DESABAMENTOS EM NITERÓI: COMPREENDENDO AS REAÇÕES EMOCIONAIS FRENTE ÁS PERDAS EM SOBREVIVENTES 1 Brum, Lirie ; Almeida, Jacqueline2; Corrêa,Thaís3; Simões, Kelly Faria4 Introdução: Em desastres ou catástrofes, torna-se necessário identificar as necessidades que se apresentam ao momento do Pós-Desastre em que a população sobrevivente mostra suas reais necessidades e as consequências destas experiências podem vir a desencadear lutos traumáticos. Destaca-se a importância da redução de danos e o manejo dos efeitos que este evento gerou na vida das famílias sobreviventes. Objetivo: O objetivo desta pesquisa consiste em apreender as reações emocionais frente às perdas sofridas por sobreviventes em desabamentos em Niterói. Materiais e Métodos: Esta pesquisa foi qualitativa e utilizou o método fenomenológico (Amatuzzi, 2009) onde foram identificadas unidades de significado nos relatos de sobreviventes dos desabamentos em Niterói. Estes relatos foram colhidos a partir dos atendimentos psicológicos realizados em um Projeto de Luto de cunho humanista, aprovado pela Secretaria de Saúde de Niterói, elaborado para atender os sobreviventes dos desabamentos em Niterói no período do abrigamento imediato em escolas e igrejas. Todos participantes da pesquisa eram maiores de 18 anos. Resultados: Foram encontrados as seguintes unidades de significado: Pesadelo; Esperança; Regras e Abrigamento; Desamparo x Proteção; Medo e Instabilidade; Saudade; Tristeza. Quanto ao Pesadelo, os relatos mostravam um reviver das cenas do dia do desabamento, com as perdas de entes queridos ou ainda da própria residência. Aspectos afetivos desfavoráveis vêm com as cenas como um turbilhão que atormenta no seu cotidiano e traz ansiedade aos sobreviventes. Outra unidade de significado é a Esperança, onde havia um desejo constante de melhora das condições existentes e de busca de novas formas de enfrentamento. O abrigamento, contudo veio como um cerceamento da liberdade onde regras e disciplinas necessitavam ser seguidas para estar abrigada. Isto trazia ansiedade, pois a convivência com outros abrigados e com as lideranças dos abrigos por vezes não era tranqüila, o que levou a alteração de formas de viver para melhor conviver neste período de crise. O desejo de se sentirem amparados ou protegidos por propostas consistentes do poder público tornou-se frustrado, seguido de muita revolta e sentimentos de menos-valia. Diante dos relatos, tristeza e saudade do passado e dos familiares e amigos foram bastante presentes, anunciando claramente indícios do luto às perdas afetivas, materiais e sociais que se faziam presentes. Sentimentos de medo quanto ao futuro podem ainda ser destacados, pois as indefinições quanto a possíveis resoluções quanto a novas moradias estavam indefinidas o que gerava tamanha insegurança aos sobreviventes. É interessante destacar que houve dois panoramas , que oscilaram, um retrospectivo se referindo a vivência no momento do desabamento e outro, prospectivo relacionado a futuras atitudes de reconstrução. As perdas materiais e afetivas foram sinalizadas como lamentos e lembranças passadas na vida anterior. Percebeu-se que esta tristeza profunda limitava possíveis estratégias de enfrentamento no Pós-Desastre. Os sobreviventes atendidos apresentam pontos críticos que necessitam de manejo por equipes multidisciplinares que possam atender as necessidades apresentadas, de modo a garantir a qualidade nas moradias futuras, na saúde física e saúde mental dos sobreviventes. Conclusões: Diante de tantos pesares e dificuldades encontradas pelos sobreviventes, levantamos a possibilidade destes sobreviventes desenvolverem um luto traumático futuramente. O cuidado com os efeitos que este impacto pode ter na vida dos sobreviventes não se referem apenas às conseqüências existenciais a vida dos sobreviventes, mas a toda sociedade em torno que convive com estes sobreviventes que podem desencadear prejuízos a própria saúde física e mental diante de um luto traumático, complicado. Levantamos que devem existir reais ações tanto no que se refere ao poder público e privado a fim de mobilizar recursos para atender integralmente às necessidades da população afetada; de modo a garantir formas para que a qualidade de vida se efetive, mantendo o respeito à dignidade dos sobreviventes. Descritores: Desastres; Vítimas de desastres; Tanatologia _________________ 1 Estudante de Psicologia (FAMATH); email: [email protected] 2 Estudante de Psicologia (FAMATH) 3 Estudante de Psicologia (FAMATH) 4 Psicóloga; Doutora em Psicologia(UFRJ); Pesquisadora Associada do Programa de Pós-Graduação em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social(UFRJ); Colaboradora da Fundação Municipal de Saúde com o Projeto de Luto Pós-Desabamentos em Niterói. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM PARA PACIENTES COM CUIDADOS PALIATIVOS Amim Eleinne¹ Braga Pricilla¹ Cariello Mariana¹ Gomes Marina¹ Marinz Tatiane¹ Silva Carleara Ferreira da Rosa² Introdução: O presente estudo foi realizado através da Revisão de Literatura acerca dos diagnósticos de enfermagem presentes em pacientes em cuidados paliativos a nível hospitalar. Segundo a Organização Mundial de Saúde ( OMS) , cuidado paliativo é uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de sua família, que enfrentam problemas associados a doenças e que põem em risco a vida. No modelo assistencial, o conceito de cuidados paliativos engloba a dimensão técnica, emocional, espiritual e o suporte familiar, compreendendo os sentimentos do paciente e fornecendo apoio ao enfrentar a terminalidade. A assistência de enfermagem deve considerar o paciente um ser único, complexo e multidimensional: biológico, emocional, social e espiritual. A filosofia dos cuidados paliativos consiste em: afirmar a morte como um processo normal do viver; não apressar nem adiar a morte; procurar aliviar a dor e outros sintomas angustiantes; integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais no cuidado do paciente; disponibilizar uma rede de apoio para auxiliar o paciente a viver tão ativamente quanto possível até sua morte; oferecer um sistema de apoio para a família do paciente na vivência do processo de luto. Faz- se necessário entender a importância dos cuidados paliativos e do processo de morrer, como parte integrante da prática de enfermagem, afim de colaborar com as pesquisas na área de tanatologia e enfermagem oncológica e favorecer discussões no meio acadêmico. Objetivo deste trabalho foi: identificar os diagnósticos de enfermagem mais freqüentes no contexto de cuidados paliativos, de acordo com a taxonomia NANDA. As questões norteadoras deste estudo formam: “Existem diagnósticos de enfermagem aplicáveis para o paciente em cuidados paliativos?” “Quais os diagnósticos de enfermagem que mais aparecem na literatura sobre pacientes em cuidados paliativos?”. Metodologia Trata-se de uma abordagem qualitativa através de pesquisa bibliográfica. Durante a busca por artigos relevantes para o tema “diagnóstico de enfermagem em pacientes com cuidados paliativos” foram visitados as fontes de dados Scientific Eletronic Libary Online (SCIELO) e Blibioteca Virtual em Saúde (BVS). Os critérios de inclusão considerados foram: recorte temporal de 2002 a 2010, artigos disponíveis na íntegra, artigos disponíveis em português. Os descritores utilizados para orientar a busca, foram: Tanatologia; Cuidados Paliativos; Diagnósticos de Enfermagem. Sendo utilizados como fonte de consulta para familiarização com o tema, além dos artigos lidos, livros da área de enfermagem e as classificações da NANDA, NIC e NOC. Emergiram como Resultados da revisão de leitura, 09 artigos, onde destacaram-se os segunites diagnósticos de enfermagem, de acordo com a NANDA: ansiedade, fadiga. Pesar, tristeza crônica, risco de solidão e “luto antecipado”, este último que não foi encontrado no NANDA. Como contribuição do estudo, realizamos uma proposta de planejamento da assistência, estabelecendo intervenções ( baseadas na NIC) e resultados de enfermagem (baseados no NOC) para os diagnósticos encontrados. Ao finalizar o trabalho foi possível perceber que é importante a realização de novas pesquisas sobre os diagnósticos de enfermagem em clientes em cuidados paliativos, para que seja ampliado o conhecimento a respeito da singularidade deste tema. A identificação dos principais diagnósticos, como os que foram apresentados neste trabalho, contribuem para a sistematização da assistência de enfermagem e favorece a manutenção do bem-estar para o paciente assistido. O acolhimento, a humanização e a visão holística do paciente, permitem assisti-lo individualmente e como um todo. O planejamento do cuidado através da linguagem NANDA , NIC e NOC apresenta-se como uma forma de maior clareza de comunicação da equipe profissional, o que culmina em um cuidado efetivo, individualizado e de qualidade para o cliente assistido, em consonância com um apoio emocional não só ao paciente, mas também a sua família. ¹ Acadêmicas do 6° período do curso de graduação da Enfermagem da EEAAC da UFF. ² Mestranda em Ciencias do Cuidado em Saúde – EEAAC -UFF. Profª Substituta disciplina Enfermagem na Saúde do Adulto e do Idoso II. CUIDADOS DE ENFERMAGEM CIRURGICOS AO CLIENTE EM CIRURGIA PALIATIVA: REPERCUSSÕES TANATOLÓGICAS 1 Gomes Marina Braga Pricilla2 Santana Rosimere3 Bitencourt Graziele4 Gentille Angelina5 Introdução: Trata-se dos cuidados de enfermagem limítrofes entre o paciente oncológico cirúrgico e a transição/confirmação da impossibilidade terapêutica e o conseqüente planejamento de cuidados paliativos. Para tanto traçamos como objetivos: Planejar a assistência de enfermagem a esta paciente que esta se encontra sobre cuidados paliativos, para que a mesma possa ter uma melhor condição neste último estágio de vida e para isso descrevemos e analisamos os principais diagnósticos de enfermagem relacionados ao caso segundo NANDA I; estabelecer as intervenções de enfermagem segundo NIC com base nos diagnósticos acima determinados; e avaliar os resultados esperados após intervenções estabelecidas de acordo com NOC. A OMS conceitua cuidados paliativos como uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de sua família, que enfrentam problemas associados a doenças, que põem em risco a vida 1. Essa abordagem se realiza através da prevenção e o alívio do sofrimento, avaliação correta, tratamento da dor, e outros problemas de ordem física e psicossocial. Pois com a progressão da doença, alguns sintomas tornamse exacerbados e o manejo adequado torna-se indispensável na terapêutica a ser proposta, uma vez que os sintomas causam desconforto ao paciente e, também afetam a família. As intervenções são necessárias para que se possa prestar o cuidado apropriado no tempo oportuno, de modo a prover o máximo de conforto e de qualidade de vida para o paciente em cuidados paliativos. Os sintomas mais comuns são: Dor, fadiga, dispnéia, alterações cognitivas, anorexia, constipação intestinal, náuseas e vômito. Em relação à cirurgia esta pode ser aplicado com finalidade curativa ou paliativa, sendo considerado curativo quando indicado nos casos iniciais da maioria dos tumores sólidos, e tardiamente pode ser indicada quando os pacientes se beneficiam mesmo que em curto prazo, com o alivio dos sintomas, sem que estes tragam risco iminente de vida. Método: Abordagem qualitativa, prospectiva, do tipo estudo de caso único, realizado com paciente de 86 anos, sexo feminino, internada no Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói-RJ-Brasil, no período de 14 a 28 de maio de 2010. Tendo como técnicas de coleta de dados: a entrevista semi-estruturada baseado em Carpenito2, levantamento documental do prontuário, observação sistemática, associada ao“Telecare”a fim de continuar acompanhando os resultados da paciente sistematicamente no pós-alta. Para análise utilizamos o raciocínio clínico proposto por Risner3 que consiste em categorização dos dados e a identificação de lacunas, 1 Acadêmica de Enfermagem do 6° Período da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso costa da universidade Federal Fluminense e-mail: [email protected] 2 Acadêmica de Enfermagem do 6° Período da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso costa da universidade Federal Fluminense e-mail: [email protected] 3 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem Médico Cirúrgico da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense (MEM/EEAAC/UFF). