VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA PROFISSIONALISMO, ÉTICA E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO 20 a 24/MAI/2014 PARIPIRANGA - BAHIA - BRASIL ANAIS ISSN: 2358-3436 ANAIS.indd 1 19/07/2014 10:21:28 VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA PROFISSIONALISMO, ÉTICA E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO 20 a 24/MAI/2014 PARIPIRANGA - BAHIA - BRASIL ANAIS ANAIS.indd 2-3 19/07/2014 10:21:28 AGES Faculdade de Ciências Humanas e Sociais SUMÁRIO ARTIGOS AFETIVIDADE NA PRÁTICA DOCENTE COMO FORMA DE COMBATER A EVASÃO ESCOLAR: EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DO INSTITUTO LUCIANO BARRETO JÚNIOR .......................... 11 AS REDES SOCIAIS NOS PROCESSOS DE INFOINCLUSÃO DIGITAL DESENVOLVIDOS PELO INSTITUTO LUCIANO BARRETO JÚNIOR ................................................................................................ 19 Diretor Geral Prof. José Wilson dos Santos Diretor Adjunto Prof. Rusel Marcos Batista Barroso Secretária Acadêmica Belª. Maria de Fátima Rabelo Andrade e Oliveira — Editoração Eletrônica Equipe de Comunicação e Projetos AGES SERÁ QUE UMA BOA ESCOLA PROPORCIONA REALMENTE EDUCAÇÃO? ............................................... 31 EDUCOMUNICAÇÃO: UMA ABORDAGEM DA INTERFACE ENTRE EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO ....................................................................................................................................................... 39 EDUCAÇÃO POPULAR EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: VISITAS DOMICILIARES E SANEAMENTO BÁSICO .......................................................................................................................................... 48 POLÍTICA: UMA VISÃO DE REPRESENTANTES PÚBLICOS DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DE SERGIPE ........................................................................................................................................... 56 BIOLOGIA REPRODUTIVA DAS SERPENTES DA CAATINGA DE SERGIPE ................................................. 66 O NEOLIBERALISMO, AS INIQUIDADES EM SAÚDE E A FRAGILIDADE DA CIDADANIA ...................... 77 ENFERMAGEM: A CIÊNCIA DO CUIDADO ......................................................................................................... 89 — Impressão Sercore Artes Gráficas RESUMOS DEPRESSÃO PÓS-PARTO E PREJUÍSOS PARA A CRIANÇA ............................................................................. 96 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UMA PACIENTE COM TRANSTORNO MENTAL, PROLAPSO RETAL E PÓLIPOS CÓLICOS ............................................................................................................ 98 TABAGISMO: UMA ANÁLISE FISIOLÓGICA E METAFÍSICA ......................................................................... 100 SAÚDE DOS PROFESSORES NO COLÉGIO MONTESSORI .............................................................................. 102 O QUE MOTIVA OS PACIENTES A FREQUENTAREM OU NÃO AO CAPS? .................................................. 104 PLANTAS MEDICINAIS: O USO TERAPÊUTICO NA ATENÇÃO BÁSICA ..................................................... 106 COMO O PROFISSIONAL DE SAÚDE PODE AJUDAR O INDIVÍDUO EM SUA COMUNIDADE, A SOLUCIONAR SEUS PROBLEMAS ATRAVÉS DA AÇÃO EDUCATIVA? ................................................... 108 A OBESIDADE E O FATOR EMOCIONAL COMO UMA DAS CARACTERÍSTICAS DA VIDA MODERNA ................................................................................................................................................................ 110 Faculdade AGES Av. Universitária, 23 - Parque das Palmeiras 48430-000 Paripiranga - Bahia Brasil (75) 3279-2210 [email protected] www.faculdadeages.com.br ANAIS.indd 4-5 OS DETERMINATES SOCIAIS E A TUBERCULOSE NO BRASIL .................................................................... 112 PESSOAS COM DOENÇA DE PARKINSON TÊM MAIOR RISCO PARA APRESENTAR DEPRESSÃO? ........................................................................................................................................................... 115 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UMA PACIENTE SUBMETIDA À RECONSTITUIÇÃO DE MAMA DIREITA COM TRAM- RELATO DE CASO ............................................................................................ 120 19/07/2014 10:21:29 BIOLOGIA REPRODUTIVA DAS SERPENTES DA CAATINGA DE SERGIPE ................................................ 122 A OBESIDADE NA ADOLESCÊNCIA: MODO DE VIDA E CONSEQUÊNCIAS ............................................... 126 A IMPORTÂNCIA DE UMA DIETA BALANCEADA EM PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS ............................................................................................................................................ 129 O CUIDADO AOS PORTADORES DE ALZHEIMER ............................................................................................ 131 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ESTRÁTEGIA SAÚDE DA FAMÍLIA AO PORTADOR DE HANSENÍASE ...................................................................................................... 133 CONTAMINAÇÃO DE AGENTE FÍSICO, QUÍMICO, BIOLÓGICO E ERGONÔMICO NO SETOR DE SERVIÇOS GERAIS NO AMBIENTE HOSPITALAR ........................................................................ 135 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE PORTADOR DE SÍNDROME DE FOURNIER: RELATO DE CASO............................................................................................................................. 137 AS REPERCUSSÕES PSICOSSOCIAIS NO INDIVIDUO APÓS O DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS ............................................................................................................................................ 139 O SUICÍDIO ATRELADO À SAÚDE MENTAL: COMPORTAMENTOS E ASPECTOS QUE CARACTERIZAM O ATO........................................................................................................................................ 180 MOVIMENTOS SOCIAIS E LUTAS INSTITUCIONAIS ....................................................................................... 182 A INCLUSÃO DO DEFICIENTE VISUAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ............................................... 183 QUALIDADE DA ÁGUA EM FAVOR DA SUA SAÚDE, LEVANTAMENTO DE DADOS E AÇÃO EDUCATIVA SOBRE O TRATAMENTO E CONSUMO DE ÁGUA NO POVOADO LOGRADOR FAZENDA VELHA – PARIPIRANGA/BA .............................................................................................................. 184 CONTRIBUIÇÃO DO CUIDADO HUMANIZADO PARA A CURA DE UM PACIENTE COM AVE ............... 186 PACIENTE PORTADORA DA FENILCETONÚRIA.............................................................................................. 188 AÇÃO EDUCATIVA COMO ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA: ANALISE DA AÇÃO DESENVOLVIDA NO POVOADO MATOSO ................................................................... 191 PREVALÊNCIA DA DIABETES EM POPULAÇÃO DA MICRO-ÁREA II DO MUNICÍPIO DE PARIPIRANGA-BA: UM OLHAR FOCADO NA SAÚDE ..................................................................................... 193 DA HOMOSSEXUALIDADE AOS LGBT: DISCURSO ACADÊMICO ................................................................ 195 LEITURA: PROPOSTA QUE MOTIVA, ENSINA, APRENDE E FAZ TODA DIFERENÇA ............................... 141 EXISTE RELAÇÃO ENTRE OBESIDADE E DEPRESSÃO? ................................................................................ 149 O DESTINO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (LIXO) NO MUNICÍPIO DE ADUSTINA BAHIA ............................. 153 AÇÕES AFIRMATIVAS VERSUS MÉRITO NO VESTIBULAR: UM ESTUDO SOBRE O DEBATE JUDICIAL EM TORNO DO PROGRAMA DE AÇÕES AFIRMATIVAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE ............................................................................................................ 155 DEVERIA HAVER PENA DE MORTE NO BRASIL? ............................................................................................ 160 A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DOS CUIDADORES DE PACIENTES COM DOENÇA DE ALZHEIMER .................................................................... 162 O USO DA TECNOLOGIA COMO PROPOSTA DE AUMENTO DE RENDA E DESENVOLVIMENTO NA AGRICULTURA ......................................................................................................... 164 RESSOCIALIZAÇÃO: A POSSIBILIDADE DE MODIFICAR A REALIDADE DE PESSOAS QUE POSSUEM O ESTIGMA ENRAIZADO PELA SOCIEDADE........................................................................ 166 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE HAS, DIABÉTICO, ICC E APRESENTANDO ERISIPELA EM MIE. - RELATO DE CASO........................................................................... 196 O MÉTODO ATIVO DA APRENDIZAGEM APLICADO AO ESTÁGIO SUPERVISIONADO II DE ENFERMAGEM NO ÂMBITO HOSPITALAR ....................................................................................................... 198 DIABETES INSIPIDUS: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO .................................................................................... 200 A ATENÇÃO BÁSICA INTEGRADA A SAÚDE MENTAL: VISÃO DOS PORTADORES DE TRANSTORNOS FRENTE AOS ATENDIMENTOS NAS UBS ............................................................................ 203 FATORES E CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE, NA INFÂNCIA ................................................................... 205 CONSIDERAÇÕES SOBRE O TDAH, TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE, NA IDADE ESCOLAR .......................................................................................................... 207 UTILIZAÇÃO DE RECURSOS ERGOGÊNICOS NUTRICIONAIS POR ALUNOS DA ACADEMIA DA CIDADE CORONEL JOÃO SÁ – BA ................................................................................................................ 208 O NOVO CODIGO PENAL: PROPOSTA SOBRE ABORTO ................................................................................. 220 A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DA ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DA ERISIPELA ................................................................................................................................................................ 167 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MLLITUS APRESENTANDO COMPLICAÇÕES CRÔNICAS VASCULARES: RELATO DE CASO BASEADO NA TEORIA DO AUTOCUIDADO DE OREM ................................................................................... 169 A ÉTICA NA PROFISSÃO CONTÁBIL .................................................................................................................. 171 É POSSÍVEL O USO DE MEDICAÇÕES NA GESTAÇÃO SEM TOXICIDADE FETAL? .................................. 172 QUAIS OS FATORES DE RISCOS QUE OS OPERADORES DE MAQUINA AGRICOLA ENFRENTAM NO DIA-A-DIA NO MUNICIPIO DE ADUSTINA-BA ................................................................. 174 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA .............................................................................................................. 179 ANAIS.indd 6-7 19/07/2014 10:21:29 Apresentação A Semana de Produção Científica é um evento acadêmico que congrega professores, alunos e convi-dados em torno de um tema geral, com o objetivo de promover a troca de experiências, com foco na tessitura de redes do saber. Visa a ampliação dos diálogos científicos, ao encontro entre profissionais, estudantes e a comunidade e, sobretudo, à afirmação do lugar social da Academia como espaço de construção de um saber novo, com caráter emancipador e sensível aos problemas da realidade local e ao desafio de formular um novo ethos social, capaz de construir um perfil diferenciado para a so-ciedade. A VI Semana de Produção Científica aconteceu entre os dias 05 e 10 de novembro de 2014 e foi cons-tituída por conferências, mesas redondas, cafés filosóficos, oficinas, apresentações culturais, salas temáticas para apresentação de produções científicas, momentos de confraternização/encontro entre estudantes, professores, populares e pesquisadores de diversas universidades com reconhecimento local e nacional. “Ciência e tecnologia para transformação social” foi o tema que direcionou as atividades no evento. A ideia nasceu dos constantes momentos de diálogo entre professores e estudantes sobre as problemáticas sociais, econômicas, ambientais e o desejo de construir um comportamento intelectual, político e comunitário que responda aos anseios locais e nutra a legitimidade da luta por um mundo melhor. A Academia é o lócus privilegiado de construção do conhecimento, sendo a pesquisa a ferramenta necessária para tal fim. Constitui-se de um espaço para a reflexão, reformulação, desconstrução, transformação. Tem como propósito a formação profissional, a capacitação técnica e a preparação para o mercado de trabalho. Porém, para além destas habilidades, a Academia deve ter um compromisso ético de responder por demandas sociais e suprir, por meio da construção do conhecimento científico, as necessidades locais, bem como contribuir para a transformação social como um todo, através do diálogo constante entre os diferentes campos do saber, de forma compartilhada com a comunidade científica global. É preciso aliar a necessidade do saber com a preocupação com os problemas locais, ou seja, é preciso produzir um saber comprometido. A realidade muda a todo instante, e, do mesmo modo, as formas de compreensão sobre ela. Assim, o conhecimento deve estar em constante manutenção, reavaliação e produção. Sendo a Academia mo-vida pela troca e construção do conhecimento, a atividade de pesquisa se apresenta como fundamental para a formação acadêmica, em todas as áreas existentes, visto que tem como objetivo responder pro-blemas a partir do emprego de procedimentos científicos. A proposta de reforma universitária nos traz que o ensino superior deve oportunizar a pesquisa, o desenvolvimento das ciências, letras e artes e a formação profissional. Portanto, uma faculdade comprometida com a formação do aluno em todas as suas esferas, deve promover oportunidades para que ele possa tirar o máximo proveito da experiência acadêmica, sendo o envolvimento na produção do conhecimento um elemento significativo para isto. Desta forma, espaços de diálogos e trocas acerca dessas produções são fundamentais para fazer circu-lar este saber produzido na experiência acadêmica e profissional. Configurando-se, assim, na proposta da SPC, que, de modo geral, tem apresentado resultados bastante positivos, como podem ser obser-vados nas produções aqui disponibilizadas. Suzana Almeida Araújo Jaldemir Batista ANAIS.indd 8-9 19/07/2014 10:21:30 AFETIVIDADE NA PRÁTICA DOCENTE COMO FORMA DE COMBATER A EVASÃO ESCOLAR: EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DO INSTITUTO LUCIANO BARRETO JÚNIOR Fábio Mauricio Fonseca Santos - ILBJ/SE Especialista em Psicopedagogia e Graduado em Segurança do Trabalho pela UNIASSELVI, Especialista em Mídias na Educação pela UFPE/USP-NCE, Graduando em Licenciatura em Informática – UNIT, pós-graduando em Docência no Ensino superior pela Estácio e Educador Social do Instituto Luciano Barreto Júnior. Resumo O presente artigo apresenta o relato de uma experiência vivenciada em espaço de aprendizagem de uma instituição voltada ao atendimento de jovens sergipanos, em situação de risco pessoal e/ou social. Centra-se, a problemática investigada, nos aspectos que permeiam a evasão escolar a partir das reflexões acerca da afetividade em sala de aula. Nessa proposta, com base na bibliografia existente sobre a temática, segue-se a metodologia na modalidade de estudo de caso, fundamentada com a técnica da observação para obtenção dos dados, que implicaram em um projeto bemsucedido no aspecto de superação dos problemas evidenciados ao longo do caminho percorrido. ARTIGOS Palavras-chave: Afetividade. Evasão. Ensino-aprendizagem. Educador. Praxis. Introdução No âmbito da discussão acerca da práxis pedagógica, a evasão escolar é considerada uma das problemáticas mais estudadas no domínio da educação, construída a partir de enfoques diferenciados, frequentemente antagônicos e, muitas vezes, entendida como resultado do fracasso escolar do estudante e da própria instituição de ensino. Nesse sentido, entender e interferir positivamente no processo de evasão escolar é um desafio que requer uma atitude reflexiva para se alcançar a abrangência do tema, constatando-se a necessidade de conscientização, por parte de quem é mediador do conhecimento, no que concerne, primeiramente, a ter coragem para querer a mudança e, depois, em admitir a relevância de aprender efetivamente a ensinar. Partindo-se do pressuposto que a afetividade é elemento fundamental para criar um ambiente de convivência mais humana àqueles adolescentes que necessitam reconstruir uma história diferenciada de vida, o presente artigo apresenta o recorte de uma experiência realizada em ambiente institucional, na vivência profissional como professor em dois projetos distintos, justificando-se a escolha da temática por se entender que a escola, enquanto espaço de formação humana, é constituída pela heterogeneidade de ideias, valores, experiências e crenças, cabendo ao docente desempenhar papel fundamental na construção da pessoa e do conhecimento, ajudando, com o afeto demonstrado, no FACULDADE AGES ANAIS.indd 10-11 ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 11 19/07/2014 10:21:30 ferir aos objetos de aprendizagem um sentido afetivo, remetendo ao entendimento de Vygotsky desenvolvimento da personalidade e do comportamento do aprendiz. (1993) de que o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental gerado pela motivação, isto é, pelos desejos e necessidades, interesses e emoções. É incontestável, portanto, a afetividade no funcionamento da inteligência, pois na interação afetiva existe o interesse Acerca da Evasão e da Afetividade na Educação e a motivação, além do desenvolvimento de sentimentos positivos com os quais o aluno irá Na perspectiva de Ceratti (2008), a evasão escolar, caracterizada como o abandono da escola pelo aluno que deixa de frequentar a aula durante o ano letivo, tem sido um grande desafio para o sistema educacional no Brasil. Sabe-se, todavia, que esta é uma questão difícil de resolver em curto espaço de tempo, uma vez que as dificuldades pessoais dos aprendizes nela se encontram refletidas, originadas das diversas condições com que se estes deparam em sua vida particular e escolar. Considerando-se que tal problemática precisa ser compreendida para ser combatida, torna-se importante questionar se é possível, no âmbito escolar, realizar ações que diminuam os índices de evasão, conhecendo-se que a escola, muitas vezes, sem se dar conta, faz uso de algumas práticas de ensino que acabam contribuindo para a fuga do aluno. no processo de aprendizagem. Nessa perspectiva, evidenciou-se a necessidade, enquanto professor, do empenho em cativar o educando dentro de um contexto comunicacional participativo, acreditando que o caminho para a inclusão social do discente passa pela educação conscientizadora, levando-o ao desenvolvimento da competência para operar com a tecnologia, de acordo com os programas mantidos pelo Instituto em análise, a qual se configura como uma organização sem fins lucrativos que mantém e desenvolve atividades designadamente na área socioeducativa, com o principal objetivo de possibilitar a infoinclusão social de adolescentes e jovens sergipanos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Percebe-se, neste contexto, a necessidade de compreensão e estímulo por parte do professor para superação das dificuldades e desafios que muitos encontram em seus caminhos, sendo gerados, muitas vezes, pela falta de acolhimento da escola, acreditando-se, por conseguinte, que o principal meio para se evitar essas evasões encontra-se na afetividade, nos vínculos que se estabelecem em sala de aula, fazendo com o discente sinta-se motivado a permanecer na escola. De acordo com Fernandes, Luft e Guimarães (1998), o termo afetividade corresponde ao sentimento de inclinação para alguém, simpatia, afeição, encontrando-se eventualmente, na literatura, a utilização dos termos afeto, Nesse contexto, para a construção de um trabalho como educador social e visando a redução da evasão escolar, uniu-se pesquisa e intervenção na situação observada, envolvendo tal problemática, pautando a ação em três fases distintas, de acordo com a pedagogia de Freire (1987), a saber: a elaboração do diagnóstico do problema, a elaboração preliminar da proposta de trabalho, propriamen-te dita, e o desenvolvimento e complementação do processo com a participação de toda a comunidade pedagógica da Instituição na implementação da proposta. Partindo-se da análise estatística dos índices de evasão, procurou-se auxiliar na averiguação, emoção e sentimento, aparentemente como sinônimos. Na visão de Wallon (1968), a afetividade tem uma concepção mais ampla que engloba um componente orgânico, corporal, motor, plástico (emoção), um componente cognitivo, representacional (sentimentos) e um componente expressivo (comunicação), os quais dão sustentação às ações dos indivíduos. Intrinsecamente vinculada à cognição, a afetividade constitui-se fator essencial na vida escolar, encontrando-se na teoria de Piaget (1994) que ela cumpre o papel de fonte de energia para o funcionamento da inteligência e, apesar de não lhe modificar a estrutura, pode interferir no que se refere a acelerar ou retardar o desenvolvimento do processo de aprendizagem dos indivíduos. Sob essa ótica, a afetividade exerce um papel crucial na vida das pessoas e forma um elo na relação professor-aluno, no âmbito da qual educar é ajudar o educando a tomar consciência de si mesmo, dos outros e da sociedade em que vive, bem como de seu papel dentro dela para aceitar-se e, principalmente, ao outro, com seus defeitos e qualidades. Pode-se supor, nessa perspectiva, que a afetividade se constitui como um fator de grande relevância na determinação da natureza das relações que se estabelecem entre o aluno e os diversos objetos de conhecimento, tais como os conteúdos es-colares, bem como em sua disposição diante das atividades propostas e desenvolvidas. Na verdade, são as experiências vivenciadas com as outras pessoas que irão marcar e con12 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA construir sua autoimagem, envolvido não somente intelectualmente, mentalmente, mas por inteiro prevenção e intervenção dos problemas de aprendizagem, atuando, de maneira prática e efetiva, junto aos sujeitos envolvidos no ato pedagógico, com foco na qualidade das relações estabelecidas entre professores e alunos, caracterizando-se a pesquisa realizada como um estudo de caso, levando-se em conta que o resultado deste se sustenta no desenvolvimento prévio de proposições teóricas que conduzem a coleta e a análise dos dados, com a intenção de propiciar uma visão global do problema ou de identificar possíveis fatores que o influenciam ou são por ele influenciados (YIN, 2001). Mediante tal configuração, utilizou-se da observação que, conforme salienta Vianna (2007), representa uma técnica valiosa, especialmente na coleta de dados não verbais, mediante a qual o observador pode utilizar os sentidos para captar fatos evidenciados no realismo da situação observada. Dessa maneira, os sujeitos observados foram os alunos dos cursos de Informática Avançada nos turnos da manhã e tarde, perfazendo um total de 160 alunos, além de seis professores, uma coordenadora e uma assistente pedagógica, com o objetivo de se coletar informações que possibilitassem intervir no sentido de se buscar a solução da evasão, tendo como referência a ideia de que a elaboração cognitiva deve centrar-se na relação com o outro. Nas observações feitas, teve-se a oportunidade de comprovar que era comum nos jovens conFACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 13 FACULDADE AGES 19/07/2014 10:21:31 ANAIS.indd 12-13 siderados em situação de risco social, a manifestação de um comportamento arredio e de baixa au- bém passaram a solicitar à execução de um planejamento voltado à concretização de cursos e dinâ- toestima, os quais não realizavam as tarefas, não tinham zelo e acabavam se isolando; por outro micas onde pudessem participar e interagir uns com os outros e, assim, rompidas as resistências, o lado, o professor entrava em sala esperando mais uma aula monótona e sem a participação dos relacionamento melhorou consideravelmente, permitindo transformar a coordenação e os alunos, ficando, portanto, em posição de defesa e agindo, até certo ponto, com relativa grosseria e professores em uma equipe única de colaboradores. Essas transformações impactaram na evasão, prepotên-cia. Na análise do comportamento dos professores, verificou-se que ministravam aulas conforme se pode observar nos dados relativos ao curso de Informática Avançada: muito técnicas e tediosas, acontecidas apenas no campo cognitivo, sem o estabelecimento, pois, de vínculos como expressão da afetividade, do mesmo modo que os alunos, por não estarem suficientemente motivados, acabavam por prejudicar as aulas com conversas paralelas até o Gráfico 1- Índice de Evasão abandono total de seus estudos na Instituição. Evasão - Informática Avançada 30,8 Baseando-se na perspectiva teórica fundamentalmente social de autores como Piaget (1994), % de Alunos Vygotsky (1993) e Wallon (1968), defendeu-se a proposta de que a afetividade, enquanto elemento inseparável do processo de construção da aprendizagem, deveria se manifestar na relação professor- 17,9 17,9 14,2 -aluno, levando-se em conta que a qualidade da interação pedagógica iria conferir um sentido 5,6 afetivo ao objeto de conhecimento a partir das experiências vividas entre eles. Nesse sentido, a 2008 Instituição em estudo, como um todo (coordenação, professores e educandos), precisava 2009 2010 2011 2012 Dados retirado do sistema acadêmico no dia 23.07.12 compreender e aplicar a afetividade, aprendendo a cuidar adequadamente das emoções das pessoas que dela fazem parte, uma vez que somente desta maneira seria propiciada uma vida emocional plena e equilibrada, prin-cipalmente aos educandos que se sentiriam mais acolhidos e valorizados no ambiente de ensino, acreditando que absolutamente todos se preocupam com eles, sua opinião e Nessa experiência vivenciada dentro de um contexto maior, o projeto âncora da Instituição, o andamento de sua aprendizagem, passando a ser o centro das atenções e não somente um número, denominado de Projeto Conectando com o Futuro, por meio da afetividade, conseguiu facilitar a ou mais um no meio de tantos outros alunos. comunicação e a aproximação do educador com o educando, reduzindo-se, consequentemente, a evasão, Para tanto, orientando-se pelo principal objetivo de demonstrar a importância da relação levando para o ensino no Projeto Crescer, no âmbito da mesma Instituição, a resposta para uma relação entre o afetivo e o cognitivo no âmbito de sala de aula, buscou-se direcionar os alunos no que se educativa duradoura, a qual envolve os aspectos cognitivos, emocionais e afetivos entre professor e referia ao reconhecimento das potencialidades da aprendizagem das tecnologias no Instituto, aluno em sala de aula, após ter se chegado à conclusão que os sentimentos negativos inter-ferem ressignificar conceitos pessoais capazes de influenciar em uma relação mais afetiva dos sujeitos desfavoravelmente e comprometem o processo de aprendizagem de jovens com dificuldades. consigo mesmo e com o outro, estimular a construção de uma visão do conhecimento num contexto O Projeto Crescer para o Futuro, ou simplesmente Projeto Crescer, possui o objetivo de opor- de inter-relações, bem como propor aos professores a elaboração de um planejamento adequado tunizar a ressocialização de jovens e adolescentes advindos de instituições de acolhimento, tratando--se para cada turma e/ou alunos específicos. de uma parceria do Ministério Público de Sergipe com o Instituto, cuja natureza humanística tem na Com a firme intenção de facilitar o aprendizado a partir da perspectiva do valor do dis- educação o motor para o processo de transformação pessoal e social, com duração de 10 meses e cente, procurou-se oferecer uma educação que possibilitasse sua constituição como pessoa dotada constituído das seguintes disciplinas básicas: Informática, Matemática, Português e Cidadania e Tra- de atitudes sociais, tornando-o capaz de respeitar não somente a si mesmo, como também o outro. A balho. Diante de sua especificidade, originalmente o Projeto Crescer reunia, em uma mesma turma, coordenação, em parceria com os professores, buscou alternativas capazes de solucionar os proble- apenas os jovens abrigados, o que representava, em média, 25 a 30 destes educandos, mas terminando mas advindos da falta de motivação dos alunos, consciente de que estes não se limitavam apenas ao com somente 3 ou 5, no máximo, o que levou a equipe pedagógica e docente a reconsiderar esta com- alunado, mas apresentando uma proporção maior devido às dificuldades no estabelecimento de vín- posição, redirecionando-os para diferentes turmas do curso de Informática na Instituição. culos afetivos na instituição, o que, consequentemente, implicou em maior respeito pelo Entretanto, notou-se que, mesmo assim, os problemas com evasão e indisciplina permane-ciam, profissional docente, compreensão por seu trabalho e na autorresponsabilidade. motivo pelo qual, a título de experiência, no ano de 2012, esse grupo foi conduzido às aulas de Informática Avançada que são ministradas pelo autor, contrariamente a exigência, do próprio Insti- Identificou-se, com isso, que os docentes tornaram-se não somente favoráveis, como tam14 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 14-15 FACULDADE AGES FACULDADE AGES 19/07/2014 10:21:32 ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 15 tuto, relativa a todo aluno ingressante ter que passar, pelo menos, um ano no módulo de Informática Básica para só então ser introduzido em outra modalidade deste tipo de ensino, mas levando em conta os bons resultados que vem se alcançando no tocante à evasão, disciplina, aprendizagem e relaciona-mento. Com a implantação do educador social, em 2011, na Instituição, e um olhar diferenciado pela experiência vivenciada na proposta de conscientização da importância da afetividade nas aulas do Projeto Conectando com o Futuro, assumiu-se as turmas oriundas de abrigos, constituindo-se um desafio reuni-los a alunos, ditos “normais”, em uma mesma sala, pois além dos problemas oriundos de suas histórias de vida, encontrariam outros obstáculos por nunca haverem mantido contato com o computador, o que, possivelmente, implicaria na dificuldade em fazer com que eles interagissem com os demais e, principalmente, conseguissem acompanhar o desenvolvimento da aprendizagem do grupo já integrado ao conhecimento de Informática, incorrendo, fatalmente, em evasão. Para que isso acontecesse, a troca de experiências, a tomada de consciência acerca da Nesse sentido, contrariando várias ideias arraigadas na prática docente, como o apego a uma importância do afeto na construção da noção do eu e do outro, num processo concomitante de planificação rígida, foi proposto aos alunos envolvidos nesse grupo de necessidades, os meios inte- diferen-ciação e socialização (PIAGET, 1994), foi fundamental para que os alunos provenientes dos lectuais e afetivos para ultrapassar os obstáculos naquela situação educativa, tendo como diferencial abrigos conseguissem, com êxito, acompanhar a turma e continuar em outros projetos no Instituto. as competências profissionais observadas em professores que se afastaram do modelo docente tradi- O estabe-lecimento dos laços de afetividade, companheirismo e amor tornaram significativas as cionalista e identificaram-se mais com aquelas que caracterizam o educador social. Nessa dinâmica, contribuições das observações, cuja intencionalidade de tornar concreto o afeto na ação pedagógica levou-se em consideração a cuidada atenção às diferenças dos alunos e a concretização de ocasiões promoveu uma forma precisa para uma aprendizagem eficaz e, consequentemente, evitou-se o de interação entre eles, de acordo com a perspectiva de Astolfi (1995 apud DUARTE, 2005) que aumento das evasões que vinha apresentando um índice constante em sua trajetória. embasa a pedagogia diferenciada. Assim, organizando a turma em grupos, lançou-se mão do método de aprendizagem no qual os alunos com mais domínio de conceitos ou competências da Informática puderam ajudar, em cada Considerações Finais unidade, àqueles com dificuldades, alcançando certas noções pela reformulação em termos mais sim-ples, além da intervenção docente em exposições breves, atentando sempre às formulações de cada aprendiz. A aprendizagem de todos os alunos ganhou um novo impulso, em decorrência da Através do espaço institucional optado, procurou-se refletir, respaldado em diversas teorias, ampliação do relacionamento entre educador e os educandos, cujos resultados puderam ser sobre os considerados problemas de aprendizagem humana dentro da abordagem da afetividade, fa- identificados na re-dução da evasão, conforme se identifica abaixo: zendo-se uma observação da prática docente que permitiu a obtenção de subsídios para concluir que, no caso em questão, a evasão podia ser analisada como uma resposta do aluno às condições Gráfico 2- Redução da evasão no Projeto Crescer relacio-nais existentes, implícitas ou explícitas, no ambiente escolar. Isso originou a preocupação com as es-pecificidades da aprendizagem que deve ocorrer em sala de aula, de acordo com a visão de educação que torna perceptível a necessidade do indivíduo ser trabalhado em sua afetividade e cognição, prin-cipalmente aqueles estudantes que, pelas dificuldades diagnosticadas, exigem maior compreensão e acompanhamento no ensino. Sublinha-se que é a organização escolar quem produz o insucesso dos alunos quando não consegue responder às diferentes expectativas e necessidades dos jovens ao oferecer o conhecimento apenas como algo meramente ensinável, destituído de vínculos de afeto e confiança, representando, assim, uma combinação infeliz quando ligada à história sociocultural, econômica e familiar do edu- 16 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 16-17 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 17 19/07/2014 10:21:32 cando. Resta acrescentar que a exposição, mesmo breve, de um trabalho realizado com a pertinente AS REDES SOCIAIS NOS PROCESSOS DE INFOINCLUSÃO DIGITAL DESENVOLVIDOS PELO INSTITUTO LUCIANO BARRETO JÚNIOR preocupação de dar significado à própria experiência docente, permite reconhecer que a reflexão sobre os quadros de referência acerca do ensino e de suas múltiplas faceta interfere significativamente nos processos de aprender a ser professor, apontando algumas sugestões para servir de apoio à modificação de atitudes, em termos de experimentação de um procedimento pedagógico capaz de Fábio Maurício Fonseca Santos – ILBJ1 desencadear novo entusiasmo mesmo em mentes céticas e desiludidas. [email protected] Jonathas Fontes Santos – ILBJ2 [email protected] Referências CERATTI, M. R. N. Evasão escolar: causas e consequências. Paraná: 2008. Disponível em: <http:// www.diadiaeducação.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/242/pdf>. Acesso em 06 out. 2012. DUARTE, J. B. 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O Instituto Luciano Barreto Júnior (ILBJ) espaço de aprendizagem e construção de conhecimento se configura no âmbito da educação nãoformal (GOHN, 2010), instituição sem fins lucrativos desde 2003, desenvolve projetos para o desenvolvimento social sustentável e fortalecimento da cidadania a partir do conceito de infoinclusão digital e de sua percepção acerca dos fatores que levam a exclusão digital no país, (SORJ, 2003). Desenvolve-se numa abordagem de pesquisa exploratória (GIL, 2002), através de três etapas: levantamento bibliográfico; coleta de dados, mediante questionário online, e análise e interpretação dos dados, a partir do qual, descrevemos algumas percepções dos jovens a respeito dos sites de redes sociais utilizados pelo ILBJ e identificamos razões que evidenciam estes sites como relevantes ao seu processo de infoinclusão digital. Palavras-chave: Educação não formal; Infoinclusão Digital; Redes Sociais. Introdução Sendo a desigualdade social fator de grande preocupação para a sociedade contemporânea, o combate as suas múltiplas dimensões é um dos grandes desafios na atualidade. A exclusão digital 18 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 18-19 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 19 19/07/2014 10:21:32 constitui-se em um exemplo destas dimensões, que Sorj (2003, p.13) a define como “a distribuição potencialidades na exploração deste tipo de comunicação, e para o jovem que ingressa no ILBJ desigual entre os países – e no interior de cada sociedade – dos recursos associados às tecnologias é essencial que no processo de infoinclusão digital sejam a ele oferecidas condições que o façam da informação e comunicação” (TIC). O impacto destes recursos na sociedade leva a um aumento explorar estas potencialidades, de modo responsável, consciente e ético. desta desigualdade, já que apenas os setores da população mais favorecidos é que, inicialmente, apropriam-se deles ampliando as vantagens sobre os demais, por dispor de recursos e educação. Em contrapartida as classes menos favorecidas necessitam de uma garantia de acessibilidade e conectividade com as inovações tecnológicas (SORJ, 2003). Através desta mediação tornou-se possível a criação e expressão de redes sociais no mundo virtual, permitindo interações entre pessoas, organizações e grupos sociais através dos SRS. É indiscutível a aceitação e interesse por estes sites por boa parte dos jovens e adolescentes da sociedade. Tal garantia pode ocorrer através da infoinclusão digital, pois ela possibilita ao sujeito Partindo desta observação, temos com a sua utilização, um excelente propulsor capaz de mobilizar os jovens que ingressam no ILBJ a buscarem compreender e dominar habilidades básicas de acesso em situação de exclusão, domínio técnico e capacidade intelectual e profissional para explorar as à internet, com intuito de fazer parte deste mundo virtual, que só é possível com a comunicação múltiplas potencialidades oferecidas pela telemática. mediada pelo computador. A luta contra a exclusão digital pode ser entendida como “um esforço para não permitir Podemos exemplificar o uso do correio eletrônico, o envio e recebimento de arquivos, a que a desigualdade cresça ainda mais com as vantagens que os grupos da população com mais visualização de arquivos de multimídias, uso de comunicadores instantâneos e compartilhamento de recursos e educação podem obter pelo acesso exclusivo a este instrumento.” (SORJ, 2003, p.62). informações, como apenas algumas das habilidades que podem ser adquiridas em consequência desta Para Sorj (2003), este tipo de exclusão depende de cinco fatores que determinam o nível de universalização dos sistemas telemáticos: 1) a existência de infraestruturas físicas de transmissão; 2) a disponibilidade de equipamento/conexão de acesso; 3) treinamento no uso dos mobilização ao uso dos SRS. Assim, o uso destes sites possui relação importante de contribuição com o processo de alfabetização digital, que é “o treinamento no uso do computador e da Internet” (SORJ, 2003, p.38). instrumentos do computador e da internet; 4) capacitação intelectual e inserção social do usuário, Constituindo o ILBJ um espaço que desenvolve ações voltadas à educação não formal, produto da profissão, do nível educacional e intelectual e de sua rede social, que determina o numa análise das dimensões do processo político pedagógico de aprendizagem e produção de aproveitamento efetivo da informação e das necessidades de comunicação pela internet, 5) o último saberes, tem-se neste tipo de educação a aprendizagem para a cidadania e para atuação no mundo fator que é a produção e uso de conteúdos específicos adequados às necessidades dos diversos do trabalho (GOHN, 2010). Relacionando estas dimensões à forma como a alfabetização digital segmentos da população. Desta forma, compreendemos que o combate a esta dimensão da deve ser promovida, que é de modo a proporcionar “a aquisição de habilidades básicas para o uso desigualdade social deve suprir a falta de acesso aos recursos, desenvolver no sujeito competências de computadores e da Internet, mas também que capacite as pessoas para a utilização dessas mídias e habilidades para o seu uso e oferecer conteúdos adequados às suas necessidades. em favor dos interesses e necessidades individuais e comunitárias, com responsabilidades e senso Com base na breve contextualização teórica e no que Gil (2002) reconhece como objetivo da pesquisa exploratória, que é o de “proporcionar maior familiaridade com o problema de cidadania.” (TAKAHASHI, p.31) encontramos uma ligação entre a aprendizagem da educação não formal com a alfabetização digital, no que se refere ao exercício da cidadania. com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses” (p. 41), além de aprimorar ideias ou Segundo Gohn (2010, p.16) “a educação não formal é aquela que se aprende ‘no mundo descobertas de intuições; partimos para uma abordagem mais específica dos temas considerados na da vida’, via os processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços de pesquisa, sendo os sites de redes sociais (SRS) e a infoinclusão digital, para então discorrer sobre ações coletivos cotidianos” e apesar de o agente do processo de construção do saber neste tipo de suas relações com as ações desenvolvidas no Instituto Luciano Barreto Junior (ILBJ). educação ser o educador social, para a autora o principal educador é aquele com quem o sujeito interage e se integra (GOHN, 2010). Neste sentido, o fato de os SRS oferecerem espaços para a promoção de interação e integração no ciberespaço, os aprendente que fazem uso deles têm como opção, novas formas de construir o saber por meio destas interações com outros aprendentes, Os sites de redes sociais e a infoinclusão digital educadores, equipe pedagógica e outros indivíduos também pertencentes à rede. Ainda sobre interação, sabe-se que na educação não formal, os espaços educativos onde ela A comunicação mediada pelo computador trouxe novos meios de organização, identificação, conversação e mobilização social (RECUERO, 2009). Sabemos que há inúmeras 20 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 20-21 FACULDADE AGES pode acontecer são em “locais onde há processos interativos e intencionais” (GOHN, 2010, p.17), sendo a intencionalidade peça fundamental. E através dos SRS é possível, como já foi apresentado, FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 21 19/07/2014 10:21:33 processos de interação entre os sujeitos envolvidos, possibilitando a promoção de espaços conscientizar sobre temas de relevância para o aprendente envolvido neste processo como qualquer educativos que darão lugar a construção de novos conhecimentos, experiências, valores etc. outra ação que venha beneficiar o processo. Também para Gohn (2010, p.35), as “redes de sociabilidades virtuais, atualmente uma O que ocorre quase sempre no início é a chegada de jovens possuindo conhecimentos grande força propulsora de atividades de natureza diversa (associativa, de lazer, de negócios, básicos sobre o ciberespaço, relacionados em sua maioria a sites como Facebook e Orkut, política, cultural, religiosa etc.)” não devem se vincular apenas a aprendizagens escolares, entende- sobressaindo raras exceções, e eles possuem uma visão do recurso como uma alternativa de se com isto que deve fazer parte também de outras formas de aprendizagens, a exemplo da entretenimento. No entanto, são indivíduos que não são capazes de explorar o computador e a aprendizagem para a cidadania e o mercado de trabalho. internet para finalidades que exijam um pouco mais de habilidades e capacidade intelectual. Mas, mesmo sem esta capacidade intelectual com o uso da internet, sabe-se que estes conhecimentos não devem ser desconsiderados, pois possuem sua importância para a alfabetização O Uso de Sites de Redes Sociais no ILBJ digital, e os educadores sociais devem aproveitar-se e a partir deles levar os aprendentes a construir novos conhecimentos relacionados ao uso do computador e da internet. Em 2005 o ILBJ realizou uma avaliação das atividades de infoinclusão social A exploração deste site pelo ILBJ também desperta nos aprendentes a percepção de que desenvolvidas nos dois primeiros anos de fundação, a fim de entender quem eram, como viviam e o os SRS não possuem o entretenimento como exclusiva ou principal forma de uso, mas tudo depende que pensavam os adolescentes e jovens que participavam dos projetos. Nesta avaliação, preocupou- da finalidade e interesse de quem está utilizando além de ser uma excelente ferramenta de se também em refletir sobre o conceito de inclusão digital desenvolvido desde 2004 por meio do comunicação e interação, podendo também ser uma ferramenta essencial para a construção de novas Projeto Conectando com a Vida (PROJETO INSTITUCIONAL, 2007). experiências com o ciberespaço. Diante dos resultados obtidos, concluiu-se que, além de dar continuidade as ações já Outra ação a ser considerada na relação entre o uso do Facebook e as ações do ILBJ é a desenvolvidas, a instituição necessitava criar novas ações, dentre as quais se propôs a “criar espaços de possibilidade do desenvolvimento dos capitais sociais relacional e cognitivo. Para melhor comunicação e de acesso à informação, assim como contribuir para o desenvolvimento de competências compreensão é necessário entender sobre a colaboração que a educação não formal pode dar a um básicas para que os adolescentes e jovens possam participar do processo de produção e distribuição da determinado grupo, conforme o que propõe Gohn (2010) e os valores que podem ser construídos ao informação, grande meta para a sociedade do conhecimento” (PROJETO INSTITUCIONAL, 2007). fazer parte de determinados SRS, com base na contribuição de Recuero (2009). Ao analisarmos o uso da internet temos como opção duas dimensões: sua utilização como Quando a educação não formal colabora para o desenvolvimento e fortalecimento de um “instrumento de comunicação e divulgação” ou como meio de “acesso à informação” (SORJ, 2003, grupo, contribui para a criação de seu capital social, que Gohn (2010, p.20) prefere denominar p.68), nesta perspectiva, a internet é um instrumento indispensável à concretização da ação proposta. como “acervo sociocultural e político”, e para a autora o grupo tem na qualidade deste acervo a sua força e potencial de atuação. Com base na consideração de que os SRS são “capazes de construir e O Facebook, considerado SRS e um tipo de comunicação mediada pelo computador, permite processos de interação, característica que possibilita processos educativos da educação não formal, razão pela qual o ILBJ criou um perfil onde há publicação de eventos, programações e facilitar a emergência de tipos de capital social que não são facilmente acessíveis aos atores sociais no espaço off-line.” (RECUERO, 2009, p.107), temos nestes sites a possibilidade de contribuir para o desenvolvimento do acervo sociocultural e político dos jovens. avisos; diálogos por meio de comunicador instantâneo; esclarecimentos de dúvidas e questionamentos; divulgação de arquivos de multimídia e compartilhamento de mensagens com Há uma relação entre o uso dos SRS e os capitais sociais relacional e o relacional teor de conscientização para o exercício da cidadania. Além destas finalidades, também permite a cognitivo, tal relação ocorre por meios de valores que podem ser construídos com a participação nos educadores desenvolver ações que o explore como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem. SRS, que são: visibilidade, reputação, popularidade e autoridade (RECUERO, 2009). Percebe-se claramente a intencionalidade da instituição com o uso do site no processo de A visibilidade é construída por meio da capacidade que uma pessoa possui em está infoinclusão digital. Nesta perspectiva, o ILBJ explora tendo-o principalmente como instrumento de conectada e mais visível numa determinada rede, e isto aumenta as possibilidades do indivíduo receber comunicação e divulgação, mas também abre possibilidades para que novas iniciativas sejam determinadas informações compartilhadas ou comentadas na rede, além de obter auxílio com mais desenvolvidas por meio dos SRS a fim de fornecer acesso à informação, contribuir para a aprendizagem, facilidade para algo que esteja encontrando dificuldades. Apesar de a visibilidade decorrer da 22 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA FACULDADE AGES ANAIS.indd 22-23 FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 23 19/07/2014 10:21:33 Podemos definir weblog como uma própria presença desta pessoa na rede, o valor irá ser importante também na construção dos demais valores e está ligada ao capital social relacional (RECUERO, 2009). A reputação é a percepção que se tem do ator construída pelos demais integrantes da rede, [...] página na Web que se pressupõe ser actualizada com grande frequência através da colocação de mensagens – que se designam “posts” – constituídas por imagens e/ou textos normalmente de pequenas dimensões (muitas vezes incluindo links para sites de interesse e/ ou comentários e pensamentos pessoais do autor) e apresentadas de forma cronológica, sendo as mensagens mais recentes normalmente apresentadas em primeiro lugar. (GOMES, 2005, p.311). implicando o “eu”, o “outro” e a relação entre estes. Relaciona-se ao que outras pessoas constroem como impressões de nós, tendo por base as informações sobre quem somos e o que pensamos. Sabendose também que este valor é influenciado por meio de nossas ações e do que os outros estabelecem sobre elas. Este valor tem uma percepção qualitativa, ou seja, não deve depender da quantidade de conexões que temos com outros atores, mas da impressão que estes têm de nós. Está ligado ao capital social relacional, por ser consequência das conexões existentes entre os atores, e também ao cognitivo, por depender do tipo de informação que publicamos (RECUERO, 2009). O blog, abreviação de weblog, pode ser explorado como “recurso pedagógico” ou “estratégia pedagógica” (GOMES, 2005, p.312). Como recurso proporciona um espaço de “acesso a A popularidade possui relação com a audiência, esta é possível visualizar por meios das informação especializada” ou “disponibilização de informação por parte do professor”, enquanto conexões e referência a alguém na rede. Este valor é relativo à posição que ele possui dentro da rede que como estratégia permite a criação de: portfólio digital, espaço de intercâmbio e colaboração, a qual participa. Ele tem um valor quantitativo, ou seja, um jovem é mais popular por ter mais espaço de debate – role playing ou espaço de integração (GOMES, 2005). pessoas conectadas a ele, podendo este ter uma forte capacidade de influência que outros por causa Se pensarmos nas duas dimensões de uso da internet, descritas anteriormente, percebe- desta popularidade. Está também relacionado ao capital relacional, mas com maior ligação a laços se que o blog não permite apenas explorar a primeira, mas também ser um meio de acesso à fracos por causa de sua associação à quantidade de conexões e não a sua qualidade. informação, possibilitando o alcance do quinto fator, do qual também está relacionada a exclusão Por último temos a autoridade, que trata do poder de influência que uma pessoa possa ter na rede, compreende-se também de autoridade a presença de reputação, pelo fato de haver a necessidade de digital, já que através dele o educador pode produzir ou direcionar os aprendentes para conteúdos específicos conforme adequação às suas necessidades. uma análise da real influência do indivíduo com relação à sua rede e da percepção que os outros têm da O educador tem através do uso deste recurso, distintas formas de exploração na educação reputação desta pessoa. Ela está relacionada tanto ao capital relacional como também ao cognitivo e só não formal, podendo acompanhar a abordagem de conteúdos nas aulas; disponibilizar conteúdos, pode ser medido “através dos processos de difusão de informações nas redes sociais e da percepção dos estabelecendo ligações a sites que tenha alguma relação; fazer comentários, tanto em sala como no blog; atores dos valores contidos nessas informações.” (RECUERO, 2009, p.114). fazer referências a notícias atuais, caso estas possuam relevância aos conteúdos abordados em aulas, Por enquanto, destacou-se a importância do Facebook no processo, mas há outra além de outras que estejam em acordo com a intenção do ILBJ no exercício de suas ações. iniciativa que explora o uso de SRS e que também cabe destacar, que é o weblog para aprendentes Apresentamos aqui apenas algumas possibilidades, valendo para a criação de outras a criatividade do Projeto Informática Avançada. do educador e a preocupação em está contribuindo para os objetivos da educação não formal, O “Blog do Avançado”, como é chamado, foi idealizado com o intuito de disponibilizar informações pelos educadores, coordenação pedagógica e psicossocial, informações estas relacionadas a propostos por Gohn (2010): a justiça social, os direitos (humanos, sociais, políticos, culturais etc.), a liberdade, a igualdade e o respeito à diversidade cultural, a democracia, o combate a toda e qualquer forma de discriminação e o exercício da cultura e manifestação das diferenças culturais. oportunidades de emprego, processos seletivos, eventos internos e externos relacionados ou não ao ILBJ, dicas sobre mercado de trabalho, temas sobre cidadania, ética, tecnologia e dentre outros. Tomamos com base para considerar o “Blog do Avançado” como SRS a definição de Resultados Recuero (2009, p.102) que o considera como “toda ferramenta que for utilizada de modo a permitir que se expressem as redes sociais suportadas por ela”, para a autora fotologs, weblogs e ferramentas de micromessaging atuais podem ser também incluídos neste tipo de site, por possuírem Procuramos fundamentar a análise nas contribuições de autores que tratam de três temas: mecanismos de individualização, mostrar as redes sociais de cada ator de forma pública e exclusão digital, educação não formal e expressão de redes sociais na internet. No que se refere à possibilitarem que eles construam interações por meio destes sistemas. exclusão digital, tomamos como base os conceitos de Sorj (2003) e os fatores que o autor apresenta como itens importantes no combate a exclusão digital. Em relação ao tipo de educação desenvolvido 24 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 24-25 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 25 19/07/2014 10:21:33 pelo instituto, fizemos referência à contribuição de Gohn (2010) sobre a educação não formal, ILBJ, motivo que deixa-nos com um item a ser abordado nas próximas análises, a fim de analisando características, objetivos, locais onde pode acontecer, sua relação com a construção do compreender o porquê desta escolha. capital social e a observação de que o principal educador para este tipo de educação é o “outro” com quem o aprendente interage e se integra. Ainda em análise das contribuições teóricas, destacamos as referências feitas ao trabalho de Recuero (2009), onde tivemos como associar objetivos da educação não formal com os Como nosso objetivo foi analisar a relação dos aprendentes que estão conectados à lista, cabe-nos tratar dos resultados encontrados. Dos 29,5% conectados à lista, questionou-se o seguinte: “Fazer parte da lista de amigos do ILBJ no Facebook, tem sido útil para você de que forma?”. É possível visualizar o percentual das respostas dos jovens no gráfico abaixo: valores construídos na utilização dos SRS, no que se refere ao desenvolvimento do acervo sociocultural e político de um determinado grupo. Considerando que o ILBJ desenvolve ações relacionadas à educação não formal, as reflexões sobre o uso dos SRS foram realizadas pensando nas suas relações de contribuição com os objetivos propostos por Gohn (2010) para este tipo de educação. Buscamos para estas reflexões uma breve demonstração de valores construídos nos SRS que ajudam no desenvolvimento do capital social relacional e cognitivo (RECUERO, 2009) e uma demonstração da exploração do weblog na educação não formal, tanto como estratégia quanto como recurso da prática pedagógica (GOMES, 2005). Na construção de dados foi utilizado um questionário on-line aplicado a aprendentes do Projeto Informática Avançada que participaram ou estão participando em 2012 do curso, constituindo o principal objetivo analisar se o uso do perfil do ILBJ no Facebook tem sido visto pelos aprendentes que fazem parte de sua lista de “amigos” como meio de comunicação, divulgação e interação. Isto para saber se os objetivos propostos pelo instituto com o uso da ferramenta estão sendo alcançados. Outro objetivo foi o de saber se na residência destes aprendentes havia computador com acesso à internet, por ser este um dos fatores que caracterizam a exclusão digital. Com isto tivemos como analisar o nível de importância do ILBJ como local de acesso à internet para os jovens, já que muitos não dispõem dos recursos necessários ao acesso à internet em suas próprias residências. Através destes dados é possível analisar a percepção que estes jovens estão tendo em Os aprendizes responderam a questões com abordagens sobre: idade, sexo, escolaridade e se integrar a lista de amigos do instituto. Em primeiro lugar, observamos que os maiores índices, de possuíam computador com acesso a internet em casa. As demais questões tinham por objetivo como os adolescentes têm explorado esta relação, são justamente os que enfatizam a interação entre identificar pontos relacionados à relação deles com o Facebook e com o perfil alimentado pelo ILBJ. aprendente e equipe ILBJ (gerência, coordenação e educadores) e acesso a informações O primeiro ponto observado foi que dos 80 participantes que responderam ao questionário 70% não possuem conexão à internet em suas residências, diante desta informação e convertendo tal percentual para o universo de jovens matriculados no ILBJ em 2012, que é de 1400, percebemos que temos uma estimativa de que 980 jovens não possuem conexão em suas residências. relacionadas à instituição e divulgadas no espaço (eventos, mini-cursos, cursos, atividades, palestras, oficinas e seleções). Mas não é apenas para interação com a equipe ILBJ que os jovens utilizam esta lista, há um nível considerável que utiliza como meio de interagir com outros jovens, tanto para construção de novas amizades (onde se enquadra o valor visibilidade, que está relacionado ao desenvolvimento do capital Em segundo lugar, observamos como se dá a relação dos jovens que possuem perfil no Facebook e pertencem à lista de amigos do ILBJ. De início percebemos que apenas 29,5% dos aprendentes estão conectados à lista, 43,58% apesar de possuírem perfil no site não estão e apenas 26,92% ainda não possuem um perfil no site. Diante destas informações confirma-se o interesse que há dos jovens pelos SRS, já que mais de 70% fazem parte do SRS, mas descobre-se algo que nos social), como também para manter-se atualizado das informações que os demais jovens estão compartilhando, comentando e/ou “curtindo”. Nestas interações é possível ocorrer processos educativos da educação não formal, já que neste tipo de educação não temos apenas o educador social como único agente para se construir o saber, mas é no “outro” que o aprendente também encontra, através da interação e integração, um meio de desenvolver seu acervo sociocultural e político (GOHN, deixa curiosos, pois nota-se que muitos jovens apesar de fazer parte não estão conectados à lista do 26 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 26-27 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 27 19/07/2014 10:21:33 oportunidades de emprego; maior interatividade e que esteja sempre atualizado. 2010). Com a construção de novas conexões por meio da rede é possível também o aumento do valor visibilidade que contribui com o capital social relacional do indivíduo. A visibilidade, segundo Recuero (2009), pode funcionar como matéria-prima na criação de outros valores, como a Considerações finais reputação e popularidade. Com estes dados percebemos também que o menor índice está relacionado ao Diante dos resultados apresentados percebemos que o ILBJ tem contribuído para o entretenimento, pois buscou saber se o jovem acessa o perfil do ILBJ apenas para ver coisas tidas desenvolvimento do acervo sociocultural e político dos aprendentes por meio dos SRS, tanto como por eles como engraçadas, já que muitos indivíduos buscam em tais redes apenas conteúdos de teor instrumento de comunicação e divulgação, quanto como recurso pedagógico no caso do weblog. humorístico. Então, concluímos que a maioria deles não busca apenas este tipo de conteúdo no Mas, com esta pesquisa abrimos espaço para novas reflexões e perspectivas de pesquisas na busca perfil do instituto, mas principalmente interação e informação sobre assuntos de seus interesses que de melhorar ainda mais as ações já desenvolvidas com o uso de SRS. estão em sua maioria relacionados às ações desenvolvidas pelo instituto. As possibilidades são muitas, de exploração dos SRS no processo, que podem ganhar Através deste questionário analisamos a relação dos jovens com o Facebook e com o espaços e serem aplicadas. Por exemplo, se há um blog para os aprendentes do avançado, nada impede perfil do instituto, mas também procuramos saber qual percepção que eles têm construído a respeito que o ILBJ possa criar outros blogs como recursos e/ou estratégia pedagógica a serem explorados pelos do blog. E dar espaço para que eles contribuíssem com sugestões do que poderia ser melhorado para demais projetos, ou até, centralizar todas as ações relacionadas ao desenvolvimento de ações eles obterem um maior aproveitamento com o uso do recurso. pedagógicas por meio de weblog em um único recurso reservado a todos os projetos. Os jovens responderam a dois questionamentos, sendo um a respeito da importância do Também é necessário considerar as sugestões dos aprendentes para o weblog no blog para eles enquanto aprendentes do curso e outra com objetivo de dar espaço para saber o que desenvolvimento de novas ações direcionadas ao uso do recurso, e por que não pensar em eles teriam de sugestões para o blog. estratégias pedagógicas onde os aprendentes sairiam de receptores de conteúdos e produziriam seus Em análise das respostas constatamos que há uma percepção clara de que eles têm o próprios blogs para compartilhar conhecimentos, experiências, trabalhos artísticos, opiniões etc. espaço como meio para realização de duas principais finalidades, uma é explorá-lo como meio de De acordo com os resultados, a percepção dos aprendentes a respeito da utilidade em acesso a informação e conhecimento, e a outra para ter acesso a oportunidades de emprego. Estas fazer parte da lista de amigos do ILBJ e de como o weblog, enquanto recurso pedagógico tem são as que mais foram lembradas pelos entrevistados em suas respostas, mas outras foram contribuído com algumas das expectativas dos jovens, demonstram uma concretização da pontuadas, a exemplo de: interação, entretenimento, resolução de questões e dicas relacionadas ao intencionalidade do instituto na aplicabilidade dos SRS em suas ações, principalmente no processo mercado de trabalho e concursos públicos. de infoinclusão digital. Mas, leva-nos a refletir a respeito de nossa prática como educadores sociais Visando receber sugestões que sirvam de subsídios ao desenvolvimento de novas ações com o uso do blog, foi aplicada uma questão para que o aprendente deixasse suas ideias de como o espaço poderia ser melhorado. Numa síntese geral do que eles propuseram, temos uma visão de que eles querem uma participação mais ativa do espaço, saindo de meros expectadores e passando a autores de informação, conteúdo e experiências. podendo ser compartilhadas através de multimídias. Já outros sugerem que o “Espaço do aluno”, parte que há no blog reservado a postagem de conteúdos criados pelos jovens e que disponibilizaram para compartilhar com os demais, seja mais valorizado. Além de outras sugestões, destacamos algumas delas: maior número de postagens com informações sobre mercado de trabalho, curiosidades e entretenimento; maior liberdade para download de músicas, vídeos e imagens; divulgação de mais ANAIS.indd 28-29 autores no uso de weblog, podendo para isto considerar a exploração pedagógica do weblog como estratégia, onde eles poderiam construir portfólios digitais e promover espaços de intercâmbio e colaboração, de debate e de integração. Podemos então, reafirmar como razões que demonstram a importância dos SRS no Quatro aprendentes defendem que suas experiências devem ter espaço para publicação, 28 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA que objetiva desenvolver novas ações, a fim de valorizar mais a participação dos aprendizes como FACULDADE AGES processo de infoinclusão digital promovido pelo ILBJ: a utilidade dos SRS como instrumento de comunicação e divulgação; o favorecimento da construção nos jovens de uma percepção contrária a de que sites como Facebook servem apenas como forma de entretenimento; a importância no desenvolvimento do acervo sociocultural e político destes aprendentes, por meio de valores que podem ser construídos e a possibilidade de uso como recurso pedagógico para o educador disponibilizar informações de relevância para o processo. FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 29 19/07/2014 10:21:33 SERÁ QUE UMA BOA ESCOLA PROPORCIONA REALMENTE EDUCAÇÃO? Referências Bibliográficas SORJ, Bernard. [email protected]: A luta contra a desigualdade na Sociedade da Informação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003; Brasília-DF: UNESCO. Érica Monize Chagas Santos RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. (Coleção Cibercultura). Camila Souza GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. GOHN, Maria da Glória. Educação não formal e o educador social: atuação no desenvolvimento de projetos sociais. São Paulo: Cortez, 2010. Resumo A educação sofreu variações, consoante os tempos e países. Cada sociedade possui um sistema educativo que se impõe aos indivíduos com uma força irresistível. Dentre uma visão interacionista, esse GOMES, Maria João. Blogs: um recurso e uma estratégia pedagógica. VII Simpósio Internacional de Informática Educativa – SIIE05, Leiria, Portugal, 16-18 Novembro de 2005. Disponível em:<http:// repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/4499/1/Blogs-final.pdf>. Acesso em: 16/08/2012. processo de ensino-aprendizagem é centrado nos atores sociais, os professores e os alunos, os quais se interrelacionam, trocando informações, construindo conhecimentos e produzindo mudanças de conhecimento entre si. O principal motivo dos alunos irem para a escola é que vão encontrar um espaço democrático, onde poderão compartilhar conhecimento e a experiência com o diferente. O trabalho foi realizado em dois momentos. Primeiramente foi feita a leitura da obra “A escola que sempre so-nhei Instituto Luciano Barreto Junior. PROJETO INSTITUCIONAL, 2007. sem imaginar que pudesse existir”. Numa fase posterior, foram feitas outras leituras de obras que trabalhavam com a temática da educação e foram feitas as correlações entre todas para a construção do TAKAHASHI, Tadao. (Org) Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000. trabalho acadêmico. Observou-se que aescola é um canal de mudanças, devendo promover a inclu-são. Esta faz parte de um grande movimento pela melhoria do ensino, todos ganham com ela, apren-de-se todos os dias a exercitar tolerância e o respeito ao próximo, seja ele quem for. Em uma escola de Portugal analisada na obra em questão, a educação, mais do que um caminho, é um percurso feito à medida de cada educando e solidariamente partilhado por todos. O aluno é o verdadeiro sujeito do (Endnotes) currículo. Na escola da ponte, as crianças conseguem entender o mundo e realizam-se como pessoas. 