REVISADO POR PROF. ANDERSON DIAS CEZAR EQUIPE RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO MATERIAL INSTRUCIONAL: Supervisão Geral e Metodologia de EAD: Maria Christina Zentgraf Mestre e Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Livre-Docente em Supervisão Educacional pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ Redação e Revisão Final: Maria Georgina Wolfer Mestre em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Conteúdo Programático: Supervisão do Conteúdo: Luiz Claúdio Muniz Pereira Mestre em Parasitologia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ Conteudista: Geizi Jane Alves de Carvalho Mestre em Ciências pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ Doutoranda em Ciências na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ Digitação e Diagramação: Clarice Isaac Revisão: Jonê Carla Baião Capa: Leeladhar A ciência constrói-se com fatos, tal como uma casa com tijolos. Mas uma coleção de fatos não é mais ciência do que um monte de tijolos é casa. (Jules Henri Poincaré, 1854-1912) 2 Sumário Apresentação Orientações Gerais Orientações para o Auto-estudo da Disciplina Contextualização da Disciplina HELMINTOLOGIA E METAZOÁRIOS INFERIORES Caracterização da Disciplina Quadro-Síntese do Conteúdo Programático de HELMINTOLOGIA E METAZOÁRIOS INFERIORES UNIDADE 1 - FILOS PORIFERA, CNIDARIA, CTENOPHORA E PLATYHELMINTHES 1.1 - Filo Porifera 1.2 – Filo Cnidaria 1.3 - Filo Ctenophora 1.4 - Filo Platyhelminthes e Rhycocoela UNIDADE 2 - PSEUDOCELOMADOS E ANELÍDEOS. 2.1 - Pseudocelomados 2.2 - Annelida Auto-avaliação Final 3 Apresentação Prezado(a) Aluno(a): É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de graduação, na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, conseqüentemente, propiciando oportunidade para melhoria de seu desempenho profissional. Nossos funcionários, diretores e professores esperam retribuir a sua escolha, reafirmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de uma estrutura aberta, crítica e criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua. Esperamos que este instrucional lhe seja de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seu conhecimento teórico e para aperfeiçoar a sua prática pedagógica. Seja bem-vindo(a)! Vera Costa Gissoni Chanceler 4 Orientações Gerais 1. Conversando com o(a) aluno(a): Ao ingressar na Universidade Castelo Branco, você está iniciando uma nova fase de sua vida. E o caminho que você irá percorrer não é novo. O que você vai ter é um novo jeito de caminhar. Como você sabe, o ambiente universitário é muito diferente daquele ao qual você estava acostumado nos tempos de escola. Se, anteriormente, lhe eram cobradas assiduidade, pontualidade e produtividade sob um aspecto de rigidez disciplinar, agora você deve se preparar para conviver com uma nova forma de aprendizado. Especialmente neste curso que é desenvolvido através de uma metodologia semipresencial, em caráter experimental. Quando nos referimos a semipresencial, queremos dizer que 50% da carga horária total são destinados ao auto-estudo. Quais as implicações desta proposta? Simplesmente que você precisará organizar-se para aproveitar melhor os momentos de estudo individualizado (auto-estudo), de modo que suas tarefas sejam cumpridas nos prazos previstos, evitando desânimo, desistência ou reprovação. 5 PROGRAMAR SUAS ATIVIDADES DE ESTUDO 1 - Habitue-se a programar suas atividades de estudo e a dividir adequadamente o seu tempo; 2 - “Ganhe” tempo para o estudo, planejando suas atividades; 3 - Faça pausas para descanso, evitando longos períodos de estudo; 4 - Faça cronogramas e cumpra os horários; 5 - Reserve um “cantinho” em sua casa para reunir e organizar seu material de estudo; 6 - Recorra sempre aos textos e leituras indicadas; 7 - Procure conhecer textos de outras publicações, além das indicadas; 8 - Recorra ao seu tutor sempre que necessário; 9 - Consulte o Manual do aluno para melhor orientá-lo durante o curso; 10- Habitue-se a ter disciplina em seus estudos; 11- Não esqueça que a auto-organização favorece o estudo individualizado; 12- Lembre-se de que o interesse, o cumprimento das tarefas, a participação, a realização das atividades e a assiduidade são itens de avaliação. 6 Agora que você acabou de tomar conhecimento de um conjunto de orientações indispensáveis a um bom desempenho, gostaríamos de agradecer a sua participação no curso e dizer: Bom estudo! Seja bem-vindo (a)! Conte sempre conosco! 