História Do Sempre e do Nunca

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INCLUI GUIA DE LEITURA
PARA PAIS E EDUCADORES
ILUSTRAÇÕES
JOÃO MORENO
TERESA LOBATO DE FARIA
História
Do Sempre
e do Nunca
Para aprender e ensinar
que quem nos ama nunca nos deixa
e está sempre connosco
www.oficinadolivro.pt
© 2012, Teresa Lobato de Faria, João Moreno
e Oficina do Livro, Sociedade Editorial, Lda.
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E-mail: info@oficinadolivro.leya.com
Título: História do Sempre e do Nunca
Texto: Teresa Lobato de Faria
Ilustrações: João Moreno
Revisão: Oficina do Livro
Paginação: Helena Nogueira-Silva / Oficina do Livro
Capa: Maria Manuel Lacerda / Oficina do Livro,
sobre ilustração de João Moreno
1.ª edição: Janeiro de 2012
ISBN: 9789895559985
TERESA LOBATO DE FARIA
História
Do Sempre
e do Nunca
ILUSTRAÇÕES
JOÃO MORENO
À melhor mãe de sempre, a minha.
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Era uma vez um reino encantado onde as fadas viviam
entre as pessoas sem ninguém saber.
Era assim desde que o rei, muito triste com a morte da
rainha, tinha deixado de acreditar em fadas para sempre,
porque, apesar de lhes ter implorado, elas não a tinham
conseguido salvar.
Foi então que anunciou ao reino:
– As fadas não podem ser verdadeiras, pois não conseguiram salvar a rainha. Assim sendo, é melhor desaparecerem para sempre.
Todas as pessoas ficaram muito tristes, porque, além
de acharem que haviam perdido a sua rainha para sempre,
também tinham deixado de acreditar em fadas.
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O que ninguém sabia é que, mesmo quando as
pessoas não acreditam em fadas, elas não desaparecem
para sempre: durante o dia, transformam-se em borboletas; e à noite, em pequenas luzes. Mas estão sempre lá.
As fadas são como as estrelas, nunca se vão embora.
De dia, a luz forte do Sol parece fazê-las desaparecer,
mas estão sempre lá.
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O rei tinha uma única filha, a princesa Inis, que
acreditou no seu pai quando ele lhe disse que as fadas se
tinham ido embora para sempre e que, tal como a sua mãe,
não voltariam nunca mais. A princesa ficou muito triste,
e todas as noites ia à janela do seu quarto à procura de
qualquer coisa que lhe mostrasse que nem as fadas nem a
sua mãe tinham ido embora para sempre.
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Perto do castelo do rei, havia um bosque onde vivia
um velho mocho que sabia todos os segredos das fadas.
O seu nome era Babo, e para ele não era difícil guardar
esses segredos para sempre, porque só as fadas conheciam
a sua língua e, assim, só com elas podia falar.
Babo não tinha sido sempre velho e, como todos aqueles
que já cresceram, lembrava-se de ser um pequeno mocho
e pensava muitas vezes em tudo o que aprendera desde
então. Com o seu avô, que era um sábio, Babo aprendeu a
observar o céu à noite e a distinguir as fadas das estrelas:
as estrelas eram maiores, cintilavam e estavam sempre no
mesmo lugar; as fadas eram mais pequenas, podiam ter
muitas cores e, além de se mexerem, deixavam sempre um
rasto de luz quando estavam muito felizes.
Mas, nos últimos tempos, Babo nunca mais tinha
visto rastos de luz no céu. As fadas haviam-lhe dito que
estavam tristes porque acreditavam que tinham perdido
para sempre o poder de realizar desejos, e o mocho sabia
que disso dependia a sua felicidade.
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O céu também parecia diferente, pois antes estava
sempre a transformar-se, e todos os dias apareciam novas
luzinhas. Agora, nada se passava. O velho mocho sabia
que essas novas luzes eram as novas fadas que nascem nas
noites de luar, porque, quando a luz da Lua ilumina os
lagos, os rios e os mares, transformando-os em brilhantes
de prata, as crianças acreditam em fadas e pedem desejos,
e destes desejos nascem as fadas para os realizar.
Uma das coisas que o avô de Babo lhe ensinara tinha
sido que devemos sempre ajudar quem merece. E, vendo as
suas amigas tão tristes, numa noite de luar, iluminado pela
Lua, resolveu voar pelos céus e pensar nalguma solução.
Nessa noite, quando voava pelo céu, Babo avistou
a princesa Inis a chorar à janela do seu quarto. Tinha
a cara escondida entre as mãos e nem reparou no mocho que se aproximava. Babo pousou ao seu lado e ficou
muito quietinho, pois sabia que quando estamos muito
tristes precisamos sempre de chorar.
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