1 Graduação em Segurança do Trabalho e especialista em Psicopedagogia pela UNIASSELVI, pós-graduando UFPE/USP-NCE, Programa de Educação Continuada Mídias na Educação UFPE/USP-NCE, e Educador Social do Instituto Luciano Barreto Júnior. 2 Graduação em Informática e Gestão da Informação UNIT, pós-graduando, Programa de Educação Continuada Mídias na Educação UFPE/USP-NCE, professor de Informática do SESC-SE, e Educador Social do Instituto Luciano Barreto Júnior. A ponte é uma passagem e a escola é uma ponte. Esta escola é um espaço onde se vive o que se aprende e se aprende o que se vive. Conclui-se, que uma boa escola pode promover uma boa educação para alunos, professores e demais funcionários. Cada criança deve agir como participante solidário de um projeto de preparação para o exercício da cidadania. A descoberta de valores comuns permite percorrer um itinerário comum, que reforça vínculos afetivos e é gerador de um imenso sentimento de pertença. As escolas devem buscar uma escola de cidadãos que se formem como sujeitos demo-cráticos e participativos. É preciso acreditar que a educação é algo que deve ser renovado a cada dia. Palavras-chave: alunos; desenvolvimento educacional; escola; professores. 30 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 30-31 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 31 19/07/2014 10:21:33 A educação sofreu variações infinitas, consoante os tempos e países (...). Cada sociedade Para Ferreira; Bozzo (2009) a inclusão faz parte de um grande movimento pela melhoria do pos-sui um sistema educativo que se impõe aos indivíduos com uma força irresistível. Aprender e ensino e o primeiro passo para que isso de fato aconteça é olhar a educação com outros olhos. educar são processos educativos que envolvem a transmissão, fixação e a produção de saberes, Todos ganham com a inclusão, pois aprendemos todos os dias a exercitar tolerância e o respeito ao memórias, sentidos, significados, práticas e performances (DURKEIM, 1984 apud VIEIRA, 2006). próximo seja ele quem for. A educação escolar pode ser concebida como “um processo de influência interpessoal Werneck (1993) apud Ferreira; Bozzo (2009) diz que evoluir é perceber que incluir não é (ensino) visando à produção de mudanças comportamentais no aluno (aprendizagem)”. Dentre uma tratar igual, pois as pessoas são diferentes. Incluir é abandonar estereótipos. É preciso acreditar que visão in-teracionista, esse processo de ensino-aprendizagem é centrado nos atores sociais, os a educação é algo que deve ser renovado a cada dia. Ter um aluno portador de deficiência em sala professores e os alunos, os quais se interrelacionam, trocando informações, construindo de aula é aceitar que todos de alguma forma são diferentes uns dos outros e deve-se ter direitos e conhecimentos e produzindo mudanças de conhecimento entre si: conhecimento, habilidade opor-tunidades iguais. interesse, atitude (DARÉ; CARVA-LHO; BARBIERI, 1998). De acordo com Kant in Durkeim (1984) apud Vieira (2006), afirmava que a finalidade da O ator social definido como professor, quando interagem com os alunos, atua em equipe educação consiste em desenvolver em cada indivíduo toda a perfeição de que ele é susceptível. Freire com os alunos, tornam-se durante alguns momentos alunos de seus alunos (DARÉ; CARVALHO; (1997) apud Vieira (2006) afirma que formar é mais do que puramente treinar o educando no BAR-BIERI, 1998). desem-penho de destrezas e depois mais adiante, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as Antropologia e educação parecem constituir, hoje, um campo de confrontação, em que a possi-bilidades para a sua produção ou a sua construção. com-partimentação do saber atribui à antropologia a condição de ciência e à educação, a condição Procuro despir-me do que aprendi, procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensina-ram de prática. O diálogo entre antropologia e educação, percebido por muitos como uma “novidade” raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, desencaixotar as minhas emoções verdadeiras, que se instaura com as transformações da década de 1970, neste século, é mais antigo que isso e desembrulhar-me e ser eu. O essencial é saber ver, isso exige um estudo profundo, uma aprendizagem reporta-se a um momento crucial da história da ciência antropológica (GUSMÃO, 1997). de desaprender. A memória nos torna prisioneiros do passado, não nos deixa perceber a eterna novi- No entanto, Galli (1993) apud Gusmão (1997) afirmou que “a realidade de seu tempo apontava um risco para os povos do futuro e para o futuro da própria civilização. A razão era que, his- dade do Mundo. Os neuróticos são prisioneiros da sua mesmice, a psicanálise é uma pedagogia da desaprendizagem. É preciso esquecer o que se sabe, a fim de ver o que não se via (ALVES, 2001). toricamente, a nossa sociedade e a escola que lhe é própria não desenvolviam - e não desenvolvem - Em 1976, a escola da ponte era um arquipélago de solidões, os professores remetiam para o mecanismos democráticos, perante as diversidades sociais e culturais”. Antropologia e a educação isolamento físico e psicológico em espaços e tempos justapostos. O trabalho escolar era exclusiva- estabelecem um diálogo. A educação realiza-se, então, no interior da sociedade, composta por dife- mente centrado no professor, informado por manuais iguais para todos, repetição de lições, rentes grupos e culturas, visando certo controle sobre a existência social, de modo a assegurar sua passivida-de. Entregues a si próprios. As crianças que chegavam à escola com uma cultura diferente reprodução por formas sociais coletivamente transmitidas (GUSMÃO, 1997). da que ali prevalecia eram desfavorecidas pelo não conhecimento da sua experiência sociocultural. De acordo com Boas apud Gusmão (1997) através de estudos diretos obtidos no campo educacional, demonstra que a escola inexiste como instituição independente e, como tal, não possibilita independência e autonomia dos sujeitos que aí estão. A meta da escola centra-se num aluno-modelo Se os pais eram chamados a escola, pedia-se castigo para o filho ou pediam-se contributos para reparações ur-gentes. Na escola da ponte, como em outros lugares, é indispensável alterar a organização e interrogar práticas educativas dominantes (ALVES, 2001). Em 1988, o tribunal foi substituído por uma comissão de ajuda com composição e funções muito que desconsidera a diversidade da comunidade escolar e, para contê-la, atua de forma autoritária. Segundo Ferreira; Bozzo (2009) a escola é um canal de mudanças, portanto a inclusão de crianças com síndrome de Down na rede de ensino pode ser um começo para outras transformações não somente de pensamentos mais de atitudes. A palavra incluir significa abranger, compreender, so-mar, é nisso que se deve pensar quando se fala em inclusão de pessoas com deficiência, é trazer para perto, dar a ela o direito de ter as mesmas experiências, é aceitar o diferente e aprender com ele. O principal motivo das crianças irem para a escola, é que vão encontrar um espaço democrático, onde poderão compartilhar conhecimento e a experiência com o diferente. 32 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 32-33 FACULDADE AGES diferentes. O velho e ineficaz castigo foi substituído pelo ficar a refletir. Como o objetivo dos objetivos é fazer das crianças pessoas felizes, foi substituída uma caixinha de segredo, essa caixinha ensina os professores a reaprender. A autodisciplina é a filha dileta do autoritarismo e da permissivi-dade. A disciplina a que me refiro é a liberdade que conscientemente exercida, conduz a ordem, não é a ordem imposta que nega a liberdade. O sucesso dos alunos depende da solidariedade exercida no seio de equipes educativas que facilita a compreensão e resolução de problemas comuns (ALVES, 2001). FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 33 19/07/2014 10:21:33 Segundo Alves (2001) a educação é sempre uma aventura coletiva de partilha, de afetos e sen-sibilidades, de conhecimento, saberes, experiências, atitudes. Reforçar os mecanismos de interação solidaria e os procedimentos cooperativos são, pois um imperativo de qualquer política educativa que pretenda assumir a educação como uma responsabilidade social. A experiência de autonomia da escola da ponte é hoje, apontada como um paradigma de excelência. e a paciência, na escola da ponte acontecem de uma forma absolutamente espantosa (ALVES, 2001). Conforme Alves (2001) os ambientes amigáveis e solidários de aprendizagem são precisamente aqueles que mais e melhor favorecem a aprendizagem, porque é neles que as crianças, de fato, sentem-se muito mais seguras, disponíveis e motivadas para aprender e o que não é menos significa-tivo em termos educacionais, para aprender uma com as outras e não apenas com os Nenhum pensamento reclama tanto a comunhão dos olhares para fora e para dentro como o adultos. A escola da ponte não é apenas um ambiente solidário e amigável de aprendizagem. Mais pensamento sobre a educação. A educação é um permanente movimento no sentido de decantação e do que uma escola, ela é verdadeiramente, sem eufemismos, uma comunidade educativa. É uma da intersecção desses olhares. Começamos por treinar e desenvolver apenas o olhar para fora. Du- comunidade profunda-mente democrática e autorregulada. Democrática, no sentido de que todos os rante alguns anos, permanecemos cegos para o que não existe. Só descobrimos o olhar para dentro e seus membros concor-rem genuinamente para a formação de uma vontade e de um saber coletivo. começamos a pressentir o que não existe quando se nos impõe ou nos é imposta a necessidade de interrogar e compreender o que vemos fora de nós. Esse é o primeiro momento mágico da educação. O mundo interior, só é captável pelo olhar para dentro, quando dá expressão á nossa identidade e singulariza o nosso destino (ALVES, 2001). Autorregulada, no sentido de que as normas e regras que orientam as relações societárias não são injeções impostas ou importadas simplesmente do exterior, mas nas normas e regras próprias que decorrem da necessidade sentida por todos de agir e interagir de uma certa maneira, de acordo com uma idéia coletivamente apropriada e partilhada do que deve ser o viver e o conviver numa escola que se De acordo com Alves (2001) á medida que o ser humano vai tomando consciência desse mun-do pretenda constituir como ambiente amigável e solidário de aprendizagem. O que distingue a escola da interior é que, vai aperfeiçoando a focagem do olhar para fora, ou seja, aperfeiçoando a própria ponte é uma práxis de educação na cidadania. A educação na cidadania é o próprio respirar e sentir da percepção e compreensão do mundo exterior que avança para o segundo e decisivo momento mágico da comunidade. É da prática do civismo que resultam a aprendizagem e a consciência da cidadania. As educação, o momento em que finalmente pode-se começar a escrever a própria vida. A educação é um crianças pesquisam, investigam e aprendem em grupo e as mais dotadas se responsabilizam pelo caminho e um percurso, um caminho que de fora se nos impõe e o percurso que nele fazemos. Os acompanhamento e apoio a aprendizagem das menos dotadas (ALVES, 2001). caminhos existem para ser percorridos. E para reconhecermos interiormente por quem os percorre. O olhar para fora vê apenas o caminho, identifica-o como um objeto alheio e porventura estranho. Só olhar para dentro reconhece o percurso, apropriando-se dos seus sentidos. O século XX, não foi o século do renascimento da educação, mas foi o século da agonia da educação, da sua colonização instrumental. Na ponte, tudo ou quase tudo parece obedecer a uma outra lógica. Não há aulas, turmas, folhas, testes elaborados pelos professores para avaliação dos alunos. Não há manuais escolares, toques de campainha, sineta. Não há professores, de tal modo eles se confundem com os alunos, as salas de aula são sem divisões. Nesse ambiente escolar havia disciplina, concentração, alegria e eficiência. O observador procura ver e compreender melhor tudo o que se passa ali, ele acaba perce- Portanto, Alves (2001) aborda que a escola da ponte foi a doce e fraternal serenidade dos bendo o sentido de tudo, a tal lógica singular de organização e funcionamento da escola da ponte. E olhares, dos gestos e das palavras de todos, adultos ou crianças. Ali, ninguém tem necessidade de percebe en-grossar a voz, e de pôr em beiços de pés para se fazer ouvir ou reconhecer pelos demais, porque extraordinariamente simples e coerente com tudo o mais. Ele percebe que naquela escola o todos sabem que a sua voz conta e é para ser ouvida. Como as crianças não são educadas para a currículo não é o professor, mas o aluno (ALVES, 2001). competição, mas para entre ajuda, essa entre ajuda está instituída em todos os níveis da escola como se fosse à verdadeira matriz do seu projeto cultural. As pulsões de inveja, ciúme, rivalidade e toda agressividade comportamental que lhes anda associada, estão quase ausentes dos gestos cotidianos dos membros dessa comunidade educativa. que a filosofia subjacente ao projeto pedagógico daquela comunidade é De acordo com Alves (2001) educação naquela escola, mais do que um caminho, é um percurso feito á medida de cada educando e solidariamente, partilhado por todos. O aluno é o verdadeiro sujeito do currículo, não é um instrumento ou um mero destinatário do currículo. Os professores não estão no centro da vida escolar, não são o sol do sistema curricular. Então, Por isso é que na escola da ponte não faz sentido falar de problemas de indisciplina, porque relativamente às crianças procuram acompanhar, orientar e reforçar o percurso de aprendizagem e todos apoiam todos, todos ajudam todos, todos são efetivamente cúmplices de todos, todos são soli- de desenvolvimento pessoal e social de cada aluno. Em vez, de se fechar como uma ilha de virtudes dariamente responsáveis por todos. Todos procuram reconhecer e respeitar a identidade de todos. A as interferências e a curiosida-de tantas vezes mórbida e depredadora dos estranhos, a escola da serenidade que espreita nos olhares, nos gestos e nas palavras das crianças não é mais do que o re- ponte tem sempre as portas abertas para os amigos e os inimigos, para os cúmplices e os detratores. sultado esperado e inevitável do segredo da intervenção pedagógica dos profissionais da educação da ponte. Um segredo feito, simplesmente de duas palavras é das correspondentes atitudes: a meiguice 34 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 34-35 FACULDADE AGES Portanto, Nietzsche apud Alves (2001) disse que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 35 19/07/2014 10:21:34 Ver é coisa complicada, não é função natural, precisa ser aprendida. Soares apud Alves (2001) o No entanto, Alves (2001) cita que na escola da ponte, as crianças conseguem entender o que vemos não é o que vemos, senão o que somos. É preciso ser diferente para ver diferente. O ser mun-do e realizam-se como pessoas. A ponte é uma passagem e a escola é uma ponte. A escola da feito de palavras, prisioneiros da linguagem, só vemos aquilo que a linguagem permite e ordena ver. ponte é um espaço onde se vive o que se aprende e se aprende o que se vive. A escola é apenas A visão é um processo pelo qual construímos nossas impressões óticas segundo o modelo que a espelho, não chega a ser reflexo, conforto, compaixão e certeza são tônicos de aprendizagem, linguagem impõe. Então, para se ver diferente, é inútil refinar a linguagem, refinar as teorias. O educar é viver. Após uma primeira fase (iniciação), as crianças convivem e aprendem nos mesmos refinamento das teorias só aumenta a clareza da mesmice. espaços, sem conside-ração pela faixa etária, mas apenas pela vontade de estar no mesmo grupo. O Os aprendizes (alunos) trabalham sem que seja preciso que alguém lhes diga que devem critério de formação dos grupos é o afetivo e o afeto não tem idade. trabalhar. Trabalham com concentração e alegria, inteligência e emoção de mãos dadas. Isso sempre Read apud Alves (2001) disse: “a educação no sentido mais amplo, como crescimento acontece quando se está tentando produzir o próprio rosto. Ao final, terminando o trabalho, o aprendiz guiado, pode assegurar que a vida seja vivida em toda a sua natural espontaneidade criadora e em sorri feliz, admirando o objeto produzido. Aprendem assim, formando pequenos grupos com interesse toda a ple-nitude sensorial, emocional e intelectual”. Educar é mais doa que preparar alunos para comum por um assunto, reúnem-se com uma professora e ela, estabelece um programa de trabalho de fazer exames, é ajudar as crianças a entenderem o mundo e a realizarem-se como pessoas, muito 15 dias, dando orientações sobre o que pesquisar e os locais onde pesquisar. Ao final dos 15 dias se para além do tempo de escolarização. As crianças aprendem a ser naturalmente, como aprendem a reúnem novamente e avaliam o que aprenderam. Se o que aprenderam foi adequado, aquele grupo falar e a escrever e cada qual nos seu próprio momento. Os alunos gerem, quase em total se dissolve, forma-se um outro para estudar outro assunto (ALVES, 2001). autonomia, os tempos e os espaços educativos. Escolhem o que querem estudar e com quem. Se Segundo Alves (2001) as crianças aprendem a ler frases inteiras, é assim que aprendiam a ler. Elas aprendem palavras inteiras, pois somente palavras inteiras fazem sentido, A aprendizagem e o acontecesse desinteresse por parte de um aluno, a escola está doente, está doente o aluno ou estão ambos enfermos. Bastará determinar a etiologia, buscar remédio e verificar os efeitos do tratamento. ensino são um empreendimento comunitário, uma expressão de solidariedade. Mais que aprender Conclui-se a partir desse trabalho que uma boa escola verdadeiramente pode ajudar numa saberes, as crianças estão aprendendo valores. A ética perpassa silenciosamente, sem explicações, boa educação para alunos, professores e demais funcionários. Na ponte, cada criança age como as relações em sala. Em uma parede havia dois quadros de avisos. Num deles estava afixada a frase: partici-pante solidário de um projeto de preparação para a cidadania no exercício da cidadania. A tenho necessidade de ajuda em, e no outro, a frase: posso ajudar qualquer criança que esteja tendo descoberta de valores comuns permite percorrer um itinerário comum, que reforça vínculos afetivos di-ficuldades em qualquer assunto coloca-se o assunto e o seu nome. Um outro colega, vendo o e é gerador de um imenso sentimento de pertença. A escola da Ponte busca uma escola de cidadão pedido, vai ajudá-la. Assim, se forma uma rede de relações de ajuda. indispensável ao atendimento e a prática da democracia. Procuram no mais íntimo pormenor da Na escola da ponte, as crianças são convidadas a ver o bom, o bonito, o generoso e falar sobre eles. Havia problemas de disciplina, para tais situações as crianças estabeleceram um tribunal. Aquele relação educativa, formar o cidadão democrático e participativo, o cidadão sensível e solidário, o cidadão fraterno e tolerante. que desrespeita as regras de convivência por elas mesmas estabelecidas tem de comparecer perante esse tribunal. Sua primeira pena é pensar durante três dias sobre os seus atos. O conhecimento é uma árvore que cresce da vida. Na escola da ponte percebe-se o conhecimento crescendo a partir das experiências vividas pelas crianças. Gente de boa memória jamais entenderá aquela escola. Para entender Referencias bibliográficas é preciso esquecer quase tudo o que sabemos. A sabedoria precisa de esquecimento (ALVES, 2001). A inteligência é essencialmente prática, está a serviço da vida. Na escola da ponte, as crianças aprendem e tem prazer em aprender. Quanto a ciência que se aprende a partir da vida, ela não é esque- ALVES, Rubem. A escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir. São Paulo: cida nunca. A vida é o único programa que merece ser seguido. A escola da ponte é um único espaço, Papi-rus, 2001. partilhado por todos, a lição social é que todos partilham de um mesmo mundo. Pequenos e grandes são companheiros numa mesma aventura. São as crianças que estabelecem as regras da convivência: a DARÉ, Gustavo Leopoldo Rodrigues; CARVALHO, Célia Pezzolo de; BARBIERI, Marisa Ramos. Pesquisando o que se ensina: uma metodologia para o aprimoramento contínuo da educação. necessidade de silencio, de trabalho não perturbado. O espaço da escola tem de ser como o espaço do São Paulo, 1998. jogo, o jogo para ser divertido e fazer sentido, tem de ter regras. A vida social depende de que cada um abra mão da sua vontade, naquilo em que ela se choca com a vontade coletiva (ALVES, 2001). 36 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 36-37 FACULDADE AGES FERREIRA, Michele Marcelina; BOOZO, Fátima Eliana Frigato. Educação inclusiva: inclusão de FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 37 19/07/2014 10:21:34 crianças com síndrome de down do ciclo I do ensino fundamental. São Paulo, 2009. GUSMÃO; Neusa Maria Mendes de. Antropologia e educação: Origens de um diálogo. EDUCOMUNICAÇÃO: UMA ABORDAGEM DA INTERFACE ENTRE EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO São Paulo, 1997. VIEIRA, Ricardo. Processo educativo e contextos culturais: notas para uma antropologia da eduJonathas Fontes Santos – SESC/SE1 cação. Porto Alegre, 2006. [email protected] Resumo Trabalho que pretende apresentar os elementos sociais e as áreas de intervenção da educomunicação, campo de intervenção social que emerge da inter-relação entre a educação e a comunicação, o qual tem ser apresentado, segundo Soares (2011), como proposta inovadora capaz de renovar as práticas sociais que visam ampliar as condições de expressão do ser humano, especialmente da infância e da juventude. A abordagem baseia-se em contribuições de pesquisas desenvolvidas pelo Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo (NCE/USP) e que são abordadas por Soares (2011); informações disponíveis no endereço eletrônico do próprio NCE/USP, além de refletir sobre textos (LAURITI, 1999; SOARES, 2000; KAPLÚN, 1999) que tratam sobre a interrelação. A pesquisa apresenta a interdiscursividade e a interdisciplinaridade como elementos sociais do campo, além de tratar sobre as áreas de intervenção reconhecidas por Soares (2011) como partes em que o campo se materializa, finalizando com o entendimento de que este mesmo campo traz consigo novas posturas teóricas e práticas, abre caminho para uma educação cidadã emancipatória, elabora novos conceitos e faz surgir novas necessidades, a exemplo de um profissional preparado para atuação nesta inter-relação, o educomunicador. Palavras-chave: Educomunicação. Intervenção Social. Comunicação. Educação. Conhecendo a Educomunicação O Núcleo de Comunicação e Educação (NCE), órgão da Universidade de São Paulo (USP), surgiu em 1996 através da formação de um grupo de professores com um interesse em comum, o estudo da inter-relação entre Comunicação e Educação. Sua primeira pesquisa com grande destaque foi um trabalho que envolveu especialistas de doze países da América Latina e países da Península Ibérica possuindo duas finalidades, uma delas era compreender o pensamento dos coordenadores de 38 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 38-39 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 39 19/07/2014 10:21:34 projetos desta área de estudo e o outro descrever o perfil dos profissionais com atuação nesta inter- Temos dois pressupostos para a educomunicação, o de que a “educação só é possível relação. Desta pesquisa constatou-se que havia acontecido uma transformação, ou seja, a interface enquanto ação comunicativa’” e que “toda comunicação – enquanto produção simbólica e entre Comunicação e Educação que se configurava na conhecida forma de uma complementação intercâmbio/ transmissão de sentidos – é em si, uma ‘ação educativa’” (SOARES, 2011, p. 17), mútua transformou-se numa integração, surgindo então um novo campo de intervenção social, a resumindo-se na ideia de que comunicação e educação, concomitantemente e cada um a seu modo, Educomunicação, que em síntese tem por meta a construção da cidadania, baseando-se no direito à exercem tanto o papel de educar como também o de comunicar, reconhecendo como princípio o expressão e à comunicação que cada sujeito possui (NCE/USP, 2011). direito universal à expressão garantidos tanto a mídia, quanto a seu público. A pesquisa permitiu ao núcleo definir o campo da educomunicação como o Mas, historicamente educação e comunicação, quando instituídas pela racionalidade moderna, tiveram campos de atuação com demarcações, no contexto do imaginário social de [...] espaço que membros da sociedade se encontram para implementar ecossistemas comunicativos democráticos, abertos e participativos, impregnados da intencionalidade educativa e voltado para a implementação dos direitos humanos, especialmente o direito à comunicação. (NCE/USP, 2011). maneira independente e aparentemente neutra. À educação cabendo administrar a transmissão do saber indispensável ao desenvolvimento social e à comunicação difundir as informações, promover lazer popular e manter o sistema produtivo através da publicidade. E, foi a partir das contribuições teórico-prática de filósofos da educação e comunicação, junto aos avanços das conquistas tecnológicas, que grupos de especialistas ativamente e organizados iniciaram o processo de Em uma breve análise histórica da inter-relação, observamos que em 1980 tivemos um aproximação entre os dois campos, processo este irreversível (SOARES, 2000). campo internacionalmente voltado à educação para a recepção dos produtos midiáticos, uma década Entre os filósofos da educação que contribuíram com o processo de aproximação, Soares depois a apresentação de metodologias de abordagem para práticas de educação à mídia, possuindo um (2000), destaca Paulo Freire como um dos pioneiros que refletiram sobre a inter-relação no cenário diferencial marcante, que era a passagem de práticas com apenas “leitura de mídia” para “produção de latino-americano, já que em “Extensão ou Comunicação?” defendeu um agir pedagógico libertador por comunicação” de maneira democrática e participativa. Foi então a partir de 1999 que o termo passou a meio de processos comunicacionais, ou seja, a comunicação já podia ser vista como componente do ser corrente em textos do NCE/USP, levando a elaboração de um conceito, fundamentado na pesquisa processo educativo, mas não devendo ser apenas parte do “messianismo tecnológico”. realizada pelo núcleo. Um ano depois a interpretação dada ao conceito obteve circulação internacional. Diante destes fatos e considerando que pesquisadores se depararam com a figura emergente de um novo profissional, identificou-se a necessidade de criar uma formação universitária, proposta esta que foi concretizada pela USP em 2009, lançando a licenciatura em Educomunicação. Em relação à preocupação de não permitir que este messianismo, de fato aconteça, é necessário o entendimento de que a educomunicação não “é sinônimo de ‘Tecnologias da Educação’ (TE), ou mesmo de Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs).”, pois o importante “não é a ferramenta disponibilizada, mas o tipo de mediação que elas podem favorecer para ampliar os diálogos Aprovada pelo Conselho Universitário, a graduação, foi lançada com intuito de oferecer ao país um novo profissional, dotado de condições para contribuir com o sistema de ensino básico nacional, no que se refere ao alcance das metas previstas. A razão de se optar pela licenciatura é que este profissional deveria ser um professor de comunicação no âmbito do magistério e especialmente voltado a atender a demanda do ensino médio. O conselho ao deliberar a formação estabeleceu que este professor devesse ser habilitado à pesquisa e consultoria, representando respectivamente, a capacidade de analisar e sistematizar experiências em educomunicação e a de assessorar projetos de sociais e educativos.” (SOARES, 2011, p. 18), e conforme é descrito posteriormente a mediação tecnológica no contexto educacional funciona apenas como uma de suas áreas de intervenção. Neste mesmo entendimento, Kaplún (1999) já considerava que a Comunicação no contexto educacional, denominada por ele como “Comunicação Educativa”, não deveria ser vista como mero instrumento midiático e tecnológico, mas como componente pedagógico e com um olhar interdisciplinar e, enquanto campo de conhecimento, deveria convergir numa leitura tanto da pedagogia a partir da comunicação como numa leitura de ordem inversa. comunicação educativa (SOARES, 2011). Os estudos realizados pelo NCE a respeito do tema corroboraram com a consideração da educomunicação como sendo um campo oferecedor de suporte teórico-metodológico que direcionam agentes sociais a compreensões da importância da ação comunicativa para o convívio humano, a produção do conhecimento e a elaboração e implementação de projetos colaborativos de mudanças Elementos Essenciais sociais. Somando-se, também, estes conceitos e práticas às propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais, especificamente à área das linguagens e suas tecnologias. 40 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 40-41 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 41 19/07/2014 10:21:34 Temos como elementos essenciais da epistemologia do campo a interdiscursividade e a caberia pensar nos meios como processos educativos e como espaço de polifonia e pluralidade interdisciplinaridade (SOARES, 2000). Para Lauriti (1999), a interdiscursividade funciona como um dos cultural, além de programar e produzir com respeito à dignidade humana e de olho na construção do eixos construtores desta área de confluência, e devido ao campo possuir a polifonia discursiva como bem comum. elemento estruturante, a autora atentou para o fato de que é preciso deixar de priorizar nas análises sobre o campo apenas as práticas de incorporação das TIC no processo educativo e buscar um maior aprofundamento teórico, motivo pelo qual a autora justificou a elaboração de seu trabalho denominado “Comunicação e Educação: território de interdiscursividade”. Numa reflexão sobre o ponto em que a epistemiologia relacionada ao campo de inter-relação se encontra, constatamos que tal aprofundamento teórico pode-se considerar concretizado, pois nos últimos anos foram realizados diferentes estudos sobre o tema e há importantes experiências com abordagens de práticas educomunicativas aplicadas tanto no Em síntese, o espaço público mediatizado deve-se constituir em “espaço de troca e negociações dos novos sentidos da vida que os processos comunicacionais põem em pauta e a Educação não pode ficar à margem”, já os processos educativos em comunicação acontecerem “pela ótica da cidadania, da construção do bem comum, da validação de um contrato social plurilateral, em que os significados da vida tenham sentido no coletivo, discutido em uma longa conversa com toda a sociedade.” (GARCIA, 1998, p. 11). Brasil como em outros países. Para compreender a razão da necessidade de interdiscursividade, devemos se conscientizar sobre o fato de que o discurso da educação não é capaz de Áreas de Intervenção [...] isoladamente posicionar-se diante do novo contexto criado pelas novas tecnologias da comunicação e da informação. Sua metanarrativa é insuficiente para ressiginificar seu discurso diante dessas novas mediações. Assim, educador e comunicador não podem ser pensáveis como atores independentes e isolados deste novo ecossistema da comunicação educativa. (LAURITI, 1999, p. 2). Encontramos nas áreas de intervenção, “pontes”, que segundo Soares (2011, p. 49) devem ser postas “entre os sujeitos sociais e o mundo da mídia, do terceiro setor, da escola, oferecendo um diálogo sobre determinado âmbito da ação educomunicativa.”. Em Soares (2000), o autor reconheceu as seguintes áreas de intervenção social, como partes A interdiscursividade requer da educação tanto uma busca de ressignificação do estatuto em que o campo se materializa, sendo elas: educação para comunicação, mediação tecnológica, gestão epistemológico como uma re-flexibilização do discurso atual, considerando a necessidade de uma da comunicação no espaço educativo e reflexão epistemológica sobre esta inter-relação como fenômeno relação dialógica com a comunicação. “Trata-se de uma re-fundamentação teórico-prática e ético- cultural emergente. Mas, também destacou que estas não seriam excludentes e nem as política, tanto do agir pedagógico, quanto do agir comunicativo.” (LAURITI, 1999, p. 2), ou seja, o únicas, apresentavam-se apenas como síntese, pois pareciam aglutinar as distintas ações possíveis. discurso pedagógico deve ser revitalizado e através do diálogo com a comunicação ocorrer o Em estudos mais recentes, Soares (2011) acrescentou também como áreas a expressão comunicativa exercício da interdiscursividade. através de artes e a pedagogia da comunicação. Referindo-se a interdisciplinaridade, Garcia (1998) afirma que comunicação e educação Estas áreas apresentam-se como percurso para a construção de ecossistemas possuem, respectivamente, a mediação e o processo como aspectos centrais, sendo que nas mediações comunicativos em espaços educacionais. Para Lauriti (1999) os ecossistemas devem contemplar de há um caráter processual e nos processos educacionais há uma natureza mediadora, permitindo assim modo concomitante: formas heterogêneas de experiências culturais, mediações proporcionadas compreender a razão que caracteriza a interdisciplinaridade também como elemento essencial. pelas novas TIC e criação de maneira que conserve o encanto do processo de aprendizagem. Destas relações interdimensionais resultam duas subáreas, a de mediações comunicacionais A educação para a comunicação constitui-se na compreensão do fenômeno da em educação e a de processos educacionais em comunicação, em que temos “a dimensão da comunicação, podendo acontecer tanto em nível interpessoal e grupal, como em nível comunicação insinuando-se sobre a educação e a aceitação desta das funções daquela” (GARCIA, organizacional e massivo. Encontramos reflexões em torno da relação entre os produtores, o 1998, p. 10) e a da educação insinuando-se sobre a comunicação. processo produtivo e a recepção das mensagens, além de formações no campo pedagógico de Partindo desta perspectiva caberia ao educador o domínio da tecnologia, inserção dos meios nas ações curriculares, democratização da temática cultural, ver-se como sujeito de mediações e possuir receptores autônomos e críticos em consequência dos meios. Há também projetos que através de suas ações permitem a apropriação dos meios e das linguagens da comunicação (SOARES, 2000). a capacidade de dar significado e sentido ao volume de informação. Já ao comunicador 42 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 42-43 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 43 19/07/2014 10:21:34 A expressão comunicativa através das artes, como uma das áreas de intervenção, tem Este fenômeno cultural emergente, compreendido da inter-relação entre educação e numa comunidade educativa a atenção dirigida essencialmente ao potencial criativo e emancipador comunicação, também precisa que experiências e estudos sejam sistematizados, obrigatoriamente de das diferentes formas de manifestação artística, tornando este potencial num meio de comunicação maneira coerente, no que diz respeito à relação entre teoria e prática. E será justamente a área de acessível a todos. Quando primordialmente voltadas para o potencial comunicativo da expressão reflexão epistemológica que garantirá esta sistematização, dando unicidade às suas práticas e, artística, concebida como uma produção coletiva, mas de performance individual, possui uma consequentemente, proporcionando seu reconhecimento, evolução e legitimação (SOARES, 2000 e aproximação de práticas identificadas com a Arte-Educação (SOARES, 2011). 2011). No contexto educomunicativo, as mediações tecnológicas voltam-se a procedimentos e reflexões no que se refere à presença das TIC e suas múltiplas explorações pela comunidade educativa, garantindo formas democráticas de sua gestão. Tal mediação, enquanto ação educomunicativa, não deve estar centrada apenas na acessibilidade a recursos tecnológicos (SOARES, 2000 e 2011). Considerações Finais As TIC podem prover um espaço de vivência pedagógica com uma excelente aproximação do imaginário de crianças e adolescentes, com isto a ideia, enquanto ação educomunicativa, é proporcionar a criação de projetos que pretendam abordar o uso social das invenções que caracterizam a Era da Informação, desconsiderando para isto ações que tenham como preocupação principal apenas o manejo de aparelhos tecnológicos. Esta mediação ganha espaço quando a apropriação de recursos Fica evidente o surgimento de um campo que traz consigo novas posturas teóricas e práticas, além de abrir caminho para uma educação cidadã emancipatória. Novos conceitos são elaborados para a inter-relação e também surgem novas necessidades, a exemplo da figura do educomunicador, profissional com diferentes características, típicas de professor, comunicador, pesquisador e consultor. técnicos acontece de forma solidária e democrática (SOARES, 2000 e 2011). A pedagogia da comunicação como área de intervenção volta-se ao cotidiano da didática e busca multiplicar as ações de professor e alunos através do trabalho em conjunto. Há a escolha, quando conveniente por ações através da pedagogia de projetos (SOARES, 2011). Mas, para que estas áreas de intervenção abordadas satisfaçam as expectativas de qualquer Não há dúvida de que o campo de intervenção social emergente, abordado neste trabalho já foi efetivamente formado e conquistou autonomia, não sendo tão somente uma disciplina a acrescentar nos currículos escolares, mas na verdade o surgimento de um novo paradigma discursivo transverso e detentor de conceitos transdisciplinares, que requer nosso olhar atento e nossa disposição para a busca de compreender como poderemos criar espaços comunicativos, seja em espaço escolar, no terceiro setor, ação educomunicativa há a necessidade da área de gestão da comunicação, pois ela terá o papel de em ambiente empresarial, enfim, a fim de desenvolver práticas educomunicativas planejamento e a execução de planos, programas e projetos, que permitirão a criação de ecossistemas (SOARES, 2000). comunicativos. Os processos e procedimentos abordados por esta área são referentes às demais áreas de intervenção, a ela cabendo definir indicadores para avaliação dos ecossistemas existentes. Com isto Numa abordagem de como as áreas de intervenção devem ser promovidas, compreendese que tanto individualmente como em conjunto para seu desenvolvimento é exigido um pensar a percebemos que se trata de uma área central e indispensável (SOARES, 2000 e 2011). partir de um olhar especialmente educomunicativo. A área de gestão requer a presença de um sujeito capaz de incentivar os educadores no exercício em termos de escolhas de opções de áreas de intervenção e com capacidade de suprir necessidades do ambiente em relação a espaços de convivência e tecnologias necessárias (SOARES, Em pesquisas referenciadas por Soares (2011), temos a constatação de pontos, tais como a incapacidade do ensino em atrair o interesse dos jovens pelo aprendizado e o alto percentual de jovens que deixam a escola por desinteresse. Mas, também a identificação de como práticas educomunicativas 2000 e 2011). realizadas por ONGs em diferentes regiões do Brasil têm atraído cada vez mais jovens a envolverem-se Os ecossistemas comunicacionais criados por intermédio dos planejamentos da área com suas ações. Devendo-se esta atração, principalmente, à “atitude reflexiva e crítica que elas descrita possuem um conceito que designa “organização do ambiente, a disponibilização dos demonstram ter diante da sociedade de massa guiada pela ideologia do consumo.” recursos o modus faciendi dos sujeitos envolvidos e o conjunto das ações que caracterizam (SOARES, 2011, p. 29). determinado tipo de ação comunicacional.” (SOARES, 2000, p. 22), sendo que eles podem ser criados em ambiente familiar, na comunidade educativa ou numa emissora de rádio, onde cada indivíduo e instituição poderão atuar em distintos ecossistemas, considerando que o pertencimento ANAIS.indd 44-45 de comunicação agem e a envolver-se com processos de produções midiáticas, para se abrirem a compreender criticamente a realidade social e ampliar seu interesse em participar da construção de pode ocorrer simultaneamente em vários ecossistemas (SOARES, 2011). 44 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA Os jovens devem ser instigados a pensar, expor suas opiniões, conhecer como os meios FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 45 19/07/2014 10:21:34 uma sociedade mais justa. Ações como estas levam os jovens a escolherem a opção democrática da vida em sociedade, graças à participação, pois ela permite maior conhecimento e interesse pela comunidade onde vivem, além de desenvolver a capacidade de inspirarem ações coletivas de GARCIA, Edson Gabriel. Comunicação e educação: campos e relações interdisciplinares. Núcleo de Educação e Comunicação – NCE/USP. Disponível em: < http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/21. pdf>. Acesso em: 25/09/2012. educomunicação (SOARES, 2011). Há um consenso entre documentos internacionais a respeito da necessidade de priorizar o estabelecimento de canais de comunicação entre jovens, a fim de permitir que sejam ouvidos, que KAPLÚN, Mário. Processos educativos e canais de comunicação. Comunicação & Educação, São Paulo, (14): 68 a 75, jan./abr. 1999. Disponível em: < http://www.revistas.univerciencia.org/index. php/comeduc/article/view/4417/4139>. Acesso em: 25/09/2012. tenha participação e que desenvolva papéis de liderança através de informações que lhes sejam proporcionadas. Esta participação irá refletir-se num ganho de autonomia, autoconfiança e autodeterminação, já que o jovem tem em suas possibilidades de expressão e de comunicação um caminho para a conquista da autonomia (SOARES, 2011). LAURITI, Nádia C. Comunicação e educação: território de interdiscursividade. Núcleo de Educação e Comunicação – NCE/USP. Disponível em:< http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/142. pdf>. Acesso em: 25/09/2012. Diante deste campo promissor é possível que nossas reflexões abram espaços para a busca por aprofundamento teórico e prático sobre a inter-relação aqui apresentada, desta maneira, na tentativa de oferecer algumas indicações de referências bibliográficas, além das que foram exploradas na Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo – NCE/USP. Disponível em: <www.usp.br/nce>. Acesso em: 25/09/2012. elaboração deste texto, compartilhamos algumas que fazem parte da Coleção Educomunicação: Citelli e Costa (2011) e Citelli (2012). Muitos textos também podem ser encontrados no endereço eletrônico do NCE/USP e na Revista “Comunicação e Educação” do Departamento de Comunicações e Artes da ECA/USP, que sem dúvida permitirão um maior aprofundamento em assuntos relacionados à inter-relação abordada. Há também a Rede de Experiências em Comunicação, Educação e Participação (Rede CEP), existente desde 2004, que reúne diferentes organizações, um centro de pesquisa e dois SOARES, Ismar de Oliveira. Educomunicação: o conceito, o profissional, a aplicação: contribuições para a reforma o ensino médio. São Paulo: Paulinas, 2011. SOARES, Ismar de Oliveira. Educomunicação: um campo de mediações. Comunicação & Educação, São Paulo, (19): 12 a 24, set./dez. 2000. Disponível em: < http://www.revistas.univerciencia.org/ index.php/comeduc/article/view/4147/3888>. Acesso em: 25/09/2012. colaboradores com vasta experiência em educomunicação. No endereço eletrônico da rede é possível encontrar sugestões de sites e portais com informações sobre mudanças no âmbito da educação, garantia de direitos e comunicação social no Brasil e no mundo; lista das organizações que constituem a rede junto a seus respectivos sites; histórico e outros conteúdos que possuem sua utilidade específica a quem pretenda encontrar informações sobre o campo. (Endnotes) 1 Graduação em Informática e Gestão da Informação UNIT, pós-graduando, Programa de Educação Continuada Mídias na Educação UFPE/USP-NCE, professor de Informática do SESC-SE, e Educador Social do Instituto Luciano Barreto Júnior/ILBJ-SE. Referências Bibliográficas CITELLI, Adílson Odair; COSTA, Maria Cristina Castilho. Educomunicação: construindo uma nova área de conhecimento. São Paulo: Paulinas, 2011. CITELLI, Adílson, (org.). Educomunicação: Imagens do professor na mídia. São Paulo: Paulinas, 2012. 46 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 46-47 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 47 19/07/2014 10:21:34 EDUCAÇÃO POPULAR EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: VISITAS DOMICILIARES E SANEAMENTO BÁSICO sionais que compõem as equipes de Saúde da Família em interação com a comunidade. “Dentro dessa abordagem, a Promoção da Saúde é definida como o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle desse processo” (MACHADO et al, 2007, p. 336). Maria Estela Santos Nascimento Acadêmica do 8º Período de Enfermagem pela Faculdade AGES e Técnica em Enfermagem pelo Colégio Cenecista Laudelino Freire – CENEC. Segundo Mano e Prado (2010), é necessário que as atividades de prática em educação popu-lar aplicadas à saúde sejam implementadas nos currículos dos cursos de saúde, para que os futuros profissionais, desde o período de formação, desenvolvam a habilidade de interação com a sociedade. Fabiana Lopes Martins Enfermeira, Professora de Enfermagem na Faculdade AGES-BA. Nesse contexto, é urgente trazer para as práticas de educação permanente, no SUS, os aprendi-zados da educação popular, até a pouco, centrada nas relações com as comunidades. Essa é a grande novidade da educação popular em saúde nos últimos anos: a constatação de sua pertinência na forma-ção profissional. (MANO e PRADO, 2010, p. 17). Resumo Desse modo, pode-se perceber a importância das atividades de práticas educativas As condições do ambiente influenciam diretamente no processo saúde/doença. Assim, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) tem buscado cada vez mais aproximar as equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) das comunidades, facilitando a interação entre profissionais de saúde e usuários, além de permitir a observação in loco dos principais problemas que influem na qualidade de vida e saúde da população. Assim, as atividades de educação em atenção primária à saúde têm adotado como principal medida para atingir tais objetivos as visitas domiciliares. Seguindo este prisma, alunos do curso de Bacharelado em Enfermagem da Faculdade AGES, realizaram atividades de práticas educa-tivas no Povoado Conceição de Campinas, no município de Paripiranga-BA, onde foram realizadas visitas domiciliares nas quais os moradores foram entrevistados, tendo sido aplicado um questionário estruturado, previamente preparado. Além de realizarem as entrevistas e orientarem a população, os discentes observaram características do ambiente, tendo constatado, dentre os principais problemas, a falta de provimento, por parte do poder público, de infraestrutura de saneamento básico. pertinentes ao currículo do curso de Bacharelado em Enfermagem promovido pela Faculdade Palavras-Chave: Educação em Saúde, Visitas Domiciliares, Saneamento Básico. Revisão bibliográfica AGES, em especial no que se refere às visitas domiciliares. O presente artigo tem como foco as informações referentes a problemas relativos à falta saneamento básico, colhidas durante as visitas domiciliares realizadas por alunos do 6º período do refe-rido curso, no Povoado Conceição de Campinas, município de Paripiranga, no Estado da Bahia, fator este indicado como potencial causador de problemas de saúde na população local. A educação popular em saúde tem se revelado um excelente meio na busca de promoção do cuidado integral, baseado nas relações com as comunidades, e destas com o ambiente no qual estão inseridas. Introdução O conceito de saúde proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) ultrapassa a frontei-ra da ausência de doença, sendo, portanto, descrito como um estado de bem-estar, não somente físico, mas também mental e social. Seguindo esta definição, o Sistema Único de Saúde (SUS), traz como princípios norteadores de suas ações a universalidade, integralidade e equidade no atendimento. Com expansão da Estratégia Saúde da família, um número enorme de profissionais de saúde vem sendo inserido em serviços muito próximos das famílias e das comunidades. Essa proximidade os tem levado a perceber a ineficácia do modelo médico e sanitário tradicional. Está gerando uma angústia e uma busca de novos caminhos de enfrentamento dos problemas de saúde. Nesse contexto, assiste-se a um crescimento do interesse pela educação popular em saúde. (MANO e PRADO, 2010, p. 14). Observa-se que a educação popular em saúde tem se revelado um instrumento em potencial para a implementação das políticas de saúde pública, visando à promoção da integralidade, univer- Com o objetivo de alcançar estes princípios, os programas de saúde pública trazem em seu salidade e equidade, previstas pelo SUS, através do diálogo das equipes de saúde da família com as bojo propostas de implementação de ações educativas em atenção básica à saúde, como medida im- comunidades. “A Estratégia Saúde da Família (ESF) representa uma concepção de atenção à saúde prescindível. Nesse ínterim, as visitas domiciliares surgem como uma das medidas mais eficazes no focada na família e na comunidade, com práticas que apontam para o estabelecimento de novas re- processo de educação em atenção primária à saúde, contando com a participação de todos os profis- lações entre os profissionais de saúde envolvidos, os indivíduos, suas famílias e suas comunidades” 48 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA FACULDADE AGES ANAIS.indd 48-49 FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 49 19/07/2014 10:21:34 (BRASIL, 2000, p. 9). principalmente no tocante às comunidades mais carentes. Seguindo este prisma, as visitas Vale ressaltar que a práxis de educação popular na atenção primária deve estar presente nos currículos dos cursos de formação profissional em saúde para que os discentes comecem a encarar, já durante o processo de formação, os desafios da interação com as comunidades e assim, tornarem-se aptos ao desempenho desta nova prática ao chegarem ao mercado de trabalho. Segundo Mano e Prado, domicilia-res funcionam como instrumento essencial às práticas educativas populares. [...] é por meio da visita domiciliar que o profissional de saúde poderá avaliar as condições socioambientais e habitacionais em que vive o indivíduo (seu paciente) e sua família, bem como realizar a busca ativa, planejar e executar as medidas assistenciais adequadas. (MATOS, apud AZEREDO et al, 2007, p. 750). É importante ressaltar que somente as visitas domiciliares em si não se constituem grandes inovações na atenção primária à saúde. É necessário, no bojo das discussões contemporâneas em Verifica-se que a educação popular já não é apenas um instrumento de relação dialogada e engajada de técnicos, militantes e intelectuais com a população, mas também um instrumento de formação profissional e de gestão participativa das políticas de saúde. A educação popular não está mais apenas nas comunidades, mas também nas universidades, secretarias de saúde e centros de formação. Tem-se descoberto a poten-cialidade da educação popular para a formação dos doutores e para organização de políticas de saúde mais adequadas. (MANO e PRADO, 2010, p. 16). metodologia de saúde básica, que elas ocorram dentro de um planejamento sistematizado, para que se possa obter, a partir delas, elementos que possibilitem planejamento na ESF. “A visita domiciliar só se configura como parte do arsenal de intervenções de que dispõem as equipes de saúde da família quando planejada e sistematizada. De outra forma, configura mera Saliente-se que essa interação aqui proposta deve ocorrer de forma horizontal, respeitando as peculiaridades da cultura de cada comunidade, os conhecimentos transmitidos através das gerações, os saberes populares, os recursos provenientes do ambiente, de modo que a aprendizagem acontece em um sistema de reciprocidade, ou seja, ao passo que os profissionais interagem com a população, orientando sobre medidas básicas para se ter qualidade de vida e acesso ao aparelho de saúde pública; adquirem informações valiosas, provenientes da cultura das localidades assistidas. Certamente aprendi mais do que ensinei com essa vivência, tendo contribuído em algum grau para atenuar as dificuldades da vida dessas pessoas, além de ter tentado aliviar o peso da percepção tradicional sobre o atendimento odontológico, mas muito resta a fazer, assim como muito ainda tenho que aprender na relação com os usuários e trabalhadores dos serviços de saúde. (MANO e PRADO, 2010, P. 144). ativi-dade social” (TAKAHASHI e OLIVEIRA, apud SILVA, 2009, p. 10). Ela permite a observação in loco da realidade das comunidades, sendo, portanto, um importante instrumento na ESF, uma vez que permite a identificação de determinantes do processo saúde/ doença, encontrados no ambiente onde estão inseridas as famílias, em especial as condições de sanea-mento, servindo como base para a implementação de atividades educativas para a promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida das pessoas. A implementação de medidas de saneamento básico constitui, dentre todas as atividades de saúde pública, uma das principais medidas preventivas contra uma série de doenças. A Organização Mundial de Saúde, (OMS) apresenta a seguinte definição: “saneamento é o controle de todos os fa- As ações de educação popular em saúde também devem apontar a importância da relação do homem com o ambiente, das políticas ambientais, para a qualidade de vida e saúde da população, “Trata-se, pois, de tomar consciência da inter-relação tanto ‘espiritual’ quanto biológica dos ser humano com os ecossistemas, dentro da biosfera em evolução, onde se necessita reequilibrar as posturas e atitudes históricas que a humanidade tomou” (PELIZZOLI, 2002, p. 52). tores do meio físico do homem que exercem ou podem exercer efeito deletério sobre o seu bemestar físico, mental ou social”. O saneamento tem como principal objetivo a promoção da saúde do homem, uma vez que muitas doenças têm como fator de proliferação a carência de medidas adequadas de saneamento, levando à existência de elementos como ambiente poluído, destinação inadequada do lixo, falta de Referindo-se à relação existente entre as características do ambiente, suas alterações provoca-das água de boa qualidade para o consumo humano, bem como má destinação dos dejetos, pela ação antrópica e a influência para a qualidade de vida e saúde, não só do homem, mas de todos os responsáveis, por exemplo, por muitas mortes de crianças com idade em torno de um ano, causadas seres, Pelizzoli afirma que “O primeiro passo de Capra é mostrar que estamos vivendo uma ‘crise por diarreia, a maior parte dos casos de internação pediátrica têm como causa a falta de saneamento, profunda, complexa, multidimensional, que afeta a todos os níveis de nossa vida’ – saúde e modo de além de um grande número de casos de esquistossomose. Segundo Cynamon (1986), “O vida, qualidade do ambiente e relações sociais economia ciência e política.” (PELIZZOLI, 2002, p. 52). Saneamento é condicionante indispensável á saúde do homem. E no momento em que se pretende Assim, pode-se afirmar que as condições de saneamento básico interferem diretamente na qualidade de ampliar a cobertura sanitária terá de haver maior cobertura com Saneamento Básico” (p. 145). vida e o nível de adoecimento da população, devendo-se voltar o olhar, principalmente, para as comunidades mais carentes ou, àquelas situadas distantes dos centros urbanos. Assim, valorizando a inter-relação entre os seres humanos, entre estes e todos os seres e elementos que compõem o ambiente onde vivem, a educação popular em atenção primária à saú-de tornou-se um elemento imprescindível no cuidado da saúde e promoção da qualidade de vida, 50 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 50-51 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 51 19/07/2014 10:21:35 Gráfico 1 – Distribuição dos domicílios do Povoado Conceição de Campinas segundo o tratamento de água Metodologia O presente trabalho trata-se de um estudo observacional, tendo como instrumentos principais usados para a coleta de dados a realização de entrevistas aplicadas durante as visitas domiciliares e a observação in loco de fatores ambientais que possuem forte influência sobre a qualidade de vida e o surgimento de problemas de saúde. Sua realização deu-se em quatro etapas, conforme descrito nos parágrafos seguintes. Na fase primeira foram elaborados questionários para serem aplicados durante as visitas domiciliares, tendo como base os conteúdos referentes a educação em atenção básica de saúde, apresen-tados em sala de aula pela professora Fabiana. Já na segunda etapa, foi colocado em prática todo o planejamento anterior, quando o grupo se dirigiu para o Povoado Saco para a realização das atividades educativas, com o objetivo de Fonte: Pesquisa de campo realizada pelas autoras, 2012. observar fatores ambientais e aplicar os questionários junto às famílias, ao passo que as orientava sobre uma série de cuidados, tais como tratamento da água para consumo humano, descarte do lixo, cuidados com alimentos, dentre outros. É interessante observar que nestes casos os moradores foram informados sobre os riscos de A terceira etapa consta de um estudo bibliográfico, cujo tema central é o processo de educação se consumir a água sem antes passar por qualquer processo de tratamento, tendo sido orientados a popular em atenção básica de saúde direcionando para a questão do saneamento básico, tendo como adotarem alguma das medidas de tratamento, sendo que em todos os casos as sugestões foram bem base teórica as obras indicadas pela professora e artigos obtidos a partir de publicações eletrônicas. recebidas pelas pessoas. Por último, foram confrontados os dados obtidos durante as entrevistas e observações com o Embora todas as residências visitadas sejam abrangidas pelo serviço de coleta do lixo residencial, em apenas 24% os dejetos do esgoto residencial são lançados na rede pública, sendo que em referencial teórico. 66% são destinados a fossas e em 15% são lançados a céu aberto, o que pode ser visto no gráfico 2, a seguir. Análise Dos Resultados Em termos gerais, a maioria das do Povoado Saco são construídas com alvenaria e boa parte Gráfico 2 – Distribuição dos domicílios de Conceição de Campinas segundo o destino do esgoto sanitário com tijolos, apresentando, em sua maior parte, boa estrutura, embora existam algumas, cujas famílias são mais carentes, possuindo estrutura inferior, sem oferecer boas condições de conforto a seus moradores, inclusive, algumas das quais, por não serem rebocadas, apresentando possíveis focos de barbeiros e outros insetos. Na maior parte das residências a água para consumo humano é originária das chuvas, sendo que mais de 60% por cento das famílias informaram que utilizam o processo de filtração antes do consumo, porém, a porcentagem de residências onde a água não passa por nenhum processo de puri-ficação antes do consumo ainda é muito alto, cerca de 24%, conforme apresentado no gráfico 1, o que pode levar à incidência de uma série de doenças, conforme demonstrado na fundamentação teórica. Fonte: Pesquisa de campo realizada pelas autoras, 2012 52 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 52-53 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 53 19/07/2014 10:21:35 Quanto à água, depois de utilizada nas residências, devido a não abrangência da rede pública de saneamento básico, na maioria dos domicílios é lançada em esgoto a céu aberto. Assim, observa- prestar assistência no âmbito familiar e comunitário, seja diretamente pela enfermeira ou por meio dos técnicos e auxiliares, atuando nos níveis preventivos e de atenção às necessidades básicas. se que as condições de saneamento básico são bastante precárias, sendo, portanto, um fator em potencial para o surgimento de doenças na população local. Desse modo, faz-se necessária a articulação das políticas públicas de promoção de saúde, voltadas para a instalação de infraestrutura urbana de saneamento básico e ações educativas no sentido de Referências bibliográficas sensibilizar toda a comunidade sobre a importância de uma convivência harmoniosa com o meio ambiente, como fator preponderante na promoção da qualidade devida e preservação da saúde. Considerações Finais As atividades desempenhadas no Povoado Saco demonstraram o quanto é importante o desenvolvimento de práticas educativas na atenção primária à saúde, tendo em vista que se pode observar de perto os problemas relativos ao meio ambiente e infraestrutura, como principais fatores relaciona-dos à má qualidade de vida e ao surgimento dos casos de doenças mais recorrentes nas comunidades. Além disso, o diálogo com a comunidade proporciona uma fantástica troca de experiência, pois, ao passo em que os alunos transmitiam à população informações técnicas essenciais à prevenção de doenças, promoção da saúde e qualidade de vida, adquiria-se um grande aprendizado oriundo dos saberes populares da cultura local. Neste sentido, de acordo com MANO e PRADO (2010), o processo de educação popular em saúde ocorre de forma horizontal, por meio da interação entre os conhecimentos técnicos dos profissionais e o saber presente na cultura local das comunidades. Nesse contexto, a visita domiciliar deve ser considerada enquanto aspecto central da educação em saúde por contribuir para a mudança de padrões de comportamento e, conseqüentemente, promover a qualidade de vida através da prevenção de doenças e promoção da saúde. (AZEREDO et al, 2007, pp. 750-751). Com as visitas, constatou-se que a falta de infraestrutura de saneamento básico se apresen-ta AZEREDO, Catarina Machado. Avaliação das condições de habitação e saneamento: a importância da visita domiciliar no contexto do Programa de Saúde da Família. Ciência & Saúde Coletiva, 12(3):743-753, 2007. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/csc/v12n3/25.pdf >. Acesso em 26 out. 2011. BRASIL. Ministério da Saúde/Secretaria de Políticas de Saúde/Departamento de Atenção Básica/ Programa de Saúde da Família. Educação Permanente. Org. Milton Menezes da Costa Neto. – Brasí-lia: 2000. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cad03_educacao.pdf >. Aces-so em 17 out. 2011. CYNAMON, Szachna Eliasz. Política de Saneamento – proposta de mudança. Cadernos de Saú-de Pública, R.J., 2(2): 141-149, abr/jun, 1986. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/csp/v2n2/ v2n2a03.pdf >. Acesso 28 out. 2011. MACHADO, Maria de Fátima Antero Sousa. Integralidade, formação de saúde, educação em saúde e as propostas do SUS - uma revisão conceitual. Ciência & Saúde Coletiva, 12(2):335-342, 2007. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/csc/v12n2/a09v12n2.pdf >. Acesso em 27 set. 2011. MANO, Maria Amélia Medeiros; PRADO, Ernande Valentim do. Vivências de educação popular na atenção primária à saúde: a realidade e a utopia / organizadores: Maria Amélia Medeiros Mano, Ernande Valentim do Prado – São Carlos: EdUFSCar, 2010. PELIZZOLI, M. L. Correntes da Ética Ambiental. – Petrópolis/RJ: Vozes. 