7 Orientações para o Auto-estudo da Disciplina Para que você possa aproveitar ao máximo o material instrucional, procure seguir algumas orientações básicas, que certamente lhe ajudarão muito. Antes de tudo, procure ler com atenção todo o instrucional, pois ele foi elaborado com o objetivo de servir de material de apoio e também didático. Ao ler um capítulo, dê atenção às orientações que são fornecidas ao longo do texto, procurando sempre compreender todas as informações. Não entendendo uma determinada parte, retorne e leia novamente. Desta maneira, uma pequena distração que lhe tenha induzido ao erro, poderá ser sanada. Todos os textos nos quais este instrucional foi baseado foram pesquisados em livros didáticos. Assim sendo, sempre que solicitado que você se reporte a um texto, faça isto, por que a literatura é, e sempre será, uma fonte inesgotável de consulta. Tenha certeza de que os exercícios propostos no instrucional também são muito importantes, devendo, por mais simples que sejam, ser tratados com muita seriedade. Caso você tenha qualquer dificuldade com alguma questão, procure retornar ao texto e ler novamente o conteúdo, tentando respondê-la pela segunda vez. Se não conseguir, entre em contato com seu tutor, pois ele vai lhe indicar como proceder com o exercício. 8 O estudo de zoologia requer que, muitas vezes, interpretemos esquemas e figuras de alguns animais. Os textos selecionados e indicados contêm esquemas ilustrativos que nos auxiliam a visualizar determinadas estruturas de alguns animais. Procure sempre dar atenção às figuras, relacionando-as com o texto. Algumas figuras são a única forma de estudarmos um determinado grupo, nos poupando tempo e dinheiro. Quer um bom exemplo? Imagine que certos grupos de animais só são encontrados no Oceano Pacífico a 4 mil metros de profundidade! Pense, agora, nas seguintes situações: 9 Contextualização da Disciplina Como sabemos hoje, o estudo das Ciências Biológicas não pode caminhar isoladamente, havendo pontos de interseção com outras áreas do conhecimento humano, como também com disciplinas afins do curso de Ciências Biológicas. O estudo de Zoologia, tal qual o compreendemos hoje em dia, é fruto de um longo processo de desenvolvimento, com os primórdios em Aristóteles (384-322 a.C.), passando por vários filósofos e cientistas, entre eles, Charles Darwin. Ao iniciar os estudos em Zoologia, estaremos não apenas enfocando os grupos que compõem o reino dos animais (também o reino dos protistas), como faremos uma grande correlação entre as áreas que são intimamente ligadas à Zoologia, tais como Parasitologia e Ecologia e outras áreas não tão proximamente ligadas, como Filosofia, Lógica e Matemática. No transcorrer do nosso curso de Zoologia, você poderá perceber que o estudo dos animais nada mais é do que um pano de fundo para introduzirmos vários conceitos correlatos, teorias gerais e hipóteses, permitindo que haja uma visão ampliada acerca dos diversos ramos que compõem as Ciências Biológicas. 10 REVISADO POR PROF. ANDERSON DIAS CEZAR HELMINTOLOGIA E METAZOÁRIOS INFERIORES 11 Caracterização da Disciplina Disciplina: HELMINTOLOGIA E METAZOÁRIOS INFERIORES Área:: Ciências da Saúde e Biológicas Número de créditos: 04 (quatro) Ementa: Reconhecer as caracteristicas morfológicas, as relações evoluticas bem como alguns aspectos ecológicos dos helmintos e metazoários inferiores. Objetivo geral: Desenvolve conhecimentos acerca dos grupos zoológicos, através do estudo das características anatômicas, ecológicas e comportamentais. Introduzir conceitos de parasitologia Livros-texto: BARNES & outros. Zoologia dos invertebrados. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. BRUSCA, R. C., BRUSCA, G. J. The invertebrates. 1985. STORER & outros. Zoologia geral. Rio de Janeiro: Guanabara, 1991. LABOR. Porifera Brasil. Disponível em: http://acd.ufrj.br/labpor/ . Acessado em janeiro de 2007. 12 QUADRO-SÍNTESE DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DE HELMINTOLOGIA E METAZOÁRIOS INFERIORES Unidades de Programa 1- Filos Porifera, Cnidaria, Ctenophora e Platyhelminthes. 2- Pseudocelomados e anelídeos. Objetivos Apresentar as características gerais, classificação e aspectos ecológicos e evolutivos dos seguintes filos: Porifera, Cnidaria, Ctenophora e Platyhelminthes. Introduzir a classificação e caracterizar os seguintes grupos: Pseudocelomados e anelídeos, bem como seus aspectos ecológicos e evolutivos. 13 HELMINTOLOGIA E METAZOÁRIOS INFERIORES 14 UNIDADE 1 – FILOS PORIFERA, CNIDARIA, CTENOPHORA E PLATYHELMINTHES Objetivo específico: Apresentar as características gerais e classificação destes grupos. 1.1 – Filo Porífera As esponjas são organismos bastante antigos, com origens que se perdem a mais de 1.0-1.2 bilhões de anos atrás. Suas características morfológicas, tais como a relativa simplicidade estrutural e o baixo grau de diferenciação dos tecidos, em conjunto com o registro fóssil, as colocam como os animais pluricelulares mais primitivos existentes. São animais facilmente encontrados em quase todos os ambientes aquáticos, desde rios até as fossas abissais, em regiões tropicais e polares. As mais de 6000 espécies descritas possuem uma extrema variedade de dimensões, cores, formas e hábitos e sua construção aparentemente simples e primitiva não revela totalmente a imensa complexidade destes organismos As esponjas são organismos imóveis mas capazes de movimentar a água em seu redor. As partículas alimentares em suspensão penetram no corpo da esponja através de poros microscópicos – poros inalantes - na sua parede lateral e a água filtrada é retirada através de uma abertura maior – ósculo – na zona oposta á base. 15 Em certas espécies, o ósculo pode ser lentamente fechado. O ósculo encontra-se quase sempre acima do resto do corpo do animal, uma adaptação importante pois evita a recirculação de água á qual já foram retirados alimento e oxigénio e adicionados resíduos. Em mais nenhum animal a abertura principal do corpo é exalante, como neste caso, mais uma excentricidade das esponjas. A parede do corpo das esponjas delimita uma cavidade central, o átrio ou espongiocélio. Em certas esponjas mais complexas não existe apenas uma cavidade central mas um labirinto de canais e câmaras cobertas de células flageladas – câmaras vibráteis. A respiração e a excreção são feitas directamente por difusão com o meio aquático, pelo que as esponjas não suportam águas estagnadas. Tipos de esponjas 16 De modo geral, esponjas têm uma ou mais aberturas exalantes circulares (ósculos), e muitas espécies têm sistemas de canais subsuperficiais semelhantes a veias. Muitas espécies são compressíveis, e a superfície é frequentemente híspida (com extremidades das espículas atravessando parcialmente a superfície) ou conulosa (com pequenas elevações cônicas). As ascídias coloniais se diferenciam das esponjas pela presença de um sistema regular de orifícios de ingestão e egestão; elas são normalmente lisas ao toque e incompressíveis. Forma das espículas da parede do corpo de algumas esponjas As esponjas produzem uma grande diversidade de metabólitos secundários, muitos dos quais têm estruturas originais de grande interesse para a farmacologia e a pesquisa biomédica. Esses compostos representam um importante recurso natural, pois podem levar à produção de medicamentos mais eficazes contra o câncer e outras doenças graves, como as causadas por vírus, bactérias ou fungos. As esponjas são um dos grupos de organismos com maior percentagem de espécies produtoras de compostos antibióticos, antitumorais e antivirais. Outros invertebrados como briozoários, ascídias e cnidários não têm tantas espécies com compostos ativos, nem um espectro tão amplo de atividades quanto as esponjas. 17 1.2 - Filo Cnidaria Estes animais, conhecidos como celenterados, têm simetria radiada (antigamente havia a união com o grupo Ctenophora, que veremos adiante, formando o grupo denominado Radiata), presença de uma cavidade gastrovascular (formada pela boca mais a cavidade digestiva), tentáculos na região adoral, existem, ainda, três camadas corporais: epiderme, mesogléia, gastroderme. Na mesogléia, temos a presença de células especializadas: os amebócitos. Durante as fases de vida, existe a possibilidade de dois tipos de estrutura, os pólipos e as medusas. Como forma de defesa, há a presença de células especializadas, os nematocistos. Tipos de forma corpórea: Medusóide e Pólipos Para estudarmos melhor, podemos dividir os celenterados em três grupos principais: 18 Classe Hydrozoa (Hidrozoários) - hidras Classe Scyphozoa (Cifozoários) - água-viva Classe Anthozoa (Antozoários) - corais CLASSE HYDROZOA (HIDROZOÁRIOS) - HIDRAS Estrutura de pólipo ou medusa, mesogléia sem células, gastroderme sem nematócistos, gônadas epidérmicas ou gastrodérmicas com óvulos ou espematozóides expulsos ao exterior, reprodução sexuada (as gônadas são agregados de gametos), possibilidade de fecundação interna ou externa; o tipo medusóide possui larva plânula (ciliada) e actínula, o tipo polipóide larva plânula. CLASSE SCYPHOZOA (CIFOZOÁRIOS) – ÁGUA-VIVA Estrutura de medusa preponderante com pólipos larvais, nematocistos tentaculares, boca, estômago central e quatro bolsas gástricas; o estômago possui filamentos com nematocistos, são dióicos com gônadas na gastroderme, larva plânula e polipóide. Há a formação de éfiras, que são as medusas imaturas. CLASSE ANTHOZOA (ANTOZOÁRIOS) - CORAIS 19 Estrutura polipóide, ausência de medusas, boca seguida de faringe tubular, cavidade gástrica dividida; os nematocistos são gástricos, gônadas gastrodérmicas. Com a finalidade de melhor compreendermos esta classe dividimos em: Anêmonas – com disco basal, sulcos no disco oral (sifonóglifos), epiderme ciliada, hermafroditas ou dióicos, fecundação interna ou externa, larva plânula; Corais Pétreos – com esqueleto de carbonato de cálcio, solitários ou coloniais, ausências de sifonóglifo, esqueleto secretado pela epiderme, hermafroditas ou dióicos; Corais Octocorais – com oito tentáculos, presença de sifonóglifo, coloniais; 1.3 - Filo Ctenophora Este pequeno filo apresenta simetria radiada, sua epiderme é celular ou sincicial, sem nematocistos, a mesogléia é formada com fibras e amebócitos, corpo com oito (8) bandas ciliadas, cada hemisfério com um longo tentáculo, sistema digestivo com estômago central e ramificado, presença de coloblasto (células adesivas), hermafroditas, fecundação externa, larva conhecida como cidipédia. 