iai kfir na américa do sul

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IAI KFIR NA AMÉRICA
DO SUL
Roberto Portella Bertazzo, Bacharel
em História pela UFJF e Membro da Sociedade Latino
Americana de Historiadores Aeronáuticos (LAAHS)
Membro de Centro de Pesquisas Estratégicas
“Paulino Soares de Sousa” da UFJF.
[email protected]
Israel foi um grande operador do Dassault Mirage, e sua Força Aérea a
responsável em dar-lhe a fama e consequentemente, o sucesso de vendas que a linha
Mirage III/V teve nas décadas de sessenta e setenta.
Porém, em 1967, após o ataque aéreo surpresa israelense aos estados árabes
vizinhos, o governo francês embargou a entrega de cinqüenta caças Mirage V e a venda
de peças de reposição para Israel.
A saída encontrada foi a construção de uma cópia não autorizada do Mirage,
denominada de IAI Nesher que voou pela primeira vez em 1969.
O Nesher possuía todas as qualidades e defeitos dos Mirage III/V, como
velocidade de aterrizagem muito elevada, instabilidade em vôos a baixa altitude e falta
de potência.
Rebatizados Dagger, os Nesher foram vendidos para a Argentina e tiveram uma
destacada participação na Guerra das Malvinas.
Na tentativa de sanar os problemas do Nesher foi criado o IAI Kfir (leãozinho)
e uma das medidas adotadas foi a substituição dos motores Atar 9C pelo General Eletric
J79 que equipava os F-4 Phanton da Força Aérea de Israel, e desenvolvia 30% a mais
de empuxo.
O primeiro protótipo do Kfir voou pela primeira vez em 1973. A versão inicial
foi o Kfir C-1 do qual foram fabricados 30 unidades. A versão seguinte foi a C-2 que
foi revelada em 1976 e da qual a IAI fabricou 185 entre monopostos e bipostos TC-2.
O Kfir C-2 tinha grandes aletas canard e era equipado com um radar Elta M-200
1B.
A partir de 1983 foi lançado o Kfir C-7 que têm capacidade de utilizar armas
inteligentes, um radar Elta EL/M-2021B, sonda de reabastecimento em vôo, dois pontos
duros extra sob as asas e motor melhorado com capacidade de empuxo extra por
pequenos períodos.
Em 1995, a IAI lançou o Kfir 2000, que é um programa de atualização de Kfir
existentes, que aproveita a aviônica desenvolvida para o programa do caça Lavi. Esta
versão utiliza um moderno radar multímodo ELTA EL/M032, RWR, cabine digital,
capacidade de empregar mísseis Python 4, Python 5 e Derby.
Na América do Sul o Kfir é empregado por dois países: o Equador e a Colômbia.
EQUADOR
O Equador foi o primeiro operador estrangeiro do Kfir, tendo adquirido dez
monoplaces Kfir C-2 e dois biplaces Kfir TC-2. Eles equiparam o esquadrão 2113
Leones, baseado em Taura, próximo à cidade de Guayaquil.
Em fevereiro de 1995, o Kfir C-2 FAE 905, pilotado pelo Capitão Maurício
Mata, abateu um Cessna A-37 da Força Aérea Peruana sobre o vale do rio Cenepa,
utilizando um míssil Shafir.
Nos seus vinte anos de operações, a Força Aérea Equatoriana perdeu quatro
Kfir, sendo dois por impacto de aves, um por pane no motor e um em tentativa de
decolagem, mas nenhum em combate.
Em 1998, visando a substituição destes aviões perdidos e a atualização dos
remanescentes, a Força Aérea Equatoriana firmou um novo contrato com a IAI para a
aquisição de quatro KFIR-2000 ou C-10, designados CE e a modernização dos demais.
Os Kfir CE equatorianos estão equipados com mísseis Python 3 e Python 4.
Capitão Maurício Mata diante do Kfir C-2 905, que utilizou para abater a um Cessna A-37
peruano e a marcação de vitória obtida por derrubar um avião peruano em 1995. (Fotos: autor)
À esquerda, Kfir C2, Kfir CE e Kfir TC2 da FAE e à direita dois Kfir CE voando em formação
com um Mirage F1. (Fotos: FAE)
COLOMBIA
Em 1988, a Força Aérea da Colômbia (FAC), adquiriu 10 Kfir C-7 e dois
TC-7 biplace, tornando-se o segundo país do continente a operar este tipo de avião.
Eles já foram empregados em combate realizando missões de ataque ao solo
contra grupos terroristas que atuam no país e aproveitando esta compra atualizaram seus
Mirage V com o apoio Israelense.
Em 2008, foi assinado um contrato com a IAI para a modernização dos 11 IAI
Kfir C-7 da FAC ao padrão C-10 e a aquisição de mais 13 aeronaves usadas,
pertencentes à Força Aérea de Israel, que também serão modernizadas.
A modernização inclui a instalação de um novo radar ELTA EL/M-2032,
substituição de toda a seção dianteira da fuselagem por uma nova, inclusive a seção
dianteira do canopí, com uma única peça, substituindo o anterior de três. A cabine é
totalmente digital. O cockpit está equipado com um novo Head Up Display (HUD),
duas telas Multi Function Color Displays (MFCDs).
À esquerda, Kfir C7 colombiano sobrevoando os Andes e à direita Kfir C7 com mísseis Python
3.(Fotos¨FAC)
À esquerda Kfir TC-7 e à direita Kfir C-7 da FAC na base aérea. (Fotos: FAC)
Com as modernizações recebidas, os Kfir do Equador e da Colômbia ainda
devem operar com eficiência por vários anos no cenário da América do Sul, mesmo
diante da presença de aviões mais modernos como os F-16C do Chile e Sukhoi 30 da
Venezuela.
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