2002. SANTOS, José Wilson dos. Manual de Trabalhos Acadêmicos: Artigos, Ensaios, Fichamentos, Relatórios, Resumos e Resenhas./José Wilson dos Santos, Rusel Marcos Batista Barroso – Aracaju: Sercore, 2007. como um dos principais problemas que poderá surgir como principal fator para o surgimento de doenças na população, facilitando a perpetuação de ciclos de transmissão de doenças parasitárias intestinais, entre outras de veiculação hídrica. Tais condições colocam a população em risco de contrair doenças infecciosas, sobretudo as crianças. Daí a necessidade da atuação do poder público no sentido de melhorar as condições sanitárias, essenciais à qualidade de vida e promoção da saúde. SILVA, rafaela de oliveira lopes da. A Visita Domiciliar como ação para promoção da saúde da família: um estudo crítico sobre as ações do Enfermeiro. Disponível em: < http://www.unirio.br/propg/posgrad/stricto_paginas/site%20Enfermagem/SiteENFv3/dissertacoes/dissertacoes%20 2009/a%20visita%20domiciliar%20como%20acao%20para%20promocao%20da%20saude%20 da%20familia%20um%20estudo%20critico%20sobre%20as%20acoes%20.pdf >. Acesso em 26 out. 2011. Com esta experiência prática, foi possível perceber a importância do envolvimento da facul- junto à população. Segundo HORTA, apud Souza et al (2004), é papel da enfermagem comunitária SOUZA, C. R.; LOPES, S. C. F.; BARBOSA, M. A. - A contribuição do enfermeiro no contexto de promoção à saúde através da visita domiciliar. Revista da UFG, Vol. 6, No. Especial, dez 2004. Disponível em: < http://www.proec.ufg.br/revista_ufg/familia/G_contexto.html >. Acesso em 26 out. 2011. 54 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA FACULDADE AGES dade com a comunidade para a formação de profissionais de saúde qualificados e preparados para enfrentar os desafios desta nova concepção de atenção básica à saúde, pautada em atividades educativas ANAIS.indd 54-55 FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 55 19/07/2014 10:21:35 POLÍTICA: UMA VISÃO DE REPRESENTANTES PÚBLICOS DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DE SERGIPE neficiam, aumentando a corrupção e a impunidade. A política seria uma maneira de lançarmos luz sobre teias invisíveis que nos dominam e tentarmos controlá-las. O indivíduo não pode ter direitos se não cumprir certos deveres. Cortella (2010) em relação à política observa na população uma atitude de desprezo, de asco ou nojo e ainda uma atitude de tédio, pois, segundo ele, os adultos não conseguiram fazer com que os jovens se encantas-sem com a política, sem associá-la a uma coisa menor, à política partidária dos acordos RESUMO espúrios e da corrupção. “Na Grécia antiga a política era o ápice da vida humana e atualmente se vê a vida política como safa-da e político com pilantra, ou seja, era uma atividade considerada importante e agora é vergonhosa”. A partir desta reflexão feita por Janine e Cortella em seu livro, “Política para não ser idiota” reali-zamos o presente trabalho com o objetivo de conhecer a opinião de alguns representantes públicos do município de Lagarto – Sergipe, sobre a política e analisar se estes percebem a política como um instrumento de cidadania como mencionado no livro. Realizou-se um estudo empírico com análise qualitativa e abordagem descritiva. A amostra foi composta aleatoriamente por oito representantes do poder executivo. Os dados foram organizados em quatro categorias: Conceito de política; Forma de exercer a política; Benefícios da política na vida das pessoas e visão da política atualmente. A maioria das respostas dos representantes públicos do município não se distanciou do conceito de política dis-cutido por Janine e Cortella. Algumas falas apontam a necessidade de aproximar a população da po-lítica, por isso é preciso desenvolver formas mais avançadas de participação, organização e controle popular sobre o que é público. Então, com o passar dos tempos percebemos que na época grega, por exemplo, a política era o ápice da vida humana e atualmente se vê a vida política como safada e político com pilantra, ou seja, era uma atividade considerada importante e agora é vergonhosa (Janine; Cortella, 2010). Contudo o presente trabalho objetivou conhecer a opinião de alguns representantes públicos de um município do interior de Sergipe sobre a política e analisar se estes percebem a política como um instrumento de cidadania METODOLOGIA O presente estudo foi realizado no fórum do município de Lagarto, região centro-sul de Sergipe. Realizou-se um estudo empírico buscando conhecer a opinião dos entrevistados sobre política. Realizou-se análise qualitativa com uma abordagem descritiva. A amostra foi composta aleatoria- Palavras-Chave: política; cidadania, participação social. mente por oito representantes do poder executivo. As entrevistas foram agendadas com antecedência e os entrevistados foram informados sobre a gravação e aspectos éticos da pesquisa. A entrevista iniciou após assinatura do Termo de INTRODUÇÃO O livro “política para não ser idiota” de Cortella e Janine (2010) nos instigou sobre o tema “Política”, a partir da discussão dos autores passamos a perceber a política com outros olhos e a nos sentir parte dela. O livro fala da política como instrumento para governar, utilizando o poder para de- Consenti-mento Livre e Esclarecido (permitindo a gravação e a entrevista), conforme determina a Resolução 196/96/CONEP. Os dados foram coletados durante o mês de março de 2011 por meio da aplicação de ques- fender os direitos sociais, a liberdade de se expressar e de ter uma opinião, contribuindo desta forma para uma sociedade mais justa. No nosso cotidiano, a palavra política é utilizada de diversas formas, tionários, compostos por cinco questões abertas aos participantes da pesquisa, e, através da análise relacionando-a apenas com a política partidária e com a forma de agir de alguns de nossos represen- objetivo proposto. de conteúdo, estes foram organizados, agrupados e transcritos em quatro categorias referentes ao tantes, por isso muitas pessoas falam que não gostam de política. As perguntas realizadas foram: A política é citada de forma pejorativa como sinônimo de “politicagem”, devido às notícias de corrupção, desvios de verbas públicas, somada ainda à impunidade dos envolvidos. Aranha e Mar- O que é política para você? tins, 1993, citam “politicagem”, como a falsa política em que predominam os interesses particulares sobre os coletivos. Janine (2010) comenta que a política passa pela fala, pela conversa, pelo diálogo, se opondo assim as ditaduras, onde não há liberdade de expressão; esse seria o lado positivo. O lado negativo seria o desinteresse da sociedade pela política, possibilitando desta forma que alguns se be- 56 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 56-57 FACULDADE AGES Onde podemos exercer a política? Você acha que a política te traz liberdade? De que forma? Como você vê a política atualmente? O que te faz pensar assim? FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 57 19/07/2014 10:21:35 tem por fim organizar a cidade feliz. A lei é para Aristóteles o princípio que rege a ação dos cidadãos, é Você considera que a política te ajuda a ser mais humano? a expressão política da ordem natural. Usando o critério axiológico (de valor), Aristóteles considera que algumas formas de governo podem ser consideradas boas, quando visam o interesse comum, e más, corrompidas, degeneradas, quando tem como objetivo o interesse particular. A ética política se distingue RESULTADOS E DISCUSSÃO da moral privada, uma vez que a ação política deve ser julgada a partir das circunstâncias vividas, tendo Os dados coletados foram organizados, analisados e agrupados em quatro categorias, as em vista os resultados alcançados na busca do bem comum (Aranha, Martins, 1993). quais se apresentam a seguir. Na nova perspectiva, para fazer política é preciso compreender o sistema de forças existentes e calcular a alteração do equilíbrio provocada pela interferência de sua própria ação nesse sistema (Aranha, Martins, 1993). Lefort in Aranha, Martins (1993) cita: “em definitivo, em nenhum Conceito de política: lugar está traçada a vida real da política”, cabe ao homem de ação descobrir, na paciente exploração Ao questionar sobre o conceito de política destacamos algumas falas. dos possíveis, os sinais da criação histórica e assim inscrever sua ação no tempo. “... refere-se á forma como os homens se organizam socialmente no sentido de gerenciarem as relações de poder...”(E1). Formas de exercer a política: Cortella (2010) afirma que a política é resultado de nossos atos, conscientes ou não. Visto que se faz política mesmo quando não se sabe que está fazendo. A política de ação, não só a política Percebemos as várias formas de acordo com as seguintes respostas: do cotidiano, mas a política como atividade e vida pública, exige participação. Parte das gerações “em quaisquer relações sociais, seja no âmbito familiar, social, político, entre outras”(E1). mais jovens tem a felicidade como ideal de vida, Aristóteles pregava que a finalidade da política é a feli-cidade, isto é a eudaimonia. Para Janine política é o mundo da heteronomia, política é o mundo Segundo Cortella (2010), fazemos política no prédio, no bairro, escrevendo, na convivência feio, em que os políticos mandam. Eles fazem coisas que independem de nós. Somos autores do com a família, no modo como nos relacionamos com as pessoas com quem trabalhamos e assim por quadro atual, somos responsáveis por ele. diante. Ele afirma antes de tudo que a política, não é obrigatoriamente consenso. O consenso é uma Já para Platão a política é “a arte de governar os homens com o seu consentimento” e o político é precisamente aquele que conhece essa difícil arte, só poderá ser chefe quem conhece a ciência política. Platão critica a política do seu tempo e recusa as formas de poder degeneradas (Aranha, Martins, 1993). parte do ato político, mas não é a única forma de lidar com as diferenças. “em todas as instituições sociais: família, igreja, escola...”(E2). As organizações sociais e políticas criam espaços públicos e estruturas de oportunidade para a deliberação sobre questões coletivas e para aprender sobre política (VERBA et al., 1995; AVRIT- “é o instrumento pelo qual os indivíduos de uma sociedade devem se valer para viabilizar, ZER, 2002; BAIOCCHI, 2003 in Rennó (2006). Assim, os participantes dessas organizações são mais propensos a entrar em contato com as ideias e opiniões de outros membros da organização. É através da discussão de idéias, a vida em comunidade”(E2). também mais provável que esses membros obtenham informações sobre políticas dos líderes de Kuschnir (2006) sugeriu que a política é entendida, aqui, principalmente como um meio de acesso aos recursos públicos, no qual o político atua como mediador entre comunidades locais e di- suas organi-zações. Pode-se supor que a distribuição da informação política dentro dessas organizações torna seus membros, em comparação com os não-militantes, mais informados. versos níveis de poder. Esse fluxo de trocas é regulado pelas obrigações de dar, receber e retribuir, o que o antropólogo Marcel Mauss ([1924] 1974) chamou de “lógica da dádiva”, e cujo princípio Seguindo a maior parte da literatura sobre o papel da informação nas eleições, não se espera fundamental está no comprometimento social daqueles que trocam para além das coisas trocadas. que os eleitores saibam tudo sobre política para fazerem uma escolha esclarecida (LUPIA e As pessoas que participam dessas redes, seja como eleitores, seja como políticos, nunca MCCUB-BINS, 1998; SNIDERMAN et al., 1991 in Rennó (2006). O partidarismo, portanto, é um concordariam com os acadêmicos que consideram suas ações um mero “clientelismo”. atalho de informação que resume outras informações. Segundo Delli Carpini e Keeter (1996) in Rennó (2006), os eleitores devem saber quem são os atores do sistema político, quais as questões “lutar para que os nossos direitos e deveres sejam cumpridos”(E3). mais importantes e qual a posição dos atores diante dessas questões. Aristóteles relata que a finalidade da ação moral é a felicidade do indivíduo, também a política 58 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 58-59 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 59 19/07/2014 10:21:35 “no dia-a-dia, em debates de idéias...”(E3). orientações ideológicas da maioria dos candidatos e partidos políticos. Rennó (2006) afirma que a maior parte da literatura, especialmente aquela sobre o orçamento participativo (OP) do Partido dos Trabalhadores do Brasil, sustenta que o OP é uma estrutura de oportunidade para que os indivíduos se reúnam e debatam não só problemas locais, mas também discutam política num sentido mais amplo. O paradoxo está no fato que, numa democracia, espera-se equidade “quando dentro da política se vê o querer social, podemos escolher fazendo uso da liberdade. A política nos torna mais humanos quando visa o bem comum...”(E2). pelo menos na esfera política. O OP é um instrumento de democracia direta através do qual os cida-dãos influenciam a formulação dos orçamentos de investimento municipais por meio de assembleias periódicas nos bairros; é uma forma de democracia que enfatiza a deliberação dos cidadãos, bem como a transparência e accountability na política orçamentária. A explicação corrente é que eleitores usam atalhos cognitivos e dicas recebidas através de redes de amigos, membros da família ou grupos para informar os seus votos e atitudes (HUCKFELDT e SPRAGUE, 1995; BAKER, AMES e RENNÓ, 2006 in Turgeon; Rennó (2010)). Assim, encontramos Nas reuniões, as prioridades de investimento na cidade são definidas mediante o voto direto dos evidências de que mudança nos níveis de informação política é um importante fator na formação de participantes. Seguindo a literatura, a principal hipótese testada é que aqueles que participam de opiniões e atitudes políticas. Uma atitude política define-se como uma avaliação positiva ou negativa de reuniões do OP se tornam mais bem informados sobre a política. Uma segunda hipótese, que ainda não certo objeto político como um partido, um programa governamental, uma política pública e assim por foi levantada tampouco testada, é que os níveis de informação dos militantes, adquiridos através da diante, e pode ser baseada em elementos afetivos ou cognitivos ou em ambos (SCHWART e participação no OP, não se diferenciarão entre homens e mulheres, ricos e pobres, negros e brancos. BOHNER, 2001 in TURGEON; RENNÓ (2010)). Neste sentido, a participação no OP aumenta diferenças de informação entre ativistas e não-ativistas, mas atenuaria as diferenças de gênero, raça e renda dos participantes. A principal hipótese, neste caso, é que as organizações que estão mais diretamente ligadas ao sistema político, tais como sindicatos e partidos, terão um impacto mais decisivo sobre os graus de informação política dos militantes do que organizações mais voltadas a questões extra-políticas e de nível local e preocupações O impacto da informação política em atitudes políticas declaradas não é trivial e que uma cidadania mais bem informada sobre política pensa diferentemente de uma menos informada. “a política não traz liberdade, porque não é efetiva no que propõe. Dessa forma não me torna mais humano, não me ajuda em nada”(E3). extra-políticas, como associações de bairro, grupos ligados à igreja e o próprio OP (RENNÓ, 2006). Segundo alguns, a falta de informação afeta de maneira importante as atitudes políticas dos eleitores. Já para outros, a informação política não é relevante para formação de opiniões. Décadas Existe benefício da política na vida das pessoas: de pesquisa, no Brasil e em outros países, corroboram que a maioria dos cidadãos sabe pouco acerca Percebe-se os benefícios de acordo com as seguintes respostas: da política (BENNETT, 1989; Converse, 1964; DELLI CARPINI & KEETER, 1996; RENNÓ, 2007 in TURGEON; RENNÓ (2010)). De acordo com alguns pesquisadores, a ausência de informação tem poucas consequências, porque a maioria das pessoas vota como deveria e têm “a política acaba trazendo liberdade, sobretudo num Estado democrático de direito. A atitudes “corretas” ou previsíveis, mesmo com níveis informacionais baixos. Ou seja, os eleitores liberdade traz consigo a responsabilidade pelos atos em nome dela praticados. Sem a política, não comportam-se da mesma forma quando têm pouca ou muita informação política (BOWLER & somos humanos, a política só se faz entre homens...”(E1). DONOVAN, 1998; LUPIA, 1994; LUPIA & MCCUBBINS, 1998; POPKIN, 1991; SNIDERMAN, BRODY & TETLOCK, 1991 in TURGEON; RENNÓ (2010)). De acordo com Cortella (2010), o idiota não é livre porque toma conta do próprio nariz, pois só é livre aquele que se envolve na vida pública, na vida coletiva. Cortella (2010) afirma que, o que nos torna mais humanos é justamente a capacidade do exercício da política como convivência e como conexão de uma vida. Turgeon Rennó (2010) diz que não é novidade que o cidadão brasileiro, como outros vivendo em países democráticos, em média sabem pouco sobre seus governos e sobre as 60 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 60-61 FACULDADE AGES Para Howlett (2000), os meios de comunicação desempenham um papel muito ativo e continuado, influenciando e refletindo a construção da agenda. Influencia a formação de políticas ao gerar a atenção do público e, através dela, a pressão política para que certos atores passem a atuar sobre uma questão particular. A cobertura da mídia, porém, não apenas aumenta as percepções e atenção públicas sobre FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 61 19/07/2014 10:21:35 várias questões, mas as constrói, definindo-as como econômicas ou políticas, sociais ou pessoais, radicais ou conservadoras. O que é relatado, como é relatado, quem relata e o caráter do meio de comunicação, tudo isso tem implicações para a mensagem da mídia ao público. No entanto, existem “o político está desacreditado, não pensam no bem comum...” (E2). várias limitações ao papel da mídia como ator no processamento das políticas que a tornam um agente mediador imperfeito para a opinião pública e faz com que a ligação entre a opinião pública e a formação de políticas seja indireta. Valente (2009) mostra que a primeira constatação é que se trata de um fenômeno atual a desimportância da política como esfera decisória dos destinos públicos, confundida apenas com o ato de votar de tempos em tempos. Essa “desimportância” se amplia cada vez mais com o enorme peso econômico das corporações, que tornam sem valor os controles da cidadania sobre a vida Visão da política atualmente: pública. A terceira constatação é que a própria política está mais e mais reduzida ao espetáculo. Pôde-se visualizar este fato nas falas seguintes: Em sociedades de massa, com mecanismos de controle e participação popular praticamente inexistentes, prepondera o peso dos meios de comunicação na definição daquilo que é ou não é “a moralização política sempre será mais lenta que os tentáculos da corrupção...”(E1). Cortella (2010) relata que a política era o ápice da vida humana e atualmente se vê a vida política como safada e político com pilantra, ou seja, era uma atividade considerada e agora é vergonhosa. Janine defende a idéia que a corrupção não aumentou, ela só esta sendo mais percebida. A corrupção é o que há de mais anti- republicano, porque vai na jugular da res publica, põe em xeque a coisa pública e o bem comum. importante do ponto de vista do debate público. Tamanha é a desimportância da política que mesmo as grandes questões parecem ser decididas por fora dessa esfera. Qualquer leitor mais atento percebe que a política desapareceu dos cadernos dos grandes jornais destinados a tratar desse tema. A política hoje se revela ou nos cadernos de economia, onde estão retratadas as grandes transações, que definem a vida de milhões, mas que emergem pouco à esfera pública, ou nos cadernos de cotidiano, que tratam da verdadeira crise social em que o país está mergulhado, com ausência de recursos para as áreas sociais, colapso e privatização do sistema de saúde, sucateamento Ele pensa que, para estimar a política é importante a ação ser eficaz: o indivíduo precisa da educação pública, explosão da violência nos perímetros pobres das grandes cidades. sentir que sua iniciativa tem um retorno, produz algum resultado. Se ele nunca tiver uma resposta positiva, acabará desistindo de agir. Por um lado, as pessoas não sabem exatamente o que esperar da política, por outro lado sentem que os resultados obtidos são limitados. Janine afirma ser um erro “vejo a política voltada aos interesses próprios e de seus familiares...” (E3). nossos políticos pensarem que se ganharem, levarão tudo. Ele diz que política faz bem, que nos sentimos vivos, e sentir-se vivo é saber que a corrupção é algo que não se deseja e por isso, deve ser empreendida uma ação para que ela deixe de existir. Sentir-se vivo é também sentir-se participante. Afinal, a mesma situação que gera o problema e a consciência dele, gera também os meios para resolvê-los. A política não pode ser anulação, tem de propiciar possibilidades de convivência. Ele é a favor da política. A overdose de denúncias de corrupção – que pode até não ter crescido, mas apenas ganhado novos holofotes – cria no imaginário popular a sensação de que tal prática tornou-se tão cotidiana e constante a ponto de contaminar toda a política. Ou seja, a corrupção é algo natural ao Estado e aos políticos brasileiros que, portanto, não são dignos ou capazes de participar do jogo democrático e decidir os rumos da nação. Para Kuschnir (2006) a política opera com valores da sociedade mais abrangente, tradicionalmente associados a outras esferas da vida social, como família e religião, mas considerados ilegítimos quando operados na esfera política. Como afirmou Abélès (1997) in Kuschnir (2006), a antropologia não tem como objetivo criticar as práticas políticas, mas entender a maneira pela qual as relações de poder emergem numa situação determinada, adquirindo significado para os atores sociais. Parte sempre do pressuposto de que a “democracia” é um modelo teórico, e que, portanto, não existe de forma pura. Para Brooks in Howlett (2000) descobrindo a pouca relação entre opinião pública e a formação de políticas, chama o fenômeno de “frustração democrática”, sugerindo que ele resulta de um problema quando o sistema de políticas não reage de maneira apropriada ao sistema democrático. O ato de votar é muitas vezes concebido em termos de avaliação de políticas, ou seja, como uma atividade coletiva em que eleitores individuais julgam as políticas de um governo. No entanto, embora o ato de votar seja o mais básico e importante meio de participar dos processos políticos dos estados democráticos, ele dá ao eleitor a oportunidade de expressar apenas 62 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 62-63 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 63 19/07/2014 10:21:36 sua escolha geral de governo, mais que sua escolha de políticas específicas. Em outras palavras, Turgeon, Mathieu; Rennó, Lúcio. Informação política e atitudes sobre gastos governamentais e ainda que os partidos e os candidatos em busca de votos possam tentar oferecer pacotes de políticas impostos no Brasil: evidências a partir de um experimento de opinião pública. São Paulo, v.16, que, esperam, atrairão os eleitores, o sistema eleitoral não é estruturado de modo a permitir aos p.143-159, 2010. eleitores uma escolha de políticas específicas. Valente, Ivan. Estudos avançados: a crise da grande política. São Paulo, p.119-125, 2009. CONCLUSÃO As respostas dos representantes públicos do município estudado nos fizeram aprofundar nossa reflexão sobre política. Não percebemos um distanciamento de suas respostas com o que Janine e Cortella discutem em seu livro “Política para não ser idiota”. Algumas falas apontam a necessidade de aproximar a população da política, é preciso desenvolver formas mais avançadas de participação, organização e controle popular sobre o que é público. Por tudo isso, é preciso aumentar participação popular e mecanismos eficazes de transparência e controle público. Por fim, é importante participar ativamente da sociedade, se mostrando um cidadão comprometido com sua família, com seu bairro, cidade, país, dando exemplo de honestidade e cidadania em pequenos gestos, como não “furar a fila”, devolver objetos esquecidos, não jogar lixo no chão, participar das reuniões do conselho de saúde, ou do conselho comunitário, votar conscientemente, desestimulando a prática da venda de votos, dentre outros pequenos gestos que fazem toda a diferença. É necessário se responsabilizar pela sociedade, participando dos assuntos que são de interesse social, para que desta forma possamos ter uma vida melhor. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARANHA, Maria Lúcia De arruda; Martins, Helena Pires. Filosofando: introdução á filosofia. São Paulo: Moderna, 1993. Cortella, Mário Sérgio; Ribeiro, Renato Janine. Política para não ser idiota. São Paulo: Papirus 7 mares, 2010. Howlett, Michael. A Dialética da Opinião Pública: efeitos recíprocos da política pública e da opinião pública em sociedades democráticas contemporâneas. São Paulo,v.6, p.167-186, 2000. Kuschnir, Karina. Métodos e explicações da política. São Paulo, v.22, p.166-178, 2006. Rennó, Lúcio. Os militantes são mais informados? Desigualdade e informação política nas eleições de 2002. São Paulo, v.12, p.329-347, 2006. 64 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 64-65 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 65 19/07/2014 10:21:36 BIOLOGIA REPRODUTIVA DAS SERPENTES DA CAATINGA DE SERGIPE Geziana Silva Siqueira Nunes (Mestra pelo Núcleo de Pós Graduação em Ecologia e Conservação - NPEC, na UFS) [email protected] Adauto de Souza Ribeiro (Prof. Doutor do NPEC da UFS) [email protected] Juliana de Carvalho Cordeiro (Mestra em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA, na UFS) [email protected] Jusivânia Silva dos Santos Cruz natureza são necessárias amostras periódicas regulares (Seigel & Ford, 1987; Vanzolini, 1986). Uma alternativa que dá bons resultados é estudar aspectos reprodutivos de uma ou duas espécies através de exemplares preservados em coleções, o que possibilita análises de séries que cobrem vários anos (Marques, 1996; Alves et al., 2005; Prudente et al., 2007). Outra é fazer inferências sobre os aspectos reprodutivos através da literatura. Para estudos de comunidades de serpentes feitos em curto espaço de tempo, as coletas embora intensivas, não são robustas ao ponto de cobrir todos os períodos do ano para todas as espécies (Sawaya et al., 2008; Fitch, 1985). Neste caso, todas as informações que puderem ser obtidas serão muito bem-vindas para compor um cenário, cujos elementos possam expressar algumas dimensões do nicho reprodutivo de uma taxocenose. Os objetivos do presente estudo são abordados sob três dimensões: descrever a morfologia das gônadas das serpentes machos e fêmeas, analisar os órgãos do sistema reprodutor para determinar estágios reprodutivos e não-reprodutivos, bem como discutir sobre os ciclos reprodutivos. (Graduada em Ciências Biológicas pela UFS) [email protected] MATERIAL E MÉTODOS Área de estudo: Os dados foram obtidos na região da Caatinga do estado de Sergipe, nas RESUMO seguintes localidades: Itabaiana (10o43’S, 37o28’41W); Lagarto (10o54’S, 37o39’W); Pedra Mole O conhecimento a respeito da biologia reprodutiva é importante para uma melhor compreensão sobre alguns aspectos do nicho reprodutivo de uma taxocenose estudada. O presente estudo tem como objetivo descrever alguns aspectos morfológicos das gônadas e os ciclos reprodutivos das serpentes de seis municípios no contato da Caatinga do estado de Sergipe. Foram examinados no laboratório 119 exemplares de serpentes representando 34 espécies. A reprodução das espécies na taxocenose estudada pode ser sazonal. Esta conclusão é baseada no fato de apenas uma parte das serpentes fêmeas (35%) estarem em fase reprodutiva, com folículos vitelogênicos. Com relação à sincronia reprodutiva dentro da espécie, os dados sugerem que algumas espécies podem não ser sincrônicas, porque houve a presença de fêmeas reprodutivas e não reprodutivas num mesmo período. Na Caatinga estudada não houve diferença significante entre as serpentes fêmeas e os machos reprodutivos coletados durante os dois anos de estudo, sugerindo que ambos os sexos estão reprodutivos nas mesmas épocas. (10o36’S, 37o41’W); Poço Redondo (9o47’S, 37o40’W); Poço Verde (10o45’S, 38o9’53W); Simão Dias (10o45’S, 37o46’W); Tobias Barreto (11o11’S, 37º59’W). Figura 1 – Mapa dos municípios que serão amostrados em Sergipe (Modificado - Atlas digital sobre recursos hídricos, Secretaria de Estado do Planejamento e da Ciência e Tecnologia, 2008). Palavras-chave: Gônadas; Reprodução; Serpentes; Caatinga; Sergipe. Km INTRODUÇÃO A biologia reprodutiva de serpentes é uma dimensão ecológica fundamental para conhecermos e interpretarmos o nicho reprodutivo das espécies de serpentes na comunidade onde estão inseridas (Pianka, 2000). Serpentes são animais difíceis de serem estudados sob este aspecto. Encontrar cobras no campo é obra do acaso e este fator constitui uma séria limitação, porque para estudos desta 66 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 66-67 FACULDADE AGES Material e Métodos: Foram examinados no laboratório 119 exemplares de serpentes representando 34 espécies. Com um bisturi era feito um corte na região ventral, desde a área cloacal até o final da região onde se localizava o aparelho reprodutor. Os cortes variavam de tamanho a depender da espécie e porte do indivíduo e as camadas do revestimento corporal eram rebatidas com auxílio de espátulas e pinças, para que as gônadas pudessem ser visualizadas, medidas com uso FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 67 19/07/2014 10:21:36 de paquímetro digital, analisadas em sua morfologia e fotografadas. Os espécimes foram coletados ativa (Crump & Scott, 1994) e também coletados por moradores da região. Após análises, o região mediana denominada tuba uterina; na região da cloaca é a vagina (Gomes & Puorto, 1993). Foram observadas algumas diferenças nos folículos vitelogênicos das serpentes da Caatinga. Em Boiruna sertaneja os folículos têm forma elipsóide, são deprimidos nas extremidades; em Chironius material foi devidamente etiquetado, fixado em formalina 10% e conservado em álcool 70%. Os os folículos têm forma elipsóide, as extremidades são arredondadas. É possível que estas variações exemplares encontram-se tombados no Instituto Butantan e na Coleção Herpetológica da morfológicas estejam relacionadas ao número e tamanho dos embriões e o espaço no corpo da mãe para Universidade Federal de Sergipe - CHUFS. Na análise estatística utilizou-se o teste Q de Cochran. alojá-los (Almeida-Santos, 2005). Em Boiruna foram encontrados 11 folículos vitelogênicos, em entre 2008-2009, licença de coleta 21198-1 SISBIO. Os espécimes foram obtidos através de busca Chironius o exemplar tinha 5 folículos vitelogênicos. Os tamanhos dos folículos vitelogênicos maiores variam entre as espécies (Ibid). Por exemplo, Boiruna sertaneja apresentou folículos com 53mm, RESULTADOS E DISCUSSÃO Chironius flavolineatus 33mm, Leptodeira annulata 15mm, Leptophis ahaetulla 24mm, Oxyrhopus trigeminus 26mm, Philodryas nattereri 20mm e Philodryas patagoniensis 38mm. Morfologia das gônadas e principais aspectos reprodutivos das fêmeas Morfologia das gônadas e principais aspectos reprodutivos dos machos O sistema reprodutor das serpentes fêmeas (Figuras 2-4) é formado por dois ovários e dois ovidutos, dispostos assimetricamente, o direito é mais anterior. Os ovários são constituídos por folículos formados por células especializadas, cujo número varia entre as espécies. Nas cobras imaturas os folículos (oócitos) são pequenos e as células são indiferenciadas. Ao atingirem a primeira reprodução as células foliculares se diferenciam e formam camadas compostas pelas oôgonias. Nesta fase começa a deposição de vitelo – lipoproteína formada no fígado –, cuja função é nutrir o embrião caso haja fecundação. Aldridge (1979) denominou esta fase de vitelogênese primária, a qual ocorre em todas as serpentes (em todos os répteis), mas varia de acordo com fatores externos. Estes fatores externos, por exemplo, a temperatura e a pluviosidade, vão desencadear os processos reprodutivos, os quais variam dentro da mesma espécie, dependendo da região geográfica. Nem todos os folículos ficam vitelogênicos, apenas aqueles mais anteriores, próximos aos ovidutos. E destes, nem todos ficam vitelogênicos ao mesmo tempo, vai depender do ciclo de cada espécie. Numa fase mais adiantada há aumento de água, cálcio, lipídeos e proteínas nos folículos vitelogênicos, os quais, macroscopicamente ficam amarelados e de tamanho muito maior do que os demais folículos. É a vitelogênese que Aldridge (1979) classificou como secundária. Os folículos nesta fase estão prontos para se desprenderem dos ovários e migrarem para os ovidutos. O desprendimento do folículo deixa uma cicatriz, formada por um tecido de aspecto fibroso, de cor esbranquiçada. É o corpo lúteo, que após algumas semanas pode desaparecer. Esta estrutura é importante para caracterizarmos uma desova recente e inferirmos se o indivíduo produz mais de uma ninhada na mesma estação reprodutiva (Ibid). Os dois ovidutos são estruturas tubulares de paredes elásticas, que ligam os ovários à cloaca. São neles onde os óvulos são fecundados e se forma o envoltório que no meio externo evita o dessecamento. Nos indivíduos reprodutivos os ovidutos são convolutos, esbranquiçados e elásticos; nos indivíduos não reprodutivos ou imaturos os ovidutos são diáfanos e não convolutos. Os ovidutos acompanham as alterações foliculares. A região anterior dos ovidutos é chamada infundíbulo, não contém dobras e é bem irrigada por vasos linfáticos, presa por ligamentos no intestino e no fígado. O sistema reprodutor dos machos (Figuras 5-6) é formado pelos testículos, epidídimos e ductos deferentes. Os testículos estão suspensos pelo mesórquio e por ligamentos, assimetricamente situados no abdome, o testículo esquerdo é mais anterior em todos os exemplares dissecados. Além disso, afiguram-se esbranquiçados e sua forma varia de acordo com o estado reprodutivo. No geral são alongados e se comunicam com a cloaca através dos dutos deferentes (Almeida-Santos, 2005). Nos machos reprodutivos os testículos são mais volumosos, convolutos, cujo tamanho depende da espécie. Por exemplo, num exemplar de Chironius adulto pode chegar até 20 mm, já num exemplar adulto de Leptotyphlops o testículo não ultrapassa 4 mm. Na fase reprodutiva os epidídimos estão hipertrofiados, convolutos, de cor esbranquiçada, cujo tamanho depende da espécie; ligam-se das adrenais até o início dos ductos deferentes (Seigel & Ford, 1987). O conjunto epidídimos-adrenais é envolto por um tecido conjuntivo contido no meso que prende lateralmente os testículos à aorta. Os ductos deferentes que estão em continuação aos epidídimos na sua porção posterior são menos convolutos (Ibid). O hemipênis tem a função de se fixar na cloaca das fêmeas durante a cópula, geralmente só um lado é introduzido. É uma adaptação comum entre os vertebrados, de forma a garantir fecundação. Os hemipênis das serpentes, como em todos os répteis, apresentam diferenças morfológicas entre as espécies e é um importante caráter sistemático (Mossmann, 2001). Por exemplo, na Caatinga os hemipênis de Chironius são bifurcados, com espículas cutâneas distribuídas por todo o órgão, já os hemipênis de Crotalus são estruturas pares tubulares, profundamente bifurcadas, com as espículas cutâneas mais concentradas na base, as extremidades são lisas (Figura 6). Entretanto, em alguns gêneros a morfologia do hemipênis é semelhante entre as espécies, como é o caso de Philodryas (D’Agostini, Cappellari & Santos-Costa, 2000). Normalmente os hemipênis ficam retraídos na região caudal das serpentes, como em todos os répteis. Esta região do oviduto possui uma abertura lateral voltada para os ovários, conhecida por óstio, e uma 68 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 68-69 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 69 19/07/2014 10:21:36 Figura 2. Óvulos e ovidutos de Boiruna sertaneja. Figura 5. Boa constrictor: te - testículo esquerdo, int -intestino, rie - rim esquerdo (adaptado de Gomes et al., 1989). Figura 3. Óvulos e ovidutos de Chironius flavolineatus. Figura 6. A. Hemipênis de Chironius flavolineatus vista ventral; B. Hemipênis de Crotalus durissus, vista dorsal. Figura 4. Boa constrictor: ovad - ovário direito, ovae - ovário esquerdo, ovu - óvulos, ov - ovidutos, int - intestino, rid - rim direito, rie - rim esquerdo, pu - papila urinária (adaptado de Gomes et al., 1989). 70 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 70-71 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 71 19/07/2014 10:21:39 Modos reprodutivos Pragmaticamente podemos categorizar os tipos de reprodução das serpentes em partenogênese, ovíparas e vivíparas. Entre os répteis a partenogênese – reprodução sem fertilização, só fêmeas – é mais comum em lagartos, por exemplo, no gênero Cnemidophorus e Gymnophthalmus (Vrijenhoek et al., 1989). A serpente citada na literatura como sendo partenogenética é o tiflopídeo (família Typhlopidae) Ramphotyphlops braminus, que ocorre na Ásia e África (Wynn et al., 1987). A maioria das serpentes é ovípara, os ovos são desenvolvidos nos ovidutos, fecundados e depositados em vários locais para serem incubados. O tempo de incubação varia entre as espécies. Na reprodução por viviparidade os filhotes já nascem vivos. Os embriões se desenvolvem através de modificações do epitélio maternal, havendo trocas gasosas entre o embrião e a mãe (Albieri et al., 1989). Há na literatura uma interessante discussão sobre este modo reprodutivo porque algumas serpentes retêm os ovos no abdome por algum tempo, nascendo os filhotes vivos (Shine & Thompson, 2006). Então entre as espécies vivíparas existe uma gradação morfológica e fisiológica entre as espécies que apresentam retenção uterina dos ovos e aquelas nas quais ocorrem modificações no epitélio materno, envolvendo trocas gasosas com o feto. Uma hipótese seria que a viviparidade teria como evento precursor a retenção de ovos e estaria relacionada com climas frios, uma adaptação para a proteção dos ovos (revisões em Yaron, 1985; Nunes, 2008). Nas serpentes da Caatinga, as leptotyphlopídeas e typhlopídeas são ovíparas (famílias Leptotyphlopidae e Typhlopidae). São vivíparas as boídeas, jibóias e a salamanta (família Boidae), e as viperídeas (família Viperidae), com exceção da surucucu pico-de-jaca (Lachesis muta), que é ovípara. A surucucu é o típico exemplo de animal amazônico que – entre outros – são encontrados no domínio da Mata Atlântica (Shine & Thompson, 2006). É uma serpente que não ocorre na Caatinga e nem no Cerrado. Na região de Sergipe há referências populares para esta espécie, mas até o momento não se tem notícia de nenhum exemplar que houvesse sido coletado. As elapídeas (família Elapidae), das cobras corais verdadeiras, são ovíparas; as colubrídeas (família Colubridae) podem ser ovíparas ou vivíparas, a primeira categoria é mais comum. Na região da Caatinga sergipana nós temos Thamnodynastes pallidus como exemplo de colubrídea vivípara, como todas as espécies do gênero (Franco & Ferreira, 2002). O gênero Helicops apresenta dois modos reprodutivos: as espécies H. angulatus e H. hagmani (da Amazônia) são ovíparas, as demais são vivíparas (Pizzato et al., 2006). Em Sergipe ocorre H. angulatus. Caatinga (Vanzolini et al., 1980; Vitt & Vangilder, 1983). As informações mais detalhadas são com relação ao ciclo das fêmeas, porque incluem associações entre o tamanho da ninhada por fêmea, tamanho e massa corporal das fêmeas em relação ao tamanho e massa corporal dos ovos, frequência de desovas e sazonalidade (Vitt & Seigel, 1985). Há uma interessante hipótese, bastante testada nas últimas décadas, envolvendo a reprodução de serpentes de regiões temperadas e de regiões tropicais: nas primeiras a reprodução seria sazonal e uniforme, na segunda seria contínua (Shine, 1977, Aldridge, 1982). Estudos posteriores mostraram que as estratégias reprodutivas são muito mais complexas, porque a mesma espécie pode apresentar reprodução contínua num domínio e ser sazonal em outro. No geral a reprodução das serpentes nas regiões tropicais ocorre na época das chuvas, em lugares onde a pluviosidade é regular, mas nas regiões com pouca chuva ou estas são irregulares, como na Caatinga, pouco sabemos como os ciclos reprodutivos das serpentes respondem (Almeida-Santos, 2005). As Tabelas 1 e 2 sumarizam os dados reprodutivos das serpentes da Caatinga deste estudo. As amostragens foram muito irregulares e o número de exemplares coletado por espécie também foi baixo, como era esperado em estudos sobre comunidades de serpentes. Entretanto, algumas inferências podem ser feitas: A reprodução das espécies na comunidade estudada pode ser sazonal. Esta conclusão é baseada no fato de apenas uma parte das serpentes fêmeas (doze espécies que representam 35% do total amostrado) estarem reprodutivas, com folículos vitelogênicos. A pergunta que emerge é a seguinte: Qual é o período reprodutivo das serpentes da Caatinga sergipana? Fica como hipótese a ser verificada a possibilidade da reprodução das espécies na área de estudo ser durante a estação chuvosa, o que na região vai de maio a agosto. Talvez esta hipótese explique também o número de espécies não reprodutivas (dezessete), já que a maior parte das coletas foi realizada durante os meses da estiagem, setembro a abril. Para as demais espécies (cinco) não foi possível obter dados sobre a reprodução. Com relação à sincronia reprodutiva dentro da espécie, os dados revelam que algumas espécies não são sincrônicas, já que houve a presença de fêmeas reprodutivas e não reprodutivas dentro da amostragem realizada (oito espécies, Tabela 1) num mesmo período. Esta observação dá motivo para a formulação de algumas perguntas, por exemplo: Por quanto tempo é possível observamos corpos lúteos nos ovários? Quantas ninhadas uma fêmea produz por período reprodutivo? Estes são dados fundamentais para entendermos também a estrutura das populações das espécies na área de estudo e podermos produzir as tabelas de vida (Pianka, 2000). Com relação aos machos, é possível que estes estejam produzindo espermatozoides durante o decorrer de todo o ano, como ocorre comumente com espécies de outras regiões (Vitt & Vangilder, 1983). Entretanto, esta hipótese só poderá ser verificada através de dados histológicos das gônadas, desde que tenhamos uma boa série por período, o que, como dito, não é tarefa fácil (Ibid). Ciclo reprodutivo Na Caatinga estudada não houve diferença significante entre as fêmeas e os machos Até a década de 1980, a maioria das informações sobre ciclo reprodutivo foi obtida nas regiões temperadas, principalmente nos Estados Unidos (Fitch, 1982; Licht, 1984). Nesta época aumentaram os reprodutivos coletados durante os dois anos de estudo, sugerindo que ambos os sexos estão reprodutivos nas mesmas épocas (Q Cochran = 0.0667, g.l. = 1, p> 0.05, Tabela 2). relatos sobre biologia reprodutiva de serpentes, com dados sobre a Mata Atlântica, Cerrado e 72 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 72-73 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 73 19/07/2014 10:21:39 Tabela 1. Condição das gônadas das serpentes fêmeas e (*) número de exemplares analisados. Reprodutivos + Não Reprodutivos Não Reprodutivos Atractus cf. ronnie (2) Boiruna sertaneja (1) Leptotyphlops borapeliotes (1) Chironius flavolineatus (4) Leptophis ahaetulla (2) Typhlops brongersmianus (1) Leptodeira annulata (2) Philodryas patagoniensis (3) Boa constrictor (2) Liophis miliaris (4) Taeniophallus occipitalis (1) Epicrates cenchria (5) Reprodutivos Liophis poecilogyrus (8) Eunectes murinus (1) Liophis viridis (4) Atractus cf. taeniatus (1) Oxyrhopus trigeminus (7) Chironius carinatus (1) Philodryas nattereri (9) Erythrolamprus aesculapii (1) Helicops angulatus (1) LiophiWs cobella (1) Oxyrhopus petola (2) Philodryas olfersii (1) Pseudoboa nigra (1) Siphlophis compressus (1) Xenodon merremii (1) Liophis poecilogyrus 1 1 Liophis viridis 1 1 Oxybelis aeneus 0 1 Oxyrhopus petolaW 0 0 Oxyrhopus trigeminus 1 1 Philodryas nattereri 1 1 Philodryas olfersii 0 1 Philodryas patagoniensis 1 0 Pseudoboa nigra 0 1 Siphlophis compressus 0 1 Spilotes pullatus 1 0 Taeniophallus occipitalis 0 0 Thamnodynastes hypoconia 0 0 Thamnodynastes pallidus 0 0 Xenodon merremii 0 1 Micrurus ibiboboca 0 1 Bothrops leucurus 0 1 Crotalus durissus 0 0 Micrurus ibiboboca (3) Bothrops leucurus (5) 8 espécies 4 espécies (Q Cochran = 0.0667, g.l. = 1, p> 0.05). 17 espécies Tabela 2. Condição das gônadas de serpentes machos e fêmeas. CONCLUSÕES Espécie Fêmeas Reprodutivas Machos Reprodutivos Leptotyphlops borapeliotes 0 0 Typhlops brongersmianus 0 0 Boa constrictor 0 0 Epicrates cenchria 0 1 Eunectes murinus 0 0 A reprodução das espécies na taxocenose estudada pode ser sazonal. Esta conclusão é baseada no fato de apenas uma parte das serpentes fêmeas coletadas que corresponde a 35%, se encontrarem na fase reprodutiva, apresentando folículos vitelogênicos. Com relação à sincronia reprodutiva dentro da espécie, os dados sugerem que algumas espécies podem não ser sincrônicas, porque houve a presença de fêmeas reprodutivas e não reprodutivas num mesmo período. Atractus cf. ronnie 1 0 No tocante aos indivíduos machos, é provável que estes estejam produzindo Atractus cf. taeniatus 0 0 Boiruna sertaneja 1 0 Chironius carinatus 0 0 Chironius flavolineatus 1 1 Erythrolamprus aesculapii 0 0 Helicops angulatus 0 1 Leptodeira annulata 1 1 Leptophis ahaetulla 1 0 Liophis cobella 0 0 Liophis miliaris 1 0 74 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA espermatozoides durante o ano inteiro, num ciclo contínuo. REFERÊNCIAS ALBIERI, A. B.; MORAES, A. C; BRUNDO, M. L. M. P. & FACURE, S. A. 1989. Desenvolvimento embrionário de cobras e lagartos. São Paulo, Pontifícia Universidade Católica de Campinas. ALDRIDGE, R.D. 1979. Female reproductive cycles of the snakes Arizona elegans and Crotalus viridis. Herpetologica, 35: 256-261. ALDRIDGE, R. D. 1982. The ovarian cycle of the watersnake Nerodia sipedon, and the effects of hypophysectomy and gonadotropin administration. Herpetologica 38:71–79. ALMEIDA-SANTOS, S. M. 2005. 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New York: John Wiley & Sons. 76 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 76-77 FACULDADE AGES O NEOLIBERALISMO, AS INIQUIDADES EM SAÚDE E A FRAGILIDADE DA CIDADANIA Marcos Martins Meireles Graduando em Enfermagem pela AGES - Faculdade de Ciências Humanas e Sociais Fabiana Lopes Martins Professora de Enfermagem na Faculdade AGES – BA; Especialista em Educação Profissional na área de saúde na UFMG; Enfermeira formada pela Fundação Educacional “Dr Raul Bauad” - FEOJ RESUMO O Neoliberalismo, modelo político-econômico em vigência no mundo capitalista, preza a iniciativa individual, produz desigualdades entre os povos, destitui a cidadania e causa efeitos na saúde. O presente estudo pretende esclarecer questões sobre o supracitado modelo a partir de sua relação com as desigualdades sociais no Brasil e dos conflitos com os princípios do SUS. O texto tem como objetivo compreender como os mecanismos de produção de iniquidades em saúde, os fatores determinantes da saúde, sobretudo, os sociais influenciam o estado de saúde das pessoas. Busca, ainda, conhecer e compreender os conceitos, significados e expressões que implicam no entendimento sobre determinantes sociais da saúde e cidadania. As questões voltadas para o analfabetismo, trabalho, renda, desenvolvimento do ciclo da pobreza e exclusão social tomam centralidade nesta discussão. Intentamos com esse texto, colaborar para a reflexão dos profissionais de saúde e acadêmicos sobre a atual conjuntura e a importância da teorização de saúde coletiva para busca de estratégias. Palavras-chave: Neoliberalismo; Desigualdades sociais; Determinantes da saúde; Exclusão; Cidadania. INTRODUÇÃO O Brasil é um dos países, uma das nações que apresenta maiores e consideráveis desigualdades sociais, ficando na frente somente de alguns países. Sendo caracterizado por “grandes desigualdades entre os diversos estratos sociais e econômicos. Está situado em 11º lugar entre os mais desiguais do mundo em termos de distribuição de renda, superando apenas por seis países da África e quatro da América Latina” (TEMPORÃO, 2008, p.11). Essas desigualdades sociais e econômicas produzem por sua vez, uma série de problemas, a exemplo das iniquidades em saúde que segundo Temporão (2008), poderiam ser evitadas. As iniquidades, ou seja, as desigualdades em saúde “são produto de grandes desigualdades entre os diversos estratos sociais e econômicos da população brasileira” (...) “além de sistemáticas e relevantes são também evitáveis injustas e desnecessárias” (TEMPORÃO, 2008, p. 11). FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 77 19/07/2014 10:21:40 Essas desigualdades sociais e econômicas, que por sua vez geram iniquidades em saúde, são provenientes do sistema neoliberal, modelo político-econômico exposto como um fator que promove tais desigualdades. “O neoliberalismo atualmente produz o terror pela a ameaça do desemprego, para ainda os desempregados, e a crescente exclusão econômica e social da maioria da população. A desigualdade é cada vez maior e fica mais evidente” (PIRES e REIS, 1999). Nesse sentido, Oliveira, et al (1998) especifica que a expansão e a consolidação do modelo econômico neoliberal no Brasil expressa-se na área da saúde. Segundo Oliveira, et al (1998) as evidências que comprovam tal fato, apregoam-se nos indicadores de morbimortalidade que traduzem os processos que excluem e destituem a cidadania de 30 milhões de brasileiros situados abaixo da linha de pobreza. Enquanto o modelo neoliberal destitui a cidadania, a Constituição, por sua vez, assegura “a garantia do exercício da cidadania ao declarar o direito à saúde e considerá-la como resultante de condições adequadas de moradia, alimentação, educação, renda, meio ambiente, lazer, trabalho, transporte, emprego, liberdade, posse da terra e acesso aos serviços de saúde” (MOURA , 1996, p. 3). Nessa perspectiva, cidadania “significa, em essência, o direito de viver decentemente” (DIMENSTEIN, 2000, p.29). Essas condições adequadas, citadas acima, caracterizam-se como Determinantes Sociais em Saúde (DSS). De acordo com Sobral e Freitas (2010) os determinantes sociais geram iniquidades em saúde, os quais se “expressam, com maior ou menor nível de detalhe, o conceito atualmente bastante generalizado de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde” (BUSS E PELLEGRINI, 2007, p.02). Segundo Buss e Pellegrini (2007) nas últimas décadas houve extraordinários avanços sobre os estudos dos determinantes sociais da saúde. Conforme Villar, apud Sobral e Freitas (2010), alguns acontecimentos na atualidade, como o desgaste do modelo neoliberal de desenvolvimento e as tensões geradas pela crescente iniquidade socioeconômica e seus efeitos sobre a saúde, tem contribuído para o redirecionamento do foco das atenções da saúde pública para esse tema. Tendo em vista essas questões, o presente estudo assume significativa relevância, no sentido de contribuir para a reflexão dos profissionais de saúde e acadêmicos acerca das desigualdades sociais, assim como com a relação com a situação socioeconômica e a produção das iniquidades em saúde, de modo a assinalar um breve entendimento sobre a atual conjuntura e a importância da teorização de saúde coletiva para busca de estratégias. Com vistas o alcance dos objetivos reportados, o estudo fora inicialmente estruturado de forma a traçar relações entre os temas, o que resultou nos seguintes tópicos: Neoliberalismo e a desigualdade social; Desigualdade social e as iniquidades em saúde; As iniquidades em saúde, a fragilidade da cidadania e os princípios do SUS; SUS e o Neoliberalismo. Em seguida, são apresentados e discutidos os resultados da pesquisa de campo. Neoliberalismo e a Desigualdade Social Segundo Cambaúva e Silva, (2005) o modo de como a sociedade está estruturada comunga com os pressupostos do neoliberalismo, modelo político-econômico em vigência no mundo capitalista. Ainda segundo tais autores, a visão que alicerça esse modelo é a seguinte: Os homens são desiguais por natureza. Concebido como juiz de suas próprias aspirações, cada indivíduo deve lutar para atingir seus próprios objetivos, mesmo causando prejuízo aos seus semelhantes. Nesse “cada um por si”, o homem pode contar apenas consigo mesmo, posto que, na perspectiva neoliberal, é dotado de capacidades tais como autocontrole e autossuficiência diante dos demais (CAMBAÚVA e SILVA, 2005, p. 3). Nessa perspectiva, esse modelo político-econômico institui uma competição entre os sujeitos. Essa situação de competitividade causa a exclusão de muitos, gerando grande desigualdade na sociedade. “O neoliberalismo atualmente produz o terror pela a ameaça do desemprego, para ainda os desempregados, e a crescente exclusão econômica e social da maioria da população. A desigualdade é cada vez maior e fica mais evidente” (PIRES e REIS, 1999). O neoliberalismo além de promover, incentiva a desigualdade entre os homens e as sociedades, justificando-se através desse pensamento que lhe é característico, sendo, pois, condição importante para o crescimento econômico, no qual poucos concentram riquezas. Desse modo, o pensamento neoliberal entende que “a desigualdade social é um valor positivo para gerar e manter o desenvolvimento econômico. A desigualdade é importante para a prosperidade, e a concentração de riquezas” (PIRES e REIS, 1999, p. 3). A pretensão de esclarecer questões sobre o neoliberalismo sua relação com as desigualdades sociais no Brasil e os conflitos com os princípios do SUS é objeto epistemológico-científico A Desigualdade social e as iniquidades em saúde assumido como proposta motriz deste artigo. Buscando entender como os mecanismos de produção de iniquidades em saúde, os fatores determinantes da saúde, sobretudo, os sociais influenciam o Segundo Peres (2007) o Brasil está em 9º lugar em renda per capita na classificação entre os estado de saúde das pessoas. Para tanto, buscou-se explicar conceitos e significados de expressões países em desenvolvimento e o 25º lugar em se tratando da proporção de pobres. O que evidencia que têm relação direta com as temáticas. Conforme Dimenstein (2000) para compreender melhor o que o Brasil não é um país pobre, mas desigual. Esses números colocam o país “entre os países de funcionamento das questões sociais é preciso conhecer bem os significados de expressões e alta renda e alta pobreza. Ao mesmo tempo em que está entre o 10% dos mais ricos, o Brasil integra conceitos complicados. a metade mais pobre dos países em desenvolvimento” (PERES, 2007, p. 6). 78 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 78-79 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 79 19/07/2014 10:21:40 Todavia, o que significa renda per capita e o que é pobreza? Segundo Dimenstein (2000) a expressão per capita quer dizer por cabeça, ou seja, renda por cabeça, por habitante. “É quando dividimos a produção de um país, ou seja, o Produto Interno Bruto (PIB) pelo número total de habitantes. Em 1996, a renda per capita brasileira era equivalente a cerca de metade do preço de um carro popular” (DIMENSTEIN, 2000 p. 80). A pobreza é configurada quando a renda familiar não atinge determinada quantia por pessoa. “É considerada pobre a família com rendimento per capito igual ou inferior a meio salário mínimo” (DIMENSTEIN, 2000 p. 65). A autora Peres (2007) esclarece que a pobreza tem sua existência “quando um segmento da população é incapaz de gerar renda suficiente para obter elementos básicos que lhe garantam uma qualidade de vida digna. Esses são, por exemplo, água, saúde, educação, alimentação, moradia, entre 1996, p. 3). Por outro, a Constituição contrapõe quando assegura ao sujeito a garantia do exercício da outros” (PERES, 2007, p. 6). De acordo com a autora, um país pode ter pobreza mesmo quando seu a equidade é considerada como um contraponto as desigualdades. Sendo essas desigualdades no aspecto volume de riqueza é expressivo. Isso acontece quando esse volume de riqueza é mal distribuído. socioeconômico ou no aspecto de saúde. “A equidade implica em diminuir as diferenças evitáveis e cidadania, declarando assim o direito à saúde e considerando a “saúde como resultante de condições adequadas de moradia, alimentação, educação, renda, meio ambiente, lazer, trabalho, transporte, emprego, liberdade, posse da terra e acesso aos serviços de saúde” (MOURA, 1996, p. 3). Outro contraponto a respeito das iniquidades em saúde e a essa postura do Estado de protetor social é o Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Gouveia e Palma, (1999) o SUS tem sua institucionalização na Constituição Federal, nas Leis Orgânicas Federais 8080/8140 (...) apresentando como “princípios a universalidade do atendimento, a equidade das ações, a descentralização dos serviços e a participação social em seu controle” (GOUVEIA e PALMA, 1999, p. 2). O principio equidade tem uma grande importância nesse contexto. Segundo Paim e Silva (2010), Conforme Peres (2007) é por causa dessa má distribuição que o Brasil é considerado um dos injustas, ao mínimo possível e na oferta dos serviços de saúde em função das necessidades de primeiros do mundo em desigualdade social. Os números expressam essa desigualdade quando temos a pagamentos” (PAIM e SILVA, 2010, p. 3). Em relação à “distribuição de recursos, a noção de equidade metade dos brasileiros mais pobres se apropriando apenas do mesmo valor que o 1% dos brasileiros admite a possibilidade de atender desigualmente os que são desiguais, priorizando aqueles que mais mais ricos. “A renda de uma pessoa rica é 25 a 30 vezes maior que a de uma pessoa pobre. De acordo necessitam para poder alcançar a igualdade” (PAIM e SILVA, 2010, p. 4). com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 56.9 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza e 24.7 milhões vivendo em extrema pobreza” (PERES, 2007, p. 6). Em relação ao principio universalidade, Paim e Silva (2010) afirmam que o sistema de saúde, ao ser universal, incide uma pressão em termos de qualidade, tendo em vista que todas as classes sociais A desigualdade social tem como efeito a pobreza, ou seja, desigualdade social produz pobreza, a utilizariam o sistema, ou pelo menos por partes da classe média. Desse modo, “conceber e implementar qual influencia a situação da saúde. Segundo Peres (2007), esse arranjo social tem como um dos traços serviços de saúde universais pode ser uma estratégia de assegurar as classes populares acesso a serviço mais marcantes as iniquidades em saúde entre os grupos. “A consequência emblemática negativa de melhor qualidade e, portanto, exercitar a equidade” (PAIM e SILVA, 2010, p. 4). produzida pela desigualdade social é a pobreza (PERES, 2007, p. 6), fenômeno emblemático De acordo com Paim e Silva, (2010) a defesa de políticas universais e igualitárias não contemporâneo, ora presente em âmbito mundial, revela no campo da saúde sua face mais cruel” impede que, num momento seguinte, prevaleça o princípio da equidade. É possível constatar (PERES, 2007, p. 1). sistemas universais que buscam a equidade para se tornarem mais justo. No SUS, supõe que todos os brasileiros tenham acesso igualitário aos serviços de saúde e respectivas ações, sem qualquer barreira de natureza legal, econômica, física ou cultural. A equidade possibilita a concretização da justiça, com a prestação de serviços, destacando um grupo ou categoria essencial alvo especial das intervenções. E a integralidade tende a reforçar as ações de intersetoriais e a construção de uma nova governança na gestão de politicas públicas (PAIM e SILVA, 2010, p. 4). As iniquidades em saúde, a fragilidade da cidadania e os princípios do SUS Conforme Temporão (2008), o Brasil situa-se entre os países com maiores iniquidades em saúde. Essas iniquidades, ou seja, as desigualdades em saúde entre os grupos populacionais “são produto de grandes desigualdades entre os diversos estratos sociais e econômicos da população brasileira (...) além de sistemáticas e relevantes são também evitáveis, injustas e desnecessárias” (TEMPORÃO, 2008, p. 11). Alguns autores expõem o conceito de iniquidade como algo que “corresponde à injustiça, seja como negação da igualdade, seja no âmbito da superestrutura político-ideológica, seja como um produto inerente à própria estrutura social” (PAIM e SILVA, 2010, p. 6). Nesse sentido, “a marginalização inerente aos direitos mínimos (...) se reproduz na maior parte do país onde a população, carente de serviços, se submete ao Estado numa relação de gratidão e não de exercício de cidadania” SUS e o Neoliberalismo Segundo Gouveia e Palma, (1999) a importância do SUS como política social que marcha no sentido contrário dos atuais processos ideológicos, políticos e econômicos de exclusão social, é reforçada quando se expõe propostas como a da Organização Pan-americana de Saúde. Nessa proposta o dirigente sugere que: (MOURA, 1996, p. 3). Se por um lado, o “Estado assume seu papel conservador de proteção social”, (MOURA, 80 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 80-81 FACULDADE AGES O governo brasileiro, em meio à crise, abandone os atuais princípios constitucionais com relação à saúde e passasse a garantir apenas uma “cesta básica” (sic) de doenças e FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 81 19/07/2014 10:21:40 procedimentos, composta por vacinas, atenção primária e saneamento, além do fim da “gratuidade” dos serviços. Para além disso, o mercado de planos e seguros (GOUVEIA e PALMA, 1999, p. 3). problemáticas, foram analisados e confrontados com referencial teórico. RESULTADOS E DISCUSSÃO Segundo Gouveia e Palma (1999) trata-se de uma proposta neoliberal, que não é nada inovadora; é, contudo, a reprodução do que o Banco Mundial defende há mais de uma década. Esse Banco propõe, “explicitamente para o Brasil, o fim da saúde como direito, e de seu caráter público, universal e igualitário, Tal direito seria substituído por determinados procedimentos simplificados e de baixo custo, os demais destinados aos que pudessem pagar” (GOUVEIA e PALMA, 1999, p. 3). Os autores Gouveia e Palma (1999) ressaltam que a tese contraria de uma só vez, quatro dos A Pesquisa de Campo A pesquisa de campo tem como eixo os determinantes da saúde relacionados a comportamento e estilo de vida, a acesso a ambientes e serviços essenciais como saúde e educação, a condições habitacionais; a condições econômicas, culturais e ambientais. Para análise e discussão realizou-se um paralelo dos dados da pesquisa com dados estatísticos nacionais e baseou-se no modelo de produção social da doença elaborado por Diderichsen e colaboradores (2007). “Esse modelo enfatiza a princípios constitucionais básicos do Sistema Único de Saúde, “contra a universalidade, uma política estratificação social gerada pelo contexto social, que confere aos indivíduos posições sociais distintas, as focalista; contra a integralidade, uma “cesta básica”; contra a igualdade, o favor e a porta do fundo de quais, por sua vez, provocam diferenciais de saúde” (SOBRAL e FREITAS, 2010). caracteriza-se por levantamento bibliográfico, aprofundamento teórico sobre o tema e pesquisa de Nessa perspectiva, a pesquisa focalizou questões voltadas para o analfabetismo, trabalho, renda, desenvolvimento do ciclo da pobreza e exclusão social. Para tanto, coletou-se dados sobre escolaridade e renda per capita dos moradores do povoado Baixa do Juá, localizado no município de Paripiranga-BA. Em relação à escolaridade 12% das pessoas estudaram entre 8 a 11 anos, 40% das pessoas estudaram entre 4 a 7 anos, 28% das pessoas estudaram entre 1 a 3 anos e 20% das pessoas nunca estudaram, ou seja, são analfabetas. É polêmica a definição de analfabetismo. “No Brasil, considera-se oficialmente alfabetizado quem sabe escrever um bilhete simples. Mas existem estudos indicando que campo. Baseia-se no modelo descritivo de pesquisa, apropriando-se da abordagem quantitativa, a partir quem não foi pelo menos quatro anos à escola pode ser considerado analfabeto de fato” da aplicação de entrevistas estruturadas. Na referida tipologia de entrevista, são feitas as mesmas (DIMENSTEIN, 2000, p. 161). alguns hospitais; contra o controle público, as leis do mercado” (GOUVEIA e PALMA, 1999, p. 3). METODOLOGIA Este trabalho constitui-se como um desdobramento dos estudos desenvolvidos na disciplina de Ações de Enfermagem em Atenção Básica de Saúde no segundo semestre de 2011. O estudo perguntas para cada um dos informantes, sendo elas perguntas claramente definidas. No caso específico desse estudo, foram utilizadas, para a obtenção dos resultados, questões da ficha de Visita Domiciliar, Gráfico 1. Média de anos de estudos das pessoas de 15 anos ou mais de idade do povoado Baixa do Juá Paripiranga BA 2011 que se configura como um instrumento de coleta de informação utilizado no âmbito da intervenção de enfermagem de saúde pública. Participaram do estudo cinco famílias, totalizando vinte e cinco sujeitos, moradores do povoado Baixa do Juá, localizado no município de Paripiranga- BA. As questões da ficha de Visita Domiciliar englobam os aspectos ambientais, comportamentais, e natureza da atenção à saúde oferecida. Procurou-se focar sobre questões de identificação pessoal, número de moradores, saneamento básico, grau de escolaridade, trabalho e renda. Os dados foram analisados de acordo com a apreciação do conteúdo. Para imprimir consistência ao trabalho, utilizou-se alguns aportes teóricos, a saber: As causas sociais das iniquidades em saúde no Brasil; O cidadão de papel; Atenção primária à saúde: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia; e alguns artigos. Estas obras se constituíram como suporte teórico e por vezes metodológico, concedendo orientações para o desenvolvimento e aprofundamento desse estudo. Procurou-se, anteriormente à coleta de dados, esclarecer sobre as questões envolvidas no trabalho, tais como: objetivo da pesquisa e metodologia. Os dados recolhidos foram agrupados por temas e apresentados em forma de gráficos. Os resultados alcançados, a partir das questões 82 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 82-83 FACULDADE AGES Fonte: Meireles (2011) Os números mostram que houve uma mudança significativa em relação ao índice de analfabetismo no país entre os anos de 1940 a 2000. “Na esfera do desenvolvimento social ocorreram também grandes mudanças nas últimas décadas. Em 1940, 56% da população brasileira era analfabeta, percentual que cai para 40% em 1960 e 13% em 2000” (TEMPORÃO, 2008, p. 29). Segundo FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 83 19/07/2014 10:21:40 Dimenstein (2000), o analfabetismo se constitui como um dos sintomas da falta de cidadania, o mesmo compromete em vários aspectos a liberdade de um indivíduo. Segundo Temporão (2008), o nível de instrução tem efeitos que são manifestados em diferentes formas: “na percepção dos problemas de saúde; na capacidade de entendimento das informações sobre saúde; na adoção de estilos de vida saudáveis; no consumo e na utilização dos serviços de saúde; e na adesão dos procedimentos terapêuticos” (TEMPORÃO, 2008, p. 46). Em relação à renda per capita familiar 100% das famílias têm renda igual ou inferior a meio salário mínimo, 60% das famílias têm renda igual ou inferior a um quarto salário mínimo. “É considerada pobre a família com rendimento per capito igual ou inferior a meio salario mínimo” (DIMENSTEIN, 2000 p. 65). “Estatisticamente são consideradas indigentes famílias com rendimento Os autores Sobral e Freitas (2010) expõem que os elementos estruturantes da estratificação social, ou seja, a “causas das causas” são as políticas macroeconômicas, sociais e de saúde, o contexto político e social e os valores e normas sociais e culturais. “Esses elementos estruturantes determinam e condicionam as posições ou estratos sociais” (SOBRAL E FREITAS, 2010). Os dados seguintes referem-se às condições de vida, como habitação, comportamento, estilo de vida, acesso a ambientes e serviços essenciais de saúde, e adoecimento, este último sendo resultante dos demais e influenciado por aspectos socioeconômico-ambientais. “A carga de doenças, tanto em países pobres quanto em países ricos, está intimamente relacionada às condições em que as pessoas nascem, vivem e trabalham, e são moldadas pela estratificação social e pelas condições econômicas, culturais, sociais e ambientais” (SOBRAL E FREITAS, 2010). per capito igual ou inferior a um quarto do salário mínimo” (DIMENSTEIN, 2000 p. 65). Nesse sentido, contemplou-se as seguintes questões: meio ambiente, atentando para o saneamento básico, qualidade da água; comportamento social e cultural relacionado ao uso de álcool e tabaco; natureza da atenção à saúde oferecida relacionado à procura do serviço de saúde em caso ou não de doenças, atendimento devido a problema de saúde. No que se referem ao ambiente: ao esgotamento sanitário 100% dos domicílios convivem com o esgoto a céu aberto, e sobre a qualidade da água os números expressam que 100% dos domicílios são abastecidos por água da chuva e não há tratamento. Conforme Temporão (2008), houve melhoria nos índices de cobertura de água e esgoto no período de 1999 a 2004 no país. “Segundo a PNAD 2004, o percentual de domicílios particulares atendidos por rede geral abastecida por água aumentou de 80% para 83% e o percentual de domicílio servido por esgotamento sanitário Gráfico 2. Distribuição percentual das pessoas por classe de rendimento médio mensal domiciliar per capita do povoado Baixa do Juá Paripiranga BA 2011 Fonte: Meireles (2011) Segundo Temporão (2008) os dados do censo, no ano de 2000 revelam que quase um terço, ou seja, “cerca de 30% da população tinha uma renda familiar per capita menor que meio salário e 75% uma renda familiar menor que dois salários mínimos, situando outro extremo 3% da população com uma renda familiar per capita superior a dez salários mínimos” TEMPORÃO (2008, p. 24). O autor revela ainda que índice como o de Gini mostra que houve uma piora na distribuição de renda, entre 1960 e 1991, e houve uma pequena melhora em 2000. Conforme Temporão (2008), existe uma forte associação entre os temas renda, escolaridade a resultados de saúde. O autor ressalta que análises de dados do censo de 2000, realizado por Messias (2003) revelou que o PIB per capita, a distribuição de renda e a taxa de analfabetismo estão associados à expectativa de vida. Os dados apresentados da pesquisa relacionados a determinantes sociais da saúde, renda e escolaridade despontam a um cenário de analfabetismo, pobreza e miséria. “esses elementos, que definem as posições ou estratos sociais, influenciam os diferenciais de exposição e vulnerabilidade aos riscos de danos à saúde, na forma de doenças ou acidentes, bem como das consequências sociais e o estado de saúde”. (SOBRAL E FREITAS, 2010). 