20 1.4 - Filo Platyhelminthes e Rhycocoela Os platelmintos são divididos em grupos, que são apresentados a seguir: TURBELLARIA Acoela Rhabdocoela (Temnocephalidea – Principal Grupo) TREMATODA Aspidobothrea Digenea Monogenea (Monogenoidea) CESTOIDEA Eucestoda Cestodaria Filo Platyhelminthes As características principais dos platelmintos, conhecidos como helmintos ou vulgarmente como vermes, são: Simetria bilateral; sistema excretor protonefridial com células flama (sistema osmorregulador), geralmente não possuem ânus, e sim, poro excretor; sistema respiratório e circulatório ausente. O espaço entre a parede do corpo e os órgãos internos com as fibras e células forma o parênquima, sistema nervoso formado por uma rede epidérmica com gânglios, na maioria são monóicos (dois sexos em um mesmo indivíduo), 21 fertilização interna. TREMATODA e EUCESTODA possuem tegumento superficial vivo com proteínas, lipídios e lipoproteínas. Mecanismos de fixação: Ventosas DIGENEA – ventosa oral e acetábulo; MONOGENEA – opistaptor com ganchos e grampos. Canal alimentar nos TREMATÓDEOS – cecos. CESTÓIDES não possuem canal alimentar (absorção se dá pelo tegumento). TURBELLARIA TURBELÁRIOS E PLANÁRIAS São platelmintos com a parede do corpo apresentando epiderme ciliada e células glandulares, cavidade digestiva única sem ânus; são parasitos ou simbiontes; realizam a excreção por meio de protonefrídeos, reprodução assexuada por fissão com regeneração e reprodução sexuada, ocorrência de partenogênese (desenvolvimento a partir de um ovo, que não recebeu carga genética paterna, originando somente fêmeas), larva livre natante denominada larva Müller. Classificação: 1- ACOELA, 2- RHABDOCOELA, 22 3- ALLOECOELA, 4- TRICLADIDA, 5- POLYCLADIDA. TREMATODA TREMATÓDEOS 1- ASPIDOBOTHREA (ASPIDOCOTYLEA OU ASPIDOGASTREA) Corpo com disco ventral para fixação (disco de Baer); ventosas presentes, a grande maioria são parasitas de moluscos; sistema digestivo com único ceco. Sistema reprodutor masculino – um ou mais testículos, vesícula seminal, bolsa do cirro, ducto ejaculatório e cirro. Sistema reprodutor feminino – ovário, oviduto, glândula de Mehlis, canal de Laurer (vagina vestigial), glândula vitelogênica e metratermo. Larva livre natante, ciclo direto sem hospedeiro intermediário ou indireto. 23 Estrutura geral de um Aspidobothrea 2- MONOGENEA (MONOGENOIDEA) Ectoparasitas (parasitas externos ao corpo) de peixes (brânquias, narinas e corpo), endoparasitos (parasitas internos) de raias e anfíbios: possuem órgão de fixação com ganchos – opistaptor, trato alimentar com boca, faringe, esôfago e cecos, glândulas cefálicas com função de fixação. Sistema reprodutor masculino – um ou mais testículos, vesículas seminal, cirro e gonopóro. Sistema reprodutor feminino – ovário único, vagina e glândula de Mehlis. Desenvolvimento – ovo, larva (oncomiracídio), adulto. 24 Monogenea. a) Polyonchoinea; b) Oligonchoinea 3- DIGENEA Parasitas de todos os vertebrados, corpo com ventosa oral e acetábulo. Tem como principal representante deste grupo o Schistosoma mansoni, causador da esquistosomose. Sistema reprodutor masculino – um ou mais testículos, vesícula seminal e cirro. Sistema reprodutor feminino – ovário único, glândulas vitelogências, glândula de Mehlis, útero, metratermo e átrio genital. Reprodução sexuada e assexuada. 25 Desenvolvimento – ovo, larva ciliada (miracídio), esporocisto, rédia, cercária (podendo haver após mesocercária e metacercária), adulto. Estrutura geral de um Digenea CESTOIDEA CESTÓIDES EUCESTODA Este último grupo de platelmintos tem corpo com segmentos chamados de proglótides, cada proglotide com um ou mais conjuntos de órgãos reprodutores; à produção contínua de proglótides chamamos de estrobilização. Escólice ou pseudoescólice com ventosas, bótrios ou botrídeos e rostelo com ganchos, absorção de nutrientes pelo tegumento – sem sistema digestivo, sistema osmorregulador com canais. 26 Dentre os cestóides, os mais conhecidos são as “tênias”, Taenia solium e Taeniarhynchus saginatus (antigamente classificada com Taenia solium). Sistema reprodutor masculino – um ou mais testículos, vesícula seminal e cirro. Sistema reprodutor feminino – útero, receptáculo seminal, glândulas vitelogênicas, glândula de Mehlis e vagina. Para melhor exemplificar seu desenvolvimento temos, nos cestóides, dois tipos básicos de ciclos, com suas respectivas larvas: 1- Ovo, coracídio (larva ciliada), procercóide e plerocercóide. 2- Ovo e oncosfera (embrião hexacanto cisticercóide). Tipos especiais de larvas: Licófora – larva ciliada dos cestodários; Espargano; Plerocerco; Cenuro – cisticerco de Taenia multiceps; Cisto hidática – cisticerco de Echinococcus spp; 27 a) Escólice de Taeniarhynchus saginatus. b) Proglótides maduras 28 Filo Rhynchocoela Este filo, classificado após os platelmintos, tem aproximadamente 700 espécies, na maioria marinhas, não parasitas. parede corporal organizada, presença de Sem cabeça definida, tem probóscide, com canal (RINCODEU), boca, esôfago, estômago, intestino anterior. É carnívoro (alimenta-se de invertebrados), tem cérebro com quatro lóbulos e estruturas sensoriais: ocelos fotossensíveis, corpúsculos quimiorreceptores (órgãos cerebrais). Possui aparelho circulatório fechado com amebócitos sangüíneos, sistema excretor com protonefrídios e nefridioporo, dióicos ou hermafroditas. Sistemática: Dividem-se em 2 gupos: Classe Anopla – Ordens Paleonemertini e Heteronemertini. Classe Enopla – Ordens Hoplonemertini e Bdellonemertini Extraído de L.H. Hyman, 1951, Platyhelminthes and Rhynchocoela. McGraw Hill Book Company. 