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Enfermagem Gerontológica (NEPEG). Líder do Grupo de Estudos em Sistematização da Assistência de Enfermagem (GESAE_UFF) e-mail: [email protected] 4 Enfermeira Especialista em Enfermagem Gerontológica formada pela EEAAC/UFF. Residente pela Secretaria Municipal do Rio de Janeiro/Souza Aguiar. Professora Substituta da Escola de Enfermagem (MEM/EEAAC/UFF). Membro NEPEG e GESAE-UFF E-mail: [email protected] 5 Enfermeira. Mestre em Educação. Professora Assistente MEM/EEAAC/UFF e-mail: [email protected] no processo de síntese realizamos o agrupamento de dados, comparação dos dados com a teoria sustentadora e a identificação de desvios ou potencialidades de saúde (inferência ou hipótese), para padronização diagnóstica utilizou-se a edição da NANDA-I 2009-2011, NIC 2008, e NOC, 2008. Quanto aos aspectos éticos, fizemos uso do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, informando à cliente que as informações obtidas serão sigilosas, não identificáveis, servindo de subsídio para o estudo, e a mesma concordou ao assinar o TCLE. Cabe ressaltar que o trabalho possui aprovação no comitê de ética em pesquisa sob número de protocolo CAAE-0015.0.258.000-09. Resultados: para ajudar no cuidado desta paciente em cuidados paliativos usamos a sistematização da assistência de enfermagem e obtivemos como diagnósticos de enfermagem no Pré-operatório, em ordem de prioridade: Dor aguda, Deambulação prejudicada, Nutrição desequilibrada menos que as necessidades corporais, Ansiedade, Risco de integridade da pele prejudicada, Risco de infecção, Dentição prejudicada. Tendo como metas e avaliação do plano de cuidado: Controle da dor (3-4), Nível da dor (3-4), Bem-estar pessoal (3-4); Locomoção caminhar (3-3); Equilíbrio (3-3); Comportamento de prevenção de quedas (3-3), Conhecimento de prevenção de quedas (23); Apetite (3-3), Eliminação Intestinal (1-3); Nível de ansiedade (3-4), Sono (4-4); Força muscular (3-3), Mobilidade articular (3-3); Pele íntegra (5) e Higiene oral (2-4). Para tanto foram selecionadas os títulos de intervenções de enfermagem para esse momento de pré-operatório, fase culminante da preparação cirúrgica: Controle da dor, Administração de analgésicos, Assistência no autocuidado e transferência, Monitorização dos sinais vitais, Preparo e orientação para exames, Prevenção de quedas, Supervisão da pele, Cuidados com a pele, Posicionamento e conforto, Manutenção da saúde oral, Planejamento da dieta, Aconselhamento Nutricional, Controle da Constipação, Redução da Ansiedade, Técnica para acalmar, Melhora do sono, Orientação sobre o procedimento cirúrgico: família e paciente. Na avaliação dos resultados obtivemos melhores resultados: na Higiene oral (5), Dor (4), e Ansiedade (4), e Eliminação intestinal, em função da melhora no apetite e maior ingestão hídrica. Porém, como esperado um novo plano de cuidados foi requisitado no período pós-operatório, ainda mais pelo agravo da paciente ter diagnóstico médico de tumor maligno de cabeça de pâncreas, este inoperável com prognóstico ruim, com poucos meses de vida. A família decidiu por não verbalizar tal fato com a paciente, e junto com a equipe de saúde optaram por proporcionar retorno ao ambiente domestico assim que houvesse a estabilização do quadro. Portanto, tivemos como diagnósticos de enfermagem, em prioridade: Dor aguda, Padrão respiratório ineficaz, Mobilidade no leito prejudicada, Integridade da pele prejudicada, Déficit no autocuidado para banho, Déficit no autocuidado para higiene íntima, Déficit no autocuidado para vestir-se, Risco para infecção, e Processos familiares disfuncionais. Traçando como metas e avaliação do plano de cuidados segundo a classificação NOC: Controle da dor (3-4), Nível da dor (3-4), Estado de bem estar pessoal (3-4); Curativo (2-5), Cuidados com a pele (2-5); Sinais vitais (3-4); Nível de ansiedade (3-4) Controle de riscos (3-5), Conhecimento: controle de infecção (2-3); Autocuidado: banho (2-4), Mobilidade (2-4); Autocuidado: higiene (2-4); Autocuidado: vestir-se (2-4); Mobilidade (2-4). E como títulos das intervenções de enfermagem implementadas tivemos: Administração de analgésicos, Controle da dor, Monitorização de sinais vitais, Monitorização respiratória, Oxigenoterapia, Redução da Ansiedade, Proteção contra infecção, Cuidados com o local da incisão, Controle de infecção, Cuidados com sondas e drenos, Banho, Cuidados com períneo, Assistência no autocuidado vestir-se e arrumar-se, Posicionamento, Orientação familiar e Apoio. Como principais resultados obtidos com aspecto positivo até a alta hospitalar, tivemos: alívio da dor (4), função respiratória (5), Pele integra (4), Ansiedade (4), e Déficit no autocuidado (4). Como resultados de manutenção: Mobilidade (3) e Enfrentamento familiar (3), entendendo que para alcance de resultados esperados nesses domínios o fator tempo e persistência das ações seria preponderante, portanto caracterizado como ações de cuidado continuado. E, através de Telecare foi acrescido um novo diagnóstico Medo, além deste foi possível identificar que alguns diagnósticos presentes no pré-operatório e que havíamos alcançado o NOC desejado, se alteraram voltando ao valor encontrado nos primeiros contatos com a paciente, sendo eles: Nutrição desequilibrada menos que as necessidades corporais em pré-operatório (3), eliminação intestinal (1), e nível de ansiedade (3). Quanto à família esta se sentia despreparada e com medo na piora do quadro relatando “sentir necessidade de interná-la novamente”. Conclusão: Portanto evidenciamos a necessidade de modelos assistenciais que garantam a continuidade do tratamento oferecido no ambiente hospitalar, seja domiciliário ou ambulatorial paliativo, no intuito de reforçarmos os esclarecimentos e orientações já fornecidas, sanando e apoiando o paciente e seus familiares no fim da vida, garantindo qualidade de vida, bem-estar e conforto. Pois a paliação deve ser indicada e contemplada aos pacientes com doenças crônico-degenerativa, implementadas em todos os níveis de atenção à saúde, contribuindo para um melhor controle de sintomas proporcionando sobrevida com qualidade. Pois os cuidados visam à promoção de conforto e são voltados para higiene, alimentação, curativos e cuidados com ostomia, e atenção sobre analgesia, observando-se, portanto, as necessidades de diminuição de sofrimento e aumento de conforto. Palavras–chave: enfermagem oncológica, cuidados paliativos, processos de enfermagem, gerontologia Referências: Ações de enfermagem para o controle de câncer: uma proposta de integração ensino-serviço. / Instituto nacional do Câncer. – 3ª ed.rev. Atual. ampl. – Rio de Janeiro: INCA, 2008. Johnson M, Bulechek G, Dochterman JM, Maas M, Moorhead S. Nursing diagnosis, outcomesmand interventions – Nanda, Noc and Nic linkages. St Louis: Mosby; 2001. North American Nursing Diagnosis Association – NANDA Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificação 2009-2011. Porto Alegre (RS): Artmed; 2010. CLOSKEY, J. C., BULECHEK, G. M. Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. JOHNSON, Marion; MAAS, enfermagem(NOC). 3 ed. Meridean; MOORHEAD, Sue, classificação dos resultados de Porto Alegre: Artmed, 2008. BRUNNER e LOBO, RD et al. Manual prático de procedimentos: assistência segura para o paciente e para o profissional de saúde. SP: HCFMUSP,2009, 72p. Lucena AF, Barros ALBL. Mapeamento cruzado: uma alternativa para a análise de dados em enfermagem. Acta paul enferm. 2005;18(1):82-8. CARPENITO LJ. Plano de cuidados e documentação. 6ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 2009. IDENTIFICAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM “PESAR” EM ADULTOS E IDOSOS HOSPITALIZADOS COM DIAGNÓSTICO DE CÂNCER E SEUS FAMILIARES. Depianti Jéssica, Bertasso Lívia, Otero Nattasha, Barboza Joseane, Dias Thaíssa, Azevedo Bianca, Lima Fernanda, Portugal Amanda, Beringui Adriana Rosimere Santana 6 Resumo: Introdução: Conceitua-se Pesar como um processo normal complexo que inclui respostas e comportamentos físicos, espirituais, sociais e intelectuais, por meio dos quais indivíduos, famílias e comunidades incorporam uma perda real, antecipada ou percebida às suas vidas diárias. Pois o diagnóstico de câncer ainda se constitui como um momento particularmente difícil e gerador de intensa angústia na vida de uma pessoa em função de uma série de rupturas em sua forma habitual de vida, a incerteza e a insegurança do futuro, um tratamento incerto, por vezes, doloroso e prolongado e a possibilidade da morte. Estes são aspectos determinantes na configuração de um estado de crise em que a fragilidade emocional. Segundo Ruiz, a Tanatologia é a de ciência que estuda as atitudes que o homem tem diante da morte e do morrer. Atitude aqui implica também em “pensamento”, “subjetividade”, “arte”, “cultura”, “religião”, “literatura”, “comportamento”. Assim, a tanatologia se interessa por todas as ações, atitudes e representações que o homem realiza quando elabora questões relacionadas à morte e o morrer. Para tanto delimitamos como questão norteadora: Qual a incidência do diagnostico de enfermagem Pesar em pacientes e familiares hospitalizados para tratamento de câncer? E traçamos como Objetivos: Identificar e analisar a presença do diagnóstico de enfermagem Pesar em adultos e idosos hospitalizados com câncer e seus familiares. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o câncer representa a terceira doença em mortalidade no mundo, seguido das doenças infecciosas e das cardiovasculares, sendo que no Brasil ocupa a segunda posição, daí sua relação popularizada com a finitude e morte. O número de estudos sobre a temática abordada são ainda poucos, por isso se faz necessário preencher essa lacuna de conhecimento que faltam na identificação do diagnóstico de enfermagem pesar em adultos e idosos hospitalizados com diagnóstico de câncer e seus familiares. Método: Trata-se de um estudo que apesar do traço quantitativo de objetivação do objeto em questão, este possui em essência uma natureza qualitativa intrínseca ao fenômeno da subjetividade humana, portanto fez-se necessário recorrermos à abordagem mixed-method, ou seja, estudos denominados historicamente como quanti-qualitativos realizado através de coleta de dados, com 36 entrevistados, sendo 18 pacientes com diagnóstico confirmado de câncer – 12 do sexo masculino e 6 do sexo feminino, e 18 familiares no Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) no município de Niterói-RJ, no período entre abril e junho de 2010. Para realização da coleta de dados utilizamos uma abordagem sutil visto que alguns pacientes não tinham conhecimento sobre seu quadro patológico, apenas seus familiares. Resultados: Quanto a caracterização da amostra obtivemos discreta discrepância em relação ao gênero, os homens apresentaram 1 2 3 Relatora. Acadêmica do 6º período de enfermagem. Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa.Universidade Federal Fluminense Monitora de Fundamentos de Enfermagem II. E-mail. [email protected] Acadêmica do 6º período de enfermagem. Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa.Universidade Federal Fluminense. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Especialista em Psicogeriatria. Professora Adjunta MEM/EEAAC/UFF. Vice-coordenadora da PósGraduação em Enfermagem Gerontológica (EEAAC/UFF). Líder do NEPEG. Líder do GESAE_UFF. [email protected] Acedêmica de Enfermagem 6º Período. Escola de Enfermagem.Universidade Federal mais o DEP em relação às mulheres e familiares, porém, em alguns momentos, a porcentagem entre homens e mulheres mostrou-se equivalente. Tivemos como características definidoras mais presentes nos três grupos: alterações na função endócrina 16,6% dos pacientes homens, 11,1% das mulheres, 27.7% dos familiares, descrita por perda do apetite e, conseqüentemente a perda de peso; alterações na função imunológica foram observadas em 22,2% dos pacientes homens, em 16,6% das mulheres e em 33,3% dos familiares, identificada por repetidos episódios de gripe em um curto período de tempo, muito cansaço mesmo quando não realizavam atividades e, anemia confirmada por hemograma; alterações no padrão de sono foram apresentadas por 16,6% dos pacientes homens, 16,6% das mulheres e 27,7% dos familiares, caracterizado principalmente por episódios de insônia, despertar várias vezes durante a noite, sono não restaurador e, especificamente no caso dos pacientes, dificuldade para dormir devido aos sintomas do câncer, como dores; crescimento pessoal associado a „descoberta‟ da doença passaram a dar mais valor as pessoas, a família ao paciente e vice-versa, foi apresentado por 22,2% dos pacientes homens e em 33,3% os familiares; e sofrimento psicológico foi observado em 22,2% dos pacientes homens, em 5,5% das mulheres e em 27,7% dos familiares caracterizado por desesperança, apatia e depressão. Conclusão: Sabendo que o câncer é uma patologia grave, que muitas vezes não existe possibilidade de cura, consiste em uma situação problema, onde mexe com o psicológico do paciente e seu familiar. Portanto, é necessário que o profissional de saúde saiba orientar ao paciente e família, e principalmente ampará-los nessa hora difícil para ambos, dando continuidade aos cuidados prestados a esse paciente e melhorando sua qualidade de vida. Os Cuidados Paliativos são uma abordagem que objetiva a melhoria na qualidade de vida do paciente e seus familiares diante de uma doença que ameaça a vida, através da prevenção e alívio de sofrimento, através da identificação precoce e avaliação impecável, tratamento de dor e outros problemas físicos, psicológicos e espirituais estes são ofertados de forma contínua, desde o diagnóstico de câncer até a morte e, têm sido reconhecidos como benéficos no tratamento ao paciente com câncer, e por isso tendo uma relação estreita da enfermagem como mola propulsora na execução deste modelo terapêutico. Descritores: Tanatologia, Pesar, Enfermagem oncológica. ANÁLISE DA MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA 7 SILVA, Ana Luiza Azevedo Conrado da JESUS, Natália Carvalho de8 RAMOS, Eliane Pereira9 SILVA, Rose Mary Costa Rosa Andrade10 Introdução: Desde a década de 80, as taxas de mortalidade por causas externas tem mostrado índices significantes. No mundo as causas externas ocupam a quarta posição (11%), perdendo apenas para doenças cardiovasculares (cerca de 31%), pelas doenças infecciosas e parasitárias (cerca de 18%) e pelas neoplasias (cerca de 13%). Dessa forma, estão caracterizadas como um dos maiores problemas de saúde pública, uma vez que é considerada, no Brasil, a segunda causa de óbito e a primeira em indivíduos de 5 a 39 anos. Tendo em vista essa relevância, os acidentes e violências atualmente são classificados pelo Ministério da Saúde (MS), como o Código Internacional das Doenças – CID 10 compondo o capítulo XX, no qual se refere às causas externas de morbidade e mortalidade. O perfil da morbi-mortalidade por essa causa ultrapassa o sofrimento individual e coletivo, refletindo dessa forma no modo de viver e a cultura de um povo. O estudo justifica-se uma vez que no Brasil a taxa de mortalidade por causas externas é considerada a segunda causa de óbito e a primeira em indivíduos de 5 a 39 anos, e pelo fato de que, no mundo, as causas externas ocupam a quarta posição e só perde para as doenças cardiovasculares, infecciosas e parasitárias e as neoplasias. Objetivo: Esse estudo tem como objetivo apresentar uma revisão de literatura acerca da mortalidade por causas externas no Brasil, caracterizando o perfil dessa mortalidade. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, bibliográfico, com busca de dados nas bases do DATASUS, especialmente no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), IBGE, além das bases Literatura Latino-Americana e Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletrinic Library on-line (SCIELO) e do Ministério da Saúde. Resultados: o estudo encontra-se em andamento, não se obtendo ainda, resultados permanentes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as causas externas são responsáveis por taxas de mortalidade mais elevadas na população jovem, do sexo masculino. Os dados do SIM permitiram identificar que em 1980, as “causas externas” eram responsáveis por aproximadamente a metade (52,9%) do total de mortes dos jovens do país. Em 2007, quase 3/4 da mortalidade juvenil deve-se a causas externas. A importância das causas externas também se reflete nos gastos públicos de saúde. Um dos meios importantes para evitar a morbi-mortalidade pelas causas externas é realizar a prevenção de acidentes e violências. Conclusão: Tendo em vista o que foi discutido neste estudo, pode-se concluir que as taxas de mortalidades por causas externas são caracterizadas como um dos maiores problemas de saúde pública. A partir desses dados preocupantes, o desenvolvimento de estratégias que visem a prevenção de violência e acidentes é de grande valia para que 1 Graduanda do 5º período do Curso de Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/UFF, Niterói, RJ. Bolsista de Extensão E-mail: [email protected] 2 Graduanda do 5º período do Curso de Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/UFF, Niterói, RJ. Bolsista de Extensão E-mail: [email protected] 3 Doutora em Enfermagem, Professora Associada do Departamento Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/UFF, Niterói, RJ. E-mail: [email protected] 4 Doutora em Enfermagem, Professora Associada do Departamento Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/UFF, Niterói, RJ. E-mail: [email protected] essas taxas diminuam. Através de educação em saúde e de orientações em saúde, é possível evitar acidentes e, consequentemente, reduzir a taxa de morbi-mortalidade. Descritores: Causas externas, Mortalidade, Violência e Acidentes MORTALIDADE MASCULINA E SUAS RELAÇÕES COM O CUIDADO Nascimento, Ester Sueli do 11 Pereira, Eliane Ramos12 Silva, Rose Mary Costa Rosa Andrade 13 Silva, Marcos Andrade14 Introdução: O proposto trabalho tem por objetivo analisar a ocorrência de morte de homens, no período de 2001 a 2006, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Sabe-se que, de acordo com o MINISTÉRIO DA SAÚDE, a maior causa das internações hospitalares de homens, são as doenças do aparelho circulatório, destacando-se os acidentes coronarianos, responsáveis por 40,5%, seguidos pela hipertensão arterial (18,7%), além disso, dentre as internações por tumores do aparelho urinário, destaca-se a neoplasia maligna de próstata, com 2377 casos, trazendo um alto custo ao SUS. Quanto as causas externas, o conhecimento sobre a morbidade ainda é precário, porém sabe-se que 80% das internações no SUS, são motivados por estas causas, predominando a faixa etária dos 20 aos 29 anos. Os dados foram obtidos através do DATASUS/Ministério da Saúde, verificando desta forma, as possíveis causas do crescente índice de mortalidade, relacionadas a essas patologias. Este estudo tem como justificativa, a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem, apresentada no ano de 2009, que tem como finalidade, qualificar a saúde da população masculina na perspectiva de linhas de cuidado que resguardem a integralidade da atenção, e está alinhada com a Política Nacional de Atenção Básica, que é porta de entrada para o SUS, com as estratégias de humanização, e em consonância com os princípios do SUS, fortalecendo ações e serviços em redes e cuidados da saúde. Para isto, faz-se necessário um estudo mais amplo, das questões que mais afligem este público. Metodologia: trata-se de um estudo descritivo, exploratório, com levantamento de dados estatísticos no DATASUS, no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e nas bases de dados: Literatura Latino-Americana e Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletrinic Library on-line (SCIELO) e do Ministério da Saúde, acerca da morte na população masculina da região metropolitana do Rio de Janeiro. O estudo faz parte do Projeto de Extensão Impactos na Saúde do Homem: Ações Educativas e Qualidade de Vida, vinculada a PROEX/UFF. Resultados: a pesquisa encontra-se em andamento, ainda não obteve-se resultados permanentes. Segundo o CONASS do MINISTÉRIO DA SAÚDE, em sua nota técnica (07/2009) acerca dos Princípios e Diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem, de acordo com dados fornecidos pelos sistemas de informações do SUS, constata-se que o público masculino adentra o sistema de saúde por meio da atenção especializada, com maior custo para o SUS. Estudos comparativos realizados entre homens e mulheres mostraram que os homens são mais vulneráveis às doenças, sobretudo às enfermidades graves e crônicas, e morrem mais precocemente que as mulheres. Os homens não buscam como as mulheres na rotina, os serviços de atenção à saúde. As causas apontadas para a baixa adesão aos serviços e ações de saúde são constituídas, entre outras, pelas barreiras sócio-culturais, e barreiras institucionais. Além disso, os serviços e estratégias de comunicação privilegiam as ações de saúde 1 Bolsista de extensão e graduanda do 7º período de Enfermagem da EEAAC/UFF. email: [email protected] 2 Enfermeira. Doutora em Enfermagem-UFRJ/EEAN/Professor Associado da EEAAC/UFF. 3 Enfermeira e filósofa. Doutora em Enfermagem-UFRJ/EEAN/Professor Associado da EEAAC/UFF. 4 Enfermeiro. Mestre em Enfermagem UNI-RIO- Professor da UGF/RJ. para a criança, o adolescente, a mulher e o idoso. Uma questão apontada pelos homens para a não procura pelos serviços de saúde, está ligada a sua posição de provedor. Alegam que o horário de funcionamento dos serviços coincide com a carga horária de trabalho. A compreensão das barreiras sócio-culturais e institucionais é importante para a proposição estratégica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviços de atenção primária, afim de resguardar a promoção e a prevenção como eixos necessários e fundamentais de intervenção. Todas as ações devem ser permeadas pela humanização e qualidade da assistência. As principais diretrizes são: priorizar a atenção básica com foco na estratégia saúde da família, porta de entrada do sistema de saúde integral, hierarquizado e regionalizado, promover a articulação interinstitucional, em especial com o setor Educação, promotor de novas formas de agir e pensar, reorganizar as ações de saúde através de uma proposta inclusiva, na qual os homens considerem os serviços de saúde também como espaços masculinos, e por sua vez, os serviços de saúde reconheçam os homens como sujeitos que necessitam de cuidado. Conclui-se que ainda há muitos desafios a serem ultrapassados na saúde do homem. Sobretudo quanto ao cuidado. Faz-se necessário estimular o desenvolvimento do autocuidado, para assim, cumprir a meta de redução do alto índice de mortalidade masculina. Busca-se recursos para alcançar este público, de maneira a impactá-lo e educá-lo, para que desta forma seja possível um aumento da prevenção de doenças e promoção de saúde, procurando compreender os aspectos sócio-culturais que envolvem o homem, minimizando quem sabe desta forma, danos que possam levá-lo ao óbito. Descritores: Saúde do Homem; mortalidade; prevenção de doenças; Enfermagem. IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM DA PRÁTICA DA EUTANÁSIA NO PACIENTE TERMINAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA SANTOS, Nathalia Telles Paschoal15 BITENCOURT, Graziele Ribeiro16SANTANA, Rosimere Ferreira.17 Introdução: A Eutanásia é um procedimento usado para antecipação da morte, com intuito de apressar, sem dor e sofrimento na fase terminal, na qual o estado da doença é incurável. Geralmente, esses pacientes têm a vida mantida, devido a dependências farmacológicas e/ou de máquinas que imitam o processo fisiológico natural para manter os sinais vitais (manutenção artificial da vida). Esta temática gera divergência de opiniões de cunho ético, religioso, pessoal, cultural e moral. O cenário da morte e a situação do paciente que vai morrer são as condições de maiores conflitos neste contexto, levando em conta os princípios, às vezes antagônicos, de preservação da vida e do respeito à dignidade humana. A assistência no processo de morrer trata-se de questão legal, porque está envolvida uma proposta homicida, mesmo que por piedade. Sabe-se que a enfermagem pode ser inserida neste contexto por ser responsável pelo cuidado ao direto ao paciente, por meio de conforto não somente com uso de técnicas de suporte físico, como administração de medicamentos para o alívio da dor, mas também com assistência social e psicológicas. A atividade profissional de enfermagem baseia-se no respeito à dignidade humana, devendo ser participativa em todos os momentos, para assim abrandar o sofrimento e garantir qualidade da assistência de suporte ao enfermo. Objetivos: Identificar o perfil bibliográfico da enfermagem na temática eutanásia no paciente terminal; Levantar à luz da literatura qual a atuação da enfermagem na Eutanásia. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com levantamento de dados de artigos científicos referentes à temática, em Enfermagem, produzidos e publicados entre os anos de 2005 e 2010. Recorremos a meios eletrônicos como a Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), cujas bases de dados pesquisadas foram: Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Base de dados de Enfermagem (BDEN) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Os descritores utilizados no processo de levantamento de dados foram: Direito a Morrer; Enfermagem; Eutanásia, Tanatologia; Ética em enfermagem. A análise do material pesquisado, baseou-se no método denominado Análise de Conteúdo, que pode ser definida como a um conjunto de instrumentos metodológicos que se presta ao estudo das comunicações. E, assim sendo, pode ser utilizada na análise de quaisquer comunicações que ocorram entre emissor e receptor, sejam eles indivíduos ou grupos. 4 Após a escolha do material, o passo seguinte foi a realização de uma leitura flutuante, quando surgiram impressões e orientações para a análise. A partir desta atividade, fizemos a estruturação de índices e 1 Relatora. Acadêmica de Enfermagem do 5º Período da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/Uff. E-mail: [email protected] 2 Enfermeira Especialista em Enfermagem Gerontológica formada pela EEAAC/UFF. Residente pela Secretaria Municipal do Rio de Janeiro/Souza Aguiar. Professora Substituta do Departamento de Enfermagem Médico Cirúrgico da Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense. Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Enfermagem Gerontológica - NEPEG e do Grupo de Estudos em Sistematização da Assistência de Enfermagem da Universidade Federal Fluminense - GESAE-UFF E-mail: [email protected] 3 Enfermeira Doutora em Enfermagem pela EEAN/UFRJ. Professora Assistente do Departamento Médico Cirúrgico MEM/UFF da Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa – EEAAC/UFF a elaboração de indicadores. Este foi um trabalho preparatório da análise. Por fim, realizamos o tratamento dos resultados obtidos e o trabalho de inferência e interpretação. Assim, ao fim da análise, procuramos obter a elaboração de um elo entre os dados do texto e os objetivos previstos. Resultados: Dos artigos encontrados para a discussão neste estudo, nos deparamos durante a pesquisa com uma pequena lista de possibilidades, pois o assunto é, ainda, pouco explorado e conta com poucas publicações científicas recentes. Sendo assim, como os resultados obtidos não se mostravam suficientes, também buscamos uma investigação sobre a produção científica de Enfermagem especialista, publicada em outros períodos. Ao pesquisar os descritores envolvidos neste estudo, foram encontrados 31 estudos com o descritor eutanásia. Conceitualmente, a maioria trata a mesma como o ato de dar fim à vida da pessoa, por causa do seu sofrimento ou, o que é mais grave, por razões escusas, como: economia, disponibilidade de leitos ou eugenia. Outros estudos a referem como a retirada de mecanismos de sustentação artificial como “recusa de tratamento” e não como eutanásia, devido a carga emocional e moral que o seu conceito traz. Além disso, a maioria deles defende o cuidado ao paciente, que se dá através de tratamentos que visam sempre o seu bem-estar, mesmo quando a cura não é possível. Frente a essas questões, cada indivíduo tem o seu posicionamento, que é influenciado por valores individuais, culturais e pela religião.Sobre o encerramento da própria vida a lei não tem o que dizer, uma vez que a decisão é da pessoa e está vinculada a determinantes pessoais e religiosos. Ao adicionar o descritor enfermagem somente 3 artigos foram encontrados, dos quais somente 1 foi publicado nos últimos 10 anos. Este trata-se de um ensaio reflexivo aborda a morte cerebral e a doação de órgãos situando-as como práticas culturais contemporâneas e tendo como suporte teorizações que problematizam o corpo e o sujeito na pósmodernidade, especialmente estudos pós-estruturalistas. São destacadas as relações entre as dimensões culturais, científicas, filosóficas e jurídicas que constituem um campo de contestações e negociações, onde se dão as decisões, normas e aparatos tecnológicos em torno da morte. Ao associar os descritores direito a morrer e tanatologia, não foram encontrados estudos, mostrando que pesquisas envolvendo a temática abordada ainda são escassas e carecem de maiores discussões, principalmente, envolvendo a enfermagem. Conclusão: As discussões relacionadas a eutanásia ainda são numericamente insuficientes, nas quais questões éticas ou dialéticas ainda não são enfocadas. Sendo o profissional de enfermagem aquele que lida diretamente com o paciente em fase terminal, estudos sobre a antecipação ou não da finitude deveriam ter maior ênfase na bibliografia publicada. Descritores: Direito a Morrer; Enfermagem; Eutanásia, Tanatologia; Ética em enfermagem. Referências 1. Kovács, M. J. (2003a). Bioética nas Questões Da Vida e Da Morte. Psicologia USP, 14 (2), 117, 115-167. 2. Markson, E. (1995). To be or not to be: Assisted suicide revisited. Omega, Journal of Death and Dying, 31(3), 221-235. Wooddell, V., & Kaplan, K. (1997 -1998). An expanded typology of suicide, assisted suicide and euthanasia. Omega, Journal of Death and Dying, 36(2), 219-226. 3. Leopardi MT. Metodologia da pesquisa e saúde. 2 ed. Rio Grande do Sul: Ed. Pallotti, 2002. 4. DINIZ, Debora; COSTA; Sérgio. Morrer com Dignidade: Um Direito Fundamental, SérieAnis 34, Brasília, LetrasLivres, 1-8, maio, 2004 5. LAMS, Alinny Rodrigues; POUBEL, Bárbara Melo; GUERRA, Fernanda Silva; PESSOA, Tatiana dos Reis.A Percepção da Equipe de Enfermagem Frente à Eutanásia, 2004 A MORTE PRECOCE DO HOMEM: UMA PERSPECTIVA DE AÇÃO DE ENFERMAGEM Pereira, Eliane da Silva18 Pereira, Eliane Ramos19 SILVA, Rose Mary Costa Andrade20 SILVA, Marcos Andrade21 Introdução: O presente estudo relata acerca do fato de os homens morrerem de certa forma precoce, mais do que as mulheres, com uma perspectiva de vida inferior à das mulheres, na atualidade em que vivemos, ressaltando a necessidade de intervenção por parte da enfermagem no sentido de contribuir para melhor expectativa de vida dos homens. Não obstante no Brasil nascer mais meninos que meninas, sabe-se que, a partir da adolescência, essa proporção se inverte e aumenta gradativamente a favor das mulheres, terminando, na velhice, com uma proporção de homens bem menor que a de mulheres. Tendo como base a afirmação acima, o objetivo é identificar os fatores que levam a realidade de os homens morrerem mais cedo. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo explicativo do tipo bibliográfico, utilizando-se a busca de informações nas bases de dados: Literatura Latino-Americana e Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletrinic Library on-line (SCIELO) e do Ministério da Saúde. Resultados: Apesar da concepção de que os homens morrem mais que as mulheres pelo simples fato de buscarem menos os serviços de saúde, no entanto evidencia-se que há diversos fatores externos, que vão mais além de uma atenção à saúde, que englobam a temática da mortalidade do homem. Pesquisas revelam que os homens estão morrendo mais que as mulheres em praticamente todas as faixas de idade, sendo que as causas mais evidenciadas foram as causas violentas de morte, também chamadas de causas externas, como as agressões e os acidentes de transporte. De acordo com o Ministério da Saúde (M.S) em dados estatísticos os homens morrem em média sete anos mais cedo que as mulheres e que a cada três pessoas adultas mortas, duas são homens, e ainda expõem fatores relacionados à saúde do homem como doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevada. Ainda vale-se ressaltar que a cada 5 pessoas que morrem de 20 a 30 anos, 4 são homens. De acordo com a publicação Saúde Brasil 2007, os homens representam quase 60% das mortes no país. Conclusão: Dado ao exposto faz-se de grande valia que nós profissionais da saúde estejamos informados acerca dessa realidade evidenciando que o homem morre muito mais cedo por conta da intercorrência de vários fatores que podem ser preveníveis. Assim nós devemos conhecer tais fatores, para planejarmos e desempenharmos uma prática de enfermagem que possamos, de modo efetivo, modificar essa realidade. Descritores: Saúde do Homem; Mortalidade; Enfermagem 1 Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/UFF, Niterói, RJ. Email: [email protected] 2 Doutora em Enfermagem e Professora Associada do Departamento Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/UFF, Niterói, RJ. E-mail: [email protected] 3 Doutora em Enfermagem e Professora Associada do Departamento Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/UFF, Niterói, RJ. E-mail: [email protected] 4 Mestre em Enfermagem/UNIRIO e Professor da UGF/Rio de Janeiro. E-mai: [email protected] A PERCEPÇÃO DO IDOSO NO PROCESSO DE MORTE E MORRER Emiliano, Marina da Silva22 Almeida, Brenda do Amaral23 Cruz, Pamella da Silva2 Nunes, Daniele de Lourdes2 Santos, Natália Coelho Cavalleiro dos2 Fassarella, Cíntia Silva24 Introdução: Devido ao aumento da perspectiva de vida no Brasil, a população senil vem aumentando consideravelmente. Com isso, ficam evidentes as necessidades de estudos que possibilitem a compreensão das questões relacionadas aos idosos, principalmente se tratando do processo de morte e morrer. Apesar da velhice e a morte estarem constantemente associadas, muitas vezes, o assunto é afastado do nosso cotidiano, passando a ser um tabu discutir essa temática na população em geral. O objetivo desse estudo é compreender a percepção dos idosos em relação ao processo de morte e morre. Através dos resultados obtidos com esta pesquisa, queremos entender essa realidade com maior preparo e segurança, e com isso aprimorarmos a assistência de enfermagem prestada a população idosa. Metodologia: Utilizamos a abordagem qualitativa, desenvolvida por meio de pesquisa bibliográfica, como base a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), ainda bases de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Literatura Internacional em Ciências da Saúde e Biomédica (MEDLINE) onde foram analisados 12 artigos e também foram utilizados livros relacionados com a temática. De acordo com os dados obtidos, analisamos a percepção do idoso em relação ao processo de morte e morrer no período de AbrilSetembro/2010. Como resultado verificamos que a maioria dos idosos reconhece e percebe que o envelhecimento é um processo natural do ciclo vital, embora os idosos criem dispositivos de defesa, negando, assim, essa realidade. Muitos deles consideram que já cumpriram sua missão aqui na terra com relação à sua vida e estariam pronto para a morte. Muitos realizaram o que desejavam e puderam construir em nossa sociedade: trabalharam, casaram-se, tiveram filhos e realizaram sonhos às vezes até inesperados. Desta forma o idoso visualiza a morte como uma passagem para a continuidade espiritual, procurando assim auxílio e coragem para o fim inevitável. A maneira pela qual o senil contempla a morte esta intimamente ligada a sua visão de mundo e suas experiências anteriores. Podemos considerar que o medo da morte existe, muito embora, acredite-se que para um idoso com uma vida satisfatória poderia temer menos a morte que um jovem adulto que leva a vida de maneira radical. Para o idoso este medo da morte pode ser maior, especialmente, se ele abrigar-se em ambientes desconhecidos, perigosos ou solitários, como no caso de hospitais e abrigos para idosos. Neste caso, tanto a equipe de saúde quanto a família destes idosos tem o dever de contribuir com eles, no sentido de oferecer um ambiente saudável que promovam apoio emocional e segurança de vida, principalmente, no processo de adoecimento e morte. Seja qual for o sentimento de pesar expresso pelo idoso em relação à morte e o morrer dele ou de outrem, o mesmo é reduzido quando o ancião 22 Autora e relatora. Acadêmica do 6° período de Enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense - UFF. Email: [email protected] 23 Autora. Acadêmica de Enfermagem do 6° período da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense - UFF. 24 Enfermeira. Orientadora, Professora Ms. Substituta da Universidade Federal Fluminense (UFF), Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa (EEAAC). Professora Assistente e Assistente de Coordenação do Curso de Graduação da Universidade do Grande Rio - Prof. José de Souza Herdy – UNIGRANRIO. Enfermeira da Secretaria do Estado de Saúde (SES). expressa um valor espiritual à vida, já que assim consegue ver a morte como uma continuidade e não como o fim. Concluimos que a consciência reflexiva acerca do assunto deve ser incentivada porque revela novas possibilidades de se interagir com os idosos. Dessa forma, destaca-se que é preciso ter conhecimento para dialogar sobre o processo de morte e morrer com o mesmo, para que haja uma melhor compreensão por parte destes e da equipe de Enfermagem. Oferecer um ambiente saudável que promova apoio emocional e segurança, principalmente, no processo de adoecimento, também garante que esse idoso aceite a morte como algo inerente ao curso da vida. Também pudemos observar a necessidade de desenvolvimento de políticas em prol do idoso, para melhorar a qualidade de vida e para prepará-lo para o quantitativo de anos que ainda lhe resta. Descritores: Percepção, Morte, Morrer, Idoso. PERCEPÇÃO DOS FAMILIARES FRENTE AO RISCO DE MORTE DO PACIENTE ADULTO E IDOSO INTERNADO EM UNIDADES CLÍNICAS. Aquino Alessandra Cristina de Oliveira25 Espíndola Beatriz Carvalho2 Chibante Carla Lube de Pinho3 Rocha Larissa Fernandes4 Santos Thayane Dias5 Lima Márcia Valéria Rosa6 Introdução: A percepção dos familiares acompanhantes dos pacientes internados nas unidades clínicas do Hospital Universitário Antônio Pedro envolvidos com a situação de morte é o tema a ser discutido em nossa pesquisa. De acordo com Wong (2001), a morte é uma questão que força pensar nas prioridades de vida, sendo lembrado mais poderosamente do que qualquer outro fato de quanto às relações familiares são importantes nesse momento. Acrescentam, ainda, que essa é uma experiência que atinge todo o sistema familiar. Este estudo mostra-se desafiador, pois se sabe que a morte é um fato inevitável, porém de difícil aceitação para aqueles que possuem algum tipo de relação com o individuo em risco de morte. Nesse contexto, podemos destacar que o familiar acompanhante tem um valor bastante significativo no cuidar de seu ente querido na iminência da morte, sendo este cuidado dispensado ao sujeito capaz não só de prolongar a vida, mas, sobretudo, de melhorar a condição de vida do ser cuidado, mesmo no curto período de vida que lhe resta. O morrer é um processo progressivo com diminuição e alteração das funções vitais que culmina com a morte. A partir da convivência com o mundo-vida da família, o enfermeiro, juntamente com sua equipe, organiza o espaço hospitalar no qual o cuidado é desenvolvido. Por vezes, utiliza sua criatividade e improvisam ambientes dentro do hospital, buscando por recursos materiais existentes para construir um espaço no qual a família possa estar protegida para vivenciar a situação de terminalidade. A ética e o cuidado ao paciente que tem como prognóstico a morte, mantêm uma estreita relação. O cuidado é uma atitude de ética mínima e universal, capaz até de prolongar a duração de vida do ser cuidado. Acrescenta, ainda, que o cuidado pode ter o poder, não só de prolongar a vida, mas, sobretudo, de melhorar sua condição para ser cuidado, mesmo no curto período de existência que lhe resta. O morrer constitui uma importante oportunidade de crescimento para o doente e seus familiares, pois, nos momentos de dor e de certeza da separação entre as pessoas, estas podem rever sua vida e seus valores, e então suplantar seus ressentimentos, exercitar o perdão e desenvolver a compreensão e o amor. De acordo com Pinto et al (2005) A experiência das famílias com a hospitalização de um de seus membros leva a uma desorganização de suas rotinas e sofrimento, vivenciando a desestruturação do cotidiano familiar, mantendo as responsabilidades anteriores, acrescidas das demandas financeiras da hospitalização. Objetivos: Geral: Relatar a experiência do familiar de um adulto/idoso com risco de morte. Específico: Avaliar os sentimentos dos familiares que estão 25 Acadêmica de Enfermagem do 6º Período da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense (EEAAC/UFF). 