84 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 84-85 FACULDADE AGES adequado aumentou de 65% para 70%, no referido período” (TEMPORÃO, 2008, p. 55). Sobre o comportamento social e cultural: 20% das pessoas consomem tabaco, 24% das pessoas são etilistas, consomem álcool. De acordo com Temporão, (2008) o tabagismo é reconhecido como doença crônica gerada pela nicotina (...) sendo atribuindo “ao consumo de tabaco 45% das mortes por doenças coronariana, 85% das mortes por doença obstrutiva crônica, 25% das mortes por doenças cerebrovasculares e 30% das mortes por câncer” (TEMPORÃO, 2008, P. 87). Quanto ao alcoolismo Temporão (2008) expõe que 3,2 % das mortes em todo o mundo estejam relacionadas ao álcool. “o consumo excessivo pode provocar cirrose, pancreatite, acidente cerebrovascular, demência, polineuropatia, miocardite, desnutrição, hipertensão, infarto e certos tipos de cânceres” (TEMPORÃO, 2008, p. 90). No que diz respeito à natureza da atenção à saúde oferecida: 30% das pessoas foram atendidas pelo serviço de saúde quando tiveram problemas de saúde. Segundo Temporão, (2008) apesar dos avanços em produção de serviços e dos princípios que regem o SUS, “ainda se observam importantes desigualdades na oferta de recursos e serviços, assim como uma forte influência da posição social do indivíduo no acesso” (TEMPORÃO, 2008, p. 67). “Dados da Pesquisa Mundial de Saúde mostram uma associação entre o melhor nível socioeconômico e maior uso de serviços de saúde” (TEMPORÃO, 2008, p. 70). Na pesquisa somente 8% das pessoas procuraram atendimento nos serviços de saúde nos últimos quinze dias. Temporão, (2008) expõe estudos que identificam o perfil dos indivíduos que FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 85 19/07/2014 10:21:41 procuraram o serviço nos últimos 15 dias sem êxito. Os estudos de “Ribeiro et al (2006) observaram E, por fim, Sobral e Freitas (2010) propõem intervir no sistema de saúde buscando reduzir maior dificuldade para aquele com pior nível socioeconômico (...) os problemas se esgotam nas os diferenciais de conseqüências ocasionadas pela doença, “incluindo a melhoria da qualidade dos características socioeconômicas do individuo, refletindo também problemas de oferta e organização serviços a toda a população, (...) mecanismos de financiamento equitativos, que impeçam o dos serviços de saúde” (TEMPORÃO, 2008, p. 71). empobrecimento adicional causado pela doença (SOBRAL e FREITAS, 2010). Gráfico 3. Distribuição percentual das pessoas do povoado Baixa do Juá, segundo Determinantes da Saúde Paripiranga - BA (2011) CONCLUSÃO O neoliberalismo, modelo político-econômico vigente, valoriza a desigualdade entre os homens, a iniciativa individual, incentiva a competitividade entre os sujeitos, que de alguma forma socialmente determinados e pela natureza da atenção à saúde oferecida” (STARFIELD, 2002 p. 22). abate as relações de solidariedade e confiança. Esse modelo político-econômico estabelece um contexto em que uma minoria se apropria e concentra riqueza, e um mercado de trabalho que tem como desígnio o desemprego e a exploração. Com o estabelecimento desses desígnios, concretizada pelas políticas sociais e econômicas neoliberais, a má distribuição de renda, a desigualdade social, a pobreza e a exclusão tornam-se inevitáveis. Não obstante, dessas condições, os processos ideológicos, políticos e econômicos de exclusão social se expressa quando se propõem o fim da saúde como direito, o que contraria os princípios constitucionais do SUS. Constatou-se que desigualdade social, provocada pelo neoliberalismo, causa iniquidades em saúde, por evitar que os sujeitos tenham acesso à saúde que é resultante de condições adequadas de Observa-se que apesar de ter havido melhoramento em algumas questões como analfabetismo, distribuição de renda, saneamento básico no país, a situação dos moradores do povoado Baixa do Juá é desastrosa, expressa a desigualdade social, quando depara-se com a maioria das famílias vivendo em condição de indigência, e a totalidade vivendo em condição de pobreza, vulnerabilidade, sem as mínimas condições de viver decentemente. Nesse contexto da pesquisa entende que há uma situação que Dimenstein, (2000) chama de ciclo vicioso, pobreza produtora de pobreza. “A família é pobre. Mora numa casa onde não tem saneamento básico. O ambiente facilita a transmissão de doenças. As doenças enfraquecem o corpo, que já é desnutrido. A criança desnutrida não aprende direito o que é ensinado. E quem não estuda não consegue arrumar um bom emprego” (DIMENSTEIN, 2000 p. 15). Conforme Sobral e Freitas (2010) para o combate dessas iniquidades em saúde é proposto moradia, alimentação, educação, renda, meio ambiente, lazer, trabalho, transporte, emprego, liberdade, posse da terra e acesso aos serviços de saúde. Na análise dos dados relacionados aos determinantes sociais da saúde, escolaridade e renda, constatou-se que a estratificação social da maioria dos moradores situa-se na indigência, abaixo da linha da pobreza, e pode-se considerar que se trata de pessoas com grandes níveis de exposição e vulnerabilidade aos riscos de danos à saúde, na forma de doenças ou acidentes, bem como das consequências sociais e o estado de saúde. Constatou, ainda, alguns aspectos que denotam a fragilidade da cidadania, como analfabetismo, pobreza, indigência. O índice de analfabetismo dos moradores é maior que o índice nacional. Se considerar analfabeta a pessoa que frequentou a escola menos quatro anos, teremos 35% a mais do índice nacional; e o índice das famílias com renda per capita inferior a meio salário intervir nos mecanismos de estratificação social, incluindo “políticas que diminuam as diferenças sociais, como as relacionadas ao mercado de trabalho, educação e seguridade social” (SOBRAL e FREITAS, 2010). Outras intervenções dizem respeito a inserir políticas que “busca diminuir os diferenciais de mínimo a diferença é exorbitante, sendo 70% a mais que o índice nacional. Diante disso, considera-se interessante para o combate das iniquidades em saúde intervir exposição a riscos, tendo como alvo, por exemplo, os grupos que vivem em condições de habitação seguridade social; políticas que diminuam os diferenciais de exposição a riscos; e intervenções no insalubres, (...) ou estão expostos a deficiências nutricionais” (SOBRAL e FREITAS, 2010); inserir sistema de saúde buscando reduzir os diferenciais de consequências ocasionadas pela doença. Fonte: Meireles (2011) Os dados sobre os determinantes sociais da saúde apresentado influencia a saúde dos moradores. Desse modo, “a saúde de um indivíduo ou uma população é determinada por sua combinação genética, mas grandemente modificado pelo ambiente social e físico, por comportamentos que são cultural ou sobre os níveis macro, intermediário e micro dos determinantes sociais da saúde, como políticas que diminuam as diferenças sociais, como as relacionadas ao mercado de trabalho, educação e “políticas de fortalecimento de redes de apoio a grupos vulneráveis para mitigar os efeitos de condições materiais e psicossociais adversas” (SOBRAL e FREITAS, 2010). 86 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 86-87 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 87 19/07/2014 10:21:41 ENFERMAGEM: A CIÊNCIA DO CUIDADO REFERÊNCIAS: BUSS, P. M.; PELLEGRINI, A. A saúde e seus determinantes sociais. Physis, vol.17 no.1 Rio de Janeiro Jan./Apr. 2007. CAMBAÚVA, L. G.; SILVA M. C. Depressão e neoliberalismo: constituição da saúde mental na atualidade. Psicol. cienc. prof. v.25 n.4 Brasília dez. 2005. Maria Estela Santos Nascimento Graduanda do 8º Período em Enfermagem pela Faculdade AGES-BA e Técnica em Enfermagem pelo Colégio Cenecista Laudelino Freire - CNEC. Ernande Valentim do Prado DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel. 16ª ed. São Paulo: Ática, 2000. Sanitarista, Enfermeiro, Professor de Enfermagem na Faculdade AGES – BA e Universidade Federal de Sergipe – cam-pus GOUVEIA, R.; PALMA J. J. SUS: na contramão do neoliberalismo e da exclusão social. Estud. av. vol.13 no. 35, São Paulo Jan/Apr. 1999. MOURA, L. C. Direito a saúde: o papel de diferentes sujeitos sociais no exercício da cidadania. Saude soc. vol.5 no.1 São Paulo 1996. de Lagarto (UFS). Rede de Educação Popular em Saúde do Ministério da Saúde (CNEPS). RESUMO OLIVEIRA, M. A. C; et al. Globalização e saúde: desafios para enfermagem em saúde coletiva no limiar do terceiro milênio. Saude soc. vol.7 no.2 São Paulo Aug./Dec. 1998 PAIM, J.S.; SILVA, L. M. V. Universalidade, integralidade, equidade e SUS. Boletim do Instituto de Saúde v. 12 nº 2010. PERES, E. M. O programa Saúde da Família no enfrentamento das desigualdades sociais. Aquichán v.7 n.1 Bogotá jan./jun. 2007. PIRES, M. F. C.; REIS, J. R. T. Globalização, neoliberalismo e universidade. Interface, Comunicação, Saúde, Educação. V. 3, nº 4, 1999. SOBRAL, A.; FREITAS, C. M. Modelo de organização de indicadores para operacionalização dos determinantes socioambientais da saúde. Saude soc. vol.19 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2010 A enfermagem é uma das profissões ligadas à área de saúde que tem buscado se firmar como ciência própria, e não como atividade auxiliar da medicina. Este artigo consta de um estudo bibliográfico que tem como principal objetivo demonstrar que a enfermagem tornou-se uma ciência independente, vol-tada para o cuidado, visando promover o bem-estar das pessoas, pacientes ou não; assim, o cuidado é seu princípio fundamental e formador. Apresenta, também, uma síntese das etapas que compõem o processo de enfermagem, dentro da fenomenologia do cuidado, pois considera o Processo de Enfer-magem etapa fundamental do saber/fazer da Enfermagem. Palavras-chave: Ciência, Cuidado, Processo de enfermagem. STARFIELD, B. Atenção Primária à Saúde: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde, 2002 TEMPORÃO, José Gomes ET AL., As causas sociais das iniquidades em saúde no Brasil. CNDSS, 2008. 216p. 1. INTRODUÇÃO Ciência é um conjunto de conhecimentos ou práticas sistematizados, baseados em pesquisas e experiências. Segundo Horta (1979, p.4), “uma atividade humana desenvolvendo um conjunto crescente, do ponto de vista histórico, de técnicas, conhecimentos empíricos e teorias relacionadas entre si e referentes ao universo natural”. Partindo do pressuposto de que a enfermagem tem acumulado ao longo da história uma gama de conhecimentos e técnicas empíricas, não resta dúvida que esta nobre atividade enquadra-se no rol das ciências, a ciência do cuidado que, de acordo com algumas defini-ções é empírica, mas para alguns autores, tal como Horta, a Enfermagem é uma ciência aplicada. Este é um artigo de revisão bibliográfica que tem como objetivo principal demonstrar que a enfermagem tornou-se uma ciência independente, a qual tem como princípio basilar o cuidado. Além disso, este trabalho também descreve as etapas que compõem o processo de enfermagem, que é um conjunto integrado de ações que devem ser realizados através da interação entre os seres cuidador e 88 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 88-89 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 89 19/07/2014 10:21:41 cuidado. Segundo Andrade (2007), a aproximação do profissional de enfermagem com o paciente, generalizar as relações de cuidado, pois elas ocorrem de forma diversa, variando de acordo com o por meio de uma relação de afeto baseada no cuidado, pode despertar o instinto de luta pela sobrevi- contexto e com a natureza das pessoas envolvidas. vência e pela recuperação. Conforme se depreende de Nascimento (Nascimento et al, 2008), no decorrer da História, a assistência de enfermagem foi gerida baseada em um modelo tradicional rígido, excessivamente especializada, centrada na doença e não no ser humano; porém, a partir da década de 70 este modelo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA vem dando lugar a uma assistência com qualidade mais humanizada, buscando uma aproximação maior 2.1 Enfermagens e ciência dos pacientes e do meio social em que ele se insere. Ainda segundo Nascimento, “Assim, torna--se Apresentando a enfermagem como ciência, Horta (1979, p. 27), a define não como uma premente a busca por processos mais dinâmicos e sistemas cooperacionais complexos no processo do ciên-cia empírica, mas sim, aplicada, e faz a seguinte afirmação: “Acreditamos ser a enfermagem cuidado, que valorizem as diferentes concepções do ser humano e que sejam capazes de integrar as uma ciência aplicada, saindo hoje da fase empírica para a científica, desenvolvendo suas teorias, várias dimensões do cuidado, de forma inovadora e criativa”. sistema-tizando seus conhecimentos, pesquisando e tornando-se dia a dia uma ciência E importante que a ação de cuidar, dentro do processo de enfermagem, escape dos padrões independente”. Ainda de acordo com a referida autora, “Como ciência, a enfermagem, na busca do meramente técnicos e se torne espontânea e humanizada, de modo que ocorra a interação entre o(a) correlacionamento de seus conhecimentos, vem desenvolvendo teorias que procuram explicar seus enfermeiro(a) e o paciente, do contrário não surgirá confiança e, consequentemente, não haverá re- eventos referentes ao universo natural.” (p. 9). ceptividade e, com isto, o cuidado ocorre de forma deficiente, ou simplesmente não ocorre. Waldow O propósito da enfermagem é assistir o paciente, proporcionando-lhe bem-estar, não somente físico, mas também psicológico, desenvolvendo atividades com o escopo de prevenir, manter e pro-mover a saúde. (2004) afirma que “O cuidado se inicia por nós, com a preocupação com o outro, com o seu bem estar. Cuidar significa praticar a convivalidade, o respeito, a solidariedade”. Segundo Boff (1999), o cuidado é um princípio presente na vida do ser humano, De acordo com Andrade (2007, p. 97), a sistematização da assistência de enfermagem (SAE) acompanhan-do-o em todas as situações no decorrer de sua caminhada terrena. Para ele, a prática do é uma importante estratégia na assistência baseada em conhecimentos científicos, essencial à cuidado torna a vida mais suave, de modo que cada circunstância, cada momento, traz a evolução científica da profissão. possibilidade de crescimen-to de sua prática. Seguindo essa acepção de realização do ser humano através do cuidado, Prado et al (2011) 2.2 O cuidado de enfermagem afirma que não existe cuidado verdadeiro sem envolvimento, de modo que é essencial a criação de Tendo em vista o cuidado como principal fundamento da enfermagem, Waldow (2004, p. um vínculo por meio da interação entre o profissional de saúde e paciente, vínculo este que só se 23), afirma que vários estudiosos desta área adotam as ideias de Mayeroff, autor que enfoca o torna possível se houver sentimento, se houver afetividade. Além disso, deve-se salientar que para cuidado em sua obra, apresentando os elementos elencados a seguir como essenciais para prática do haver uma interação com tais características, é necessário conhecer o perfil, as características, e cuidado: conhecer o sujeito que receberá os cuidados, alternar ritmos com o intuito de buscar o vivências de cada indivíduo. Nestes termos, “a promoção de saúde, portanto, vai além de cuidados melhor resulta-do, ter paciência no sentido de permitir que o outro se encontre, “ver o outro como técnicos de saúde, pressupõe a preocupação verdadeira, a empatia, o comprometimento com as ele é e não como gostaria ou pensa que deveria ser.”, confiar nas decisões e na capacidade de causas do agravo, o cuidado, enfim”. crescimento do outro, ser humilde ao entender que sempre há o que aprender e que também se aprende com o ser que está sendo cuidado, esperança e coragem. Para Boff (1999, p. 162), o cuidado deve ocorrer na medida certa, “Por isso o cuidado não convive nem com o excesso nem com a carência. Ele é o ponto ideal de equilíbrio entre um e outro”. 2.3 O processo de enfermagem Neste prisma, o cuidado é traduzido por Horta (1979, salientando, pois, que atualmente o interesse da enfermagem pelo indivíduo tem chegado a um limiar que jamais esteve e defende que a Waldow (2004), citando Bishop e Scudder, diz que a prática da enfermagem encontra sentido no ato de cuidar, o qual afirma a humanidade do profissional e do paciente. O cuidado tem a presença como uma de suas principais categorias, a qual desenvolve no paciente a autoconfiança, encorajan-do-o, contribuição à saúde e bem-estar dos humanos se deve à gama de conhecimentos teóricos que funda-menta a prática. Horta (1979), afirma que “o processo de enfermagem é a dinâmica das ações sistematizadas e fazendo com que ele acredite em sua recuperação. É importante salientar que não se devem inter-relacionadas, visando a assistência ao ser humano. Caracteriza-se pelo inter-relacionamento e 90 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA FACULDADE AGES ANAIS.indd 90-91 FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 91 19/07/2014 10:21:41 dinamismo de suas fases ou passos”. Estas fases são: 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS • Histórico de enfermagem; Nas palavras de Horta (1979), levando-se em consideração que o processo de enfermagem ocorre a partir do levantamento de dados, a partir de conhecimentos técnicos, o cuidado de enferma- • Diagnóstico de enfermagem; gem passa de empírico para científico. • Plano assistencial; Nestes termos, pode-se afirmar que a Enfermagem está contemplada no rol das ciências e, • Plano de cuidados, ou prescrição de enfermagem; conforme delineado no corpo do presente artigo, como seu principal fundamento é a arte de cuidar, aplicando os conhecimentos e técnicas desenvolvidos ao longo de sua historia, é cabível a • Evolução de enfermagem; afirmação de que a enfermagem é “a ciência do cuidado”, ou ainda, segundo a mencionada autora: • Prognóstico de enfermagem; Enfermagem é a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência, quando possível, pelo ensino do autocuidado; de recuperar, manter e promover a saúde em colaboração com outros profissionais (Horta, 1979). • Assistência de enfermagem e; De acordo com Souza (Souza, et al, 2005), “compreender o valor do cuidado de enfermagem • Cuidado de enfermagem. O histórico é realizado no ato da admissão, constando da identificação do paciente e levantamento dos dados significativos que poderão influenciar o desenvolvimento da doença, bem como interferir na evolução do tratamento, tais como problemas de saúde anteriores, hábitos, alimentação etc. requer uma concepção ética que contemple a vida como um bem valioso em si, começando pela valorização da própria vida para respeitar a do outro em sua complexidade, suas escolhas, inclusive a escolha da enfermagem como profissão”. Destarte, foi demonstrado que o processo de enfermagem deve ocorrer por meio da interação entre o profissional e o paciente ou grupo de pacientes. “Diagnóstico de enfermagem é a determinação da natureza e extensão dos problemas de enfer-magem apresentados pelos pacientes ou família, que recebem cuidados de enfermagem” (ADELLAH apud, Horta, 1979, p. 58). Segundo esta autora, a metodologia para se chegar ao diagnóstico de enfer-magem é feita de acordo com os passos a seguir: problemas de enfermagem, REFERÊNCIAS sintomas e análise, onde este último aponta as necessidades e dependência. A partir da análise do diagnóstico de enfermagem, traça-se o plano assistencial. Já o plano de cuidado deve ser claro e conciso: composto pelos cuidados prioritários, de modo que nem sempre estarão todos escritos. Diária ou periodicamente devem-se lançar no prontuário do paciente ANDRADE, Andréia de Carvalho. A enfermagem não é mais uma profissão submissa. Ver Bras Enferm, Brasília 2007 jan-fev; 60(16): 96-98. as mu-danças ocorridas (avaliação do plano de cuidados). Em relação ao prognóstico, informa-se que este indica as condições em que o paciente se encontra na alta médica, constando, portanto, de uma avaliação de todas as fases anteriores. BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: ética do humano – compaixão pela Terra. Petrópolis,RJ: Vozes, 1999. A consulta de enfermagem consiste na aplicação do processo de enfermagem, ou seja, aplicação dos passos acima. Referindo-se ao planejamento da assistência, Andrade (2007, p. 98) diz que “este processo nos permite diagnosticar as necessidades do cliente, fazer a prescrição adequada dos HORTA, Vanda de Aguiar. Processo de Enfermagem. Colaboração de Brigitta E. P. Castellanos. São Paulo, SP: EPU, 1979. cuidados e, além de ser aplicado à assistência, pode nortear tomada de decisões em diversas situações [...]”. SANTOS, José Wilson dos; BARROSO, Rusel Marcos B. Manual de Trabalhos Acadêmicos: Ar-tigos, Ensaios, Fichamentos, Relatórios, Resumos e Resenhas. Aracaju: Secore, 2007. 92 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 92-93 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 93 19/07/2014 10:21:42 WALDOW, Vera Regina. O cuidado na saúde: as relações entre o eu, o outro e o cosmos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. NASCIMENTO, Keyla Cristiane do Nascimento; BACKES, Dirceu Stein; KOERICH, Magda Santos; ERDMANN, Alacoque Lorenzini. Sistematização da assistência de enfermagem: vislumbrando um cuidado interativo, complementar e multiprofissional. Disponível em: < www.scielo. br/pdf/reeusp/v42n4/v42n4a04.pdf >. Acesso em 26 set. 2010. PRADO, Ernande Valentim; FALLEIRO, Letícia Moraes; MANO, Maria Amélia. Cuidado, Promo-ção de Saúde e Educação Popular – Porque um não pode viver sem os outros. Ver APS. 2011 out/ dez; 14(4): 464-471. SOUZA, Maria de Lourdes; SARTOR, Vicente V. de Bona; PADILHA, Maria Itayra C. de; PRADO, Marta Lenise do. O Cuidado em enfermagem – uma aproximação teórica. Disponível em: < www. scielo.br/pdf/tce/v14n2/a15v14n2.pdf >. Acesso em 26 set. 2010. RESUMOS 94 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 94-95 FACULDADE AGES 19/07/2014 10:21:42 DEPRESSÃO PÓS-PARTO E PREJUÍSOS PARA A CRIANÇA Elitani Costa Cruz [email protected] Hoga Rejane Teles Santos [email protected] Hoga Rejane Teles Santos INTRODUÇÃO O artigo traz uma reflexão sobre depressão pós-parto e suas características analisam como uma gestante que passa por diversos aborrecimentos e ansiedades podem desenvolver a depressão pós- parto e trazer assim prejuízos futuros para a criança como um mau desenvolvimento cognitivo e emocional. Mostra a importância de a doença ser diagnosticada precocemente, pois assim a gestante irá ser tratada e cuidará de seu filho adequadamente para que ele não venha desenvolver problemas futuros. Logo, profissionais devem conhecer bem a doença para trabalhar na prevenção da depressão pós- parto. MÉTODOS Foram realizadas pesquisas por meio de busca eletrônica, com artigos científicos referentes ao tema, sendo selecionados aqueles que trouxeram informações relevantes. Houve realização de pesquisa de campo com entrevistas a gestante e puérperas, utilizando questionários. mulheres pesquisadas, essas que estão gostando do período gestacional, sem grau de ansiedade e tristeza não possui abalo emocional, físico e psicológico, estão tendo uma boa gestação, sem nenhum fator de risco que as levem a ter uma depressão pós- parto e futuro transtornos pra a criança. Pra confirmar o artigo, três entrevistadas têm fator de risco para a depressão e vão ser analisadas individualmente, e sendo apontados e analisados os fatores de risco. I.R.J era casada, tem 21 anos e durante a gestação era maltratada pelo marido, ele faleceu de overdose antes do bebê nascer e a criança ao nasceu com problemas mentais, relatado pela mãe que foi erro médico. São muitos os fatores que podem levar essa mãe a ter depressão pós- parto, ela teve um grau de ansiedade e tristeza muito grande durante e depois a gestação por causa da doença da filha, mais a mãe ajuda e sua família dá todo o apoio necessário, I.R.J estava evoluindo para um estado depressivo grave, que não evoluiu porque a família lhe deu todo apoio emocional e psicológico. Foi possível perceber que como o esta-do depressivo não permaneceu, a criança também não apresentou deficiências emocionais e cogniti-vas. A gestante A.G tem 18 anos e se encontra deprimida, por causa dos planos feitos por ela antes da gestação, mais ela gosta do bebê e tem muito apoio familiar, sua tristeza é decorrente dos falatórios, mais tem afeto pelo filho, esse afeto materno traz proteção para a criança e não deixa que a depressão permaneça durante toda a gestação. CONCLUSÃO Foi possível concluir que a gravidez é um período de muitas emoções e que necessita de apoio, principalmente familiar. Mulheres casadas há muito tempo e que têm apoio familiar possui menos chances de desenvolver depressão pós- parto. As mulheres que são adolescentes, que ainda es-tudam, são maltratadas e os filhos nascem com doenças tem maiores chances de ter DPP, mais o apoio familiar e do marido pode diminuir o grau de ansiedade e não deixando que a depressão permaneça durante a gestação e parto. É importante que essas mães tenham apoio e que profissionais desenvolvam trabalhos com elas, pois crianças que com histórico de mãe depressiva podem sofrer transtornos psicossociais, e não irão conseguir manter vínculo com as pessoas, podendo assim, trazer futuros problemas para a sociedade. PALAVRAS-CHAVE: Depressão pós parto; Gestante; Bebê; Profissional. RESULTADOS E DISCUSSÃO O estudo foi realizado com seis mulheres que encontravam- se em diferente período de gestação, onde o perfil das gestantes era de casadas e com idade superior a 25 anos e outras com idade inferior; o objetivo é identificar os fatores de risco da depressão pós- parto e como elas estavam lidan-do com as mudanças decorrentes desse período gestacional. Das entrevistadas todas estavam casadas e tinham o apoio da família, mais apenas três gestantes estavam curtindo a fase, duas são casadas há mais de 8 anos e queriam muito ter filhos, estão gostando do pré- natal e tem apoio familiar e do mari-do, o seu grau de ansiedade se encontra baixo e só pensam na chegada do bebê como algo parte de si. Essas mulheres vivem bem e seu psicológico não se encontra abalado, elas já interagem com o bebê, criando vínculo maior com ele. A entrevistada R.S.C, possui 17 anos e na pesquisa foi um diferencial, pois mesmo estudando e sendo uma adolescente está adorando esta fase. Foi possível perceber que a gravidez constituiu uma maneira de ir morar com o namorado e sair de sua casa, das 96 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 96-97 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 97 19/07/2014 10:21:42 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UMA PACIENTE COM TRANSTORNO MENTAL, PROLAPSO RETAL E PÓLIPOS CÓLICOS Cleidiane Castro da Silva [email protected] Simone Argolo da Silva [email protected] O presente estudo de caso, de caráter descritivo e exploratório, permite uma investigação e um respaldo teórico-prático a respeito do cuidado de enfermagem prestado ao paciente do ponto de vista biopsicossocial e espiritual, visando atender aos princípios éticos que norteiam as pesquisas en-volvendo os seres humanos, utilizando uma abordagem qualitativa. O estudo foi realizado a partir de visitas domiciliares a uma paciente inserida nos programas de políticas públicas (CAPS e PSF Sede I, Área 002, micro área 04 Família 47) de Cícero Dantas/BA, pelos acadêmicos do Curso de Gradua-ção em Enfermagem da Faculdade AGES, solicitado pela disciplina Projeto Integrador, utilizando a Sistematização da Assistência de Enfermagem. A coleta de dados foi realizada após a aprovação dos familiares e usuária em participar da pesquisa mediante a assinatura do (TCLE) Termo de Consenti-mento Livre e Esclarecido. Bárbara Andrade Araújo [email protected] Michele Evangelista Matos [email protected] INTRODUÇÃO A saúde é um direito do cidadão e todos devem ter acesso à prevenção e tratamento de doenças por meio das ações básicas de saúde, cabendo ao poder público garantir um atendimento de qualidade. Segundo o Ministério da Saúde, o desenvolvimento da Estratégia de Saúde da Família nos últimos anos interagindo com os serviços substitutivos em saúde mental, especialmente os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) marca um progresso indiscutível da política do SUS. A busca ativa é um dos pontos fortes do Programa Saúde da família, pois a equipe vê de perto a realidade de cada família e toma providências para promoção e prevenção. Numa Unidade Básica de Saúde, a equipe de enfermagem desempenha um papel importante na assistência contínua à comunidade e por isso deve estar atenta aos sinais e sintomas apresentados pelos pacientes, a fim de prevenir a agudização das crises e encaminhá-los ao serviço de saúde responsável. Segundo MELLO, a depressão é um crônico transtorno, de curso variável, que pode aparecer em diversas fases da vida. É um problema de saúde pública e apontada além de causador de custos sociais, econômicos e sofrimento, podendo levar alguns portadores ao pela Organização Mundial de saúde como uma das principais causas da incapacidade, suicídio. OBJETIVO Aplicar a sistematização da assistência de enfermagem a uma paciente com diagnóstico de Transtorno mental, Prolapso retal e Pólipos Cólicos. DISCUSSÃO Prolapso do reto significa a saída completa ou parcial desse segmento do intestino grosso pelo ânus, podendo ser aparente ou oculto. Segundo Goligher (2008), pelo que está convencionado, usa-se, o termo procidência (descida de alguma parte do corpo para fora do seu lugar - sinônimo de caída ou de prolapso) para diferenciar o prolapso completo (toda a espessura da parede do reto) do incompleto ou “parcial” em que somente a mucosa sai pelo canal anal. Pólipos são crescimentos anormais da mucosa do cólon, como pequenas protuberâncias. Geralmente são assintomáticos e de causa desconhecida. Os pólipos variam de milímetros a pequenos centímetros. Quando pequenas essas lesões são benignas, mas, ao continuarem crescendo, transformam-se em lesões malignas. No passado recente, seu tratamento era realizado através da abertura do abdômen e do intestino. Portanto, além do tratamento do pólipo, faz-se, também, a prevenção do câncer do intestino grosso. Fisica-mente a depressão é causada por uma falha nos neurotransmissores, que são os agentes químicos que levam a informação de um neurônio para outro. Os neurônios, ao contrário do que se imagina, não estão unidos uns aos outros como as demais células do corpo. CONCLUSÃO Ao termino do presente trabalho percebe-se a importância que a Assistência de Enfermagem se da no decorrer do estudo, levando em consideração que a paciente se encontrava em local de difícil acesso e em condições precárias, permanecendo distante dos meios de saúde publica, preconizados pela constituição federal como um dos princípios doutrinários do SUS a “universalidade do acesso”. Através da literatura podemos nos aprofundar no caso da C.G.A relacionando teoria e pratica e podendo assim promover um plano assistencial baseado nos sinais e sintomas relatados pela paciente e descritos no prontuário, relatório medico, e exames. Por fim podemos notar que o papel do enfermeiro é fundamental para desenvolver a busca ativa junto a equipe da estratégia de saúde da família, para que, dessa forma venha a contribuir de forma significativa na qualidade de vida da mesma. PALAVRAS-CHAVE: Paciente; Prolapso retal; Pólipos cólicos; Transtorno mental; Assistência. MÉTODOLOGIA 98 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 98-99 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 99 19/07/2014 10:21:42 TABAGISMO: UMA ANÁLISE FISIOLÓGICA E METAFÍSICA Deise Soares Almeida [email protected] Jacyara Nascimento Mendoça [email protected] Angélica Vieira de Jesus [email protected] Thauane Fontes Correia [email protected] RESULTADOS E DISCUSSÃO Após avaliar os resultados bibliográficos e fazer uma análise do voluntário entrevistado, che-gase à colusão de que ele tem bronquite. Segundo o resultado da pesquisa bibliográfica, apresenta todos os sintomas da patologia. Como ele e fumante há sete anos, supostamente os cílios que se en-contram nas vias aéreas, que tem a função de capturar os resíduos e expelir o muco para fora do trato respiratório, perderam a sua função ficando paralisados devidos as substâncias que se encontram no cigarro, melhor dizendo na fumaça, e que irá provocar a paralisia dos cílios, fazendo com que o muco produzido pelas células caliciformes fique acumulado provocando assim a tosse. Esse muco também estreita as vias aéreas tornando a respiração mais difícil, sinais esses que o paciente apresenta. Apesar de saber das consequências do que cigarro causa, ele não consegue deixar de fumar, praticando tal vício exageradamente. Em um determinado momento o fumante fez uso, dentro de 10 minutos, de três cigarros, o que dá para perceber e que não é só o ato de fumar é que lhe dar prazer, mas só o fato de estar com o cigarro acesso na mão também proporciona prazer por que uma grande parte do cigarro acaba sem que fume. Enfim, há uma discussão infinita quando se aborda temas como este, uma vez que a cada dia podem ser encontros novos problemas relacionados à droga como também ser descoberta uma nova solução para problemas já existente. Portanto, é dessa forma que este é um problema que ainda irá perpetuar no mundo durante décadas. INTRODUÇÃO O tabaco é uma planta da qual é extraída a nicotina e varias outras substancias tóxicas que causam a dependência química no homem. A forma mais comum do uso do tabaco é fumando ou inalando em forma de cigarro, charuto e cachimbo. A população mais afetada é a adolescente devido à curiosidade e influências sociais. Trabalhando com essa droga, que se mostra cada vez mais pauta das ações de saúde pública brasileira, esse trabalho teve como objetivo aprofundar os conhecimentos sobre as conseqüências fisiológicas dessa droga, mostrando a realidade de um viciado, ao adentrar uma análise metafísica. MÉTODOLOGIA O estudo foi iniciado com uma revisão bibliográfica acerca das consequências bioquímicas e fisiológicas do tabagismo, seguido por pesquisa de campo envolvendo entrevista de um viciado voluntário, esclarecido cientificamente sobre o tema. Após essas etapas foi elaborada uma análise das informações obtidas visando confronto com a teoria metafísica de Valcapelli e Gasparetto. CONCLUSÃO A pesquisa de campo e o respaldo científico mostram a realidade em que o Brasil se encontra na questão do uso de drogas licitas, onde existe muita deficiência dos governantes em relação a essa realidade sendo que esta poderia ser mudada, melhorando cada vez mais a criação das políticas de educação, a divulgação dos seus efeitos maléficos mesmo que as pessoas já tenham o conhecimento, palestras educativas com dinâmicas para chamar atenção das crianças nas escolas. Dessa maneira, conscientizar as crianças é a base espacial onde ainda não estão visíveis os malefícios do mundo, e também os adolescentes, principalmente nas periferias, onde há uma maior disseminação do uso de drogas, e também nos centros de saúde. PALAVRAS-CHAVE: Tabagismo, Nicotina, Fisiologia, Metafísica, Dependência. A entrevista foi realizada com um morador da cidade de Paripiranga-BA, sendo este nascido e criado no estado de São Paulo, com curso superior completo na área biológica e completa consciência do tema. Foi criado e aplicado um questionário com nove perguntas diretas sobre o tema desse estudo, entre os meses de março e abril do ano de 2011. O participante assinou um termo de consentimento onde diz estar de acordo com a pesquisa. 100 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 100-101 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 101 19/07/2014 10:21:42 SAÚDE DOS PROFESSORES NO COLÉGIO MONTESSORI Raquel Bianca Leite César [email protected] Renata Dórea Nogueira [email protected] Maria Luísa Matos Mota [email protected] cansaço mental, que tinham em média de 7 a 11 anos de trabalho como professores, muitos relatos que não se arrependeram de ter escolhido essa profissão, pois estão bem realizados, reclamavam da carga horária que é exausta muitas vezes, pois alguns trabalham cerca de 60 horas semanais, pois trabalham alem do colégio onde foram entrevistados em outros da rede particular ou ate mesmo da publica, para poder dar uma boa qualidade de vida para sua família, grande parte também se queixa se problemas relacionados à dor na coluna e nos braços pelo esforço repetitivo de escrever nas lousas, apagar, corrigir provas e trabalhos, ficando com isso exposto a problemas de garganta pelo esforço exercido também de muitas vezes ter de gritar nas salas de aula para poder passar o conteúdo aos seus alunos, poucos deles trabalham com giz, mas mesmo assim os poucos que trabalham tiverem rinite alérgica, irritação nos olhos entre outros, uma grande maioria também tinha alguns problemas relacionados à sonolência, redução de visão em alguns casos, falta de ar, palpitações devido ao stress sofrido diariamente. INTRODUÇÃO CONCLUSÃO Até a década de 80 a saúde do trabalhador tinha como objetivo principal sanear os espaços do trabalho e cuidar do corpo doente do trabalhador. A partir da década 90 cuidar da saúde dos trabalhadores passa a ser um dos eixos das ações executadas pelo SUS. A lei 8.080 cria importantes inovações a descentralização e maior participação popular, propondo soluções para os problemas relacionadas à saúde, tendo caráter permanente e universal. Conforme a OIT cerca de 60% dos brasileiros traba-lham no mercado informal, não gerando informações e nem dados suficientes para criar projetos para melhorar a saúde de todos os trabalhadores.Observa-se atualmente que trabalhadores que executam a mesma função estão expostos de maneira diferente aos agentes ambientais de risco, por isso ao falarmos de atenção a saúde do trabalhador temos que pensar em ações coletivas e individualizadas.Nesse contexto podemos citar os professores, expostos diariamente a diversos agentes ambientais de risco, como o químico (pó de giz), físico (ruído), ergonômicos (postura em pé e movimentos repetitivos ao usar a lousa) e psicossociais. Sendo assim este trabalho tem como objetivo analisar as condições de saúde dos professores do Colégio Montessorino Município de Paulo Afonso. Portanto, percebe-se que a saúde dos trabalhadores ainda tem muito que mudar e novas trans-formações precisam ser realizados para que todos tenham acesso a ela, e não os de carteira assinadas, como também os que trabalham em casa ou de modo terceirizado e que exista mais planos de ações para que eles não sofram tanto acidentes de trabalhos, não ficando exposto também a agentes quími-cos, físicos ou biológicos entre tatos outros problemas que tem que haver para melhorar a saúde dos trabalhadores. Na questão dos professores, vale ressaltar que muitos ainda seu piso salarial ainda é muito baixo, a carga horária excessiva porque tem de trabalhar em vários locais, os problemas re-lacionados à voz, postura corporal, cansaço físico e mental, esforços repetitivos têm de haver ações para que possa diminuir tudo isso. PALAVRAS-CHAVE: Saúde, Professores, Contexto de saúde do trabalhador, Sintomas, Doenças, Fatores da Saúde Mental, Fatores da Saúde Corporal. MÉTODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa de caráter descritivo de natureza qualitativa com pesquisa bibliográfica e de campo. Foram entrevistados professores do Colégio Montessorino Município de Paulo Afonso. Na analise utilizamos a técnica de analise temática de conteúdo, segundo os passos nele previsto evidenciando os objetivos e fundamentos teóricos da pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO Amaioria dos professores entrevistados são mulheres, que a distribuição por idade a que mais chamou atenção é que grande parte tinha de 36 a 40 anos, percebendo com isso que os novos educadores, ainda perdem na questão de experiência para os antigos, grande parte também apresentava 102 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 102-103 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 103 19/07/2014 10:21:42 O QUE MOTIVA OS PACIENTES A FREQUENTAREM OU NÃO AO CAPS? necessidade de identificação pessoal. Obtivemos o consentimento oral da mantenedora da instituição e posteriormente demos início ao estudo. Alexsandro Araujo França [email protected] Welde Natan Borges de Santana [email protected] Érica Pereira de Jesus [email protected] Vanuce Sandrali Moraes Cardoso [email protected] RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi possível identificar no relato de alguns usuários o descontentamento para com o serviço prestado pelo caps. Os dados colhidos na fala dos usuários, familiares e profissionais do CAPS foram transcritos na integra. Partindo desta linha de raciocínio, irei demonstrar os desafios que os usuários muitas vezes têm que passar para ter acesso ao serviço de saúde mental. A partir da fala de alguns familiares de usuários podemos notar a insatisfação de alguns com a forma que o CAPS funciona e do atendimento de alguns profissionais: “...o medico passou uns remédios que quando ela toma fica toda sonolenta...” Podemos notar, a partir de alguns relatos que o CAPS possui, que há sim fragilidades, tanto administrativas, como de atendimento por parte de alguns profissionais, sendo que essas, em muitas vezes, não visam à inserção social dos usuários, assim não contribuindo para o resgate de sua cidadania. INTRODUÇÃO O CAPS É um Centro referencial destinado ao tratamento de pessoas com sofrimento psíqui-co. É um recurso em saúde mental extra-hospitalar que é atualmente usado em nosso país. Este mo-delo veio substituir as internações em manicômios, buscando a reinserção do indivíduo a sociedade na qual habitam, priorizando o resgate de sua cidadania. CONCLUSÃO É um serviço de cunho substitutivo de atenção a saúde mental que tem demonstrado efetividade na substituição da internação de longos períodos, por um tratamento que não isola os pacientes de suas famílias e da comunidade. Um dos maiores desafios apresentados por este novo modelo assistencial foi a de possibilitar que o doente mental permaneça o maior tempo possível com sua família, visando a reintegração do mesmo à sociedade, eliminado o antigo conceito o qual suponha que o sofredor psíquico deveria ser isolado do meio que vivia, por seu um perigo social, obrigando os familiares a mantê-los em cárceres por lon-gos períodos; visto que esta percepção preconceituosa tornava a situação ainda mais complexa, pois manter estes indivíduos enjaulados como animais contribuía para o aumento de sua agressividade e rejeição. O intuito deste trabalho não é obter respostas de soluções para problemas relativos ao CAPS, mas sim tentar chegar à essência do seu entendimento por seus usuários, para que através disto possamos entender melhor esse contexto através das pessoas portadoras de sofrimento psíquico; já que seu objetivo é oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer e fortalecimento dos laços familiares e comunitários; isto tem que ficar claro para os principais interessados no assunto, que são os usuários e seus familiares. Para os usuários o CAPS representa uma forma especial de atenção que é valorizada e reconhecida pelos mesmos, representa ainda a possibilidade de mudanças, de pensar em trabalhar ou retomar o trabalho; de “retornar à realidade”. Destarte, este é um serviço essencial para a saúde mental de uma grande parcela da população, mas ainda é uma área muito negligenciada quanto aos serviços de atenção à saúde, devido talvez, ao estigma e aos recursos limitados, ou a falta de competência de alguns gestores públicos. MÉTODO A estratégia utilizada para desenvolver esse estudo foi mediante a uma pesquisa etnográfica de cunho observativo, na qual o CAPS fora o ambiente escolhido, o trabalho foi realizado após dois dias de observação, na qual possibilitou a exposição teórica do conteúdo. PALAVRAS-CHAVE: Saúde mental, sofrimento psíquico, exclusão. Esclarecemos que o nosso propósito era uma reflexão sobre o funcionamento, vivência e integração dos usuários uns com os outros, as estratégias utilizadas, tratamentos, uso dos psicotrópicos e oficinas educativas. Pedimos permissão para que a fala de alguns usuários com os quais decorreu e diálogo o nome da entidade se fizessem presentes em meio ao artigo, esclarecendo que não havia 104 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 104-105 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 105 19/07/2014 10:21:42 PLANTAS MEDICINAIS: O USO TERAPÊUTICO NA ATENÇÃO BÁSICA medidas informativas para esclarecer a população a cerca do uso indiscriminado de fitoterápicos e plantas medicinais, visto que a falta de informações pode acarretar danos a saúde. José Lenildo Gonçalves Pereira [email protected] Josefa Vandercleide Oliveira S. dos Santos PALAVRAS-CHAVE: Fitoterapia, plantas medicinais, conhecimento popular, prevenção, Atenção Básica. [email protected] Josefa Lúcia Oliveira Silva [email protected] Maria Ivana Castro Moreno [email protected] INTRODUÇÃO A utilização de plantas com fins medicinais, para tratamento, cura e prevenção de doenças, é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade. A Organização Mundial de Saúde acredita que, atualmente, a prática do uso de plantas medicinais é tida como a principal opção terapêutica de aproximadamente 80% da população mundial. No Brasil, em especial nas regiões Norte e Nordeste, é inegável que a população mais pobre recorre ao uso de plantas medicinais como um dos únicos lenitivo para suas patologias. Este estudo teve como objetivo verificar o conhecimento e o uso de plantas medicinais das mulheres moradoras da comunidade assistida pela Unidade Básica de Saúde da Família Senhor do Bonfim, localizada no município de Paulo Afonso-BA. Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva, exploratória e de campo, com abordagem quantiqualitativa. A amostra foi constituída por 26 mulheres, selecionadas de forma não probabilística, conforme os critérios de inclusão e exclusão. A pesquisa de campo foi realizada nos meses de agosto à outubro de 2012, com aplicação de um formulário estruturado. As variáveis quantitativas foram analisadas por distribuição de porcentagem e comparadas à luz da literatura atual. Os dados qualitativos foram analisados através da técnica de Discurso do Sujeito Coletivo. A presente pesquisa foi fundamentada e delineada no que preconiza a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados evidenciam que 23% das mulheres entrevistadas estavam com idade igual ou superior a 61 anos, a maioria delas, 61% se declararam casadas, com ensino fundamental incompleto, onde 57% dizem serem donas de casas. Com relação ao uso de plantas medicinais 30% das participantes afirmam utilizá-las frequentemente. 78% atribuem a aquisição de conhecimento sobre plantas medicinais aos avós e aos pais. 52% das en-trevistadas obtém as plantas na casa dos vizinhos. 72% das entrevistadas relataram fazer uso da flora medicinal a mais de 15 anos. No total foram citadas 82 espécies de plantas medicinais. Constatou-se que as folhas 41% são as partes das plantas mais utilizadas nas preparações e o modo de preparo mais utilizado para confecção de remédio é à infusão 42%. Com relação à dosagem da preparação, 47% das mulheres relataram seguir a recomendação de amigos e parentes. A análise qualitativa revelou que as benzedoras e as rezadeiras constituem um núcleo importante do sistema local de saúde do ponto de vista comunitário, visto que são procurados para a cura dos males que as afligem. Conclui-se que a utilização de plantas medicinais é comum na comunidade e que o conhecimento ainda é baseado na herança cultural, embora a população necessite de informações com base cientifica, principalmente quanto aos riscos e interações medicamentosas. Estudos como este buscam o desenvolvimento de 106 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 106-107 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 107 19/07/2014 10:21:42 COMO O PROFISSIONAL DE SAÚDE PODE AJUDAR O INDIVÍDUO EM SUA COMUNIDADE, A SOLUCIONAR SEUS PROBLEMAS ATRAVÉS DA AÇÃO EDUCATIVA? Érica Monize Chagas Santos [email protected] para o hábito da higiene, são responsáveis por 7% de todas as mortes e doenças e todo o mundo, sendo que 2,5 milhões de pessoas morreram de doenças diarréicas em 1996. O armazenamento inadequado da água pode propiciar condições de transmissão de doenças ao homem, principalmente associadas a hospedeiros intermediários como caramujos da esquistossomose e ligadas a vetores biológicos como os anofelinos transmissores de parasitos da malária. Outras doenças podem acometer essa população como: viroses, cólera, febre tifóide, disenterias bacilares e amebianas. Além disso, a água não é en-contrada pura na natureza. Ao cair na forma da chuva já incorpora impurezas da atmosfera e no escoa-mento carreia substâncias que alteram ainda mais a sua qualidade. Portanto, antes do consumo a água precisa passar por um processo de adequação das suas características aos padrões de potabilidade. INTRODUÇÃO CONCLUSÃO O homem no processo de civilização tem atuado sobre a paisagem original, modificando-a, alterando os ecossistemas, empobrecendo a parte biótica, animal e vegetal e provocando mudanças nas comunidades naturais. Com o aumento da população e mais recentemente da urbanização, a pressão sobre os ambientes é cada vez maior, pois é premente a obtenção de recursos. Durante séculos a água foi considerada um bem público de quantidade infinita, a disposição do homem por se tratar de um recurso autossustentável pela sua capacidade de autodepuração, mas hoje constatamos que a água é finita e que precisa ser valorizada e economizada para que nós e as gerações futuras não soframos por sua escassez. O principal benefício que a água tratada proporciona à saúde publica é a prevenção das doenças infecciosas intestinais e helmintíases. Essas doenças podem levar a desnutrição e a situações de fragilidade. O indicador que permite avaliar o impacto do sistema de abastecimento de água nessas doenças é a morbidade, por causa do enorme contingente de pacientes que procuram os serviços de saúde, onerando o setor com despesas que poderiam ser evitadas. Esse trabalho propõe relatar um dos principais problemas ambientais que a população da Lagoa Preta vem enfrentando durante anos seguidos, a falta de abastecimento e tratamento de água. Duas conclusões podem ser tiradas da pesquisa feita: a primeira é o pouco investimento da prefeitura em querer minimizar os problemas que a população da Lagoa Preta vem enfrentando, onde foi possível observar que é preferível gastar mais em saúde a investir para diminuir as idas dos mora-dores aos serviços públicos de saúde de Paripiranga, já a segundo, refere-se ao fato de que é possível modificar a atual situação daquele povo, por meio, pois, de campanhas de conscientização, de promoção e prevenção de saúde, investir em abastecimento de água e em uma estação de tratamento da água. Não é preciso que as coisas continuem a ser do jeito como sempre foram. A vida social depende de que cada um abra mão da sua vontade, naquilo em que ela se choca com a vontade coletiva. PALAVRAS-CHAVE: Saneamento básico; água; medidas de prevenção; ação educativa; educa-ção. MÉTODOLOGIA A pesquisa foi realizada em três momentos. Primeiramente foram feitas dez entrevistas aos moradores da Lagoa Preta, buscando dados pessoais, como: nome do morador (es), endereço, idade, quantidade de moradores na residência, doenças que eram acometidos, entre ouros. Numa fase posterior, foi feita a coleta de materiais fotográficos para anexar no trabalho. Logo após foi feito um levantamento dos dados coletados. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após análise dos dados, verificou-se que o principal problema enfrentado pelos moradores residentes no bairro da Lagoa Preta em Paripiranga-Bahia é a falta de abastecimento e de tratamento da água: a população armazena água da chuva e a utiliza sem nenhum tipo de tratamento da água. A ausência de sistemas de abastecimento de água, associado à falta de informação e conscientização 108 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 108-109 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 109 19/07/2014 10:21:43 A OBESIDADE E O FATOR EMOCIONAL COMO UMA DAS CARACTERÍSTICAS DA VIDA MODERNA PALAVRAS-CHAVE: Obesidade, redução de estomago, fatores psíquicos, dieta, comportamento, genética. Renata Dórea Nogueira [email protected] Raquel Bianca Leite César [email protected] Maria Luisa Matos Mota [email protected] INTRODUÇÃO O século XX foi marcado por uma epidemia mundial, denominada obesidade, atingindo indiscriminadamente, independe de sexo, classe socioeconômica, as pessoas que vivem nos dias atuais estão cada vez mais gordas características não muito comuns nos indivíduos dos séculos passados. A Obesidade é uma doença que não tem cura, porém, existem métodos que podem frear os proces-sos metabólicos e driblar o aumento de tamanho nas células adipócitas. Para isso é necessário muita força de vontade, é essencial ter uma dieta balanceada, rica em frutas, legumes, cereais, leguminosos e hortaliças, evitar massas, açúcares, e gorduras. É imprescindível em uma dieta para perda de peso ingerir menos calorias e aumentar o gasto energético e praticar exercícios físicos regularmente. Os resultados da análise foram relacionados com a obra de Valcapelli e Gasparetto, que aborda o Siste-ma Endócrino (incluindo obesidade) e o Sistema Muscular. Este artigo foi realizado através de uma pesquisa descritiva e exploratória. Descritiva, pois busca conhecer as diversas situações que ocorrem na vida social, econômica e demais aspectos do comportamento humano; exploratória devido o pouco conhecimento sobre o problema a ser estudado. O artigo contou com uma amostra realizada através de um individuo do sexo feminino que convivia com a obesidade há mais de cinco anos e que há dois anos realizou a redução de estômago. Os dados coletados foram organizados, analisados, agrupados e transcritos na forma de tema, em três categorias que seguem abaixo. Os dados foram analisados qualitativamente durante todo o transcorrer do trabalho e confrontados com o referencial bibliográfi-co, favorecendo a análise e a observação do tema proposto. Este artigo tem o objetivo de observar a obesidade, a cirurgia Fob-Capella como uns dos tratamentos mais utilizados e os principais fármacos adotados nesse processo e quais os principais fatores que podem desencadear esta doença. Ao final chega-se à conclusão que não apenas distúrbios alimentares, comportamento ou questões genéticas podem condicionar o indivíduo a desenvolver obesidade, mais também fatores psíquicos e emocio-nais. Observa-se também que a redução de estômago é um processo que envolve muita conscienti-zação referente aos novos hábitos alimentares e comportamentais que deverão ser tomados para um bom resultado, pessoas que nunca se exercitarão, que tem compulsão em alimentos calóricos, ricos em gordura e açúcares têm mais dificuldade em mudar seus hábitos, como todo procedimento cirúrgi-co exige cuidados e a paciência e determinação torna – se os maiores aliados nesse processo de perda de peso. 110 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 110-111 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 111 19/07/2014 10:21:43 OS DETERMINATES SOCIAIS E A TUBERCULOSE NO BRASIL Samile Aquino de Matos [email protected] Brasil (2009) relata que o Brasil e outros vinte e um países em desenvolvimento somam 80% dos casos da doença no mundo, deixando clara a importância dos determinantes sociais na evolução da doença, pois nesses países as iniqüidades sociais estão fortemente presentes e apesar dos conhecimentos adquiridos quanto no que tange à compreensão do processo patogênico da tuberculose, assim como o desenvolvimento e uso da BCG para a imunização da população acessível nas unidades bási-cas de saúde em todo o país, que previne os casos graves da doença não foram o suficiente para que esse agravo merecesse menos empenho dos profissionais de saúde. Erika Mayara Nascimento Major [email protected] MÉTODOS RESUMO Demonstra-se a necessidade de se interligar a evolução da patogenia da tuberculose a aspectos sociais comumente encontrados no Brasil o que é correlacionado por se tratar de um país em desenvolvimento abrangendo assim aspectos epidemiológicos e de política pública para melhor com-preensão da situação atual, assim como a descrição das medidas tomadas para prevenção e controle tendo base no trabalho sobre a equidade social princípio do SUS relatado na Lei Orgânica 8.080, tendo como destaque o Programa Nacional de Controle a Tuberculose - PNCT dentro da Estratégia de Saúde da Família. O presente trabalho foi utilizado para montar uma concepção da tuberculose e dos determinantes sociais dentro de literaturas atuais abordando a saúde e os determinantes sociais dentro dos seus conceitos, o conhecimento sobre a população susceptível, juntamente com os aspectos patológi-cos da doença, assim como a manifestação da tuberculose no Brasil e a estratégia da saúde da família e o programa nacional contra a tuberculose. RESULTADOS E DISCUSSÃO INTRODUÇÃO Este trabalho propõe uma ampla reflexão sobre o conceito dos determinantes sociais na saúde voltando-os aos casos de tuberculose no Brasil, podendo assim determinar e entender o porquê da população que é mais susceptível a essa patologia o que nos remete a explicações patologias e fisiológicas que envolvem a evolução do caso de tuberculose. Debate-se também a ligação que o tema tem com a política pública, pois não abrange apenas medidas de saúde, mas também medidas educacionais e de assistência social agindo de forma integrada para mudar a situação em que o Brasil se encontra em relação à prevenção e o controle da Tuberculose. Essa reflexão acontece dentro dos princípios trazidos pela Lei Orgânica da Saúde - 8.080 e da Constituição Federal de 1988 que carac-terizam o atendimento em saúde no Brasil. Explica-se a importância do controle epidemiológico, com as devidas notificações e alimentação dos sistemas de informação para que os dados sejam os mais próximos à realidade, pois eles são à base de todo trabalho em todos os níveis de prevenção sendo eles segundo Laprega in Franco e Passos (2004) prevenção primária quando é feita no período de pré-patogênico sendo dividida em dois níveis de aplicação que compreendem tanto a promoção da saúde quanto a proteção específica, prevenção secundária e terciária no período patogênico sendo que a prevenção secundária abrange os níveis de diagnóstico precoce com tratamento imediato e as medidas de limitação de incapacidade, e a preven-ção terciária abrange as atividades de reabilitação. Nessa questão deve reconhecer a importância da Estratégia de Saúde da Família – a ESF – nesse controle, pois possui grande responsabilidade dentro do Programa Nacional do Controle a Tuberculose – PNCT. 112 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 112-113 FACULDADE AGES O trabalho em questão nos traz o enfoque do trabalho empregado principalmente na ESF que tem um importante papel dentro do Programa Nacional de Controle a Tuberculose. A atuação do Programa Nacional de Controle da Tuberculose compreende estratégias inovadoras que visam ampliar e fortalecer a estratégia com o enfoque na articulação com outros programas governamentais para ampliar o controle da Tuberculose e de outras co-morbidades, como, por exemplo, a AIDS. Além disso, privilegia a descentralização das medidas de controle para a Atenção Básica, ampliando o acesso da população em geral e das populações mais vulneráveis ou sob risco acrescido de contrair a Tuberculose, além da articulação com organizações não governamentais ou da sociedade civil, para fortalecer o controle social e garantir a sustentabilidade das ações de controle. CONCLUSÃO Através das reflexões propostas, entendemos o quão enraizados são os determinantes sociais se encontram no processo patológico que envolve a Tuberculose, e que mudar essa situação requer não apenas do aparato tecnológico que temos atualmente, mas também da mudança nas condições de vida da população que requer medidas que não englobam apenas as políticas de saúde, mas também diversas outras políticas de saúde, como também situações geradoras das iniqüidades, pois como sabemos o Brasil é um país de enormes diferenças na distribuição de renda, e apesar dos esforços e alguns avanços, ainda há muito a melhorar em relação tanto a prevenção quanto ao controle dessa doença. Entretanto, não podemos deixar de falar da importância e organização do Sistema Único de Saúde dentro da sua integralidade de ações principalmente dentro Atenção Primária à Saúde juntaFACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 113 19/07/2014 10:21:43 mente com o controle epidemiológico feito pela Vigilância Epidemiológica e dos Sistemas de Informação e da acessibilidade rápida e fácil pelo DATASUS que ajuda o melhor planejamento e intervenções contribuindo no aumento da qualidade das ações e serviços de saúde. PESSOAS COM DOENÇA DE PARKINSON TÊM MAIOR RISCO PARA APRESENTAR DEPRESSÃO? Josivânia Neri Menezes [email protected] PALAVRAS-CHAVE: determinantes sociais, tuberculose, prevenção de saúde, saúde pública, Pro-grama Nacional Contra a Tuberculose ( PNCT). Juliana de Souza Correia [email protected] Ortencia de Souza Correia [email protected] Maria Eulidênia Oliveira Carvalho [email protected] RESUMO O presente artigo trata de uma pesquisa bibliográfica sobre a relação entre a doença de Parkin-son e a depressão. Discute-se que o aumento progressivo na expectativa de vida implica no aumento da morbidade por doenças crônicas não transmissíveis, que muitas vezes são incapacitantes e que são determinantes da maior parte dos gastos com a saúde, levando a um impacto negativo na qualidade de vida e risco de suicídio. Os pacientes com doença de Parkinson podem apresentar alterações muscu-loesqueléticas como fraqueza e encurtamento muscular e as alterações neurocomportamentais como demência, depressão e tendência ao isolamento e comprometimento cardiorrespiratório. Conclui-se, portanto, que a depressão é a principal variável que influencia negativamente a qualidade de vida dos pacientes parkinsonianos e que a abordagem multidimensional da doença é de grande importância, visando melhoria na sua qualidade de vida. INTRODUÇÃO A doença de Parkinson resulta da depleção de um neurotransmissor chamado dopamina. É um distúrbio extrapiramidal comum, qual se origina no córtex motor e nas áreas circundantes do cerebe-lo. Ele afeta principalmente os gânglios basais e as conexões da substância negra e do corpo estriado. A deficiência de dopamina nessas áreas afetadas altera o equilíbrio entre a dopamina e a acetilcolina; em decorrência disso, são produzidos distúrbios do movimento, uma de suas principais caracterís-ticas. Em geral, a doença de Parkinson começa após os 50 anos de idade e o termo parkinsonismo é usado para descrever o grupo de sintomas similares aos da doença de Parkinson que ocorre devido a várias etiologias (SMITH e TIMBY, 2005) Segundo Brunner e Suddarth, 2008, embora a causa da maioria dos casos de doença de Parkinson não seja conhecida, pesquisas sugerem diversos fatores causais, incluindo genética, aterosclerose, acú-mulo excessivo de radicais livres de oxigênio, infecções viróticas, traumatismos crânio-encefálicos, 114 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 114-115 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 115 19/07/2014 10:21:43 uso crônico de medicações e algumas exposições ambientais. Sendo a doença de Parkinson, a quarta doença neurodegenerativa mais comum e afeta mais freqüentemente homens que mulheres. Doenças clínicas podem contribuir para a patogênese da depressão através de efeitos diretos na função cerebral ou através de efeitos psicológicos ou psicossociais. Tal associação pode ser vista de modo bidirecional: a depressão precipitando doenças crônicas e as doenças crônicas exacerbando sintomas depressivos. Essa complexa relação tem implicações importantes tanto para o manejo das doenças crônicas, quanto para o tratamento da depressão (DUARTE e REGO, 2007). A doença de Parkinson tem um início gradual e os sintomas evoluem lentamente por um curso crôni-co e prolongado. Os sintomas clínicos só aparecem depois de haver perda de 60% dos neurônios pigmentados e de o nível de dopamina do estriado diminuir em 80%, dentre os quais incluem tremor, rigidez, bradicinesia, instabilidade postural, dentre outras manifestações como sudorese excessiva e não controlada, rubor facial paroxístico, hipotensão ortostática, retenção gástrica e urinária, constipação intestinal e disfunção sexual. Além de alterações psiquiátricas que estão com frequências interre-lacionadas e podem se predizer mutuamente. Elas incluem depressão, demência (deterioração mental progressiva), distúrbios do sono e alucinações (BRUNNER e SUDDARTH, 2008) Os pacientes com doença de Parkinson podem apresentar também, alterações músculo-esqueléticas como fraqueza e encurtamento muscular e as alterações neurocomportamentais como demência, depressão e tendência ao isolamento e comprometimento cardiorrespiratório, o que interfere diretamen-te no desempenho funcional e independência destes indivíduos. (GOULART, et al, 2004) De acordo com Paes, 2002, qual enfatiza a importância da comunicação nas relações interpessoais, ela é bem precisa ao dizer que ao cuidar de um paciente num ambiente hospitalar o toque é essencial quando o paciente sente-se sozinho, com dor, quando está morrendo, quando a autoimagem e a autoestima estão baixos, quando está triste, deprimido, com a consciência baixa, no recebimento do mesmo e na sua despedida. Uma vez que somente pela comunicação efetiva é que o profissional poderá ajudar o paciente a conceituar seus problemas, enfrentá-los, visualizar sua participação na experiência e alternativas de solução dos mesmos, além de auxiliá-lo a encontrar novos padrões de comportamento. O aumento progressivo na expectativa de vida implica no aumento da morbidade por doenças crônicas não transmissíveis, que muitas vezes são incapacitantes e que são determinantes da maior parte dos gastos com a saúde nos países desenvolvidos. A depressão na população idosa, por exemplo, é um importante problema de saúde pública em virtude de sua alta prevalência, frequente associação com doenças crônicas, impacto negativo na qualidade de vida e risco de suicídio. (DUARTE e REGO, 2007). Conforme Kübler-Ross, 1996, apud (Rosii e Santos, 2003), a partir de sua prática clínica com pa-cientes terminais, identificou cinco estágios caracterizados por atitudes específicas do paciente diante da morte e do morrer: (1) choque e negação: ocorre quando o paciente toma conhecimento de que está próximo da morte e se recusa a aceitar o diagnóstico; (2) raiva: ocorre quando os pacientes se sentem frustrados, irritados ou com raiva pelo fato de estarem doentes, passando a descarregar esses sentimentos na equipe médica; (3) barganha: ocorre quando o paciente tenta negociar sua cura com a equipe médica, com os amigos e até com forças divinas, em troca de promessas e sacrifícios; (4) depressão: o paciente apresenta sinais típicos da depressão, como desesperança, ideação suicida, retraimento, retardo psicomotor, enquanto reação aos efeitos que a doença opera sobre seu corpo ou como antecipação à possibilidade de perda real da própria vida; (5) aceitação: ocorre quando o pa-ciente percebe que a morte é inevitável e aceita tal experiência como universal. (TORPY et al., 2004). dos indivíduos, afirma que num momento de debilidade, de transição, onde essa pessoa precisa de ajuda para poder voltar rapidamente àquilo que era capaz de fazer sozinha. E que ser profissional, é ser capaz de fazer a avaliação da necessidade do paciente, percebida por ele mesmo, e daquela neces-sidade que, às vezes, ele não percebeu, mas que um bom profissional e técnico é capaz de entender. A depressão é uma síndrome psiquiátrica altamente prevalente na população em geral; estima-se que acometa 3-5% desta. Já em populações clínicas a incidência é ainda maior, uma vez que a depressão é encontrada em 5-10% dos pacientes ambulatoriais e 9-16% de internados, Katon, 2003. Apesar desta alta prevalência em populações clínicas, a depressão ainda é subdiagnosticada e, quando correta-mente diagnosticada, é muitas vezes tratada de forma inadequada, com subdoses de medicamentos e manutenção de sintomas residuais, que comprometem a evolução clínica dos pacientes. Apenas 35% dos pacientes são diagnosticados e tratados adequadamente (HIRCHFELD et al., 1997). A depressão ocorre em aproximadamente 40% dos pacientes com Doença de Parkinson, com uma incidência de 1,86% ao ano e um risco cumulativo de 8,6% ao longo da vida. Porém, há variação na literatura entre 4-70%, incluindo pacientes com depressão maior, depressão menor e distimia. Esta variação ocorre devido aos diferentes critérios, diagnósticos e metodologias utilizadas. (SILBERMAN, et al., 2004). Demência e depressão são as duas grandes síndromes que podem agravar e trazer conseqüências problemáticas na evolução do processo da doença de Parkinson. Elas têm influência sobre a qualidade de vida, aumentam os custos diretos e indiretos do tratamento e sobrecarregam ainda mais o cuidador. (Silberman, et al., 2004). E de acordo com Paes, 2004, nos grandes sofrimentos, como a morte ou uma doença aguda ou uma perda muito querida, ninguém quer saber de fórmulas prescrições ou conselhos. O alívio e o conforto maiores vêm da presença amorosa de outro ser humano. Num estudo cujo objetivo foi investigar a associação entre doenças crônicas e depressão em idosos de um ambulatório de referência, em Salvador, Bahia, onde, mais especificamente, o trabalho buscou avaliar a prevalência de depressão e de doenças crônicas em idosos, foi observado que a doença de Parkinson foi a patologia que mais se associou com a depressão. (DUARTE e REGO, 2007) Grande parte dos transtornos neurológicos que possuem algum acometimento do sistema nervoso central freqüentemente apresenta depressão, tanto pelas alterações neurofisiológicas diretamente implicadas na gênese biológica da depressão, como pelas conseqüências adversas para as capacidades de adaptação psicossocial que as doenças infligem nestes indivíduos. (TENG e DEMETRIO, 2005). Aproximadamente 75% dos pacientes com doença de Parkinson apresentam distúrbios do sono. Isso pode estar relacionado à depressão, à demência ou a medicações. Alucinações auditivas e visuais foram relatadas em aproximadamente 37% das pessoas portadoras de doença de Parkinson e podem também estarem associadas à depressão, demência, privação de sono ou a efeitos adversos de medicações. (BRUNNER e SUDDARTH, 2008) Na Doença de Parkinson sintomas como bradicinesia, fadiga, dificuldade de concentração, alterações do sono e diminuição da libido podem estar presentes, sem que o paciente esteja deprimido. Eventualmente o paciente pode descontinuar atividades sociais em virtude de discinesias incapacitantes ou mesmo desconforto com sua aparência que pode mimetizar a de um paciente deprimido (bradici-nesia e diminuição da expressão facial). Neurologistas custam a reconhecer depressão na vigência de Doença de Parkinson. A depressão aumenta o risco de declínio cognitivo ou demência na Doença de Parkinson. Assim, reconhecer depressão o mais precocemente possível e tratá-la pode ser importante para alteração do curso clínico da doença. (Silberman, Laks, Rodrigues e Engelhardt, 2004) Segundo Paes, 2002, qual enfoca a necessidade do profissional de saúde levar em conta a fragilidade 116 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 116-117 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 117 19/07/2014 10:21:43 A doença de Parkinson pode apresentar comorbidade com depressão em até 50% dos pacientes acometidos, o que pode ser explicado pela reação psicológica à incapacitação gerada pela doença ou pela neurodegeneração de áreas cerebrais comuns às duas patologias, principalmente no circuito gânglios da base-talamocórtex pré-frontal e frontal, com conseqüente redução da atividade serotoninérgica, dopaminérgica e noradrenérgica (MCDONALD et al., 2003). Grande parte dos transtornos neurológicos que possuem algum acometimento do sistema nervoso central freqüentemente apresenta depressão, tanto pelas alterações neurofisiológicas diretamente im-plicadas na gênese biológica da depressão, como pelas conseqüências adversas para as capacidades de adaptação psicossocial que as doenças infligem nestes indivíduos. (TENG e DEMETRIO, 2005) Pessoas com DP apresentam desordens motoras e emocionais que podem gerar incapacidades consideráveis em todas as fases da doença. Reduções da velocidade para realizar movimentos e baixa aptidão física estão presentes em indivíduos com DP em fases inicial e moderada da doença e não apenas na fase avançada. Estas alterações interferem nas habilidades funcionais diárias desses indivíduos e é possível que uma intervenção fisioterapêutica específica seja capaz de melhorar tais habilidades. (GOULART, et al., 2004) Pode-se afirmar que a interação entre depressão e DP é complexa e bidirecional, ou seja: depressão é um fator de risco para DP, assim como DP é um fator de risco para depressão. É possível se traçar um perfil mais homogêneo do paciente deprimido com DP que evolui com transtorno cognitivo. A depressão é uma doença, e não uma manifestação do envelhecimento fisiológico; portanto, necessita ser diagnosticada e tratada. (Silberman, Laks, Rodrigues e Engelhardt, 2004). É de grande relevância que todos os pacientes diagnosticados com Doença de Parkinson procurem a geriatria, possível especialidade clínica que mais se preocupa com a investigação da sintomatologia depressiva. Na prática, o idoso, que na maioria das vezes é portador de múltiplas patologias crônicas, termina sendo avaliado por diversos especialistas, e estes, focados no seu alvo de abordagem, perdem a visão integral do indivíduo, deixando de diagnosticar e tratar doenças que interagem entre si, com efeitos deletérios sobre a saúde e a qualidade de vida dos seus pacientes (Duarte e Rego, 2007) Faz necessário ressaltar que é fundamental o correto tratamento da patologia clínica de base, uma vez que a depressão e as doenças clínicas quase sempre se retroalimentam, interagindo para criar uma situação deteriorante. Pois, tem-se discutido amplamente que a depressão é a principal variável que influencia negativamente na qualidade de vida dos pacientes parkinsonianos. (SILBERMAN, at al., 2004). Conclui-se, portanto, que a abordagem multidimensional do idoso é de grande importância, considerando que a comorbidade nessa população é mais a regra do que a exceção, e que a associação entre depressão e doença clínica poderá oferecer dificuldades tanto no diagnóstico, como no manejo de ambas. Possivelmente, poderiam ser atenuadas ou revertidas através da prática de atividade física regular, ao aumento da habilidade funcional e à maior independência. Sendo assim, os programas de atividades físicas regulares para adultos e idosos é de fundamental importância para que possa minimizar as consequências da inatividade, favorecendo uma melhor percepção do indivíduo portador de Doença de Parkinson, associada à depressão, visando melhoria na sua qualidade de vida. REFERÊNCIAS KÜBLER-ROSS, Elizabeth. Sobre a Morte e o Morrer: o que os doentes terminais têm para ensinar a médicos, enfermeiras, religiosos e a seus próprios parentes. Tradução Paulo Menezes, 9º edição. São Paulo, Editora Martins Fontes, 2008. SILVA, M. J. P. da. Comunicação tem Remédio – A Comunicação nas relações interpessoais em saú-de. Edições Loyola, São Paulo, 7ª. ed. 2010. SILVA, Maria Julia Paes da, O Amor é o Caminho. 5ª edição. São Paulo Edições Loyola, 2002. Duarte M B, e Rego M A V. Comorbidade entre depressão e doenças clínicas em um ambulatório de geriatria. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, mar, 2007. Goulart F, Santos C C, Teixeira-Salmela L F e Cardoso F. Análise do desempenho funcional em pacientes portadores de doença de Parkinson. Departamento de Fisioterapia e Ambulatório de Movi-mentos Anormais/Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil, 2004. Melo L M, Barbosa E R e Caramelli P. Declínio cognitivo e demência associados à doença de Parkin-son: características clínicas e tratamento. Rev. Psiq. Clín 34(4); 176-183, 2007. Teng C T, Humes E C e Demetrio F N. Depressão e comorbidades clínicas. Rev. Psiq. Clín. 32 (3); 149-159, 2005. Silberman C D, Laks J, Rodrigues C S e Engelhardt E. Uma revisão sobre depressão como fator de risco na Doença de Parkinson e seu impacto na cognição. R. Psiquiatr. RS, 26’(1): 52-60, jan./abr. 2004 Brunner e Suddarth. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica: o paciente com Doença de Parkinson – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, vol. 4, 2009. Timby B K e Smith N E. Enfermagem Médico-Cirúrgica; [tradução Marcos Ikeda]. – 8. ed. rev. e ampl. – Barueri, SP: Manole, 2005. PALAVRAS-CHAVE: Relação, doença de Parkinson, depressão. 118 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 118-119 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 119 19/07/2014 10:21:43 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UMA PACIENTE SUBMETIDA À RECONSTITUIÇÃO DE MAMA DIREITA COM TRAM- RELATO DE CASO diagnósticos de enfermagem, foi utilizado, como fonte, as características definidoras e os fatores rela-cionados pela taxonomia II NANDA, tendo ainda como embasamento teórico outras obras citadas no contexto do caso. Dessa maneira podem-se identificar as propostas das intervenções de Enfermagem e a implementação das mesmas nos cuidados integral. Rosana de Souza Santana [email protected] RESULTADOS E DISCUSSÃO Sandra Regina Santana Silva [email protected] Raquel Cardoso Gouveia [email protected] José Lenildo Gonçalves Pereira [email protected] INTRODUÇÃO O presente estudo é realizado com base em uma paciente acometida pelo Câncer de Mama no seio direito. De acordo com o diagnóstico da paciente pretende-se elaborar um plano assistencial baseado na promoção, manutenção e recuperação da saúde da mesma, levando em consideração suas individualidades, a partir da Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória torna-se possível fazer uma avaliação continua da assistência ao paciente, utilizando para isso seus conhecimentos e habilidades, além de orientação da equipe de enfermagem para a implementação das ações sistematizadas. Diante do apresentado percebe-se que o planejamento dos cuidados de enfermagem fazse necessário a prática da assistência de enfermagem. Então, o presente trabalho se justifica pela grande relevância social, na medida em que fornece território impar para a construção do conhecimen-to científico aliado à prática clinica do profissional enfermeiro. Neste sentido, a SAEP como processo planejado, sistemático e contínuo contribui para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação do individuo, família e comunidade, trazendo melhor atuação do profissional, maior reconhecimento e qualidade das suas ações. Assim o presente estudo objetivou aplicar a Sistematização da Assistência de Enfermagem perioperatória visando à promoção, manutenção e recuperação da saúde da paciente. MÉTODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, de campo, com uma abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, realizado a partir de práticas educativas a uma paciente no Hospital Geral Santa Tereza em Ribeira do Pombal/BA, pelos acadêmicos do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade AGES, no mês de maio de 2012. Tal documento visou atender os princípios éticos que norteiam as pesquisas envolvendo os seres humanos. A realização do estudo de caso teve início na visita pré-operatória onde foi realizada avaliação dos dados obtidos durante a entrevista com a paciente, consulta a ficha pré-operatória de enfermagem e prontuário. A coleta de dados foi realizada após a aprovação da paciente pelo TCLE (Termo de Concedimento Livre e Esclarecido). Para determinar os 120 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 120-121 FACULDADE AGES Os diagnósticos de enfermagem identificados foram: Risco de infecção, Integridade da pele prejudicada, Ansiedade, Dor aguda, Náusea, Conhecimento deficiente, Estilo de vida sedentário entre outros. Desde 1985 são utilizadas técnicas cirúrgicas que minimizam o dano estético e visam o aperfeiçoamento da cirurgia reparadora da mama. Além disso, o tratamento para o câncer de mama foi complementado com várias formas de terapias sistêmicas, de acordo com a idade da paciente e o estágio da doença; todos procurando tornar o tratamento mais humano e efetivo. O método utilizado na cirurgia em estudo foi com tecidos do próprio corpo da paciente, do retalho do músculo reto abdominal (TRAM), segundo TIMBY & SMITH é um procedimento cirúrgico no qual a área de uma mastectomia é remodelada para simular o contorno de uma mama e, opcionalmente, criar um mamilo e uma aréola. A reconstrução pode ser iniciada no momento da mastectomia se pele suficiente for poupada, ou pode ser realizada mais tarde. A paciente ficou satisfeita com os resulta obtidos com a cirurgia, sendo a assistência de enfermagem fornecida de forma sistematizada. CONCLUSÃO Na realização do presente trabalho pode-se perceber a tamanha importância que a Assistência de enfermagem se faz no decorrer do tratamento do paciente, e também se pode comprovar que, por meio da assistência de enfermagem embasada na SAEP, a possibilidade de identificar as dificuldades dos profissionais de saúde no cuidado do paciente tornando-se notório a importância de se operacio-nalizar o processo de enfermagem tomando como referência um modelo assistencial, pois facilita a identificação de diagnósticos de enfermagem, bem como o desenvolvimento de sua prática.Dessa forma considera-se o estudo de caso sobre a mamoplastia na situação (reconstrução parcial), com significância de melhorar auto-imagem, diminuir a insatisfação relacionada com tamanho, forma e aparência mamária. Salientando que a mamoplastia não é só aumento, mas a reparação, sendo esta uma das cirurgias mais realizada, oferecida pelo SUS. Ao que pudemos presenciar, sobre a Sistemati-zação da Assistência de Enfermagem (SAE) é de grande relevância e importância no hospital para um bom prognóstico. Percebemos, na prática, que a melhor assistência é a individualizada e humanizada, onde o usuário é um ser único e plural, multidimensional, nas suas necessidades básicas, para tanto devemos como futuros enfermeiros estar assistindo o cliente como um ser único, respeitando as suas necessidades biopsicosocioespirutual. PALAVRAS-CHAVE: Cuidado; Assistência; Diagnósticos; Intervenções de Enfermagem. FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 121 19/07/2014 10:21:43 BIOLOGIA REPRODUTIVA DAS SERPENTES DA CAATINGA DE SERGIPE al., 2008; Fitch, 1985). Neste caso, todas as informações que puderem ser obtidas serão muito bem-vindas para compor um cenário, cujos elementos possam expressar algumas dimensões do nicho reprodutivo de uma taxocenose, objetivo deste estudo, que é abordado sob três dimensões: morfologia das gônadas e discussão sobre os modos e ciclos reprodutivos. Geziana Silva Siqueira Nunes [email protected] Adauto de Souza Ribeiro [email protected] Juliana de Carvalho Cordeiro [email protected] Jusivânia Silva dos Santos Cruz [email protected] RESUMO O conhecimento a respeito da biologia reprodutiva é importante para uma melhor compreensão sobre alguns aspectos do nicho reprodutivo de uma taxocenose estudada. O presente estudo tem como objetivo descrever alguns aspectos morfológicos das gônadas e os ciclos reprodutivos das serpentes de seis municípios no contato da caatinga do estado de Sergipe. Foram examinados no labo-ratório 119 exemplares de serpentes representando 34 espécies. A reprodução das espécies na taxoce-nose estudada pode ser sazonal. Esta conclusão, é baseada no fato de apenas uma parte das serpentes fêmeas (35%) estarem em fase reprodutiva, com folículos vitelogênicos. Com relação à sincronia reprodutiva dentro da espécie, os dados sugerem que algumas espécies podem não ser sincrônicas, porque houve a presença de fêmeas reprodutivas e não reprodutivas num mesmo período. Na caatinga estudada não houve diferença significante entre as serpentes fêmeas e os machos reprodutivos cole-tados durante os dois anos de estudo, sugerindo que ambos os sexos estão reprodutivos nas mesmas épocas. INTRODUÇÃO A biologia reprodutiva de serpentes é uma dimensão ecológica fundamental para conhecermos e interpretarmos o nicho reprodutivo das espécies de serpentes na comunidade onde estão inseridas (Pianka, 2000). Serpentes são animais difíceis de serem estudados sob este aspecto. Encontrar cobras no campo é obra do acaso e este fator constitui uma séria limitação, porque para estudos desta natureza são necessárias amostras periódicas regulares (Seigel & Ford, 1987; Vanzolini, 1986). Uma alternativa que dá bons resultados é estudar aspectos reprodutivos de uma ou duas espécies através de exemplares preservados em coleções, o que possibilita análises de séries que cobrem vários anos (Marques, 1996; Alves et al., 2005; Prudente et al., 2007). Outra é fazer inferências sobre os aspectos reprodutivos através da literatura. Para estudos de comunidades de serpentes feitos em curto espaço de tempo, as coletas embora intensivas, não são robustas ao ponto de cobrir todos os períodos do ano para todas as espécies (Sawaya et 122 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 122-123 FACULDADE AGES MATERIAL E MÉTODOS Área de estudo: Os dados foram obtidos na região da caatinga do estado de Sergipe, nas seguintes localidades: Itabaiana, Lagarto, Pedra Mole, Poço Verde, Simão Dias e Tobias Barreto. Material e Métodos: Foram examinados no laboratório 119 exemplares de serpentes representando 34 espécies. Com um bisturi era feito um corte na região ventral, desde a área cloacal até o final da região onde se localizava o aparelho reprodutor. Os cortes variavam de tamanho a depender da espécie e porte do indivíduo e as camadas do revestimento corporal eram rebatidas com auxílio de espátulas e pinças, para que as gônadas pudessem ser visualizadas, medidas com uso de paquímetro digital, analisadas em sua morfologia e fotografadas. Os espécimes foram coletados entre 2008-2009, licença de coleta 21198-1 SISBIO. Os espécimes foram obtidos através de busca ativa (Crump & Scott, 1994) e também coletados por moradores da região. Após análises, o material foi devidamente etiquetado, fixado em formalina 10% e conservado em álcool 70%. Os exemplares encontram-se tombados no Instituto Butantan e na Coleção Herpetológica da Universidade Federal de Sergipe CHUFS. RESULTADOS E DISCUSSÃO Morfologia das gônadas O sistema reprodutor das serpentes fêmeas é formado por dois ovários e dois ovidutos, dispostos assimetricamente. Nos indivíduos reprodutivos os ovidutos são convolutos, esbranquiçados e elásticos (Gomes & Puorto, 1993). Foram observadas algumas diferenças nos folículos vitelogênicos das serpentes da caatin-ga. Em Boiruna sertaneja os folículos têm forma elipsóide, são deprimidos nas extremidades; em Chironius os folículos têm forma elipsóide, as extremidades são arredondadas. É possível que estas variações morfológicas estejam relacionadas ao número e tamanho dos embriões e o espaço no corpo da mãe para alojá-los. Em Boiruna foram encontrados onze folículos vitelogênicos, em Chironius o exemplar tinha cinco folículos vitelogênicos. Os tamanhos dos folículos vitelogênicos maiores va-riam entre as espécies. Por exemplo, Boiruna sertaneja apresentou folículos com 53mm, Chironius flavolineatus 33mm, Leptodeira annulata 15mm, Leptophis ahaetulla 24mm, Oxyrhopus trigeminus 26mm, Philodryas nattereri 20mm e Philodryas patagoniensis 38mm. Nos machos reprodutivos os testículos são mais volumosos, convolutos, cujo tamanho depende da espécie. Por exemplo, num exemplar de Chironius adulto pode chegar até 20 mm, já num exemplar adulto de Leptotyphlops o testículo não ultrapassa 4 mm. Na fase reprodutiva os epidídimos estão hipertrofiados, convolutos, de cor esbranquiçada, cujo tamanho depende da espécie; ligam-se das adrenais até o início dos ductos deferentes. FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 123 19/07/2014 10:21:44 O hemipênis tem a função de se fixar na cloaca das fêmeas durante a cópula, geralmente só um lado é introduzido (Mossmann, 2001). Na caatinga, os hemipênis de Chironius são bifurcados, com espículas cutâneas distribuídas por todo o órgão, já os hemipênis de Crotalus são estruturas pares tubulares, profundamente bifurcadas, com as espículas cutâneas mais concentradas na base, as extremidades são lisas. Misc Publ. 76:1–76, 1985. GOMES, N & PUORTO, G. Atlas anatômico de Bothrops jararaca Wied, 1824 (Serpentes: Viperidae). Memórias do Instituto Butantan, v.55 (supl.1), 1993, p. 69-100, LICHT, P. Reptiles. In: LAMMING, G. E. ed. Marshalls physiology of reproduction. Edenbur-gh, Churchill Livingston, v.1, 1984, p.206-282. MOSMANN, M. N. Guia das principais serpentes do mundo. Ed. Ulbra, Canoas, 2001, 390 p. Modos e ciclos reprodutivos Pragmaticamente podemos categorizar os tipos de reprodução das serpentes em partenogêne-se, ovíparas e vivíparas (Pizzato et al., 2006). Em relação às serpentes da caatinga sergipana, temos classificadas como ovíparas, maioria das serpentes das famílias Leptotyphlopidae, Typhlopidae, Dipsadidae e Colubridae. E como vivíparas, serpentes das famílias Boidae e Viperidae. As amostragens realizadas na presente pesquisa foram irregulares e o número de exemplares coletado por espécie também foi baixo, como era esperado em estudos sobre comunidades de serpen-tes. Entretanto algumas inferências podem ser feitas. Na caatinga estudada não houve diferença signi-ficante entre as fêmeas e os machos reprodutivos coletados durante os dois anos de estudo, sugerindo que ambos os sexos estão reprodutivos nas mesmas épocas (Q Cochran = 0.0667, g.l. = 1, p>0.05). PIANKA, E. R. Evolutionary Ecology. Benjamim-Cummings, New York, 6a. ed. 2000. PIZZATO, L.; ALMEIDA-SANTOS, S. M. & MARQUES, O. A. V. Biologia reprodutiva de serpentes brasileiras. In: Herpetologia no Brasil. Sociedade Brasileira de Herpetologia, Belo Hori-zonte, Brasil, vol. 2., 2006, p. 201-221. PRUDENTE, A. L.; MASCHIO, G. F.; YAMASHINA, C.E. & SANTOS-COSTA, M.C. Morphology, reproductive biology and diet of Dendrophidion dendrophis (Schlegel, 1837) (Serpentes, Colubridae) in Brazilian Amazon. South American Journal of Herpetology 2 (1): 53-58, 2007. SAWAYA, R. J.; MARQUES, O. A. V. & MARTINS, M. Composição e história natural das serpentes de Cerrado de Itirapina, São Paulo, Sudeste do Brasil. Biota Neotropica. Campinas, v. 8, n. 2. 2008, p. 129-151. SEIGEL, R. A & FORD, N. B. Reproductive ecology. In: Seigel, R. A., J. T. Collins & S. S. Novak (eds.) Snakes: ecology and evolutionary biology. New York: McGraw-Hill, 1987, p. 210-252. CONCLUSÃO A reprodução das espécies na taxocenose estudada pode ser sazonal. Esta conclusão é baseada no fato de apenas uma parte das serpentes fêmeas (35%) estarem em fase reprodutiva, com folículos vitelogênicos. Com relação à sincronia reprodutiva dentro da espécie, os dados sugerem que algumas espécies podem não ser sincrônicas, porque houve a presença de fêmeas reprodutivas e não reprodu-tivas num mesmo período. VANZOLINI, P. E. Paleoclimas e especiação em animais da América do Sul Tropical. Publi-cação Avulsa da Associação Brasileira de Estudos do Quaternário, 1:1-35, 1986. No tocante aos indivíduos machos, é possível que estes estejam produzindo espermatozoides o ano todo, como ocorre com espécies de serpentes das demais regiões. Entretanto, esta hipótese só poderá ser verificada através de dados histológicos das gônadas, desde que tenhamos uma boa série por período, o que, como dito, não é tarefa fácil. PALAVRAS-CHAVE: Gônadas; Reprodução; Serpentes; Caatinga; Sergipe. REFERÊNCIAS ALVES, F. Q.; ARGÔRLO, A. J. S. & JIM, J. Biologia reprodutiva de Dipsas neivai Amaral e D.catesby (Sentzen) (Serpentes, Colubridae) no sudeste da Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Zoo-logia, v.22: 573-579, 2005. CRUMP, M. A. & SCOTT JR., N. J. Visual Encounter Surveys. In: Heyer, W. R., M. A. Donnelly, R. W. McDiarmid, L. C. Hayek and M. S. Foster (Eds). 1994. Measuring and monitoring biological diversity: standard methods for amphibians. Smithsonian Institution Press, Washington. 1994, p. 84-92. FITCH, H. S. Variation in clutch and litter size in new world reptiles. Univ Kans Mus Nat Hist 124 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 124-125 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 125 19/07/2014 10:21:44 A OBESIDADE NA ADOLESCÊNCIA: MODO DE VIDA E CONSEQUÊNCIAS Erika Mayara Nascimento Major [email protected] Samile Aquino de Matos [email protected] RESUMO A obesidade na adolescência alcança índices preocupantes em todo o mundo, em especial no Brasil. Este problema é decorrente de questões relacionadas ao modo de vida. Neste artigo, dá-se ênfase ao processo da obesidade em adolescentes. Dentre os múltiplos fatores sociais e metabólicos relacionados ao ganho de peso, observam-se as patologias decorrentes deste processo e a necessidade de melhorias no sistema de saúde. Estudo desta natureza é de total relevância, visto que se percebe um aumento gradativo de obesos nas sociedades. MÉTODOS Trata-se de um estudo descritivo, que é considerado uma pesquisa qualitativa, segundo Richardson (1999) a pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentados pelo entrevistado. Esta é de grande relevância e aprendizagem, visto que, a partir da revisão bibliográfica, ter-se-á um retrato de uma vida real. Ao se colocar na posição de pesquisador desse estudo de caso, tenta-se analisar e com-preender cada detalhe que se faz importante para entender a história e o desenvolvimento do caso. Foi desenvolvida a coleta de dados através de um questionário. Conforme Richardson (1999), a informação obtida por meio de um questionário permite observar características de um indivíduo. Tendo a realização de uma entrevista, esta se destaca na forma não estruturada por visar compreender informações detalhadas, que busca descrever como e por que algo ocorre, fazendo análise das res-postas e do comportamento. Os dados adquiridos foram coletados na residência própria da Indivídua pesquisada, oferecendo a esta um ambiente conhecido, para que esta pudesse deixar transparecer seus sentimentos e emoções. No processo de coleta de dados foram dados os seguintes passos para obten-ção das informações necessárias: entrevista não estruturada com levantamentos de dados, associação de informações e emoções para uma análise completa do caso e relação dos dados obtidos com a revisão bibliográfica. RESULTADOS E DISCUSSÃO O corpo humano é uma máquina construída por movimento e, o organismo humano se aprimora com o andar, a falta de movimentação contraria as características da nossa espécie (VARELLA, 2006). Pessoas sedentárias teriam dificuldade de sobrevivência num mundo sem automóvel e supermercado na esquina. Antes do surgimento da agricultura, nossos antepassados eram forçados a consumir vastas quantidades de calorias para poder sobreviver aos grandes intervalos sem nenhuma alimentação, sen-do assim nosso cérebro herdou o desprezo por alimentos pouco calóricos e a predileção obstinada por carne gorda, frituras e doces, por oferecer um alto conteúdo energético, gerando na vida do homem atual uma luta permanente contra a balança. A análise do estudo de caso focou-se numa adolescente de 13 anos, com 1,60 de altura e peso de 85 quilos, tendo um índice de massa corporal de 33,20 caracterizando assim a presença da obesi-dade. Seus hábitos alimentares desde a infância são marcados por alimentos ricos em calorias: carnes gordas, tortas, salgados diversos, bolos, doces e muita comida industrializada. JMNO declara “eu como todos os tipos de alimentos, mas não me contento com pequenas quantidades, e adoro comer doces e salgados e são estes que eu sempre quero mais e mais”. Desde a infância ela apresentava um peso acima do necessário algo que com o tempo só piorou, diante dos seus hábitos alimentares e da não realização de atividades físicas e nenhum acompanhamento medico para tentar uma resolução do problema. Esta ainda é muito jovem, mas diz não se incomodar muito com as gozações e apelidos que recebe mais para valcapelli & Gaspareto (2004) aceitar o próprio corpo não significa acomodar-se na condição que esta. Assim, ela não é uma pessoa mal resolvida e leva sua vida numa boa. E é tão sossegada que nem se preocupa com os problemas de saúde que pode ter, sendo que as consequên-cias da obesidade já começaram a aparecer, ela tem hipercolesterolemia não fazendo nenhum tipo de acompanhamento, sem uso de medicamentos e realização de dietas, ou seja, nada é feito para promo-ver o controle da doença sendo que com o tempo pode desencadear efeitos mais graves decorrentes da patologia apresentada, uma das principais conseqüências do colesterol alto é a aterosclerose, que é o acumulo de gordura nas veias e artérias e pode desencadear o infarto do miocárdio, quando esta gordura tapa a veia ou artéria por inteiro, causando também hipertensão que é o aumento da pressão sanguínea, e até um acidente vascular encefálico. Todo esse problema mal controlado futuramente pode desencadear a morte decorrente das complicações da patologia do colesterol sem controle ou acompanhamento médico. Esta é uma das grandes falhas do sistema de saúde, que é a falta de conscientização da população acerca do que uma doença mal cuidada ou sem tratamento pode levar à morte. 126 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA FACULDADE AGES INTRODUÇÃO O presente artigo aborda a questão da obesidade na adolescência, relacionando-a com o modo de vida e suas consequências. Para atingir este objetivo tivemos que vasculhar obras recentes que versam sobre o tema, a fim de auxiliar na leitura e interpretação de dados colhidos junto a uma pessoa portadora deste mal. Estudos desta natureza são importantes, especialmente num momento em que muitos países e, em especial o Brasil começam a despertar para o número de pessoas com sobrepeso ou em situação de obesidade mórbida. O objetivo é relatar o testemunho de como um obeso se vê, se sente e pensa dentro da sociedade. Tem-se o esforço de compreender este fenômeno através das contribuições sociológicas, das reações metabólicas e do processo saúde/doença. Leituras que nos permitem observar diferentes aspectos deste processo. ANAIS.indd 126-127 FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 127 19/07/2014 10:21:44 CONCLUSÃO A obesidade na adolescência e, como geral nas sociedades modernas, é uma consequência do modelo de vida culturalmente definido pela tecnologia na qual se valoriza o uso de equipamentos que promovem a facilitação da vida e traz a influência de consumo para uma vasta quantidade de alimen-tos ricos em lipídeos e carboidratos, como sendo a melhor maneira ideal de se alimentar. A obesidade origina diversas complicações, pois acarreta o aparecimento de varias patologias, e dentre estas estão os problemas psicológicos por não se aceitarem como realmente são. Mas observou-se, diante do estudo de caso, que existem obesos que são realmente felizes como são e não tem problemas com o que os outros pensam ao seu respeito, como é o caso de JMNO. Enfim, pode-se dizer que a obesidade é um problema de saúde pública, que traz a necessidade de tratamentos e acompanhamentos para os que a apresentam, e de conscientização para toda a sociedade, na tentava de promover saúde in-centivando e demostrando que em geral a obesidade necessita de escolhas individuais humanas, que devem pregar a busca pela qualidade de vida. A IMPORTÂNCIA DE UMA DIETA BALANCEADA EM PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS Alexsandro Araujo França [email protected] Welde Natan Borges de Santana [email protected] Maria Eulidênia Oliveira Carvalho [email protected] Érica Pereira de Jesus [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Obesidade, Sedentarismo, Qualidade de Vida, Saúde e Sociedade. INTRODUÇÃO O presente artigo irá discorrer sobre a importância de uma dieta balanceada em pessoas com Diabetes Mellitus, destacarei ainda na avaliação cotidiana destes pacientes suas aflições e angústias devido a pressão de não poder vivenciar desejos e aventuras como gostaria em detrimento das debilidades apontadas como opressoras tanto nos aspectos psicológicos, como físicos e emocionais. Assim como a mudança de hábitos alimentares e de estilo de vida, devendo, esta, ser regrada e baseada numa alimentação saudável e balanceada, dependendo unicamente da força de vontade própria para aceitar a nova realidade. Irei destacar ainda a questão das biomoléculas envolvidas em sua dieta alimentar, bem como as consequências de uma dieta inadequada para um paciente com diabetes. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, 2002 “O Diabetes Mellitus é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da mesma de exercer adequa-damente seus efeitos, resultando em resistência insulínica”. Demonstrando que a cronicidade desta doença está associada não somente a fatores genéticos, mas também ao estilo de vida que o indivíduo leva; a diabetes influência nas perspectivas de vida de cada pessoa de maneira diferente, visto que, uma vez adquirida ou descoberta ela desencadeia um montante de reações em decorrência do modelo e as regras que lhes são proferidas. MÉTODOS A metodologia adotada no presente estudo compõe-se de pesquisas bibliográficas realizadas e fundamentadas por autores conceituados. A pesquisa bibliográfica foi desenvolvida, utilizando os autores que discorrem sobre o tema em estudo e análises dos materiais escritos, principalmente livros, sites de pesquisa científica (Birene, Scielo). Os dados qualitativos são referentes a estudo de caso que abordaram sentimentos frente à situação do paciente, seu estilo de vida e doenças apresentadas. 128 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 128-129 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 129 19/07/2014 10:21:44 O CUIDADO AOS PORTADORES DE ALZHEIMER RESULTADOS E DISCUSSÃO Podemos notar que no caso de Lara, durante a visita domiciliar pode-se observar a insegu-rança, falta de higiene e condições mínimas de saúde, estes são fatores que contribuem de maneira negativa em sua saúde, principalmente por ela ser diabética e ter sido diagnosticada também com hanseníase multibacilar, que uma de suas características está circunscrita às lesões de pele e perda da sensibilidade local. Então, com a perda de sensibilidade as pessoas que tem hanseníase se ferem com facilidade e isso é muito perigoso principalmente para diabéticos, porque eles têm difícil cicatrização, e se for aos membros inferiores é um risco maior ainda devido à circulação de sangue nos seus mem-bros inferiores não ser tão boa, por meio das altas taxas de glicose circulante que acabam se ligando às proteínas, entre elas, as que participam da coagulação. Isso cria um estado de formação de coágulos e trombos no organismo, entupindo os vasos capilares, diminuindo ainda mais o fluxo sanguíneo, aju-dando na isquemia local. Fica, portanto, mais difícil para o corpo lutar contra as infecções e curar-se por si só. Como resultado, qualquer infecção e ferimentos no pé podem tornar-se sério e gragenar. Kátia Andrade Carvalho [email protected] Kátia Aves Terriaga [email protected] Kecya Santana Brito da Silva [email protected] Daiane Miranda dos Santos [email protected] CONCLUSÃO Para que Lara consiga melhorar de suas lesões, é necessário que ela tenha um acompanhamen-to para controlar seu diabetes, hipertensão e a hanseníase, além de uma dieta balanceada indicada por um nutrólogo ou nutricionista. No caso do profissional enfermeiro, ele poderá recomendar a ingestão de alimentos ricos em fibras e com pouca glicose para tentar controlar seu diabetes, além de frutas, legumes, cereais, grãos, etc. A perda de peso e o aumento da atividade física também são indicados, pois melhoram o controle glicêmico através da diminuição da resistência à insulina; então seguir um plano dietético adequado pode representar toda a diferença para uma pessoa que esteja lutando para manter sua glicemia e o seu peso sob controle. O enfermeiro também deverá orientar sobre a importância de se fazer os curativos das lesões regularmente para evitar infecções, bem como a necrose dos tecidos que poderá levar a amputação do membro. Então, é de fundamental importância conscientizar a paciente de todos os riscos que ela corre se não tratar sua diabetes adequadamente, e alertar que como ela tem alguns agravantes como a hipertensão e a hanseníase. Faz-se necessário ter cuidados redobrados com suas lesões e seguir o tratamento da hanseníase corretamente para evitar futuras complicações. INTRODUÇÃO Trata-se de um trabalho do tipo relato de caso, que tem como objetivo analisar a temática sobre a história de vida de um portador de Alzheimer sobre relatos do familiar cuidador, relacionan-do com a obra “O cuidado na Saúde”, bem como elencar os possíveis diagnósticos e intervenções ao paciente enfocando a importância do cuidado aos pacientes acometido por uma enfermidade que leva a involução afetiva intelectual e física. Considera-se que Alzheimer é uma doença que gera uma grande mudança no cotidiano familiar alterando os hábitos de vida de todo seu núcleo o que merece uma abordagem singular do enfermeiro. Alzheimer é uma doença crônica caracterizada por um tipo de demência aonde o paciente vai perdendo as funções cognitivas, intelectuais, abstração do senso crítico e perda de memória suficiente para interferir nas funções sociais e ocupacionais do indivíduo. OBJETIVO Analisar a vida de um cliente portador de Alzheimer referente a aspectos sociais, afetivos e físicos, através de relatos de familiar cuidador, a fim de oferecendo aos acadêmicos o conhecimento de uma historia de vida baseada em dedicação, amor e cuidado, além de mostrar a importância da enfermagem na prestação do cuidado mesmo ao paciente que se sabe não ser possível alcançar a cura. PALAVRAS-CHAVE: Diabetes Mellitus; Biomoléculas, hábitos alimentares. MÉTODOLOGIA Trata-se de um estudo de caráter descritivo interpretativo do tipo estudo de caso, que é uma modalidade de estudo que permite uma investigação para se preservar as características holísticas e significativas de episódios da vida rela. Utilizou-se de questionário com perguntas diretas ao familiar do cliente portador de Alzheimer aonde foi descrito todo processo da enfermidade bem como todas 130 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 130-131 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 131 19/07/2014 10:21:44 as limitações e cuidados prestados à cliente, a entrevista foi realizada na residência do cliente no período de 04 a 29 de Agosto de 2010. A fase posterior da pesquisa envolveu a análise das informações coletadas. Para se chegar aos diagnósticos, foram utilizadas, as características definidoras e os fatores relacionados ou de risco determinada pela taxonomia da NANDA e por DIAGNÓSTICO EM EMFERMAGEM de SPARKS. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ESTRÁTEGIA SAÚDE DA FAMÍLIA AO PORTADOR DE HANSENÍASE Angélica Vieira de Jesus [email protected] Daniele Menezes Araujo Carvalho DISCUSSÃO [email protected] As pessoas acometidas por essa patologia aos poucos vão se tornando totalmente dependente o que necessitam de cuidados integrais exercido na maioria das vezes por familiares muitas vezes sem experiência para lidar com esse tipo de situação. O enfermeiro como o ser do cuidado tem um papel primordial no desenvolvimento e aplicação de orientações aos cuidadores. “O cuidado” é o sentido moral da prática de enfermagem. INTRODUÇÃO O presente trabalho propõe mostrar a importância da sistematização da assistência em enfermagem (SAE) na estratégia saúde da família, especialmente com pessoas portadoras de hanseníase em do município de Boquim-Se. O individuo é uma adolescente de 14 anos. Foi acometida pela doença com 12 anos, sendo que fez uso da medicação de forma inadequada por não aderência ao tratamento advindo dos preconceitos. RESULTADOS O relato de caso deixa como reflexão a importância do conhecimento cientifico da enfermagem sobre o cuidado e a sua aplicação aos portadores de Alzheimer, tendo em vista a involução física e mental que esses pacientes são acometidos, devendo incluir no plano de cuidado do enfermeiro o núcleo familiar, pois a família é o elo do enfermeiro ao paciente, visto que geralmente o cuidador passa maior parte do tempo dedicado ao paciente acometido pela doença devido à incapacidade que os acometidos têm de realizar suas tarefas diárias. Esses cuidadores podem vir a desenvolver alguns sentimentos como estresse, ansiedade, depressão o que merece uma atenção especial pela equipe de enfermagem devendo ser incluído no plano de cuidado do enfermeiro. CONCLUSÃO Essa pesquisa evidenciou também a importância e a necessidade de planejamento eficaz de políticas de saúde, no que diz respeito á prevenção primária das doenças crônicas degenerativas, visto que são poucos estudos que esclarecem de forma detalhada sobre o assunto em especial sobre a atuação do enfermeiro frente os cuidados aos portadores de Alzheimer. O cuidado não deve ser prestado de modo que só vise à obtenção da cura, esse deve ser oferecido de formar integral a fim de proporcionar dignidade e respeito a todos independente da enfermidade. A hanseníase é uma doença infectocontagiosa de caráter crônico, multibacilar que acomete o indivíduo de maneira sistêmica lesionando a pele e nervos periféricos podendo comprometer as articulações. Desde os tempos passados que a hanseníase é vista com preconceito devido o acometimento da estrutura física do corpo e pela longa duração do tratamento. Para maior enfrentamento e diminuição do preconceito da equipe de saúde e em especial ao profissional de enfermagem, objetiva-se, com base na SAE, colocar em prática as etapas da sistematização desde a investigação até a avaliação desse paciente, realizar o exame neurológico para identificar si-nais da patologia, conversar, esclarecer as dúvidas, encaminhar ao posto de saúde e assim o individuo possa realizar o tratamento, para isso é preciso uma relação interpessoal, trabalhar além da patologia o psicológico desse indivíduo. Trabalhar a comunidade também é essencial para o progresso de saúde da mesma, pois quando se tem conhecimento sobre determinada doença o individuo procura melho-res formas de defesa, invés da exclusão social. MÉTODOLOGIA Esse trabalho foi realizado nos municípios de Aracaju e Lagarto nos dias 12 e 13 de abril de 2011 e adaptado para Semana de Produção Científica (SPC) em 2012. Foi realizado a partir de rotei-ros de observação com os seguintes pontos: dados pessoais, antecedentes familiares, dados da doença atual, e sinais e sintomas da patologia. O roteiro foi elaborado pelos professores do quinto período. PALAVRAS-CHAVE: Cuidado; Intervenções; Família; Alzheimer; Enfermagem. 132 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 132-133 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 133 19/07/2014 10:21:44 RESULTADO E DISCUSSÃO O caso apresentado mostrou que existem profissionais que não orientam adequadamente, tan-to em relação à doença como em relação ao tratamento, o que pode causar resistência ao tratamento. Percebe-se que a sistematização da assistência em enfermagem ainda não é rotina na prática, porém seria muito importante para mudar esta situação. Aqui reproduzo dois diagnósticos através do NAN-DA que seriam possíveis nesta situação, mas que não foram realizados pelo profissional. CONTAMINAÇÃO DE AGENTE FÍSICO, QUÍMICO, BIOLÓGICO E ERGONÔMICO NO SETOR DE SERVIÇOS GERAIS NO AMBIENTE HOSPITALAR • Falta de adesão relacionada ao conhecimento relevante para o comportamento do regime de tratamento, caracterizado por falha em manter compromissos agendados. Tatiana dos Santos Oliveira Elyziane Santana Reis • Integridade tissular prejudicada relacionado a fatores biológico caracterizado por teci-do lesando (pele). Hoga Rejane Elitani Costs Cruz CONCLUSÃO O diagnóstico de enfermagem se tornou indispensável no atendimento de qualidade, seja am-bulatorial, hospitalar ou na Estratégia Saúde da Família. Ele diferencia-se do diagnóstico médico por trabalhar com problemas potenciais e possibilidades reais, enquanto os diagnósticos médicos indicam somente a doença. Através da SAE profissionais enfermeiros podem realizar um planejamento mais elaborado e planejar todo seu acompanhamento, evitando fragmentar os cuidados e obter um prog-nóstico confiável. PALAVRAS-CHAVE: SAE, Assistência de enfermagem, Hanseníase. INTRODUÇÃO O Estudo de Caso apresentado salienta a contaminação por agentes físicos, químicos, biológicos e ergonômicos, no ambiente hospitalar, referenciando principalmente os trabalhadores do setor de serviços gerais e os da lavanderia. O andamento de tal estudo se dá através de uma introdução, em que são apresentadas várias bibliografias, ajudando o desenvolver do caso. Assim, realizou-se uma pesquisa de campo onde entrevistamos os trabalhadores desses setores do Hospital Nossa Senhora da Conceição, com o objetivo de obter o máximo de informações sobre o trabalho que eles realizam e quais as medidas de prevenção que são tomadas, caso ocorra algum acidente se é notificado entre outros. Com base nas informações obtidas pela aplicação do subsídio metodológico, foi possível apresentar através de gráficos todos os dados colhidos, facilitando a compreensão de todos os leitores. MÉTODOS Foram realizados pesquisas por meio de busca eletrônica, no banco de dados, com artigos científicos referentes ao tema, foram selecionados aqueles que trouxeram informações relevantes e desenvolveu-se pesquisas de entrevistas com trabalhadores de serviços gerais, utilizando questionários e visitas no Hospital Nossa Senhora da Conceição. RESULTADOS E DISCUSSÃO Segundo o Ministério da Previdência Social, caracteriza-se como AT a doença produzida ou desencadeada pela prática do trabalho peculiar a determinada atividade, e a doença do trabalho, adquirida ou desencadeada em função de condições especiais nas quais o trabalho é realizado. (MARZIELE,MHP, et al, 1995). Dos acidentes de trabalhos já ocorridos, vimos que dos 100% dos trabalhadores 57, 1% nunca 134 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 134-135 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 135 19/07/2014 10:21:44 sofreram acidente e 21,4% já sofreram algum tipo de acidente. Concluímos que, os que já sofram acidente foram por problemas físicos e outros por desgaste físico devido ao trabalho e as posturas incorretas. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE PORTADOR DE SÍNDROME DE FOURNIER: RELATO DE CASO Kátia Andrade Carvalho [email protected] CONCLUSÃO Ao concluir esta pesquisa, observamos que o trabalhador está exposto a riscos relacionados a agentes biológicos, químicos, físicos e ergonômicos, onde estes riscos têm ocupado espaço nas discussões sobre a saúde e a segurança dos trabalhadores. Entretanto, nos setores de serviços gerais e lavanderia ficam mais expostos a tais riscos, como também através dos desgastes físicos que adqui-rem ao decorrer da jornada de trabalho. Kecya Santana Brito da Silva [email protected] Kátia Alves Terriaga [email protected] Devemos salientar que os trabalhadores precisam do uso de EPI´S, orientação quanto aos riscos a que estão expostos, treinamento para manuseio de máquinas, estarem cientes sobre a importância dos exames periódicos, ou melhor, que a empresa oferte a eles, para que possam desenvolver um bom trabalho e manter uma boa saúde. Daiane Miranda dos Santos [email protected] INTRODUÇÃO A Síndrome de Fournier é uma patologia infecciosa grave, rara, de rápida progressão, que aco-mete a região genital e áreas adjacentes, caracterizada por uma intensa destruição tissular, envolvendo o tecido subcutâneo e a fáscia (FIGUEIREDO, 1997). Essa patologia ocorre mais freqüentemente em homens, podendo acometer também em mulheres. O índice de mortalidade está relacionado com a precocidade no diagnóstico e tratamento adequado. PALAVRAS-CHAVE: Acidente; materiais; riscos; trabalho; exposição. OBJETIVO Este estudo objetivou aplicar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) individualizada e humanizada a um paciente portador de Síndrome de Fournier, baseada na teoria do auto-cuidado para a operacionalização do processo de enfermagem. O processo de enfermagem de Orem é um método de determinação das deficiências de autocuidado e a posterior definição dos papéis da pessoa ou enfermeiro para satisfazer as exigências de autocuidado. MÉTODOLOGIA Tratou-se de um estudo descritivo, com uma abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, que é uma modalidade de estudo que permite uma investigação para se preservar as características holísticas e significativas de episódios da vida real, como ciclos de vida individuais e processos orga-nizacionais e administrativos. A coleta de dados foi realizada após autorização por escrito da paciente, os dados foram coletados através de uma entrevista semi-estruturada guiada por um roteiro padroniza-do denominado como Histórico de Enfermagem, fundamentado e adaptado à Teoria do Autocuidado 136 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 136-137 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 137 19/07/2014 10:21:45 de Orem, o qual continha os dados de identificação, história da admissão, exame físico e informações adicionais como as necessidades humanas básicas. Para subsidiar a pesquisa ainda foram utilizadas algumas informações contidas no prontuário do cliente tais como resultados de exames realizados e intercorrências durante a hospitalização. A operacionalização da coleta de dados seguiu os seguintes passos do processo: realização do levantamento de dados através da entrevista; planejamento das ações de enfermagem através do sistema de apoio-educação, execução e avaliação das ações de en-fermagem. A fase posterior da pesquisa envolveu a análise das informações coletadas. Para se chegar aos diagnósticos, foram utilizadas, como base, as características definidoras e os fatores relacionados ou de risco determinados pela taxonomia da NANDA, como também o conhecimento e a experiência das autoras na sistematização da assistência de enfermagem. AS REPERCUSSÕES PSICOSSOCIAIS NO INDIVIDUO APÓS O DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS Kátia Alves Terriaga [email protected] Kátia Andrade Carvalho [email protected] Daiane Miranda dos Santos [email protected] RESULTADOS Kecya Santana Brito da Silva Os principais diagnósticos de enfermagem identificados foram: risco para controle ineficaz do regime terapêutico e para infecção, ansiedade, medo, mobilidade física prejudicada, proteção alterada, dor aguda, déficit no autocuidado para banho/higiene e de conhecimento, comunicação verbal prejudicada, interação social prejudicada, distúrbio da imagem corporal, processos familiares inter-rompidos, padrão respiratório ineficaz, nutrição alterada entre outros. O estudo mostrou a importância da SAE e da decisão do cliente em engajar-se no autocuidado, a fim de proporcionar uma melhora no padrão de resposta do doente à doença. CONCLUSÃO Com a aplicação dos processos de enfermagem percebeu-se a importância de existir na Unida-de de Internamento esta sistematização da assistência, pois só assim a enfermagem é capaz de realizar uma assistência integral e de qualidade, mostrando-se eficaz na evolução satisfatória do cliente. PALAVRAS-CHAVE: Cuidados de Enfermagem; autocuidado; Síndrome de Fournier; relato de caso; SAE. [email protected] INTRODUÇÃO A prevalência do Diabetes vem crescendo nos últimos anos o que está associado às mudanças no estilo de vida e em grande parte ao envelhecimento da população, configurando-se atualmente como uma epidemia. Além da transição demográfica/epidemiológica, o Brasil vem passando por um processo de transição nutricional substituindo o padrão alimentar de consumo de cereais por alimen-tos gordurosos contribuindo de forma importante para o aparecimento de doença crônicas. O Dia-betes Mellitus é considerado um sério problema de saúde pública no Brasil e no mundo, em função tanto do crescente número de pessoas atingidas quanto pela complexidade que constitui o processo de viver com essa doença, atualmente dentre as causas mais importantes de internações hospitalares bem como de mortalidade destacam-se o diabetes mellitus. Esta enfermidade vem levando os acometidos com freqüência, à invalidez parcial ou total do individuo com graves repercussões para o paciente e família e sociedade, Porém quando diagnosticada precocemente, oferece múltiplas chances de evitar complicações quando não delongam a progressão das já existentes. Investir na prevenção é decisivo não só para garantir a qualidade de vida como também para evitar a hospitalização e os conseqüentes gastos, principalmente quando se considera o alto grau de sofisticação tecnológica da medicina mo-derna. . OBJETIVO O presente trabalho tem como objetivo compreender as repercussões psicossociais no indi-víduo após o diagnóstico de Diabetes Mellitus. O interesse por esse estudo originou-se a partir da curiosidade de conhecer como os portadores de DM (Diabetes Mellitus) lidam com a condição de ser Diabético bem como a percepções quanto ao enfrentamento e controle dessa patologia e os sentimen-tos experimentados por esses indivíduos após o diagnóstico. 138 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 138-139 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 139 19/07/2014 10:21:45 MÉTODOLOGIA Para isso buscou-se realizar uma pesquisa de campo com entrevistas aplicadas a portadores dessa patologia no município de Itabaiana – SE bem com o uso de bibliografias referente ao assunto para discussões dos resultados. Trata-se de um estudo descritivo com uma abordagem quantitativa. A amostra correspondeu a 6 pessoas entrevistadas da população-alvo, em que 03 (50%) do total é do sexo feminino e 03 ( 50%) do sexo masculino. Desta 01 (10%) tem 15 anos e 02 (33%) estão entre 31 – 59 e 3 (50%) tem mais de 60 anos. LEITURA: PROPOSTA QUE MOTIVA, ENSINA, APRENDE E FAZ TODA DIFERENÇA Luciana Virgília Amorim de Souza [email protected] Isabel Maria Amorim de Souza [email protected] DISCUSSÃO O interesse por esse estudo originou-se a partir da curiosidade de conhecer como os portado-res de DM (Diabetes Mellitus) lidam com a condição de ser Diabético bem como a percepções quanto ao enfrentamento e controle dessa patologia e os sentimentos experimentados por esses indivíduos após o diagnóstico, a maioria dos entrevistados relatou que não houve mudança significativa no estilo de vida após o diagnóstico que lidam bem com o fato de ter uma doença crônica. RESUMO Como despertar o gosto pela leitura nos alunos do ensino fundamental? Tais perguntas serão respondidas no artigo, pois propõe mostrar as dificuldades que os alunos sentem pela falta de leitura em todos os ambientes. Essa motivação pode vir da família, amigos e escola. Ler é imprescindível para gerar criatividade, desenvolver uma visão de mundo mais abrangente e criticidade. Trabalhar na sala de aula a leitura prepara o aluno para o aprendizado em geral em diversas disciplinas. RESULTADOS relatam pouca mudança no estilo de vida, sendo a principal mudança nos hábito alimentares o que não tiveram muitos problemas para se adequar a alimentação. Ao serem questionados sobre o que sentiram após o diagnóstico do Diabetes, afirmam não ter nenhum sentimento como revolta medo, angustia relatam terem se adaptado aos novos hábitos de vida. CONCLUSÃO Este estudo possibilita refletir sobre as repercussões que a condição crônica por diabetes mellitus causa na vida das pessoas acometidas. Essas repercussões ocorrem no cotidiano onde estes experienciam o que é viver com a condição crônica frente algumas restrições e limitações que o sen-tir-se doente impõem. PALAVRAS-CHAVE: Diabetes Mellitus; Repercussões psicossociais; Qualidade de vida; Hábitos alimentares; Enfrentamento. . INTRODUÇÃO O trabalho procura abordar a importância da leitura na sala de aula e as estratégias que o pro-fessor coloca para o aluno, como forma de desenvolver o cognitivo e despertar o gosto pela leitura. Dessa maneira, as práticas e atitudes do professor de Língua Portuguesa seriam formas de melhoria da escrita nas séries iniciais do ensino fundamental. A leitura tem papel primordial para fazer do aluno um ser mais crítico e criativo, de modo que as inteligências múltiplas estejam apuradas e ativas no cérebro, como requisito básico para melhorar o conhecimento e prática das atividades e exercícios que o professor desenvolve na sala de aula, e assim, faz dele melhorar suas aptidões, a interatividade com o português e a redação e fazer da prática de leitura e escrita serem melhores desenvolvidas. Geralmente o professor adota como planos de aula para a disciplina de Língua Portuguesa (LP) trabalhos com a leitura com alunos de forma tradicional, ou seja, colocando o texto para os alu-nos lerem, sem trabalhar a parte prática o que é fundamental para desenvolver habilidades. É preciso rever suas propostas de atividades e propusesse a aplicação de uma aula com mais participação da integração de texto e fazer com que os alunos se sintam estimulados a compreender, questionar e criticar o que está lendo. Pelo simples fato, dos alunos fazerem parte de uma sala diferenciada, a aprendizagem do aluno deve abranger todos os aspectos como a prática da leitura diária e ampliação, das vivências habituadas a ver, da interpretação do texto de forma a gerar a opinião e desenvolver autocrítica. Para aperfeiçoar a leitura na sala de aula, é necessário que antes os alunos tenham a habilidade de ler, e assim desenvolver a aptidão pela prática e interação com a leitura. Para cada aluno há 140 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 140-141 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 141 19/07/2014 10:21:45 uma especificidade, aprende dentro do seu tempo e associação neurolinguística e assim, ao ler mais, interage socialmente com o mundo . conteúdo do signo, segundo esta mesma tradição, é também denominado de significado. (2006 p.5). Para existir produção textual, entre os alunos na sala de aula, é necessário que o professor ofereça respaldo teórico consistente, no sentido de mostrar subsídios essências para que a produção seja objetiva, concisa, e sem a intromissão de uma linguagem do cotidiano, ou seja, a linguagem tem que ser imparcial, denotativa e de acordo com a norma culta, encontrada nos livros e documentos. PROPOSTAS PARA MELHORAR A AULA DE LEITURA É preciso trabalhar, a linguagem e a sociolinguística no sentido de estudar e interação, a oralidade e a linguagem dos alunos, ensinando-os duas modalidades, não só a linguagem normativa ou culta, mas a linguagem padrão e coloquial. Treinar a leitura como prática diária é importante para que os alunos se sintam motivados a quererem aprender e questionar melhor o assunto discutido, no sentido de interação social e críticas para formar opiniões. Aplicar ao texto a informação necessária, introduzir aulas interativas, lúdicas e expor ideias e o sentido do texto com maior participação dos alunos. Para Vieira (1989): A leitura, conforme vem sendo encaminhada na escola, não cumpre suas mais fundamentais funções”. Para a professora, a escola não consegue trabalhar a leitura nem no sentido de oferecer prazer ao aluno. Geralmente atividades de leitura são elaboradas para preencher brechas nas aulas de Lín-gua Portuguesa, para atribuição de nota, ou simplesmente por uma questão de imposição ou “mo-dismo” (acreditar numa nova pedagogia de ensino de língua) sem qualquer embasamento teórico e organização para a prática da leitura. Para haver comunicação e absorção do conhecimento é necessário interação com o mundo diversificado da linguagem e que os professores de diversas matérias ofereceram oportunidades também para produzir ciência, ensinar a ler, e despertar o gosto pela busca do saber. Aprender a ler é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação me-cânica de palavras, mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade (FREIRE, 2001) . O Texto para ser melhor compreendido pelos alunos na sala de aula tem que passar pelas esfe-ras sociais e ser estimulante, criando expectativas produzindo conhecimento para despertar interesse e o gosto pela leitura. Durante o período de prática na sala de aula, pode-se perceber que o professor de Língua Por-tuguesa procura aproximar as aulas de interpretação de texto de forma a experimentar conteúdo que tivesse aparência e vivenciasse o cotidiano dos alunos, com temas mais aprazíveis, isso torna as aulas mais dinâmicas, interessantes e divertidas, fazendo com que o aluno se senta motivado e pratique mais a leitura gerando conhecimento e aprendizagem. Trabalhar a linguística nas salas de aula é aproximar ao máximo a linguagem coloquial deles com a norma coloquial. A linguagem coloquial comparada à linguagem culta, requer do professor habilidade para esclarecer as diferenças e os usos corretos num discurso oral ou escrito. Para desenvolver a atividade de prática de leitura é preciso formar cantinhos de leituras e com aplicação de concurso de leitura, pois assim, sentem-se estimulados aprender mais. O papel do pro-fessor e sua prática da leitura na sala de aula seria colocar como meio de interação social a disciplina em si e nas especificidades e dificuldades de aprendizagem. O objetivo de leitura e sua prática não se remetem somente ao professor de Língua Portuguesa. Para Trabalhar a prática de leitura é preciso escolher um texto em que o aluno se sinta motivado a entender e interpretar as reais intenções, para interagir com as ideias e construir conhecimento. “Ensinar a ler é uma tarefa de todo professor, não sendo exclusividade do de Língua Portuguesa, quase sempre responsabilizado pela dificuldade do aluno de interpretar questões de outras disciplinas. O desconhecimento do que seja leitura e dos processos sócio-cognitivos nela envolvidos leva as pessoas a construírem um conceito limitado desta ação de linguagem.