X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 O OLHAR DO PROFESSOR SOBRE O TRABALHO COM GRÁFICOS NO QUINTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Nadielle Gomes dos Santos Universidade Federal de Pernambuco [email protected] Liliane Maria Teixeira Lima de Carvalho Universidade Federal de Pernambuco [email protected] Carlos Eduardo Ferreira Monteiro Universidade Federal de Pernambuco [email protected] Resumo: Trabalhar com representações gráficas de maneira significativa e satisfatória na escola é uma tarefa complexa que pressupõe também uma boa preparação e compromisso dos educadores. Este artigo investiga a importância que professores do 5º ano do Ensino Fundamental atribuem ao ensino de gráficos. Realizou-se uma entrevista semi-estruturada com dez professoras oriundas de seis escolas localizadas em diferentes bairros do Recife, e procedeu-se à análise dos seus planejamentos. As professoras consideram o ensino de gráficos importante na aprendizagem dos alunos, destacando a sua utilização nas práticas sociais. Os seus planejamentos contemplam o ensino de gráficos, no entanto, nem sempre é possível esse ser efetivado devido a prioridades que elas atribuem ao Eixo Números e Operações. O resultado das suas análises sobre três atividades com gráficos extraídas de um livro didático revela que a prática de ensino dessas professoras talvez enfatize mais o trabalho com gráficos em barras. Palavras-chave: Ensino sobre Gráficos; Ensino Fundamental; Prática docente. INTRODUÇÃO As pessoas se deparam com gráficos veiculados pelos diversos tipos de mídia. No contexto da mídia impressa, revistas semanais brasileiras apresentam os gráficos muitas vezes com ambiguidades relacionadas ao processo de produção dos argumentos jornalísticos. Discute-se que a utilização desses gráficos na escola, como uma estratégia de ensino que tenta aproximar os usos de conhecimentos matemáticos em situações de fora da escola com as situações escolares, precisa se basear numa cuidadosa sequência didática que considere as peculiaridades de cada contexto (MONTEIRO, 1999; CARVALHO, 1998). Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Comunicação Científica 1 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 O que os alunos aprendem na escola depende do planejamento das atividades e experiências oportunizadas pelos professores. Dessa forma, consideramos importante destacar o papel do professor nesse processo de construção do conhecimento, pois o mesmo pode encaminhar a atenção dos alunos para aspectos diferentes e importantes da análise de dados; motivando certas iniciativas e desencorajando outras (GUIMARÃES; CAVALCANTE, 2008). Assim, trabalhar com as representações gráficas de maneira significativa na escola é uma tarefa complexa que pressupõe também uma boa preparação e o compromisso dos educadores. Nesta pesquisa, em termos gerais, objetivou-se investigar a importância que professores do 5º ano do Ensino Fundamental (antiga 4ª série) atribuem ao ensino de gráficos na escola. Especificamente, buscamos conhecer e analisar as concepções dos professores sobre o ensino de gráficos na escola; identificar os significados que os professores atribuem a atividades sobre gráficos e analisar os seus planejamentos, a fim de avaliar se/como a sua metodologia de ensino contempla atividades sobre gráficos. OS GRÁFICOS E SEUS DIVERSOS CONTEXTOS No nosso dia-a-dia nos depararmos com situações que exigem habilidades para compreendermos as informações apresentadas por meio dos gráficos. Por exemplo, quando estamos lendo um jornal ou revista ou mesmo assistindo ao noticiário, nos defrontamos com a apresentação de gráficos que precisam ser interpretados para que possamos ter acesso à informação. Carvalho (2008) afirma que os gráficos constituem um meio eficiente de sistematização de dados, porque eles tornam explícita a informação deixada muitas vezes implícita em textos escritos. Entretanto, a leitura e interpretação de gráficos não é um processo espontâneo, requer uma aprendizagem. O trabalho com gráficos pode possibilitar também aos alunos um melhor desenvolvimento do seu senso-crítico. Monteiro e Ainley (2004) referem-se ao termo senso crítico não apenas como ação de criticar os dados, mas também uma sensibilidade dos leitores para refletir sobre suas próprias idéias, crenças, sentimentos, concepções e conjecturas a respeito dos dados interpretados. