tratamento 74 ortodôntico combinado com cirurgia ortognática e condilectomia. A hiperplasia da cabeça da mandíbula é uma anomalia de desenvolvimento mais comum em indivíduos do sexo masculino, e descoberta, na maioria dos casos, até os 20 anos de idade. PC010 [252] AVALIAÇÃO DOS RECURSOS DE MENSURAÇÃO EM DIFERENTES SISTEMAS DE RADIOGRAFIA DIGITAL. ANGELICA MARIA HERNANDEZ; TIAGO GORGULHO ZANET; MARLENE FENYO-PEREIRA. FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Introdução: Os avanços na área de radiologia digital proporcionam novas informações e aplicações de seus sistemas, tornando-se assim ferramenta indispensável para a comunicação entre profissionais e pacientes. Objetivos: Comparar o grau de precisão das ferramentas de mensuração e a influência da posição e do tamanho do padrão de calibração em radiografias realizadas na maxila, por meio de três sistemas de radiografia digital. Métodos: Para obtenção do Padrão Ouro (PO) retirou-se 10 segundos pré-molares superiores, mediu-se a distância ocluso-apical com um paquímetro digital e depois reposicionados. Para padronizar as radiografias utilizou-se posicionadores radiográficos e uma base de poliéster, na qual foi colocada dois padrões metálicos medindo 5mm(PA) e 10mm(PB), fixadas em posição vertical. Utilizou-se três sistemas de radiografia digital (VistaScan, Visualix e KodaK5000) para a captura e seus softwares para realizar as medidas. Quatro observadores realizaram as medidas. Utilizou-se ANOVA seguida de Tukey a 5%. Resultados: Houve diferença estatística significante em relação ao tamanho e a localização do padrão de calibração. Padrão disposto sobre SD, houve diferença estatística significante entre SCxPA (p=0,021); com o padrão disposto sobre PR em comparações múltiplas POxPA, SCxPA, SCxPB (p=0,001). O VistaScan apresentou diferença significativa para a localização sobre a PR em POxSC (p=0,0003). O Visualix apresentou diferença significativa para a localização sobre a PR em POxPA(p=0,0014). Não houve diferença estatística significante entre os quatro observadores. Conclusão: O tamanho e a localização do padrão metálico interferem nos valores das mensurações. O Kodak5000 foi o que obteve as medidas mais próximas ao padrão ouro. PC011 [191] SINUSOPATIAS INFLAMATÓRIAS CAUSADAS POR LESÕES ENDO-PERIODONTAIS EXAMINADAS PELA TCFC. BERNARDO CAMARGO DOS SANTOS1; FELIPE FERREIRA COSTA2; CLAUDIA TORRES COSCARELLI3. 1,3.BYOIMAGEN, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2.USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. A polpa dentária possui uma estreita relação com o periodonto. Quando o processo infeccioso ocorre simultaneamente na polpa e no periodonto, entende-se por lesão endo-periodontal. O sucesso do tratamento desta patologia está relacionado diretamente à sua identificação precoce. Por este motivo, o exame clínico e radiográfico tem determinante importância. Devido à proximidade das raízes dos dentes superiores posteriores com o seio maxilar, em determinados casos, é possível observar o rompimento da fina membrana sinusal e a conseqüente sinusopatia inflamatória. O objetivo deste trabalho é demonstrar, através de casos clínicos, a ocorrência de sinusopatias inflamatórias causadas por lesões endo-periodontais em exames realizados pela Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico (TCFC). Segundo Mehra e Jeong (2009), 10 a 12% dos casos de sinusopatias teriam etiologia odontogênica e isto se deve ao estreito relacionamento entre os dentes superiores posteriores e o seio maxilar e a consequente invasão Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica bacteriana das infecções de origem dentária. Huang e Brunsvold (2006) relatam, através de um caso clínico, a importância do exame tomográfico na avaliação da comunicação buco-sinusal provocada por um defeito ósseo na região de molares superiores submetidos à terapia periodontal. Em seu estudo, Lofthag-Hansen (2007) constatou que o diagnóstico de lesões que se expandem ao seio maxilar foram 13 em radiografias convencionais e 18 na TCFC. Conclusão: As imagens tridimensionais geradas pela TCFC auxiliam o radiologista no diagnóstico da extensão de lesões endo-periodontais e sua relação com o seio maxilar adjacente. obtenção dos fatores envolvidos nas razões avaliadas. A marcação dos pontos foi realizada em dois tempos, num intervalo de 30 dias, a fim de avaliar o erro intra-examinador. Após análise estatística por meio do teste t de Student e t pareado, comparando-as ao número áureo 1,618, as razões Or-Me/Co-Go, Pog-Op/Or-Me e Pog-Op/Enp-Op não diferiram estatisticamente antes e depois do tratamento protético. As razões Or-Me/Ena-Enp, Or-Me/N-Ena, Or-Me/Op-N e N-Me/EnaMe diferiram estatisticamente, sendo a última de forma favorável, ou seja, aproximou-se ao número áureo após o tratamento por próteses totais. PC012 [216] LINFOMA MIMETIZANDO LESÃO PERIAPICAL: RELATO DE CASO. BRUNO AUGUSTO BENEVENUTO DE ANDRADE; RENATO NICOLÁS HOPP; VICTOR HUGO TORAL- RIZO; JACKS JORGE; MÁRCIO AJUDARTE LOPES. FOP-UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL. Linfomas são tumores malignos do sistema linfóide, especialmente de linfócitos e células precursoras. O tempo linfoma maligno é reservado para processos neoplásicos que se apresentam inicialmente como lesões localizadas e são caracterizadas por tumores nodulares grosseiros. Relatamos o caso de um paciente do gênero masculino, 39 anos de idade, leucoderma, que procurou o consultório odontológico particular para tratamento periodontal. Durante a anamnese relatou estar em odontológico há aproximadamente 1 ano. Nesse período haviam sido realizadas endodontias dos dentes 41,42 e 43 e apicectomia na região do dente 43. Ao exame clínico foi observado aumento de volume na face vestibular do rebordo alveolar, região dos dentes ântero-inferiores, de duração desconhecida. O exame radiográfico demonstrou alterações no trabeculado ósseo em mandíbula, na região de incisivos a molares do lado direito. Foi realizada biópsia incisional que definiu o diagnóstico como linfoma, confirmado por meio de reações imunoistoquímicas com os anticorpos CD3, CD20, CD45Ro, CD79a e Ki-67. A alta taxa de positividade para Ki-67 e marcação positiva para CD20, adicionalmente às demais características, especificaram a lesão como linfoma não-Hodgkin de grandes células B de alto grau. O paciente está em tratamento com RCHOP (rituximab, ciclofosfamida, adriamicina, vincristina e prednisona) em um centro de referência em Hematologia. PC014 [184] ACHADOS INCIDENTAIS EM RADIOGRAFIA PANORÂMICA E TOMOGRAFIA DE FEIXE CÔNICO. MARIELA SIQUEIRA GIAO DEZOTTI1; CÁSSIA MARIA FISCHER RUBIRA2; PAULO SERGIO PERRI DE CARVALHO3; LUIZ EDUARDO CHINELLATO 4 ; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN5. 1,3.USP -FOB, BAURU, SP, BRASIL; 2._, BAURU, SP, BRASIL; 4,5.USP-FOB, BAURU, SP, BRASIL. Devido ao crescente uso das radiografias panorâmicas e tomografia de feixe cônico para planejamento de implantes seria esperado um número maior de achados incidentais de alterações ósseas e anatômicas. A radiografia panorâmica muitas vezes sugere alterações, mas devido a sua projeção bidimensional, nem sempre é possível a confirmação desse achado. A tomografia de feixe cônico por oferecer uma visão tridimensional elucida muitas vezes as dúvidas levantadas na interpretação das radiografias panorâmicas Naqueles casos que o paciente possua os dois exames em seu arquivo, é possível se fazer uma comparação entre ambos, assim sendo, favorece o radiologista na sua interpretação final. Esse caso clínico oferece a interpretação radiográfica de ambos os exames de arquivo do mesmo paciente, onde foi encontrado: depressão medial da mandibular bilateralmente, esclerose óssea, tonsilólito, variação do processo estilóide, raiz residual, relação terceiro molar não-irrompido com o canal mandibular. A tomografia de feixe cônico permitiu a visualização tridimensional e a confirmação das variações sugeridas na radiografia panorâmica. PC013 [214] PROPORÇÃO ÁUREA EM RADIOGRAFIAS CEFALOMÉTRICAS LATERAIS: AVALIAÇÃO EM INDIVÍDUOS EDÊNTULOS ANTES E DEPOIS DO TRATAMENTO POR PRÓTESES TOTAIS. CAROLINA BACCI COSTA; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO; EDMUNDO MEDICI-FILHO; PATRÍCIA SUPERBI LEMOS MASCHTAKOW; SIMONE MARIA RAGONE GUIMARÃES. UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL. O propósito neste estudo foi avaliar razões para verificação da proporção áurea entre estruturas ósseas do crânio e face de indivíduos edêntulos, antes e depois do tratamento por próteses totais. Foram utilizadas 60 radiografias cefalométricas laterais de 30 indivíduos desdentados totais bimaxilares, tratados na Disciplina de Prótese Total da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos UNESP. A técnica radiográfica foi realizada em um único aparelho, pelo mesmo operador, sendo: a primeira radiografia sem as próteses em posição de repouso fisiológico e a segunda com as próteses totais em oclusão cêntrica. As radiografias foram digitalizadas e com o auxílio do programa de computador Radiocef Studio 2 (Radiomemory, Belo Horizonte, Brasil), foi possível criar uma nova análise cefalométrica para a marcação dos pontos cefalométricos e PC015 [157] RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS X OSTEOPOROSE. CASSIA TIEMI FUKUDA1; VALÉRIA GONDIM2; EMIKO SAITO ARITA 3 ; ROSA RODRIGUES PEREIRA 4 ; GIUSEPPE ALEXANDRE ROMITO5. 1.FACULDADE DE ODONTOLOGIA-USP, SAO PAULO, SP, BRASIL; 2,4.FAC. ODONTOLOGIA- USP, SAO PAULO, SP, BRASIL; 3.FAC. MEDICINA -USP, SAO PAULO, SP, BRASIL; 5.FAC. ODONTOLOGIA-USP, SAO PAULO, SP, BRASIL. Alterações morfológicas mandibulares detectadas em radiografias panorâmicas podem ser úteis na identificação de mulheres com baixa densidade óssea ou osteoporose. Objetivo: Este estudo de diagnóstico transversal tem como objetivo: a) avaliar a acurácia de dois parâmetros radiográficos (morfologia da cortical mandibular – MCM e espessura da cortical mandibular - ECM) como meio auxiliar no diagnóstico de mulheres portadoras de osteoporose e b) avaliar a associação da osteoporose com características sóciodemográficas e médicas. Métodos: 110 mulheres (57.96±4.76 anos) responderam ao questionário médico e odontológico.Realizaram a radiografia panorâmica com o aparelho Kodak 8000 Digital Panoramic System e as medidas lineares foram realizadas com o software RadioImp. O exame de densitometria óssea (DXA), adotado com padrãoouro, foi realizado no Departamento de Reumatologia da Faculdade de Medicina da USP com o aparelho Discovery Hologic Inc. Bedford, MA, USA. A calibração intra e inter 75 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica examinador dos dois avaliadores radiográficos, cegos para o resultado do DXA, foi satisfatória (0.878 e 0.891). Resultados: 25.8% da amostra apresentaram osteoporose de acordo com o DXA. Os valores de Sensibilidade (Se), Especificidade (Sp) e Acurácia(A) obtidos para a MCM foram: 58.33(49.12- 67.55)%, 91.86(86.75-96.97)% e 77.71%, enquanto os valores para ECM foram 50.00(39.78-60.22)%, 91.25(85.48-97.02)% e 69.28%, respectivamente. As variáveis: anos de menopausa e idade apresentaram associação com a osteoporose (p<0,05). Conclusão: O parâmetro radiográfico MCM apresentou melhor acurácia como meio auxiliar na identificação de mulheres osteoporóticas. O envelhecimento e o aumento de tempo de menopausa agravam a probabilidade da presença de osteoporose na mulher. PC016 [234] AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MEIOS DE DIGITALIZAÇÃO DE RADIOGRAFIAS NA AVALIAÇÃO DE CÁRIES PROXIMAIS. CHRISTIANO OLIVEIRA-SANTOS; CLÁUDIO ROBERTO GAIÃO XAVIER; MARCELO LUPION POLETI; ANA CLAUDIA ARAÚJO; ANA LÚCIA ÁLVARES CAPELOZZA. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU, BAURU, SP, BRASIL. Cinqüenta e seis dentes extraídos foram radiografados com filme Kodak Insight em aparelho de raios X Yoshida Kaycor, operando com 70kV e 7mA, com tempo de exposição de 0,40s. As radiografias obtidas foram digitalizadas pelos escâneres CanonScan e Genius ColorPage, e máquinas fotográficas digitais Canon Powershot G2, CanonRebelXT, Nikon Coolpix 8700 e Nikon D70s, nos formatos JPEG e TIFF. As imagens obtidas foram então avaliadas por três examinadores em duas sessões de observação. Os dentes foram então seccionados e observados ao microscópio em luz polarizada com aumento de 10x, para a verificação da presença e profundidade da lesão de cárie. A probabilidade de não diagnóstico variou de 1,34% (filme insight) a 52,83% (Escaner CanonScan/JPEG). A sensibilidade variou de 0,24 (Canon RebelXT/JPEG) a 0,53 (filme insight), a especificidade de 0,93 (Nikon Coopix/JPEG; Canon Powershot/TIFF; Canon RebelXT/JPEG e TIFF) a 0,97 (Escâner CanonScan/TIFF e JPEG), e a acurácia variou de 0,82 (Canon RebelXT/JPEG) a 0,91 (Escâner CanonScan/ JPEG). Os formatos em que foram salvas as imagens não influenciaram o desempenho no diagnóstico de cárie para qualquer equipamento usado. O Escâner CanonScan apresentou o pior desempenho e não se mostrou adequado para digitalização de radiografias para o diagnóstico de lesões de cárie. PC017 [240] TALASSEMIA: CARACTERÍSTICAS CLINICAS E RADIOGRÁFICAS DE INTERESSE ODONTOLÓGICO. CIBELLE GIL; KARINA CECILIA PANELLI SANTOS; FELIPE PAES VAROLI; MARCELO EDUARDO PEREIRA DUTRA; JEFFERSON XAVIER DE OLIVEIRA. FOUSP, SP, SP, BRASIL. A talassemia é um tipo de anemia hereditária que afeta mais indivíduos nascidos ou descendentes de países banhados pelo Mar Mediterrâneo, como Itália e Grécia. A doença provoca alterações na formação da hemoglobina, e apresenta dois quadros clínicos distintos: a talassemia “maior” e a talassemia “menor”. Suas manifestações clínicas e radiográficas podem ser observadas pelo cirurgião-dentista. Neste relato de caso são discutidas as alterações observadas na radiografia panorâmica de uma paciente com talassemia diagnosticada por meio de exame hematológico . PC018 [241] MANIFESTAÇÃO DA ARTRITE PSORIÁTICA NA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: CARACTERÍSTICAS 76 IMAGINOLÓGICAS. CIBELLE GIL1; KARINA CECILIA PANELLI SANTOS2; MARCELO EDUARDO PEREIRA DUTRA 3; MARCELO MARCUCCI 4; JEFFERSON XAVIER DE OLIVEIRA5. 1,2,3,5.FOUSP, SP, SP, BRASIL; 4.HOSP. HELIOPOLIS, SP, SP, BRASIL. A artrite psoriática é uma artropatia crônica de etiologia e patogênese não totalmente esclarecidas que, embora rara, pode acometer a articulação temporomandibular. É definida como psoríase associada com artrite inflamatória, erosiva e crônica, a qual é soronegativa para o fator reumatóide. A artrite psoriática pode se apresentar por diversos padrões de envolvimento articular com graus variados de severidade, seguido um curso desde uma leve sinovite a uma artropatia erosiva progressiva. A elaboração do diagnóstico diferencial pode ser um desafio, uma história detalhada do paciente e seu exame físico geral são de extrema importância para se chegar ao diagnóstico, e devem ser considerados quando da avaliação das imagens das lesões articulares. O uso da tomografia computadorizada no diagnóstico de artrite psoriática deve fazer parte da rotina de avaliação. A ressonância magnética, o ultra-som e a cintilografia têm papel importante no diagnóstico precoce da artrite psoriática na articulação temporomandibular e no monitoramento da evolução da doença, podendo indicar inclusive a alteração do seu tratamento. Contudo, conclui-se que a artrite psoriática envolvendo a articulação temporomandibular tem como características a dor e a limitação funcional, causando destruição progressiva dos componentes ósseos e teciduais articulares, claramente indicada em exames imaginológicos. Sendo assim, a ressonância magnética assume papel fundamental no diagnóstico, monitoramento da evolução da doença e na orientação quanto ao seu tratamento. PC019 [203] DOCUMENTAÇÃO ORTODÔNTICA 3D COMO PROTOCOLO, NOS CASOS DE CANINOS SUPERIORES RETIDOS. CIDNEY HIROAKI CATO1; BEATRIZ MORAES LUCENTINI2; PATRÍCIA TAKAHAMA 3 ; PATRÍCIA SUPERBI LEMOS MASCHTAKOW4; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO5. 1,3,4,5.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL; 2.ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE CIRURGIÕES DENTISTAS REGIONAL SAÚDE, SÃO PAULO, SP, BRASIL. A precisão do diagnóstico é de grande importância para identificação de uma patologia e na elaboração do plano de tratamento, seja ele ortodôntico ou cirúrgico. O objetivo deste trabalho é demonstrar que a adoção como protocolo de documentação ortodôntica 3D, nos casos de caninos superiores retidos refina e facilita o diagnóstico e plano de tratamento. É definido como canino retido aquele que após a época normal de erupção, não se encontra no arco dentário, e não apresenta mais potencial de irrupção, pois sua raiz está totalmente formada. Tem etiologia multifatorial, com prevalência de 1 a 2% da população, em 75 a 95% dos casos ocorre unilateralmente, está por palatino em 60 a 80% dos casos e manifesta-se duas a três vezes mais freqüente no sexo feminino. O caso clínico apresentado pertence a um indivíduo do sexo masculino, 12 anos de idade que buscou tratamento ortodôntico/ortopédico. Na radiografia panorâmica inicial foram observados os caninos superiores retidos bilateralmente e imagem radiolúcida circunscrita na região do dente 13, sugerindo a presença de cisto dentígero. Foi realizada cirurgia para remoção do cisto e tratamento com ortopedia funcional dos maxilares para ganho de espaços para os caninos superiores e melhora no relacionamento das bases ósseas. Novas radiografias foram feitas para controle e se observou que os caninos se apresentavam em Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica uma posição mais superior e horizontal em relação à radiografia inicial e presença de cisto dentígero ao redor da coroa do dente 23. Com esses achados torno-se evidente a necessidade de um exame mais detalhado, para isso foi solicitado tomografia computadorizada por feixe cônico, neste exame confirmou-se a presença do cisto na região do dente 23 além de recidiva do cisto do dente 13. Conclui-se que a solicitação de documentação ortodôntica 3D como protocolo, nos casos de caninos superiores retidos fornece maior precisão no diagnóstico, além de poupar o paciente de exposição à radiação dos exames convencionais. PC020 [250] AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA MANIPULAÇÃO DE IMAGENS RADIOGRÁFICAS OCLUSAIS DIGITALIZADAS SUB E SUPEREXPOSTAS. CIDNEY HIROAKI CATO; PATRÍCIA TAKAHAMA; PATRÍCIA SUPERBI LEMOS MASCHTAKOW; LUIZ CESAR DE MORAES; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO. FOSJC - UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL. O objetivo do presente estudo foi verificar a possibilidade de se manipular imagens radiográficas digitalizadas sub e superexpostas e fazer com que as mesmas apresentem boa qualidade para interpretação e elaboração do diagnóstico radiográfico. Foram feitas 13 radiografias intrabucais oclusais totais da maxila (Kodak Insight 57mm x 76mm) em um crânio seco submetido a 13 diferentes tempos de exposição, variando de 0,1 a 1,6 segundos, no aparelho de raios X Gendex 765DC, operando em 65kVp, 7mA. As radiografias foram digitalizadas utilizando-se o scanner EPSON Perfection 4990 Photo, com a resolução de 300 dpi e as imagens foram salvas no formato TIFF e posteriormente manipuladas em programa de edição de imagens Adobe Photoshop CS versão 8.0.1. Foram realizadas 143 avaliações por especialistas em Radiologia Odontológica que classificaram as imagens em adequadas ou não para interpretação, os dados foram tabulados e submetidos à análise estatística do teste Z, ao nível de 5% de significância. Os resultados mostraram que as imagens subexpostas quando manipuladas foram consideradas adequadas para interpretação e elaboração de diagnóstico, o que não ocorreu com as imagens super-expostas. Observou-se que é possível manipular imagens radiográficas digitalizadas com 75% de redução do tempo de exposição ideal e fazer com que as mesmas apresentem qualidade adequada para interpretação. No entanto, quando analisadas as imagens super-expostas a partir de 57,50% acima do tempo de exposição padrão ficaram inadequadas para interpretação e elaboração do diagnóstico. Conclui-se que é preferível realizar radiografias com um tempo de exposição menor que o preconizado, pois de acordo com os resultados deste trabalho, nenhuma das imagens subexpostas apresentou-se significativamente inadequada para interpretação. PC021 [193] PROTOCOLO DE PÓS-PROCESSAMENTO DE IMAGENS EM TCFC PARA PLANEJAMENTO DE IMPLANTES COM FIXAÇÃO ZIGOMÁTICA. CLAUDIA TORRES COSCARELLI 1 ; FELIPE FERREIRA COSTA2. 