(PAOLINELLI; COSTA, 2009).” A comunicação efetuada entre os alunos na sala de aula é feita através da utilização de gêneros discursivos e textuais. O gênero textual é a indicação de como a língua está sendo utilizada pelos in-terlocutores. Cada pessoa utiliza a língua de acordo com suas características linguísticas e a variações encontradas no discurso, segundo Maia, comenta: Podemos, então, conceber as unidades linguísticas como entidades de dupla face ou signos, que têm como propriedade fundamental o estabelecimento de uma relação entre um plano de expressão e um plano de conteúdo. O plano de expressão do signo linguístico costuma também ser denominado, É realmente preciso conceber que todos os falantes, mesmo quando se acreditam monolíngues (que não conhecem “línguas estrangeiras”), são sempre mais ou menos plurilíngues, possuem um leque de competências que se estendem entre formas vernaculares e formas veiculares (CALVET, 2002, p. 114). Primeiro momento da aula é necessário esclarecer o porquê da importância da leitura, conceitos, atuações. Neste caso, o professor terá que escolher um texto que seja aprazível e acessível ao conhecimento do dia a dia dos alunos. Deverá fazer as análises interpretativas dos textos com intervenções, explicando cada contexto. A análise linguística deverá ser feita de forma a mostrar as diferenças dos usos dos diversos tipos de linguagens que poderá ser visualizada no texto pelos alunos. Após ter detectado o uso da lin-guagem através de exercícios o professor pedirá ao aluno diferentes tipos de discursos e linguagens empregadas no texto. Neste caso, avaliar-se-á a produção e a compreensão do texto e da forma como a aluno produz o conteúdo de maneira a deixar claro, o que foi compreendido, no caso, a mensagens da aula no que refere à análise discursiva e os empregos dos recursos linguísticos ministrados pelo professor. A biblioteca são formas de atrair a participação de alunos trazendo com que eles escolham seus próprios livros sem serem obrigados a lerem somente o que o professor indica, mas aprendam a segundo a tradição da linguística estruturalista de Ferdinand de Saussure, de significante. O plano de 142 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 142-143 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 143 19/07/2014 10:21:45 descobrir seus próprios gostos e vontades. utilizam. È preciso que antecipem que façam inferências a partir do contexto ou do conhecimento prévio que possuem, que verifiquem sua suposição tanto em relação á escrita, propriamente, quanto ao significado. É disso que se está falando quando se diz que é preciso aprender a ler, lendo. (PCN, 1997 p.53). LEITURA, INTERPRETAÇÃO E CRITICIDADE A leitura como proposta para o conceito de uma boa educação é indispensável para o aluno não só mudar de série como mostrar o que aprendeu. Ler não é só decodificar as letras e palavras é construir ações, conhecimento, interpretação juízo de valor, criticidade e principalmente fazer da informação, a formação. Leitura não é um mero instrumento de ensino é um ato comunicativo é uma proposta de construção de saber, de conquista, de liberdade de cada pessoa. Para Silva (2000, p.23): A leitura é pensada num processo total de percepção e interpretação dos sinais gráficos e das relações de sentido que os mesmos guardam entre si. Ler não é, então apenas decodificar palavras, mas con-verte-se num processo compreensivo que deve chegar às ideias centrais , às inferências, a descoberta dos pormenores, às conclusões. Os brasileiros segundo INAF (2009) 75% não têm habilidade de leitura e escrita, não sabem interpretar e entender textos médios e curtos, não decifram o que estão lendo e não compreendam a informação. No dia a dia, esses alunos que não leem, não conseguem fazer uso da informação, e os que leem pouco, não conseguem interpretar o que estão lendo. A falta de desempenho comunicativo e interação social com compartilhamento de novos conhecimentos dentro da coletividade, favorece a uma leitura decadente, precária e deficitária. A escola é a instituição que forma, é responsável pelos leitores, muitas vezes a leitura fica atrelada a gramática, ou seja, quem lê sabe bem se comunicar gramaticalmente correto. A concepção de leitura como pluralidade indefinida de significações desafia a escola contemporânea, já que nossa sociedade a escola ainda representa a via principal ou quase exclusiva de acesso aos bens culturais, precisando tomar, por um lado, a leitura, como uma atividade intelectual, que tem um papel fundamental na construção da subjetividade humana e por outro, não ignorar a dimensão política da leitura, o que exige levar em consideração o capital cultural dos alunos, isto é, suas expe-riências de vida, suas histórias, sua linguagem. (BAGNO, 2007 p.127). O texto e a leitura servem, na maioria das aplicações, para o professor, na sala de aula, ao usar a gramática correta interpretar melhor os textos, fazendo uso das entrelinhas e informações relevantes que o texto traz. Grande parte dos alunos na escola, enquanto estudantes, são péssimos leitores, não tem habito de ler, não gostam de ler e não fazem nenhuma associação à leitura a sua prática diária. “ler não seve pra nada”, “para que ler?”. Assim, eles têm dificuldades de ler e não se interessam por nenhuma lei-tura, nem no ambiente escolar, nem com a família. Pois: Há uma interação do leitor com o texto, e este por não ser um sistema fechado e definido, é permeado de vazios, que são preenchidos e atualizados pelo leitor de acordo com o momento, as circunstâncias e suas experiências, ou seja, com aquilo que elas chamam de horizontes. O que determina o valor de uma obra literária é justamente a capacidade de alterar ou expandir o horizonte de expectativas do leitor. (AGUIAR; BORDINI, 1988, p.82). Ao interpretar um texto na sala com o uso do livro didático, muitas vezes o professor dá resposta prontas encontradas nos livros, a mecanicidade da leitura, a desmotivação é grande, e nem mesmo os professores querem raciocinar e fazerem seus alunos pensarem sozinhos e construir opiniões. Trabalhar leitura na escola é necessário rever os atos da comunicação, a linguagem envolvida no texto, a informação e significação dos sentidos das ideias e a produção e interpretação do texto. Essa associação é verdadeira, pois para se comunicar bem é preciso conhecer a funcionalidades da língua e os rigores impostos por ela, nos atos da fala. Conhecer as funções da gramática e da língua e conhecer as aplicabilidades nos níveis fonológico, sintático, semântico e morfológico . FORMAÇÃO DE LEITORES COMPETENTES E CRÍTICOS Ler para compreender o mundo, ler para dar significação e interpretação. É preciso desenvolver leitores críticos, não só na sala de aula para os alunos, como também para toda sociedade e família. Só assim, as políticas educacionais encontradas dentro dos PCNs são importantes na medida em que forma leitores conscientes do papel de cidadão que desenvolvem atividades formadoras de opiniões e decisões. Segundo os PCNs da Língua Portuguesa (1997, p.53): Formar cidadão é construir homem leitores com criticidade, e juízo de valor, para isso é preciso ler, perguntar e questionar o saber ou informação absorvida. No Brasil se ler mal e se questiona pouco, aceitam-se tudo pronto vindo da internet ou dos meios de comunicação como a televisão. A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, dos seus conhecimentos sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que se saber sobre a língua: característica do gênero, do portador, do sistema de escrita, etc. O conhecimento atualmente disponível a respeito do processo de leitura indica que não se deve ensinar a ler por meio de práticas centradas na decodificação. Ao contrário, é preciso oferecer aos alunos inúmeras oportunidades de aprenderem a ler usando aos procedimentos que os bons leitores 144 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 144-145 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 145 19/07/2014 10:21:45 Para se chegar à compreensão absoluta do texto lido, o leitor passa por diversos processos de absorção e compreensão. As combinações de estruturas gramaticais de compreensão como ortografia, sintáticos e semânticos fazem parte dos itens relevantes no processo de interpretação, criticidade e entendimento. CONSIDERAÇÕES FINAIS A leitura é considerada um processo complexo efetuado entre leitor-sujeito. Esse processo de leitura está embasado na aplicabilidade da diversidade de gêneros que são empregados na sala, pelo professor, que coordena como deve ser construído à compreensão e interpretação do que está sendo lido. A leitura possibilita a construção de ideias e sentidos, além da habilidade de extrair do livro, informações suficientes para a efetivação do conhecimento. Para a construção de novos conceitos é preciso descartar as ideias já prontas, formuladas pelo livro didático pelo professor na sala, é necessário analisar, criticar e refletir para a produção significa-dos relevantes ao aprendizado. A capacidade de extrair a expressão do texto é essencial para a articulação de novos conceitos e compreensão de informação, dessa forma com atividades interativas, aos poucos, possibilitam a habilidade de discussão e construção de novas ideias e sentido essenciais para a formação e novas maneiras de construção da reflexão, e juízo de valor, para aquele que busca na leitura aprendizagem como meio de informação. Ao conviver com o mundo da leitura, o indivíduo constrói sua própria história, que reflete e critica. O ato social que o aluno embute em si mesmo, é o ato da liberdade, criatividade e capacidade de quebrar paradigmas já impostos como respostas prontas vindas da sociedade tradicional, pois a leitura liberta. Por Macêdo (2010) entende-se que: No ambiente de trabalho, como você sabe, são poucas as pessoas com ideias interessantes, estimulantes e inovadoras. Portanto, se essa for a sua experiência, pegue um bom livro e vá para um lugar tranquilo e comece a lê-lo e a discuti-lo com o seu autor. Quanto mais tempo você permanecer em sua companhia, mais sábio você se tornará”. Um trabalho sem prática educacional voltado para a leitura e construção de ideias que fazem sentido, não transformam, não motivam e não resultam em mudanças sócio-educativas. Cabe ao professor, à capacidade de atrair, de instigar, de levantar dúvidas e hipóteses sobre o ensino da LP (Língua Portuguesa), pois não está somente voltado para a gramática, mas sim para a interatividade e dinamicidade que assimile uma nova realidade vivida, de forma crítica, para que a leitura se torna aprazível. O professor na sala é um articulador e formador de opiniões e ideias. Ele é autor da inserção do aluno leitor-crítico no mundo de novos conceitos e ideias no meio social transformado da realidade vivenciada. É preciso que nas atividades de leitura todos estejam envolvidos, como a família, a escola e os amigos, ou seja, os fatores sócios pedagógicos estejam ligados mutualmente, no fim único, o conhecimento. Para que esse propósito esteja bem articulado e o resultado seja promissor é indispensável um clima peculiar que adequem e congreguem juntos, motivando o aluno a ler, ou seja, esse espaço físico seja agradável, confortável, proporcione satisfação, prazer e lazer, durante os processos de leitura. REFERÊNCIAS A leitura tem que está voltada para criação de leitores competentes e críticos de forma questionadora, pois a realidade vivida é apresentada, construindo um leitor ávido por uma comunicação necessária para a construção e formação da própria cidadania. Alguns ícones destacam na influência de um leitor assíduo como o professor, a família, amigos, comunidades e a escola. Esses hábitos de leitura são adquiridos ao longo da insistência em ler como diversão e prazer. Essa atividade proporciona reflexão, questionamento e construção de saber, ideias e sentido além de formar opinião. “Desde os nossos primeiros contatos com o mundo, percebemos o calor e o aconchego de um berço diferentemente das mesmassensações provocadas pelos braços carinhosos que nos enlaçam. A luz excessiva nos irrita, enquanto a penumbra tranquiliza. (...) Começamos assim a compreender, a dar sentido ao que e a quem nos cerca. Esses também são os primeiros passos para aprender a ler. ( MARTINS , 2006,p. 11). AGUIAR, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Glória. Leitura a Formação do Leitor: alter-nativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado aberto, 1988. BAGNO, Marcos; BRITTO, Luiz Percival Leme; JUNG Neiva Maria; SAVELI, Esméria de Lourdes; FURLANETTO, Maria Marta. Práticas de Letramento no Ensino, Leitura, Escrita e Discur-so. São Paulo: parábola, 2007. BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais e ética. Brasília: MEC/SEF, 1997. CALVET, Louis-jean. Sociolinguística um Introdução Crítica. São Paulo: Parábola, 2002. MAIA, Marcus. Manual de Linguística: subsídios para a formação de professores indígenas na área de linguagem. Brasília: LACED/Museu Nacional, 2006. FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler. 11. ed. São Paulo: Cortez, 2001. A construção de novos conceitos, sentidos e ideias vêm de uma prática interativa da leitura crítica. Dentro da sala, o professor discute a proposta, e levanta questionamento e assim, à medida que expõe o texto discutido, junto com a experiência vivida pelo aluno, no ambiente interno, a escola proporciona dialogo, discussão interatividade e constroem informações relevantes e essenciais para a construção do saber. 146 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 146-147 FACULDADE AGES SILVA, Ezequiel Theodoro da. O Ato de Ler: fundamentos psicológicos para uma nova peda-gogia da leitura. 8. Ed. São Paulo; Cortez, 2000. MARTINS, Maria Helena. O Que é Leitura? São Paulo: Brasiliense, 2006. FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 147 19/07/2014 10:21:45 EXISTE RELAÇÃO ENTRE OBESIDADE E DEPRESSÃO? MACÊDO, Gutemberg B. de. O Poder Transformador da Leitura. 2010. Disponível em: <http://empregocerto.uol.com.br/info/dicas/2010/11/22/o-poder-transformador-da leitura.html#rmcl>. Acesso: 09/11/2011, às 01:06h. PAOLINELLI, Honoralice de Araújo Matos; COSTA, Sérgio Roberto. Práticas de Leitura/ Escrita em Sala de Aula. Disponível em: <http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/cardeno09-13. html>. Acesso: 01/10/2011, às 12:50h. Juliana de Souza Correia [email protected] VIEIRA, Alice. O Prazer do Texto: perspectiva para o ensino de literatura. São Paulo: E.P.U.1989 Ortencia de Souza Correia [email protected] . Ana Carla Oliveira Santos [email protected] Josivânia Neri Menezes PALAVRAS-CHAVE: Leitura; Dificuldade; Motivação; Criticidade. [email protected] . RESUMO O artigo em questão trata de um estudo bibliográfico que enfoca a relação entre obesidade e depressão. A obesidade envolve aspectos genéticos, metabólicos, endócrinos, nutricionais, psicossociais e culturais. A cultura ocidental enfatiza mais a boa forma e a imagem corporal, o que facilita a identificação de incômodos com o excesso de peso, independente dos graus de obesidade, favore-cendo muitas vezes o desenvolvimento de problemas psicológicos, como a ansiedade, depressão e dificuldades comportamentais, Estudos mostraram uma maior proporção de sintomas depressivos em pessoas obesas quando comparadas com as de peso normal. Conclui-se, portanto, que a obesidade tem direta relação com a depressão e é necessário que os profissionais da saúde estejam atentos e habilitados à compreensão multifatorial das doenças e compreender os determinantes genéticos, orgâ-nicos, desencadeantes e agravantes psicossociais relacionados à depressão para que se possa realizar um diagnóstico diferencial, visando um atendimento integral às pessoas portadoras dessas doenças. INTRODUÇÃO As doenças e agravos não transmissíveis vêm aumentando, e no Brasil, são as principais cau-sas de óbitos em adultos, sendo a obesidade um dos fatores de maior risco para o adoecimento neste grupo. A prevenção e o diagnóstico precoce da obesidade são importantes aspectos para a promoção da saúde e redução da morbimortalidade, não só por ser um fator de risco importante para outras doenças, mas também por interferir na duração e qualidade de vida, e ainda ter implicações diretas na aceitação social dos indivíduos quando excluídos da estética difundida pela sociedade contemporânea (BRASIL, 2006). A cultura ocidental enfatiza mais a boa forma e a imagem corporal, o que facilita a identificação de incômodos com o excesso de peso, independente dos graus de obesidade. Nossos padrões culturais fazem com que até indivíduos com peso dentro dos parâmetros de normalidade possam sentir-se com peso acima do desejado. É possível observar a importância da participação de vários fatores etio-lógicos genéticos e orgânicos, da falta de atividades físicas, de fatores educacionais e psicológicos 148 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 148-149 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 149 19/07/2014 10:21:45 (VASQUES et al., 2004). A obesidade pode ser definida, de forma resumida, como o grau de armazenamento de gordura no organismo associado a riscos para a saúde, devido a sua relação com várias complicações metabólicas. O Índice de Massa Corporal (IMC) é o índice recomendado para a medida da obesidade em nível populacional, e o mesmo é estimado pela relação entre o peso e a estatura, e expresso em kg/ m²(BRASIL, 2006). Pode ser classificada em exógena, aquela causada pela ingestão calórica excessiva, sendo responsável por mais de 95% dos casos, ou endógena que tem como causa os distúrbios hormonais e metabólicos. A do tipo I tem como característica o excesso de massa corporal total; II excesso de gordura nas re-giões abdominal e tronco-andróide; III excesso de gordura vícero-abdominal e o tipo IV excesso de gordura gluteofemoral (SALVE, 2006). Além do grau do excesso de gordura, a sua distribuição regional no corpo interfere nos riscos associados ao excesso de peso. O excesso de gordura abdominal representa maior risco do que o excesso de gordura corporal por si só. Esta situação é definida como obesidade andróide, ao passo que a dis-tribuição mais igual e periférica é definida como distribuição ginecóide, com menores implicações à saúde do indivíduo (BRASIL, 2006). Baptista, et al., 2008, define a obesidade como uma doença crônica, que envolve o acúmulo em exces-so de tecido adiposo em nível comprometedor à saúde dos indivíduos. Trata-se de um conceito multi-fatorial, que parece envolver aspectos genéticos, metabólicos, endócrinos, nutricionais, psicossociais e culturais, embora tal etiologia ainda não esteja totalmente esclarecida. Considerando que aspectos emocionais podem estar associados à obesidade, favorecendo muitas vezes o desenvolvimento de problemas psicológicos, como a ansiedade, depressão e dificuldades comportamentais, é fundamental compreender o papel destes transtornos na etiologia ou mesmo como conseqüência da obesidade. Estudos mostraram uma maior proporção de sintomas depressivos em pessoas obesas quando comparadas com as de peso normal (LUIZ, et al.,2005). Os indivíduos que apresentam depressão devem experimentar pelo menos um sintoma adicional de uma lista que inclui alterações no apetite ou peso, sono e atividade psicomotora, diminuição da ener-gia, sentimentos de desvalorização pessoal ou culpa, dificuldades em pensar, concentrar-se ou tomar decisões, ou pensamentos recorrentes a propósito da morte ou ideação, planos ou tentativas suicidas. (RAPOSO at al., 2009). Entre os transtornos nutricionais infantis, a obesidade é um dos problemas de saúde mais freqüentes; por isto, é considerada um grave problema de saúde pública. Entre os grupos vulneráveis para o desenvolvimento da depressão infantil encontra-se, também, a obesidade, que muitas vezes acarreta dificuldades comportamentais, interferindo assim, no relacionamento social, familiar e acadêmico da criança (VASQUES, et al. 2004). Segundo Baptista et al, 2008, obesidade e depressão são dois grandes problemas de saúde pública e variam em grandes níveis, fazendo-se necessário, o estudo detalhado de ambas no âmbito clínico e geral, para trazer novas perspectivas e benefícios aos pacientes, a fim de contribuir para a melhora da qualidade de vida dos obesos mórbidos. Pois a obesidade aumenta o risco da depressão quando controladas variáveis como doenças físicas crônicas, depressão familiar e fatores de risco sócio-demográficos. A depressão na adolescência pode trazer maior risco ao desenvolvimento e manutenção da obesidade, além de acarretar seqüelas psicossociais e complicações médicas em longo prazo que podem propi150 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 150-151 FACULDADE AGES ciar uma diminuição de oportunidades sociais que levam o indivíduo ao isolamento social potencializando os sintomas depressivos (BAPTISTA at al. 2008). Ainda de acordo com o autor acima citado, a obesidade, na maioria das vezes, faz com que a criança sofra discriminação e estigmatização social, prejudicando seu funcionamento físico e psíquico, causando um impacto negativo em sua qualidade de vida. A criança obesa pode freqüentemente ser marginalizada pelos colegas, sobretudo quando participa de exercícios físicos que exigem rapidez e bom desempenho. Para Capitão e Tello, 2004, a depressão pode estar relacionada ao peso corporal e ao comer desviante. Num estudo notou-se que o comer compulsivo nas mulheres associa-se a experiências negativas, tais como a raiva, tristeza, solidão e exaustão, favorecendo o quadro de depressão e o aumento de peso. Notou-se que a depressão e a obesidade nas mulheres variam de acordo com a sua auto-imagem, ou seja, o quanto se sentem distantes dos modelos de beleza da sociedade. A compulsão por comida seria uma forma de compensar uma falta, geralmente a de afeto, assim como ao desejo inconsciente de ser gorda. O obeso apresenta aspectos emocionais e psicológicos identificados como causadores ou conseqüências ou retroalimentadores da sua condição de obeso, concomitante a uma condição clínica e educacional alterada. Na obesidade, nem sempre o tratamento farmacológico é a primeira opção terapêutica; este deve, antes, compor o tratamento que deve ser pautado numa abordagem multidisci-plinar. Dietoterapia associada à psicoterapia, por serem modalidades não invasivas, devem ser sempre priorizadas (VASQUES et al., 2004) Quando a depressão é diagnosticada mediante avaliação psicológica, dependendo da intensidade e freqüência dos sintomas, pode ser necessário um apoio psicoterápico individualizado. É importante ressaltar que o tratamento da obesidade deve ser multidisciplinar, envolvendo médico, nutricionista, psicólogo, assistente social, enfermeira, bem como professor de educação física (RAPOSO, et al. 2008) Conclui-se, portanto, que é indispensável que os profissionais da saúde devam estar atentos e habilitados à compreensão multifatorial das doenças e é de grande relevância compreender os determinantes genéticos, orgânicos, desencadeantes e agravantes psicossociais relacionados à depressão para que se possa realizar um diagnóstico diferencial, visando um atendimento integral às pessoas portadoras dessas doenças. Faz-se necessário também a participação dos familiares e amigos para que haja me-lhor adesão ao tratamento e obtenção de bons resultados. (LUIZ et al. 2005). REFERÊNCIAS BAPTISTA, M. N.; VARGAS J. F. e BAPTISTA A. S. D. Depressão e qualidade de vida em uma amostra brasileira de obesos mórbidos. Aval. Psicol. v.7 n.2 Porto Alegre ago. 2008. BRASIL. Ministério da Saúde. Obesidade. Secretaria de Atenção à saúde. Departamento de Atenção Básica. –Brasília, 2006. CAPITÃO, C. G. e TELLO, R. R. Traço e estado de ansiedade em mulheres obesas. Psicol. hosp. (São Paulo) v.2 n.2 São Paulo dez. 2004. LUIZ, A. M. A. G.; GORAYEB, R.; JUNIOR, R. D. R. L. e DOMINGOS, N. A. M. Depressão, ansieFACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 151 19/07/2014 10:21:45 dade, competência social e problemas comportamentais em crianças obesas. Faculdade de Medicina e Enfermagem de São José do Rio Preto. Estudos de Psicologia 2005, 10(3), 371-375. O DESTINO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (LIXO) NO MUNICÍPIO DE ADUSTINA BAHIA RAPOSO, J. V.; FERNANDES, H. M.; MANO, M. e MARTINS, M. Relação entre exercício físico, depressão e índice de massa corporal. Motri. v.5 n.1 Santa Maria da Feira jan. 2009. SALVE, M. G. C. Obesidade e Peso Corporal: riscos e conseqüências. Movimento e Percepção, Espírito Santo de Pinhal, SP, v.6, v.8, Jan./Jun. 2006-ISSN 1679-8678. Josefa Menezes Andrade [email protected] VASQUES, F.; MARTINS, F.C.; de AZEVEDO. Aspectos psiquiátricos do tratamento da obesidade. A.P. Rev. Psiq. Clin. 31 (4); 195-198, 2004 Louise Kathleen Freire Barroso [email protected] Maralise Santa Barbara Gois [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Estudo, relação, obesidade, depressão. Adriana Marquilene Nunes Viana [email protected] INTRODUÇÃO Por muito tempo a sociedade acreditou que os recursos naturais eram inexauríveis, o que gerou uma grande degradação ambiental. Atualmente crescem as preocupações com o ambiente com relação ao desperdiço da matéria-prima e de energia. Nossa civilização chega ao século XXI como uma civilização marcada pelo acúmulo de resíduos mais conhecido como resíduos sólidos, lixo. A sociedade industrial e tecnológica tem a responsabilidade de assimilar novos produtos no mercado a menos custo e a acima de tudo com menos danos à natureza. OBJETIVO Mostrar o destino dos resíduos sólidos no município de Adustina - Bahia. METODOLOGIA Utilizou-se da pesquisa de campo com uma análise qualitativa dos dados colhidos, no ano de 2010 no município de Adustina-Ba. RESULTADOS O lixo no município de Adustina é depositado em um lixão a céu aberto; não há qualquer tipo 152 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 152-153 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 153 19/07/2014 10:21:46 de seleção ou tratamento do lixo; o município não utiliza técnicas de reciclagem dos resíduos; o lixo, depois de depositado no lixão é queimado. AÇÕES AFIRMATIVAS VERSUS MÉRITO NO VESTIBULAR: UM ESTUDO SOBRE O DEBATE JUDICIAL EM TORNO DO PROGRAMA DE AÇÕES AFIRMATIVAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CONCLUSÃO José Lucas Santos Carvalho Os lixões a céu aberto representam uma grande ameaça à vida. A reciclagem é um dos caminhos na direção da sustentabilidade e da responsabilidade social, pois, no constante desenvolvimento socioeconômico, a sociedade atual tem levado em conta além da melhoria da qualidade de vida das pessoas, a preocupação como meio ambiente. [email protected] Kelly Helena Santos Caldas [email protected] INTRODUÇÃO PALAVRAS-CHAVE: Lixo; Resíduos sólidos; Meio ambiente; Riscos a saúde. As políticas de ação afirmativa para afrodescendentes e seus respectivos mecanismos de implementação, notadamente na educação pública superior brasileira, recolocaram na pauta dos debates públicos do Brasil contemporâneo a questão racial, como também a constitucionalidade ou não das políticas públicas de mitigação das diferenças. As discriminações positivas no âmbito educacional suscitaram vigorosas divergências jurídicas, notadamente sobre sua compatibilidade com o texto constitucional. Assim, as várias contestações judiciais à adoção de políticas de ação afirmativa para negros nas Uni-versidades Públicas acabaram por criar uma nova demanda para os juízes, a qual levou o Judiciário a esboçar respostas jurídicas ao desafio constitucionalmente posto de se construir uma sociedade mais justa, solidária, tolerante, integrada e igualitária. Até o Supremo Tribunal Federal se posicionar pela constitucionalidade das ações afirmativas houve em todo o país decisões divergentes sobre o programa de cotas e, em Sergipe não foi diferente. Para Faria (2002), o Judiciário, provocado adequadamente, pode ser um poderoso instrumento de formação de políticas públicas. Pela sua natureza, o debate judicial permite o avanço da democracia ao permitir as discussões de temas relevantes. Seja lá qual for a nossa opinião a respeito de temas como censura, liberdade de imprensa, aborto, direitos de minorias, direito de greve, etc., sua submissão a uma discussão judicial amplia o espaço de democracia, porque exige, com mais ou menos sucesso, a racionalidade das propostas divergentes. Daí a importância desta pesquisa quando busca discutir como o tema das ações afirmativas foi debatido na Justiça do Estado de Sergipe no ano de 2010, primeiro ano do programa no estado, cuja população negra é a segunda maior do nordeste, com cerca de 80% de negros. MÉTODOS Com relação à amostra, foram coletadas as sentenças das ações impetradas contra o Programa de Ações Afirmativas da Universidade Federal de Sergipe – PAAF/UFS, proferidas pelos juízes da Justiça Federal do Estado de Sergipe no ano de 2010. 154 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 154-155 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 155 19/07/2014 10:21:46 Tais documentos foram coletados no sítio eletrônico da Justiça Federal Seção Judiciária de Sergipe. Os documentos colhidos passaram por um procedimento analítico quantitativo e qualitativo do seu conteúdo. Concernente à analítica conceitual foi empreendido o uso de pesquisa bibliográfica, visando a apropriação teórica das discussões contemporâneas sobre a matéria. Uma vez realizada esta etapa, analisou-se em caráter hermenêutico as decisões judiciais. Ao final da pesquisa foi possível delinear a postura da Justiça Federal Sergipana diante do tema atual e relevante da adoção de ações afirmativas no Brasil e perante o debate que se estabeleceu com a implementação do PAAF/UFS, entre a adoção de ações afirmativas, com base no princípio da igualdade material, e o princípio do mérito no vestibular. RESULTADOS E DISCUSSÃO A coleta dos dados deste estudo foi feita no sítio da Justiça Federal de Sergipe (www.jfse.jus. br), a partir da busca processual por nome da parte (Universidade Federal de Sergipe), sendo possível verificar, no primeiro momento, que o instrumento mais utilizado pelos autores das ações judiciais foi a ação ordinária, totalizando 59, seguida por 35 mandados de seguranças e apenas uma ação declara-tória incidental, resultando em um total de 95 ações. Da análise das decisões, observou-se que os magistrados ao julgarem o primeiro processo sobre o tema, utilizaram a mesma fundamentação nas sentenças seguintes, pois já possuem o seu convencimento formado. Assim, foi escolhida uma sentença proferida por cada magistrado para apre-sentação da sua fundamentação. A partir dos resultados iniciais alcançados, que serão expostos individualmente nos tópicos referentes a cada Vara Federal, foi feita uma triagem inicial das sentenças colhidas, com a finalidade de se apurar se a sentença adentrava ou não no dilema existente acerca da constitucionalidade do programa. Isso porque, durante a pesquisa, constatou-se a existência de outras ordens de assuntos que são judicializados no debate sobre as cotas, já que há também ações ajuizadas por vestibulandos que queriam ser enquadrados como cotistas, mas não o foram, em função de terem estudado parte da vida apenas em escola pública, ou a escola não é pública, mas tem finalidade filantrópica e mais uma série de situações que não se identificam com o objeto da presente pesquisa, pois constituem outra vertente do assunto. Assim, passamos ao exame do entendimento de cada Vara Federal para ao final delinear o posicionamento majoritário da Justiça Federal de Sergipe sobre o PAAF/UFS. O ENTENDIMENTO DA 1ª VARA FEDERAL DE SERGIPE A juíza titular da 1ª Vara Federal, Telma Maria Santos, ao julgar a Ação Ordinária, processo nº 0001372-67.2010.4.05.8500, ajuizada por Júlio César Melo dos Santos Júnior objetivando a sua matrícula no curso de fisioterapia da UFS, no turno matutino, decidiu pela procedência dos pedidos contidos na peça inicial e orientou-se, em síntese, pelos seguintes fundamentos e questionamentos: Para a magistrada, o sistema de cotas instituído pela UFS objetiva garantir o acesso de grupos menos favorecidos aos cursos por ela ministrados, e não obstante a constatação de quanto os negros foram vítimas de injustiças atrozes, tem-se indagado se a pouca representatividade deles nas Universidades Públicas decorre do fato da cor, ou da dificuldade e, até mesmo, em alguns casos, da impossibilidade de terem acesso a um ensino de qualidade que possibilite condições suficientes de aprendizagem, 156 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 156-157 FACULDADE AGES situação que, na verdade, acomete boa parte da população e mais fortemente, é de se reconhecer, os afrodescendentes, maioria, segundo apontam dados do IBGE. Segundo o posicionamento de Telma Maria Santos, o critério renda familiar possivelmente parece mais palatável do que o baseado na cor porque além de alcançar os carentes existentes entre os afrodescendentes, também alcança os carentes de cores diversas. Diferentemente da Juíza Telma Maria Santos, o juiz substituto da 1ª Vara Federal, Fábio Cordeiro de Lima, diante de situação análo-ga, ao julgar a Ação Ordinária, processo nº 0000736-04.2010.4.05.8500, ajuizada por Nataly Leite de Castro, a qual requeria a declaração de inconstitucionalidade da Resolução nº 80/2008 que instituiu o sistema de cotas, com a consequente matrícula da autora para o curso de medicina, decidiu pela improcedência do pedido autoral. Para o magistrado, as políticas de ações afirmativas têm por precípua finalidade dar efetividade ao conteúdo do princípio da isonomia. Salienta ainda que, as ações afirmativas possuem caráter temporário e devem ser acompanhadas de medidas que tornem cada vez mais desnecessária a sua utilização. O ENTENDIMENTO DA 2ª VARA FEDERAL DE SERGIPE O juiz substituto da 2ª Vara Federal, Fernando Escrivani Stefaniu, ao julgar a Ação Ordinária, processo nº 0000941-33.2010.4.05.8500, ajuizada por Mariana Oliveira Andrade visando obter a in-validação da Resolução nº 80/2008 que instituiu o sistema de cotas, com a consequente matrícula da autora para o curso de direito diurno, decidiu pela procedência do pedido autoral. O magistrado expõe que o sistema de cotas está alinhado com o princípio da isonomia e a concretização dos Direitos Fundamentais, encontrando seu fundamento no conteúdo material e dinâmico do princípio da isonomia. Para ele, o pressuposto de ordem fática calcado na constatação de um desequilíbrio relevante de oportunidades dita a necessidade de medidas diferenciadoras voltadas à produção de um resultado final de equilíbrio. Todavia, afirmar a adequação teórica do sistema de cotas em relação ao princípio da isonomia, não satisfaz, por insuficiente, a indagação sobre a legitimidade da providência concretamente adotada pela Universidade Federal de Sergipe, devendo avaliar dois pontos relevantes: a aptidão normativa e a proporcionalidade da medida. Portanto, a distorção destes conceitos constitui violação ao sentido da Constituição e produz, por consequência, atos materiais ou legislativos desprovidos de legitimidade jurídica. Corroborando com a tese levantada, o magistrado apresentou precedentes em que o Supremo Tribunal Federal teve a oportunidade de esclarecer o espectro relativo e materialmente delimitado da autonomia universitária. O juiz titular da 2ª Vara Federal, Ronivon de Aragão, ao julgar os processos de sua atribuição filiou-se a fundamentação do juiz substituto Fernando Escrivani Stefaniu, adotando-a em sua íntegra, assim no julgamento do Mandado de Segurança, processo nº 000055078.2010.4.05.8500, impetrado por Thaísa Calumby Lima com a finalidade de obter a determinação judicial para que lhe fosse pro-movida a matrícula no curso de odontologia, o magistrado concedeu a segurança para determinar à autoridade impetrada que efetue a referida matrícula. O ENTENDIMENTO DA 3ª VARA FEDERAL DE SERGIPE O juiz titular da 3ª Vara Federal, Edmilson da Silva Pimenta, ao julgar a Ação Ordinária, processo nº 0000951-77.2010.4.05.8500, ajuizada por Thaysa Souza Santana pedindo a sua matrícula no curso FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 157 19/07/2014 10:21:46 de direito diurno da UFS e a declaração incidental da inconstitucionalidade/nulidade da Resolução nº80/2008 decidiu pela procedência dos pedidos contidos na peça inicial. Na fundamentação o magistrado orientou-se pelo entendimento de que a República Federativa do Brasil que é um Estado Democrático de Direito e tem como uns dos seus pilares o princípio da legali-dade e o da igualdade, possuindo entre os seus objetivos fundamentais a proibição da discriminação, daí que o tratamento diferenciado entre os cidadãos somente é possível quando autorizado pela Lei Maior. Assim, para o magistrado o estabelecimento do sistema de cotas para ingresso nas universidades públicas é, antes de tudo, uma questão jurídica, que não encontra amparo na Carta Magna, onde foi vedado tratamento discriminatório dessa natureza e que sequer a lei ousou disciplinar. Diante disso, não há nos dispositivos constitucionais qualquer autorização para edição de Resolução pela universidade, disciplinando qualquer forma de ingresso mediante discriminação por qualquer critério. Em sentido diverso, o juiz substituto da 3ª Vara Federal, Rafael Soares Souza, ao julgar a Ação Ordinária, processo nº 0000893-74.2010.4.05.8500, ajuizada por Samara Dourado Matos, inscrita nas vagas para não cotistas, a qual questionava o sistema de cotas da UFS, qualificando-o como inconsti-tucional, decidiu pela improcedência do pedido autoral. Quanto aos argumentos favoráveis têm: o combate aos efeitos presentes da discriminação passada; a promoção da diversidade; a natureza compensatória das ações afirmativas; a criação de modelos positivos para estudantes e as populações minoritárias e a provisão de melhores serviços às comunidades minoritárias. Os argumentos contrários fundamentam-se na necessidade de observância do mérito e a consequente injustiça quanto aos adversários do regime comum de competição; tensão entre um modelo de proteção individual ou grupal dos direitos e a gravidade de algumas modalidades de ação afirmativa; caráter prejudicial às minorias raciais, dado o reforço dos estigmas e preconceitos deles decorrentes; violação ao princípio da legalidade e na igualdade nas condições de acesso e permanên-cia na escola [e universidade] prevista no art. 206, I da Constituição. formalidade adotada pela Universidade para estabelecer a ação afirmativa, a qual se deu mediante resolução administrativa. Segundo estes, o princípio da autonomia acadêmica não pode ser visto de maneira ampliada e absoluta, devendo-se ser sempre analisado em consonância com os demais man-damentos constitucionais, sob pena de extrapolar suas funções. Enquanto isso, os favoráveis à ação afirmativa específica das cotas, por sua vez e também em breve síntese, argumentam que o artigo 3º, inciso III, impõe como objetivo fundamental da República erra-dicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais, ao passo que já é superada na doutrina a alegada vedação à discriminação positiva (também chamada de tratamento preferencial), voltada justamente a assegurar a igualdade material (e não apenas formal) entre os integrantes de um Estado. Para os favoráveis ao sistema de cotas da UFS, o mesmo mostra-se adequado e eficaz, uma vez que o princípio da autonomia administrativa possui bases constitucionais capazes de legitimar a adoção de medidas educacionais concatenadas com as diversas diferenças e realidades sociais apresentadas. Diante da “privatização” das universidades públicas, as quais são maciçamente frequentadas por egressos das instituições particulares de ensino, a mobilidade social mostra-se inaplicável se não fos-se a adoção desses mecanismos de redução das desigualdades e geradores de maiores oportunidades aos estudantes de baixa renda, os quais são, predominantemente, de cor negra. PALAVRAS-CHAVE: Direito à educação; Políticas públicas de Ação Afirmativa; Poder Judiciá-rio. CONCLUSÃO No tocante a análise dos posicionamentos dos magistrados federais sergipanos nas ações impetradas contra o PAAF/UFS no primeiro ano do programa, 2010, chegou-se ao resultado de que ape-sar de majoritariamente a Justiça Federal de Sergipe ser contrária ao programa de cotas, tal posiciona-mento não se mostra pacificado. Uma vez que, existem fundamentações diversas para a resolução do mesmo conflito social, a qual perpassa por dois princípios cruciais: o princípio da igualdade material e o princípio do justo mérito. Em breve síntese, os contrários a tais medidas afirmam que a Constituição Federal, nos seus artigos 3º, inciso IV, e 4º, inciso VIII, veda preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, além do art. 5º, caput, assegurar que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Em razão deste mandamento constitucional, para que a discriminação positiva estabelecida pela Uni-versidade Federal de Sergipe fosse constitucional era necessário a sua previsão expressa, já que o princípio da legalidade pondera e limita a aplicabilidade do princípio da igualdade material. Outro aspecto amplamente rebatido pelos magistrados contrários ao Sistema de Cotas da UFS foi a 158 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 158-159 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 159 19/07/2014 10:21:46 DEVERIA HAVER PENA DE MORTE NO BRASIL? Luan Wesley Santana de Jesus [email protected] E também, os Direitos humanos, que, asseguram, declaram, que os homens nascem continuam livres e iguais em direitos. E, que, as distinções sociais só podem fundar-se na utilidade comum. A pena de morte vai contra os direitos fundamentais, que são os direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Neste caso, especialmente à vida que a Constituição Federal proclama, que o Estado deve assegurar, o direito de continuar vivo, ter vida digna quanto à subsistên-cia e de certa forma até de nascer, para os indivíduos. E também, deve-se levar em consideração a tortura que vão submeter-se as pessoas que forem punidas com este regime. O art. 5º da CF prevê que ninguém, será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. RESUMO Este ensaio tem como pretensão, discutir com racionalidade, se a pena de morte deveria ser adotada no Brasil. É notória a precariedade dos sistemas de contenção da violência. O espantoso cres-cimento de nossa população carcerária, e a incapacidade da prisão, em ressocializar os delinquentes, tornar o indivíduo criminoso em não criminoso. A incapacidade de nosso sistema de controle criminal é, consequentemente, revelador da necessidade de uma profunda reforma no sistema de prevenção criminal e não apenas isso, é necessário que as causas da violência também sejam adequadamente tratadas. Além disso, devemos levar em consideração os Direitos Fundamentais e Humanos apresentados na Constituição vigente. Pois assun-tos deste cunho (pena de morte, prisão perpetua), acabam ferindo os nossos princípios. O trabalho foi realizado, através de livros, doutrinas, jurisprudências e aulas assistidas no trans-correr do período. E dentre os argumentos favoráveis a pena de morte, temos a realidade do nosso país que não são das melhores. O auto índice de violência, o crescimento da população carcerária, a precariedade das prisões. Este tipo de pena poderia diminuir o índice de criminalidade solucionar estes problemas. Nos últimos anos, o Brasil presenciou grandes calamidades, como o caso de Eloá Cristina o mais longo sequestro em cárcere privado já registrado, e morta pelo ex-namorado, caso este que adquiriu grande repercussão nacional e internacional. Isso mostra a fragilidade do sistema de contenção da violência, esta fatalidade poderia ter sido evitada se o Estado oferecesse mais segurança. E também, o de Isabella Nardoni, que foi arremessada da janela do 6º andar de um prédio. Os autores deste crime hediondo, Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, praticaram este ato, sabendo das consequências que iriam sofrer, no sentido da forma que seriam condenados pelo ocorrido. Se existisse pena de morte, para crimes como este, acredito que os mesmos não teriam coragem de fazer isto. Então fatos como estes fazem com que a população se revolte cada vez mais com o Estado. E peçam que adotem outro sistema. Beccaria (1998) questiona em sua obra Dos delitos e das Penas. “Quem poderia ter concedido a homens o direito de fazer degolar seus iguais?” e também afirma ser um absurdo que as leis, que são a expressão da vontade pública e que detestam e castigam o homicídio, o cometam elas próprias, e para afastarem os cidadãos do assassinato ordenem elas próprias um assassinato público. O mesmo através de argumentos como estes, pede simplesmente a anulação da pena de morte, por considerá-la bárbara e inútil. Enfim, conclui-se que não é uma simples decisão, pois não caberia a pena de morte no Brasil. Como apresentado nos argumentos acima, e também, em um projeto de Emenda Constitucional para introduzir a pena de morte no país já é inconstitucional. Assim, pois, de acordo com a Constituição o direito à vida é um direito individual expressamente proclamado e garantido. A disposição constitu-cional é clara e direta, não deixando qualquer dúvida sobre isso. E o artigo 60, que trata das Emendas Constitucionais, enumera no § 4º as únicas hipóteses em que não poderá ser admitida proposta de emenda. Que contém em síntese que o direito à vida é fundamental e intocável. No sistema jurídico brasileiro o direito à vida é reconhecido e assegurado como um dos direitos fundamentais do indivíduo, direito que nenhuma pessoa e nenhum órgão pode restringir nem pode pretender eliminar. É evidente que o país necessita de melhoras, para a contenção da violência, mas, a pena de morte não seria a melhor opção. PALAVRAS-CHAVE: Pena de Morte, Direitos Humanos e Fundamentais. Quanto à preservação dos Direitos Humanos do condenado da pena de morte, questiona-se se, com a atitude brutal que os mesmos praticam o ato, poderiam ser considerados humanos. Por fim, também temos a economia, que, o Estado acarretaria, no sentido em que não teria de bancar o delinquente em toda sua estadia no sistema prisional. E este dinheiro poderia servir para beneficiar a sociedade em diversas formas. Já, os argumentos contrários a pena de morte, temos os Direitos Fundamentais. Cujo o objetivo é assegurar aos indivíduos proteção contra o Estado e contra os particulares, ao mesmo tempo que reafirma a sua própria condição humana, é o direito com base na dignidade da pessoa humana, reconhecidos e protegidos pelo Estado. Tudo isto esta contido no artigo 1º da CF. 160 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 160-161 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 161 19/07/2014 10:21:46 A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DOS CUIDADORES DE PACIENTES COM DOENÇA DE ALZHEIMER Maria Riso Barbosa do Nascimento [email protected] Maria Eulidênia Oliveira Carvalho [email protected] Ana Carla Oliveira Santos RESULTADOS E DISCUSSÃO A Doença de Alzheimer compromete em grande escala a vida dos cuidadores dos pacientes, pois, estes, na maioria das vezes deixam de viver suas próprias vidas para se dedicarem ao cuidado ao portador da mesma. A esse respeito, Luzardo, Et al, 2006, comenta que a “necessidade de cuidados ininterruptos, o difícil manejo das manifestações psiquiátricas e comportamentais, somadas às vivên-cias dos laços emocionais positivos e negativos experienciados pelo convívio anterior à instalação da doença produzem desgaste físico, mental e emocional.” Sendo assim, é de fundamental importância a intervenção do profissional enfermeiro no contexto da assistência ao cuidador, tendo em vista que essa assistência poderá dar suporte, apoio, àquela pessoa que, pelas circunstancias da vida, vê-se en-volvida com o paciente portador da DA, e com tudo o que esse fato implica. Segundo Cruz e Handan, 2008, “melhores estratégias de gerenciamento de problemas influenciam no ajustamento emocional do cuidador, refletindo-se em uma melhor assistência ao paciente.” O enfermeiro, portanto, deve atuar como educador dos cuidadores, pois, este profissional está habilitado para contribuir para o planeja-mento, realização e suporte para o cuidado. [email protected] Regivânia Souza Silva [email protected] CONCLUSÃO INTRODUÇÃO O aumento do número de idosos no mundo é algo perceptível, pois o avanço da tecnologia aliado à melhor qualidade de vida proporciona ao homem maior expectativa em relação à mesma levando as pessoas a ficarem idosas e consequentemente adquirirem problemas decorrentes da idade. A doença de Alzheimer é um deles, pois acomete os indivíduos principalmente após os 60 anos. O diagnóstico da D.A. é desanimador, porque a mesma, segundo Smith e Timby, 2005, não tem cura, e, de acordo com os mesmos autores é um distúrbio cerebral progressivo e deteriorante de início precoce antes dos 60 anos de idade, e de inicio tardio após 60 anos. O objetivo desse trabalho é discutir sobre os cuidadores dos pacientes com a D.A e o impacto trazido por ela à vida dos mesmos e de que forma o enfermeiro pode contribuir para melhorar a qualidade de vida destes indivíduos, nesse sentido, o estudo tem uma grande relevância, uma vez que se torna necessário uma orientação profissional especializada a estas pessoas que cuidam de pacientes com DA. Esta orientação deve ser direcionada através de intervenções de enfermagem, tendo como objetivo minimizar os problemas causados pela doença na vida de portadores e cuidadores. Diante do estudo realizado, se pode concluir que o papel do enfermeiro(a) na assistência aos cuidadores de pacientes portadores de DA tem relevada importância, pois, é a partir dessa assistência que essas pessoas terão a oportunidade de serem orientadas sobre como proceder naquilo que se refere ao manejo com o paciente, a se inserirem em grupos de apoio como terapia familiar, terapia individual, quando intervenções serão realizadas visando estabelecer um fluxo de informações entre o profissional de enfermagem, outros profissionais e os cuidadores tendo como objetivo principal a melhoria da qualidade de vida dos mesmos. Estas intervenções podem contribuir para minimizar os problemas causados pela DA na vida de portadores e cuidadores. PALAVRAS-CHAVE: Amor, cuidar, cuidar-se, dedicação, vida. METODOLOGIA O estudo realizado trata de uma revisão de literatura descritiva exploratória, cuja coleta de da-dos foi efetuada por meio de levantamento bibliográfico, baseado em artigos encontrados na internet pelas bases de dados Scielo. Vários textos foram previamente selecionados e, após leitura e avalia-ção, foi feita a seleção final de acordo com os objetivos do trabalho. Os autores e suas visões foram estudadas, mostrando como a Doença de Alzheimer afeta além do portador o cuidador dos pacientes portadores da mesma. Tendo como descritores utilizados: Cuidador, Doença de Alzheimer, Enferma-gem. 162 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 162-163 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 163 19/07/2014 10:21:46 O USO DA TECNOLOGIA COMO PROPOSTA DE AUMENTO DE RENDA E DESENVOLVIMENTO NA AGRICULTURA José Venicius Andrade Santos [email protected] Diego Andrade de Jesus Lelis [email protected] Foi realizada uma revisão bibliográfica por meio de consultas a livros, artigos e periódicos disponíveis em meios eletrônicos, em acervos públicos e pessoais referente às temáticas que tratam sobre o uso das tecnologias como peça fundamental para o desenvolvimento e fortalecimento da agri-cultura Assim, através da análise de vários autores, pudemos fazer uma reflexão crítica sobre o referido tema, que são técnicas e manuseio de utensílios para a realização e aumento da produção na agricultura fortalecendo a economia nacional e oportunizando o crescimento econômico do individuo e de seu grupo. RESUMO RESULTADOS E DISCUSSÃO O objetivo deste artigo é destacar a importância do uso das tecnologias voltadas para a agricultura, uma vez que as mesmas proporcionam aos agricultores, independentemente de seu porte um aumento da produtividade, o crescimento social e econômico e o desenvolvimento do país. Para al-cançar tal objetivo foi realizado um levantamento bibliográfico por meio de consultas a livros, artigos e periódicos disponíveis em meios eletrônicos ou em acervos públicos, buscando refletir acerca da importância da tecnologia na agricultura e o beneficio de tais praticas. A modernização da agricultura, nas últimas décadas passa a ser fator de fundamental importância para o desenvolvimento do país e conseqüentemente como alavanca de ascensão econômica e social para os pequenos, médios e grandes agricultores, o campo vem se transformando e fazendo com que o setor agrícola passe a explorar novas áreas para suprir as necessidades de aumento na produção interna e externa, visto que muito da produção nacional é voltada para atender o mercado externo. INTRODUÇÃO A agricultura desempenha um papel de grande importância no mundo atual, e certamente tende a aumentar impulsionada pelas evolutivas taxas de crescimento demográfico, pelo evidente au-mento do número de pessoas a alimentar e ainda fomentada em atender as demandas de oleaginosas e outros produtos para fins industriais. O campo sofreu sérias transformações possibilitando o crescimento da produção agrícola e a expansão do setor agroindustrial, visto que, há uma interdependência nesse processo de ampliação do mercado capitalista agrícola. Porém, deve-se ressaltar que esse desenvolvimento tecnológico na agricultura não se da de forma homogênea em todo o território nacional e camadas sociais, os médios e grandes produtores se sobressaem nesse contexto de modernização e produção, devido a maior de-tenção de capital e acesso as tecnologias direcionadas a agricultura Para Diniz (1986) não se pode pensar na agricultura apenas como meio de subsistência, pois ela deve ter papel de destaque no processo global de desenvolvimento das nações, sobretudo do mun-do subdesenvolvido. Desde seu inicio até os dias atuais foi um período de longa aprendizagem, de evolução consti-tuída em descobrimento de técnicas, ferramentas, utilização de insumos e defensivos para um melhor aproveitamento de rendimento da produção. Diante do aumento da necessidade de produção de alimentos, o homem passou a usar sua inteligência para criar novas maneiras de construir instrumentos que fossem capazes de auxiliá-lo na produção. Nesse contexto as tecnologias voltadas para a agricultura, teriam a função de aumentar a produção e fortalecer o mercado interno, gerando o crescimento econômico do país e dos respectivos protagonistas desse crescimento, no caso, os agricultores sendo responsáveis pelo desenvolvimento de uma classe forte de pequenos e médios produtores agrícolas, além da redução substancial do pro-blema social, permitindo assim uma melhor distribuição de renda gerando dessa forma um ciclo de crescimento e evolução econômica e social. Mediante tais informações essa pesquisa visa destacar a importância do uso das tecnologias para o crescimento econômico, fomentando a necessidade de sua utilização para tal crescimento nes-sa área. MATERIAIS E MÉTODOS 164 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 164-165 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do exposto, é possível perceber a importância do acompanhamento tecnológico pelo campo e do uso das tecnologias para a agricultura, pois tal utilização proporciona aos agricultores o aumento da produtividade na área rural, o crescimento social e econômico a partir da aquisição de bens e conseqüentemente de sua área de plantio. Esta pratica contribuindo de forma ampla e significativa para o desenvolvimento do setor e da economia nacional. Dentro desse contexto O desenvolvimento do setor agrícola tem influenciado a permanência do proprietário da terra no campo, motivado pelo aumento da produção, através do uso das tecnologias, aliado a valorização do seu trabalho e ao crescimento de sua renda favorecendo assim oportuni-dades de melhorar sua qualidade de vida. PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia, Agricultura, Renda, Desenvolvimento,Produtividade. FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 165 19/07/2014 10:21:46 RESSOCIALIZAÇÃO: A POSSIBILIDADE DE MODIFICAR A REALIDADE DE PESSOAS QUE POSSUEM O ESTIGMA ENRAIZADO PELA SOCIEDADE A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DA ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DA ERISIPELA Maria Eulidênia Oliveira Carvalho nenezinha¬[email protected] Erica Karine Santana Santos [email protected] Juliana de Souza Correia [email protected] Bianca Nayara Menezes Dias [email protected] Alexssandro Araújo França [email protected] Anesângela de Vasconcelos Vieira [email protected] Maria Riso Barbosa [email protected] RESUMO O presente trabalho aborda as questões sobre a deficiência do sistema prisional brasileiro, o alto índice de reincidência de ex-detentos e principalmente os rótulos impostos pela sociedade, sendo perceptível várias polêmicas e, consequentemente, o surgimento de indagações. Pretende-se defender a ideia de que, apesar de considerada uma tarefa árdua, pois vai desde mudanças em todo o sistema carcerário do país, ou seja, a devida aplicação e cumprimento das leis, até mudanças na forma de ver e aceitar o ex-detento, apoiá-lo e não apenas discriminá-lo, é possível ressocializar esse indivíduo que vem inserido nesse contexto de encarceramento envolto por todos os estigmas e preconceitos. Porém, este deve ser um trabalho individual que deve partir de cada um de nós, gerando assim um bem cole-tivo. O trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica, este tipo de pesquisa é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. Os resultados obtidos no decorrer da pesquisa, nos remete a ideia de que a ressocialização do detento é o principal objetivo da pena visto com caráter punitivo ou preventivo, mas para isso deve haver uma mobilização de toda a sociedade, seja ela no respeito à pessoa humana e na chance a mais que a sociedade deve dar ao ex-detento. Porém, o sistema penitenciário brasileiro é precário e por isso comete injustiças e não cumpre com a sua função, sendo que no Brasil não há programas de res-socialização e os poucos presídios que tentam, ou organizações que apoiam, são “apedrejados” pela população desejosa por vingança que entende a recuperação de um criminoso como “proteção aos bandidos”. Para a sociedade em geral um ex-delinquente é sempre visto como um inimigo e nunca como um cidadão. Haja vista a realidade acima delineada, acreditamos que a ressocialização é sim possível, mas antes é preciso haver uma mudança radical do Estado e na sociedade em geral, visto que vivemos em uma cultura totalmente preconceituosa. Portanto, não podemos esquecer que apesar de se tratar de indivíduos que foram totalmente contra as normas, leis e padrões impostos pela sociedade, ou seja, indivíduos desviantes que certamente prejudicaram vidas de pessoas tratam se antes de qualquer coisa de seres humanos. PALAVRAS-CHAVE: Sistema prisional; ressocializar; detento e estigma. 166 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 166-167 FACULDADE AGES RESUMO A Erisipela é um processo infeccioso cutâneo, podendo atingir a gordura do tecido celular subcutâneo, causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos. A erisipela ocorre por-que uma bactéria (um Estreptococo) penetra numa pele favorável à sua sobrevivência e reprodução. A porta de entrada quase sempre é uma micose interdigital (as famosas “frieiras”), mas qualquer ferimento pode desencadear o mal. Os primeiros sintomas podem ser aqueles comuns a qualquer in-fecção: calafrios, febre alta, astenia, cefaleia, mal-estar, náuseas e vômitos. As alterações da pele po-dem se apresentar rapidamente e variam desde uma simples vermelhidão, dor e edema (inchaço) até a formação de bolhas e feridas por necrose (morte das células) da pele. A localização mais frequente é nos membros inferiores, na região acima dos tornozelos, mas pode ocorrer em outras regiões como face e tronco. No início, a pele se apresenta lisa, brilhosa, vermelha e quente. Com a progressão da infecção, o inchaço aumenta, surgem as bolhas de conteúdo amarelado ou achocolatado e, por fim, a necrose da pele. A doença deve ter cuidados especiais, para um bom prognóstico, por isto é essencial ter o acompanhamento de profissionais capacitados para instruir o paciente e cuidar do mesmo, para que assim seja alcançada a reabilitação. Portanto, o estudo tem como objetivo divulgar a importância do enfermeiro diante do tratamento de feridas. O trabalho foi realizado com o paciente J.E.B. de 46 anos, morador da cidade de Moita Bonita o qual já estava internado há onze dias no Hospital Pedro Garcia Moreno Filho na cidade de Itabaiana/se, com diagnóstico de Erispela. O estudo foi realizado através de um estudo de caso que possibilitou o acompanhamento durante três semanas. No primeiro contato com o paciente a lesão se caracterizava em faze de necrose em seu membro inferior direito e sinais flogísticos. O curativo era realizado todos os dias para que fosse realizada uma avaliação do tipo de tratamento que deveria seguir. Para que fosse traçado o tratamento, e os cuidados de enfer-magem, foi aplicado a Sistematização da Assistência de Enfermagem no paciente. O paciente acom-panhado teve que realizar um debridamento físico, pois estava sendo feito o curativo com papaína a 10% há dez dias e não estava fazendo efeito. Após o debridamento, o curativo ficou sendo realizado duas vezes ao dia fazendo uso da papaína a 10%, fato este que fez a acadêmica questionar o tipo de medicamento que estava sendo usado, então, a prescrição foi mudada para papaína a 2% e hidrogel. Além do tratamento com os antibióticos de acordo com a prescrição médica. Depois do debridamento físico a lesão ficou com alguns pontos de fibrina com a maior parte de tecido de granulação. Devido a profundidade da ferida, teve que ser realizado o enxerto e após três dias o paciente recebeu alta para FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 167 19/07/2014 10:21:47 dar continuidade ao seu tratamento em casa. O presente estudo de caso teve o compromisso com a assistência prestada ao cliente, podendo assim obter um melhor prognóstico, já que no primeiro con-tato que o grupo teve com J.E.B. pode verificar a presença de uma grande lesão, ou seja, uma úlcera já em necrose fazendo o uso da papaína a 10% já há dez dias sem resultado satisfatório tendo que se submeter à debridação cirúrgica. Após o debridamento o cliente permaneceu fazendo uso da papaína a 10%, fato este que fez o grupo questionar o tipo de medicamento que estava sendo usado, então, a prescrição foi mudada para papaína a 2% e hidrogel. Fomos informados que o cliente passou por um procedimento cirúrgico de enxerto, e hoje já se encontra em casa e se recupera bem. É importante que o enfermeiro conheça a sistematização para que seja um provedor e preveja com antecedência a importância da sua atuação. Também é fundamental para um bom trabalho em equipe. O enfermeiro utiliza um processo de tomada de decisão para determinar um diagnóstico de enfermagem, projetar um resultado desejado e selecionar intervenções pra chegar a um resultado. Esse é o enfermeiro que se deve ter nos dias atuais, tendo uma visão holística de cada cliente, praticando o cuidado e capaci-tando sua equipe para uma assistência humanizada. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MLLITUS APRESENTANDO COMPLICAÇÕES CRÔNICAS VASCULARES: RELATO DE CASO BASEADO NA TEORIA DO AUTOCUIDADO DE OREM Valdiceia da Silva Dantas Gama [email protected] Michel Oliveira Caldas [email protected] INTRODUÇÃO Segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde, o número de portadores da doença em todo o mundo era de 177 milhões em 2000, com expectativa de alcançar 350 milhões de pessoas em 2005. No Brasil são cerca de seis milhões de portadores, a números de hoje, mas deve alcançar 10 milhões de pessoas em 2010 (BRASIL, 2006). Segundo o SIAB, na Bahia existem 10.356, sendo que do sexo feminino o índice é maior do que no sexo masculino, pois há aproximadamente 7.030 mulheres diabéticas e apenas 3.330 homens acometidos por essa patologia. E em Ribeira do Am-paro-BA, existem cerca de 290 portadores de diabetes, ou seja, 2,04% da população dessa cidade estão acometidos por essa doença. Esse índice é maior entre pessoas de 15 anos ou mais, sendo que existe apenas um caso entre pessoas de 0 a 14 anos (DATASUS). Esse trabalho mostrou-se de extre-ma importância, pois os resultados foram motivadores para a cliente e para equipe de enfermagem. Assim sendo, tornou-se interessante, buscar respostas a várias indagações surgidas. Como se sente o paciente portador de Diabetes Mellitus? Quais as mudanças no seu estilo de vida? A doença alterou o seu comportamento? Como é viver com a doença apresentado comprometimento vascular? Como se sente emocionalmente e socialmente? PALAVRAS-CHAVE: Erisipela; doença; bactéria, ferida, curativo. OBJETIVO Mostrar a importância do cuidado de enfermagem a um paciente portador de Diabetes Mellitus e com comprometimento vascular, utilizando os diagnósticos e intervenções de Enfermagem. MÉTODOS Trata-se de um estudo descritivo, com uma abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, que é uma modalidade de estudo que permite uma investigação para se preservar as características holísticas e significativas de episódios da vida real, como ciclos de vida individuais e processos organizacionais administrativos. Este tipo de estudo ainda contribui, de maneira inigualável, para a compreensão dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais e políticos. Essa coleta foi feita no 168 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 168-169 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 169 19/07/2014 10:21:47 A ÉTICA NA PROFISSÃO CONTÁBIL período de 14 a 18 de outubro de 2010. Os critérios de inclusão do paciente estabelecidos para a pesquisa foram: 1. Paciente portador de diabetes, 2. Precisar de cuidados dos profissionais de saúde e 3. Aceitar participar da pesquisa mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram coletados na residência da paciente, através de uma entrevista semiestruturada, o qual continha os dados de identificação, história da doença, historia familiar. Marta Andrade Carregosa [email protected] RESUMO DISCUSSÃO A aplicação da SAE a esta paciente permitiu confirmar a concepção que os autores Valcapelli & Gasparetto já possuíam, que paciente diabético não pode ser visto somente como um ser biológi-co, mas também levado em consideração seu lado psicológico e social. Podemos perceber isso com mais clareza quando Valcapelli & Gasparetto citam: Independentemente da predisposição genética, a manifestação da diabetes está relacionada a períodos de graves distúrbios emocionais, como rupturas no lar, frustações afetivas, profissionais ou estresse (2006, p.150). Por intercessão da realização deste estudo pudemos evidenciar que, por meio da assistência embasada na teoria de Orem, foi possível identificar os déficits de autocuidado, e que é relevante operacionalizar o processo de enfermagem tomando como referência um modelo de assistência, pois facilita a identificação de diagnósticos de enfermagem, bem como o desenvolvimento de sua prática. Percebe-se com este caso que os fatores emocionais influenciam diretamente no aparecimento da diabetes, pois, além da predisposição gené-tica, a vida social do cliente conta muito. E nesse caso isso fica evidenciada pela aparente situação emocional da paciente em questão. Portanto, o cuidado é a essência do ser humano. Trata-se de artigo que procura analisar a importância da ética na profissão contábil, como um ponto diferencial de qualidade do seu trabalho buscado pelas organizações. O contabilista irá vivenciar situações em que o interesse aparecerá fortemente e é nesta hora em que ele deve exercer seus dilemas éticos sobre o determinado problema, diferenciando o certo do errado e agindo a favor do bem-estar da sociedade proporcionando assim a justiça. A ética possui como objetivo o estudo do comportamento humano no meio em que está inserido, buscando os questionamentos das atitu-des morais e valores pessoais, o indivíduo constrói seu próprio conjunto de valores e crenças, o que determina o comportameto diante das situações a serem vivenciadas na busca incessante dos seus objetivos, agindo conforme sua razão. Assim, cada pessoa possui e determina seus interesses e fará o possível para alcançá-los, consequentemente é natural que surjam conflitos, é nessas diferenças e desentendimento entre os indivíduos que a ética pretende estabelecer o comportamento adequado à convivência em sociedade. O código de ética tem por finalidade indicar um padrão de conduta pro-fissional demonstrando o que é permitido ou não, tornando assim maneiras mais fácies de resolver os problemas que venham a ocorrer na organização. O profissional deve exercer valores éticos de acordo com a situação, além de uma conscientização adequada à cultura organizacional focalizando na solu-ção dos problemas. A análise é construida por meio de pesquisa bibliográfica de livros, textos e temas relacionados ao respectivo conhecimento estudado, como também a elaboração de uma análise numa turma de estudantes que cursam contabilidade, para verificar quais as mudanças necessárias que precisam ser aplicadas, visando a harmonia no meio social. A leitura realizada mostra que a utilização da ética profissional está sendo um diferencial muito importante para aquele que deseja ter sucesso nessa área, pois, cada vez mais as organizações avaliam o conceito ético como um fator primordial e indispensável na contratação de seus profissionais. Tudo isso tem uma explicação básica e clara, onde a ética profissional deve ser valorizada, utilizada e aplicada, antes de qualquer norma obrigatória dos conselhos de classes profissionais, classificada como um princípio de vida e respeito para com os cidadãos da sociedade em que convive. A conclusão que pode ser tirada no trabalho é que o profissional de contabilidade deve desenvolver a ética na sua carreira, buscando desempenhar suas atividades de forma honesta possuindo um refencial ético comprometido não só com o conselho federal e regional de contabilidade, mas também com a sociedade, valorizando a dignidade de sua classe contábil. É importante ressaltar que a corrupção e o lucro fácil jamais promoverão o sentimento de relização profissional, pois, é nesses aspectos que deixa de ser construida uma economia nacional forte e justa, com fraudes de balanços e a sonegação de impostos não existe a distribuição de renda e o estado não pode garantir melhores condições de vida aos demais cidadãos. PALAVRAS-CHAVE: Cuidado; Diabetes Mellitus; Paciente; Autocuidado, Assistência. PALAVRAS-CHAVE: Ética, contabilidade, sociedade, comportamento, responsabilidade. 170 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA FACULDADE AGES Segundo Brasil (2006), a maioria dos casos de diabéticos apresenta excesso de peso ou deposição central de gordura. Em geral, mostram evidência de resistência á ação da insulina e/ou defeito na secreção de insulina, manifesta-se pela incapacidade de compensar essa resistência. Em alguns é normal, é o defeito secretor mais intenso. É possível considerar que o uso da teoria do Autocuidado é um instrumento válido, o qual nos ajudou a promover uma comunicação mais objetiva entre pesquisador e pesquisado, adequando de certa forma, planejamento da assistência de enfermagem a problemática desta paciente. Consideramos também, que o processo de enfermagem baseado em Orem nos deu subsídios para a aplicação sistemática dessa assistência, fazendo-se mudanças necessárias ao plano de cuidado da paciente. Através da aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) pudemos identificar os diagnósticos e intervenções de enfermagem concernente para esse caso. Embasadas na teoria de Orem observamos a necessidade de envolvimento da paciente na assistência, o que promove maior adesão à terapia utilizada e satisfação pessoal para a cliente e equipe. CONCLUSÕES ANAIS.indd 170-171 FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 171 19/07/2014 10:21:47 É POSSÍVEL O USO DE MEDICAÇÕES NA GESTAÇÃO SEM TOXICIDADE FETAL? Ana Carla Oliveira Santos [email protected] Maria Eulidênia Oliveira Carvalho [email protected] Maria Riso Barbosa do Nascimento [email protected] RESULTADOS E DISCUSSÃO Estima-se que 10% ou mais dos defeitos congênitos são resultantes da exposição materna a drogas. Por este motivo, a Food and Drug Administration (FDA) classifica todas elas em categorias de risco. Muitas drogas não têm sido avaliadas em estudos clínicos – e, provavelmente, não o serão por questões éticas. Em estudo de revisão de literatura sobre a farmacogenética dos defeitos congê-nitos, com foco sobre a necessidade de ensaio genotípico materno preditivo, os autores concluem que os indivíduos variam em como metabolizam drogas e manipulam exposições ambientais tóxicas. Em usuárias crônicas de medicamentos, não existe técnica disponível que possa identificar aquelas de risco de dismorfose. Os polimorfismos de gene para uma determinada enzima específica podem resultar numa ausência ou redução no nível da atividade enzimática, ou em nenhuma mudança, com pouco efeito sobre a estrutura/função dos produtos do gene, mas eles não estão associados ao fenótipo clínico, tanto para a mãe como para o feto. Outros polimorfismos podem ser apenas marcadores. INTRODUÇÃO CONCLUSÃO Há no Brasil crescente utilização de medicamentos industrializados, inclusive durante o ciclo reprodutivo feminino. Com a finalidade de sanar as queixas advindas, por vezes, da falta de atenção às necessidades básicas de sobrevivência. A utilização de medicamentos industrializados tem crescido ao ponto de incorporar-se ao acervo popular de conhecimentos, permitindo os palpites diagnósticos e terapêuticos, num processo que levará à tendência crescente à automedicação afirma BUCHER,1992. Como toda a população, a gestante está sujeita a intercorrências de saúde que impõem o uso de medicamentos. A gestação compreende situação única, na qual a exposição a determinada droga envolve dois organismos. A resposta fetal, diante da medicação, é diferente da observada na mãe, podendo resultar em toxicidade fetal, com lesões de variada monta, algumas irreversíveis. Em conclusão, quase 40 anos após o desastre da talidomida, mulheres grávidas continuam sendo expostas a grande número de medicamentos cuja segurança nem sempre está bem estabelecida. Entre os médicos, duas atitudes extremas podem ser observadas. Por medo da embrio/fetotoxicidade, muitos adotam atitudes excessivamente conservadoras com relação ao uso de medicamentos durante a gravidez e expõem a mãe a sofrimento desnecessário, enquanto outros prescrevem de modo irracional e excessivo, expondo a parturiente e feto a sérios riscos. Todavia, medicamentos necessá-rios para a preservação da integridade da mãe nunca devem ser evitados. O objetivo dessa pesquisa é avaliar o risco da toxicidade fetal na gravidez. Nesse sentido a pesquisa tem grande relevância, social e prática. Pois torna-se necessário uma orientação e prescrição medicamentosa cautelosa, pelos profissionais de saúde com vista á minimizar os problemas causados pelos fármacos, principalmente as más- formações congênitas. Portanto, acredita-se que o melhor a ser proposto para uma menor exposição a gestantes que necessitam o uso de medicamentos é estimular à educação continuada dos profissionais de saúde en-volvidos com o pré-natal, visando uma melhoria da qualidade das prescrições e consequentemente da atenção à gestante e, principalmente, discussões com todos os sujeitos do processo sobre a concepção de saúde-doença que norteia as práticas do serviço e da comunidade, visando resgatar a representação da gestação como um processo fisiológico normal, que exige cuidados, mas que não é patológico e, portanto, não implica necessariamente em intervenções curativas, entre elas a prescrição de medica-mentos. MÉTODOS O estudo realizado trata de uma revisão de literatura descritiva exploratória, cuja coleta de da-dos foi efetuada por meio de levantamento bibliográfico, baseado em artigos encontrados na internet pelas bases de dados Scielo e Lilacs. Vários artigos foram previamente selecionados e, após leitura e avaliação, foi feita a seleção final de acordo com os objetivos do trabalho. Os autores e suas visões foram estudadas, mostrando como o uso indiscriminado de medicação durante a gestação podem acarretar danos a saúde do feto. 172 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 172-173 FACULDADE AGES PALAVRAS-CHAVE: Gravidez; toxicidade; dismorfose; feto; educação continuada. FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 173 19/07/2014 10:21:47 QUAIS OS FATORES DE RISCOS QUE OS OPERADORES DE MAQUINA AGRICOLA ENFRENTAM NO DIA-A-DIA NO MUNICIPIO DE ADUSTINABA Wheidna Suiana Menezes de Melo [email protected] Karla Reis Menezes [email protected] Josefa Menezes Andrade [email protected] Maria Edna Santos Andrade [email protected] INTRODUÇÃO É perceptível, ainda, nos dias atuais um descaso quanto à precaução dos trabalhadores como um todo, sobretudo os classificados como de terceiro setor, questões as quais estão relacionadas à falta de informação, capacitação, e muitas das vezes pela própria negligência com que realiza suas funções. A problemática dos operadores de máquinas agrícolas está associada aos fatores de riscos (físico, químico, ambiental e ergonômico) aos quais, direto ou indiretamente, estão expostos durante a realização do seu trabalho. A pesquisa em análise foi desenvolvida com o intuito de explanar as probemáticas ocupacio-nais que incidem sobre a saúde dos operadores de máquinas agrícolas no município de Adustina, BA. A fim de contribuir para minimizar a prevalência de acidentes com tais trabalhadores, por meio do conhecimento dos fatores riscos e de ações preventivas. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi um levantamento epidemiológico acerca da ocorrência de acidentes, associados a fatores ocupacionais, com operadores de máquinas de diversas propriedades agrícolas de Adustina. Assim, a segurança do trabalho pode ser observada como um conjunto de medidas adotadas visando a minimização dos acidentes na rotina diária, as doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalhadores rurais. As informações necessárias à realização deste trabalho foram obtidas por intermédio de uma entrevista direta com os motoristas, para tanto foi utilizado um questionário previamente elaborado contendo questões abertas e fechadas, abordando diversos aspectos todos os quais necessários para melhor entender as possíveis problemáticas capazes de provocar distúrbios físicos e psíquicos nos entrevistados. 174 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 174-175 FACULDADE AGES REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O trabalho tem um importante papel na vida humana, pois além de ser fonte do seu sustento, o trabalhador pode se sentir útil, produtivo e valorizado, contribuindo para a melhora da auto-estima e concreta auto-realização. Entretanto, quando o trabalho é realizado sob condições inadequadas, pode ser nocivo, prejudicando a saúde, provocando doenças, levando à inatividade, encurtando a vida e até causando a morte. (MACIEL ET AL, online;2006). A área de Saúde do Trabalhador, no Brasil, tem uma conotação própria, reflexo da trajetória que lhe deu origem e vem constituindo seu marco referencial, seu corpo conceitual e metodológico. A princípio é uma meta, um horizonte, uma vontade que entrelaça trabalhadores, profissionais de serviços, técnicos e pesquisadores sob premissas nem sempre explicitadas. O compromisso com a mudança do intrincado quadro de saúde da população trabalhadora é seu pilar fundamental, o que supõe desde o agir político, jurídico e técnico ao posicionamento ético, obrigando a definições claras diante de um longo e, presumidamente, conturbado percurso a seguir. (MINAYO-GOMEZ & THE-DIM-COSTA). Atualmente, no Brasil, não existem informações precisas sobre o numero de acidentes que ocorrem pelo exercício do trabalho. Sabe-se, porém, que pouco mais da metade da população economicamente ativa encontra-se registrada na previdência social, o que o sub-registro de acidentes é comum. Estima-se que ocorram, anualmente, cerca de três milhões de acidentes com trabalhadores no país. (FEHLBERG; SANTOS; TOMASI) Na zona rural, a situação é bem mais grave, pois as pessoas trabalham por conta própria e sem carteira assinada e raramente registram a ocorrência de acidentes. Os trabalhadores rurais estão cons-tantemente expostos a inúmeros agentes que podem causar acidentes, como máquinas e implementos agrícolas, ferramentas manuais, agrotóxicos, animais domésticos e animais peçonhentos. Alem disso, outros fatores que poderiam ser associados aos acidentes, como a ocorrência de eventos estressantes, apresentam freqüência relativamente elevada na população economicamente ativa. (FEHLBERG; SANTOS; TOMASI). Segundo o artigo 131 do Decreto nº 2.172, de 05 de março de 1997, acidente de trabalho no meio rural é o que ocorre na realização do trabalho rural, a serviço do empregador, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a morte ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. De acordo com Rodrigues & Da Silva (1986): Uma das principais conseqüências da modernização da agricultura brasileira foi a substituição progressiva do trabalho manual pelo trabalho mecanizado. A introdução de instrumentos e insumos modernos nas tarefas agrícolas ampliou significativamente os tipos de acidentes de trabalho a que estão sujeitos os trabalhadores rurais Os trabalhadores rurais estão constantemente expostos a inúmeros agentes que podem causar acidentes, como máquinas e implementos agrícolas, ferramentas manuais, agrotóxicos, animais domésticos e animais peçonhentos. Além disso, outros fatores que poderiam ser associados aos acidentes, como a ocorrência de eventos estressantes, apresentam freqüência relativamente elevada na população economicamente ativa. (FEHLBERG; SANTOS; TOMASI). Nesse sentido, as ações de vigilância em saúde do trabalhador, ainda em processo de construção, requerem uma articulação intersetorial e uma atuação interdisciplinar, devendo ser uma intervenção participativa, de caráter contínuo, atuando “sobre riscos, cargas de trabalho, danos, acidentes, doenças, seqüelas de agravos “ , enfoque que supere abordagens redutoras e fragmentadas como a inspeção do trabalho, praticada pelo Ministério do Trabalho (LACAZ, 1999). FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 175 19/07/2014 10:21:47 A Constituição federal de 1988 institui o SUS - Sistema Único de Saúde - e atribui a ele as ações de Saúde do Trabalhador, as quais são melhor estabelecidas na lei Orgânica da Saúde nº8080 de 1990. As ações de Saúde do Trabalhador compreendem um conjunto de atividades que se desti-nam, através das ações de vigilância epidemiológica e sanitária, à promoção e proteção da saúde do trabalhador submetido aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. Abrangem a assis-tência ao trabalhador vítima de acidente do trabalho ou portador de doença relacionada ao trabalho, buscando a sua recuperação e reabilitação; a participação em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde no trabalho e na normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos, que apresentem riscos à saúde do trabalhador; a avaliação do impacto que as tecnologias provocam na saúde; a informação ao trabalhador; participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas (REZENDE,1998) ( ALBUQUERQUE & RAMOS, 2001 ). Para Deliberato (2002), as doenças ocupacionais são entendidas como uma interação que ocorre entre o ser humano e seu ambiente tem origem multicausal e divide-se em dois grandes grupos: intrínseco (relacionado ao trabalho): postura pessoal inadequada, habilidade emocional, constituição antropométrica inadequada; e extrínseco (aspectos que dizem respeito às empresas): ritmo da ativida-de, organização do trabalho, condições ambientais desfavoráveis e outros. Deliberato (2002) divide os fatores etiológicos das doenças ocupacionais por categorias: 1. Fatores biomecânicos: sendo representada por força excessiva na execução da tarefa, postura estática corporal e/ou segmentar mantida por períodos prolongados, alavancas críticas sobre as articulações, compressão mecânica dos tecidos moles e elevada repetitividade dos movimentos, sem que haja o devido reeqüilíbrio das estruturas envolvidas nessa movimentação; 2. Fatores organizacionais: monotonia excessiva, ciclos de trabalhos menores do que 30 segundos, irregularidade das horas extras, problemas de comunicação interna e interdepartamentos, estímulo nocivo entre funcionários e ausência de programas de prevenção que sejam parte integrante do cotidiano da empresa; 3. Fatores ambientais: inadequação da iluminação, ruídos, temperatura efetiva, umidade relativa e velocidade do ar; 2. Agentes químicos: os agentes químicos dentre os quais merecem destaque e podem causar danos à saúde são: pilhas e baterias; óleos e graxas; pesticidas/ herbicidas; solventes; tintas; produtos de limpeza; cosméticos; fármacos; aerossóis. Chumbo, cádmio e mercúrio considerados metais pesados, têm efeito acumulativo e podem provocar diversas doenças como saturnismo, distúr-bio do sistema nervoso, entre outros. Pesticidas e herbicidas têm elevadas solubilidade em gorduras que combinada com a solubilidade química em meio aquoso, pode levar a magnificação biológica e provocar intoxicações agudas no ser humano; 3. Agentes biológicos: podem ser responsáveis pela transmissão direta e indireta de doenças. Microorganismos patogênicos ocorrem mediante a presença de curativos, papel higiênico, fraldas descartáveis, agulhas, lenços de papel e preservativos masculinos, originados da população, dos resíduos de pequenas clínicas, farmácias e laboratórios; 4. Agentes ergonômicos: a região anatômica exposta, a intensidade, a organização temporal da atividade e o tempo de exposição, se caracterizam por elementos importantes aos fatores de risco. A caracterização dos acidentes com tratores agrícolas reveste-se de grande importância, porque diferentes tipos de acidentes (capotamento, quedas a distinto nível, atropelamentos, entre outros) possuem causas e conseqüências específicas (MÁRQUEZ, 1986). Portanto, acidentes de diferentes tipos exigem práticas, na maioria das vezes, específicas para a efetiva minimização de seu nível de ocorrência e gravidade. No que se refere às causas, ZÓCCHIO (1971), ALONÇO (1999) e CARDELLA (1999) definem dois grandes grupos de causas de acidentes de trabalho: atitudes inseguras e condições inseguras. O primeiro grupo relaciona-se diretamente às falhas humanas, enquanto o segundo engloba as limitações inerentes à maquina. Neste sentido, MÁRQUEZ (1990) indica que, na Espanha, 84% dos acidentes com tratores agrícolas são causados por atitudes inseguras. A saúde é, segundo a Constituição, um direito de todos e um dever do Estado e o acesso a ela, formalmente, é universal e igualitário. Mas ela não chega de um modo universal e igualitário; ao contrário, ela é restrita, distintiva, desigual e desumana: tão demasiada e opressivamente insensível e monstruosa que nem aos animais se dispensam os tratamentos oferecidos aos acidentados. (HIRANO; REDKO; FERRAZ). 4. Fatores psicossociais: falta de adaptação do funcionário a novas tarefas ou modelos gerenciais, desmotivação em relação à atividade desenvolvida e ausência de projetos de interação da família com a empresa (atividades de lazer nos finais de semana). Segundo Oliveira e Murofuse (2001) e Ferreira e Anjos (2001), os agentes capazes de interfe-rir na saúde e no ambiente e que costumam estar presentes nos locais de trabalho, podem ser agrupa-das em: 1. Agentes físicos: a sintomatologia como mal estar, cefaléia e náuseas em trabalhadores que interagem com equipamentos de coleta ou de sistemas de manuseio, transporte e destinação final pode ser decorrente ao odor emanado. Um agente comum nas atividades com resíduos é a poeira, que pode causar um desconforto, perda momentânea da visão, problemas respiratórios e pulmonares. Ruídos em excesso, durante as operações de gerenciamento dos resíduos, podem promover a perda parcial ou permanente da audição, cefaléia, tensão nervosa, estresse, hipertensão arterial. Sintomas como lombalgias, dores no corpo e estresse podem sobrevir da vibração de equipamentos. Responsá-veis por cortes e ferimentos dos trabalhadores da limpeza urbana, os objetos perfurantes e cortantes são sempre apontados entre os principais agentes de risco nos resíduos sólidos; 176 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 176-177 FACULDADE AGES RESULTADOS Nesta pesquisa foram entrevistados 20 tratoristas de propriedades rurais diversificadas da cidade de Adustina. Todos os entrevistados eram do sexo masculino, reforçando o conceito de que essa atividade é peculiar deste sexo. A partir da análise dos dados pode-se observar que os tratoristas de Adustina têm idade de 30 entre 50 anos, com uma grande variação entre as idades, 30% destes trabalhadores então no intervalo de 37,2 – 42,4. Dados das entrevistas nos mostraram que 100% dos trabalhadores não receberam treinamento sobre a função e o uso de EPI que são consideradas ponto de relevância para este tipo de trabalho, além de apontar que também todos os trabalhadores exigiam esforço físico, postura inade-quada, situação de estresse físico, com trabalhos em turnos e noturnos, além de levantamento de peso, monotonia e jornada de trabalho prolongada. FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 177 19/07/2014 10:21:47 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Foi percebido também o uso de medicamentos por 50% dos trabalhadores, eles utilizam como forma de estabilizar a doença existente. Doenças estas que apresentam uma diferenciação na distri-buição dos trabalhadores como distúrbio renal (10%), cãibras (5%), hipertensão arterial (30%), dia-betes (15%) e que prevalece o problema de coluna e visão sendo 40% dos trabalhadores. Louise Kathleen Freire Barroso Diante da pesquisa realizada 65% dos trabalhadores sofreram acidentes com máquinas, equipamento manuais, implementos, e o restante dos os 35% dos trabalhadores não sofreram, mas tiveram ataques com animais peçonhentos. Sendo que a distribuição dos equipamentos prevalece nas máqui-nas com 40%, e outros se repartem entre manuais com 15% e implementos com 10%. [email protected] Maria Edna Andrade Josefa Cleide Andrade Edcleverson Lacerda de Albuquerque RESUMO A hipertensão arterial sistêmica é uma das doenças mais acometidas em adultos jovens no Brasil. As causas da HAS são obesidade, estresse, fumo, baixa escolaridade, sedentarismo, idade, sexo, qualidade de vida, nível socioeconômico, hábitos alimentares, antecedentes familiares e raça negra. Na população rural, as taxas de prevalência de indivíduos com hipertensão é alta devido a uma menor qualidade de vida e também por poderes econômicos baixos ou mínimos a sobrevivência. A obesidade ou o sobrepeso é um fator de risco muito relevante para esta patologia, pois a mesma retém uma alta quantidade de gordura no corpo, com um consumo de energia muito maior do que o corpo necessita para a sua manutenção e possíveis realizações de atividades físicas diárias, ou seja, para os gastos energéticos, por isso, esta patologia contribui para o surgimento da HAS. A falta de atividade física e o sedentarismo por conta das cargas elevadas de trabalho aumentam o estresse que os indivíduos enfrentam, porém, a realização da atividade física faz com que neutralize a ação de neu-rotransmissores como a adrenalina, então, na prática de qualquer tipo de atividade física a endorfina é produzida no corpo e mais ainda no cérebro, proporcionando uma sensação de bem estar aos seres humanos. Hábitos alimentares com alto teor de gordura, como carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese, leite integral e salsichas diminuem a qualidade de vida dos indivíduos e aumentam a promoção de células cancerígenas, como também pode ocasionar um aumento na pressão arterial sistêmica. A evolução clínica desta doença é lenta, porém, as consequências no aumento da pressão arterial sistêmica podem ser cardíaca, como angina de peito, infarto agudo do miocárdio, cardiopatia hipertensiva e insuficiência cardíaca, cerebral, como acidente vascular cerebral e demência vascu-lar, renal, como nefropatia hipertensiva e insuficiência renal, ocular como retinopatia hipertensiva. Contudo, para que o homem não adquira a hipertensão ele deve ter algumas orientações fornecidas pela equipe de enfermagem, incentivar à prática de atividades físicas, orientar a importância de uma alimentação saudável, mostrar as consequências das doenças através de dados clínicos ou represen-tações de artistas, referenciar o paciente para a continuidade das consultas de hiperdia, informar os clientes e tirar as suas dúvidas quanto a HAS, implantar um plano terapêutico de HAS e promover a educação em saúde através de palestras educativas. PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão arterial sistêmica; causas; consequências; orientações; equipe de enfermagem. 178 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 178-179 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 179 19/07/2014 10:21:47 O SUICÍDIO ATRELADO À SAÚDE MENTAL: COMPORTAMENTOS E ASPECTOS QUE CARACTERIZAM O ATO normalidade ou se apresenta algum problema psicológico. Fica evidenciado o fato de que o suicídio nem sempre é resultante de doença mental, visto que entre as vítimas pesquisadas, apenas uma delas sofria depressão. Cabe asseverar, que para aquelas pessoas que estão sem perspectivas de vida, sem objetivos ou expectativas futuras, o suicídio é considerado como a cura para todos os males. Hércules de Oliveira Santana [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Suicídio; fatores de risco; comportamento suicida, intervenção. Erica Karine Santana Santos [email protected] Bianca Nayara Menezes Dias [email protected] RESUMO Diante das taxas de suicídio que o evidenciam como um problema de saúde pública, ações de promoção e prevenção de tal ato são indispensáveis. O objetivo deste artigo é discorrer sobre características, e aspectos para o comportamento suicida, apresentaremos também as possíveis e variadas intervenções para sua prevenção no que diz respeito à atenção básica de saúde do indivíduo. Dentre os fatores de risco mais importantes para tal comportamento podemos destacar os transtornos mentais, antecedentes e relações familiares, sexo, idade, abuso de substâncias, problemas físicos e situação social desfavorável, buscaremos identificar tais fatores com o intuito de estruturar ações para uma possível intervenção e solução a serem desenvolvidas no tratamento dos indivíduos. A pesquisa empreendida teve dois momentos: num primeiro instante, foi feita uma consulta a dados perante o representante do Ministério Público local; a mesma, não obtendo as informações as quais precisávamos, fez-nos encaminhar até o cartório de registros, em que o escrivão substituto dis-cutiu um pouco sobre a causalidade dos atos suicidas conclusos, e sobre a grande incidência na popu-lação, passados três dias da nossa visita, o mesmo nos entregou uma certidão comprovando números de um determinado período. Finalmente fez-se uma pesquisa de campo, nos domicílios dos familiares das vitimas recorrentes, para verificar tais informações a partir de um questionário semiestruturado, o que possibilita o bom andamento da entrevista, o qual permitia tanto a nós, quanto aos entrevistados, discorrer sobre o assunto de forma que, surgindo novos questionamentos, acrescentariam maior peso à pesquisa, assim como, deixando também o entrevistado à vontade e não se sentir pressionado ao falar sobre o assunto. Com base no referencial teórico e resultados alcançados pelas entrevistas, percebemos que as discussões atuais sobre o suicídio nas sociedades envolvem a influência da cultura, dos valores e da moral religiosa. Pôde-se constatar neste estudo, que os indivíduos que tentaram o suicídio, aparen-taram possuir menos flexibilidade na resolução de seus problemas, pois como foi trazido pelos seus familiares, estes indivíduos só podiam ter se deixado levar a tal ato em um momento de fraqueza ou até mesmo por impulsividade. Algumas conclusões podem ser tiradas dessa pesquisa de campo. Uma delas é que, é necessário que em primeiro plano conheçamos as representações sociais, na qual o sujeito que praticou o ato está inserido. Como também é necessário saber se este indivíduo se encaixa em um padrão de 180 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 180-181 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 181 19/07/2014 10:21:47 MOVIMENTOS SOCIAIS E LUTAS INSTITUCIONAIS A INCLUSÃO DO DEFICIENTE VISUAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Augusto Cesar Santiago Teixeira Josafa de Souza Miranda Junior [email protected] RESUMO Ao longo do século XX os movimentos sociais adquiriram importância no conjunto da sociedade e, desde a década de 1940, vem se constituindo em objeto de estudo acadêmico. A ideia básica era compreender os movimentos como uma espécie de ‘comportamento coletivo’. Isso justifica o fato dos estudos acadêmicos sobre este tema não estarem próximos dos estudos sobre as eleições. Ao pesquisar sobre a relação entre movimentos sociais e eleições, pode-se ampliar a compreensão sobre o papel desses movimentos quanto ao processo de engajamento, militância, participação e con-fronto político. Inicialmente, como atores que se organizavam em torno de uma causa, mas o apro-fundamento das relações com a esfera pública imprimiu a necessidade da institucionalização, com a profissionalização de seus integrantes e atividades. É da busca pelo sentido do engajamento, dos repertórios e dos desdobramentos da ação junto ao conjunto de atores sociais, especialmente o Estado que se busca compreender a relação entre os movimentos sociais e os partidos políticos, no sentido de responder a seguinte indagação: Será os partidos políticos um elemento-chave para se compreender a dinâmica dos movimentos no Brasil? A eleição de candidatos oriundos dos movimentos sociais vin-culados aos partidos de esquerda imprimiu uma relação de proximidade e de complementariedade em alguns momentos, como um porta-voz da causa, ou mesmo de forma simbólica, sinaliza a presença do movimento no parlamento ou na instância de governo. Estudar a relação entre movimentos sociais e os partidos políticos é também compreender a dinâmica desse processo, com a devida elucidação das estratégias dos atores e dos limites dessa relação. Um exemplo possível é a eleição de indivíduos ligados à questão da educação, que procuram no parlamento ser a voz do segmento que o ajudou no pleito eleitoral. Ligação e ou identidade anunciada de forma aberta e, em certos casos a sede dos mo-vimentos são utilizados em alguns momentos do mandato como local de encontros e debates. Fatos como estes também ocorrem em outras áreas, a exemplo da saúde e segurança pública, em que os candidatos e, mais tarde, os parlamentares continuam a defender os interesses e bandeiras de luta da-queles que os ajudaram no momento das eleições. Mas, no caso de Sergipe, a academia ainda carece de esforço interpretativo desta relação. RESUMO Este artigo tem como objetivo analisar as possibilidades de inclusão dos deficientes visuais na escola e nas aulas de Educação Física. Inicialmente, para contextualização da temática, realizouse um resgate histórico da legislação sobre Educação Especial; posteriormente, a classificação da defi-ciência visual, bem como levante dos números de casos no mundo e no Brasil, das principais causas da deficiência, do papel das famílias, das escolas e profissionais para a inclusão e a ação da Educação Física. Destaca-se que a inclusão das pessoas portadoras de deficiência visual na escola e conseqüen-temente na Educação Física escolar é benéfica, tanto para o portador de deficiência, quanto para o aluno normal. No entanto, a inclusão escolar não é um processo rápido, automático, é sim um desafio a ser enfrentado devido a vários motivos, principalmente, a falta de professores habilitados e de es-truturas físicas adequadas aos alunos portadores de deficiências. Salienta-se, ainda, que a inclusão do deficiente deve ser responsabilidade de toda a comunidade escolar que carece sentir-se comprometi-da, facilitando assim a plena integração do deficiente. Colegiado de Educação Física - Orientadora Profª Camila PALAVRAS-CHAVE: Educação Física escolar, deficiência visual, inclusão, interação e educação especial. PALAVRAS-CHAVE: Movimentos sociais; Politica; Repertório; Engajamento. 182 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 182-183 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 183 19/07/2014 10:21:48 QUALIDADE DA ÁGUA EM FAVOR DA SUA SAÚDE, LEVANTAMENTO DE DADOS E AÇÃO EDUCATIVA SOBRE O TRATAMENTO E CONSUMO DE ÁGUA NO POVOADO LOGRADOR FAZENDA VELHA – PARIPIRANGA/ BA quisa de campo feita a partir das visitas domiciliares da Comunidade Logrador Faz. Velha, e contou com a participação de 34 alunos do ensino fundamental do Grupo Escolar do Marizeti. O plano de ação com as crianças foi escolhida após perceber que aproximadamente 30% da população possui entre 5 e 17 anos e cursam entre pré-escolar e 5ª série dividido em dois turnos, manhã e tarde. A apresentação do trabalho proposto será realizado no turno da tarde a partir das 2h. Pensando nisso as crianças seria um meio de levar até suas residências as informações colhidas através das atividades lúdicas e oficinas elaboradas e realizadas dentro da sala de aula. Mariana Macedo Neves [email protected] RESULTADO E DISCUSSÃO Manuela Pires Souza [email protected] Nicole Miranda de Souza [email protected] O plano de ação se deu a partir da coleta de dados, quando notamos que seria de fácil acesso e de sumo interesse entre ambas às partes, uma vez que de forma lúdica à interação levou de maneira mais rápida, eficaz e pertinente, fixando as informações sobre a água obtidas no plano de ação. Se-gundo Saviani (1986), esse processo permite ao educando sair de uma visão sincrética da totalidade da realidade vivenciada, para uma visão sintética pela mediação da análise. Suellany Bomfim [email protected] Mariana Oliveira de Moura [email protected] INTRODUÇÃO A premissa, o trabalho a ser apresentado mostra a realidade sobre o abastecimento de água no povoado Baiano Logrador Fazenda Velha – Paripiranga que apresenta uma porcentagem inexistente para o uso da rede geral de água, sendo o maior índice o abastecimento por meio de cisterna ou poço que representa 67.5%, em 24.5% foi declarado a fonte de abastecimento sendo a água da chuva. CONCLUSÃO Levar a comunidade do Logrador Faz. Velha, através das crianças, a melhor e mais adequada orientação aos usuários da água que é colhida da chuva e armazenada em cisternas sobre este armazenamento, tratamento, uso e possível reuso da água foi de grande responsabilidade e consciência ambiental. Foi importante refletir e tentar buscar soluções e planos de ação para melhorar a qualidade da água consumida, uma vez que se esta não for adequada poderá ocasionar graves danos à saúde. Água contaminada pode transmitir doenças como diarreia, hepatite A, dengue, cólera e esquistossomose, entre outras. Acreditamos que este foi nosso maior desafio, sensibilizar e educar as crianças, a fim de garantir que as mesmas levem as informações à seus pais, tios, irmãos, primos, avós, no intuito de que esta comunidade possa desfrutar de toda a qualidade de vida que a água pode oferecer, visando ainda cuidados necessários para a preservação do meio ambiente. OBJETIVO A partir da ação educativa que será realizada no colégio Marizeti com as crianças do ensino primário e fundamental, temos como objetivo diante da ação sobre o tema “A qualidade da água à fa-vor da sua saúde” educar e orientar os alunos de forma lúdica, sensibilizando-os quanto a importância da água tratada, da sustentabilidade e em quanto recurso natural de forma a interagir com a realidade em que as crianças vivem. PALAVRAS-CHAVE: Água, Tratamento, Educação, Saúde, Ambiente. METODOLOGIA O Projeto Educativo foi elaborado a partir da escolha de um dos problemas levantados na pes184 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 184-185 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 185 19/07/2014 10:21:48 CONTRIBUIÇÃO DO CUIDADO HUMANIZADO PARA A CURA DE UM PACIENTE COM AVE Maria Luísa Matos Mota [email protected] Jivania da Silva Carvalho [email protected] Alex Henrique de Oliveira [email protected] RESULTADOS E DISCUSSÃO O cuidado humanizado foi de grande importância para a recuperação do Ave, pelo fato da neurocientista ter que aprender atividades que ela havia esquecido. E para reaprender novamente sua mãe e seus amigos obtiveram muita paciência para ensinar o que havia esquecido. Além do cuidado humanizado, ela também participou ativamente no seu processo de recuperação. Como teria que aprender novamente algumas atividades, tinha um gasto energético muito grande em seu cérebro, e uma forma para poupar essas energias o sono era seu aliado. Quando se sentia muito cansada dormia para repor suas energias e recomeçar de onde parou cada atividade. Ao realizar alguns procedimentos a conduta ética se torna essencial devido à exposição do corpo e a vida pessoal de cada paciente. O cuidar participa de todas essas etapas enquanto estiver presente no papel do cuidador, conhecer o seu paciente diante de fatos da vida pessoal pode contribuir para uma recuperação, por estar diante de algumas fragilidades e conquistas vividas por cada um. Cada profissional tem uma maneira diferente de estabelecer a comunicação com o paciente. Izis Thamires Santos Menezes [email protected] CONCLUSÃO INTRODUÇÃO A humanização no processo de cuidar tem um papel muito importante, no que diz respeito ao vínculo que é criado entre o profissional e família que oferece cuidados (WALDOW, 2007, p.08). “Humanizar responde, pela solidariedade, irmandade, pelo amor e pelo respeito. Logo, humanizar corresponde ao cuidado”. Diante de todos esses atributos, dessa forma estará sendo oferecido um conforto e uma confiança ao paciente doente que terá estímulos para uma boa recuperação. Na obra “A cientista que curou seu próprio cérebro” ela relata a importância do cuidado e carinho que recebeu de sua mãe, amigos e estudantes que lhe admiravam. (TAYLOR, 2008, p.109) “Recuperação, seja qual for sua maneia de defini-la, não é algo que se faz sozinha, e minha recuperação foi completamente influenciada por todos à minha volta”. Para Jill o cuidado humanizado foi de inteira importância para sua recuperação, diante da calma que todos tinham com suas dificuldades. Cada etapa foi de fundamental importância com a paciência e o respeito que foram peças chaves para sua recuperação. Tendo o objetivo de mostrar como e importante a humanização no processo de recuperação a um paciente com AVE, pelas mudanças fisiológica que acontece no organismo havendo a necessidade de reapren-der algumas atividades, que exige um cuidado especial para esse aprendizado. Contudo, o cuidado humanizado participa ativamente no processo de recuperação até a cura, pois ele traz instrumentos que auxiliam para obter bons resultados com o carinho, o amor, a dedicação que é oferecida ao paciente. Esse cuidado humanizado traz tranquilidade ao resignado, além da confiança de que a cura é possível, estimulando ao paciente que tenha vontade de chegar ate a cura. Além desse cuidado, tal prática contribui para a recuperação e a cura de um AVE, correspondendo, ora, com o profissional que tenha uma maneira diferente para aplicar o cuidado. O ser humano necessita de cuidados que os deixem sentir bem, capazes de ir até a cura dependendo do caso, a cada procedimento deve haver o incentivo para que possa chegara ao final de cada um. O cuidado então esta na essência de cada indivíduo ter esperança e se sentir que pode lutar e conseguir com ajuda dos profissionais, da família e dos amigos. REFERÊNCIAS WALDOW, Vera Regina. Cuidar: expressão humanizadora da enfermagem. 2 ed. Petrópolis, vozes, 2007 TAYLOR, Jill Boter. A cientista que curou seu próprio seu cérebro. São Paulo: Ediouro, 2008. METODOLOGIA Este trabalho foi construído na disciplina de Sociologia no terceiro período para o curso de Enfermagem, no labor de uma produção acadêmica com base na obra “A cientista que curou seu próprio cérebro”. Sendo abordado o cuidado humanizado como instrumentos de cuidados e contribuição para cura de uma Ave sofrida pela autora da obra, trazendo exemplos a esse tipo de cuidado para auxiliar no trabalho da enfermagem a toda atenção prestada aos pacientes em processo de recuperação. 186 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 186-187 FACULDADE AGES PALAVRAS-CHAVE: Cuidado; Humanização; recuperação; comunicação; cura. FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 187 19/07/2014 10:21:48 PACIENTE PORTADORA DA FENILCETONÚRIA Paula Mariza Rabelo da Silva Leal [email protected] Daiana Natacha dos Santos [email protected] Essa pesquisa trata-se de um estudo descritivo, com uma abordagem qualitativa, que permite uma investigação para se preservar as características holísticas e significativas de episódios da vida real. Este tipo de estudo ainda contribui, de maneira inigualável, para a compreensão dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais e políticos, representando uma estratégia comum de pesquisa na psicologia, sociologia e genética. Os dados extraídos da Fenilcetonúria foi atrás do levantamento de entrevista com mãe da paciente a senhora Rosangela que freqüenta a PAE da cidade de Salvador para os cuidados de sua filha. Esse trabalho foi desenvolvido mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram coletados na residência da paciente na Cabeça da Serra Município de Paripiranga no dia 14 de maio do ano 2010, através da orientação do professor Allan e Fábio da Faculdade AGES. Thais Luciana Oliveira de Moura [email protected] Rafaela Pinheiro de Souza [email protected] INTRODUÇÃO Fenilcetonúria ou PKU clássica é uma entre as 300 doenças hereditárias causadas por desor-dens nos processos bioquímicos celulares, sendo clinicamente a mais encontrada dentro do grupo de doenças envolvendo erros congênitos no metabolismo de aminoácidos. É uma desordem autossômica recessiva, causada pela deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase da PAH, resultando na reduzi-da conversão de Phe em tirosina. Desta maneira o tratamento consiste na dieta alimentar através de frutas, vegetais, complemento alimentar PKU 2 e outros alimentos : doces, mel, chá, sucos e refrige-rantes comuns. As formulas metabólicas especiais de um Fenilcetonúrico é a base em (PKU1 Mix e PKU1) são as verdadeiras unidades construtoras. As formulas especiais isentas de fenilalanina, oferecem todos os nutrientes necessários para a suplementação da dieta: aminoácidos essenciais, vitaminas, cálcio, ferro e zinco. Trata-se de um estudo de caso realizado na residência paciente localizado no Povoado Cabeça da Cerra região de Paripiranga- BA, em maio de 2010, utilizando a Sistematização da Assistência de Enfermagem e propondo diagnósticos de enfermagem com base na taxonomia II NANDA bem como as intervenções de enfermagem relacionadas. Os principais diagnósticos de enfermagem identificados foram: Atraso no crescimento e desenvolvimento, Náusea, Privação do sono, Ansiedade, Hiperterrmia, Comunicação Verbal prejudicada, Medo, entre outros. RESULTADOS E DISCUSSÕES Diante o estudo de caso, a paciente E.I.S.S, 2 anos e 9 meses, do sexo feminino, parda, cató-lica, natural de Paripiranga, residente na Cabeça da Serra, apresentou temperatura normal, tem altura de 85 cm com 10/0,85 Kg, apresenta em seu quadro clínico um problema cujo este esta relacionado a ausência de uma enzima a fenilalanina hidroxilase. Devido à falta de fenilalanina, nota-se que há uma serie de fatores relacionados dessa enzima. Segundo a sua mãe Rosângela as queixas principais estão relacionadas às crises de choro constante, temperatura corpórea 39 ºC, tremor, insônia, náusea, vomito, odor característico na urina, medo, ansiedade, dificuldade na comunicação e atraso no de-senvolvimento neuropsicomotor. Urina de 4 a 5 vezes ao dia, porem apresenta pouca quantidade, por ingerir pouca quantidade de líquido. Quando se expõe ao sol apresenta espirros, as vezes apresenta inflamação nas amídalas Relata histórico familiar com presença de doenças psiquiátricas. Ao aparecer os sintomas como a febre e inflamação das amídalas o seu médico prescrevia alguns medicamentos, a Dipirona GT, o Heprofeno e Amoxilina 250mg. Desta maneira o Complexo B GT é utilizado para reposição de algumas vitaminas. Os sintomas citados acima surgem caso o tratamento não seja segui-do de forma correta e a dieta esteja inadequada. Através da ingestão de alimentos de origem animal e origem vegetal como: as carnes vermelhas e brancas, leites e seus derivados, amendoim, feijão castanha, pipoca, biscoitos, tortas e chocolates. O tratamento da criança EISS é feito na APAE de Salvador, desta maneira o portador da fenilcetonúria passara a receber uma dieta especial, que devera ser mantida por toda a vida e que, de certa forma, poderá alterar sua rotina familiar. Portanto, o apoio dos pais e de toda a família é fundamental para o sucesso do tratamento da fenilcetonúria. Observa-se que diante os problemas apresentados há possíveis diagnósticos. A Fenilcetonúria é decorrente de uma má formação genética, sendo assim isso pode ter uma relação da mãe para o feto. Geralmente o diagnóstico da doença é visto a partir do momento que a criança nasce para que haja o tratamento adequado. Por não ser algo criado da própria mente, essas pessoas precisam ter força positiva, para não serem gerados maiores complicações futura no seu desenvolvimento físico e psicológico. OBJETIVOS O objetivo primordial desse estudo é transmitir para as pessoas que a fenilcetonúria é um pro-blema genético autossômico recessivo e é fundamental o seu estudo detalhado. CONCLUSÕES O estudo mostrou a importância da Sistematização da Assistência de Enfermagem, tendo como objetivo passar o cuidado na assistência com o paciente, de modo a proporcionar uma melhora no padrão de resposta do doente à doença. MÉTODOS 188 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 188-189 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 189 19/07/2014 10:21:48 REFERÊNCIAS GASPARETTO, Luiz Antônio. VALCAPELLI. Metafísica da Saúde vol.1 e 2. TANNURE, Meire Chucre. GONÇALVES, Ana Maria Pinheiro. Sistematização da Assistência de Enfermagem: Guia Prático. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. AÇÃO EDUCATIVA COMO ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA: ANALISE DA AÇÃO DESENVOLVIDA NO POVOADO MATOSO H.P.Rang. M.M.Dale. Et al. Farmacologia: Tradução Rodrigues Santos e outros. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. Rafaela Pinheiro de Souza [email protected] Daiana Natacha dos Santos [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Fenilcetonúria; enzima; fenilalanina; genética; alimentos. Paula Mariza Rabelo da Silva Leal [email protected] Thais Luciana Oliveira de Moura [email protected] INTRODUÇÃO A atenção básica surge como porta de entrada da saúde visando promoção e prevenção de saúde, intervindo nos determinantes do adoecimento, prestando assistencialismo aos indivíduos de forma coletiva. As práticas educativas agem como facilitadoras na prevenção e promoção de saúde, sendo um arsenal de estratégias de ação eficaz presente na atenção básica. MÉTODOS Consiste em analisar a ação educativa realizada no povoado Matoso, avaliando a relação da prática pedagógica na atenção básica, considerando-a como estratégia de promoção e prevenção de saúde. Trata-se de uma avaliação dos recursos utilizado nas praticas da ação educativa e sua eficácia na resolução dos problemas sociais, bem como a participação da comunidade no evento. RESULTADOS E DISCUSSÃO Segundo Philippe (2005, p 158) dependendo dos hábitos da população, é preciso que ocorram mudanças de comportamento para que os problemas sejam resolvidos e o desenvolvimento da saúde seja alcançado. A educação é um poderoso instrumento de apoio ao desenvolvimento de estratégias e intervenção. O processo de promoção- prevenção- cura- reabilitação é também um processo pedagógico, no sentido de que tanto o profissional de saúde quanto o cliente-usuário aprendem e ensinam. Esses conceitos podem mudar efetivamente a forma e os resultados do trabalho em saúde, transformando pacientes em cidadãos co-participativos do processo de construção da saúde. (ALBURQUE190 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 190-191 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 191 19/07/2014 10:21:48 QUE 2004). Nessa perspectiva, a Atenção Básica age sendo indispensável a sua prática. As atividades em análise foram desenvolvidas à tarde, no dia 16.11.2011, das 14h e 30min à 16h, tendo sorteio de brindes como filtro e sextas básicas, literatura de cordel, distribuição de lanche saudável e hipoclorito. Em local a parte outros acadêmicos caracterizados de personagens infantis desenvolveram de forma lúdica atividades de aprendizagem com as crianças, enquanto os adultos e jovens interagiam, tiravam as dúvidas em mesa redonda com os demais acadêmicos. PREVALÊNCIA DA DIABETES EM POPULAÇÃO DA MICRO-ÁREA II DO MUNICÍPIO DE PARIPIRANGA-BA: UM OLHAR FOCADO NA SAÚDE Rosana de Souza Santana [email protected] Sandra Regina Santana Silva [email protected] CONCLUSÃO A enfermagem como profissão do cuidado deve ter internalizado o ser pedagógico, avaliando e ensinando o cuidado como método de intervenção educativo e pedagógico, nisto a ação aqui citada permite compreender o sentido de ser enfermeiro como mediador da promoção de saúde. Em análise geral, a ação desenvolveu-se de forma produtiva com esclarecimento quanto os problemas de saúde decorrente da água contaminada, as formas correta de tratar e os cuidados com o armazenamento e higiene dos mesmos, a população contribuiu com a discussão aceitando as recomendações. . Raquel Cardoso Gouveia [email protected] Rodrigo Andrade Leal [email protected] INTRODUÇÃO PALAVRAS-CHAVE: Atenção básica, ação, estratégias, saúde, prevenção. O Diabetes estar prevalente cada vez mais na população, sendo que muitos diabéticos desconhecem o fato de apresentar a doença, e muitos que têm o diagnostico prévio da doença não fazem tratamento. Na micro-área abordada no trabalho acadêmico foram investigados vários indicadores de saúde dos quais foi analisados as diversas situações. Conforme as questões abordadas a uma gran-de incidência de pessoas portadoras de diabetes e hipertensão, doenças cardiovasculares, problemas visuais além de fatores socioeconômicos como plano de saúde, renda familiar, saneamento básico, tratamento da água e esgoto, posse de bens de consumo. O presente trabalho se justifica pela grande relevância social, na medida em que fornece território impar para a construção do conhecimento cien-tífico aliado à prática clinica do profissional enfermeiro. Portanto o objetivo desse artigo foi levantar uma base epidemiológica da diabetes por revisão bibliográficas e demais artigos científicos como fonte para uma abordagem teórica, utilizando de dados da entrevistas a população da micro área II do município de Paripiranga/BA. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo exploratório, de natureza qualitativa e quantitativa. O referencial teórico abordado se deu através de literaturas e artigos científicos sobre diabetes. Os dados co-letados através das entrevistas foram submetidos à análise e calculo de tabulação dos mesmos. Foram selecionadas, mediante entrevistas, para elaboração desse trabalho a população diabética, localizada na micro área II do no município de Paripiranga no Estado da Bahia. Tal documento visou atender os princípios éticos que norteiam as pesquisas envolvendo os seres humanos. As entrevistas foram reali-zadas após a aprovação dos entrevistados através da assinatura do (TCLE) Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A população foram entrevistadas utilizando um questionário contendo questões abertas e fechadas abordando informações sócio-demográfica, socioeconômica, os hábitos e estivo de vida e patologias mais freqüente. 192 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 192-193 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 193 19/07/2014 10:21:48 DA HOMOSSEXUALIDADE AOS LGBT: DISCURSO ACADÊMICO RESULTADOS E DISCUSSÕES Ao aborda a população entrevistada no total de 117 famílias constatou-se que 5,5% tem o diagnostico de diabetes sendo que a maioria da população relatava não saber se são portadores dessa patologia. Sendo que o diabete é uma doença crônica, potencialmente invalidante, a qual determina mudanças internas nas atividades diárias da pessoa. Essa patologia faz com que o pacientes vivencie vários sentimentos “como regressão, perda da auto-estima, insegurança, ansiedade, negação da situa-ção apresentada e depressão. De acordo com a estrutura psíquica da pessoa e seus recursos internos, ela lidará, melhor ou pior, com a nova situação de doença...” (Graça & cols., 2000, p. 215). Assim, é importante que as pessoas diabéticas adquiram o conhecimento sobre as ferramentas de autocuidado em diabetes para as decisões diárias no seu cotidiano. Lunney(2000) apud Becker TAC, Teixeira CRS, Zanetti ML(2008) ao discutir um estudo de caso em diabetes, ressalta a vantagem dos profis-sionais de Enfermagem aperfeiçoar a compreensão do comportamento humano no processo de traba-lho da Enfermagem e mostrar para outros profissionais a necessidade de um modelo para orientar a prática além de outras funções específicas como a de educador em diabetes. CONCLUSÃO Através da realização deste artigo pode-se comprovar que, os casos de diabetes na população brasileira vêm aumentando a cada dia, e vêm se tornando um problema muito complicado de solucio-nar. Por isso, é necessário prestar assistência às pessoas que convivem com essa patologia. A orienta-ção é muito importante, pois tem por objetivo fazer com que os mais jovens cheguem à idade adulta sem nenhuma complicação, entendendo e atuando ativamente nos seus tratamentos, com autonomia, independência e cientes de que suas limitações dependerão da forma com que eles encaram a doença, pois como pode-se notar no decorrer do trabalho o diagnostico do diabete pode provocar sentimentos de menos-valia, inferioridade, baixa auto-estima, medo, revolta, raiva, ansiedade, regressão, negação da doença, desesperança, incapacidade de amar e se relacionar bem com as pessoas, idéias de suicí-dio e depressão. Nesse intuito é de grande importância os cuidados de enfermagem já que o cuidado de enfermagem possui um sentido único e transcendental, pois consiste em promover as pessoas a um estado em que percebam o sentido e a importância de cuidar de si, assim como se compreendam como um ser-no-mundo-com-o-outro e, portanto, considerem suas responsabilidades consigo e com o próximo. Markivan de Santana Dias [email protected] RESUMO O presente trabalho aborda a questão da construção da nomenclatura homossexualismo no século XIX aos dias atuais, quando se discute a questão de gênero (masculino/feminino). É um estudo bibliográfico, com foco nas diferentes percepções sobre um segmento inicialmente considerado uma anomalia e, resgatado como identidade nas duas últimas décadas do século XX. O esforço visa ma-pear os diferentes contextos de produção de significados dessa identidade, que encontra barreiras para se adequar a heteronormatividade. Assim, para se protegerem construíram estratégias, como os gue-tos que se fizeram para que os homossexuais pudessem ter um local para viver sua sexualidade sem os olhares de condenação da sociedade. Intercalando esses temas também tratará de como a religião ao longo desses períodos vê e julga os homossexuais. Passando para as concepções mais atuais do homossexual, como foram acontecendo os primeiros movimentos de militância, a ciência como uma possível resposta do porque um ser humano torna-se homossexual, ”o gene da homossexualidade”, a posição da psicologia, com foco na carta de Freud a uma mãe de um rapaz homossexual nos Estados Unidos. Por fim, mostrando hoje, no século XXI como se encontra organizado o movimento LGBT, suas leis, suas próprias divisões de gênero. Para assim levantar questões a cerca do preconceito que até hoje se vê fortemente enraizado na cultura geral. PALAVRAS-CHAVE: homossexualidade; Foucault; teoria Queer; gênero; LGBT. PALAVRAS-CHAVE: Micro-Área; Diabetes; Saúde da população; Enfermagem. 