29 Nesta unidade, apresentamos os seguintes conceitos ou definições em Zoologia: PORIFERA CNIDARIA CTENOPHORA PLATYELMINTHES RHYCOCOELA Agora, faça uma reflexão a respeito do conteúdo apresentado e pense se, ainda, existe algo que não tenha ficado bem claro na sua cabeça. Todo curso começa pela base e, sem o entendimento necessário, os demais conteúdos futuros não terão a clareza necessária e desejada. Lembre-se que o tutor da disciplina pode ajudá-lo muito. Recorra a ele, sempre que for necessário, e só depois prossiga em suas tarefas Exercícios de fixação: Tente fazê-los rememorando o que você leu nesta unidade e na bibliografia complementar. 1- Correlacione as colunas. 1 - Turbellaria. ( ) Corpo com disco ventral (disco de Baer). 2 - Digenea. ( ) Corpo com epiderme ciliada. 3 - Eucestoda. ( ) Ocorrência de estrobilização no corpo. 4 - Aspidobothrea. ( ) Ciclo com esporocisto e rédia. 30 2- Os platelmintos (Filo Platyhelminthes) formam um importante grupo de parasitas. Os trematódeos (Trematoda) e os cestóides (Eucestoda), apresentam modificações fisiológicas que os tornam aptos ao parasitismo. Os cestóides, durante o processo evolutivo, acumularam a perda do canal digestivo, realizando a absorção dos nutrientes através de outra via. Qual o modo de absorção dos nutrientes, realizado pelos cestóides ? Leitura complementar: Para você saber mais a respeito da classificação e caracterização dos grupos, leia os capítulos de Cnidaria, Ctenophora e Platyhelminthes do livro Zoologia dos invertebrados, de Barnes. Ficaram bem claras para você as características gerais e a classificação dos filos Cnidaria, Ctenophora e Platyhelminthes, apresentadas nesta unidade? Se, por acaso, surgiram dúvidas, leia novamente o texto, faça a leitura compelementar indicada e anote os principais itens do conteúdo para fixar o conhecimento. 31 Unidade 2 – pseudocelomados e anelídeos Objetivo específico: Introduzir a classificação e caracterizar os grupos. 2.1 - Pseudocelomados Enfocaremos, agora, um grupo conhecido como Pseudocelomados, que antigamente era utilizado como um grupo natural; mas, atualmente, dividimos os pseudocelomados nos seguintes filos: Gastrotricha Rotifera Kinorhyncha Nematoda Nematomorpha Acanthocephala Gnathostomulida Antes de passarmos ao estudo dos filos, vamos definir dois termos muito importantes: - Pseudoceloma: blastocele embrionário persistente, órgãos internos livres sem estarem envoltos por peritôneo. - Filo Aschelminthes: não forma um grupo natural, rejeitado atualmente. Filo Gastrotricha 32 O filo Gastrotricha é representado por cerca de 430 espécies de animais marinhos e de água doce que habitam os espaços intersticiais dos sedimentos do fundo e dos detritos superficiais. Sendo as superfícies de plantas e de animais submersos e os filmes de água das partículas do solo. Só que centros de pesquisas que trabalham diretamente com os gastrótricos dizem que já se tem 690 espécies. O filo se divide em dois grupos designados como ordens: os Macrodasyida marinhos e os Chaetonotida marinhos e de águas doce. Hermafroditas, com espécies sem aparelho reprodutor masculino (degenerado). Muitos gastrótricos são microscópicos em tamanho. Variam em comprimento de 50 a 1000µm, embora os membros de algumas espécies possam atingir 4mm. O corpo tem aparência com um "pino de boliche" ou de fita achatado ventralmente e arqueado dorsalmente. Existe uma cabeça anterior que porta os órgãos sensoriais, o cérebro e a faringe, bem como um tronco alongado que abriga o intestino médio e os órgãos reprodutivos. Toda a superfície ventral pode ser ciliada, ou os cílios podem arranjar-se em faixas longitudinais, fileiras ou remendos transversais ou agruparem-se em cirros, como os dos ciliados hipotríquios. 33 Na parte posterior o tronco geralmente encontramos dois ou mais órgãos adesivos, e estes tem uma função de adesão temporária ao substrato e contem sistemas glandulares duplos, ou seja, uma glândula viscosa reunida a uma glândula de liberação. Os tubos adesivos podem ser numerosos e localizar-se por baixo da cabeça, ao longo das laterais do corpo. O movimento para frente nos gastrótricos resulta do deslizamento ciliar uniforme. No entanto,a ação muscular é importante nos movimentos especializados,tais como as respostas de fuga,a atividade de procura e a copula. Uma resposta de fuga pode ser uma rápida retirada para trás da cabeça e do tronco ate uma ligação feita pelo órgão adesivo posterior ou por uma serie de movimentos semelhante aos de uma lagarta.Durante a copula,os dois animais usam os músculos para retorcer as suas extremidades posteriores juntas como se entrelaçassem as pontas de seus dedos indicadores. A boca terminal abre-se diretamente na faringe, em alguns quetonotídeos, em uma pequena cavidade bucal revestida com cutícula. A parede faringiana compõe-se predominantemente de células mioepitelias que seria um tubo muscular glandular e alongado. Nos macrodasiídeos, a faringe abre-se primeiro ao exterior através de um par de poros antes de juntar-se ao intestino médio. O intestino médio é um tubo cilíndrico celular que se afila para juntar-se ao anus posterior e ventral. 