1.BYOIMAGEN, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2.USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. As fixações zigomáticas (FZ) representam uma alternativa para situações em que não existe possibilidade para emprego de técnicas de reconstrução e utilização de implantes convencionais, devido à reabsorção alveolar horizontal severa. Entretanto, este tipo de cirurgia apresenta riscos devido à complexa anatomia da região. Devido a sua característica de gerar imagens tridimensionais, a TCFC tem sido utilizada como técnica radiográfica no planejamento implantodôntico de FZ. Este trabalho tem como objetivo demonstrar, através de casos clínicos, um protocolo de pós-processamento de imagens em TCFC para planejamento de implantes com fixação zigomática. Revisão de literatura: Cavalcanti et al. (2008) propuseram um protocolo de pós-processamento de imagens em TCFC para casos de FZ baseados em imagens axiais, reconstruções coronais e parassagitais. Os autores afirmam ter determinante importância a adequada visualização do osso zigomático e o seio maxilar da região a ser manipulada cirurgicamente. Com o objetivo de minimizar os riscos e aumentar a precisão cirúrgica em casos de FZ, Xiaojun et al. (2009) apresentaram um sistema de cirurgia guiada, baseado em imagens de TC, e obtiveram uma média de desvio da distancia coronal e apical do implante, respectivamente, de 1.36+/-0.59mm e 1.57+/-0.59mm. Os autores afirmam que estes programas de navegação representam uma vantagem em relação à acurácia e confiabilidade em cirurgias de FZ. Conclusão: O sucesso do tratamento com implantes com fixação zigomática está diretamente relacionado à um adequado planejamento. Sendo assim, o radiologista deve fornecer as imagens mais adequadas para o auxílio do profissional cirurgião. PC022 [181] LOCALIZAÇÃO DE CORPO ESTRANHO EM TECIDO MOLE POR MEIO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO. CYBELLE MORI HIRAOKA; PAULA MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; SABRINA REIS ZINSLY; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO. UNESP, SAO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL. A cirurgia dos corpos estranhos é um dos capítulos mais diversificados da cirurgia Buco-maxilo-facial, fato este explicado pelos diferentes materiais e maneiras mais diversas que estes são incluídos acidentalmente no complexo maxilo-facial. Além das iatrogenias, dos projéteis por arma de fogo, punhais, facas, acidentalmente, todo e qualquer material perfurante ou contundente pode vir alojar-se nos tecidos moles ou duros da face, tais como vidro, pedras, gravetos, fragmentos dentários entre outros. Esta atipia de material e meio implica numa necessidade primaz em apurar minuciosamente a anamnese, exame clínico e exame de diagnóstico por imagem, bem como uma exploração cirúrgica meticulosa quando do atendimento aos pacientes com lesão de origem traumática na face, por mais banal que possa parecer o caso. Nesse trabalho apresentamos um caso de inclusão acidental de um braquete ortodôntico em cirurgia oral maior. Durante a cirurgia para redução da mandíbula, um braquete ortodôntico descolou do dente e caiu no traço de fratura do lado direito; não foi possível realizar a remoção do corpo estranho no mesmo ato cirúrgico. O profissional encaminhou, então o paciente para exame tomográfico investigativo.Nas imagens tomográficas foi possível localizar em altura e largura o real posicionamento do componente, otimizando o procedimento cirúrgico para remoção. PC023 [195] CARACTERÍSTICAS CRANIO FACIAIS DA DISPLASIA CLEIDO CRANIANA. CYBELLE MORI HIRAOKA; PAULA MOURA; ROBERTO HIROSHI MATSUI; FERNANDA TRAUTMANN; LUIZ CESAR DE MORAES. UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL. A Disostose Cleidocraniana DC é uma doença rara de prevalência menor que um caso por milhão. Não há predileção por raça ou sexo. O fator de transcrição RUNX2, foi identificado como o gene responsável pela DC. A doença que afeta mais mais comumente as clavículas, os ossos do crânio, os 77 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica maxilares e dentes. As bases apicais esqueletais tendem a ser tipo classe III, com maxila hipoplásica e atrésica. Palato ogival, e por vezes, apresentando fendas palatinas completas ou parciais, envolvendo os tecidos duro e mole.As características cefalométricas mais freqüentes da síndrome, são: diminuição dos ângulos palatal, mandibular, goníaco, ANB, NSBa, linha nasal ML-NL, altura superior anterior maxilar, crescimento mandibular horizontal acentuado e aumento do ângulo incisal. Este trabalho relata o caso de 2 irmãs gêmeas portadoras de displasia cleidocraniana univitelinas, caucasianas , de 21 anos e 11 meses de idade, que apresentavam quase todos os dentes permanentes inclusos. Foi realizado tratamento ortodôntico, com tracionamento de todos os dentes permanentes e preparo para posterior cirurgia ortognática. O presente trabalho visa relatar as características radiográficas crânio faciais e terapias ortodônticas para o auxilio do tratamento de pacientes portadores da síndrome. PC024 [237] CISTO LINFOEPITELIAL ACOMETENDO GLÂNDULA PARÓTIDA EM PACIENTE HIV POSITIVO. DANIEL BERRETTA ALVES1; FABRÍCIO MESQUITA TUJI2; PATRICIA QUEIROZ FEIO3. 1,3.FOP-UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2.UFPA, BELÉM, PA, BRASIL. Os cistos linfoepiteliais (CLE) são lesões incomuns que podem acometer a cavidade oral, glândula parótida e pescoço. A etiopatogenia do CLE na glândula parótida ainda não é clara. Entretanto acredita-se que pode derivar de uma atividade hiperplásica dos linfócitos intraglandulares ou pela inclusão de epitélio glandular dentro dos linfonodos intraparotídeos durante o período embrionário. Com o surgimento do HIV, vários estudos demonstraram a predileção dessa lesão pela glândula parótida de pacientes HIV positivos, apresentando uma incidência de 3-6% nesses indivíduos. A associação do CLE com o HIV ocorre mais freqüentemente na fase inicial da infecção viral, sendo raro na fase avançada da doença. O diagnóstico do CLE pode ser feito pela associação de exames de imagem como ultrasom, tomografia computadorizada e ressonância magnética com a punção aspirativa por agulha fina. Ao exame de imagem, normalmente encontraremos uma tumefação bilateral da glândula parótida, apresentando múltiplas cavidades císticas dentro da glândula ou nos linfonodos intra parotídeos. O tratamento do CLE é feito somente pela aspiração do conteúdo cístico, entretanto, no caso de persistência da dor e tumefação, a intervenção cirúrgica é necessária. O objetivo deste trabalho é relatar casos de CLE acometendo a glândula parótida de pacientes HIV positivo, analisando suas características clínicas e radiográficas. PC025 [185] CEMENTOBLASTOMA BENIGNO EM IMAGENS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM: RELATO DE UM CASO. DANIELA BRAIT SILVA LADEIRA; LETICIA RODRIGUES NERY; MATHEUS LIMA DE OLIVEIRA; FRAB NORBERTO BÓSCOLO; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA. UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL. Paciente leucoderma, do sexo masculino, 54 anos realizou uma radiografia panorâmica digital para avaliação geral. Na imagem, foi observada uma massa radiopaca, bem delimitada, medindo aproximadamente 2 cm de diâmetro envolvendo as raízes do dente 47. Para uma melhor avaliação do caso, foi realizada tomografia de feixe cônico, onde observou-se que a massa hiperdensa estava aderida às raízes do dente 47, causando reabsorção externa das mesmas, apresentando as dimensões de aproximadamente 78 2,7 cm no sentido ântero-posterior, 2 cm da base da mandíbula em direção à cortical alveolar e 1,7 cm de vestibular para lingual. Foi também observada expansão da cortical óssea lingual, sem rompimento. O diagnóstico por meio da tomografia foi de cementoblastoma. O cementoblastoma geralmente ocorre em pessoas com menos de 25 anos, muitas vezes envolvendo os molares inferiores ou premolares que apresentam vitalidade pulpar. Está associado à raiz dentária, podendo causar a sua reabsorção. De desenvolvimento lento, é assintomático com exceção dos casos em que há expansão das corticais. Radiograficamente aparece como uma massa radiopaca, bem definida, com contorno radiolúcido, que se sobrepõe à raiz do dente. Geralmente, há aparente reabsorção radicular externa, onde o tumor se une a raiz. O diagnóstico final é feito pelo exame histopatológico, mas o diagnóstico clínico é facilmente realizado, através da avaliação radiográfica. Devido à idade do paciente e a ele não apresentar sintomatologia, foi proposto o acompanhamento da lesão. O paciente encontra-se em proservação há 18 meses e não houve alteração do quadro clínico. PC026 [154] TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA MULTIDETECTOR PARA IMPLANTES: DOSIMETRIA E QUALIDADE DE IMAGEM. DANIELA PITA DE MELO1; JANAÍNA ARAÚJO DANTAS2; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA 3; FRAB NORBERTO BÓSCOLO4; PAULO SERGIO CAMPOS FLORES5. 1.FOP/ UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,3,4,5.FOP/ UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL. A Tomografia Computadorizada (TC) é utilizada no planejamento de implantes, porém, seu uso acarreta exposição demasiada à radiação X. Com o advento da TC multidetector (TCMD), é possível adquirir exames que permitem excelentes reconstruções multiplanares. Ainda não se sabe o efeito de protocolos de baixa dose na qualidade das imagens de TCMD para o planejamento de implantes. Este estudo avaliou a influência da dose de exposição na qualidade da imagem de TCMD pré-implantes. Foram obtidas imagens de TCMD de mandíbula, utilizando quatro protocolos de aquisição: 300, 200, 100 e 60 mA. As imagens foram avaliadas por 3 observadores, que atribuíram notas de 0 a 3 para itens relacionados a visualização de estruturas anatômicas e a aceitabilidade das imagens para o planejamento de implantes. Um avaliador realizou medidas de altura e espessura óssea implantar, nos diferentes protocolos. Os resultados demonstraram que o protocolo de 60 mA apresentou uma redução de dose de 80%. As imagens apresentaram desempenho semelhante nos quesitos de visualização do canal da mandíbula, qualidade da imagem e aceitação para o planejamento de implantes. As imagens de 100 mA, foram as melhores para a determinação das corticais do canal da mandíbula e das corticais superior e inferior da mandíbula. As medidas de altura e espessura óssea implantar não apresentaram diferença estatisticamente significativa comparadas ao padrão ouro. Dessa forma, conclui-se que é possível obter uma redução de dose de até 80%, e ainda assim produzir imagens de boa qualidade para o planejamento de implantes. PC027 [210] FIBROMA OSSIFICANTE: RELATO DE UMA SÉRIE DE CASOS. DÉBORA DE MELO TÁVORA1; FLAVIA MARIA MORAES RAMOSPEREZ2; JOSÉ DIVALDO PRADO3; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA4; DANYEL ELIAS CRUZ PEREZ5. 1,2,4.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 3.HOSPITAL A. C. CAMARGO, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 5.UNIVERSIDADE DE Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica RIBEIRÃO PRETO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL. O fibroma ossificante é uma neoplasia benigna intra-óssea bem delimitada, que ocorre com mais frequência na mandíbula de pacientes durante a terceira e quarta décadas de vida. O objetivo deste trabalho é relatar 6 casos de fibroma ossificante central (FOC), descrevendo as características clínicas, radiográficas e histopatológicas. Entre 1996 e 2008, 6 casos de FOC oriundos de um Laboratório de Patologia Bucal foram estudados. Os dados clínicos foram coletados dos formulários de encaminhamento das lesões arquivados no Laboratório e as lâminas histológicas para confirmação do diagnóstico. Dos 6 casos, 3 ocorreram em homens e 3 em mulheres, com uma idade média de 28,8 anos (variando de 13 a 49 anos). Quatro casos estavam localizados na mandíbula e 2 na maxila. O tempo médio de queixa relatado pelos pacientes foi de 20,5 meses (variando de 2 a 60 meses). Em 1 caso a lesão foi identificada em exame radiográfico de rotina e em outro essa informação não estava disponível. As lesões apresentavam tamanho médio de 1,9 cm (variando de 1 a 4 cm). Entretanto, em 2 casos não foi possível avaliar o tamanho das lesões. Microscopicamente, foi observado tecido conjuntivo celularizado com numerosas estruturas calcificadas semelhante a osso, sem atipias ou pleomorfismo celular. Cinco casos foram submetidos a excisão cirúrgica da lesão e em 1 caso, o paciente recusou a proposta de tratamento cirúrgico. O FOC é uma lesão fibro-óssea relativamente incomum, não apresenta predileção por gênero e acomete predominantemente a mandíbula. DENISE SABBAGH HADDAD; JOÃO GERALDO MARTINS DE SOUZA; MARINA GAZZANO BALADI; MARLENE FENYOPEREIRA; EMIKO SAITO ARITA. FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. A holoprosencefalia é uma sequência malformativa que ocorre na terceira semana do desenvolvimento fetal, determinando um defeito no fechamento da linha média facial. Sua prevalência corresponde a 7,5% dentre as malformações do Sistema Nervoso Central (SNC). Sua etiologia é variável e pode apresentar-se de forma isolada ou associada às cromossomopatias, principalmente as trissomias dos cromossomos 13 e 18. Os fatores etilógicos importantes são: exposição a fatores ambientais (associação com álcool e tabagismo), infecções pré-natais e agentes teratogênicos. Clinica e radiograficamente observa-se alteração da prémaxila (processo nasal mediano e fissura lábio-palatina), cebocefalia (nariz achatado e de abertura única), ausência dos incisivos centrais superiores e uma morfogênese incompleta do prosencéfalo, com sérios comprometimentos do SNC. O presente trabalho avaliou pelo exame clínico e tomografia computadorizada por feixe cônico as alterações características da holoprosencefalia de uma criança do gênero feminino, com 4 anos de idade. Esta condição destacase pela importância da atuação do cirurgião-dentista dentro da equipe multiprofissional antes e após da intervenção cirúrgica, com o objetivo de restabelecer, controlar e manter a saúde bucal do paciente. PC028 [206] MÚLTIPLOS RINOLITOS: RELATO DE CASO. DÉBORA DE MELO TÁVORA1; FREDERICO SAMPAIO NEVES2; MARIANNA GUANAES GOMES TORRES3; GLÁUCIA MARIA BOVI AMBROSANO4; IEDA CRUSOÉ REBELLO5. 1,2,4.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 3,5.UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, SALVADOR, BA, BRASIL. Rinolitos são massas duras, densas e usualmente irregulares, raramente localizadas no interior da cavidade nasal, que surgem em decorrência da deposição progressiva de concreções calcáreas ao redor de materiais endógenos ou exógenos. A localização mais comum dos rinolitos é no assoalho da fossa nasal, entre a parede do seio maxilar e o corneto inferior ou entre o corneto inferior e o septo nasal, na porção intermediária no sentido ântero-posterior. Localizações mais raras como nos seios paranasais e no septo nasal também já foram descrita. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de uma paciente do sexo feminino, 77 anos, que procurou atendimento referindo dores de cabeça de freqüência regular. Após exames médicos, não foram constatadas etiologias neurológicas, hormonais ou oftalmológicas. Diante deste quadro, exames radiográficos convencionais foram solicitados, incluindo radiografia panorâmica e telerradiografia de perfil, para pesquisa de associação com DTM e, acidentalmente, foram observadas três imagens radiopacas, localizadas no interior da fossa nasal esquerda, adjacentes ao corneto nasal inferior, sendo que a maior localizava-se mais anteriormente e próxima do soalho da fossa nasal e as duas massas menores localizadas mais internamente. Exame clínico foi realizado, porém não foi observado aumento de volume facial ou nasal. O diagnóstico clínico e radiográfico foi de múltiplos rinolitos. Como tratamento de escolha, a paciente se encontra sob proservação clínica e radiográfica. PC030 [196] ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DAS SÍNDROMES CRÂNIOFACIAIS. EMIKO SAITO ARITA; DENISE SABBAGH HADDAD; CASSIA TIEMI FUKUDA; PLAUTO CHRISTOPHER ARANHA WATANABE. FACULDADE DE ODONTOLOGIA USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Aparecimento de um conjunto de sintomas característicos de uma doença é denominado como síndrome. Sendo assim, as síndromes são responsáveis por um conjunto de anomalias e deficiências, dentre elas as anomalias craniofaciais. Como aspecto genético pode-se considerar quando os fatores causais estão em células germinativas. Quando a origem não é genética, a causa pode estar ligada a distúrbios inflamatórios ou toxológicos. Ainda, a variabilidade característica de grupos humanos pode ser oriunda de mutação gênica e à recombinação, tornando cada vez mais relevante o conhecimento relacionado quanto o tipo e grau de comprometimento das síndromes com patologias craniofaciais. Os autores avaliam aspectos radiográficos das síndromes Disostose Cleidocraniana e Maroteaux-Lamy. Em 1962, Maroteaux e Lamy descreveram uma anormalidade com caráter autossômico recessivo composta por picnodisostoses. Destacam entre suas principais características, baixa estatura, nariz em sela e largo e diastemas dentários. Também apresentam lábios polpudos e turvação das córneas; acrescenta ao quadro clínico surdez e seu envolvimento cárdio-respiratório pode levar ao óbito mais tarde. A Síndrome da Disostose Cleidocraniana é uma afecção autossômica dominante com grande variabilidade de expressão que se caracteriza com problemas esqueléticos decorrente da ossificação tardia. Apresenta aplasia das clavículas, braquicefalia, ombros estreitos, dentes supranumerários e não irrompidos. Podem ainda apresentar palato arqueado e fissuras submucosas. PC029 [246] UTILIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR FEIXE CÔNICO NA AVALIAÇÃO DA HOLOPROSENCEFALIA E SEUS ASPECTOS CLÍNICOS. PC031 [187] AVALIAÇÃO DO DESLOCAMENTO DE DISCO E EFUSÃO EM ATM POR MEIO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA. EMIKO SAITO ARITA1; SOLANGE APARECIDA CALDEIRA 79 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica MONTEIRO 2 ; JORGE FUMIO KANAJI 3 ; PLAUTO CHRISTOPHER ARANHA WATANABE4. 