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Comunicação Científica 2 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 As informações apresentadas graficamente não são apreendidas a partir de um processo direto, mas da construção de significados sobre números e variações (MONTEIRO, 1999; CARVALHO, 1998). A leitura de um gráfico pode trazer à luz uma série de informações que podem influenciar diretamente a vida dos cidadãos. Ser um bom leitor de gráficos exige uma visão ampla que leva o leitor a uma dimensão que não está perceptível, à primeira vista, mas que é o diferencial da informação. Visto dessa maneira, o gráfico se constitui em importante instrumento de sistematização de informações, sendo a sua interpretação uma atividade cognitiva complexa e que requer um trabalho sistemático na escola. No contexto escolar, o aluno precisa ser instigado a desenvolver habilidades relativas à interpretação de gráficos e não apenas para ter sucesso em procedimentos técnicos. Mesmo diante de tal necessidade, indaga-se se professores do 5º ano, no ensino de Matemática, atentam para a importância de trabalhar esses conteúdos com seus alunos. Deixar de lado conteúdos sobre gráficos que são essenciais para o senso crítico do aluno para favorecer muito mais o uso de cálculo, pode ter consequências para o desenvolvimento do raciocínio matemático dos alunos. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN (BRASIL, 1997), as habilidades relativas ao conteúdo de gráficos encontram-se inseridas no tópico de ensino do Tratamento da Informação, os quais enfatizam que os alunos devem construir procedimentos para coletar, organizar, comunicar e interpretar dados, utilizando tabelas, gráficos e representações que aparecem em seu dia-a-dia. Os professores precisam desenvolver a competência para conhecer os fatores que estão envolvidos na interpretação de gráficos. Todavia, Monteiro e Selva (2001) argumentam que existe ainda uma grande lacuna no que se refere à identificação de como professores compreendem e utilizam os gráficos. O PROFESSOR COMO MEDIADOR NO ENSINO DE GRÁFICOS O despreparo dos professores no ensino com gráficos pode acarretar dificuldades de aprendizagem dos alunos. A esse respeito, Guimarães e Cavalcanti (2008) afirmam que trabalhar com gráficos de maneira crítica não é tarefa simples e que pressupõe uma Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Comunicação Científica 3 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 formação de professores, pois as dificuldades que esses apresentam nesse Eixo do ensino de Matemática têm sido refletidas na aprendizagem dos alunos. Falar em ensino remete-nos à necessidade de destacar o papel do planejamento, de modo que a mediação dos conhecimentos pelos professores seja satisfatória no processo didático. O planejamento é um orientador para a prática de ensino, exercendo uma forte influência sobre a postura do professor em seu trabalho. A prática de ensino sobre gráficos é ancorada nos recursos didáticos que são utilizados pelo professor. A variedade de recursos que ele pode utilizar inclui o livro didático, jornais, revistas e também o computador. A despeito da importância da tecnologia no ensino de gráficos, o livro didático de matemática ainda é um dos principais recursos utilizados pelos professores. Um bom livro didático deve trazer para a escola informações e explanações sobre o conhecimento matemático que está em nosso cotidiano - um conhecimento que interfere e sofre interferências das práticas sociais do mundo atual e do passado. Esse livro também deve conter uma proposta pedagógica que leve em conta o conhecimento prévio e o nível de escolaridade do aluno e que ofereça atividades que o incentivem a participar ativamente de sua aprendizagem e a interagir com seus colegas (BRASIL, 2006, p.7). Freitas e Carvalho (2009) analisaram 15 atividades sobre gráficos apresentadas em dois livros de uma coleção de matemática editada no ano de 2008. Os livros eram destinados ao 4º e 5º ano do Ensino Fundamental e foram recomendados pelo Guia de Orientação dos livros didáticos propostos pelo Plano Nacional do Livro Didático – PNLD. A pesquisa tomou como base a análise de atividades sistemáticas intituladas “lendo e construindo gráficos”. As autoras analisaram as atividades com base na caracterização da atividade e classificação dos tipos de problemas em problemas de interpretação, construção ou cálculo. Os