2 Acadêmica de Enfermagem do 6º Período da EEAAC/UFF. 3 Acadêmica de Enfermagem do 6º Período da EEAAC/UFF. Relatora. Email: [email protected] 4 Acadêmica de Enfermagem do 6º Período da EEAAC/UFF. 5 Acadêmica de Enfermagem do 6º Período da EEAAC/UFF. 6 Profª Drª do Departamento de Enfermagem Médico-cirúrgico da EEAAC/UFF. envolvidos no diagnóstico de morte de ente queridos adultos/idosos. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática e exploratória, visando maior familiaridade com o tema de tanatologia. O referencial teórico foi desenvolvido com base no banco de dados Lilacs, os artigos foram selecionados nos arquivos da Bireme com os descritores morte, família e enfermagem. Os critérios de seleção dos artigos foram textos em português, revistas de enfermagem, textos na íntegra e textos sobre adultos e idosos. Para análise dos resultados foi utilizado um roteiro de entrevista não estruturada, contendo cinco questões subjetivas perguntadas aos familiares acompanhantes, os quais tiveram a identidade preservada por meio de pseudônimos de flores. Os participantes da pesquisa concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido de acordo com a resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, o qual regulamenta pesquisa em seres humanos. Resultados: Após análise dos dados percebemos que todos os entrevistados eram do sexo feminino, tendo como parentesco filhas, esposas e tias. Identificamos que a maioria dos familiares acompanhantes interrompem as suas atividades, como por exemplo, faculdade e os afazeres domésticos, para acompanhar os clientes hospitalizados. Quando perguntados sobre a situação do familiar hospitalizado percebemos que a religião aparece em quase todas as respostas e afirmaram que a forma com a qual a família reage diante deste processo de adoecer depende muito de cada integrante. Alguns familiares respondem bem ao adoecimento do ente querido, enquanto outros precisam de acompanhamento psicológico, devido à fragilidade em enfrentar tal situação. A visão do acompanhante a respeito da morte mostra-se interligada à religião. Entretanto, notase que a palavra morte é bastante evitada quando se fala da possibilidade do morrer de seu ente querido. Alguns acompanhantes deixaram explícitas as suas religiões, porém preferem acreditar na vida após a morte, sendo uma forma de confortar os seus sentimentos. O momento do processo de adoecer realça a espiritualidade dos acompanhantes, fazendo com que eles procurem respostas através da fé e do sobrenatural. Conclusão: É importante ressaltar que a presença desses familiares acompanhantes junto aos seus entes queridos num ambiente hospitalar é essencial, pois contribui para a redução do sofrimento e também permite um apoio psíquico que leva um maior conforto a esses pacientes. Outro fator relevante a ser destacado é a fundamental atuação do profissional de enfermagem junto a esse familiar que apresenta risco iminente de morte. Portanto, esse estudo mostrou-se bastante interessante, visto que o lidar com o risco de morte de um outro sujeito e também com os seus familiares acompanhantes é um fenômeno complexo, que necessita que o profissional seja competente, sensível e capaz de auxiliar tanto o acompanhante quanto o paciente a enfrentar essa situação, de modo a assegurar a esses indivíduos uma assistência de qualidade. Descritores: Morte, Família e Enfermagem. Referências: 1. WONG F, LEE W, MOK E. Educating nurses to care the dying in Hong Kong. Cancer Nurs, 2001. 2. PINTO J, RIBEIRO C, SILVA C. Procurando manter o equilíbrio para atender suas demandas e cuidar da criança hospitalizada: a experiência da família. Rev Latino-am Enfermagem, 13(6): 975-81, 2005. CUIDADOS DE ENFERMAGEM À LONGO PRAZO À IDOSOS COM DEMÊNCIA AVANÇADA: APROXIMAÇÃO COM A TANATOLOGIA SANTANA, Rosimere¹ CRUZ, Elaine Freire ² GÓES, Pedro Márcio Freitas de 5 JESUS, Natália Carvalho de³ PITANGUI, Pâmela de Paula4 RIBEIRO, Priscila Guiducci Coe6 MOTA, Rodrigo França7 Introdução: A demência é uma síndrome que tem como característica o déficit cognitivo em várias esferas. Não está relacionada com prejuízos da consciência. Algumas síndromes demenciais podem ser revertidas com tratamentos. Mas no caso em que há um processo degenerativo, a reversão não é alcançada, como é o caso da Doença de Alzheimer. A mudança demográfica que vem ocorrendo no Brasil, representada pelo aumento considerável da expectativa de vida da população provocou um aumento da incidência e prevalência de doenças crônico-degenerativas, tal como a doença de Alzheimer, que provoca dependências físicas e diminuição da qualidade de vida dos idosos. No estágio avançado da doença, o paciente é incapaz de relembrar coisas, de comunicar-se e de realizar atividades. Há necessidade de cuidados durante todo o dia, muitas vezes podendo ficar limitado ao leito. O atendimento do cliente idoso portador de DA, envolve toda sua família e principalmente o cuidador, pois é impossível pensar no cuidado deste paciente sem envolver sua família, uma vez que ele se torna totalmente dependente da mesma. A Enfermagem tem um papel de extrema importância no cuidado dos pacientes com Alzheimer, que é de assistir nas áreas afetivas, compreendendo, respeitando, entendendo seus sentimentos de medo e tristeza, até os cuidados especializados hospitalares. Deverá entendê-los de maneira holística. A Enfermagem deve proporcionar o convívio familiar e social do paciente. Poderá fazer grupos de apoio para esses familiares, objetivando a diminuição do sofrimento e a preparação. A Tanatologia visa humanizar o atendimento aos que estão sofrendo perdas graves, podendo contribuir dessa forma na melhor qualificação dos profissionais que se interessam pelos cuidados a pacientes terminais. Objeto de estudo foram artigos de origem internacional e nacional que tratavam de cuidado a longo prazo em idosos com Alzheimer. Sabendo-se que os cuidados a longo prazo com o idoso ainda é um tema que tem sido pouco discutido e muitas vezes negligenciado pelos profissionais de saúde este estudo teve por Objetivo descrever e analisar a produção bibliográfica a cerca dos cuidados de enfermagem a idosos com Alzheimer. A realização desse estudo é de grande importância devido o aumento demográfico contínuo do número de idosos e conseqüentemente o aumento da ocorrência de doenças crônicas como o Alzheimer e devido a lacuna no conhecimento devido a pequena quantidade de estudos sobre o assunto.Metodologia: A pesquisa foi exploratória, com abordagem qualitativa e realizada na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) nas bases de dados do MEDLINE e do LILACS. Realizou-se após a coleta dos dados a pré-leitura e a leitura seletiva seguindo os critérios estabelecidos de exclusão que foram: artigos que não possuíam resumos, que tinham mais de uma patologia relacionada e os anos inferiores a 2000, com exceção de 8 que são de importante relevância para o estudo. Desta feita, foram encontrados 128 artigos no MEDLINE e 2 no LILACS, sendo que após leitura seletiva apenas 52 artigos do MEDLINE expressavam em seu conteúdo o tema abordado no objetivo deste trabalho. Resultados: Para realização da análise, foram feitas tabelas agrupando os artigos com seus respectivos assuntos abordados, como Alzheimer, cuidados paliativos, hospitais para doentes terminais, serviço de assistência domiciliar, cuidadores, assistência terminal, demência, família e assistência paliativa. Em Doença de Alzheimer foram encontrados 51 artigos no MEDLINE sendo selecionados apenas 21. Entre esses, 11 estão inseridos nos demais assunto. Teve como exceção 3 artigos, pois eram de anos inferiores a 2000 mas são de grande importância para a realização do estudo. Cuidados paliativos foram encontrados 31 artigos e selecionados apenas 9, sendo que 6 são encontrados nos demais assuntos.Também foram utilizados 4 artigos de anos inferiores a 2000 sendo exceções devido à relevância ao estudo. Já no assunto Assistência Paliativa foram encontrados 10 artigos dos quais apenas 3 foram selecionados,onde houve 3 que também foram encontrados nos outros assuntos. Na assistência terminal foram encontrados 11 artigos e selecionados 8 sendo que 7 também estão presentes nos demais. No entanto, no assunto Demência foram encontrados 6 artigos e selecionados 2 , no qual estão inseridos nos demais. Em Serviço da Assistência Domiciliar foram encontrados 3 artigos e selecionados 2, sendo esses 2 encontrados em outros assuntos. Na Família foram encontrados 3 artigos e selecionado apenas 1, sendo 1 de ano inferior a 2000 foi uma exceção por ser importante para a realização do estudo. E no assunto Hospitais para Doentes Terminais foram encontrados 8 artigos e selecionado somente1.Concluímos portanto que cuidar de pacientes terminais vai além de conhecimentos técnico-científicos, é preciso compreender sua individualidade sendo adquirida através do relacionamento interpessoal onde o enfermeiro deve valorizar a pessoa humana que conseqüentemente leva a contribuição do processo de humanização dos cuidados a longo prazo. É importante que os cuidados a longo prazo sejam realizados de forma humanizada, respeitosa, solidaria e não por obrigação. A DA acaba por atingir em especial a vida pessoal dos cuidadores pois cuidar de idosos com demência depende de fatores como a fase da doença, a qualidade do suporte familiar e sua história de vida e como cada família enfrenta essa situação por ser uma experiência pessoal. Diante deste fato entendemos que é indispensável inserir o cuidador no plano assistencial ao paciente com Da uma vez que ele possa vir a apresentar alterações de saúde, garantindo não só uma melhor qualidade de vida para o mesmo, mas sobretudo, ao paciente com DA. É importante ainda ressaltar que através do estudo e analise feitos, que há necessidade de mais estudos que abordem medidas e ações realizadas no que diz respeito ao cuidado a longo prazo do idoso com Alzheimer, visando o aperfeiçoamento do atendimento integral e humanizado a saúde , a fim de interferir de forma positiva e eficaz na adaptação do idoso ao processo do envelhecimento e suas patologias associadas, neste caso o Alzheimer, sendo este um assunto onde sua devida importância muitas vezes não é relevada. Palavra chave: Doença de Alzheimer e Cuidados paliativos. Referências bibliográficas SAMPAIO, RF; MANCINI, MC. Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Rev. bras. fisioter., São Carlos, v. 11,n. 1, fev. 2007 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S141335552007000100013&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 24 set. 2010. doi:10.1590/S1413-35552007000100013. Gene W. Marsh, Karyn P. Prochoda, Eugenia Pritchett, Carol P. Vojir. Predicting hospice appropriateness for patients with dementia of the Alzheimer's type. Applied Nursing Research - November 2000 (Vol. 13, Issue 4, Pages 187-196, DOI: 10.1053/apnr.2000.7654) K. Murphy, P. Hanrahan, and D. Luchins. A survey of grief and bereavement in nursing homes: the importance of hospice grief and bereavement for the end-stage Alzheimer's disease patient and family. J Am Geriatr Soc. 1997 September; 45(9): 1104–1107. G Klein Wolf; R Pekmezaris; L Chin; Weiner J. Conceptualizing Alzheimer's disease as a terminal medical illness. Am J Hosp Palliat Care, 24 (1): 77-82, 2007 Fev Mar. Cabin WD. Moving toward Medicare home health coverage for persons with Alzheimer's disease. Trabalho Gerontol J Soc; 51 (1-2): 77-86, 2008. . PERCEPÇÕES DA FAMÍLIA FRENTE A IMPOSSIBILIDADE DE TERAPÊUTICA CURATIVA AO PACIENTE ONCOLÓGICO: CONTRIBUIÇÕES DE ENFERMAGEM MIRALHES, Gyselly Viana26 SILVA, Ana Luiza Azevedo Conrado da 28 29 27 SILVA, Bárbara Diniz 30 Cunha Cruz da COSTA, Bruna Dutra da PEREIRA, Eliane da Silva PEREIRA, Suelen Cristina de Alcântara 31 LIMA, Vinícius Mendes da Fonseca 32 BITENCOURT, Graziele Ribeiro33 26 Acadêmica de Enfermagem do 5º da EEAAC/UFF. Membro do NPEG.. Acadêmica de Enfermagem do 5º da EEAAC/UFF. Bolsista de Extensão. Membro do NPEG. 28 Acadêmica de Enfermagem do 5º da EEAAC/UFF. Membro do NPEG.. 29 Acadêmica de Enfermagem do 5º da EEAAC/UFF. Bolsista de Extensão. Membro do NPEG. 30 Acadêmica de Enfermagem do 5º da EEAAC/UFF. Bolsista Voluntária de Iniciação Científica. 