1,3.FACULDADE DE ODONTOLOGIA USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2,4.FACULDADE DE ODONTOLOGIA FORP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Muitos fatores podem levar o indivíduo a desenvolver uma DTM, fatores esses que podem aparecer sozinhos ou mesmo associados a outros. É muito importante salientar que quando esses fatores interferem no equilíbrio dinâmico do sistema mastigador as alterações podem ocorrer. A patologia mais comum da ATM é a desordem interna, que é caracterizada pelo deslocamento progressivo anterior ou mais raramente, a posterior. Pode haver inflamação e dor devido ao estiramento e ou compressão da região retrodiscal. As desordens internas podem estar associadas a creptações e estalos, e em relação a posição do disco articular podem ser vistas duas situações de alteração; deslocamento anterior com redução e deslocamento anterior sem redução. A avaliação da ATM por meio de imagens traz uma grande contribuição para o diagnóstico, terapêutica e o acompanhamento do tratamento. A Ressonância Magnética te sido o exame de primeira escolha para o estudo dos componentes internos da ATM com objetivo de detectar os problemas articulares observados clinicamente. A imagem em ressonância magnética está em grande parte vinculado às disfunções da articulação têmporomandibular principalmente ao disco e às estruturas anexas. Devido à alta capacidade de identificar as estruturas de baixa densidade como os tecidos moles, este exame é fundamental paras os quadros inflamatórios; derrames intra e extra capsulares; deslocamentos do disco articular; alterações de fibras musculares entre outros. Os autores apresentam dois casos de deslocamento anterior bilateral do disco articular,as características e morfologia do disco, e aspecto do extravasamento do fluido sinovial em imagens de Ressonância Magnético. utilizadas 12 ratas, divididas em 4 grupos de forma aleatória. Por meio de esfregaço vaginal diário, foi determinado o ciclo estral das ratas para a avaliação do período fértil das mesmas, sendo que as ratas foram isoladas em gaiolas individuais com um macho para o acasalamento. Após determinar o 1º dia de gestação, a região abdominal das ratas do grupo R2 foi irradiada aos 13 dias de gestação com dose de 4 Gy de raios X. Utilizando-se da mesma dose, o grupo R3 foi irradiado aos 16 dias de gestação e o grupo R4 aos 19 dias de gestação. O grupo R1 foi formado por animais não irradiados. Após 30 dias de nascimento, foram sacrificados 6 animais de cada ninhada, totalizando 24 línguas que foram avaliadas qualitativamente com a utilização de microscópio óptico (Axiostar da Carl – Zeiss), em aumento de 400X. Pela análise dos resultados, observou-se que a aplicação de altas doses de radiação ionizante ocasionou alterações morfológicas em todos os grupos irradiados, ocasionando, principalmente, alterações na espessura da camada de queratina superficial, aumento dos grânulos ceratohialinos, mudanças morfológicas nas papilas filiformes e danos aos ácinos das glândulas serosas e mucosas com degeneração e destruição celulares. PC032 [259] FIBROMA CEMENTO-OSSIFCANTE JUVENIL: RELATO DE CASO. FABIO OLIVEIRA CARDOSO; CLAUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; ELIANE KREICH -; FLÁVIO RICARDO MANZI. PUC, BH, MG, BRASIL. Os fibromas cementificante e/ou ossificantes são processos neoplásicos que tem apresentado considerável discussão, principalmente em torno de sua nomenclatura. Quando esta enfermidade acomete pacientes de baixa idade, ele recebe o nome de fibroma ossificante juvenil no qual ela se apresenta mais agressiva, com um maior crescimento e uma maior tendência à recidiva. Radiograficamente, esta lesão é classificada em três etapas: a fase inicial corresponde a formação de uma área osteolítica, a fase intermediária dá-se o início da calcificação de uma área radiolúcida e a última fase há uma excessiva quantidade de material calcificado na área focal. Histológicamente, esta condição apresenta dois padrões histológico do fibroma cemento ossificante juvenil: (1) trabecular e (2) psamomatóide. A conduta clínica e o prognóstico do fibroma ossificante juvenil são incertos, mas o tratamento mais descrito na literatura é a remoção cirúrgica. PC034 [264] AVALIAÇÃO DO USO DE DOCUMENTAÇÃO ODONTOLÓGICA PADRONIZADA POR CIRURGIÕES DENTISTAS E POR PACIENTES DA CIDADE DE PARANAGUÁ-PR. FABIO OLIVEIRA CARDOSO; CLAUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; ELIANE KREICH -; MARCO ANTÔNIO SATO; FLÁVIO RICARDO MANZI. PUC, BH, MG, BRASIL. Neste trabalho buscou-se avaliar a percepção de pacientes e cirurgiões dentistas quanto aos benefícios do uso de um conjunto de exames complementares (radiografia panorâmica, modelos de gesso e fotografias de face e intraorais). Setenta e cinco conjuntos de exames foram oferecidos a quinze cirurgiões dentistas da cidade de Paranaguá, cinco para cada profissional. Teve-se a aceitação de trinta e dois (32) pacientes em fase inicial de tratamentos clínicos que foram submetidos a esses exames. Após a consulta de retorno, momento em que o planejamento lhes era apresentado, estes pacientes e seus respectivos cirurgiões dentistas foram entrevistados buscando-se avaliar o quanto lhes tinha sido benéfico o uso destes exames. Após tabulação dos resultados, pode-se observar que 91% dos pacientes sentiram-se mais informados a respeito dos tratamentos indicados. Constatou-se também que 100 % dos cirurgiões dentistas perceberam melhora na qualidade de diagnóstico e planejamento e também se sentiram mais seguros quanto a possíveis questionamentos legais por parte dos pacientes. E finalmente, 91% dos cirurgiões dentistas perceberam melhora no aspecto comercial da relação prestador de serviços/clientes. Desta forma pode-se concluir que, a utilização do conjunto de exames propostos (radiografia panorâmica, modelos de estudo e fotografias) é uma rotina que deve ser incorporado ao dia a dia dos profissionais da Odontologia. PC033 [263] EFEITO DE ALTAS DOSES DA RADIAÇÃO IONIZANTE NO DESENVOLVIMENTO DA LÍNGUA EM RATOS. FABIO OLIVEIRA CARDOSO; CLAUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; ELIANE KREICH -; HELENICE DE ANDRADE MARIGO; FLÁVIO RICARDO MANZI. PUC, BH, MG, BRASIL. O presente trabalho tem por finalidade a avaliação dos efeitos de altas doses da radiação ionizante no desenvolvimento da língua em ratos e em diferentes fases. Para tanto, foram PC035 [260] DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO DE RINÓLITO NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA: RELATO DE CASO CLÍNICO. FABIO OLIVEIRA CARDOSO; CLAUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; MARCO ANTÔNIO SATO; LUCIANA CARDOSO FONSECA; FLÁVIO RICARDO MANZI. PUC, BH, MG, BRASIL. Os rinólitos são calcificações que ocorrem na cavidade nasal devido à deposição de sais minerais sobre um corpo estranho alojado no local. Os exames radiográficos convencionais são 80 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica importantes para a diferenciação do diagnóstico do rinólito com outras lesões de mesmo aspecto como o odontoma, dente incluso, corpos estranhos e outras calcificações. Apesar de vários exames radiográficos serem úteis na identificação do rinólito, a tomografia computadorizada proporciona melhores imagens para a avaliação desta condição e a sua relação com estruturas adjacentes. O obetivo do trabalho é relatar um caso clínico de rinólito, e apresentar as principais características desta condição patológica para que possam ser reconhecidas e diagnosticadas pelos dentistas por meio de exames imaginológicos. PC036 [171] UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO VOLUMÉTRICO DE FEIXE CÔNICO NA AVALIAÇAO DE CASO CLÍNICO DE OSTEOMIELITE CRÔNICA. FERNANDA TRAUTMANN; PAULA MOURA; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO; MICHELLE BIANCHI MORAES; CYBELLE MORI HIRAOKA. UNESP, SJC, SP, BRASIL. A Osteomielite é um processo inflamatório nos espaços medulares ou nas superfícies corticais do osso, sendo usualmente de origem bacteriana. Apresenta predileção pelo sexo masculino e pode ocorrer em qualquer faixa etária. Em relação à topografia, ocorre mais freqüentemente na mandíbula. Pode ser subdividida em: aguda e crônica. A primeira ocorre quando um processo inflamatório se estende através dos espaços medulares do osso e existe pouco tempo para o organismo reagir à presença deste processo. A Osteomielite crônica, por sua vez, ocorre caso a aguda não seja rapidamente tratada. Os achados clínicos são: tumefação, dor, formação de fístula, drenagem purulenta, formação de seqüestro, perda de dente ou fratura patológica. Radiograficamente nota-se imagem radiolúcida circunscrita e mal delimitada, podendo ocorrer seqüestro ósseo radiopaco central. Paciente do sexo masculino, 35 anos de idade, procurou o Cirurgião Buco-Maxilo Facial com queixa de dor na região esquerda da mandíbula, edema facial e coleção purulenta intra-bucal. Na anamnese foi relatada exodontia do terceiro molar inferior esquerdo há um ano seguido de episódio de alveolite. Foi solicitado exame tomográfico para avaliação do caso. Reconstruções panorâmica, transversais, axiais e tridimensionais foram realizadas. Observou-se região de seqüestro ósseo se estendendo desde segundo molar até ramo mandibular. Na região posterior notou-se hiperdensidade centralizada na lesão hipodensa. Com a Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico houve elucidação para o caso clínico com diagnóstico preciso para dimensionar e planejar com segurança o procedimento cirúrgico. PC037 [239] IMAGEM RADIOLÚCIDA MANDIBULAR: ASPECTO INCOMUM DE CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE EM REGIÃO RETRO-MOLAR. FLAVIA MARIA MORAES RAMOS-PEREZ1; JOSÉ DIVALDO PRADO 2; FÁBIO ABREU ALVES 3; DANYEL ELIAS CRUZ PEREZ4. 1.FOP-UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,3,4.HOSPITAL A.C. CAMARGO, SAO PAULO, SP, BRASIL. O carcinoma mucoepidermóide (CME) intra-bucal se apresenta usualmente como lesão nodular submucosa, indolor, recoberta por mucosa normal. Reabsorção óssea não é um achado comum, sobretudo em CMEs localizados na região retro-molar. O objetivo neste trabalho é relatar o caso de uma paciente com 35 anos de idade, gênero feminino, que procurou o Departamento de Estomatologia do Hospital A. C. Camargo queixando de lesão em trígono retro-molar com 1 ano de evolução. A paciente relatava úlcera em rebordo inferior provavelmente provocada por trauma crônico do dente 18, o qual foi removido, porém sem regressão da lesão. Exame intra-bucal revelou lesão ulcerada em região retro-molar, de coloração avermelhada, superfície irregular, indolor, medindo cerca de 1,0 cm de extensão. Radiograficamente observavase lesão radiolúcida unilocular, bem delimitada, localizada na região distal ao dente 47. Tomografia computadorizada mostrou lesão hipodensa, com preservação das corticais vestibular e lingual. Com as hipóteses de granuloma piogênico e lesão de células gigantes, foi realizada biópsia incisional. Microscopicamente, a lesão formava frequentes espaços císticos revestidos por células mucosas, além de células escamosas comuns, caracterizando um CME. Sob anestesia geral, foi realizada pelvemandibulectomia segmentar e reconstrução com enxerto vascularizado de fíbula. A análise histopatológica da peça cirúrgica confirmou CME, classificado como de baixo grau de malignidade. A paciente está sob acompanhamento trimestral e não há sinais de recidiva da lesão após 9 meses de tratamento. Embora reabsorção óssea não seja um achado comum no CME intra-bucal, este deve ser considerado no diagnóstico diferencial de imagens radiolúcidas associadas a lesões ulceradas. PC038 [232] ASPECTOS CLÍNICOS E IMAGINOLÓGICOS DO TUMOR NEUROECTODÉRMICO MELANÓTICO DA INFÂNCIA: RELATO DE CASO. FLAVIA MARIA MORAES RAMOS-PEREZ 1; RODRIGO NASCIMENTO LOPES 2; DANYEL ELIAS CRUZ PEREZ 3; ANDRÉ CAROLI ROCHA4; FÁBIO ABREU ALVES5. 1.FOP-UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,3,4,5.HOSPITAL A.C. CAMARGO, SAO PAULO, SP, BRASIL. O tumor neuroectodérmico melanótico da infância (TNMI) é uma neoplasia benigna osteolítica rara que acomete exclusivamente crianças durante o primeiro ano de vida. A maioria dos casos (90%) afeta a região de cabeça e pescoço, com prevalência pela região anterior da maxila. A lesão pode apresentar um comportamento localmente agressivo, com crescimento rápido e infiltração do trabeculado ósseo. O objetivo neste trabalho é apresentar um caso da paciente S.N.M.S., 3 meses de idade, que compareceu ao Departamento de Estomatologia do Hospital A. C. Camargo com aumento de volume na face. No exame extra-bucal, notouse aumento de volume no terço médio da face à esquerda, o qual causava elevação da asa do nariz. À palpação a lesão se apresentava firme, era indolor e recoberta por pele normal. No exame clínico intra-bucal notou-se que a lesão envolvia todo rebordo alveolar superior esquerdo, com coloração arroxeada e consistência firme. A tomografia computadorizada revelou lesão osteolítica hipodensa, multilocular, medindo aproximadamente 24x15 mm. As principais hipóteses de diagnóstico foram TNMI e neoplasia mesenquimal maligna. Foi realizada biópsia incisional e o exame microscópico revelou presença de população celular bifásica, destacando a presença de ninhos de células epitelióides que apresentavam acúmulo de melanina intracitoplasmática. Havia ainda outras células pequenas, redondas e com núcleo hipercorado. De acordo com as características clínicas, imaginológicas e histopatológicas foi estabelecido o diagnóstico de TNMI. A paciente foi submetida à excisão cirúrgica da lesão e atualmente está sob acompanhamento clínico e imaginológico sem sinais de recidiva da lesão após 14 meses de tratamento. Embora o TNMI seja raro, essa lesão deve ser considerada no diagnóstico diferencial de lesões maxilares em pacientes durante o primeiro ano de vida. Além disso, apesar de ser benigna, apresenta infiltração do osso medular, causando expansão das corticais ósseas. 81 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica PC039 [160] CARCINOMA ADENÓIDE CÍSTICO EM LÍNGUA: RELATO DE CASO. FREDERICO SAMPAIO NEVES1; LUÍS ANTÔNIO NOGUEIRA SANTOS2; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA3; FRAB NORBERTO BÓSCOLO4; PAULO SERGIO CAMPOS FLORES5. 1,2,3,4.FOP/UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 5.UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA), SALVADOR, BA, BRASIL. Carcinoma Adenóide Cístico é uma neoplasia maligna originada de glândulas salivares, menor ou maior, caracterizada por crescimento lento, invasão difusa e alto potencial para produzir metástases. É uma lesão pouco freqüente, representando aproximadamente 1% a 2% de todas as neoplasias malignas da cabeça e pescoço e, 10% a 15% de todas as neoplasias malignas de glândulas salivares. O local de maior ocorrência é no palato duro, seguido da base da língua. A localização em dorso da língua é pouco comum. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de Carcinoma Adenóide Cístico em dorso de língua. Paciente do gênero feminino, 66 anos, compareceu à clínica de Estomatologia da Unimontes apresentando uma lesão expansiva, localizada na região de dorso, borda lateral e ventre lingual do lado direito. A lesão era coberta por uma mucosa de coloração e textura normais. À palpação, a lesão apresentava-se com consistência firme, de aspecto fibroso. Não havia relato de sintomatologia dolorosa. A paciente foi submetida a avaliação ultrasonográfica. A ultra-sonografia bidimensional com equipamento da freqüência de 7.5mHz (transdutor de alta resolução) revelou um aumento de volume da língua com aspecto hipoecoigênico de tamanho aproximado de 3X6X2,5cm. No modo Doppler, observou-se vascularização da lesão com fluxo anômalo. A paciente foi encaminhada para a realização de uma bíopsia incisional. O material coletado foi enviado para exame anátomo-patológico e o diagnóstico foi conclusivo para Carcinoma Adenóide Cístico. PC040 [197] CALCIFICAÇÃO DO DISCO DA ATM. FREDERICO SAMPAIO NEVES1; MARCO ANTÔNIO GOMES FRAZÃO2; FLAVIA MARIA MORAES RAMOS-PEREZ3; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA4; PAULO SERGIO CAMPOS FLORES5. 1,2,3,4.FOP/UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 5.UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA), SALVADOR, BA, BRASIL. Calcificações no disco da articulação têmporo-mandibular (ATM) resultam de estresse funcional. Estas lesões podem ser consideradas uma extensão, progressiva e lenta, de processos patológicos, culminando com a incapacidade do disco articular de absorver e reduzir o estresse causado por movimentos nas superfícies funcionais da cabeça da mandíbula e da fossa mandibular. O objetivo neste trabalho é relatar dois casos de calcificação do disco diagnosticados por meio da tomografia computadorizada de feixe cônico. Ambos os pacientes eram do sexo masculino e assintomáticos. Em exame de boca fechada, foi possível observar no primeiro caso ATM direita normal, enquanto que no lado esquerdo, embora exibisse relação normal entre os componentes ósseos articulares, uma imagem hiperdensa numa posição centro-medial e aparentemente localizada entre a zona intermediária e a banda posterior do disco articular foi observada. O segundo caso revelou ATM esquerda normal e no lado direito uma pequena imagem hiperdensa numa posição central e aparentemente localizada entre a zona intermediária e a banda posterior do disco articular. Em boca aberta, em ambos os casos foi observada excursão normal dos côndilos mandibulares e as imagens hiperdensas passaram a ocupar, de forma previsível, uma posição mais 82 posterior em relação ao vértice do côndilo. Além disso, propomos que um protocolo de abordagem por imagem para casos de calcificação do disco da ATM deve contemplar a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. PC041 [219] IDENTIFICAÇÃO E SEGMENTAÇÃO DE ESTRUTURAS ANATÔMICAS EM IMAGENS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA. HELENA WILLHELM DE OLIVEIRA; ANA MARIA MARQUES DA SILVA; ANDRÉIA CAROLINE FISCHER DA SILVEIRA FISCHER; GEISA DA SILVA MEDEIROS. PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: Este trabalho visa desenvolver uma metodologia para identificação e análise quantitativa de estruturas anatômicas da maxila e mandíbula, mediante a utilização de imagens de tomografia computadorizada de raios X (TC). Para esta análise foram utilizadas imagens digitais de um banco de dados de pacientes que realizaram exames por indicação de cirurgiões-dentistas e o software de domínio público (ImageJ).Introdução: As imagens radiológicas na área da odontologia fornecem subsídios essenciais para complementação do exame clínico, pois tais recursos propiciam ao cirurgião-dentista planejar um procedimento adequado para o paciente. Assim, este trabalho pretende desenvolver uma metodologia que auxilie a verificação e análise quantitativa de estruturas maxilo-mandibulares, em imagens de TC, para ser utilizada na prática clínica e cirúrgica. Metodologia: Foram utilizadas imagens digitais arquivadas em formato DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine) de TC de 130 pacientes, com idades variando entre 30 e 50 anos, sendo 70 exames da região maxilar e 60 exames mandibulares. Os exames foram adquiridos em um tomógrafo ELSCINT TWIN FLASH, utilizando uma tensão de 120 kVp, corrente de 150 mA e espessura de corte de 1,0 mm. As imagens possuem resolução espacial de 512x512 pixels (16 bits) e tamanho de pixel de 0,25 mm. O software ImageJ (http://rsb.info.nih.gov/ij/) foi utilizado para visualizar as imagens e delimitar as regiões de interesse (ROIs) na maxila (seio maxilar, fossa nasal e forame incisivo) e na mandíbula (forame mental e canal mandibular). Para determinação das ROIs da fossa nasal foi utilizada a ferramenta de delimitação de bordas Multi Cell Outliner, que possibilita obter o contorno característico da estrutura. Na análise do forame mental foi gerada uma projeção perpendicular ao plano de aquisição, com a ferramenta Reslice. Nas demais regiões, a seleção da estrutura foi feita manualmente com a opção Freehand Selections. Após definição das ROIs, obteve-se a média do número CT, em unidades Hounsfield (HU), para cada estrutura delimitada, utilizando a opção Analyse/Measure do ImageJ, juntamente com o desvio padrão das medidas da região analisada. Conclusão:Neste trabalho, foi possível estabelecer métodos, utilizando o software ImageJ, de identificação e análise dos valores médios de números CT de cada estrutura maxilo/mandibular estudada. A utilização do software permitiu a caracterização das estruturas possibilitando a determinação de suas faixas de valores CT. Os resultados contribuem para odontologia, particularmente, na área de implantodontia, pois fornecem um recurso para a identificação, análise e diferenciação das estruturas maxilo-mandibulares em relação às demais regiões anatômicas da face. PC042 [218] DIAGNÓSTICO DO TRAJETO FISTULOSO DE UM ABSCESSO PERIAPICAL CRÔNICO COM CONE DE GUTAPERCHA NA REGIÃO DO DENTE 12 COM A UTILIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM – RELATO DE CASO. JOÃO GERALDO MARTINS DE SOUZA1; EMIKO SAITO ARITA2; Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica ISADORA FOLLAK DE SOUZA3; DENISE SABBAGH HADDAD4. 1,3.FOUPF, PASSO FUNDO, RS, BRASIL; 2,4.FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. A lesão dental apical como o abscesso periapical crônico tem como característica a abertura de um trajeto fistuloso, quando a pressão interna da lesão aumenta muito, formando a fístula. Muitas vezes, no exame clínico intrabucal não é visualizado o foco da lesão. Então, o recurso de diagnóstico mais indicado é o radiográfico periapical com um contraste radiográfico sólido o cone de guta-percha, introduzido no canal fistuloso. A CT Cone Beam constitui um recurso de diagnóstico bastante utilizado na clínica odontológica atual, destacando estruturas pouco visíveis pelo método radiográfico convencional, melhorando o diagnóstico e do plano de tratamento. O presente trabalho tem por objetivo apresentar o caso clínico de um paciente do sexo feminino, leucoderma, de 52 anos de idade, que compareceu ao Serviço de radiologia – Unidade SERO Passo Fundo-RS. Com a indicação de radiografias para localizar a origem da lesão responsável pela fístula. A queixa era uma pequena lesão de cor vermelha com um canal no centro que drenava exsudatos, apresentando leve dor local e um gosto salgado na boca, localizada na região dos dentes 13 e 12 na vestibular da mucosa gengival. Na radiografia periapical inicial foi observado leve espessamento apical no dente 12 com endodontia e no 13 implante dentário. Posteriormente, essas estruturas foram estudadas pela CT Cone Beam e reconstrução volumétrica pelo Tomógrafo Odontológico ICAT. O cone de Guta indicou o dente 12 como foco. PC043 [222] DIAGNÓSTICO DE SIALOLITOS NA GLÂNDULA SUBLINGUAL COM A UTILIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM – RELATO DE CASO. JOÃO GERALDO MARTINS DE SOUZA1; ISADORA FOLLAK DE SOUZA 2; EMIKO SAITO ARITA 3; DENISE SABBAGH HADDAD4. 