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50º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 50º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2004
Costão do Santinho • Florianópolis • Santa Catarina • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-04-6
[email protected]
Palavras-chave: STRs-X, diversidade genética, mistura étnica
Wiezel, CEV; 2Arpini-Sampaio, Z; 1Simões, AL.
Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, SP. 2Escola Superior de Ciências da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória – ES
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Diversidade genética e composição
étnica em remanescentes de quilombos
do Estado do Piauí baseadas
em STRs do cromossomo X
As comunidades remanescentes de quilombos têm sido foco de diversos estudos com o objetivo de se verificar parâmetros
genéticos para se averiguar as relações entre essas comunidades e as populações africanas que lhe deram origem.O objetivo
deste trabalho foi estimar a diversidade gênica e haplotípica, bem como a mistura étnica baseados em três marcadores
do cromossomo X (DXS548, FRAXAC1 e DXS8084) em três comunidades remanescentes de quilombos do Estado do
Piauí: Mimbó (n=73), Sítio Velho (n=65) e Gaucinha (n=31) e em Teresina (n=91), uma amostra urbana próxima. Os
programas utilizados para as análises de diversidade gênica foram o FSTAT e o DISPAN, para o cálculo da diversidade
haplotípica o ARLEQUIN e para mistura étnica o ADMIX 2. A diversidade gênica, considerando cada locus em cada
população variou de 23,9% no locus DXS548 em Gaucinha a 84,3% no locus DXS8084 em Teresina. Considerando
os três loci juntos para cada população a diversidade gênica média variou de 54,3% em Gaucinha a 66,6% em Sítio
Velho. A análise de haplótipos do cromossomo X foi realizada somente na amostra de homens. Foi possível definir 51
haplótipos, dentre os quais 14 compartilhados entre as populações. O haplótipo 7/3/6 foi o mais freqüente na amostra,
ocorrendo 8 vezes nos 31 homens de Mimbó, 3 em 21 de Sítio Velho, 1 em 7 de Gaucinha e 11 em 74 de Teresina.
Os valores de diversidade haplotípica foram os seguintes: 0,912 ± 0,03 em Mimbó, 0,933 ± 0,031 em Sítio Velho,
0,952 ± 0,095 em Gaucinha e 0,958 ± 0,011 em Teresina. Os altos valores de diversidade haplotípica encontrados
aqui podem ser devidos ao processo de miscigenação que agiria restaurando a variabilidade genética nestas populações.
As análises de variância molecular (AMOVA) foram realizadas considerando somente um grupo: a primeira análise
envolveu somente os remanescentes e a segunda análise todas as populações. Tanto na primeira como na segunda análise
a maior diversidade haplotípica estava dentro das populações (97,48% e 98,37% respectivamente) e a diferença entre
os remanescentes foi de 2,52% (P<0,05) e entre todas as populações foi de 1,63% (P<0,05). A análise de mistura
étnica foi realizada somente com dois marcadores (DXS548 e FRAXAC1) e mostrou maior contribuição africana em
Mimbó (81,76%) e Sítio Velho (96,39%) e maior contribuição européia em Teresina (58,80%). Em vista do pequeno
tamanho amostral de Gaucinha a estimativa de mistura étnica não foi consistente. A grande semelhança com populações
africanas, quando comparada à amostra de Teresina que apresenta maior contribuição européia, mostra que apesar da
miscigenação estar ocorrendo, os três remanescentes ainda preservam um grande estoque de genes africanos.
Apoio financeiro: CNPq, CAPES, FAPESP e FAEPA
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