31 Acadêmica de Enfermagem do 5º da EEAAC/UFF. 32 Acadêmico de Enfermagem do 5º da EEAAC/UFF. Bolsista de Extensão. Membro do NECIGEN e GETEPES. 33 Especialista em gerontologia. Residente pela Secretaria Municipal do Rio de Janeiro/Souza Aguiar Professora substituta do Departamento de Enfermagem Médico Cirúrgico da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/UFF Niterói, Rio de janeiro/BR. E-mail: [email protected] 27 Introdução: O câncer é reconhecido como um problema de saúde pública e que pode apresentar um quadro avançado ainda no momento do diagnóstico. São também notórios o impacto desta patologia no indivíduo, familiares, principalmente quando opta-se pelo cuidado paliativo como terapêutica. Este pode ser definido como uma abordagem adotada quando a doença não responde mais ao tratamento curativo com a priorização da qualidade de vida dos pacientes e famílias que enfrentam problemas associados com doenças ameaçadoras de vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas de ordem física, psicossocial e espiritual. Mais de 90% dos pacientes enquadrados nessa modalidade terapêutica morre de doença crônica, lenta e progressivamente, com um período terminal de poucos meses ou semanas (como o câncer). Os cuidados, nesse sentido, devem apontar para a necessidade de um trabalho interdisciplinar, que tenha por essência tem como foco humanizar as relações entre os profissionais que prestam assistência a esses pacientes sob estas condições tão delicadas. Além disso, esse cuidado humanizado e multidisciplinar garante uma assistência mais ampla e completa para o cliente em fase terminal. É de grande valia ressaltar que a finalidade principal do cuidado paliativo é assegurar a melhor qualidade de vida possível aos pacientes terminais e de sua família. Neste contexto, a Enfermagem visa promover através de orientações, práticas e estabelecimento de vínculos de confiança, e de segurança, a diminuição da ansiedade e proporcionar conforto aos clientes e familiares, bem como atentar para sua significância para o desenvolvimento dos indivíduos e na recuperação da qualidade de vida. Quando um indivíduo recebe um diagnóstico de que a doença está fora de possibilidades de cura, sua família pode sofrer com ele e o impacto doloroso. Em conseqüência disso, cada família pode manifestar reações distintas, como negação, reserva ou fechamento ao diálogo. Objetivos: Identificar o perfil do familiar/cuidador do paciente oncológico fora de possibilidade terapêutica; discutir as percepções da família frente a impossibilidade terapêutica curativa ao paciente oncológico. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa. Os sujeitos escolhidos foram 6(seis) familiares acompanhantes de ambos os sexos de pacientes oncológicos em cuidados paliativos atendidos no ambulatório oncológico de um Hospital público do município de Niterói. Os dados foram coletados no mês de setembro através de uma entrevista semi-estruturada por meio da questão: como é ter um familiar com câncer sem possibilidade de cura? Os resultados avaliados da Análise de Conteúdo de Bardin. Quanto aos aspectos éticos, este estudo segue os preceitos da Resolução 196/96 e cada sujeito nele envolvido assinou um termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados e Discussão: Dos 6(seis) sujeitos abordados nesse estudo, 4 eram mulheres e 2 eram homens com tempo de acompanhamento nas consultas dos pacientes em cuidados paliativos entre 2 e 5 anos. Em relação a escolaridade, 3 possuíam ensino fundamental incompleto e 2 completos; além de 1 com ensino superior completo. As respostas obtidas foram agrupados em 5(cinco) categorias temáticas, das quais destaca-se: medo da morte do familiar; desconhecimento do curso doença; desesperança; aceitação da finitude; abdicação das atividades cotidianas em prol do cuidado ao familiar. Os dados encontrados na pesquisa corroboram com o que a literatura aponta como esperado. Percebeu-se que o sofrimento psíquico é tão perturbador quanto o sofrimento físico, e para muitos é menos tolerável do que o sofrimento físico, conforme verificado nas categorias de medo e desesperança. As relações sociais costumam se modificar pela presença do câncer tanto para aqueles com câncer quanto para seus familiares e amigos, como perda do poder aquisitivo, isolamento social, tensão familiar, manutenção dos laços de amizade, apontados na evidenciação de abdicação das atividades cotidianas em prol do cuidado ao familiar. Conclusão: Tendo os cuidados paliativos a finalidade de agrupar como componentes essenciais o alivio dos sinais e sintomas e o apoio psicológico, espiritual, emocional e social durante todo o acompanhamento ao paciente e seus familiares, mesmo após sua morte.A presença e participação da família ao lado do paciente são de extrema importância, mas é notório que a rotina familiar torna-se diferenciada após a inexistência de terapêutica curativa ao paciente oncológico. Muitos procedimentos acabam sendo impostos aos pacientes e seus familiares como a única alternativa de conduta. Desse modo, tanto a família como o paciente sentem-se ainda mais fragilizados e desamparados ao perceberem que suas opiniões crenças, autonomia e valores não estão sendo respeitados, ocorrendo então o desgaste da relação de confiança entre os familiares, pacientes e equipe de saúde, gerando um distanciamento prejudicial à própria conduta terapêutica, deturpando a qualidade de vida de toda a família e se afastando das diretrizes dos Cuidados Paliativos que presam, justamente, pela inclusão da família no tratamento e a manutenção de sua qualidade de vida. Descritores: Estado terminal; Enfermagem; Família; Doente terminal Referências: Kovács MJ. Educação para a morte: desafio na formação de profissionais de saúde e educação. São Paulo: Casa do Psicólogo, FAPESP; 2003. Hallenbeck JL. Communication across cultures. J Palliat Med. 2004 Jun;7(3):477-80 Lima AC, Silva JAS, Silva MJP. Profissionais de saúde, cuidados paliativos e família: revisão bibliográfica. Cogitare Enferm 2009 Abr/Jun; 14(2):360-7 A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO ACADÊMICA FRENTE ÀS CATASTOFRES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO MORRO DO BUMBA Oliveira, Raphael Monteiro de34 Santos, Gabriela Velozo Gomes dos35 Silva, Luana Asturiano da2 Martins, Igor Costa36 Lima, Vinicius Mendes da Fonseca3 Antunes, José Luiz Cordeiro37 INTRODUÇÃO: O mês de Abril de 2010 ficou marcado pelas fortes chuvas que atingiram o Estado do Rio de Janeiro, sendo a pior dos últimos 46 anos (AGÊNCIA BRASIL, 2010). A chuva começou no final da tarde do dia 5 de abril, onde pessoas que saíam do trabalho e tentavam passar por trechos alagados ficavam presas no transito e, muitos deles, foram obrigados a abandonar os carros e procurar abrigo em local seguro. 34 Acadêmico do 6º período da Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa (EEAAC) da Universidade Federal Fluminense, membros do Getepes – Grupo de Estudos sobre Trabalho, Educação e Práticas Educativas em Saúde. Contato: [email protected] 35 Acadêmicas do 4º período da Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense, membros do Getepes – Grupo de Estudos sobre Trabalho, Educação e Práticas Educativas em Saúde. 36 Acadêmicos do 5º período da Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense, membros do Getepes – Grupo de Estudos sobre Trabalho, Educação e Práticas Educativas em Saúde. 37 Professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, Membro do Neddate – Núcleo de Estudos, Dados e Documentação sobre Trabalho e Educação e Coordenador do Getepes – Grupo de Estudos sobre Trabalho, Educação e Práticas Educativas em Saúde. A chuva foi tão intensa que para ajudar a resgatar as pessoas, os bombeiros usaram botes salva-vidas. No dia 6 de abril, as escolas das redes municipal e estadual, as universidades e grande parte dos estabelecimentos da rede particular suspenderam suas aulas, assim como vários órgãos públicos e grandes empresas pararam as atividades administrativas ou tornaram ponto facultativo, porque os diversos pontos de alagamento, em todas as áreas da cidade, impediram o deslocamento de funcionários até o trabalho. Neste dia, o Prefeito do Município do Rio orientou que a melhor medida era ficar em casa. O pior ainda estava por vir, no dia 7 de abril, as 22h00, um deslizamento ocorreu na cidade de Niterói, soterrando 40 casas e cerca de 200 corpos. Esta região onde ocorreu o deslizamento foi, durante algum tempo, depósito de lixo e, após sua desativação, as pessoas começaram a construir casas. A situação foi de extrema catástrofe, como relatou o Governador do Estado do Rio de Janeiro. Diante disso e, entendendo a tanatologia como uma ciência que estuda a morte, a relação do homem com a própria e com a do próximo e todos os pontos relacionados e correlacionados com a perda de algo ou alguém, este trabalho teve o OBJETIVO de levantar um relato da experiência vivida por acadêmicos de Enfermagem e seu professor durante a tragédia do Morro do Bumba e demonstrar a importância da participação acadêmica frente a estas catástrofes. Este estudo mostra-se relevante, visto que, poucos acadêmicos tiveram a oportunidade de presenciar o quadro de catástrofe que se instalou no município de Niterói, principalmente no Bumba, tornando-se interessante compartilhar a experiência vivenciada para que todos possam conhecer como é participar de tal atividade. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência de acadêmicos da EEAAC, tendo como cenário o Morro do Bumba, localizado na cidade de Niterói, região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro. As atividades foram realizadas nos dias 09 e 10 de outubro, sobre orientação do professor da Faculdade de Educação e tendo o apoio da Reitoria, Pró-reitoria de Extensão e Direção da Escola de Enfermagem da Universidade. RESULTADOS: Este relato de experiência partiu da vontade de ajudar no desastre causado pelas fortes chuvas no Rio de Janeiro. Inicialmente, no dia 09/04/2010 fomos realizar um levantamento das maiores necessidades da região do Morro do Bumba, onde houve um grande número de pessoas mortas e desabrigadas da Cidade de Niterói-RJ. Chegando lá, nos deparamos, realmente, com um cenário de muita tristeza e sofrimento, visto que familiares e conhecidos esperavam com muita ansiedade por noticias de seus entes e queriam saber onde seria a sua nova casa, entretanto, sabiam da dificuldade que seria para encontrar informação naquela situação. Quando ficamos de frente para o desastre, ficou inexplicável imaginar que existiam casas naquele espaço, pois não havia nem sinal de muro ou algo semelhante, era apenas lixo. Apesar de todo este sofrimento, aquela região em frente à catástrofe, no que diz respeito à assistência emergencial, estava sendo muito bem assistida, tendo em vista a presença de diversas pessoas da mídia, do Corpo de Bombeiro, da Defesa Civil, da Policia Militar, da Política e curiosas, nos levando a conclusão que, emergencialmente, aquela comunidade (próxima do acidente) estava sendo assistida, entretanto pouco se fazia para acalmar os familiares e amigos que perderam seus conhecidos e suas casas. Dando continuidade a nossa busca por informações, entramos um pouco mais na comunidade para verificar se toda ela estava, realmente, sendo assistida. Não precisou andar muito para perceber que o foco estava onde foi o acidente e que a comunidade em volta da região não estava recebendo nenhum tipo de atendimento em saúde. Fomos, então, verificar nos abrigos como estava ocorrendo a assistência. Em uma das escolas que visitamos, a população abrigada girava em torno de 150 pessoas, dentre estas, homens, mulheres e crianças que, infelizmente, muito pouco estava sendo feito para qualificar a saúde daquelas pessoas que perderam suas casas, algumas seus filhos, outras seus pais. No dia seguinte, percebemos que o quadro instalado era o mesmo, a assistência emergencial, principalmente para resgatar os corpos, era muito qualificada, entretanto pouco estava sendo feito pelas outras pessoas. Neste sentido, a assistência emergencial prestada nesta catástrofe foi muito boa, mas pouco foi feito para atender as pessoas que perderam suas casas e seus familiares, visto que estas necessitam de um atendimento diferenciado, de uma orientação sobre a morte de seu ente ou a perda de um bem, para que não venham a adoecer. CONCLUSÃO: Segundo Santo (2006) o cuidado de enfermagem visa promover o bem estar e o conforto de cliente e familiares, estabelecendo uma relação de ajuda e orientação. Com este foco, percebe-se que o profissional da saúde deve atuar neste momento de catástrofe para além da assistência emergencial, visando, também, auxiliar e orientar as pessoas que perderam seus familiares e/ou seus pertences. Neste sentido, se faz necessário a atuação dos acadêmicos no apoio aos profissionais, pois muitas das vezes o número de profissional é insuficiente para atuar