1,2,4.FOUPF, PASSO FUNDO, RS, BRASIL; 3.FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Sialolitos são definidos como estruturas calcificadas que se desenvolvem no interior do sistema ductal salivar. Acredita-se que tem origem na deposição de sais de cálcio ao redor de um acumulo de restos orgânicos no lúmen do ducto. Estes podem ser constituídos de inúmeras estruturas como, muco condensado, bactérias, corpos estranhos e até mesmo células epiteliais do ducto. A causa desse tipo de cálculos salivares é desconhecida e seu desenvolvimento não está relacionado às desordens do metabolismo de cálcio e fósforo 1,2. A manifestação acomete aproximadamente 1,2% da população, estando relacionado à glândula submandibular em 83%, à glândula parótida em 10% e a sublingual em 7% dos casos 2, 3, 4. A CT Cone Beam constitui um recurso de diagnóstico bastante utilizado na clínica odontológica. A reconstrução tridimensional das estruturas anatômicas possibilita ao cirurgião dentista o estudo do caso clínico e segurança no diagnóstico e no plano de tratamento. O exame radiográfico convencional, assim como a tomografia computadorizada são os métodos mais indicados na confirmação da sialolitíase. O presente trabalho tem por objetivo apresentar o caso clínico de um paciente do sexo feminino, leucoderma, de 41 anos de idade, que compareceu ao Serviço de radiologia – Unidade SERO Passo Fundo-RS para uma radiografia Panorâmica, com a queixa de edema doloroso na região da glândula submandibular do lado direito. Na radiografia panorâmica foram observadas massas radiopacas sobrepostas ao ramo ascendente da mandíbula próximo ao ângulo do mesmo lado. Posteriormente essas estruturas foram localizadas pela CT Cone Beam e reconstrução volumétrica pelo Tomógrafo Odontológico ICAT. PC044 [228] CÁLCULO DO ÍNDICE PANORÂMICO MANDIBULAR POR MEIO DE RADIOGRAFIA PANORÂMICA E TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO PARA DETECÇÃO DE OSTEOPOROSE NOS MAXILARES. JORGE FUMIO KANAJI; EMIKO SAITO ARITA; MAURICIO UCHIKAWA GRAZIANO. USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. A osteoporose é uma doença que afeta os ossos do corpo, e atinge em grande número as mulheres no período após a menopausa, sendo causa de grande número de fraturas patológicas, e portanto, é considerado um problema de saúde pública.A doença descrita anteriormente tem suas manifestações no complexo maxilo-mandibular, sendo notável principalmente na mandíbula. Os exames de imagem, como a radiografia panorâmica e a tomografia computadorizada, são utilizadas na rotina odontológica nas especialidades, fornecem dados que podem auxiliar na identificação ou na constatação do grau de acometimento da osteoporose nos maxilares.Benson e colaboradores (1991), propuseram o estabelecimento de um índice calculado por meio de medidas obtidas de radiografias panorâmicas dos maxilares, denominado índice panorâmico mandibular, que consistia da análise matemática da proporção entre a altura do forame mentual à base da mandíbula em seu ponto mais inferior, e a espessura da base da mandíbula. A base da mandíbula é, segundo Klemetti e colaboradores (1994), afetada pela perda mineral óssea, tendo como resultado defeitos e porosidades na sua morfologia, bem como adelgaçamento. Comparando o índice panorâmico mandibular proposto por Benson com densitometria óssea do fêmur e coluna vertebral, concluiu-se que em casos extremos, havia correlação entre os mesmos (Klemetti, 1993).Radiografias panorâmicas e tomografias computadorizadas de feixe cônico de 3 pacientes candidatos a tratamento com implantes dentários foram analisados, para se fazer o cálculo do índice panorâmico mandibular , sendo que a tomografia foi manipulada com software Implant Veiwer® em cortes trans-axiais, com a ferramenta para aferição de medidas lineares, comparou-se os índices obtidos por ambos os métodos.Ambos os métodos apresentaram resultados semelhantes, sendo que a tomografia proporcionou maior facilidade na identificação do limite inferior do canal da mandíbula.O uso de software e ferramentas para aferição de medidas lineares torna o cálculo mais preciso. O índice panorâmico mandibular consiste de um dado obtido de maneira não invasiva, por meio de um exame utilizado na rotina de algumas especialidades como a implantodontia. Não havendo diferenças significantes nos índices obtidos por ambos os métodos, considera-se a tomografia computadorizada uma importante ferramenta no estudo das mudanças da mandíbula causadas pela osteoporose. PC045 [170] DIAGNÓSTICO DE FRATURA RADICULAR POR RETENTOR INTRA RADICULAR FUNDIDO POR MEIO DO TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO VOLUMÉTRICO CONE BEAM I-CAT. JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO; PAULA MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; EDMUNDO MEDICI-FILHO; LUIZ CESAR DE MORAES. UNESP, SJC, SP, BRASIL. Dentes com tratamento endodôntico desafiado cirurgiõesdentistas no que se refere à maneira como restaurá-los. Quando um dente é submetido a um tratamento endodôntico, ocorre diminuição significativa de sua resistência à fratura, 83 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica devido ao comprometimento de parte importante das estruturas dentais, principalmente as de reforço, constituídas pelas cristas marginais, pontes de esmalte, teto da câmara pulpar e toda a estrutura acima dela em direção às superfícies oclusal e palatina ou lingual. Outro fator contribuinte para a diminuição da resistência dentária é a diminuição da umidade dentinária devido à perda da irrigação sanguínea, resultando na alteração da resiliência do dente. Em muitas situações clínicas a destruição da coroa dental é acentuada e resulta em pequena quantidade de estrutura saudável e nesses casos a restauração de dentes extensamente destruídos requer a utilização de sistemas intra-radiculares que forneçam retenção e estabilidade para a prótese. Muitos procedimentos restauradores realizados sem a observação da técnica adequada levam a fratura radicular e perda do dente. Essas fraturas muitas vezes são de difícil diagnostico em radiografias convencionais devido à sobreposição de imagem e artefato do núcleo metálico. Apresentaremos um caso de fratura do incisivo central superior com tratamento de canal e restaurado com retentor intra-radicular metálico. Foram realizadas reconstruções de imagens: Panorâmica, lateral e frontal em projeção de intensidade máxima, póstero-anterior, lateral e reconstruções tridimensionais. O objetivo desse trabalho é enfatizar a importância da tomografia computadorizada na elucidação de caso clínico de fratura radicular. PC046 [165] DEFEITO ÓSSEO DE STAFNE: AVALIAÇÃO DE CASO POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM. LAURA RICARDINA RAMÍREZ SOTELO; FREDERICO SAMPAIO NEVES; CARLA BEATRIZ KLAMT; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA; FRAB NORBERTO BÓSCOLO. FOP/UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL. O defeito ósseo de Stafne é uma lesão rara, provocada por uma pressão continua sobre a face lingual da mandíbula, com múltiplas origens, quer seja por herniação da glândula submandibular, de tecido adiposo, linfóide ou vascular. É assintomático e normalmente observado como uma área radiolúcida oval e circunscrita, na região posterior da mandíbula e logo abaixo do canal mandibular. Na grande maioria dos casos, o defeito é diagnosticado em radiografias panorâmicas. Um dos aspectos mais importantes na confirmação deste diagnóstico é demonstrar a abertura da concavidade na face lingual da mandíbula, delimitada por uma cortical. Embora uma radiografia intra-oral oclusal possaser útil nesta situação, cortes axiais de tomografia computadorizada descrevem este melhor tal achado e de forma mais clara que qualquer outro exame. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de defeito ósseo de Stafne, observado através da tomografia computadorizada cone beam. PC047 [205] EFEITO DA HOMEOPATIA E DA FITOTERAPIA SOBRE PARÂMETROS MORFOLÓGICOS EM ALVÉOLO DE RATOS IRRADIADOS. LETICIA RODRIGUES NERY; PAULO CÉSAR VENÂNCIO; JÚLIO CÉSAR LEITE DA SILVA; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA; FRANCISCO CARLOS GROPPO. FOP - UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL. Radioprotetores efetivos e atóxicos são necessários para proteger tecidos sadios contra a radiação X. Verificou-se o efeito radioprotetor de uma formulação homeopática, fitoterápica e vitamina E em 48 ratos: G1 - NaCl 0,9% (controle - sham); G2 –NaCl 0,9%; G3 – vitamina E 40mg/kg/vo/dia; G4 – formulação homeopática de raios X 15CH 1mL/kg/vo/dia e G5 – óleo de copaíba 2g/kg/vo/dia. Após 7 dias, os animais foram anestesiados e receberam 15 Gray de radiação X (exceto G1). Os tratamentos foram mantidos por mais sete dias após a irradiação. Decorridos 3 dias da irradiação, foi realizada a 84 extração do 1º molar inferior esquerdo. Após 7, 14 e 21 dias da extração, os animais foram sacrificados por aprofundamento da anestesia e a mandíbula submetida a processamento histológico de rotina. Foram obtidas fotomicrografias para quantificação do tecido ósseo nos alvéolos. Considerando os períodos de 7, 14 e 21 dias, foram observadas as seguintes medianas (desvio interquartilíco): G1 - 53.0 (24.3), 52.5 (12.1), 56.0 (20.8); G2 - 3.0 (4.0), 8.5 (4.5), 24.5 (44.8); G3 - 14.0 (31.6), 7.5 (6.3), 11.8 (11.3); G4 7.3 (5.6); 8.5 (7.6), 4.5 (2.6); e G5 - 13.9 (5.6), 4.0 (2.3), 11.3 (17.1). De uma forma geral, os tratamentos mostraram maiores quantidades de tecido ósseo que o G2 após 7 dias, mas não nos períodos posteriores (Kruskal-Wallis). O G1 foi superior (p<0,05) a todos os tratamentos e em todos os períodos. Concluímos que as substâncias utilizadas não demonstraram capacidade de radioproteção na reparação óssea alveolar. PC048 [253] ESTUDO DA PROPORÇÃO ÁUREA EM MENINOS ANTES DO PICO DE CRESCIMENTO PUBERAL, PRATICANTES DE ESPORTE REGULAR. LÍLIAN TEDESCHI RAMALLI 1; PLAUTO CHRISTOPHER ARANHA WATANABE2; SOLANGE APARECIDA CALDEIRA MONTEIRO3; EMIKO SAITO ARITA4. 1,2,3.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRAO PRETO, RIBEIRAO PRETO, SP, BRASIL; 4.FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Introdução: A atividade física apresenta um efeito positivo no crescimento, que não é um mero processo de aumento de tamanho, já que o corpo humano tem em sua formação e crescimento seqüências e regras próprias, as quais vêm sendo estudadas sob o aspecto da proporção áurea1,2. Revisão da Literatura: O tamanho, forma e proporção corporal do indivíduo é em grande parte determinado pela herança. Porém, o processo é muito plástico e sofre influência de diversos fatores ambientais, em particular a atividade física1,2. Autores como Ricketts e Gil, afirmaram que as estruturas que se encontram em proporção divina sejam mais estáveis, esteticamente agradáveis, funcionalmente eficientes, seguindo a lei da conservação da energia e dos tecidos5,4. Objetivo: os autores pretendem verificar a existência da proporção áurea em crianças. Material e Método: A amostra deste estudo foi constituída de 72 telerradiografias laterais de indivíduos do sexo masculino, com idade entre 7 e 13 anos, praticantes de atividade física regular (3 vezes por semana), onde foram realizados traçados cefalométricos para verificação da presença da proporção áurea. Resultados: Das proporções estudas, apenas a Proporção A+B+C/B+C obteve aproximou no número áureo. Discussão: Acreditando que estruturas mais estáveis, agradáveis, equilibradas e eficientes apresentamse em proporção áurea, o crânio humano, o qual se enquadra perfeitamente nessas qualificações, também deveria apresentar-se, já que o crescimento se constitui numa sucessão de mudanças nas proporções4,2,3. Conclusão: Com base nos resultados, pode-se confirmar a presença da proporção áurea no crânio de crianças que praticam esporte regularmente. PC049 [180] EXTRAVAZAMENTO DE MATERIAL OBTURADOR NO INTERIOR DO SEIO MAXILAR E A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CONICO CONE BEAM ICAT. LISSA DUARTE ARRAIS; PAULA MOURA; SABRINA REIS ZINSLY; FERNANDA TRAUTMANN; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO. UNESP, SAO JOSE CAMPOS, SP, BRASIL. O assoalho do seio maxilar em alguns indivíduos apresenta Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica relação de intimidade muito grande com o ápice dentário dos dentes posteriores. Nesses casos, o Cirurgião-Dentista deve ter bastante cuidado durante o tratamento dentário para não introduzir corpos estranhos acidentalmente no interior do seio maxilar. Uma complicação decorrente do tratamento endodôntico ocorre devido à sobre-instrumentação e, em seguida, extrusão de material obturador endodôntico no interior do seio maxilar. Esse fato é bastante comum quando se realiza a técnica de condensação vertical. Se ocorrer uma extrusão excessiva na região posterior é recomendado realização de exames de imagem para localização precisa deste material devido a potenciais complicações caso atinja a região de seio maxilar ou canal alveolar inferior. O objetivo deste trabalho é enfatizar a importância da Tomografia Volumétrica como instrumento para diagnóstico investigativo. Paciente leucoderma, 34 anos, sexo feminino, procurou atendimento odontológico devido à sintomatologia dolorosa no elemento 16, que foi posteriormente tratado endodônticamente. Após seis meses do procedimento, a paciente retornou ao profissional queixando-se da persistência da dor na região tratada. O exame tomográfico de rotina foi solicitado pelo Endodontista para avaliar possível fratura no molar superior do lado esquerdo. Foram realizadas reconstruções de imagens: panorâmica, lateral e frontal, reconstruções tridimensionais onde foi visualizado o extravasamento de guta percha nos ápices radiculares, não havendo indícios de fratura dental. PC050 [162] ASPECTOS TOMOGRÁFICOS DA DISPLASIA FIBROSA. LUANA COSTA BASTOS1; FREDERICO SAMPAIO NEVES2; LUÍS ANTÔNIO NOGUEIRA SANTOS3; IEDA CRUSOÉ REBELLO4; PAULO SERGIO CAMPOS FLORES5. 1,2,3.FOP/UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 4,5.UFBA, SALVADOR, BA, BRASIL. A displasia fibrosa é uma lesão fibro-óssea benigna causada por um distúrbio no metabolismo ósseo em que um tecido fibroso, contendo osso anormal, se desenvolve e substitui o osso normal. A imagem radiográfica característica da displasia fibrosa é uma expansão radiopaca mal definida, exibindo uma aparência de “vidro despolido”. Embora essas características sejam geralmente visíveis nas radiografias convencionais, a tomografia computadorizada pode ser útil para uma avaliação precisa da extensão da lesão e sua fusão com osso normal, e ser indispensável para o planejamento cirúrgico e correção da deformidade facial. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um paciente de 66 anos, sexo masculino, que compareceu à clínica de radiologia para submeter-se a exame radiográfico, devido à presença da deformidade facial acentuada, com tempo de evolução indeterminado. Na radiografia panorâmica, a hemi-mandíbula esquerda revelou aspecto de “vidro despolido”, com aparente envolvimento do côndilo, duplicação da basilar e deformidade acentuada. Nos cortes tomográficos coronais e axiais observou-se o aspecto displásico do osso, com áreas remanescentes não mineralizadas. As imagens sagitais mostram o envolvimento do ramo ascendente e do pescoço da mandíbula. A imagem tridimensional revela deficiência maxilar, mordida cruzada e toda a severa deformidade produzida pela condição. Não observamos o envolvimento dos tecidos moles, ou seja, não há indícios da presença de mixoma de partes moles, descartando o diagnóstico de Síndrome de Mazabraund. Diante dos achados clínicos e imaginológicos, a hipótese diagnóstica foi de Displasia Fibrosa Monostótica. PC051 [164] AVALIAÇÃO DA IDADE ÓSSEA VERTEBRAL NO MUNICÍPIO DE ITABAIANA-SERGIPE. LUCIANA BARRETO AGUIAR; MARIA PAULA CALDAS; FRANCISCO HAITER NETO. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA, PIRACICABA, SP, BRASIL. O objetivo neste estudo foi avaliar a aplicabilidade do método de análise da idade óssea vertebral proposta por Caldas et al (2007) em crianças de baixa renda e se necessário desenvolver um modelo de regressão múltipla para estimar a idade por meio das vértebras cervicais em telerradiografias. A amostra constituiu de telerradiografias e radiografias carpais de 76 meninos e 64 meninas com idade entre 7,0 e 14,9 anos do município de Itabaiana, Sergipe. A idade óssea carpal foi usada como padrão ouro e as vértebras cervicais C3 e C4 foram traçadas, mensuradas e as idades ósseas foram estimadas pelo método de Caldas et al (2007). As médias das idades, dos erros (diferença entre vertebral e carpal), os respectivos intervalos de confiança a 95% foram calculados e estimados novos modelos de regressão múltipla para determinar a idade óssea vertebral. Estimando por Caldas et al., no gênero feminino observou uma média na idade de 10,62 anos (IC95%: 10,35-10,89) diferenciando da idade carpal cuja média foi de 11,28 (IC95%: 10,89-11,67) com erro médio de 1,42 anos (IC95%: 1,20-1,64). Para o gênero masculino a idade média foi de 10,44 anos (IC95%: 10,1610,72) sendo a idade carpal média de 10,57 anos (IC95%: 10,21-10,93) e o erro médio estimado de 1,18 anos (IC95%: 1,00-1,36). O novo modelo estimado apresentou valores de coeficiente de determinação ajustado (R²) de 0,6751 e 0,6209 para os gêneros feminino e masculino respectivamente. Pode concluir que os novos modelos determinados são confiáveis e devem ser utilizadas nas crianças de baixa renda. PC052 [261] AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA E HISTOPATOLÓGICA DE CISTO RADICULAR EM DENTIÇÃO DECÍDUA - RELATO DE CASO COM ACOMPANHAMENTO DE 5 ANOS. LUCIANA CARDOSO FONSECA; FLÁVIO RICARDO MANZI; HELMAR SIMÕES GARCIA; MARIANA CAMPOS LIMONGI; JOSÉ BENEDITO FONSECA LIMONGI. PUC- MINAS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL. O cisto radicular representa o mais comum dos cistos odontogênicos. Sua prevalência é maior na terceira e quarta década de vida e é raramente associado à dentição decídua. Esta lesão é geralmente assintomática e sem evidências clínicas, a sua descoberta se faz através de exames radiográficos de rotina. Entretanto, pode assumir grandes dimensões e produzir destruição da cortical óssea e sintomatologia dolorosa, especialmente se existir infecção secundária no local. O caso relatado mostra um acompanhamento clínico e radiográfico durante 5 anos. O paciente H.G.G, 8 anos, gênero masculino , apresentou aumento de volume de face, no lado esquerdo, com ausência de dor. Foi solicitada uma radiografia panorâmica aonde observou-se imagem radiolúcida unilocular bem delimitada, com expansão da cortical óssea. A lesão relatada envolvia o ápice do dente 75 causando deslocamento dos dentes 34 e 35 para a borda inferior da mandíbula. O elemento 75 apresentava fratura coronária e extensa restauração de amálgama na face oclusal, com possível comprometimento pulpar. Foi realizado uma biopsia incisional na qual se confirmou o diagnóstico radiográfico de cisto radicular. O paciente foi submetido à marsupialização com posterior enucleação do cisto. PC053 [156] IMAGEM DE DESVIO DE SEPTO NASAL E HIPERTROFIA DE CORNETOS EM RADIOGRAFIA PANORÂMICA E TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO: RELATO DE CASO. 85 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica LUCIANA MARIA PAES DA SILVA RAMOS FERNANDES; MARCELO JUNIOR ZANDA; ANA LÚCIA ÁLVARES CAPELOZZA. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU-FOB/USP, BAURU, SP, BRASIL. A imagem radiográfica panorâmica é um importante método auxiliar de diagnóstico em Odontologia e permite a interpretação radiográfica de dentes, ossos maxilares, fossas nasais e seios maxilares. A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) é obtida a partir de tecnologia recente, que permite a avaliação das estruturas craniofaciais em diferentes planos e a reconstrução destes resultando em uma imagem em 3D. Apresentamos o relato de um paciente de 13 anos de idade atendido na Clínica de Radiologia da FOBUSP após a avaliação clínica e constatação da permanência de dente decíduo. Por meio de radiografia panorâmica pudemos observar imagem compatível com odontoma complexo associada ao dente 44, não irrompido. Observouse ainda desvio acentuado de septo nasal. As imagens tomográficas foram então realizadas para a localização do odontoma, as quais nos permitiram avaliar com maior detalhe o desvio do septo nasal e a consequente hipertrofia de cornetos, que serão discutidos neste trabalho. PC054 [227] AVALIAÇÃO E LOCALIZAÇÃO POR EXAMES IMAGINOLÓGICOS DE UM DENTE NÃO IRROMPIDO E TRES DENTES SUPRANUMEÁRIOS: RELATO DE CASO. MAITÊ BARROSO DA COSTA1; FERNANDO HENRIQUE WESTPHALEN2; PAULO HENRIQUE SOUZA COUTO3; ANA LUCIA TOLAZZI4; HENRIQUE DE CASTRO SOUZA PIRES5. 