34 Os gastrótricos alimentam-se de pequenas partículas orgânicas mortas ou vivas (tais como bactérias, diatomáceas e pequenos protozoários), todas sendo sugadas para o interior da boca pelo bombeamento da faringe muscular. A digestão ocorre no intestino médio e é provavelmente uma combinação de processos extra e intracelular. Os gastrótricos têm um cérebro pequeno e um par de nervos longitudinais sendo composto por duas massas ganglionares conectadas dorsal e ventralmente, uma em cada lado da parte anterior da faringe. Cada gânglio lateral origina um cordão nervoso intraepidérmico que se estende lateralmente ao longo do comprimento do corpo. Possuem órgãos sensoriais que incluem as estruturas cerebrais cerdas e tufos ciliares (mecanorreceptores), buracos ciliados, apêndices carnosos (quimiorreceptores) e ocelos ciliares simples (fotorreceptores). Reprodução: Pode ser sexuada (hermafrodita seqüenciais) ou assexuada (partenogênese – ovos resistentes a ambientes desfavoráveis). Ao contrário dos outros asquelmintos, os gastrótricos são hermafroditos. No Macrodasys marinho,que se aproxima provavelmente do plano primitivo, existe um par de gônadas hermafroditas, cada qual com um testículo anterior e um ovário posterior. O órgão copulatório então funciona como um pênis para transferir o esperma ao parceiro de copula. O esperma é então armazenado dentro de um receptáculo seminal. Os ovos internamente fertilizados são liberados do corpo 35 por ruptura. Toda a espécie tem órgãos reprodutivos acessórios complexos. O sistema masculino dos quetonotídeos de água doce degenerou-se tanto que todos os indivíduos são funcionalmente fêmeas e reproduzem-se partenogeneticamente. Nos quetonotídeos partenogeneticos de água doce, produzem-se dois tipos de ovos, que se prendem ao substrato. Distribuição Geográfica: A observação da espécie de gastrótricos pode ocorrer em vários paises como: Itália, Noruega, Coréia do Sul, Brasil, Israel, Egito, Austrália, USA, França, Espanha, Croácia, Reino Unido e outros mais. Sistemática: Ordens Macrodasyida e Chaetonotida Estrutura geral de um Gastrotricha 36 Filo Rotifera Aquáticos, formam colônias, sésseis ou livre-natantes. Corpo dividido (região anterior e posterior), corpo coberto por cutícula, projeções laterais posteriores – antenas, órgão anterior na cabeça – corona, boca – faringe (mástax) – glândulas salivares – esôfago – estômago – intestino, presença de cloaca (abertura do intestino + abertura do oviducto), protonefrídios, vesícula excretora, cérebro, cerdas sensoriais e acelos. Reprodução: Assexuada (partenogênese) ou com a participação do macho. Dos ovos fecundados pelos machos podem nascer machos e fêmeas Partenogênese (sem a participação do macho) nascem apenas as fêmeas Sistemática: Classes Seisonacea, Bdelloidea, Monogonta 37 Filo Kinorhyncha Marinhos (fundo lodoso), ausência de cílios externos, cutícula segmentada (zonites), presença de espículas móveis curvas nas laterais de cada segmento (equinódera), círculo de espinhos bucais (verticílios), boca – faringe – glândulas salivares – esôfago – estômago-intestino e ânus, protonefrídios, cérebro, ocelos. Dióicos. Kinorhyncha constitui cerca de 150 espécies descritas de metazoários marinhos pequenos que escavam a camada superficial de substratos não consolidados ou vivem em seus espaços intersticiais. Eles foram encontrados desde a zona entremarés até milhares de metros de profundidade, normalmente com menos de 1mm de comprimento. O corpo curto é aplainado ventralmente, como o dos gastrótricos, mas os quinorrincos não possuem cílios locomotores e, com exceção da ausência de apêndices pareados, se assemelham superficialmente a copépodes harpaticóides intersticiais, com os quais às vezes são confundidos. Segmentação da cutícula, musculatura da parede do corpo, glândulas epidérmicas e sistema nervoso são características distintivas. O corpo é dividido em 13 segmentos, dos quais o primeiro é o introverte (cabeça) e o segundo é o pescoço. Os 11 segmentos restantes compõem o tronco, freqüentemente triangular em seção transversal. A boca é anterior e terminal, como em outros cicloneurálios e está situada na extremidade de um cone oral protraído. O cone oral pode ser retraído e 38 protraído. A boca é rodeada por um circulo de nove estilos orais cuticulares. O próprio introverte possui 90 escálides – anéis