A VIRTUDE ARISTOTÉLICA E A ADMINISTRAÇÃO Autores ANTONIO MARCOS ALCÂNTARA DA SILVA (4) ARISTON AZEVÊDO (8) Categoria Trabalho de TCC Introdução Em suma, as análises sobre a obra aristotélica de Sangalli (1998), Philippe (2002) e Chauí (2002) convergem em afirmar que, a virtude (Arete) ganha pela primeira vez uma conotação moral. Dessa forma, a virtude é: a medida entre os extremos contrários, nem excesso e nem falta, mas sim a moderação; virtude de caráter educada para o justo meio; um hábito adquirido ou uma disposição constante e permanente para agir, medida pelo prudente; ação, atividade da vontade que delibera e escolhe racionalmente orientada pela razão, com vista ao bem do agente, o prudente. Sobre a virtude, MacIntyre (2001) afirma que a moral contemporânea está numa desordem total, pois, esta se fundamenta em alguns fragmentos do passado e em algumas invenções implausíveis do individualismo liberal moderno. Esse individualismo se desvela sob facetas existentes em ideologias como: a iluminista, a kantiana, a marxista e a nietzscheana. Objetivo Diante da temática apresentada, a pesquisa tem como objetivo analisar o contexto atual da relação virtude e a administração/governo. Compreender o conceito de virtude e a relação com o governo/administração em Aristóteles e o conceito de virtude e a relação com o governo/administração no mundo contemporâneo. Identificar as implicações do conceito de virtude ao agente administrador. Metodologia A presente pesquisa se consistiu em uma análise da obra aristotélica, dando-se destaque a alguns conceitos-chaves que podem trazer de maneira sintética o conceito de virtude e felicidade (eudaimonia) segundo o autor. Para tanto, utilizou-se um quadro referencial da análise da análise do conceito e da hermenêutica em profundidade, de modo a se identificar os pressupostos teórico/filosófico nos quais a visão ética de Aristóteles como representante da tradição clássica está fundamentada. Resultado A partir da análise da obra aristotélica é possível destacar alguns aspectos fundamentais: a consideração de outras correntes filosóficas até então existentes na tradição helênica, a consideração das concepções dos sábios e das idéias do vulgo na definição da finalidade humana, na constatação que o homem apresenta dois tipos de disposições: intelectuais e de caráter, as primeiras adquiridas por meio da instrução, as segundas por meio do exercício habitual. Nesse sentido, Aristóteles (1973) constata o fim do homem sendo a felicidade (eudaimonia), uma espécie de prosperidade, bem viver ou em essência o bem comum admitindo ainda, à contemplação. Para atingir a felicidade (eudaimonia), só se é possível por meio da virtude e da prudência, além de outros bens inferiores, assim, o prudente através da justiça e da amizade perfeita, elos capazes de legislar e distribuir de forma ética, normas que regem a comunidade perfeita, a cidade. Conclusão Considerando a análise apresentada, corrobora-se com a opinião de MacIntyre (2001) em afirmar que o ponto de vista do individualismo liberal mesmo depois de três séculos de filosofia moral e de um século de sociologia, ainda não conseguiu bases teóricas para sustentação. Em contrapartida, a tradição aristotélica oferece lucidez e racionalidade sustentando os compromissos e atitudes morais nas relações contemporâneas e perpassadas aos agentes administradores, aos quais, criam as normas e valores. Bibliografia ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim Porto Alegre: Abril cultural, 1973. SANGALLI, Idalgo José. O fim último do homem: eudaimonia Aristotélica à Beatitudo Agostiniana. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998. MACINTYRE, Alasdair. Depois da virtude: um estudo em teoria moral. Tradução de Jussara Simões. Bauru: EDUSC, 2001. PHILIPPE, Marie-Dominique. Introdução à filosofia de Aristóteles. Tradução de Gabriel Hibon. São Paulo: Paulus, 2002. CHAUÍ, Marilena. Introdução á História da Filosofia: dos pré socráticos à Aristóteles. 2 ed., ver. e ampl. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. Legenda (4) Aluno Graduação Outra Instituição CONGRESSO NACIONAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2.; ENCONTRO DE ATIVIDADES CIENTÍFICAS DA UNOPAR, 11., 2008, LONDRINA. ANAIS... LONDRINA: UNOPAR, 2008. 1 CD-ROM. ISBN 978-85-87686-33-6.