LITURGIA DOMINICAL Padre Marcio Luiz Priori __________________________________________________________________________________ 5º Dom da Quaresma A liturgia desse domingo continua a Catequese Batismal da Quaresma. Na 1a leitura (Ez 37,12-14) temos a famosa visão dos ossos ressequidos, que saem dos "túmulos". O Espírito do Senhor sopra sobre eles e eles ganham vida. Com essa imagem, o profeta anuncia a libertação aos exilados, que estavam sem esperança como ossos secos na sepultura. Ou seja: Deus vai transformar o desespero em esperança, a escravidão em libertação. Hoje ainda há morte na família, quando os casais não se perdoam... Há morte quando os jovens se deixam levar pelas drogas... Há morte quando políticos, empresários e funcionários públicos se envolvem em corrupção... E a situação do nosso povo se parece, às vezes, com a dos exilados da babilônia. Mas há esperança, pois, segundo o profeta Ezequiel, Deus não abandona o seu povo. Na 2ª Leitura (Rm 8,8-11), o Apóstolo Paulo lembra que o Espírito de Deus ressuscitou Cristo e o introduziu na glória do Pai. No Batismo, nós recebemos o mesmo Espírito, que comunica a vida. No Evangelho (Jo 11,1-45) Jesus se apresenta como o SENHOR DA VIDA. Mandam avisar Jesus que seu amigo "Lázaro estava doente...". Jesus: aparentemente não se preocupa. Os apóstolos até estranham. Mas Jesus os tranqüiliza, dizendo: "Essa doença é para a glória de Deus". E fica com eles mais dois dias. No Encontro com Marta, Jesus se comove e chora. O texto nos mostra duas formas de solidariedade diante da Morte: De um lado vemos os amigos e os vizinhos que vão à casa de Marta e Maria para dar os pêsames e fazer lamentações em altos brados: Símbolo do desespero. Por outro lado, vemos Jesus, que chega, nem entra na casa, nesse ambiente dominado pelo desespero. Ele fica fora e chama para fora (Ele tira do desespero). Ele chora, é verdade, mas seu choro é muito diferente. Não é choro ruidoso, desesperado, mas de afeto e solidariedade. O povo até comenta, dizendo: "Vejam como ele o amava". No Diálogo com Marta, Jesus afirma: "Eu sou a ressurreição e a Vida. Aquele que crer, ainda que estiver morto viverá". E Ele pergunta: "Você crê nisso?" Marta então professa a sua fé: "Sim, eu creio que tu és o Cristo". A Família de Betânia representa a Comunidade cristã, formada por irmãos e irmãs (não tem pais). Todos conhecem Jesus, são amigos de Jesus e acolhem Jesus na sua casa e na sua vida. Essa família faz a experiência da morte. Mas os amigos de Jesus sabem que Ele é a Ressurreição e a Vida, e que dá a vida plena aos seus. A morte é apenas a passagem para a vida plena. Por isso, no Sepulcro, Jesus diz: "Tirem a pedra..." (que separa o mundo dos vivos do mundo dos mortos). E, depois de fazer uma oração, Ele dá uma ordem: "Lázaro, vem para fora". Lázaro saiu... Ele recuperou a Vida. O Prefácio da Missa (aquela oração que o padre faz antes da consagração) resume a mensagem desta Liturgia, quando diz: "Verdadeiro homem, Jesus chorou o amigo Lázaro; Deus e Senhor da Vida, o tirou do túmulo; hoje estende a toda a humanidade a sua misericórdia e com os seus sacramentos nos faz passar da morte à Vida". O discípulo de Jesus, renascido no Batismo, carrega em si a semente da verdadeira Vida. Portanto, esta Liturgia é um convite a crermos na Vida e a lutarmos por ela em todas as expressões. A liturgia da Palavra nesta Quaresma é uma retomada de nossa "iniciação batismal", que certamente precisa ser aprofundada: - O ENCONTRO com Cristo; - O DIÁLOGO; - A PROFISSÃO DE FÉ, a exemplo da Samaritana, do Cego e de Marta. _________________________________________________________________ *Contribuição do Padre Marcio – o mesmo exerce o ministério presbiteral na Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Pérola/PR), Diocese de Umuarama - para o site www.padroeiraperola.com.br.