de cerdas cuticulares quitinosas sensoriais e locomotoras – espiniformes organizadas em sete anéis concêntricos ao redor dele. Todo o introverte pode ser retraído para dentro do pescoço ou do primeiro segmento do tronco, daí, o nome Kinorhyncha, significando “nariz móvel”. Um jogo de placas cuticulares, ou plácides, no sefundo ou terceiro segmento, fecha o introverte retraído. Uma epiderme celular uniestratificada fina está abaixo da cutícula e a secreta. Estrutura geral de um Kinorhyncha 39 Filo Nematoda NEMATÓIDES Como representantes do nematóides, podemos citar os gêneros Ascaris, Trichuris, Ancylostoma e Enterobius. Os nematóides são helmintos (vermes) alongados, com simetria bilateral e sistema digestivo completo (boca até ânus). Lúmen (luz ou espaço interno) da faringe trirradiado, corpo coberto por cutícula não celular eliminada quatro vezes (mudas). Protonefrídios ausentes, cílios e flagelos ausentes, na maioria são dióicos (sexos separados) e alguns, hermafroditas. O sistema reprodutor masculino abre-se em uma cloaca. Parede do corpo: composta de cutícula, hipoderme e musculatura. O fluido do pseudoceloma é a hemolinfa (eletrólitos, proteínas, carboidratos, enzimas). Presença de celomócitos, que são células aderidas ao pseudoceloma. Sistema nervoso: anel nervoso no esôfago. Órgãos sensoriais: papilas cefálicas (anfídeos), caudais (fasmídeos) e cervicais (deirídeos). Sistema digestivo: boca com lábios e cápsula bucal, esôfago glandular, intestino e ânus. Sistema reprodutor masculino: um ou mais testículos, vesícula seminal, ducto ejaculatório, espículos copulatórios, gubernáculo (esclerotinização 40 da parede de cloaca), telamon (esclerotinização extra da cloaca), espermatozóides sem flagelos. Sistema reprodutor feminino: um a seis ovários, poro genital independente do digestivo (sem cloaca), útero com ovijector (porção final muscular), vagina com vulva. Sistemática: Classes Aphasmidea e Phasmidea 41 Filo Nematomorpha São semelhantes ao nematóides. Adultos de vida livre, os juvenis são parasitos de insetos e crustáceos; corpo filamentoso em forma de fio; sem cabeça definida; corpo composto de cutícula, epiderme e capa muscular. Aparelho digestivo rudimentar (adultos não se alimentam), sistema nervoso com anel nervoso rudimentar. Dióicos. O ciclo de vida dos nematomorfos inclui uma fase juvenil parasitária e uma fase adulta de vida livre. Uma vez no insecto, em geral gafanhotos, baratas ou grilos, o nematomorfo cresce comendo o hospedeiro de dentro para fora. Ao atingir um dado tamanho, o nematomorfo segrega uma proteína que induz o insecto a procurar um corpo de água. O hospedeiro morre então afogado e liberta o parasita para a água, onde prossegue como adulto de vida livre. A forma como os juvenis infestam os insectos hospedeiros é desconhecida. O ordem Nectonematoida corresponde a nematomorfos marinhos e planctónicos, cujas larvas parasitam crustáceos decápodes. A ordem Gordioidea inclui nematomorfos de água doce, ou semi-terrestres, cujas larvas parasitam insectos. 42 Estrutura geral de um Nematomorpha 43 Filo Acanthocephala Parasitas dióicos sem estágio larval de vida livre. Corpo dividido em colo (pescoço), tronco e probóscide – com tegumento fino com espinhos e presença de saco muscular (receptáculo). Essa probóscide mais o receptáculo formam o presoma. Colo sem espinhos; tronco ou metasoma, com ou sem espinhos. Aquisição de nutrientes pela parede do corpo. Parede do corpo: sincício com uma série de canais interconectantes (sistema lacunar). Presença de leminiscos (canais centrais). Sistema reprodutor masculino: dois testículos, bolsa copuladora, bolsa de Saefftingen (órgão acessório). Sistema reprodutor feminino: ovário fragmentado (bolas ovarianas), sino uterino (órgão seletor de ovos), vagina. Sistema excretor: presença de protonefrídios na família Oligacanthorhynchidade; nas demais, excreção por difusão da parede do corpo. Ciclo vital: utilizam dois hospedeiros, no mínimo. Formas larvares: acantor –larva embrionada infectiva para o hospedeiro intermediário; acantela – larva desenvolvida na hemocele (cavidade geral) do hospedeiro intermediário; 44 cistacanto – estágio infectivo para o hospedeiro definitivo, está no hospedeiro intermediário envolto por um envelope hialino. Sistemática: Classes Archiacanthocephala, Palaeacanthocephala e Eoacanthocephala. Estrutura geral de um Acanthocephala 45 Filo Gnathostomulida Animais acelomados, que vivem entre grãos de areia. Têm o corpo transparente e cilíndrico, epiderme ciliada, sistema nervoso epidérmico, cavidade bucal com mandíbulas denteadas e intestino sem ânus. Dióicos ou monóicos. Animais marinhos intersticiais de vida livre, podendo ser encontrados entre detritos e em ambientes anóxicos. Apesar de pouco estudados, por terem sido descritos recentemente, em 1956, acredita-se que sejam muito abundantes, apresentando distribuição cosmopolita. O corpo é vermiforme, podendo chegar a 3 mm de comprimento, bilateralmente simétrico, e dividido em três partes: cabeça, tronco, e cauda. Alguns são transparentes, enquanto que outros apresentam coloração vermelho vivo. São hermafroditas, apresentando fecundação interna cruzada, e desenvolvimento direto. Alimentam-se principalmente de fungos, protistas e bactérias. Possuem um par de mandíbulas e uma rígida placa basal em forma de pente, utilizada, provavelmente, para raspar o substrato. Estas estruturas constituem um dos caracteres mais marcante do filo. Não há registros de que estes animais tenham sido coletados na costa brasileira. Estrutura geral de um Gnathostomulida 46 Encerrado o estudo dos pseudocelomados será visto agora o grupo dos anelídeos. 