1,3,5.PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA, CURITIBA, PR, BRASIL; 2.PONTIFICIA UNVERSIDADE CATOLICA DO PARANA, CURITIBA, RR, BRASIL; 4.PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA D PARANA, CURITIBA, RR, BRASIL. O propósito deste trabalho é de destacar o valor dos recursos imaginológicos na identificação e localização de dentes não irrompidos. A paciente YNK, de 08 anos de idade, branca, foi levada à Clínica Odontológica da PUCPR pela mãe, que se mostrava preocupada com o desenvolvimento dentário da filha. Ao exame clínico observou-se que o dente 21 não estava presente. Realizou-se uma radiografia panorâmica na qual se observou a presença do 21 não irrompido mésio-angulado e a suspeita de dentes supranumerários. Nas radiografias intrabucais periapicais (técnica de Clark), e oclusal, constatouse a presença de dois mésiodentes e uma intensificação da radiopacidade sobre a coroa do dente 21 sugerindo outro supranumerário. Optou-se, então, pela realização de uma tomografia de feixe cônico – Cone Beam, que proporcionou detalhes precisos e informações importantes para um planejamento cirúrgico adequado. O presente caso clínico demonstra a importância dos recursos imaginológicos, para o diagnóstico e planejamento do tratamento, possibilitando uma conduta segura, tanto para o procedimento cirúrgico, como para um procedimento ortodôntico futuro. PC055 [225] ESTUDO COMPARATIVO DA DENSIDADE ÓSSEA OBTIDA POR MEIO DE NÍVEIS DE CINZA E DENSITOMETRIA ÓSSEA EM MULHERES HISTERECTOMIZADAS E NÃO HISTERECTOMIZADAS. MAITÊ BARROSO DA COSTA1; FERNANDO HENRIQUE WESTPHALEN2; PAULO HENRIQUE SOUZA COUTO3; ANA LUCIA TOLAZZI4; SORAYA DE AZAMBUJA BERTI5. 1,4,5.PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA, CURITIBA, PR, BRASIL; 2.PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA D PARANA, CURITIBA, PR, BRASIL; 3.PONTIFICIA UNIVERIDADE CATOLICA DO PARANA, CURITIBA, PR, BRASIL. 86 O presente estudo teve como objetivo verificar a relação entre a densidade óssea radiográfica dos ossos maxilares em valores de pixels e as medidas do estado geral ósseo obtidas pela densitometria óssea de mulheres de 40 a 60 anos. A amostra foi constituída por 60 mulheres, 30 histerectomizadas e 30 não histerectomizadas, com indicação médica para realização de densitometria óssea pela técnica de absorciometria de dupla energia de raios X (DXA) nas regiões de coluna lombar e fêmur proximal. Após a densitometria, foram realizadas radiografias panorâmicas. Para a digitalização das radiografias, utilizou-se um scanner de mesa equipado com leitor de transparência, cujas imagens foram arquivadas no formato TIFF. As regiões de estudo foram analisadas com a ferramenta histogram do programa Image Tool 3.0 (UTHSCSA, San Antonio, Texas U.S.A.) por meio da qual foram mensurados os níveis de cinza das áreas selecionadas, estabelecendo os valores de intensidade de pixel (IP). Após a análise da densidade óssea das radiografias panorâmicas, comparou-se os resultados das densitometrias ósseas e os valores de IP encontrados nas radiografias. No presente estudo, não houve diferença entre os grupos histerectomizadas e não histerectomizadas tanto para o valor de IP, 101,55 e 104,30 respectivamente; quanto como para a média de DXA, -1,24 histerectomizadas e -0,94 não histerectomizadas. Concluiu-se que não houve relação entre os valores de IP e DXA quando os grupos de mulheres histerectomizadas e não-histerectomizadas foram comparados. PC056 [217] TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO E LESÕES ODONTOGÊNICAS – RELATO DE DOIS CASOS. MARCELO LUPION POLETI; BRUNA STUCHI CENTURION; EDUARDO SANT’ANA; JOSÉ HUMBERTO DAMANTE; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU-USP, BAURU, SP, BRASIL. A Tomografia Computadorizada Feixe Cônico (TCFC) é uma técnica que obtém dados relevantes do complexo maxilofacial auxiliando no diagnóstico de lesões ósseas, concomitantemente fornece informações em 3D aumentando a confiabilidade do cirurgião no planejamento pré-operatório. Propomo-nos apresentar o relato de dois casos, no qual, a utilização desta tecnologia favoreceu o diagnóstico e planejamento cirúrgico de lesões odontogênicas. Uma paciente, do sexo feminino, 9 anos de idade, foi encaminhada para avaliação radiográfica de área radiolúcida em região periapical dos dentes 83 ao 85, associado aos dentes não irrompidos 44 e 45. O exame físico intraoral local demonstrou expansão da cortical óssea vestibular e lingual. Para uma investigação mais precisa da região a TCFC foi realizada. As reformatações coronal, sagital e axial demonstraram cavidade unicística. O diagnóstico final, após marsupialização, foi de cisto folicular inflamatório e a paciente está em acompanhamento. Outra paciente do sexo feminino, 38 anos de idade, foi encaminhada para avaliação de tumefação mandibular do lado direto. A radiográfica panorâmica demonstrou área osteolítica periapical do dente 44 até região de ramo mandibular, com rechamento do dente 48. O exame físico intraoral local demonstrou grande expansão da cortical óssea vestibular. Para uma investigação mais precisa da região a TCFC foi realizada. As reformatações coronal, sagital, axial e em 3D demonstraram a localização e a extensão da lesão. O diagnóstico presuntivo foi de ameloblastoma. O diagnóstico final foi confirmando após marsupialização num primeiro momento e a paciente aguarda a enucleação. PC057 [198] ANÁLISE FRACTAL DE DOIS SIMULADORES DE TECIDO Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica ÓSSEO: UM ESTUDO PILOTO. MARCELO LUPION POLETI; GUILHERME D’AGOSTINO ROMANINI FREITAS; CLÁUDIO ROBERTO GAIÃO XAVIER; ANA CLAUDIA ARAÚJO; ANA LÚCIA ÁLVARES CAPELOZZA. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU-USP, BAURU, SP, BRASIL. Em radiologia os simuladores são frequentemente usados para produzir imagens compatíveis com as estruturas orais, como os ossos ou tecidos moles, ou para padronizar variações, tais como diferentes espessuras. Assim, o objetivo deste trabalho foi desenvolver modelos de gesso que possam reproduzir radiograficamente osso humano. Uma secção de mandíbula edêntula foi radiografada e moldada. O molde obtido recebeu um alívio no interior com cera 7. Para vazá-lo utilizou-se gesso pedra misturado a serragem ou a arroz triturado nas proporções de 25; 33,3 e 50% para simular osso medular. Após o tempo de presa, a cera foi retirada e vazouse o espaço com gesso pedra para simular osso cortical. Três modelos em cada proporção estabelecida para cada tipo de material foram obtidos, radiografados e selecionado a imagem mais semelhante à arquitetura óssea da mandíbula. As radiografias selecionadas foram digitalizadas e as análises radiográficas foram realizadas por meio das imagens binária e esqueletonizada aplicando-se o protocolo de processamento Gaussian-Binary-Skeletonize. Os resultados demonstraram que todos os grupos apresentaram diferença estatisticamente significativa quando comparado com a mandíbula tanto para as imagens binárias (p: 0,000) quanto esqueletonizadas (p: 0,000), com exceção do Grupo Arroz 50% para imagem esqueletonizada. Os resultados deste estudo, embora não permitam conclusões mais consistentes, determinam uma metodologia que se mostra prática e adequada para aplicação em estudos de mesma natureza. Existe a necessidade de testar diferentes proporções dos materiais adicionados ao gesso pedra e aumentar o número das amostras para uma avaliação mais fidedigna do comportamento destes materiais. PC058 [255] ANÁLISE MICROSCÓPICA E FRACTAL DO PROCESSO DE REPARO ALVEOLAR DE RATOS APÓS A TERAPIA FOTODINÂMICA ANTIMICROBIANA. MARCELO LUPION POLETI 1; THAIS MARIA FREIRE FERNANDES2; GERSON FRANCISCO DE ASSIS3; CRISTINA KURACHI4; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN5. 1,2,3,5.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU-USP, BAURU, SP, BRASIL; 4.INSTITUTO DE FÍSICA DE SÃO CARLOS-USP, SÃO CARLOS, SP, BRASIL. Com o aumento da resistência bacteriana à antibioticoterapia tornou-se necessário o desenvolvimento de técnicas antimicrobianas alternativas. Assim, o objetivo deste trabalho foi realizar análise microscópica e fractal do processo de reparo alveolar após a Terapia Fotodinâmica (TFD) antimicrobiana em ratos Wistar. Foram utilizados 49 ratos, divididos nos seguintes grupos: GRUPO C: Alvéolo não tratado; GRUPO S+L: Alvéolo preenchido com soro fisiológico e tratado apenas com aplicação do Laser de baixa intensidade (660 nm, 50 J/cm2); GRUPO ATO: Alvéolo tratado apenas com aplicação tópica de azul de toluidina - O na concentração de 100 µg/mL e GRUPO ATO+L: Alvéolo tratado com aplicação tópica de azul de toluidina - O na concentração de 100 µg/mL + aplicação de Laser de baixa intensidade (660 nm, 50 J/ cm2). Os animais foram sacrificados aos 6, 15 e 28 dias pósoperatório. O mapeamento térmico foi realizado em um animal para confirmar a ausência de efeito térmico do Laser sobre o local irradiado. Foram realizadas as análises microscópicas, qualitativa e quantitativa, de tecido conjuntivo, tecido ósseo, coágulo sanguíneo, vaso sanguíneo, infiltrado inflamatório e espaço vazio e radiográfica por meio da dimensão fractal. Os resultados microscópicos e fractal entre os grupos não apresentaram diferença estatisticamente significativa (p>0,05). Assim, de acordo com a metodologia empregada, a TFD antimicrobiana não atuou negativamente na evolução do processo de reparo alveolar. PC059 [220] CORRELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E A QUALIDADE ÓSSEA MANDIBULAR EM BRASILEIROS DE AMBOS OS SEXOS. MARIA BEATRIZ CARRAZZONE CAL ALONSO1; PLAUTO CHRISTOPHER ARANHA WATANABE2; EMIKO SAITO ARITA3; SOLANGE APARECIDA CALDEIRA MONTEIRO4; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA5. 1.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,4.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 5.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FAULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA, PIRACICABA, SP, BRASIL. O objetivo do estudo foi verificar a correlação do IMC, com a qualidade óssea mandibular (QOM), em brasileiros de ambos os sexos fomentando mais um possível sinal para avaliar o risco para osteoporose, uma vez que a doença constitui-se em um grave problema de saúde pública mundial, principalmente em caucasianos e asiáticos. Indivíduos com baixo IMC, possuem maior risco para a doença. Metodologia: Analizamos 507 exames radiográficos panorâmicos de pacientes de ambos os sexos (maiores de 18 anos) de um serviço de rotina em diagnóstico odontológico.Realizamos o cálculo do IMC, de acordo com Alfaro-Achaet et al (2006). Nas imagens panorâmicas digitais/digitalizadas a QOM foi avaliada considerando-se a Classificação de Klemetti(1997), grau de contraste da linha oblíqua (LO) da mandíbula de ambos os lados com o corpo/ramo mandibular e número de dentes presentes.Os pacientes foram separados por gênero e divididos por faixa etária: 25 a 35 anos para pré-menopausa, 35 a 65 anos para menopausa e maiores de 65 anos para pós-menopausa.Indivíduos com IMC<22,0 kg/m2, e que apresentaram menos de 20 dentes funcionais, Classe II e III de Klemetti e contraste da LO acentuado, foram considerados pacientes de risco à osteoporose. Ao final da análise dos fatores de QOM atribuímos a cada paciente o grau de boa ou má qualidade óssea sendo 1 para boa QOM e 2 para má QOM. Análise estatística foi realizada. Resultados e Conclusões: Encontramos que nem todos os pacientes com risco à osteoporose apresentam um IMC baixo, porém há um valor significante de pacientes com baixo IMC que apresentam risco à osteoporose. Estes resultados estão de acordo com os encontrados na literatura Alfaro-Achaet et al.(2006), Tashiro et al.(2006), Asomaning et al.(2006). PC060 [186] A CONTRIBUIÇÃO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE LESÃO ÓSSEA E ANATOMIA. MARIA CECILIA BARROS; MARCELO LUPION POLETI; LUIZ EDUARDO CHINELLATO; ANA LÚCIA ÁLVARES CAPELOZZA; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN. FOB-USP, BAURU, SP, BRASIL. Atualmente a Tomografia Computadorizada Feixe Cônico tem sido apresentada como um grande recurso para área de diagnóstico em especial para o diagnóstico de alterações no complexo bucomaxilofacial. Assim, propomo-nos a apresentar o relato de um caso, no qual, a utilização desta tecnologia proporcionou o diagnóstico diferencial entre lesão óssea e reparo anatômico. O paciente do gênero masculino, 87 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica melanoderma, 27 anos de idade, foi encaminhado ao nosso serviço para avaliação radiográfica de área radiolúcida com halo radiopaco em região periapical dos dentes 24 e 25 descoberto em exame panorâmico de rotina. O exame físico intraoral local demonstrou integridade das mucosas e não foi observado expansão das corticais ósseas. O teste de vitalidade pulpar foi positivo para ambos os dentes. O diagnóstico presuntivo foi de septo/loja do seio maxilar. Para uma investigação mais precisa da região a Tomografia computadorizada de feixe cônico foi realizada. As reformatações coronal, sagital e axial demonstraram extensão palatina do seio maxilar confirmando a suspeita inicial de loja do seio maxilar, no caso uma extensão palatina do mesmo e, desta forma, descartando a possibilidade de uma lesão óssea. A tomografia demonstrou a localização/tamanho e relação dessa extensão palatina com as estruturas circunvizinhas. Assim sendo, o paciente foi orientado quanto ao diagnóstico final de normalidade. PC061 [224] ANÁLISE DA REPRODUTIBILIDADE DO VALOR DE PIXEL E DO RUÍDO NO SISTEMA VISUALIX® EHD. MARIA CECILIA BARROS; MARCELO LUPION POLETI; THAIS MARIA FREIRE FERNANDES; RENATA CORDEIRO TEIXEIRA; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN. FOB-USP, BAURU, SP, BRASIL. Os valores de pixels podem ser usados para estabelecer sua reprodutibilidade em avaliações quantitativas usando imagem digital. Assim, o objetivo deste estudo foi realizar a análise da reprodutibilidade do valor de pixel e do ruído no sistema Visualix® eHD (Dentsply/Gendex), cujo sistema é constituído por um sensor CCD (Dispositivo de Carga Acoplada). O sensor, a mandíbula e a escala de densidade de alumínio com três degraus foram posicionados em um suporte de acrílico, com 1,5 cm de espessura para simular o tecido mole, e distância foco-filme de 30 cm para que as radiografias fossem obtidas de maneira padronizada. Dez repetições consecutivas das imagens foram obtidas para cada tempo de exposição (0,05; 0,07; 0,09 e 0,13 s). A análise dos valores de pixel foi realizada em cinco regiões de interesse (osso alveolar, tecido mole e três degraus da escala de densidade) no programa ImageJ® (NIH/USA). Os resultados demonstraram coeficiente de variabilidade de 0,39 a 8,67%, e independente do tempo de exposição à menor variabilidade foi para o osso alveolar e a maior para o tecido mole. O ruído variou de 1,5 a 26,86%, e independente do tempo de exposição o menor ruído foi no degrau três (mais radiolúcido) da escala de densidade de alumínio e o maior para o tecido mole. Assim, foi observado com a metodologia aplicada que a reprodutibilidade dos valores de pixels e o ruído variam em diferentes estruturas numa mesma imagem. PC062 [249] AVALIAÇÃO DA HEMODINÂMICA DAS ARTÉRIAS LABIAIS SUPERIOR E INFERIOR, POR MEIO DA ULTRASONOGRAFIA DE DOPPLER COLORIDO. MARIA JOSÉ TUCUNDUVA1; THASIA LUIZ FERREIRA2; RAUL RENATO TUCUNDUVA NETO3; CLAUDIO FROES FREITAS4. 1,2,4.FOUSP, SAO PAULO, SP, BRASIL; 3.CLINICA TUCUNDUVA, JUNDIAÍ, SP, BRASIL. A análise da hemodinâmica das artérias labiais permite a avaliação do aporte sangüíneo para os tecidos labiais, possibilitando ponderar se este se encontra dentro dos padrões de normalidade ou não, quer seja pela presença de afecções ou mesmo por alterações fisiológicas ou não do fluxo normal, em decorrência da diminuição do calibre do vaso. O objetivo deste trabalho é apresentar o padrão da hemodinâmica normal das artérias labiais, superior e inferior, por meio da ultra-sonografia modo B e doppler colorido, 88 ressaltando que este é um método não invasivo, que mesmo sem aplicação de contraste permite a observação dos vasos e o estudo do fluxo sangüíneo em tempo real. Foram avaliados cinco indivíduos jovens, de ambos os gêneros, utilizando um aparelho de ultra-som Toshiba Nemio (Toshiba Medical Corporation) com transdutor multifrequêncial linear de 6 a 12 MHz, com ângulo de insonação de aproximadamente 60 graus. Por meio das ultra-sonografias foi possível localizar, acompanhar e estudar o trajeto e o fluxo das artérias labiais desde a sua origem até a rede de anastomoses, no plano médio dos lábios, de todos os casos avaliados (100%). PC063 [211] AVALIAÇÃO DA DBV E CONTRASTE RELATIVO DOS FILMES CONTRAST FV-58 E INSIGHT FRENTE AO PROCESSO DE DEGRADAÇÃO. MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL1; MARCO ANTÔNIO GOMES FRAZÃO2; ANDRÉA CASTRO DOMINGOS3; ANDRÉA DOS ANJOS PONTUAL4. 1.UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 2.FOR, RECIFE, PE, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 4.UPE, CAMARAGIBE, PE, BRASIL. Avaliou-se densidade base e velamento (DBV) e contraste dos filmes Contrast FV-58® e Insight® frente ao processo de degradação. Foram radiografados 5 filmes de cada tipo com 1 penetrômetro e 1 placa de chumbo, utilizando aparelho de raios X operando a 70 kVp, 7 mA, com distância foco-filme de 30cm e 0,32s e 0,4s para o filme Contrast® e Insight®, respectivamente. As películas foram processadas pelo método temperatura/tempo em solução GBX. Após, processou-se 10 películas radiográficas de 18 X 24 cm no mesmo dia e mais 10 por cada 4 dias seguintes. Repetiu-se mesmo processo por 4 semanas utilizando a mesma solução. Em cada radiografia, mensurou-se DBV e, para cálculo do contraste, a densidade óptica do primeiro e último degrau do penetrômetro. Ajustou-se modelo de regressão linear para avaliar a relação entre tipo de filme, tempo e densidade ou contraste, aplicando-se teste F e teste t de Student com nível de significância de 0,05. DBV foi maior para o Contrast® (p<0,001) havendo decréscimo com o tempo em ambos filmes (p<0,05). O filme Contrast® exibiu contraste com tendência linear crescente (p<0.05) sendo inferior ao contraste do Insight da segunda à quinta semana (p<0,003). DBV do filme Contrast® é maior que a do Insight® e ambas tendem a diminuir com a degradação. O contraste é semelhante em ambos os tipos de filmes na primeira semana, sendo maior para o Insight® com o processo de degradação, apesar de haver uma tendência linear crescente do filme Contrast® com a degradação da solução processadora. PC064 [212] AVALIAÇÃO DA RADIOPACIDADE DE COMPÓSITOS RESTAURADORES EM SISTEMAS RADIOGRÁFICOS CONVENCIONAL E DIGITAL. MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL1; MARCO ANTÔNIO GOMES FRAZÃO2; ANDRÉA CASTRO DOMINGOS3; KARINA LOPES DEVITO4; ANDRÉA DOS ANJOS PONTUAL5. 1.UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 2.FOR, RECIFE, PE, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 4.UFJF, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL; 5.UPE, CAMARAGIBE, PE, BRASIL. Avaliou-se a radiopacidade em equivalência de milímetros de Alumínio (eq mm/Al) de oito compósitos restauradores (Fill Magic Flow®, Esthet X®, Natural Flow®, Fill Magic®, TPH Spectrum®, Filtek® Z350, Filtek Z250®, Opallis®) nos sistemas radiográficos convencional e digital CR®, com resolução padrão e alta, seguindo a norma da ISO 4049. Confeccionou-se 5 corpos de prova (cp) de cada material e 5 phantoms, os quais correspondiam a 1mm de espessura de Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica dentes molares. Penetrômetro, 1 cp de cada material, 1 phantom e lâmina de chumbo, foram posicionados sobre filme oclusal Insight® e placa de armazenamento de fósforo e expostos por um aparelho de raios X de forma padronizada. Foram mensurados densidade e número do pixel dos objetos radiografados. Por meio da equação do gráfico da densidade óptica líquida ou inverso do valor de pixel, dos degraus do penetrômetro, versus mm/Al, calculou-se os valores de radiopacidade do dente e dos materiais em eq mm/Al. Ajustouse um modelo linear misto com nível de significância de 0,05. Os fatores material (p<0,001), e sistema radiográfico (p<0,05) apresentaram uma associação significante com os valores de radiopacidade, mas sem interação (p = 0,281). As resinas Fill Magic Flow® e Opallis® e esmalte apresentaram radiopacidades semelhantes e maiores que os demais materiais (p<0,05). Há diferença entre a radiopacidade do sistema radiográfico convencional e digital. A resolução da imagem digital não interfere de forma significativa nos valores de radiopacidade dos materiais. Todos os materiais estudados apresentam valores de radiopacidade de acordo com a norma da ISO 4049. PC065 [233] CISTO DO DUSCTO NASOPLATINO COM GRANDE EXTENSÃO PARA A CAVIDADE NASAL: RELATO DE CASO CLÍNICO. MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL1; RAFAEL GROTTA GREMPEL2; RICARDO VILLAR BELTRÃO3; CLÁUDIA CAZAL LIRA4; LEONARDO ROCHA MENDES CAMPOS5. 