194 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 194-195 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 195 19/07/2014 10:21:48 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE HAS, DIABÉTICO, ICC E APRESENTANDO ERISIPELA EM MIE. - RELATO DE CASO semi estruturada guiada por um roteiro padronizado denominado como Histórico de Enfermagem, fundamentado e adaptado à SAE. Para auxilio da pesquisa foram utilizadas informações importantes contidas no prontuário do cliente. Sandra Regina Santana Silva [email protected] Rosana de Souza Santana [email protected] Raquel Cardoso Gouveia [email protected] Josefa Lucia Oliveira Silva [email protected] INTRODUÇÃO As doenças cardiovasculares e suas complicações continuam na liderança das estatísticas de causas de óbito e de morbidade em todo o mundo. No Brasil, as doenças do aparelho circulatório são também as principais causas de óbito para todas as idades em ambos os sexos. Sabe-se que a hipertensão arterial pode ser considerada causa direta ou fator de risco para outras doenças do coração, principalmente cardiopatia isquêmica e doença cerebrovascular. Diante destas considerações, resolvemos desenvolver um estudo aplicando o processo de enfermagem baseado na obra O Cuidado na Saúde de Waldow “As relações entre o eu, o outro e o cosmos” objetivando aplicar a metodologia da assistência de enfermagem (SAE), em uma paciente com HAS, Diabetes Mellitus II, ICC e erisipela, baseada na obra de Waldow (2004), para a operacionalização do processo de enfermagem, buscando detectar os diagnósticos de enfermagem, utilizando os diagnósticos de enfermagem propostos pela taxonomia II NANDA. Desse modo o presente trabalho se justifica pela grande relevância social, tendo como proposta o modelo de implementar o plano de cuidado assistencial com o intuito de pro-porcionar melhoras nas condições de saúde e bem-estar dos pacientes inseridos na Atenção Básica, para capacitá-los a cuidar-se, reverenciando suas sugestões e decisões, traçando assim, cuidado com um olhar holístico e proporcionando o bem estar biopsicosocioesperitual. RESULTADOS E DISCUSSÕES A ICC vem se tornando um dos maiores problemas de saúde pública nos últimos anos. Segundo os dados epidemiológicos, a causa mais frequente de IC é a HAS. Além da grande prevalência de pessoas com níveis sanguíneos elevados de glicose que tem aumentado de forma exponencial, prevendo-se que as 150 milhões de pessoas atualmente afetadas no mundo passem a ser 250 milhões dentro de 15 anos. Noventa por cento dos doentes têm DM II, propensos a desenvolver a erisipela, uma celulite superficial com intenso comprometimento do plexo linfático. Os diagnósticos de enfer-magem identificados foram: Risco de infecção; Risco de Perfusão renal ineficaz; Fadiga; Integridade da pele prejudicada; Intolerância à atividade; Perfusão tissular periférica ineficaz; Mobilidade física prejudicada; Débito cardíaco diminuído; Ansiedade; Medo; Dor aguda; Náusea; Risco de baixa au-toestima situacional; Risco de glicemia instável e Estilo de vida sedentário. Waldow (2004, p.13) relata que a cura das doenças com certeza é esperada, mas que nem sempre isso pode ser alcançado. Mas quando isso acontece, “não significa que o cuidado não contemple a cura, o que é necessário salientar é que não é a sua prioridade”. CONCLUSÃO Nas primeiras visitas a residência, a paciente mostrou-se aberta à ajuda da enfermagem e disposta a interagir na realização das ações planejadas para superar os déficits encontrados. Expressou suas ansiedades e sentimentos, mostrando querer muito viver. Na última visita, a cliente agradeceu pelo acompanhamento de enfermagem e informou estar feliz por poder participar do seu cuidado e referiu já ter planejado as atividades de lazer que gostaria de fazer quando recebesse alta. Isso ca-racterizou que a paciente reconhecia a importância da realização de atividades de cuidado, e absor-via as sugestões oferecidas, superando assim alguns déficits de autocuidado. Sendo assim, podemos perceber a tamanha importância que a Assistência de enfermagem se faz no decorrer do tratamento do paciente. Também se pode comprovar que, por meio da assistência de enfermagem embasada na SAE e na obra de, Waldow, 2004, foi possível identificar as dificuldades dos profissionais de saúde no cuidado do paciente como ser biopsicosocioespiritual, e dessa forma é notório a importância de se operacionalizar o processo de enfermagem tomando como referência um modelo assistencial, pois facilita a identificação de diagnósticos de enfermagem, bem como o desenvolvimento de sua prática. MÉTODOS Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, de campo, com uma abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, abordando a importância do cuidado de enfermagem prestado ao paciente visto como ser biopsicosócioespiritual. Tal documento visou atender os princípios éticos que norteiam as pesquisas envolvendo os seres humanos. A realização deste estudo de caso teve início na Unidade Básica de Saúde da família, onde é referência para o seu município. A coleta de dados foi realizada após a aprovação do cliente através da aceitação de participar da pesquisa mediante a assinatura do TCLE. Os dados foram coletados durante as consultas e visitas na casa da paciente, através de uma entrevista 196 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 196-197 FACULDADE AGES PALAVRAS-CHAVE: Cuidado; assistência; diagnósticos; intervenções de enfermagem. FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 197 19/07/2014 10:21:48 O MÉTODO ATIVO DA APRENDIZAGEM APLICADO AO ESTÁGIO SUPERVISIONADO II DE ENFERMAGEM NO ÂMBITO HOSPITALAR Weliton Vieira de Andrade [email protected] Rodrigo Andrade Leal no que tange à aplicação dos cuidados de enfermagem à pacientes hospitalizados. Nos campos por onde passamos, tivemos a oportunidade de elaborar o Planejamento e Programação Local em Saúde (PPLS). Neste instrumento apontamos os principais problemas que dificultam o trabalho da enfermagem dentro das unidades hospitalares. Realizamos atividades de gerenciamento em enfermagem e buscamos entender as patologias que mais assolam os pacientes que necessitam dos serviços de saú-de, à fim de promover um cuidado humanizado, que cobre os princípios do SUS, que são: Integrali-dade, Universalidade e Equidade. A metodologia problematizadora permite-nos, como acadêmico de enfermagem, entender melhor as necessidades que o cliente tem e a melhor conduta que o enfermeiro deve adotar para promover o cuidado como fator primordial para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes hospitalizados. [email protected] Eduardo Marques de Oliveira Sobrinho [email protected] CONCLUSÃO Jéssica Aparecida de Oliveira Souza [email protected] A Problematização sustentou a construção do processo educativo reflexivo, com a participação de discentes ativos no processo de ensino-aprendizagem, contribuindo, assim, para a humanização do cuidado, acolhimento dos usuários e satisfação das suas necessidades humanas básicas. INTRODUÇÃO O curso de graduação em Enfermagem da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais AGES, tem modelado seu projeto pedagógico de forma a atender às exigências das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Enfermagem. O objetivo é formar profissionais com competências para atuar nos variados campos de assistência à saúde, através de uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva. Assim, a Metodologia Problematizadora constitui um importante re-curso metodológico para a realização de projetos de ensino, pesquisa e extensão. Na utilização desta metodologia, o sujeito é levado a se voltar para a realidade que o cerca, refletir sobre ela e indagar as razões daquilo que lhe parece problemático. A aplicação desse recurso metodológico no contexto hospitalar possibilita assegurar a integralidade da atenção e a humanização do atendimento de indivíduos acometidos por alguma patologia. Assim o presente estudo objetiva descrever a experiência dos enfermeirandos durante a realização do estágio curricular supervisionado II. PALAVRAS-CHAVE: Estágio supervisionado; enfermagem; metodologias ativas de aprendiza-gem, Humanização, cuidados de enfermagem. METODOLOGIA O presente trabalho se inscreve numa perspectiva de relato de experiência vivenciado durante o estágio curricular supervisionado II, nos meses de Agosto a Outubro de 2012, do curso de enferma-gem da Faculdade AGES/BA, realizado em hospitais vinculados à Fundação Hospitalar de Saúde de Sergipe e em outras instituições. RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante o estágio pudemos avaliar a estrutura dos Hospitais, realizando diversas atividades 198 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 198-199 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 199 19/07/2014 10:21:49 DIABETES INSIPIDUS: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO Priscila Gardênia Rodrigues dos Santos [email protected] Roberta Amaral Menezes [email protected] Dária Lidiane Menezes de Mesquita Moura [email protected] Lúcia Meirelle Rosa Oliveira [email protected] RESUMO O diabetes insípidos nefrogênico (DIN) é uma rara doença renal caracterizada por um desarranjo, que tem como principal característica a perda excessiva volumes de urina (poliúria) hipotônica, geralmente acompanhada de polidipsia primária. Poliúria é definida como diurese com Volume uriná-rio em 24 horas > 3 l [> 40 ml/kg] em adolescentes e adultos e > 2 l/m2 de superfície corporal [> 100 ml/kg] em crianças). E polidipsia que é um sintoma que o paciente apresenta a sensação de sede em demasia (WEILER ET AL 2008). O DI Nefrogênico é raro, mas estudos mostram que tem prevalência no sexo masculino de 4 em 1.000.000 de habitantes, ele pode ser herdado ou adquirido. Sua principal característica é por uma insuficiência em concentrar a urina, apesar da presença de níveis plasmáti-cos normais ou elevados de ADH. Em geral, a doença é caracterizada por início na infância, história familiar positiva, sede persistente, poliúria e hipostenúria resistente à administração de vasopressina. Sua apresentação em quadro clínico manifesta-se por poliúria, polidipsia e hipostenúria. (ROCHA ET AL, 2000) O objetivo deste trabalho é abordar conceitos fundamentais sobre a diabetes insípidos e a atuação de enfermagem frente a esta patologia e para isso foi traçado objetivos específicos: dis-cutir a fisiopatologia da doença; relacionar os diagnósticos e intervenções de enfermagem e por fim o tratamento. A metodologia adotada seguiu os princípios de pesquisa bibliográfica, envolvendo as atividades básicas de identificação, compilação e fichamento das fontes localizadas através de bases de consulta do Scielo. Na primeira fase foram coletados 15 artigos sobre a diabetes insipidus. Deste acervo foram selecionados oito que abordavam especificamente sobre esta patologia. A Discussão inicia pela fisiopatologia da Diabetes insipidus, pois existe dois diferentes mecanismos causadores da doença. O central, onde ocorre uma deficiência da glândula hipofisária em liberar o ADH, e que pode ser primário ou secundário. É primário quando não há uma lesão identificável na hipófise, podendo ser genético ou esporádico (idiopático); é secundário, quando há danos na hipófise ou no hipotálamo, como cirurgias, infecções ou traumas. O outro tipo de diabete insípido é o nefrogênico, onde a hipó-fise produz adequadamente o ADH, mas os rins não respondem em função de um defeito nos túbulos renais que interferem na reabsorção da água. Esta forma pode ser genética ou adquirida. A DI central ocorre igualmente em ambos os sexos, com idade de início entre 10 e 20 anos na maioria dos casos, suas principais causas são danos ao sistema nervoso central como, por exemplo: trauma, cirurgia, tumor, infecção, sarcoidose, histiocitose etc. (NAVES ET AL, 2003) É importante a diferenciação entre os tipos de diabetes insípido. Pois os tratamentos para o diabetes insípido central e o renal são 200 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 200-201 FACULDADE AGES distintos. O diabetes insípido central, associado à redução na secreção de ADH, é mais freqüente-mente idiopático, ou associado a trauma, cirurgia, tumores da região hipotalâmica ou a encefalopatia hipóxica/isquêmica. Já o diabetes insípido renal, associado a diferentes graus de resistência à ação do ADH, ocorre nas formas hereditárias, induzido por fármacos (por exemplo, lítio) ou secundário à hipercalcemia (PORTARIA SAS/MS Nº710, 2010).O DI hipofisário é permanente e não pode ser curado, mas seus sintomas podem ser completamente controlados por meio de diversas drogas, en-tre as quais se encontra uma forma modificada da vasopressina conhecida como desmopressina ou dDAVP (AAFP7 IN FIGUEREDO & RABELO 2009).Já o diabetes insípidos nefrogênico não pode ser tratado com dDAVP, e dependendo da causa que o originou, pode não ser curado, suspendendo-se o medicamento em questão, ou tratando a enfermidade de base. Até os dias de hoje, não foi encon-trado tratamento algum para a forma hereditária, assim esta permanece por toda a vida. Atualmente existem tratamentos parciais que podem reduzir os sinais e sintomas do DI nefrogênico (KOREN, 2003; NGUYEN; NIELSEN; KURTZ, 2003 IN FIGUEREDO & RABELO 2009). As mudanças decorrentes da diminuição do Volume de Líquidos no corpo humano provocam alterações no funcio-namento de todos os sistemas orgânicos. O enfermeiro deve ser capaz para detectar tais alterações o mais precoce possível, uma vez que a principal intenção é a prevenção dos agravas e das possíveis situações que podem acontecer a longo e médio prazo. A equipe de enfermagem deverá estar atenta a quaisquer sinais de choque hipovolêmico, e a comunicação e a interação são potentes ferramentas desse trabalho, entre esta comunicação existe a verbal e a não-verbal. Neste sentido, a assistência de enfermagem aos pacientes com risco de choque hipovolêmico, envolve uma avaliação contínua do estado geral do paciente identificando distúrbios nos parâmetros hemodinâmicos, antecipando e pre-venindo complicações, fornecendo um plano de cuidados e tratamento de emergência e reanimação caso seja necessário, além do apoio emocional e a boa comunicação com todos da equipe, com os a pacientes e familiares (PONTE E ARAGÃO). Por fim Nota-se que a diabetes insípidos é ser uma patologia que acomete o hipotálamo e os receptores no sistema renal não tem como prevenir. Neste caso a enfermagem deve trabalhar com educação em saúde, mostrando a importância da adesão ao tratamento medicamentoso, as reações e as possíveis complicações. Além do incentivo para o cliente manter uma vida saudável, como a pratica de atividades físicas e uma boa alimentação.. REFERÊNCIAS ALMEIDA, A. B.;PERDIGAO, J. A; LANA, C. Desequilíbrio do Hormônio Antidiuréti-co (ADH) e Diabetes Insípido;netsaber. Disponível em: http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_15274/artigo_sobre_desequilibrio_do_hormonio_antidiuretico_(adh)_e_diabetes_insipido. Acesso em 23 de setembro as 13:52. BRASIL; Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Diabetes Insípido. Portaria SAS/MS nº 710, de 17 de dezembro de 2010. FIGUEIREDO, D. M & RABELO, F. L Diabetes insipidus: principais aspectos e análise comparativa com diabetes mellitus. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 30, n. 2, p. 155-162, jul./ dez. 2009 NAVES, ET AL. Distúrbios na secreção e ação do hormônio antidiurético. Revista Arq Bras Endocrinol Metab vol.47 no.4 São Paulo Aug. 2003. PONTE, K. M. A.; ARAGÃO A. E. Cirurgia cardíaca: perfil do pacientes, permanência hospitalar e evolução: KM de Azevedo Pontexa.yimg.com FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 201 19/07/2014 10:21:49 ROCHA ET AL. Diabetes Insipidus Nefrogênico: Conceitos Atuais de Fisiopatologia e Aspectos Clínicos. Revista. Arq Bras Endocrinol Metab. Nº44, 2000 ROSSI, ET AL. Déficit de volume de líquidos: perfil de características definidoras no paciente porta-dor de queimadura Rev. Latino-Americana. Enfermagem vol. 3 nº.3 Ribeirão Preto July 1998 A ATENÇÃO BÁSICA INTEGRADA A SAÚDE MENTAL: VISÃO DOS PORTADORES DE TRANSTORNOS FRENTE AOS ATENDIMENTOS NAS UBS WEILER Fernanda G; BLUMBERG, Kátia; LIBONI Claudia S.; ROQUE Eduardo A. C.; GÓIS Aécio F. T. de Diabetes insípido em paciente com esclerose múltipla.Revista Arq Bras Endocrinol. Metab vol.52 no.1 São Paulo Feb. 2008 Roberta Amaral Menezes [email protected] Priscila Gardênia Rodrigues Santos [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Diabetes insipidus, cuidados de enfermagem, descontrole eletrolítico. Dária Lidiane Menezes de Mesquita Moura [email protected] Lúcia Meirelle Rosa Oliveira [email protected] RESUMO A Atenção Básica é um conjunto de ações, de caráter individual e coletivo, situadas no primei-ro nível de atenção dos sistemas de saúde, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agra-vos, tratamento e a reabilitação (PNAB, 2006). O desenvolvimento da estratégia Saúde da Família nos últimos anos e dos novos serviços substitutivos em saúde mental – especialmente os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) – marca um progresso indiscutível da política do SUS. Esse avanço na resolução dos problemas de saúde da população por meio da vinculação com equipes, e do aumento de resolutividade propiciado pelos serviços substitutivos em crescente expansão, não significa, contudo, que tenhamos chegado a uma situação ideal, do ponto de vista da melhoria da atenção. A Saúde Mental, desde os primórdios, padeceu e ainda padece de preconceitos perante a sociedade e seus acometi-dos que, em sua maioria são intitulados como loucos, doidos, sem juízo. E tais insultos e preconceitos são opróbrios quando provenientes dos que compõe a equipe de Saúde da Família que é o primeiro contato do indivíduo com os serviços de saúdes ofertados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que em sua maioria ignoram os fatos voltando-se somente a programas disponibilizados na Atenção Básica, agindo de forma mecanizada e técnica, fazendo do serviço uma rotina e aquele sujei-to fica no esquecimento agravando sua situação e, além de não prestar o atendimento básico, não acio-nam ao menos à especialidade como o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) ou até mesmo não faz uma contra referência de suporte como o NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família). Este trabalho busca evidenciar os fatores e dificuldades apontados pelos portadores de transtorno mental ao acesso a unidade básica de saúde. A metodologia utilizada foi um estudo exploratório-descritivo de análise qualitativa, realizada durante visita domiciliar no primeiro simestre de 2011 sob supervisão dos pro-fessores do 6º período de enfermagem, colhido uma amostragem de aproximadamente cem pessoas, com questionário pré-estabelecido e aplicado aos moradores de uma determinada área na cidade Pa-ripiranga-BA. Utilizou-se para a coleta de dados grupo focal, permitindo a reflexão do grupo sobre o tema abordado. Os resultados: Diante dos relatos e discorridos, há uma acepção dos portadores de transtornos mentais que aos olhos daqueles que estão na linha de frente da Atenção Básica, sugerindo que estes já têm um acompanhamento na atenção psicossocial (como se todas as suas necessidades 202 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 202-203 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 203 19/07/2014 10:21:49 em saúde fossem supridas nesta atenção), não são estes inseridos no atendimento de nível primário, não obtendo o merecido tratamento holístico. No entanto há ainda aqueles que trazem traços de um possível diagnóstico de transtorno mental e esses ainda não foram acolhidos ou referenciados os quais, durante visita domiciliar poderiam ser encaminhados (pelos ACS) ao PSF para uma avaliação ou até mesmo acionado à equipe da sua existência e possível transtorno, ofertando a esse usuário qualidade de vida e gerando pontos positivos no que diz respeito à prevenção e promoção a saúde. Ainda há o envolvimento da família e a comunidade, ao redor desse indivíduo que muita das vezes não sabe como agir nesses casos ou a que serviço procurar até por não ter uma orientação adequada e conhecimento relacionado à possível patologia e suas consequências, deduzindo assim que está tudo nas normalidades agravando a situação e alimentando o preconceito a desinformação, o rompimento da integralidade e uma comunidade não participativa em questões de saúde. Porém, essa falta não está voltada apenas para a Atenção Básica como, também, para os serviços de Atenção Psicossocial que, diante de tal fato estaria juntamente à Atenção Básica organizando essa assistência e ganhando espaço no nível primário voltado ao transtorno mental. Conclusão: A necessidade de conjugação e de conhecimento entre os diferentes serviços de saúde (NASF, PSF E CAPS) continua sendo essencial e de caráter urgente mediante a situação em que se encontram os serviços, assim como os ACS que são a principal porta de entrada a estes serviços. O treinamento e uma educação continuada desses serviços são fundamentais, a fim de que se tornem agentes multiplicadores de prevenção e promoção da saúde e assim possam dar devida assistência e aperfeiçoar a aliança entre os serviços para que então atinjam a comunidade de uma forma positiva. É relevante também que haja uma interação entre os serviços e comunidades, para poder discutir, informar e propagar saúde, incentivando para que todos sejam participantes dessa ação somando agentes multiplicadores, no entanto compreendendo seus conhecimentos e respeitando suas culturas e procurando caminhos que levem a qualidade de vida e possam propagar o que é viver em saúde mas, para isso ocorra, é necessário que os profissionais da saúde vistam a camisa da humanização. FATORES E CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE, NA INFÂNCIA Renata Dórea Nogueira [email protected] Raquel Bianca Leite César [email protected] INTRODUÇÃO Ao recordarmos épocas passadas podemos observar que a obesidade era algo praticamente inexistente, pois as pessoas desempenhavam no seu dia – a dia um alto grau de atividade física em comparação aos alimentos ingeridos, porém com o passar dos tempos podemos observar uma abundância de alimentos o que tem incentivado os indivíduos a comerem mais associado a uma redução nos níveis de atividades diárias característica de uma sociedade industrializada, o que tornou a obe-sidade tornou – se uma doença dos tempos modernos, onde não escolhe alvos específicos, podendo atingir crianças, jovens, adultos e idosos. A obesidade pode ser definida como um distúrbio dos siste-mas reguladores do peso corporal e caracteriza – se por um peso corporal maior do que 20% segundo o calculo do IMC que é índice de massa corpórea, esse cálculo pode ser possível devido ao acúmulo excessivo de tecido adiposo. Estudos indicam que mesmo a obesidade moderada é perigosa à saúde, podendo estar envolvida, como um fator de risco, na doença cardiovascular, hipertensão, doença pulmonar, diabetes melitos e tipo II, artrite, certos tipos de câncer, (na mama, útero e colo do intestino grosso), varizes e doenças da vesícula biliar. Contribuições genéticas também são fatores importantes a serem considerados, porém não são considerados determinantes e sim condicionantes. REFERÊNCIAS FOUCAULT, Michel. A História da Loucura na Idade Clássica. 1997. São Paulo, Perspectiva. METODOLOGIA Ministério da Saúde, Reforma Psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. - Brasília, novembro de 2005 Este artigo é do tipo pesquisa bibliográfica e descritiva, visto que tenta explicar o problema exposto a partir de referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações. É descritiva por se tratar de uma pesquisa que visa conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política, econômica e demais aspectos do comportamento humano através de pesquisa biblio-gráfico, livros, sites e artigos específicos sobre o tema abordado, a partir dos quais foram analisados fatores e características de crianças obesas, na faixa etária dos 10 aos 12 anos. Na analise desses documentos, optamos pela técnica de analise temática de conteúdo, segundo os passos nele previsto evidenciando os objetivos e fundamentos teóricos da pesquisa. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção à Saúde. Brasília : Ministério da Saúde, 2006. Disponível em:http://portal.saude.gov.br PALAVRAS-CHAVE: Atenção básica; saúde mental; comunidade; educação continuada e integra-lidade. DESENVOLVIMENTO Conforme o Ministério da Saúde “a Globalização, o consumismo, a necessidade de prazeres rápidos e respostas imediatas contribuirão para o aparecimento da obesidade como uma questão so204 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 204-205 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 205 19/07/2014 10:21:49 cial”. A obesidade envolve uma complexa relação entre corpo – saúde – alimento e sociedade, uma vez que os grupos têm diferentes inserções sociais e concepções diversas sobre estes temas, que variam com a história. A Obesidade é uma doença que não tem cura, porém existem métodos que podem frear os processos metabólicos e driblar o aumento de tamanho nas células adipócitas, Obser-va-se que os transtornos alimentares geralmente ocorrem na infância e na adolescência. Na infância comportamentos alimentares em excesso, na maioria das vezes são considerados normais. Nesse momento preocupação com o peso e com as formas corporais não são características relevantes nem para os pais e nem para as crianças, porém as conseqüências de uma alimentação descontrolada po-dem interferir diretamente em uma criança tanto no comportamento, como no seu estilo de vida. Já no adolescente os distúrbios alimentares podem estar associados a futuras doenças como obesidade, anorexia ou bulimia. CONSIDERAÇÕES SOBRE O TDAH, TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE, NA IDADE ESCOLAR Lais Rocha Santos [email protected] Mônica Deyse de Souza Carvalho [email protected] RESUMO DISCUSSÃO Contudo, a obra de WOODMAN, 2002, relata casos de pessoas que se entregam seriamente a comer e beber, trabalhar, limpar casa e até mesmo aquelas que não comem por estarem sempre buscando um corpo ideal ou aqueles que comem, porém sentem-se culpados com se o ato de comer fosse um crime inafiançável, esta literatura destina – se diretamente a pessoas que de alguma forma desenvolve distúrbios emocionais que estarão diretamente ligados a seu comportamento e emoções. Entretanto, a obra de WOODMAN, 2002 irá relacionar os distúrbios da obesidade com problemas psicológicos e emocionais, segundo a autora para o obeso partilhar o alimento é fazer parte da vida. A obesa e a anoréxica estão lutando para se conscientizar mediante o alimento aceitando – o ou rejeitando, em nossa cultura o alimento é catalisador para praticamente qualquer emoção, uma maneira positiva de expressar amor, alegria, aceitação, ou negativa que expressa culpa, suborno, medo, rejei-ção. CONCLUSÃO Portanto percebe - se que a obesidade não é só um processo bioquímico, onde as células aumentam de tamanho, devido à ingestão inadequada de alimento e falta de exercícios físicos é um processo que também está associado a comportamentos psicológicos. Com tudo, nosso emocional estará diretamente ligado na forma como agimos, pensamos e reagimos ao nosso corpo. È natural que crianças que tenham experiências difíceis na infância, tenham dificuldade de se relacionar com seu próprio eu, desencadeando compulsão por alimentos, percebe – se também que a Globalização, o con-sumismo, a necessidade de prazeres rápidos e respostas imediatas contribuem para o aparecimento da obesidade como uma questão social. O presente trabalho procura explanar pontos importantes a cerca do Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade na infância inserida no contexto escolar, a partir das dificuldades enfrenta-das pelos profissionais que lidam com essas crianças, os familiares e o ponto de vista da criança, o que esta vivencia no seu dia-a-dia, e que forma lida com as características particulares que apresenta e como se dá seu relacionamento social, a forma como se relaciona com os colegas de classe. Para aclarar e trazer um pouco da realidade de tais situações para o estudo, contou-se com a observação em âmbito escolar de duas crianças, uma diagnosticada como portadora do transtorno e outra que era vista sob a ótica da suspeita por parte da escola. Os resultados refletem a realidade que é vivenciada pela maioria dos indivíduos com o TDAH. Quando se trata do TDAH, parece haver certas discrepân-cias na sociedade. Na maior parte dos casos, tanto a família como o portador sequer ouviu falar do transtorno, e infelizmente a vida dessas pessoas segue arrastada, cheia de dificuldade, ano após ano, sem que nenhuma medida seja tomada, tornou-se costume acreditar que a vida é assim mesmo, não há o que fazer para mudá-la. Por isso tem-se como objetivo contribuir com a divulgação de infor-mações corretas acerca do transtorno, identificar sua principal sintomatologia e, dessa forma, fazer um feedback para a escola, a fim de melhor esclarecê-los quanto a realidade das crianças portadoras. Pensa-se que a criança é daquela forma porque é de sua natureza e assim não se cogita a chance ou a possibilidade de haver tratamento. Para a realização do presente trabalho contou-se com a observação em contexto escolar, Colégio Cenecista Laudelino Freire, na cidade de Lagarto/SE, onde se procurou observar o dia-a-dia de duas crianças conideradas hiperativas, bem comocolher informações daqueles que convivem diariamente com as mesmas, bem como a aplicação do teste psicológico HTP. Diante disso, foi possível constatar sinais importantes do transtorno de hiperatividade, no entanto muitas características típicas de crianças nessa fase também foram identificadas, o que aponta para a im-portância do diagnóstico bem feito, por profissionais sériose competentes, já que se trata da vida de uma criança e da qualidade da mesma. Além disso, é importante que o profissional da saúde enxergue o portador do TDAH como ser humano que é, não enxergar só o transtorno, é de bom senso que se considere todas as implicações sociais e de âmbito emocional que este acarreta. PALAVRAS-CHAVE: Obesidade; globalização; genética; psicológico; biológico; comportamento. PALAVRAS-CHAVE: Hiperatividade, atenção, escola, vivências, estigma. 206 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 206-207 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 207 19/07/2014 10:21:49 UTILIZAÇÃO DE RECURSOS ERGOGÊNICOS NUTRICIONAIS POR ALUNOS DA ACADEMIA DA CIDADE CORONEL JOÃO SÁ – BA rar a performance nas atividades físicas, esportivas, ou mesmo ocupacionais. Dessa forma, podemos subdividir os agentes ergogênicos em 3 grupos: a) fisiológicos; b) nutricionais; c) farmacológicos (MALFATTI et al., 2008). Atualmente a literatura científica se refere aos recursos ergogênicos como sendo substâncias ou artifícios utilizados com a pretensão de melhorar a performance do Rislane de Jesus Santos [email protected] Cleiton Antônio de Oliveira [email protected] corpo, hi-pertrofia muscular, diminuição do percentual de gordura, maior disposição. Os suplementos – recursos ergogênicos nutricionais – de acordo com ELIASON et al. (1997) citado por PEREIRA, LAJOLO e HIRSCHBRUCH (2003) podem ser definidos como produtos feitos de vitaminas, minerais, produtos herbais, extrato de tecidos, proteínas, aminoácidos e outros produtos, consumidos com objetivo de melhorar a saúde e prevenir doenças. Porém não é José Carlos Santana Carregosa com esse destino que eles estão sendo utilizados pela maioria dos frequentadores de academias de todo o país e principalmente pelos frequentadores da academia de Coronel João Sá. O objetivo de utilização desses suplementos é conseguir por meio deles maior resistência, disposição para os treinos e principalmente o ganho de massa muscular em curto espaço de tempo. INTRODUÇÃO O presente artigo objetiva definir e caracterizar os recursos ergogênicos nutricionais, os su- Há atualmente uma crescente busca em todo o país por academias, procura essa que deveria ser para obtenção de uma melhor qualidade de vida, porém o fator estético continua sendo o maior elemento motivacional. Grande parcela da população procura academias com o intuito de obter o “corpo ideal”, pois a preocupação com aparência seja para conseguir emprego, estar sempre na moda assim como manda a sociedade, satisfação quanto à estética são fatores os que influenciam a socie-dade adolescente, jovem e adulta a ir à busca cada vez mais desse corpo perfeito tão desejado, plementos mais utilizados, seus pontos negativos e positivos, com base em uma pesquisa de campo embasada nos principais suplementos utilizados pelos frequentadores da academia de Coronel João Sá, e com utilização de referencial teórico sobre a temática estudada, objetivando também contribuir sobre os prejuízos que esses podem trazer a saúde de seus usuários, relatando quais informações, indi-cações e conceitos os usuários possuem sobre os suplementos utilizados diante da pesquisa realizada. sendo esse público cada vez mais influenciado pela mídia que exerce papel fundamental na questão da estética corpórea na contemporaneidade e é nessa constante busca pelo “corpo perfeito” a qualquer custo e obtenção rápida, em um curto espaço de tempo que muitos acabam por fazer uso de recursos ergogênicos nutricionais, que, segundo informações em seus rótulos, fornecem vários subsídios para que os objetivos sejam alcançados satisfatoriamente, não se importando muitas vezes com os efeitos adversos, prejudiciais dessas substâncias, bem como para que se destina cada um. Esse fato é um pro-blema preocupante, pois o padrão cultural de beleza atual é ter força e um corpo com músculos bem volumosos e definidos, com teor mínimo de gordura. A prática da musculação vem ao encontro deste ideal, o ganho de força e de massa muscular é importante para a autoestima do jovem, facilitando sua aceitação junto ao grupo de amigos e impressionando o sexo oposto. Muito se especula sobre suplementação e recursos ergogênicos, se eles são a mesma coisa, se SUPLEMENTOS ALIMENTARES A busca pelo corpo perfeito virou “epidemia” em todos os locais, e nessa busca a utilização de meios que podem ser prejudiciais e desnecessários à saúde vem aumentando cada vez mais. É comum e crescente a grande utilização de recursos suplementares para que os objetivos de obtenção de massa muscular, formas corpóreas bem definidas sejam alcançadas pelos mais diversos tipos de frequentadores de academias nos treinos de musculação, aeróbica e por atletas de alto rendimento. As promessas feitas pelos mais diversos tipos de suplementos provoca nos seres humanos a cobiça, vontade e desejo de chegar àquilo que se atribui de corpo ideal em um curto período de tempo, para os fazem bem ou não a saúde, se realmente são positivos quanto aos objetivos de quem faz utilização. Cabe homens belos bíceps e tríceps braquial, barriga de “tanquinho”, pernas torneadas e bem definidas, aqui ressaltar que no estudo proposto os suplementos não se distinguem de recursos ergogêni-cos, mas panturrilhas malhadas, glúteos enrijecidos e empinados. Para as mulheres a tão desejada barriga lisa, sim fazem parte desse “mundo” de substâncias utilizadas não com fins de melhorar a saúde, mas sim a bem definida, sem nenhuma gordurinha ou pneuzinho, glúteos enrijecidos hipertrofiados com grande obtenção de massa muscular, potência, disposição entre outras promessas observadas nos rótulos dessas volume, seios “durinhos”, pernas malhadas, hipertrofiadas e com muita massa muscular. substâncias. Os recursos ergogênicos de acordo com sua etimologia significa “produ-ção de trabalho” Porém poucos realmente sabem o que é suplemento, qual a verdadeira necessidade de utili- (ergo=trabalho, gen=produção de) o uso desses pode ser compreendido por abranger todo e qualquer zação dos suplementos dietéticos, bem como os riscos que correm ao se utilizarem desses a partir de mecanismo, efeito fisiológico, nutricional ou farmacológico que seja capaz de melho- suas dosagens sem um acompanhamento ou manuseio de um nutricionista ou médico específico 208 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 208-209 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 209 19/07/2014 10:21:49 na área. Segundo ALVES e LIMA (2009) suplementos alimentares são definidos como substâncias haja a necessidade de auxilio desses para manter a carga de treinamento, principalmente quando utilizadas por via oral com o objetivo de complementar uma determinada deficiência, sendo esses esses não tem uma alimentação bem balanceada e regrada. in-dicados por especialistas na área para aquelas pessoas que precisam de complemento em sua alimen-tação para fornecer alguns nutrientes que lhe faltam já que o corpo por ação endógena não consegue produzir. Porém os suplementos estão sendo comercializados como substâncias ergogênicas capazes de melhorar ou aumentar o desempenho físico. Segundo estudos de BARRET (1997) isso é fato ve-rídico e preocupante, pois cada vez mais as pessoas acreditam que a saúde seja comprável, adquirida por meio dos suplementos dietéticos, sendo que esses suplementos são comercializados com a pro-messa de aumentar energia, melhorar a performance física, diminuir massa gorda e aumentar a massa magra corpórea, prevenir e tratar alguns problemas de saúde, quando na verdade não tem todas suas “promessas” comprovadas cientificamente. A alimentação saudável e adequada deve ser entendida e compreendida pelos atletas de alto rendimento ou mesmo praticantes de musculação, principalmente pelos frequentadores da academia de Coronel João Sá que fazem uso de suplementos, como sendo o ponto de partida para obter o desempenho máximo e considerar as manipulações nutricionais como uma estratégia complementar, assim como também afirma (SABINO, LUZ, CARVALHO, 2010). Quando os nutrientes se apresen-tam em quantidades ótimas, a saúde e o bem-estar do indivíduo são maximizados. A determinação de quais nutrientes são essenciais e das quantidades ótimas dos nutrientes essenciais têm sido foco de investigações por décadas e as recomendações de nutrientes específicos têm sido apresentadas nas Recomendações de Ingestão pela Dieta – RIDs (National Research Council, 1989) De acordo com MELVIN (2004) os suplementos dietéticos são usados por atletas no mundo todo. Nos Estados Unidos, a lei Dietary Supplement Health and Education Act (Lei sobre Educação e Saúde dos Suplementos Dietéticos) definiu suplementos dietéticos como substâncias adicionadas à dieta, principalmente (1) vitaminas, (2) minerais, (3) aminoácidos, (4) ervas ou produtos botâni- citado por (SAN-TOS e SANTOS, 2002). cos e (5) metabólitos/constituintes/extratos ou combinação de qualquer desses ingredientes. Além SUPLEMENTOS: SUBSTÂNCIAS dos atuais produtos alimentícios desenvolvidos para atletas e indivíduos fisicamente ativos, diversas empresas comercializam suplementos dietéticos para atletas, geralmente sob a alegação de que o desempenho nos esportes pode ser melhorado aliando a isso a busca de um corpo esteticamente per- AMINOACIDOS feito que é gerado pela falta de uma cultura corporal saudável e que tem levado a população a usar de forma abusiva, substâncias que possam potencializar no menor espaço de tempo possível os seus desejos. Dentre essas substâncias, o suplemento tem um destaque primordial, talvez por falta de uma legislação rigorosa que autorize a sua venda sem receita médica, ou devido às indústrias lançarem constantemente no mercado produtos ditos ergogênicos prometendo efeitos imediatos e Os aminoácidos possuem um importante papel de realizar a síntese protéica, ou seja, é por meio da junção de vários aminoácidos que as proteínas são formadas, isso por processos anabólicos. De acordo com estudos realizados os aminoácidos mais utilizados em suplementos são: • GLUTAMINA: A glutamina é o aminoácido livre mais abundante no plasma e tecido eficazes. Pa-ralelo a isso, alguns profissionais de Educação Física vêm estimulando o uso do muscular sendo utilizado em altas concentrações por células de divisão rápida, para suplemento com o intuito de melhorar a performance de seu aluno, sem levar em conta os meios fornecer energia e favorecer a síntese de nucleotídeos. A suplementação com esse ami- mais saudáveis para se atingir os objetivos traçados (SANTOS e SANTOS, 2002). noácido pode atenuar o estresse oxidativo, reduzir a quantidade de lesões celulares decorrentes de exercícios físicos exaustivos e melhorar a defesa imunológica. De acordo com pesquisas feitas sobre comprovações de positivos resultados do uso de suplementos não restam dúvidas quanto às mudanças favoráveis da composição corporal e a influencia po- • BCAAs: São aminoácidos de cadeia ramificada e dentre os BCAAS essenciais estão sitiva sobre o desempenho esportivo de atletas após o manejo dietético, através do uso da suplemen- a Valina, Leucina e Isoleucina. Esses aminoácidos são necessários para a construção tação alimentar para casos específicos (HERNANDEZ e NAHAS, 2009), pois diante de pesquisas e manutenção dos músculos, quanto à suplementação com esses aminoácidos eles abordadas a maioria dos usuários atribui que os suplementos surtem efeitos positivos diante aumento de atuam na prevenção da fadiga muscular, promovem a síntese protéica, evitam o massa muscular e auxílio na hipertrofia muscular, na questão de resistência e disposição, dando a essas catabolismo protéico e serve também como substrato para a gliconeogênese. substâncias o mérito por conseguir chegar aos objetivos desejados. Porém, HERNANDEZ e NAHAS (2009) explicitam muito bem que o uso de suplementação deve ocorrer de acordo com prescrição e um profissional da área e desde que o sujeito tenha a necessidade real de consumo desses produtos devido a complementar uma alimentação que não é bem equilibrada, balanceada afetada por diversos fatores. Já Pontos negativos: Doses acima do recomendado podem provocar diarreia e comprometer a absorção de outros aminoácidos e em longo prazo, leva a sobrecarga renal, desidratação e problemas cardiovasculares. para atletas de alto rendimento os suplementos alimentares são importantes caso 210 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 210-211 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 211 19/07/2014 10:21:50 (Greenhaff et al., 1993) citado por PERALTA e AMANCIO (2002). De acordo com estudos elabo-rados PROTEÍNAS Suplementos proteicos são compostos de aminoácidos que são elementos fundamentais da construção muscular. O corpo necessita de gordura e carboidratos para funcionar, porém é impossível adquirir músculos sem proteína. É por isso que uma fonte de alta qualidade de proteína deve ser incluída na dieta e rotina de musculação. Os suplementos proteicos são os mais consumidos, destacando-se as proteínas do soro do leite os chamados Whey Proteins e a proteína encontrada na clara de ovos a Albumina. • a creatina aumenta o pool de creatina corporal, o que potencialmente facilitaria a geração de maior quantidade de CP, sendo o efeito ergogênico específico para certos tipos de esforço físico, como por exemplo: exercícios repetitivos, de alta intensidade, curta duração e com períodos de recu-peração muito curtos. Diante disso, a creatina é utilizada por praticantes de musculação ou mesmo atletas com o intuito de repor a energia gasta durante o treinamento, potencializando também a síntese de proteínas no músculo, essa reposição de energia gera no corpo o aumento da disposição levando ao aumento da sobrecarga e repetições de exercício com intuito de aumentar a massa muscular. Whey Proteins possuem alto valor nutricional, alto teor de aminoácidos essenciais e “O consumo de creatina, substância ergogênica não considerada como doping pelo COI, tem se mostrado efetivo na melhoria do desempenho esportivo, porém, em condições específicas de exercício, principalmente em modalidades de curta duração, alta intensidade e períodos curtos de recuperação. Este efeito seria devido ao aumento dos níveis musculares de creatina, o qual poderia potencializar a rápida regeneração do ATP. A suplementação seria mais efetiva naqueles indivíduos com níveis iniciais baixos deste composto nos músculos, como vegetarianos e idosos. Os efeitos ergogênicos desta substância podem ser aumentados quando consumida com glicose, mas a quantidade do car-boidrato deve ser grande. É importante ressaltar que não são poucos os trabalhos bem controlados sem demonstração de benefício significativo com o consumo de creatina. Não há, ainda, evidência conclusiva sobre efeitos colaterais de seu uso. Faltam também mais estudos para determinar se o aumento de peso decorrente do seu consumo é devido à retenção de água ou a um aumento verdadeiro de cadeia ramificada, alto teor de cálcio e peptídeos bioativos do soro. Seus efeitos bioló-gicos resultam no aumento da síntese proteica muscular, redução da gordura corporal em função do seu alto teor de cálcio e alta concentração de glutationa, diminuindo a ação dos agentes oxidantes nos músculos esqueléticos e aumento da concentração de insulina plasmática favorecendo a captação de aminoácidos para o interior da célula muscular ALVES e LIMA (2009). Pontos negativos: Consumido em excesso ele sobrecarrega os rins, pois esses se veem na da síntese de proteínas.” (PERALTA e AMANCIO, 2002) necessidade de aumentar seu trabalho para eliminar as substâncias toxicas, tendo como outro fator importante que toda proteína que não é utilizada para formação de massa muscular vira gordura. E Pontos negativos: a creatina consumida erroneamente pode provocar aumento do peso, devi- se a ingestão de carboidrato não for suficiente para liberar energia à prática da atividade, a proteína do ao aumento de tecido adiposo, retenção de líquidos (dando a falsa impressão de ganho de massa será desviada para esse fim. Ou seja, não haverá ganho de massa muscular. muscular), inchaço no fígado, interfere na glicogênese, lesão no miocárdio, potencializa a desmine- • Albumina é reconhecida como a mais rica proteína animal, sendo fundamental para o crescimento e regeneração muscular, sendo indicada para pessoas que tem como objetivo o aumento de massa muscular, sendo também consumidas por pessoas que necessitam em sua dieta grandes quantidades de proteínas. Ela é uma proteína obtida a partir da clara do ovo desidratada e pasteurizada, que possui alto valor biológico sendo fundamental para o crescimento e regeneração muscular. ralização óssea, pode provocar distrofia muscular, cãibras, náuseas e vômitos, desconforto estomacal, diarreia, tonturas, desregula a atividade hormonal, complicações cardíacas, renais e do fígado, câncer, impotência sexual, insônia, tumores, alterações no colesterol, hipertensão, aumento de ácido úrico, lesões musculares, dores abdominais, mudanças de hábitos intestinais e urinários, excesso de cálcio, pedras nos rins e vesículas, altera a glicose, coma e morte, a creatina, a exemplo de outros suplemen-tos, pode ajudar atletas quando ministrada com cuidado, de acordo com a necessidade de cada um e com orientação de profissionais da área. Pontos negativos: Pode causar gases e o consumo exagerado causa diarreia, diminui a queima de gordura durante o exercício e engorda. CARNITINA É uma amina encontrada na carne vermelha, leite e derivados, sendo essa sintetizada a partir da CREATINA lisina e metionina no fígado, no cérebro e também no rim. A carnitina é comumente chamada de Fat A creatina é um composto nitrogenado naturalmente sintetizado no fígado, rins e no pâncreas, que também pode ser obtida pelo consumo de alimentos de origem animal (como carnes, por exem-plo). No organismo, cerca de 95% estão depositados no músculo esquelético, sendo 1/3 em sua forma livre e Burners (Queimadores de gordura), isso porque a carnitina presente em nosso corpo é quem realiza o transporte dos derivados da gordura para dentro das mitocôndrias, onde eles serão oxidados. Ao tomar conhecimento destas reações, algumas indústrias farmacêuticas apressaram-se em produzir e vender o restante na forma fosforilada (CP) (VIENA, 2006). A creatina fosforilada é uma reserva de energia carnitina, afirmando que sua ingestão aumentaria a degradação de lipídeos e ajudaria a quei-mar a nas células e sendo ela utilizada como suplemento parece não aumentar a concentração de indesejável gordura localizada. Porém, tendo em vista que o catabolismo do tecido gorduroso possui um ATP muscular de repouso, mas ajuda a manter os níveis de ATP durante um esforço físico máximo grande número de reações, catalisadas por diversas enzimas e reguladas por diversos fato-res, seria errôneo atribuir que com o consumo desse suplemento sozinho toda esta cadeia de reações 212 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 212-213 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 213 19/07/2014 10:21:50 aconteceriam diminuindo a quantidade de gordura corpórea sem que os outros fatores de catabolismo Gráfico 1 fossem alterados, sendo que também os tecidos animais saudáveis já possuem quantidades mais que suficientes de carnitina para manter as reações, não sendo esse o motivo de maior ou menor queima de gordura. Portanto é um erro atribuir a carnitina como responsável por “queimar” a gordura do corpo, sabendo que para que isso acontecesse a carnitina exógena ingerida deveria além de entrar na corrente sanguínea ela teria que entrar na mitocôndria para que lá ela desempenhasse seu papel. VITAMINAS A função das vitaminas no corpo humano como reguladores metabólicos, atuando em uma sé-rie de processos fisiológicos importantes para o desempenho na prática de exercícios ou nos esportes. Muitas das vitaminas do complexo B, por exemplo, participa do processamento de carboidratos e gor-duras para produção de energia, um aspecto importante durante exercícios de intensidade variadas. Também é prática comum entre atletas o uso de doses extras de vitaminas, principalmente C e E, por suas propriedades antioxidantes. Segundo um estudo realizado em São Paulo com universitários de uma instituição privada mostrou que 30,4% dos entrevistados usavam produtos vitamínicos (ALVES e LIMA 2009). Fonte: Pesquisa de campo embasada no questionário aplicado na academia de Coronel João Sá. Diante dos dados da amostra apresentada, mostra-se maior predominância do sexo masculino quanto à freqüência na academia colaboradora com 53% da população masculina, ou seja, 17 homens e 47% de população feminina, ou seja, 15 mulheres. A seguir no gráfico 2 segue a METODOLOGIA E METODOS O estudo pauta-se em uma pesquisa de campo foi feita por meio de um questionário misto de média das idades dos entrevistados, feita a partir de um cálculo de média aritmética de FILHO nove quesitos sobre o tema em questão – suplementação – aplicado na academia de musculação na (2007) com os seguintes resultados: cidade de Coronel João Sá – BA, sendo esse questionário respondido por frequentadores da mesma. Gráfico 2 Ao total foram 32 colaboradores, a pesquisa foi elaborada com base em uma amostra, os quais responderam os 9 (nove) questionamentos de acordo com o conhecimento que tinham sobre o assunto, e com o consentimento dos mesmos para uma possível análise e publicação dos dados fornecidos. Os resultados estão demonstrados por meio de gráficos e tabelas, sendo explicitada a média das idades dos colaboradores, bem como a faixa etária predominante. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram avaliados ao total 32 colaboradores, frequentadores de uma academia em Coronel João Sá com a pretensão de apresentar os suplementos mais utilizados, a indicação, o porquê da utilização, os resultados obtidos, forma de utilização e principalmente o conceito que cada usuário e não usuário colaborador da pesquisa possui sobre o uso de recursos ergogênicos nutricionais. Segue no gráfico 1 a quantidade respectiva quanto ao gênero dos entrevistados: 214 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 214-215 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 215 19/07/2014 10:21:51 A média aritmética das idades foi de 22,5 respectivamente: 14, 16(3), 17(2), 18(2), 19(6), 20(2), Gráfico 4 21(2), 23(3), 24, 25(3), 29(3), 30(2), 37, 40. Isso demonstra que a pesquisa feita com base em uma amostra a maioria dos freqüentadores são jovens com maior predominância aos 19 anos. No gráfico 3 é evidenciado a quantidade dos usuários de suplementos com fins estéticos, segue o gráfico 3: Gráfico 3 De acordo com o resultados apresentados no gráfico 4, evidencia-se que há maior predominância de freqüentadores que não utilizam suplementos, superando os que utilizam em 18,76%. Quando perguntado aos colaboradores da amostra referente quais os tipos de suplementos eram utili-zados os resultados são os que seguem na tabela 6: Tabela 6 O gráfico 3 mostra que dos 32 participantes da amostra sendo 17 homens, 12 fazem uso de suplementos, e das 15 mulheres entrevistadas somente 1 faz utilização de suplementos. Segue no gráfico 4 o percentual total de homens e de mulheres na amostra que fazem uso de recursos ergogêni-cos nutricionais para fins estéticos comparado aos frequentadores da academia que não utilizam essas substâncias. Suplementos Massa 3200 Anticatabolic Creatina Mega Massa Monster Nitro Pack (No2) Albumina Usuários 1 8 2 7 1 Fonte: Pesquisa de campo embasada no questionário aplicado na academia de Coronel João Sá. De acordo com os dados obtidos e apresentados, mostra-se um maior consumo de suplemen-tos à base de proteínas e aminoácidos de cadeia ramificada, os BCAAs, destacando-se também um alto índice de utilização da creatina. Dentre os tipos de suplementos utilizados o que aparece com maior presença é a creatina (8) e o Monster Nitro Pack (No2) (7). O Monster Nitro Pack NO2 é com-posto por uma combinação ideal de nutrientes proveniente de proteínas de alto valor biológico como a Whey Protein (Proteína do soro do leite) concentrada e hidrolisada, glutamina peptídeo (proteína hidrolisada do trigo), BCAAs, guaraná, vitaminas, antioxidantes e minerais quelatos com arginina e é indicado para atletas em treinos moderados e intensos, que desejam uma musculatura mais definida 216 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 216-217 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 217 19/07/2014 10:21:52 e aparente. Outros dois suplementos que também são destacados são a Massa 3200 Anticatabolic e a essas quantidades quando passadas por testes fica evidenciado que a quantidade descrita no rótulo Mega Massa. A Massa 3200 Anticatabolic é um suplemento constituído a base de soro do leite iso-lado não corresponde ao total em exatidão. Um fator interessante a ser relevado é que a maioria dos (Whey Protein Isolete) com alto teor de glutamina, BCAAs, utilizados para obtenção de massa muscular entrevis-tados (29) indicou ser de extrema importância utilizar essas substâncias com auxílio de e principalmente com o objetivo de diminuir o catabolismo das células musculares. A Mega profissionais na área, porém eles mesmos consomem sem indicação de profissional nenhum, Massa é um suplemento a base de Whey Protein, carboidratos complexos e proteínas nobres, ideal levando como base as idéias e indicações que amigos têm ou mesmo por conta própria, sendo esses para treino voltado para o ganho de massa magra, volume muscular e também força. produtos adquiridos com freqüência e sem nenhuma dificuldade, podendo esses ser comprados em Quanto à indicação dos suplementos indicados na tabela 6 os resultados são os também por parte dos profissionais da educação física, cujos agem como se fossem médicos, tendo demonstrados na tabela 7: comportamentos errô-neos, indicando, prescrevendo e vendendo essas substâncias sem se importar Tabela 7 Indicação Amigos Personal Treiner Médico Nutricionista Por conta própria farmácias, internet principalmente, a instrutores de academias, ou seja, há uma grande banalização com a real necessidade dos usuários, mas sim com o lucro que irão obter com as vendas. Usuários 4 4 1 1 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS É notável que o consumo de suplementos foi bastante significante entre os frequentadores da Fonte: Pesquisa de campo embasada no questionário aplicado na academia de Coronel João Sá. academia de Coronel João Sá, com um índice de 40,56% de usuários de suplementos na academia A tabela 7 mostra as informações quanto à indicação dos suplementos aos usuários, mostrando que a maioria usa devido à indicação de amigos, pelo incentivo de um personal treiner e o pior é que grande parte desses ainda utilizam esses recursos ergogênicos por contra própria. pesquisada. Ligado isso vem os fatores de precauções que os usuários não tem quando fazem a utilização desse recursos ergogênicos nutricionais. Pode-se dizer que os suplementos – recursos ergogênicos nutricionais – ajudam seus usuários a obter maior disponibilidade, energia, massa muscular desde que esses sejam tomados corretamente, com orientação de um profissional e principalmente Quanto aos resultados: 12 usuários afirmaram que os suplementos utilizados cumprem as que as substâncias contidas neles seja verídicas com seu rótulo. Os suplementos devem somente ser promessas em seus rótulos, afirmando eles que eles dão a sensação de mais disposição, energia para usados quando receitado por um médico especialista ou um (a) nutricionista, desde que o indivíduo realização dos exercícios e principalmente houve rentabilidade quanto à principal questão para seu realmente tenha a necessidade de utilização desses, visto que uma boa alimentação, com todos os uso que é o ganho de massa muscular. Somente um usuário afirmou que o suplemento utilizado não nu-trientes necessários a para realização das atividades garantem aos seres humanos subsídios tinha ainda surtido o efeito desejado devido ao pouco tempo de consumo (creatina). suficientes para garantirem uma boa performance, conseguir massa muscular, ter energia e Quando perguntado se sabiam o que eram suplementos e seus fins somente três afirmaram disposição suficiente para realizar os exercícios físicos, chegando assim aos objetivos desejados não saber o que são suplementos, os mesmos não faziam utilização desses recursos ergogênicos nutricionais. Vinte e nove (29) de todos os entrevistados afirmaram saber o que são suplementos, sem precisar recorrer a nenhum tipo de recurso ergogênicos e que manuseado erroneamente venha a prejudicar a sua saúde. Por tanto cabe aqui um alerta aos jovens que fazem uso dessas substancias porém, quando perguntados sobre a concepção que tinham sobre, não souberam afirmar com sem um acompanhamento profissional e sem se importar com os efeitos adversos. clareza o que eram suplementos limitando-se somente a dizer que essas substâncias são positivas ao corpo em relação à disponibilidade quanto a disposição, fornecimento de maior energia e principalmente no ganho de massa muscular e que toda utilização desses recursos deve ser indicada por uma pessoa responsável e de conhecimento na área, no caso nutricionista ou um médico. PALAVRAS-CHAVE: Suplementos, recursos ergogênicos, creatina, proteínas, aminoácidos. A pesquisa feita comprova o uso indiscriminado dessas substâncias promovedoras de ener-gia e massa muscular corpórea, sendo constatado também o uso desses suplementos sem prescrição nenhuma de um profissional especifico na área o que pode desencadear futuros problemas de saúde futuramente caso haja uso indiscriminado. É de importância levar em consideração que muitos desses suplementos existentes indicam em seus rótulos determinadas quantidades de substâncias sendo que 218 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 218-219 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 219 19/07/2014 10:21:52 O NOVO CODIGO PENAL: PROPOSTA SOBRE ABORTO mente, declara o nosso país, um Estado Democrático, ou seja, a noção de governo do povo. É dever de todos os cidadãos “lutarem” pelos seus direitos, opinar a respeito das normas, ou seja, ter o acesso à justiça que de acordo com CAPPELLETTI, e GARTH, é “o sistema pela qual as Luan Wesley Santana de Jesus pessoas podem reivindicar os teus direitos e/ou resolver seus litígios sob os auspícios do Estado [email protected] que, primeiro deve ser realmente acessível a todos, segundo, ele deve produzir resultados que sejam individual e socialmente justos.” (p. 1). Mas, o acesso não tem a efetividade que desejamos, contém varias barreiras que impedem. Dessa forma fica evidente o poder constituinte. A manifestação soberana da vontade INTRODUÇÃO Este trabalho tem como principal objetivo refletir sobre o Direito, em especial, o Novo Código Penal, que traz em seu anteprojeto vários tabus, erros graves e temas polêmicos que acabam política, de um povo, social e juridicamente organizado. O mesmo pode ser dividido em dois, o originário e o derivado. Segundo Moraes (2010), o originário estabelece a Constituição de um novo Estado, organi- ferindo os princípios constitucionais, dentre eles os anencefálicos e o aborto. Indubitavelmente, é uma dificuldade dos legisladores de se ajustar com a realidade do mundo atual, em que cada vez mais aumenta os índices de criminalidade, violência, o aborto e a sua pratica clandestina. zando-o e criando os poderes destinados a reger os interesses de uma comunidade. E o derivado está inserido na própria Constituição, pois decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional, portanto, reconhece limitações constitucionais expresses e implícitas e é passível de controle de cons-titucionalidade. Esse Novo Código não pode ser visto como um meio de solução para diminuir a criminalidade, pois não é simples combater a mesma, penas mais rígidas não é “sinônimo” de diminuição de crimes, violência. Como diz Edilson Santana “A erradicação do analfabetismo, o pleno emprego, as-sistência médica, a distribuição justa das riquezas e um sistema previdenciário de grande alcance são meios que, com absoluta certeza, reduzem a criminalidade.” (p.91). Então, deve-se investir em Então, o Código Penal traz novidades preocupantes, pois vai contra os princípios constitucionais, especificadamente, os Direitos Humanos, que é com base na dignidade da pessoa humana, reconhecidos e protegidos pelo Estado. Tudo isto está contido no art. 1º da CF. E também, os mesmos, asseguram, declaram que, os homens nascem e continuam livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundar-se na utilidade comum. mais educação, lazer, emprego, estes sim são formas de contenção da violência. O aborto que, conforme o Código Penal Brasileiro nos artigos 123 a 128 CP. Só é permitido Segundo Santana (2008), o Direito Penal é ciência jurídica de origem muito remota. Isso acontece porque, desde os primeiros tempos da Historia, surgiu a necessidade de coibir-se a prática delitiva. Assim, o Direito Penal tornou-se imprescindível como ciência que cataloga e estuda as normas que tipificam os crimes. Além disso, deve-se respeitar a integridade física e moral do ser humano, por ser um direito fundamental assegurado pela Constituição: em casos, quando não há outro meio de salvar a vida da gestante, gravidez resultante de estrupo, precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. De certa forma, vão contra os direitos fundamentais, que são os direitos, à vida, à liberdade, à segurança, e à propriedade. Neste caso, especialmente, à vida que a Constituição Federal proclama que o Estado deve assegurar, o direito de continuar vivo, ter vida digna quanto à subsistência e de certa forma até A preservação da integridade física e/ou moral do ser humano constitui direito fundamen- de nascer, para os indivíduos. tal, presente no corpo das Constituições, como clausula pétrea. Ao constituí-la, outro não foi o pen-samento do legislador constituinte, senão o de combater toda forma de tortura. (SANTANA, Em plena era moderna, o aborto de uma forma geral, ainda é um assunto que discorre muita polémica, por conta das crenças religiosas, que defendem as tuas teorias, em favor da vida. E tam- p.21, 2008) bém, por conta da clandestinidade, pessoas não qualificadas que utilizam locais inapropriados para fazer o mesmo. Com isso, temos que destacar que, essa discussão do Novo Código Penal, é de fundamental importância para o futuro do nosso país. E conforme a Constituição, que é, como reza Alexandre de Moraes, (p. 6, 2010) “Lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação de poderes públicos, formas de governo e aquisição do poder de governo distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos.”. E que, principal- Com relação ao aspecto religioso, por mais que a crença seja fundamental na vida de cada um, procurei não me ater com os posicionamentos religiosos. Porque, o nosso Estado Brasileiro é laico, ou seja, é imparcial, quando se refere aos temas religiosos. E com relação ao aborto, em casos de anencefálicos, que como reza ESPINOSA (1998, p. 27): Anencéfalo é todo embrião, feto ou bebê que carece de uma parte do sistema nervoso 220 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 220-221 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 221 19/07/2014 10:21:52 central, mais concretamente dos hemisférios cerebrais e de uma parte, maior ou menor, do tronco tido no art. 5ª da Constituição Federal, e também, o artigo 7º Estatuto da Criança e do Adolescente: encefálico (bulbo raquidiano, situado acima da medula, e os dois seguimentos seguintes: ponte e “A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de pendúculos cerebrais). Como no bulbo raquidiano estão situados os centros da respiração e da circu-lação sanguínea, o anencefálico pode nascer com vida e viver algumas horas, mais raramente alguns dias ou poucas semanas. políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.”. A respeito do aborto, o Código Penal Brasileiro diz que é crime contra a vida humana, estando contido nos artigos 123 a 128 CP. E só é permitido em casos, quando não há outro meio de Então, a anencefalia é quando existe uma má formação, caracterizada pela ausência parcial salvar a vida da gestante, no caso de gravidez resultante de estrupo, precedido de consentimento da do encéfalo, que é o centro do sistema nervoso. Os bebês que contém anencefalia possuem uma gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. Neste ano de 2012, o supremo decidiu que expec-tativa de vida muito curta, apesar de que não se pode estabelecer com precisão o tempo de o aborto anencefálico não é “crime”. E está em discussão o anteprojeto de aceitar o aborto, como já vida que terão fora do útero. foi dito, a gestante de aproximadamente até 12 semanas, desde que um médico ou um psicólogo A interrupção da gravidez nesses casos, também conhecida como aborto terapêutico, é per- ateste que a mesma tenha incapacidade psicológica. mitida em casos de anencefalia em diversos países. E o Brasil neste ano de 2012 também autorizou Então, depende da visão de cada um, se tratando dos anencefálicos para a igreja existe vida a realização deste tipo de aborto, mas, precisa de autorização judicial para realizar. A decisão foi nestes seres, mas, para o “supremo” não existe vida e até mesmo não pode ser considerado crime de toma-da com base em argumentos, como que, não existe vida possível. Ele é biologicamente vivo, aborto, já que não existe vida possível. Pois o crime de aborto é quando o feto morre por por ser formado por células vivas, e juridicamente morto, não gozando de proteção estatal. decorrência das “manobras abortivas”. Além disso, o risco de vida da mãe faz por optar proteger a Agora a novidade é que o novo código penal contém em seu anteprojeto, em especial, aonde vida de quem está vivo do que um que dificilmente irá sobreviver. trata sobre o aborto, uma proposta, em que a gestante de aproximadamente até 12 semanas poderá Mas, está proposta do novo código penal, que trata sobre o aborto, em que a gestante de apro- interromper a gravidez desde que um médico ou um psicólogo ateste que a mesma não tenha deter- ximadamente até 12 semanas poderá interromper a gravidez desde que um médico ou um psicólogo minadas condições de arcar com a maternidade. ateste que a mesma não tenha determinadas condições de arcar com a maternidade. E deferentemente Este é mais difícil de assimilar do que nos casos anencefálicos, cujo último foi levado em dos anencefálicos, o filho que está para nascer é saudável, este sim pode ser considerado uma vida. E a consideração, principalmente, o sofrimento psicológico que a mãe iria sofrer ao esperar um filho legislação assegura o direito à vida do nascituro conforme o art. 2º CC. Por isso, tem o direito de ser que tem poucas chances de vida, e até mesmo de certa forma não existe vida possível, por conta da humano, dentre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida. má formação. E por estas circunstâncias apresentadas acima, e ao decorrer do artigo, não podemos aceitar Mas, neste novo caso contido no anteprojeto, o filho é saudável, tem vida, e se for praticar o está proposta de aborto, contida no anteprojeto. aborto, estará matando aquele ser saudável que está para nascer. Além disso, como um medico ou até mesmo um psicólogo irá avaliar as mulheres, para afirmar com total convicção se ela tem condições para ser mãe ou não. É importante destacar que, desde o primeiro momento de sua existência, o nascituro que esta PALAVRAS-CHAVE: Novo Codigo Penal; Anencefalicos; Aborto. sendo formado. Deve ser reconhecido os seus direitos de pessoa, em que apesar de já ter vida, pode ser considerado um ser humano, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida. A legislação brasileira afirma que, a vida do nascituro deve ser salvaguarda por ser vida humana, e não só porque tem expectativa de direito civil. Como diz o art. 2º do Código Civil: “A perso-nalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.” Então, este ser tem direito de nascer, o direito à vida é inerente à pessoa humana. Este direito deverá ser protegido pela lei. Ninguém poderá ser arbitrariamente privado da vida. Tudo isto está con222 | ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA ANAIS.indd 222-223 FACULDADE AGES FACULDADE AGES ANAIS - VI SEMANA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA | 223 19/07/2014 10:21:52 ANAIS.indd 226 19/07/2014 10:21:54