resultados mostraram que as atividades praticamente não incluíam a construção de gráficos e enfatizavam mais os cálculos do que a interpretação. Além disso, quando comparados os dois livros analisados quanto ao número de problemas de cálculo, o livro do 5º ano apresentou mais problemas dessa natureza do que o livro do 4º ano. As autoras concluem que embora os livros tenham sido recomendados, eles apresentam atividades sobre gráficos que limitam as Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Comunicação Científica 4 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 possibilidades de desenvolvimento do senso crítico dos alunos devido a ênfase apenas nos cálculos. Guimarães, Gitirana, Cavalcanti e Marques (2007) realizaram a análise das atividades gráficas de 17 coleções de livros didáticos de matemática destinados a estudantes de 1ª à 4ª série e recomendos pelo PNLD 2004. Essa análise considerou algumas variáveis como série, coleção e tipo de representações utilizadas. Das atividades que envolviam representação em gráficos, a maioria era em gráficos de barras. As propostas utilizadas para o trabalho com gráficos e tabelas apresentavam baixa exploração de várias das etapas importantes para uma pesquisa como, por exemplo, a coleta e representação de dados em situações-problema reais, construção de gráficos e tabelas, categorização, definição de descritores, elaboração de escalas. O ensino de gráficos deveria ser articulado com situações vivenciadas pelos alunos. Monteiro e Selva (2001) enfatizam que não basta somente expor os gráfico, mas é preciso que se proponha uma incursão aos mesmos, assim, a organização das situações de ensino deve possibilitar a interação dos leitores com os gráficos, com vistas a mobilizar os conhecimentos/experiências prévias e a negociar os diversos significados que emergem nas interpretações. Embora se tenha estudos que discutam a abordagem utilizada pelos autores dos livros didáticos para o ensino de gráficos, são escassas as pesquisas que focalizam o papel do professor no ensino desse conteúdo. O que se tem são indagações e argumentações que apontam alguns caminhos a serem perseguidos pelos docentes. Os dados apresentados, em seguida, oferecem uma contribuição para suprir essa lacuna na literatura. MÉTODO Numa perspectiva qualitativa, realizamos a pesquisa em seis escolas públicas de Ensino Fundamental de áreas populares da cidade de Recife. Nessas escolas realizamos uma análise documental dos planejamentos de 10 professores do 5º ano (antiga 4ª série) e os entrevistamos a partir do uso de um roteiro semi-estruturado. As entrevistas foram realizadas individualmente, numa única sessão que variou de 15 a 35 minutos. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Comunicação Científica 5 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 As entrevistas foram compostas de quatro etapas. Na primeira foram coletados dados de identificação dos professores entrevistados (por exemplo: gênero, formação). Essa etapa também contribuiu para se estabelecer um bom rapport com as entrevistadas. Na segunda etapa, foram coletados dados a respeito das concepções dos professores sobre aspectos relativos ao ensino de gráficos. Na terceira etapa da entrevista foram coletados dados da análise dos professores com base em três atividades sobre gráficos destinadas a estudantes do 5º ano. Essas atividades foram extraídas do livro didático do 5º ano analisado por Freitas e Carvalho (2009). Foram selecionadas três dessas atividades, devido as possibilidades delas suscitarem uma maior discussão pelos docentes. A Figura apresentada em seguida mostra as três atividades utilizadas na entrevista. Elas foram apresentadas aos professores na ordem em que se encontram descritas (A, B e C). Figura 1. Atividades utilizadas na terceira etapa da entrevista. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Comunicação Científica 6 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 Na última etapa da entrevista, perguntou-se aos professores como se dava o planejamento das suas aulas de matemática. As três primeiras etapas da entrevista foram gravadas e transcritas minuciosamente, a quarta e última etapa que consistiu da análise do p lanejamento foi realizada com base na análise documental e em explanações dos professores entrevistados. Para o tratamento dos dados, essas etapas da entrevista foram relacionadas a fim de que pudéssemos levantar considerações sobre como ocorre a prática de ensino de gráficos realizada por esses professores. RESULTADOS Todos os professores entrevistados são do sexo feminino, sendo que nove delas tem graduação em Pedagogia; a grande maioria tem cinco anos ou mais de graduadas e afirmam participar com frequência das formações continuadas promovidas pela prefeitura. Todas as professoras entrevistadas priorizam os conteúdos do Eixo Números e Operações no ensino da Matemática, pois “esses conteúdos, além de fornecerem a base para a aprendizagem de outros tópicos de Matemática, a maioria dos alunos apresentam dificuldades”, segundo destacaram em suas falas. As dez entrevistadas também mencionaram que realizavam o trabalho com gráficos em conjunto com outros conteúdos da matemática ou mesmo com outras disciplinas. Elas exemplificaram que usavam principalmente revistas e jornais, por considerarem “natural” o uso desses recursos na escolas, pois eles fazem parte da experiência cotidiana dos alunos. A esse respeito destacamos estudos prévios que recomendam que o uso de gráficos da mídia no contexto da escola deve ser algo criterioso e bem planejado, pois a produção desses gráficos está voltada para objetivos ligados à apresentação das notícias e não necessariamente para os aspectos matemáticos da informação (MONTEIRO, 1999; CARVALHO, 2008). Ainda com relação aos recursos didáticos, seis professoras também mencionaram que utilizam com frequência atividades sobre gráficos apresentadas em Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Comunicação Científica 7 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 livros didáticos, justificando essa preferência pelo fato de ser esse o principal recurso utilizado na escola. As professoras entrevistadas não sentiram dificuldades em compreender as informações apresentadas nos gráficos das atividades da Figura 1. Elas mencionaram que a porcentagem é um conteúdo a ser trabalhado com a Atividade A, enquanto a atividade B é típica para o ensino de frações. Quanto a Atividade C, as professoras pontuaram aspectos relacionados ao Eixo dos Números e Operações, enfatizando a exploração de variáveis isoladas como é o caso do tempo, que permite o trabalho com os meses do ano, ou os números que podem ser comparados, ordenados ou adicionados. Com relação à análise dos problemas propostos nas atividades, seis professoras entrevistadas não discriminaram o uso do cálculo no problema a na Atividade A, analisando-o como um problema de interpretação; apenas quatro mencionaram ser esse um problema de cálculo. Quanto ao problema da Atividade B, apenas três professoras o classificaram como sendo um problema de interpretação; quatro mencionaram que o problema seria de cálculo; duas que o problema era de interpretação e cálculo; enquanto apenas uma não soube responder. Seis entrevistadas classificaram o problema da Atividade C como sendo de cálculo, enquanto quatro consideraram que o problema era só de interpretação. Para nove professoras, a Atividade A é adequada pedagogicamente para alunos do 5º ano, pois podem ser trabalhados conteúdos como porcentagem, fração e ainda possibilitar o trabalho com a leitura e interpretação do gráfico. Todas as professoras admitiram que a Atividade B seria apropriada para alunos do 5º ano, por introduzir o gráfico de idades, informação familiar aos alunos. Porém, seis das entrevistadas apontaram que os alunos poderiam ter dificuldades em resolver o problema, tanto pelo tipo do gráfico, como também por envolver o conteúdo de fração. Em relação à Atividade C as professoras a consideraram muito simples e de fácil resolução para esse nível de escolaridade, pois envolve o trabalho com gráficos de barras. Essa familiarização das professoras com gráficos de barras pode ser o reflexo da frequência de uso dessa forma de representação em livros didáticos conforme identificado por Guimarães, Gitirana, Cavalcanti e Marques (2007). Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Comunicação Científica 8 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 As professoras realizavam o planejamento a partir de um documento gerador elaborado pela Secretaria de Educação, o qual encontra-se anexado às suas cadernetas escolares. O documento descreve as sete competências a serem instituídas na matemática e os conteúdos a serem abordados. A sétima e última competência encontrase associada ao Eixo Tratamento da Informação. As professoras mencionaram que costumam seguir a ordem estabelecida nesse documento, deixando mais para o final o trabalho com gráficos e demais competências relativas a esse Eixo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os professores consideram o ensino de gráficos importante no processo de aprendizagem dos alunos, atribuindo essa importância à sua constante utilização no exercício da cidadania. Constatamos que a maioria das professoras entrevistadas não se considera apta para o ensino de conteúdos que envolvem gráficos, e atribuem essa dificuldade a lacunas deixadas durante a sua formação acadêmica. Nos seus planejamentos elas utilizam o documento gerador proposto pela Secretaria de Educação como guia, no entanto, nem sempre conseguem efetivar o ensino de todos os conteúdos propostos para o ano/ciclo, se incluído o ensino de gráficos, pois eles precisam priorizar conteúdos que acreditam que os estudantes têm mais dificuldades no Eixo Números e Operações. Com relação à análise das atividades, as professoras entrevistadas demonstraram ter dificuldades no trabalho com o gráfico de setores. A maioria usa a nomenclatura de “gráfico de pizzas” para fazer referência a esse tipo de gráfico e não é capaz de classificar os tipos de problemas associados a esses gráficos. Quanto ao gráfico de barras, as professoras demonstraram muita familiaridade e a maioria classificou o problema associado ao gráfico de forma adequada. A prática de ensino de gráficos dessas professoras talvez priorize as representações gráficas em barras em contraste com as representações em setores. No entanto, como essa pesquisa se limitou apenas a relatos dos professores sobre suas concepções acerca do trabalho com gráficos no 5º ano, seria interessante a realização de estudos futuros que incluam observações sobre a prática de ensino dos docentes. Nesse novo estudo, poder-se-ia identificar as estratégias utilizadas pelos professores na Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Comunicação Científica 9 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 mediação dos conteúdos apresentados graficamente, e o efeito dessas estratégias na aprendizagem dos alunos. REFERÊNCIAS BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: matemática / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. CARVALHO, L. M. T. L. O papel dos artefatos na construção de significados matemáticos por estudantes do ensino Fundamental. Fortaleza, Ceará 2008. Tese (doutorado) Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, Fortaleza, Ceará, 2008. CARVALHO, L. M. T. L. Interpretação de gráficos de quantidade veiculados pela mídia impressa: um estudo exploratório. Recife, 1998. Tese de Mestrado em Psicologia, Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 1998. FREITAS, M. S. V.; CARVALHO, L. M. T. L. Analisando atividades sobre gráficos em livros didáticos de matemática do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental. Trabalho de Conclusão de Curso não publicado (Especialização em Psicologia na Educação), Universidade Federal de Pernambuco, 2009. GUIMARÃES, G. CAVALCANTI, M. Estado da arte do eixo matemático tratamento da informação em periódicos científicos nacionais . In SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA. 2, 2008, Recife. Anais... Recife: UFRPE, 2008. GUIMARAES, G.; GITIRANA, V.; CAVALCANTI, M. R. G.; MARQUES, M. Livros didáticos de matemática nas séries iniciais: análise das atividades sobre gráficos e tabelas. In: IX Encontro Nacional de Educação Matemática, 2007, Belo Horizonte. Anais do IX Encontro Nacional de Educação Matemática. Belo Horizonte: SCIMSA, 2007. p. 1-15. MONTEIRO, C. E. F.. Interpretação de gráficos: Atividade social e conteúdo de ensino. In: REUNIÃO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO, 21., 1999, Caxambu. Anais… Caxambu ANPED, 1999. MONTEIRO, C.; AINLEY, J. Exploring the complexity of the interpretation of media graphs, in O. McNamara & R. Barwell (eds.), Research in Mathematics Education: Papers of the British Society for Research into Learning Mathematics, BSRLM, London, vol. 6, 115-128, 2004. MONTEIRO, C. E. F.; SELVA, A. C. S. Investigando a interpretação de gráficos entre professores do ensino fundamental. Programa de Pós-Graduação em Educação-Centro de Educação – Universidade Federal de Pernambuco, 2001. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Comunicação Científica 10