1,3,4,5.UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 2.UEPB, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. O cisto do ducto nasopalatino é o cisto não-odontogênico mais comum da cavidade oral, sendo freqüente em pacientes do sexo masculino e na faixa etária da quarta à sexta década de vida. Neste trabalho, é objetivo apresentar um caso do cisto do ducto nasopalatino com grande extensão para a cavidade nasal. Paciente L.A.E.L., 38 anos, cor branca, sexo masculino, procurou o serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial do Hospital São Vicente de Paula com a queixa de aumento de volume no “céu da boca”, dificuldade de manutenção da prótese removível e de respirar. Ao exame clínico extrabucal observou-se deformidade facial, com abaulamento do nariz e lábio superior. Ao exame físico intra-bucal, verificou-se tumefação do palato e drenagem mucóide. Foi realizado exame tomográfico de feixe cônico, no qual foi visualizada uma imagem hipodensa unilocular na região mediana de palato, comprometendo a região de fossa nasal até altura das conchas nasais médias. A lesão causava abaulamento, adelgaçamento e destruição das corticais vestibular e lingual, da parede lateral e assoalho da fossa nasal. Foi estabelecido como diagnóstico presuntivo o cisto do ducto nasopalatino. Ao exame histopatológico por biópsia incisional, foi confirmado o diagnóstico presuntivo. O tratamento realizado foi mazurpialização e posteriormente, enucleação da lesão. PC066 [236] OSTEOBLASTOMA NA REGIÃO POSTERIOR DA MANDÍBULA : RELATO DE CASO CLÍNICO. MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL1; RAFAEL GROTTA GREMPEL 2; RICARDO VILLAR BELTRÃO 3; LEONARDO ROCHA MENDES CAMPOS4; CLÁUDIA CAZAL LIRA5. 1,3,4,5.UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 2.UEPB, CAMPINA GRANDE, PB, BRASIL. O osteoblastoma é uma neoplasia primária formadora de tecido osteóide e corresponde a cerca de 1% dos tumores primários do osso. Possui predileção por pacientes da primeira e segunda décadas de vida e pelas vértebras da coluna cervical, sendo raro o envolvimento dos ossos da face. Desta forma, é objetivo no presente trabalho, apresentar um caso clínico de osteoblastoma em mandíbula atingindo grande extensão da estrutura óssea. Paciente, V.B.C, 13 anos, sexo masculino, leucoderma, procurou a clínica de Cirurgia da Faculdade de Odontologia da UEPB, queixando-se de tumefação assintomática em mandíbula há 10 meses. Ao exame clínico extrabucal, verificou-se assimetria facial do lado esquerdo, sem linfonodo palpável. Ao exame clínico intrabucal, observou-se deslocamento dos dentes 34, 35 e 37, abaulamento do lado esquerdo da mandíbula, sendo firme à palpação. Realizou-se exame tomográfico de feixe cônico no qual observou-se imagem osteolítica multilocular, de limites definidos e margens regulares, envolvendo a região do lado esquerdo da mandíbula, estendendo-se da região apical do dente 31 à região do 38. Verificou-se ainda, abaulamento e adelgaçamento da margem inferior da mandíbula, rebordo alveolar e das corticais vestibular e lingual e deslocamento dos dentes 34, 35, 37 e do germe do 38. O diagnóstico presuntivo foi de fibroma ossificante juvenil. Realizou-se biópsia incisional e, ao exame histopatológico foi diagnosticado como osteoblastoma. A escolha do tratamento foi ressecção parcial de mandíbula com reconstrução com placa de titânio e posterior enxerto ósseo microvascularizado. Para planejamento do tratamento será utilizada prototipagem por sinterização seletiva a laser. PC067 [167] TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO NA AVALIAÇÃO DE DISPLASIAS FIBROSAS E ÓSSEAS DOS MAXILARES. MARIELA SIQUEIRA GIAO DEZOTTI; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN; CHRISTIANO OLIVEIRA-SANTOS; GABRIEL FIORELLI BERNINI; MANUELA ELIZABETH RODRIGUEZ ALMONTE. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BAURU, SP, BRASIL. A Displasia Fibrosa (DF) é uma doença óssea rara que pode afetar um ou múltiplos ossos e apresenta-se sob 3 padrões radiográficos: cístico, esclerótico e misto. A maioria deles estabiliza-se com a maturação esquelética. As Displasias Ósseas (DO) são processos idiopáticos localizados na região periapical de áreas dentadas, caracterizadas pela substituição de osso normal por tecido fibroso. Ocorrendo em mandíbula anterior e envolvendo poucos dentes é chamada DO periapical (OMS/2005). Lesão similar em quadrante posterior é conhecida como DO focal (OMS/2005). Dois outros tipos de DO são mais extensos e ocorrem bilateralmente na mandíbula ou envolvem os quatro quadrantes: a DO florida e o cementoma gigantiforme familiar. As várias formas de DO não requerem tratamento, a menos que complicações ocorram como infecções ou deformidade facial. Foram avaliadas as alterações ósseas de DF e DO quanto à apresentação radiográfica predominante em imagens obtidas por tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) no Departamento de Estomatologia da FOB – USP. O conhecimento dos aspectos imaginológicos na TCFC das DF e DO é de grande importância atualmente, uma vez que estes exames estão sendo cada vez mais solicitados para o planejamento cirúrgico em Implantodontia. Desta forma, propõem-se um tratamento adequado ao paciente, seja ele cirúrgico ou de proservação da lesão. PC068 [200] AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE A CORTICAL INFERIOR DA MANDÍBULA E A DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM MULHERES BRASILEIRAS MENOPAUSADAS. MATHEUS LIMA DE OLIVEIRA 1; ESIO FORTALEZA NASCIMENTO CHAVES PEDROSA2; DANIELA BRAIT SILVA LADEIRA 3 ; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA 4 ; PLAUTO CHRISTOPHER ARANHA WATANABE5. 1,2,3,4.UNICAMP - FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE 89 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica PIRACICABA, PIRACICABA, SP, BRASIL; 5.USP FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL. O objetivo no presente estudo foi avaliar a relação entre dois parâmetros de análise da qualidade óssea do córtex mandibular e a densidade óssea da coluna, fêmur e rádio. Foram selecionadas 92 imagens radiográficas panorâmicas digitais com laudos de densitometria óssea de mulheres brasileiras caucasianas, menopausadas, isentas de qualquer doença sistêmica que pudesse influenciar a qualidade e quantidade mineral óssea. Para avaliação da morfologia da cortical inferior da mandíbula, essa foi classificado em três grupos: CI – normal, CII – com moderada erosão, CIII – com severa erosão e as espessuras foram mensuradas bilateralmente, na região do forame mentual e na região de ângulo da mandíbula. Observou-se diferença estatisticamente significante entre a classificação morfológica da cortical mandibular e o exame de densitometria do radio (p< 0,0001), com sensibilidade de 94,8% e especificidade de 17,6%. O mesmo ocorreu no exame de densitometria da coluna (p= 0,0044), com sensibilidade de 94,5% e especificidade de 16,2%, e do fêmur (p= 0,0034), com sensibilidade de 94,4% e especificidade de 13,0%. Observou-se também diferença estatisticamente significante entre a média da espessura da cortical mandibular em relação ao exame de densitometria mineral óssea nas três regiões analisadas. Baseando-se nestes dados, pode-se concluir que a análise da cortical mandibular pode ser utilizada como avaliação inicial da qualidade óssea de uma região específica e sugerir alterações ósseas generalizadas, permitindo ao cirurgião dentista encaminhar o paciente ao exame de densitometria óssea. PC069 [202] ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE A DENSIDADE MINERAL ÓSSEA E O PADRÃO MORFOLÓGICO DO TRABECULADO ÓSSEO EM MULHERES BRASILEIRAS MENOPAUSADAS. MATHEUS LIMA DE OLIVEIRA 1 ; ESIO FORTALEZA NASCIMENTO CHAVES PEDROSA2; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA 3 ; FRAB NORBERTO BÓSCOLO 4 ; PLAUTO CHRISTOPHER ARANHA WATANABE5. 1,2,3,4.UNICAMP - FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA, PIRACICABA, SP, BRASIL; 5.USP FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL. O objetivo no presente estudo foi avaliar a relação entre a densidade mineral óssea mineral do rádio, coluna e fêmur e o padrão morfológico do trabeculado ósseo em imagens de radiografias panorâmicas digitais. Foram selecionadas 92 imagens radiográficas panorâmicas digitais com laudos de densitometria óssea de mulheres brasileiras caucasianas, menopausadas, isentas de qualquer doença sistêmica que pudesse influenciar a qualidade e quantidade mineral óssea. Foram selecionadas regiões de interesse na radiografia (RIR), constituídas de uma área retangular fixa, na dimensão de 230 X 130 pixels e localizadas na região do ângulo e do corpo mandibular. Com o software Image J, obteve-se o valor da Dimensão Fractal (DF) e o número total de pixels pretos na imagem (ET) em porcentagem. As médias da análise da DF na região de ângulo e do corpo da mandíbula diminuíram no grupo com osteoporose. Na região de ângulo, a média da DF nos pacientes que foram classificados como normais pelo exame de densitometria óssea do radio, foi de 1,41 e os que foram classificados com osteoporose foi de 1,35. Quando analisados em relação ao exame de densitometria da coluna, a diferença foi semelhante a do radio, sendo de 1,43 para o grupo normal e de 1,35 para o grupo com osteoporose. A densitometria óssea do fêmur apresentou resultados similares. O mesmo ocorreu com a porcentagem de pixels pretos. Baseado-se nos resultados apresentados, não foram 90 observados resultados estatisticamente significantes entre o padrão morfológico do trabeculado ósseo e o exame de densitometria óssea. PC070 [166] ESTUDO COMPARATIVO DE DOIS ÍNDICES DE ESTIMATIVA DA MATURAÇÃO ESQUELÉTICA. MICHELLA DINAH ZASTROW; DAIANY WARMELING; KARINA MARCOS RODRIGUES. UNISUL, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL. O conhecimento do estágio de crescimento e desenvolvimento das estruturas craniofaciais é importante para um correto diagnóstico ortodôntico e tratamento dos indivíduos. A idade cronológica não é um bom parâmetro para a avaliação do estágio de maturação do corpo, mas sim a determinação da maturação esquelética. O objetivo do estudo foi comparar o índice de maturação esquelética carpal (IMC) e o índice vertebral (IMV) e verificar a confiabilidade do IMV na determinação desta maturação. Utilizou-se radiografias dos prontuários da disciplina de Ortodontia da UNISUL. A amostra foi composta por 158 radiografias, sendo 79 carpais e 79 cefalométricas em norma lateral, de pacientes com idades variando entre 6 e 18 anos, de ambos os sexos. Para a determinação do IMC utilizou-se o método de Martins (1979) e para o IMV, o de Baccetti, Franchi e McNamara Jr. (2002). Os testes de correlação de Spearman e Pearson mostraram um índice entre IMC e IMV de 0,616 e 0,698, respectivamente, correlação estatisticamente significante para ambos os sexos (p<0,0001). A correlação de Spearman e de Pearson entre o IMC e a idade cronológica foi de 0,775 e 0,974, respectivamente. Já entre o IMV e a idade cronológica foi de 0,563 e 0,717, respectivamente, uma correlação também estatisticamente significante. O IMC é o método mais seguro e confiável de avaliação da maturação esquelética, porém o IMV pode ser usado como método substituto quando houver familiaridade com as alterações morfológicas das vértebras e quando a radiografia carpal não estiver disponível na documentação ortodôntica. PC071 [172] TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA VOLUMÉTRICA “CONE BEAM”: UMA NOVA VISÃO PARA O DIAGNÓSTICO DE ANQUILOSE DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR. MICHELLE BIANCHI MORAES; PAULA MOURA; LISSA DUARTE ARRAIS; FERNANDA TRAUTMANN; LUIZ CESAR DE MORAES. UNESP, ÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso clinico de anquilose da articulação temporomandibular, com especial ênfase nos aspectos imaginológicos. A anquilose da articulação têmporo-mandibular (ATM) é uma doença que envolve a fusão da cabeça da mandíbula com a base do crânio por meio de osso ou tecido fibroso. Pode resultar de traumas, infecções sistêmicas ou locais, e até de neoplasias na região. A ocorrência em pacientes jovens pode levar ao comprometimento do crescimento e desenvolvimento mandibular e dentário, ocasio-nando assimetria mandibular e severo comprometimento estético do paciente, além de limitação nas funções fisiológicas como deglutição, fonação e mastigação. O tratamento da anquilose da ATM é cirúrgico e consiste na remoção da massa óssea anquilosada, geralmente associada à interposição de material autógeno ou aloplástico para prevenir recidiva e o pós-operatório inclui um longo período de reabilitação fisioterápica com o intuito de prevenir neoformação óssea na articulação. O tratamento cirúrgico representa uma variação significativa da taxa de sucesso. Apresentaremos o caso de um paciente e 26 anos, sexo masculino, com historia de trauma aos cinco anos de idade, apresentando dor no dente 46 e impossibilidade de abertura bucal para exame e diagnóstico, encaminhado Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica para obtenção de exame radiográfico. Com a hipótese diagnóstica inicial foi solicitada a tomografia computadorizada por feixe cônico a fim de confirmar o diagnóstico. Foram realizadas reconstruções de imagens: Panorâmica, lateral e frontal em projeção de intensidade máxima, póstero-anterior, lateral e reconstruções tridimensionais. Com a tomografia computadorizada foi possível a confirmação do diagnóstico e o planejamento cirúrgico. PC072 [251] IMPORTÂNCIA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM NO DIAGNÓSTICO DE CALCIFICAÇÃO DOS LINFONODOS. MONIKELLY DO CARMO CHAGAS NASCIMENTO; FREDERICO SAMPAIO NEVES; AMANDA MARIA MEDEIROS ARAÚJO; FRAB NORBERTO BÓSCOLO; SOLANGE MARIA DE ALMEIDA. FOP/UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL. As calcificações de tecido mole são comuns, estando presentes em cerca de 4% das radiografias panorâmicas. A calcificação dos linfonodos geralmente é assintomática e encontrada ao acaso em radiografias panorâmicas de rotina. Os linfonodos comumente envolvidos são os submandibulares e cervicais. A maioria não necessita tratamento, porém é importante determinar a causa, pois o tratamento poderá ser necessário. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de um paciente de 45 anos, sexo masculino, que compareceu a uma Clínica de Radiologia para realização de exame radiográfico de rotina. Na radiografia panorâmica digital observou-se a presença de múltiplas imagens radiopacas na região de ramo e ângulo mandibular, bilateralmente. Ao exame clínicoanamnésico o paciente não relatou sintomatologia e não apresentava nenhum aumento de volume na face. No exame por tomografia computadorizada cone beam (TCCB) foi observado a presença de múltiplas imagens hiperdensas, bilaterais, na região próxima a coluna cervical. Pela localização e aspecto radiográfico na TCCB, pode-se diagnosticar o caso como calcificação dos linfonodos. Para o caso não houve a necessidade de nenhum tratamento, sendo que o paciente encontra sob proservação radiográfica. É importante que o cirurgião-dentista esteja atento aos diferentes tipos de calcificações em tecidos moles que podem ser observados na radiografia panorâmica, para saber diferenciá-los e solicitar outros métodos de investigação, como a TCCB, obtendo dessa forma um diagnóstico mais conclusivo. PC073 [244] DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA FLORIDA: RELATO DE CASO COM ACOMPANHAMENTO CLÍNICO RADIOGRÁFICO DE 15 ANOS. PATRICIA QUEIROZ FEIO1; OSLEI PAES DE ALMEIDA2; VICTOR HUGO TORAL- RIZO3; BRUNO AUGUSTO BENEVENUTO DE ANDRADE4; JÓSE MARIO PALMA GUZMÁN5. 1,2,3,4.FOP-UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 5.BENEMÉRITA UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DE PUEBLA, PUEBLA, MÉXICO. Melrose et al. em 1976 foram os primeiros autores a aplicar o termo displasia cemento-óssea florida (DCOF) para condições que mostravam massas exuberantes de cemento e osso em ambos os maxilares, não associadas a anormalidades em outra parte do esqueleto e sem apresentação de distúrbios na bioquímica do sangue. A DCOF é uma condição incomum, prevalente em mulheres acima dos 40 anos de idade e da raça negra, sendo essencialmente uma condição benigna. Constitui-se, muitas vezes, em achados radiográficos, como massas lobulares, irregulares, radiopacas, circundadas por área radiolúcida, com nítida tendência para localização simétrica, bilateral, afetando mais mandíbula do que maxila, tanto em áreas dentadas quanto em áreas desdentadas. Não existe uma causa aparente, e as lesões são assintomáticas, exceto quando ocorre a complicação da osteomielite. Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino, branca natural da cidade de Puebla, México, que no ano de 1994 se apresentou com secreção purulenta e dor na área de extração do primeiro molar inferior direito. Foi realizada radiografia panorâmica observando múltiplas massas radiopacas envoltas por halos radiolúcidos na região posterior de mandíbula de ambos os lados, envolvendo a região periapical de pré-molares e molares. O diagnóstico clínico e radiográfico foi de displasia cemento óssea florida. Em 1995, a paciente retornou com dor, sendo tratada com curetagem e antibioticoterapia. De 2005 até 2009 foram realizados exames radiográficos anuais, os quais mostraram o processo de maturação da lesão. PC074 [247] ESTUDO LONGITUDINAL RADIOGRÁFICO DE PACIENTES COM MUCOPOLISSACARIDOSES NO ESTADO DO PARÁ. PATRICIA QUEIROZ FEIO; ROSELY MARIA DOS SANTOS CAVALEIRO; LUIZ CARLOS SANTANA-DA-SILVA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL. As Mucopolissacaridoses (MPS) são doenças de depósito lisossômico causadas por mutações que alteram a funcionalidade de enzimas lisossômicas essenciais à degradação dos glicosaminoglicanos (GAGs). A MPS do tipo I é causada pela deficiência da enzima lisossômica á-Liduronidase , culminando com o acúmulo dos GAGs Heparan Sulfato e Dermatan Sulfato. A MPS VI é causada pela deficiência de Arilsulfatase B, contribuindo para o acúmulo de Dermatan Sulfato e Condroitin Sulfato . Na MPS VI e MPS I, o crescimento harmônico da face é afetado pelas alterações progressivas dos tecidos conjuntivos, especialmente naquelas de desenvolvimento endocondral. O acúmulo de GAGs nos tecidos intra-bucais é observado nos conjuntivos calcificados, densos e frouxos. Este trabalho é uma pesquisa descritiva, com estudo longitudinal radiográfico (radiografias panorâmicas) de pacientes com mucopolissacarisoses do tipo I e VI no Estado do Pará. Hipoplasia dos côndilos mandibulares foi comum aos 4 casos. Foram observados alterações no padrão de erupção, com dentes nãoirrompidos, migrações dentárias para regiões de ramo mandibular, dentes extranumerários e folículos anormalmente espessados na MPS VI; na MPS I-S houve erupção normal e na MPS I-HS, 50% dos dentes molares alcançaram o plano oclusal. A relação do padrão de erupção dental e as más oclusões foram distintos nas MPS I Scheie, Hurler-Sheie e MPS VI. Na MPS VI, a retenção de todos os molares associados aos folículos espessados parece envolver mecanismos moleculares da fase pré-eruptiva. Definir as características bucais comuns a cada tipo de MPS permite que a odontologia, posteriormente, possa intervir de forma precoce nestes pacientes. PC075 [213] ESTUDO COMPARATIVO EM RADIOGRAFIAS CEFALOMÉTRICAS LATERAIS DAS ALTERAÇÕES CRANIOFACIAIS EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN E EM PORTADORES DA SÍNDROME DA APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO. PATRÍCIA SUPERBI LEMOS MASCHTAKOW; LUIZ CESAR DE MORAES; CAROLINA BACCI COSTA; MARI ELI LEONELLI DE MORAES; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO. UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL. A síndrome da apnéia e hipopnéia obstrutiva do sono (SAHOS) caracteriza-se pela obstrução completa ou parcial das vias aéreas superiores durante o sono sendo comum em indivíduos portadores de Síndrome de Down (SD). O propósito neste estudo foi identificar, por meio da radiografia 91 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica cefalométrica lateral, anormalidades anatômicas craniofaciais associadas à predisposição à síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAHOS) em indivíduos adultos portadores de síndrome de Down (SD) e verificar a existência de dimorfismo sexual em relação a essas alterações.Foram comparadas 43 radiografias cefalométricas de indivíduos portadores de SD com idades entre 18 e 34 anos, 26 de indivíduos portadores da SAHOS com idades entre 20 e 70 anos e 30 radiografias de indivíduos não portadores de SD e sem características clínicas de SAHOS com idades entre 18 e 35 anos. As análises foram realizadas por meio do software Radiocef Studio 2. Concluiu-se que existem alterações craniofaciais estatisticamente significantes entre indivíduos portadores de SAHOS e indivíduos não sindrômicos tais como: menor comprimento maxilar e mandibular, naso, oro e hipofaringe com dimensões reduzidas, maior comprimento do palato mole, espaço retropalatal estreitado e osso hióide posicionado mais inferior e anteriormentemente. Dentre as alterações relacionadas à SAHOS, foram encontrados nos indivíduos portadores de SD, menor comprimento da base do crânio, menor comprimento maxilar e mandibular, naso e hipofaringe reduzidas, palato mole aumentado, espaço retropalatal reduzido e osso hióide posicionado mais inferior e anteriormentemente. O dimorfismo sexual foi observado nas medidas da base anterior do crânio, da maxila e mandíbula, sendo essas medidas maiores em indivíduos do sexo masculino em todos os grupos. PC076 [174] UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO VOLUMÉTRICO “CONE BEAM” I-CAT, NA AVALIAÇÃO DE CASO CLÍNICO DE CALCIFICAÇÃO INTRACRANIANA DE NEUROCISTICERCOSE. PAULA MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO; CYBELLE MORI HIRAOKA; SABRINA REIS ZINSLY. UNESP, SJC, SP, BRASIL. Este trabalho tem como objetivo demonstrar uma das várias aplicabilidades da Tomografia Computadorizada Volumétrica “Cone Beam”(TCFC), especificamente para diagnóstico em região de cabeça e pescoço. Foi solicitado, pelo médico, um exame tomográfico para avaliação dos seios da face, para investigar causa de possível cefaléia, proveniente da inflamação dos seios paranasais em indivíduo do gênero masculino, leucoderma, na faixa etária de 26 anos. Foram realizadas reconstruções de imagem nas vistas: Frontais, Laterais e Axiais, em projeção de intensidade máxima, com as devidas reconstruções tridimensionais, onde foram identificados como achado tomográfico, pontos hiperdensos em região de centro e póstero-inferior de crânio, medindo aproximadamente 6,0mm e 2,5mm de diâmetro, de localização aproximada correspondente á linha media em região de diencéfalo e cérebro médio e lóbulo occipital e cerebelo, respectivamente; imagem sendo sugestiva de Neurocisticercose (NC). Esta é a infecção parasitária mais freqüente no Sistema Nervoso Central (SNC) em países em desenvolvimento. Existem várias doenças que podem acometer o SNC e se apresentar como Calcificação Intracraniana (CIC), mais o achado tomográfico de calcificação sólida, densa, puntiforme ou nodular, única ou múltipla, de um a dez milímetros de diâmetro e de localização predominante na região supratentorial, é altamente sugestivo de NC, na forma sequelar ou inativa. A maioria das publicações sobre a forma inativa da NC aborda pacientes com diagnóstico de epilepsia, não coincidindo neste achado, em particular. Observamos com isto que a Tomografia Volumétrica por Feixe Cônico (CTFC), mostrou-se eficiente como método de diagnóstico auxiliar para identificação de patologias calcificantes cerebrais. 92 PC077 [176] TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR FEIXE CÔNICO (CBCT) NA EXATA LOCALIZAÇÃO DE IMPLANTES NO INTERIOR DOS SEIOS MAXILARES. PAULA MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO; LISSA DUARTE ARRAIS; CYBELLE MORI HIRAOKA. UNESP, SJC, SP, BRASIL. Implantes dentários colocados na maxila apresentam risco de insucesso devido à baixa densidade dos ossos maxilares e do pouco trabeculado ósseo. Além disso, a inadequada preparação, perfuração ou instalação do implante pode facilmente levar a complicações relacionadas com seios maxilares, incluindo deslocamento de implantes. O deslocamento de implantes dentários para o interior do seio maxilar mostra claramente a falta de osseointegração e pode causar graves complicações como fístula buco-sinusal e sinusite maxilar. Nesse caso, o implante deve ser removido imediatamente. Indivíduo do sexo feminino, 47 anos, relatou ter perdido dois elementos de implante após três meses da instalação dos componentes. Clinicamente, queixava-se de dor em ambos os lados da face, cefaléia freqüente, quadro febril e drenagem amarelo-esverdeada pela fossa nasal. Esse quadro persistiu após 20 dias seguidos de antibioticoterapia. Foi feita uma incidência panorâmica inicial, onde foram observados dois componentes de implante no interior do seio maxilar - um em cada lado - e quadro de velamento total em ambos. Na Tomografia Volumétrica por Feixe cônico, verificouse a exata localização dos componentes e o comprometimento de ambos os seios maxilares. PC078 [175] LOCALIZAÇÃO DE PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO EM MANDÍBILA COM A UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO DE FEIXE CÔNICO. PAULA MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO; LISSA DUARTE ARRAIS; MICHELLE BIANCHI MORAES. UNESP, SJC, SP, BRASIL. Os ferimentos por arma de fogo constituem problema de saúde pública mundial. A região maxilofacial tem sido alvo constante desse tipo de injúria que vem aumentando proporcionalmente o índice de violência, principalmente em grandes centros urbanos. O objetivo deste trabalho é enfatizar a importância da Tomografia Computadorizada Volumétrica como instrumento para o diagnóstico investigativo desse tipo de acidente. O exame tomográfico de rotina foi solicitado pelo Cirurgião Buco-maxilo-facial para avaliar quantitativamente osso maxilar para posterior enxerto e implante em região de osso Zigomático. Paciente leucoderma, 55 anos, relata acidente seguido por ferimento de arma de fogo há 33 anos. Não relata dor local e relata expelir restos de metal esporadicamente. O motivo pelo qual o projétil de arma de fogo localizado no centro do assoalho bucal não foi removido durante a cirurgia imediatamente após o acidente é desconhecido. Foram realizadas reconstruções de imagens: Panorâmica, lateral e frontal em projeção de intensidade máxima, póstero-anterior, lateral e reconstruções tridimensionais onde foram visualizadas maxila e mandíbula, localizados os vestígios deixados pela arma de fogo em maxila e o projétil localizado no centro do assoalho bucal. PC079 [173] CARCINOMA ESPINOCELULAR: UMA NOVA VISÃO DE DIAGNÓSTICO COM A UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO VOLUMETRICO CONE BEAM I-CAT. PAULA MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO; MICHELLE BIANCHI MORAES; EDMUNDO MEDICI-FILHO. Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica UNESP, SJC, SP, BRASIL. O carcinoma de células escamosas ou espinocelular consiste na neoplasia maligna mais comum da cavidade oral. Embora possa ocorrer em qualquer parte da cavidade oral, certas áreas são mais freqüentes, como lábio inferior, língua e assoalho bucal. Os fatores comumente considerados predisponentes para o desenvolvimento do câncer bucal são tabaco, álcool, sífilis, nutrição deficiente e luz solar. Alem disso, alguns agentes biológicos, como o papilomavirus humano, e historia pregressa de neoplasia do trato aerodigestivo também estão relacionados com o desenvolvimento desse tipo de câncer. Na pratica clinica, o plano de tratamento e o prognóstico do carcinoma oral são baseados principalmente no sistema TNM, no qual “T” significa extensão do tumor, “N” presença de nódulos linfáticos, “M” presença ou ausência de metástases distantes. O sistema de estadiamento TNM foi concebido pela União Internacional Contra o Câncer, a fim de ajudar no planejamento, assistir a evolução, facilitar a troca de informações e indicar o prognostico no tratamento das neoplasias. O caso relatado será de uma mulher de 57 anos, japonesa, com dor na região oral há mais de um ano, procurou o cirurgião-dentista relatando coleção purulenta e sangramento na região há um mês, não conseguindo mais usar a prótese total. Foi solicitado exame Tomográfico e histopatológico que confirmaram a suspeita de carcinoma espinocelular. PC080 [177] ASPECTOS CLÍNICOS E TOMOGRÁFICOS DE FRATURA MANDIBULAR POR ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO COM A UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO VOLUMÉTRICO “CONE BEAM” I-CAT. PAULA MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO; MICHELLE BIANCHI MORAES; EDMUNDO MEDICI-FILHO. UNESP, SJC, SP, BRASIL. As lesões da cabeça e da face podem representar 50% de todas as mortes traumáticas, ocasionados principalmente por acidentes automobilísticos. As fraturas faciais podem variar em função do gênero, idade e raça, tendo os mais variados tipos de agentes etiológicos, indo desde a violência no transito a fraturas patológicas, estando sujeito a agentes modificadores sociais. Dentre as fraturas faciais, merece destaque a fratura de mandíbula, já que alguns autores a citam como o osso mais lesado em traumas faciais e outros a consideram o segundo local mais fraturado, perdendo em número apenas para as fraturas nasais. As fraturas mandibulares podem levar a grandes prejuízos estéticos, funcionais e financeiros e suas características epidemiológicas têm sofrido alterações em diversas localidades. Anatomicamente, a mandíbula localiza-se no terço inferior da face, constituindo uma região proeminente da mesma. Estes fatos contribuem para a grande incidência de fraturas mandibulares. A mandíbula participa de importantes funções vitais, como mastigação, deglutição, fonação e manutenção da oclusão dentária. Faixas etárias mais jovens são as mais acometidas, afastando temporariamente essa população produtiva do trabalho, onerando bastante indivíduo e sociedade. Paciente 24 anos, sexo masculino, sofreu colisão frontal em acidente automobilístico, fraturou os dentes antero-superiores, e relatou sentir dor na região anterior da mandibula. Foi encaminhado pelo Cirurgião Buco maxilo para exame tomográfico com suspeita de fratura mandibular. No exame tomográfico foram feitas reconstruções transversais, panorâmica, tridimenional, onde pode-se confirmar e mapear todo o traço de fratura mandibular na região de sínfise. PC081 [178] O USO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA VOLUMÉTRICA NO DIAGNÓSTICO DE CALCIFICAÇÃO DE CARTILAGEM TIREÓIDE. PAULA MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; JULIO CEZAR DE MELO CASTILHO; SABRINA REIS ZINSLY; CYBELLE MORI HIRAOKA. UNESP, SJC, SP, BRASIL. A mineralização da cartilagem tireóide é um processo fisiológico que acomete adultos aumentando progressivamente com a idade. A ossificação começa na borda posterior, margem inferior e corno inferior da cartilagem tireóide. Nos homens a cartilagem está ossificada aos 70 anos, mas nas mulheres, a cartilagem nunca ossifica completamente restando uma porção cartilaginosa. A ossificação da cartilagem cricóide e tireóide é mais freqüente nas mulheres, embora maior grau de ossificação têm sido encontrado em homens. A calcificação da cartilagem é simétrica, podendo ser focais ou difusas e amorfas. Os mecanismos da mineralizaçao ainda não são claros. Quando a ossificação da tireóide é notada em idade precoce, outros métodos de imagens como ultrassom, tomografia computadorizada, ressonância magnética podem ser úteis para excluir adenomas de paratireóide. A importância do conhecimento dos aspectos radiográficos de cartilagens laríngeas calcificadas se deve ao fato dessas variações da normalidade serem diagnóstico diferencial de ateromas calcificados localizados na artéria carótida. Essa diferenciação é fundamental, uma vez que a conduta é bastante diferente para os dois casos, pois as calcificações não necessitam de tratamento. Paciente de sexo feminino, 26 anos Cirurgiã Dentista veio á clinica de Radiologia para realizar a Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico, para avaliação de região de articulação temporo-mandibular, com queixa principal dor esporádica quando trabalhava com a cabeça abaixada, e relatou fazer fisioterapia há 5 anos. Foram realizadas reconstruções de imagens: Panorâmica, póstero-anterior, lateral e reconstruções tridimensionais, estando descartada a disfunção temporo-mandibular e constatada hipodensidade abaixo do osso hióide compatível a mineralização da cartilagem tireóide. PC082 [183] UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DIGITAIS NA ANÁLISE DE LESÕES RADIOLÚCIDAS MANDIBULARES. RICARDO RAITZ 1; JOSÉ NARCISO ROSA ASSUNÇÃO JÚNIOR2; MARLENE FENYO-PEREIRA3; LUCIANA CORREA4; LILIAM PEREIRA LIMA5. 1,2.UNIB, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 3,4.FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 5.IMEUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. O objetivo deste estudo foi avaliar se a utilização de ferramentas digitais na interpretação radiográfica de lesões radiolúcidas influencia no número de diagnósticos corretos. Vinte e quatro radiografias panorâmicas de ameloblastoma, tumor odontogênico queratocístico, cisto dentígero e cavidade óssea idiopática (6 casos de cada) foram selecionadas, digitalizadas e avaliadas por profissionais não-especialistas (estudantes de graduação e recém-graduados) e por profissionais especialistas (patologistas, estomatologistas, radiologistas e cirurgiões buco-maxilo-faciais). Os percentuais de diagnósticos correto e incorreto, relacionados ao uso de brilho/contraste, inversão, nitidez, highlight e zoom foram comparados pelo teste qui-quadrado. Todos os profissionais fizeram suas avaliações antes e após a consulta de uma lista de parâmetros diagnósticos radiográficos confeccionada para cada lesão, e a influência desta consulta sobre o uso dessas ferramentas também foi analisada pelo teste de McNemar e do coeficiente Kappa. No grupo de especialistas, as percentagens de acertos diagnósticos não 93 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica mudaram para qualquer uma das ferramentas digitais. Para o grupo de não-especialistas, e, levando-se em consideração a ferramenta brilho/contraste, houve uma diminuição na porcentagem de diagnósticos corretos quando não houve consulta dos parâmetros diagnósticos (p = 0,027). Por outro lado, um aumento desta percentagem foi observado quando os parâmetros diagnósticos foram consultados (p = 0,008). A ferramenta mais preferida e a menos preferida pelos examinadores foram a nitidez e a inversão, respectivamente, pelos dois grupos. O uso ou não de brilho/constrate e zoom tiveram uma razoável concordância no grupo dos especialistas (K = 0,514 e K = 0,425, respectivamente). De forma geral, a freqüência de utilização das ferramentas digitais foi menor após a consulta da lista de parâmetros diagnósticos. Os resultados indicam que o uso da ferramenta brilho/contraste pelos não especialistas pode ter prejudicado sua acurácia na determinação dos diagnósticos corretos, no entanto, a utilização da lista de parâmetros radiográficos parece reverter este cenário. PC083 [265] CISTO ÓSSEO ESTÁTICO: EXAMES POR IMAGENS. ROBERTO HEITZMANN RODRIGUES PINTO. FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Paciente do gênero feminino, 67 anos, leucoderma, procurou a clínica odontológica para a realização de próteses totais superior e inferior. Após anamnese e exames clínicos foram solicitadas radiografias oclusais totais da maxila e mandíbula e radiografia panorâmica. Durante a interpretação radiográfica desses exames foram observadas bilateralmente, imagens radiolúcidas, circunscritas, com aspecto cístico e halo radiopaco, nas regiões próximas ao ângulo da mandíbula, entre o canal mandibular e base da mandíbula, sugerindo cisto ósseo estático. De acordo com Nevile et al. (1998) essa condição representa uma cavidade focal de cortical óssea lingual da mandíbula, preenchida por tecido normal de glândula salivar, representando um defeito de desenvolvimento da glândula salivar submandibular, contudo, em alguns casos, pode apresentar tecidos muscular, vasculonervoso, conjuntivo fibroso, adiposo e linfóide. Raramente é observado em crianças, o que levanta a hipótese de se manifestar em pacientes de meia-idade e maior incidência no gênero masculino. Essa lesão geralmente permanece estática e assintomática, porém, em poucos casos ela apresentou aumento de tamanho. Freitas et al. (2004) consideram essa situação como uma entidade radiográfica e não patológica, sendo geralmente descobertas em exames radiográficos de rotina. Para o caso clínico descrito acima, foi indicado um acompanhamento radiográfico, tendo em vista que a paciente apresentava discreta sintomatologia dolorosa no lado esquerdo. PC084 [169] AVALIAÇÃO POR RADIOGRAFIA PERIAPICAL E TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM DO TRATAMENTO EM SESSÃO ÚNICA DE CANAIS RADICULARES DE CÃES. RONALD ORDINOLA ZAPATA; LUCIANA MARIA PAES DA SILVA RAMOS FERNANDES; MARCO ANTONIO HUNGARO DUARTE; ANA LÚCIA ÁLVARES CAPELOZZA; CLÓVIS MONTEIRO BRAMANTE. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU-FOB/USP, BAURU, SP, BRASIL. O presente trabalho objetiva apresentar e comparar imagens de radiografias periapicais e de tomografia computadorizada cone beam (TCCB) de lesões induzidas experimentalmente em 2 cães. Trinta e quatro lesões periapicais foram induzidas inoculando a bactéria Enterococcus faecalis nos canais radiculares. A efetividade do método de indução de necrose foi determinada por microscopia confocal de varredura laser em 3 dentes adicionais. Decorrido o período de 60 dias, a presença de periodontite apical crônica foi determinada por radiografias periapicais. Em seguida, 17 canais foram tratados endodonticamente em sessão única e 17 canais contralaterais foram deixados sem tratamento (controle). Após o período de 180 dias, os animais foram sacrificados. Os crânios foram escaneados no tomógrafo i-CAT, com utilização do protocolo com FOV 6cm, voxel de 0,25 e tempo de 40 segundos. Em relação às radiografias periapicais, foram tomadas iniciais com filme convencional e finais padronizadas, após o sacrifício dos animais. A comparação entre as imagens obtidas após o período experimental pelos 2 métodos foi feita através de medições da área em mm2 de cada lesão encontrada, com software ImageTool. Os resultados mostraram lesões de menor diâmetro nos dentes tratados em comparação ao grupo controle (P<0,05). A comparação entre os métodos demonstrou diferença estatística (P<0,05), sendo evidenciadas áreas radiolúcidas maiores pela TCCB. Concluiu-se que os dentes tratados em sessão única apresentavam lesões menores em comparação aos não-tratados em ambos os exames e que as áreas das lesões observadas na TCCB foram maiores do que as áreas encontradas nas radiografias periapicais. PC085 [182] A IMPORTÂNCIA DO EXAME TOMOGRÁFICO NO DIAGNÓSTICO DE OSTEOMA. SABRINA REIS ZINSLY; LISSA DUARTE ARRAIS; RENATA COSTA DE ALMEIDA; LUIZ CESAR DE MORAES; FERNANDA TRAUTMANN. UNESP, SJC, SP, BRASIL. Os osteomas são tumores benignos, compostos de osso maduro compacto ou medular. A patologia freqüentemente surge isoladamente, salvo quando associada à síndrome de Gardner. A lesão pode se apresentar como uma massa séssil ou pedunculada (osteoma subperiostal) ou pode ser localizada no osso medular (osteoma endosteal). Há preponderância de relatos envolvendo processo alveolar e tuberosidade da maxila, e face lingual do corpo e o bordo infe¬rior da mandíbula. Apresenta maior predileção por adultos jovens. Os osteomas periósticos apresentam-se como massas de crescimento lento podendo alcançar grande tamanho, provocando deformação facial. Radiograficamente, a lesão endosteal apresenta-se cir¬cunscrita e radiopaca, muitas vezes semelhante à odontomas complexos e escleroses idiopáticas, o que dificulta seu diag-nóstico diferencial. Os osteomas maiores com deformidades estéticas são tratados com uma excisão cirúrgica conservadora. Os osteomas assintomáticos pequenos não precisam de tratamento e devem ser observados. Paciente leucoderma, sexo feminino, 41 anos, compareceu para avaliação ortodôntica. Na radiografia panorâmica foi observado, na região de ramo e incisura de mandíbula do lado esquerdo, imagem radiopaca de limites definidos. Na anamnese, o paciente não relatou história de trauma ou infecção na região. Ao exame físico intra-bucal, observou-se o aumento volumétrico da região, de consistência dura à palpação, assintomático. Três anos mais tarde, a paciente retornou para controle quando foram realizadas radiografia e tomografia computadorizada. Na panorâmica, não foi observado aumento da lesão. Na tomografia, nos cortes axiais e na reconstrução volumétrica multiplanares, foi observado imagem hiperdensa, com aspecto pediculado na região mais anterior e medial do ramo sugerindo osteoma periférico. Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica PC086 [159] UTILIZAÇÃO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NA AVALIAÇÃO DO MÚSCULO PTERIGÓIDEO LATERAL. SILVIA MORGADO D´IPPOLITO1; ANGELA BORRI WOLOSKER2; BENEDITO HERBERT SOUZA3; MARLENE FENYO-PEREIRA4. 1,4.FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2,3.EPM-UNIFESP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. O Músculo Pterigóideo Lateral (MPL) desempenha um papel importante nas Desordens Temporomandibulares (DTM), devido à íntima relação deste músculo com a Articulação Temporomandibular (ATM). No entanto, evidências de alterações patológicas dos músculos mastigatórios ainda parecem faltar nas pesquisas da DTM. O objetivo neste trabalho foi demonstrar a aplicação da IRM (Imagem por Ressonância Magnética) na avaliação do MPL (Músculo Pterigóideo Lateral). Foram utilizados exames de RM de 50 indivíduos com ou sem DTM (Disfunção Temporomandibular). Neste trabalho, das 100 ATM analisadas, 35 pacientes com DTM (70 ATM), prevalecendo o gênero feminino e 15 indivíduos sem sinais e sintomas clínicos de DTM (30 ATM) foram incluídos. O MPL foi observado e analisado em diferentes projeções. As imagens sagitais oblíquas e axiais da ATM (Articulação Temporomandibular) foram analisadas por 2 examinadores e demonstraram anomalias no MPL, como hipertrofia, atrofia e contratura, correlacionados com os sinais clínicos de DTM, em indivíduos sintomáticos e assintomáticos. Sinais de DTM, como hipermobilidade, hipomobilidade e deslocamento do disco articular puderam ser observados nas imagens de ATM. Com relação aos sintomas clínicos como dor, sons articulares, cefaléia e limitação nos movimentos mandibulares, foi possível observar que todos os pacientes com DTM apresentavam pelo menos um destes sintomas, sendo as queixas mais presentes dor e estalo; e os pacientes sem DTM também puderam mostrar alterações nas imagens de RM da ATM, como atrofia e contratura muscular, as mais observadas. Os resultados revelaram que, em média, as medidas do lado D são estatisticamente iguais às do lado E. Os grupos com e sem DTM, também apresentaram, medidas estatisticamente iguais nos mesmos cortes. A variação no tamanho dos MPL entre os lados D e E do mesmo paciente e entre os pacientes sintomáticos e assintomáticos, está relacionada às diferenças entre as estruturas físicas individuais. Com relação às alterações morfológicas encontradas no grupo com DTM, as mesmas não foram estatisticamente significantes. Na comparação entre posição do disco articular, mobilidade da cabeça da mandíbula e alteração na morfologia dos músculos, entre o grupo com DTM e o grupo sem DTM, não encontramos relação entre todas estas alterações, apesar de serem achados predominantemente em pacientes com DTM. Concluímos que a RM é um ótimo exame para avaliação do MPL, também que houve uma prevalência de DTM no gênero feminino; as queixas mais presentes foram dor e estalo; todos os pacientes com DTM são portadores de algum tipo de sintomatologia; a presença de DTM pode provocar alteração na espessura do MPL e os tipos de alterações morfológicas mais encontradas foram atrofia e contratura muscular. Estudos futuros são necessários para se continuar avaliando o MPL por meio de RM. PC087 [194] CAVIDADE ÓSSEA IDIOPÁTICA SEQUENCIAL. TÂNIA MARA PIMENTAAMARAL; VLADIMIR REIMAR AUGUSTO DE SOUZA NORONHA; VAGNER RODRIGUES SANTOS; RICARDO ALVES MESQUITA; EVANDRO NEVES ABDO. FOUFMG, BH, MG, BRASIL. Introdução: Paciente de 22 anos, feminino, foi encaminhada pelo ortodontista para avaliação de imagem radiolúcida na região anterior esquerda da mandíbula mostrada na radiografia panorâmica. A imagem localizava-se entre os dentes 32 e 34, era unilocular, de limites definidos, festonada e descorticalizada. Hipóteses diagnósticas foram de cisto ósseo traumático, lesão central de células gigantes, tumores e cistos de origem odontogênica. O exame histopatológico foi de cavidade óssea idiopática. Após três anos de seguimento, foi observado na radiografia panorâmica, imagem radiolúcida, unilocular, de limites definidos, contornos irregulares, descorticalizada em ramo ascendente de mandíbula direita. A tomografia computadorizada da mandíbula, em cortes axiais, sagitais e ortorradiais, revelou imagem hipodensa, homogênea, de limites definidos, unilocular, sem expansão ou rompimento das corticais ósseas, localizada do dente 48 ao terço médio do ramo ascende. O dente 48 apresentava com imagem do saco pericoronário sem relação com a lesão. As hipóteses de diagnósticas foram as mesmas descritas anteriormente. O diagnóstico histopatológico foi de cavidade óssea idiopática. A paciente encontra-se em acompanhamento sem sinais clínicos-radiográficos de doença. Revisão de literatura: A etiopatogenia da cavidade óssea idiopática é incerta e controversa, sendo teoria de trauma a mais aceita. A faixa etária de maior ocorrência é na 2ª década de vida com igual prevalência entre homens e mulheres. É assintomática, sendo diagnosticada por exames radiográficos de rotina. Comentário: A imagem da cavidade óssea idiopática faz diagnóstico diferencial com cistos e tumores de origem odontogênica. Assim, a utilização dos recursos imaginológicos são importantes para auxiliar no diagnóstico definitivo. PC088 [201] O PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO NO DIAGNÓSTICO DE TRAUMATISMO DO ASSOALHO BUCAL. THAÍS SUMIE NOZU IMADA; MARCELO LUPION POLETI; JOSÉ HUMBERTO DAMANTE; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN. FOB/USP, BAURU, SP, BRASIL. A Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) tem muitas aplicações na Odontologia, dentre elas identificar e mensurar estruturas anatômicas e lesões ósseas. Assim, propomo-nos a apresentar o relato de um caso, no qual, esta tecnologia foi utilizada. O paciente do gênero feminino, leucoderma, 76 anos de idade, foi encaminhado ao nosso serviço para avaliação de trauma crônico na região sublingual anterior. Na história da doença atual a paciente relatou que usava a mesma prótese há cinco anos e que sentia dor na região ao mastigar. A história médica pregressa revelou tratamento para osteoporose com uso contínuo de alendronato. O exame físico intraoral local demonstrou úlcera e fibrose da mucosa sublingual associado ao uso da prótese instável. A radiografia panorâmica demonstrou reabsorção severa do rebordo alveolar. Foi realizada radiografia oclusal total de mandíbula evidenciando um aumento do tubérculo geni. O diagnóstico presuntivo foi de trauma crônico associado ao uso da prótese instável, reabsorção severa do rebordo alveolar e aumento do tubérculo geni. Para uma investigação pré-cirúrgica mais precisa da região a TCFC foi realizada. As reconstruções sagitais e em 3D confirmaram o diagnóstico de reabsorção severa do rebordo alveolar e aumento do tubérculo geni. O tubérculo geni mediu cerca de 5,5 mm de comprimento por 12 mm de largura na sua inserção junto a tábua óssea. O tratamento de escolha foi a prescrição de Omcilon-A em orabase por sete dias e ajuste da prótese até ser possível a realização da cirurgia. A paciente atualmente se encontra em acompanhamento. Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica PC089 [208] ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES SIMULADORES DE TECIDO MOLE NOS VALORES DE PIXEL UTILIZANDO O SISTEMA VISUALIX® EHD. THAÍS SUMIE NOZU IMADA; MARCELO LUPION POLETI; THAIS MARIA FREIRE FERNANDES; RENATA CORDEIRO TEIXEIRA; IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN. FOB/USP, BAURU, SP, BRASIL. A atenuação ocorre quando os fótons de raios X atravessam um objeto e sua intensidade é diminuída. Esse fenômeno pode variar dependendo da presença de tecido mole quando um feixe de raios X incide. O objetivo deste estudo foi realizar a análise da influência de diferentes simuladores de tecido mole nos valores de pixel utilizando o Sistema Visualix® eHD em 10 hemimaxilas de ratos Wistar. As imagens radiográficas foram padronizadas utilizando-se um suporte com base fixa de isopor adaptado, o sensor, a escala de densidade de alumínio com quatro degraus e o simulador de tecido mole sempre na mesma posição. Além disso, 70 kVp, 7 mA, distância foco-filme de 30 cm, tempo de exposição de 0,05 e cabeçote do aparelho direcionado perpendicularmente a peça foram padronizados. As hemimaxilas foram radiografas e em seguida foi removido todo o tecido mole e obtido nova imagem radiográfica. Diferentes simuladores de tecido mole foram utilizados posteriormente (acrílico; cera utilidade; acrílico + cera utilidade; 1 mm de cera rosa número 9; 2 mm de cera rosa número 9 e gelatina). A análise dos valores de pixel foi realizada em uma região de interesse de 267 x 267 pixels por meio do programa ImageJ® (NIH/USA). Os resultados demonstraram diferença estatisticamente significativa (p< 0,01) nos valores de pixel para todos os simuladores quando comparado com a hemimaxila com tecido mole, exceto para o simulador gelatina. Pode-se concluir que os valores de pixel variam com os diferentes simuladores de tecido mole e que o simulador de gelatina demonstrou maior similaridade com o tecido mole. PC090 [254] FORMULAÇÃO DE PLANO DE TRATAMENTO BASEADO EM ROTEIRO DE CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS. TIAGO GORGULHO ZANET; RODNEI GARCIA ROCHA; ANGELICA MARIA HERNANDEZ; MARLENE FENYO-PEREIRA. FO-USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Introdução: Avaliação, identificação e construção de um plano de tratamento, baseado nas evidências clínicas e auxiliado pelos exames radiográficos; torna um processo de extrema importância na formação do conhecimento de um Cirurgião Dentista generalista. A interpretação radiográfica é afetada pela educação, treinamento e experiência do observador, qualidade radiográfica e parâmetros de interpretação. (SAUNDERS, 2001; LANNING et al., 2006) Objetivos: Criar um meio auxiliar na interpretação radiográfica e desenvolvimento de um plano de tratamento. Métodos: Alunos em número de 6, cursando a disciplina de Clinica Integrada da FOUSP, realizaram um planejamento baseado apenas na radiografia panorâmica. Foram divididos em dois grupos. O primeiro com o auxílio de um roteiro de orientação de características radiografias (RCR) e o segundo grupo sem o roteiro (SCR). Analizou-se a porcentagem de procedimentos semelhantes intra e entre grupos. Resultados: Obtivemos resultados semelhantes na avaliação intra grupo: RCR=57,4% e SCR=34,32%, já na comparação inter grupo obtivemos: RCR e SCR=22,85% de procedimentos semelhantes. Conclusão: A associação de um roteiro de orientação na identificação das características radiográficas, propiciou um detalhamento do diagnóstico e favoreceu o plano de tratamento. PC091 [215] OSTEOSSARCOMA ASSOCIADO À DISPLASIA CEMENTO ÓSSEA FLORIDA. 96 WILFREDO ALEJANDRO GONZALEZ-ARRIAGADA; FERNANDA VIVIANE MARIANO; PABLO AGUSTIN VARGAS; OSLEI PAES DE ALMEIDA; MÁRCIO AJUDARTE LOPES. FOP-UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL. Osteossarcoma é o tumor primário mais comum dos ossos com uma incidência de 4-5 por um milhão de pessoas. Parece não ter uma associação com a raça e apresentam-se principalmente na segunda década de vida. Os osteossarcomas nos maxilares são incomuns e correspondem a 6-8% de todos os osteossarcomas, com uma maior incidência na terceira e quarta décadas de vida. Os sintomas mais comuns são aumento de volume e dor. Os achados radiográficos são variados podendo ser uma lesão radiolúcida, mista ou radiopaca. A displasia cemento óssea florida tem envolvimento multifocal com uma tendência de ser bilateral e simétrico. É mais comum em mulheres da raça negra, geralmente assintomático e seu diagnóstico normalmente é estabelecido através de exame radiográfico de rotina. Apresentamos um caso de uma paciente do gênero feminino com 44 anos de idade que foi encaminhada para avaliação de um aumento de volume no lado direito da mandíbula com quatro anos de evolução. Ao exame intraoral observou-se um aumento de volume duro e dolorido à palpação, levemente avermelhado no lado direito da mandíbula de aproximadamente 3 x 2 cm de diâmetro. As radiografias mostraram uma imagem mista, no corpo de mandíbula entre os dentes 45 e 48. Outras áreas da mandíbula e maxilas mostraram áreas radiopacas e radioIúcidas sugestivas de displasia cemento óssea florida. Foi feita uma biópsia no corpo de mandíbula à direita e o diagnóstico histopatológico foi de osteossarcoma. A paciente foi encaminhada para o cirurgião de cabeça e pescoço para tratamento. PC092 [219] CISTO ÓSSEO TRAUMÁTICO EM MANDÍBULA – RELATO DE CASO. IGOR AGUIAR REIS; LUCAS DA SILVA PADOVANI; MARCELLA REZENDE SERPA; PAULO EDUARDO ALENCAR SOUZA; PETER REHER PUC-Minas, Belo Horizonte, MG, BRASIL. O cisto ósseo traumático é um pseudocisto, pois apesar de sua nomenclatura, é um cisto que não apresenta revestimento epitelial. Trata-se de uma cavidade vazia e assintomática, de pouca freqüencia, sendo um achado radiográfico ocasional na clínica odontológica. Apresenta prevalência de 60% em indivíduos do sexo masculino sendo comumente observado na segunda década de vida, com localização em corpo ou sínfese de mandíbula. Acredita-se que seja resultante de um trauma ósseo insuficiente para causar uma fratura, levando a um hematoma intra-ósseo que, sem reparação, se liquefaz e forma um defeito cístico. Paciente M.H.S.N., 14 anos, melanoderma, gênero feminino, compareceu a clínica de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da PUC Minas. A paciente não apresentava sintomas, sendo que a lesão foi observada em radiografia panorâmica durante exame de rotina, notando-se por área radiolúcida unilocular, bem delimitada, na região anterior de mandíbula, próxima aos dentes 41, 31, 32 e 33. Os diagnósticos presuntivos foram ceratocisto odontogênico, ameloloblastoma unicístico, cisto ósseo traumático e outras lesões císticas. Durante a anamnese a paciente relatou ter sofrido uma queda, traumatizando a região mentoniana, há aproximadamente 12 anos. Foi então realizada punção aspirativa, a qual foi positiva para sangue e sugestiva de ausência de tecido sólido no interior da lesão. Procedeu-se, então, à incisão em fundo de vestíbulo inferior e descolamento mucoperiósteo, expondo a área da lesão acessada através da cortical óssea vestibular. Durante exploração cirúrgica, verificou-se ausência de cápsula e revestimento, o escasso material encontrado foi Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica enviado para exame histopatológico, cujo resultado foi compatível cisto ósseo traumático. A curetagem das paredes promoveu sangramento e formação de coágulo, com o objetivo de promover neoformação óssea. O diagnóstico requer associação dos caracteres clínicos, radiográficos e microscópicos, mas é essencial a constatação cirúrgica de cavidade óssea vazia. O diagnóstico diferencial deve incluir outras lesões como cistos radiculares, lesão central de células gigantes, displasia fibrosa, ameloblastoma, ceratocisto. A paciente encontra-se em acompanhamento clínico-radiográfico com quadro satisfatório. PC093 [234] TRATAMENTO CIRÚRGICO DE TUMOR ODONTOGÊNICO CERATOCÍSTICO MANDIBULAR COM CURETAGEM SEGUIDA DO USO DA SOLUÇÃO DE CARNOY - RELATO DE CASO. LUCAS DA SILVA PADOVANI; BELINI FREIRE-MAIA; ROSANA LUKSCHAL BARBOSA; SYLVIE BRENER; IGOR AGUIAR REIS PUC-Minas, Belo Horizonte, MG, BRASIL. O ceratocisto odontogênico é uma lesão cística que obteve em 2005 um novo conceito frente á OMS, como tumor odontogênico ceratocístico. Essa lesão tem aspectos clínicos diferenciados, apresentando altas taxas de recidiva, agressividade, aspecto histopatológico específico, crescimento lento e assintomático. È um tumor encontrado em pacientes comumente na segunda e terceira décadas de vida, acometendo mandíbula, especialmente em região posterior e ramo ascendente. A maioria das lesões são descobertas por acaso através de radiografias de rotina, pois tendem a crescer no sentido ântero-posterior, pelos espaços medulares do osso sem causar expansão óssea. Radiograficamente apresenta-se como uma área radiolúcida uni ou multilocular envolta por um halo radiopaco podendo ou não estar relacionada com um dente retido. Histologicamente espera-se encontrar uma cápsula fina e friável, podendo haver material líquido ou semi-sólido (restos de ceratina), epitélio da lesão escamoso estratificado .O seu lúmen é formado por células epiteliais paraceratinizadas, podendo ainda haver presença de cistos satélites. O tratamento indicado para a lesão comumente é a enucleação rigorosa embora existam relatos de descompressão e marsupialização. Altos índices de recorrência desse tumor, parecem estar relacionados á natureza fina e friável da cápsula do cisto e também á presença de “cistos filhos”. Deve-se considerar outras formas adjuvantes de tratamento como a crioterapia, escarificação e aplicação de solução de Carnoy. A solução de Carnoy (fixador de tecido contendo 6 ml de álcool absoluto, 3 ml de clorofórmio, 1 ml ácido acético glacial e cloreto férrico 0,1 mg/ml) na loja cirúrgica é um tratamento auxiliar posterior á exérese da lesão podendo reduzir de forma significativa a chance de recidiva, provavelmente relacionada a uma necrose química superficial. A injeção da solução na luz do cisto tem sido usada para facilitar o descolamento do cisto da superfície óssea , o que também pode auxiliar na sua remoção. em pacientes comumente na segunda e terceira décadas de vida, acometendo mandíbula, especialmente em região posterior e ramo ascendente. A maioria das lesões são descobertas por acaso através de radiografias de rotina, pois tendem a crescer no sentido ântero-posterior, pelos espaços medulares do osso sem causar expansão óssea. Radiograficamente apresenta-se como uma área radiolúcida uni ou multilocular envolta por um halo radiopaco podendo ou não estar relacionada com um dente retido. Histologicamente espera-se encontrar uma cápsula fina e friável, podendo haver material líquido ou semi-sólido (restos de ceratina), epitélio da lesão escamoso estratificado .O seu lúmen é formado por células epiteliais paraceratinizadas, podendo ainda haver presença de cistos satélites. O tratamento indicado para a lesão comumente é a enucleação rigorosa embora existam relatos de descompressão e marsupialização. Altos índices de recorrência desse tumor, parecem estar relacionados á natureza fina e friável da cápsula do cisto e também á presença de “cistos filhos”. Deve-se considerar outras formas adjuvantes de tratamento como a crioterapia, escarificação e aplicação de solução de Carnoy. A solução de Carnoy (fixador de tecido contendo 6 ml de álcool absoluto, 3 ml de clorofórmio, 1 ml ácido acético glacial e cloreto férrico 0,1 mg/ml) na loja cirúrgica é um tratamento auxiliar posterior á exérese da lesão podendo reduzir de forma significativa a chance de recidiva, provavelmente relacionada a uma necrose química superficial. A injeção da solução na luz do cisto tem sido usada para facilitar o descolamento do cisto da superfície óssea , o que também pode auxiliar na sua remoção. PC094 [244] TRATAMENTO CIRÚRGICO DE TUMOR ODONTOGÊNICO CERATOCÍSTICO MANDIBULAR COM CURETAGEM SEGUIDA DO USO DA SOLUÇÃO DE CARNOY - RELATO DE CASO. LUCAS DA SILVA PADOVANI; BELINI FREIRE-MAIA; ROSANA LUKSCHAL BARBOSA; SYLVIE BRENER; IGOR AGUIAR REIS PUC-Minas, Belo Horizonte, MG, BRASIL. O ceratocisto odontogênico é uma lesão cística que obteve em 2005 um novo conceito frente á OMS, como tumor odontogênico ceratocístico. Essa lesão tem aspectos clínicos diferenciados, apresentando altas taxas de recidiva, agressividade, aspecto histopatológico específico, crescimento lento e assintomático. È um tumor encontrado 97 98 99 100