naquela situação. Os acadêmicos, com seus conhecimentos, podem atuar tanto na assistência sob a orientação do professor, como na prática de educação em saúde dessa comunidade fragilizada pela perda. Nossa experiência nos demonstrou a importância de participar destes momentos de catástrofe, visto que poucas pessoas estavam recebendo orientação. Concluímos, então, que o acadêmico de enfermagem deve participar destas tragédias dando apoio as vitimas e aos familiares, promovendo com isso, o conforto e o bem estar dos mesmos. Descritores: Tanatologia, Enfermagem em Saúde Comunitária e desastres naturais. Referências bibliográficas: Agência Brasil (06/04/2010). Toneladas de lama e lixo se espalham pelas ruas do Rio de Janeiro. Página visitada em 06/04/2010. Santo FHE. Cuidado de Enfermagem: saberes e fazeres de enfermeiras novatas e veteranas no cenário hospitalar. Rio de Janeiro: UFRJ/EEAN; 2006. ATUAÇÃO DE EMERGÊNCIA EM SITUAÇÕES DE DESASTRES NATURAIS:O SENTIMENTO VIVENCIADO PELO ENFERMEIRO Almeida, Mariana Brito Vieira¹ Maues, Natália dos Santos freitas¹ Veloso, Rejane da C. Xavier¹ Baptista, Suzana de Souza¹ Soares, Vanessa Albuquerque¹ S’antana, Viviane do Nascimento¹ Silva, Carleara Ferreira da Rosa² Vivemos um século em que o planeta encontra-se desgastado pelas ações humanas, e os desastres naturais tornaram-se uma realidade. Deparamo-nos com desmoronamento, enchentes, e ventanias que ocasionam perdas materiais e humanas. Como conseqüência, observamos que as emergências dos hospitais ficam lotadas por pessoas necessitando de assistência emergencial. Frente a essa demanda de vidas a salvar, destacamos o profissional de enfermagem, inserido na equipe multiprofissional de saúde, buscando fazer o melhor possível para o bem estar do cliente, apesar de todas as adversidades. Pensando no enfrentamento do Enfermeiro perante situações de emergência, emerge o presente trabalho, cujo objetivo é identificar o sentimento do enfermeiro que atua em serviços de emergência hospitalar frente aos desastres naturais. Tratase de um estudo qualitativo, do tipo revisão de literatura com recorte temporal de 2007 a 2010. Para seleção dos estudos, utilizamos como critérios de inclusão: artigos disponíveis na íntegra em português, recorte temporal, adesão ao tema. Optamos pela realização de busca por “palavras-chaves” na base de dados Scielo. As palavras - chaves utilizadas foram: tanatologia, enfermagem, desastres naturais e morte. Dentre os artigos lidos, emergem os seguintes sentimentos vivenciados pelos enfermeiros entrevistados: medo angustia estresse, cansaço, esgotamento e, sobretudo revolta pela sobrecarga e limitações de recursos que podem até acarretar na morte do cliente. Podemos salientar o estudo da Tanatologia como instrumento de suporte profissional para entender, colher dados, diagnosticar, planejar, implementar e avaliar cuidados de enfermagem por o meio de comunicação terapêutica, cuidado psicossocial, tratamento dos sintomas, promoção de dignidade e autoestima.O tema estudado nos chamou atenção por tratar dos sentimentos vivenciados pelos enfermeiros nessas situações, cada vez mais constantes. Trata-se, contudo de um estudo preliminar, que sofrerá aprofundamento em relação aos resultados encontrados. Esperamos contribuir para a discussão do tema no meio acadêmico e profissional, com as discussões apresentadas até o presente momento. Palavras chave: enfermeiro, desastre natural, emergência e tanatologia. ¹- Academicos do quinto período do curso de graduação em enfermagem – Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa / UFF ² Professora Substituta da disciplina Enfermagem na Saúde do Adulto e do Idoso II/ UFF. . Mestranda em Ciências do Cuidado em Saúde/ UFF SENTIMENTO VIVENCIADO POR ACADÊMICO DE ENFERMAGEM FRENTE À PERDA DE UM ENTE QUERIDO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Melo, Katia de Lima(1) Siqueira, Maria Albermária Veras(1) Ramos, Mariana de Azevedo(1) Santos, Raquel Ferreira dos(1) Fonseca, Patrícia Marques(1) Santos, Liana Coelho Cavalleiro dos(1) Fassarella, Cintia (2) A morte é um tema que se procura evitar, e que mesmo quando iminente nos negamos a aceitá-la, porém os enfermeiros, pela natureza do seu trabalho estão frequentemente em contato com essa realidade. Com a determinação de salvar vidas e evitar mortes, os acadêmicos de enfermagem adquirem ao longo da formação acadêmica o conhecimento científico, habilidades e competências que colocam em prática desde o seu primeiro contato com o hospital. O presente trabalho tem como objetivo descrever o relato de experiência de uma acadêmica de Enfermagem frente ao falecimento de um ente querido e mostrar como isso afetou sua vida acadêmica, não só no rendimento das aulas, mas principalmente no ensino teórico-prático. Este estudo consiste em um relato de experiência sobre a perda vivenciada por uma aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa, da Universidade Federal Fluminense, em outubro de 2009 realizado por discentes do 5° período, no segundo semestre de 2010, através de um relato sobre os seus sentimentos. Logo no ingresso à faculdade, os graduandos de enfermagem enfrentam a morte, por assim dizer, nas aulas de anatomia onde utilizam em seus estudos cadáveres para deles extrair seus saberes. Apesar do desconforto que pode ser causado, não há um espaço para discussões a respeito da morte e do morrer. A tanatologia, uma ciência interdisciplinar, tem como foco o estudo da morte e do morrer e pode auxiliar os profissionais da área da saúde neste contexto. Em um curto período de tempo ocorreu um grande avanço nesta área, porém deixando uma lacuna entre a teoria e a prática que precisam ser preenchidas. A perda de alguém que conhecemos também traz a tona sentimentos de tristeza, desamparo e impotência, ainda mais quando se trata de um parente, um ente muito querido. A partir deste relato de experiência conseguimos perceber, através da expressão dos seus sentimentos vividos numa época difícil de sua vida, que não estamos preparados para lidar nem ao menos falar sobre o assunto “morte”. Ao realizarmos nossas pesquisas descobrimos como foi difícil encontrar fontes para embasarmos o conhecimento teórico. Pouquíssimos são os artigos que tratam sobre os sentimentos, seja dos acadêmicos de enfermagem ou dos já então profissionais da área da saúde. Com base em nossos achados podemos observar a importância de inserção do tema “Tanatologia” na grade curricular dos cursos de enfermagem e nos demais da área da saúde. Portanto, a discussão sobre a morte e o morrer durante a graduação torna-se de grande importância para a formação de um profissional capacitado não apenas para desenvolver um cuidar qualificado da vida dos pacientes, mas também para enfrentar o processo da morte e do morrer. Bibliografia: BRÊTAS, José Roberto da Silva; OLIVEIRA, José Rodrigo de; YAMAGUTI, Lie. Reflexões de estudantes de enfermagem sobre morte e o morrer. Rev. esc. enferm. USP v.40 n.4 São Paulo dez. 2006 MARTINS, et al. Reações e sentimentos do profissional de enfermagem diante da morte. R. Bras. Enfermagem, Brasília, v. 52, n. 1, p. 105-117, jan./mar. 1999 PINHOL, Lícia Maria Oliveira; BARBOSA Maria Alves. A relação docente-acadêmico no enfrentamento do morrer. Rev. esc. enferm. USP vol.44 no.1 São Paulo Mar. 2010 Palavras chave: tanatologia, enfermagem, emoções. (1) Acadêmicas do 5º período de enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa / UFF. (2) Professora Mestre em Enfermagem, do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica, da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa / UFF. Email do relator: [email protected] O CUIDADO ALÉM DA MORTE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA Pinheiro, Flavia dos Santos1 Fialho, Isabelle Cristine Tavares Silva2 Oliveira, Raphael Monteiro de3 Gentille, Angelina4 Resumo: Falar sobre a morte e sobre o processo de morrer não é fácil, pois essas palavras acionam mecanismos cerebrais que afloram nossas referências de vida. Aceitar o fato de que nossa existência, bem como a das pessoas que amamos, tem um “prazo de validade” desconhecido, é árduo. Esse medo do desconhecido torna a morte uma questão difícil de ser discutida, enfrentada e pesquisada. Sendo assim entende-se que a tanatologia é uma ciência que estuda a morte, a relação do homem com a própria e com a do outro e todos os pontos relacionados e correlacionados com a perda de algo ou alguém. Por ser um estudo de grande expansão também nos referimos a essa ciência de tratado, porque adquiriu um corpo teórico onde colocamos em questionamento a relação das perdas, luto e a separação, levando muitas vezes a refletirmos sobre a nossa própria vida. Inicialmente a tanatologia preocupava-se com o doente terminal, aquele hospitalizado; depois passou a preocupar-se também com a família deste doente, com os profissionais médicos e da área da saúde e com todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, estejam relacionado com ele. As questões relativas às últimas fases da vida e do próprio processo de morte e morrer têm se tornado objeto de reflexão no campo da saúde, da filosofia, da antropologia e sociologia. Estas questões têm sido foco de preocupação e reflexão também da Organização Mundial da Saúde (OMS) que, em 1990, estabeleceu uma modalidade de assistência denominada cuidados paliativos. Segundo Santo o cuidado de enfermagem é promover o bem estar e o conforto de clientes e familiares, estabelecendo uma relação de ajuda e orientação. A equipe de enfermagem tem como estabelecer uma comunicação mais estreita a partir da relação do cuidado. Dessa forma pode-se conhecer melhor o paciente como pessoa, pois o enfermeiro encontra-se mais presente durante o estágio terminal. Todavia o agravante é que os profissionais de saúde, dentre esses os de enfermagem, estão despreparados para lidar com as questões relacionadas à morte e ao processo de morrer, pois tende a ser considerado um assunto pouco importante nas instituições de saúde, visto que a imagem do hospital é vinculada a um local de cura, e todos que o procuram têm a esperança de sair de lá curados. Diante do exposto surgiu o objeto da pesquisa: Cuidados de enfermagem no processo de pós-morte. O cuidar é a base do processo de atuação da enfermeira e para que esse cuidado seja bem sucedido, é necessário que se identifique as necessidades do cliente e da família, assim como suas formas de resolução, numa perspectiva de atuação holística e humanizada. Sendo assim, o problema da pesquisa é: Quais os principais cuidados de enfermagem no processo pós-morte? A morte e o processo de morrer são constitutivos da vida, carecendo assim em estudos no que se refere ao processo de formação do enfermeiro, pois ele irá cuidar de pessoas na vida, na iminência de morte e na morte. Neste sentido, a pesquisa tem como objetivo: Identificar e analisar na literatura os cuidados de enfermagem no processo pós-morte. Como metodologia utilizou-se a revisão integrativa de literatura, uma técnica de pesquisa que reúne e sintetiza o conhecimento produzido, por meio da análise dos resultados evidenciados nos estudos de muitos autores especializados. Esse método tem a finalidade de reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre um delimitado tema ou questão, de maneira sistemática e ordenada, contribuindo para o aprofundamento do conhecimento do tema investigado. Os estudos são analisados segundo seus objetivos, metodologia e resultados, sendo possível chegar a conclusões acerca de um corpo de conhecimentos. A população de estudo constituiu-se em todas as publicações indexadas no banco de dados MEDLINE (Literatura Internacional em Ciências da Saúde/Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), LILACS (Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde), sobre cuidados de enfermagem no processo pós morte. Para estabelecer a amostra de estudo foram estabelecidos critérios de inclusão: publicações do período de 2000 a 2010, disponíveis em português e o artigo completo, indexadas nos bancos de dados selecionados com os seguintes termos dos Descritores em Ciência da Saúde (DeCS): Cuidados de Enfermagem e Morte. A busca resultou em 37 publicações, sendo que uma publicação era repetida em mais de uma base de dados e 4 publicações não estavam disponíveis para leitura do texto completo. Após uma leitura pormenorizada e da realização de uma síntese das publicações, por similaridade de conteúdos, pode-se dividir os resultados em três categorias: Morte e morrer: concepções da enfermagem; Cuidados paliativos; A família. Como considerações finais acredita-se que os cuidados de enfermagem devem estar muito além de execução de técnicas, principalmente quando esse cuidado se dá ao paciente que se encontra no processo de morte, pois envolve uma série de outros fatores, como por exemplo, a família. Os cuidados de enfermagem ao paciente que se encontra no pós morte, ainda se dá pela execução das técnicas, não levando em consideração o cuidado holístico, onde a família também participa, necessitando de apoio, cuidado e compreensão. É preciso que o profissional mude seu foco e sua atitude, escutando, percebendo, compreendendo e identificando as