2.2 - Annelida Características gerais: os anelídeos são marinhos (poliquetos), dulciaqüicolas, terrestres e parasitas (sanguessugas), com corpo segmentado (metâmeros). O prostômio (segmento onde se localiza a cabeça) e o pigídio (segmento anal) são segmentos fundidos. Têm sistema digestivo completo, com digestão extracelular, excreção por nefrídios e sistema circulatório fechado. Dividimos os anelídeos em: Classe Polychaeta ou poliquetos Classe Oligochaeta ou minhocas Classe Hirudinea ou sanguessuga CLASSE POLYCHAETA - POLIQUETOS Anelídeos marinhos com segmentos corporais cilíndricos, com um par de apêndices (parapódios) por segmento. (Parapódios superiores – notopódios; inferiores – neuropódios). Cabeça com olhos e um par de palpos e antenas, boca ventral entre o prostômio e o peristômio (1º segmento). 47 Dividem-se em dois grupos: os errantes (livres) e os sedentários (tubícolas). Os poliquetos predadores possuem probóscide com mandíbulas e glândulas de veneno. Os poliquetos filtradores não possuem probóscide. A respiração se faz por meio de brânquias ou por difusão através da superfície. Presença de amebócitos no sangue e pigmentos (hemoglobina, clorocruorina, hemeritrina). Presença de cérebro com um par de cordões conectores e um cordão nervoso ventral. Presença de estatocistos e células táteis. Hermafroditas ou dióicos, larva trocófora. Estrutura geral de um poliqueto Região da cabeça de um poliqueto 48 CLASSE OLIGOCHAETA - MINHOCAS Anelídeos terrestres e dulciaqüicolas sem parapódios e órgãos sensoriais, prostômio atrofiado. Presença de uma zona (glandular) secretora de muco para a cópula, formando um cinturão ou clitelo. Alimentam-se de matéria orgânica morta (terrestres) e algas (aquáticas). Presença de glândulas calcíferas no esôfago (eliminar cácio e manter pH). Respiração através de difusão pelo tegumento. Excreção por metanefrídios (um par por segmento) de amoníaco (aquáticos) e uréia (terrestres). Reprodução sexuada e assexuada. Sistema digestivo de um Oligochaeta 49 CLASSE HIRUDINEA - SANGUESSUGAS Anelídeos terrestres, marinhos e dulciaqüicolas; parasitas (ectoparasitas hematófagos) ou não. Corpo comprimido dorso-ventralmente, extremidades com ventosas. Presença de clitelo; de brânquias ou troca gasosa pelo tegumento. Possui hemoglobina. Observa-se probóscide ou faringe sugadora e glândulas salivares. Excreção por nefrídios (um par por segmento) de amoníaco. Sistema nervoso ganglionar (sem cérebro). São hermafroditas, com gônadas bem definidas. Um Hirudíneo modo de locomoção Se os pontos ministrados nesta unidade foram perfeitamente compreendidos, execute as tarefas, a seguir, que ajudarão você a fixar melhor o conteúdo da disciplina. Caso exista, ainda, alguma dúvida, recorra ao tutor da disciplina, que terá o maior prazer em orientá-lo. 50 Não deixe que as dúvidas tirem o seu estímulo. Estar estimulado é um dos requisitos necessários para o seu sucesso no ensino a distância. Exercícios de fixação: 1 – Defina o termo Pseudoceloma. 2 – Quais as fases do ciclo de vida de um Digenea ? 3 – Quais as larvas encontradas em Acanthocephala ? Leitura complementar: Para você saber mais a respeito da classificação e caracterização dos grupos, leia os capítulos de pseudocelomados e anelídeos do livro Zoologia dos invertebrados, de Barnes. Parabéns!!! Você chegou ao final de mais esta unidade, que fecha a disciplina. Esperamos que você tenha aproveitado e seguido todas as indicações feitas neste instrucional e que o tutor da disciplina tenha tirado todas as dúvidas que porventura tenham surgido no decorrer dos seus estudos. Neste módulo, você teve a oportunidade de estudar as características anatômicas, ecológicas e comportamentais dos filos Porifera, Cnidaria, Ctenophora e Platyhelminthes e dos pseudocelomados e anelídeos, bem como conceitos de parasitologia. 51 Auto-avaliação Final 1 – Caracterize o corpo dos Nematóides. 2 – Como se apresenta o sistema digestivo dos Oligochaetas ? 3 – Quais os pigmentos encontrados no sangue dos anelídeos? 4 – Apresente a divisão corporal dos acantocéfalos. 5 – Cite o grupo que era utilizado para reunir os pseudocelomados. Lembre-se de que você ainda terá uma prova final. Dessa forma, é bom ir se preparando para recordar tudo o que você estudou e continuar comunicando-se com o tutor da disciplina. Bom estudo e sucesso na prova final! 52