necessidades, ao contrário de apenas fazer. Com isso as ações planejadas para o cuidado serão muito mais abrangentes e os resultados serão muito mais significativos, visto que o almejado é um cuidado integral. Sendo assim percebe-se a necessidade de discussão mais profunda sobre a temática, não somente a cerca de publicações, como também de capacitação dos alunos, ainda em âmbito acadêmico e de apoio especializado aos profissionais enfermeiros, pois mesmo sem embasamento, são eles que estão lado a lado do paciente na sua terminalidade, sofrendo, cuidando, chorando e apoiando. Descritores: Cuidados de Enfermagem; Morte TANATOLOGIA E ENFERMAGEM: A DOR PELA PERDA DE CRIANÇAS VÍTIMAS DE MAUS TRATOS ALMEIDA, A.C.G.B de,38 COSTA, M.B39 FONSECA, C.T.M da,40 GENTILLE, A.C.41 OLIVEIRA, T.C.T de,42 Introdução: É incorreto pensar que o lar é o local onde a criança se encontra mais protegida. Segundos dados da literatura grande parte dos casos de maus tratos infantil ocorre no ambiente familiar e na maioria das vezes, permanece silenciosa. OBJETIVOS: Promover através do estudo da Tanatologia a reflexão do profissional de enfermagem sobre morte de crianças vítimas de maus tratos e como lidar diante desta situação, listar os principais tipos de violência contra crianças, ressaltar a importância da identificação dos maus tratos infantil pelos profissionais de saúde. MÉTODO: Pesquisa exploratória e qualitativa. Foi realizada uma busca bibliográfica na Scientific Eletronic Library Online – Scielo, com os descritores Tanatologia, maus tratos, criança e enfermagem, combinada aleatoriamente. Os artigos foram selecionados segundo a relevância de seus resumos para a realização do trabalho, sendo usados somente aqueles publicados a partir do ano 2000. RESULTADOS: Apesar de inevitável, a morte não é discutida de forma natural, uma que vez que, culturalmente, ela é relacionada ao pavor e a não aceitação. Essa negação é evidente em todos os núcleos sociais, e até mesmo entre os profissionais de saúde. Segundo dados da literatura, morrem todos os dias 3.500 crianças e adolescentes vítimas de maus – tratos no mundo industrializado. Todos os anos, no Brasil, 12% dos 55,6 milhões de crianças menores de 14 anos são vítimas de alguma forma de violência doméstica. O setor de saúde tem importante papel no enfrentamento da violência doméstica, já que são nestas instituições que os reflexos da violência são facilmente percebidos. Entretanto, os profissionais dessa área focam nas lesões físicas, sem preocupar com suas origens, revelando despreparo profissional ou apenas a intenção de não se envolver. CONCLUSÕES: O presente estudo foi de grande utilidade também para aumentarmos nossa percepção quanto á importância de uma educação e esclarecimentos aos pais e/ou violentadores destas crianças, visto que estas (crianças) poderão sofrer novos e diferentes tipos de violência, além de correrem riscos de ir a óbito. Logo destacamos como um importante papel do profissional de saúde encarar a violência contra a criança um problema de saúde pública, e buscar resolver junto com os demais profissionais. DESCRITORES: Tanatologia, enfermagem, maus tratos infantis, criança. 38 Acadêmica do oitavo período do curso de Enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense – [email protected] 39 Acadêmica do oitavo período do curso de Enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense – [email protected] 40 Acadêmica do oitavo período do curso de Enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense – [email protected] 41 Profª Ms Em Educação pela Universidade Salgado de Oliveira (2000), graduada em Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1978) – [email protected] 42 Acadêmica do oitavo período do curso de Enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense – [email protected] CUIDADOS PALIATIVOS DE ENFERMAGEM NA FASE TERMINAL DO CÂNCER DE MAMA: UMA CATÁSTROFE NA VIDA FEMININA Araújo, Beatriz Mota 1. Viana, Áila Ferreira Vizeu2. Nascimento, Isabella V. Domingues do3 Maffei, Anna Luiza dos Santos Lessa4 Mello, Fernanda Pereira de5 Nascimento, Fernando Monteiro do6 Gentile, Angelina Cupolillo.7 RESUMO: A Tanatologia é uma ciência interdisciplinar nascida nos Estados Unidos que tem como foco o estudo da morte e do morrer3. Cuidados paliativos são cuidados ativos e totais do paciente cuja doença não responde mais ao tratamento curativo4. O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e o primeiro entre as mulheres, as quais sofrem muito com os reflexos desta doença principalmente na sua auto estima considerando-a como uma catástrofe em sua vida. Existem tratamentos, entretanto para alguns casos, não há a cura. E, como uma paciente com neoplasia maligna de câncer de mama em fase avançada se comporta frente a um prognóstico de morte? E quais os cuidados paliativos que a equipe de enfermagem desenvolve com as pacientes com câncer de mama em fase terminal? Diante destes questionamentos surgiu o objeto da pesquisa: os cuidados paliativos de enfermagem na fase terminal de câncer de mama. Objetivos: Conhecer através de revisão integrativa de literatura como se comportam as pacientes em fase avançada de câncer de mama, diante deste cenário que é tão agressivo na vida de uma mulher. Identificar na literatura e analisar os cuidados paliativos empregados pela enfermagem a um paciente em fase terminal de câncer de mama. Listar os cuidados paliativos que devem ser prestados as pacientes com câncer de mama em fase terminal. A metodologia utilizada para este estudo será a revisão integrativa, fazendo um levantamento de artigos publicados entre os anos de 2000 e 2010, na bireme, usando como descritores: tanatologia, cuidados paliativos, câncer de mama, catástrofe, enfermagem. Foram obtidos 50 artigos, das quais 12 abordam mais especificamente a temática proposta. E serão analisados e discutidos no decorrer do estudo e do desenvolvimento da disciplina ESAI II. CUIDADOS PALIATIVOS DOS ENFERMEIROS A CRIANÇAS ONCOLÓGICAS EM FASE TERMINAL 1 Lima, Márcia Valéria Rosa Nogueira, Glycia de Almeida2 Pereira, Vanessa Tavares3 O enfermeiro é o elemento da equipe de saúde que mais próximo e mais tempo permanece com o doente e sua família, o que possibilita o privilégio de conhecer melhor a pessoa, sua doença, suas necessidades, e acaba por partilhar com ela os seus momentos mais íntimos1. A enfermeira, ao cuidar de criança em fase terminal, depara-se com a angústia e a dor dos familiares, assim como com a sua própria dificuldade em lidar com esta situação. Particularmente por tratar-se de criança, é freqüente o envolvimento emocional e a dor pela perda do paciente2. Enfrentar a fase terminal de uma criança por todo o significado cultural e afetivo que acarreta, é uma tarefa difícil, complexa e muito dolorosa3. Diante do exposto e concomitante com a jornada de tanatologia promovida pela Escola de Enfermagem da UFF na disciplina ESAI II, surgiu o interesse em estudar e apresentar um trabalho sobre o tema proposto pela jornada. Este trabalho tem como objetivos conhecer através de revisão bibliográfica os cuidados paliativos do enfermeiro dispensado às crianças oncológicas em fase terminal e oferecer por meio deste estudo informações ao enfermeiro que contribua com a ampliação de seus conhecimentos sobre tanatologia diante da criança oncológica em fase terminal. A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica acerca do assunto, realizada no período de 30 de agosto a 20 de setembro de 2010 em livros de práticas de enfermagem e nas bases de dados eletrônicos SCIELO Brasil (Scientific Electronic Library Online) e BDENF (Bancos de Dados de Enfermagem); Utilizamos os descritores: Enfermagem, cuidados paliativos, oncologia e pediatria. Após sucessivas análises baseadas nos resumos dos artigos, utilizamos como critério para seleção aqueles que abordavam a morte e o morrer, crianças oncológicas e cuidados paliativos em enfermagem. Como resultados da pesquisa encontraram que em enfermarias de doenças graves, a morte de uma criança pode ser uma das maiores dificuldades enfrentadas por enfermeiras e pessoal auxiliar, assim como pelos médicos4. Observamos que os significados do conforto, para os jovens que vivenciam o câncer, é a necessidade de um lugar seguro e de afeto, para as enfermeiras oncológicas cuidadoras desses sujeitos, o conforto é ao mesmo tempo um estado de equilíbrio pessoal e ambiental5. A prática da assistência em Cuidados Paliativos se confronta todo o tempo com os aspectos emocionais, psicológicos e espirituais dos profissionais que a praticam, mais particularmente da Enfermagem, pois esta está durante todo o período do plantão junto ao leito do paciente, visto a demanda dos sintomas concorrentes e recorrentes durante a sua internação6. Diante do exposto A enfermagem, principalmente nesse momento, deve ajudar a família, pois esta necessita de cuidado, apoio e conforto. As ações devem ser traçadas objetivando proporcionar uma experiência menos dolorosa à família, tendo um desvelo todo especial na transmissão da notícia da morte e no preparo do ambiente, e garantia de privacidade, assim como respeito ao tempo necessário para a despedida7. Com tudo, identificou-se que o cuidador é um ser complexo com sentimentos, capacidade de reflexão, necessidades, dificuldades e percepções sobre o cotidiano que o cerca, mas com limitações para enfrentar e transformar situações de estresse como a morte na infância8. Concluímos sobre a importância de uma formação social e acadêmica que dê subsídios aos enfermeiros para trabalharem melhor seus sentimentos e suas ações diante de crianças em fase terminal. Através dos artigos, destacamos que o cuidar abrange mais que uma atitude; é uma ocupação, uma preocupação. O cuidar de pacientes fora de possibilidade de cura é abraçá-lo, e envolvê-lo sim do medo da morte, ou melhor, ter consciência de que ela existe para todos6. No que tange ao cuidado à família da criança em fase terminal, a enfermagem deve identificar que a família precisa de cuidados para enfrentar aquele momento de tristeza. Vale ressaltar que lidar com as reações das famílias que experienciam o processo de morte da criança exige do enfermeiro uma assistência abrangente7. Por isso, aos enfermeiros que trabalham com crianças em fase terminal, cabe o cuidado, dando a elas e a suas famílias o conforto necessário, de forma que a obrigação de salvar vidas, que tanto atormenta os enfermeiros, seja redescoberta pela necessidade de oferecer a essas crianças e a sua família a vivência do processo do morrer de forma digna. Descritores: Enfermagem, Cuidados paliativos, Oncologia e Pediatria. Referências Bibliográficas 1. Ferreira NMLA, Souza CLB, Stuchi Z. Cuidados paliativos e família. Rev. Ciênc. Méd., Campinas, 2008 jan/fev, 17(1):33-42. 2. Silva KS, Kruse MHL. As sementes dos cuidados paliativos: ordem do discurso de enfermeiras. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS) 2009 jun;30(2):183-9. 3. Paro D, Paro J, Ferreira DL.M. O enfermeiro e o cuidar em Oncologia Pediátrica. Arq Ciênc Saúde 2005 jul-set;12(3):151-57. 4. Simoni M, Santos ML. Considerações sobre cuidado paliativo e trabalho hospitalar: uam abordagem plural sobre o processo de trabalho de enfermagem. Psicologia USP, 2003, 14(2), 169-194. 5. Rosa LM; Mercês NNAM, Santos VEP, Radünz V. As faces do conforto: visão de enfermeiras e pacientes com câncer. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2008 jul/set; 16(3):410-4. 6. Clemente RPDS, Santos EHS. A não-ressuscitação, do ponto de vista da enfermagem, em uma Unidade de Cuidados Paliativos Oncológicos. Revista Brasileira de Cancerologia 2007; 53(2): 231-236. 7. Avanci BS, Carolindo FM, Góes FGB, Netto NPC. Cuidados Paliativos à criança oncológica na situação do viver/morrer: a ótica do cuidar em enfermagem. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2009. out-dez; 13 (4): 70816. 8. Paro D, Paro J, Ferreira DL.M. O enfermeiro e o cuidar em Oncologia Pediátrica. Arq Ciênc Saúde 2005 jul-set;12(3):151-57. A VISÃO DA ENFERMAGEM SOBRE A HISTÓRIA DA MORTE NA SOCIEDADE SANTOS, A. G.1 RIBEIRO, M. C. M.2 Por anos o homem mantém rituais característicos a uma mesma tribo, época e povo. É no momento da morte que os rituais se firmam, reunindo toda uma comunidade comum e cultural á seus entes mortos. Durante esses hábitos fúnebres vários signos cercam o morto tais como luzes, cor, calor e vida, nota-se então que, por meio desses, recursos que tornam o velório cada vez mais característico de uma tribo e transformado durante o passar dos anos com ornamentos florais, luzes, cortejos fúnebres, alguns cultuados dentro da sala de estar de sua própria casa acreditando-se que assim o cerimonial fica mais acolhedor e o ente morto se perpetua em símbolo no meio familiar. Essas interpretações evidenciam a negação da morte. E a morte que passava todas as etapas em casa, hoje, com a evolução da era digital, tais cerimônia sofreram intensas modificações, observa-se que a morte que se passava em casa se transferiu para o quarto de um hospital, onde o silêncio da família e a equipe comprovam a mesma negação que ocorria na morte no domicílio. Dentre as várias ópticas da morte Jorge Amada, em Capitães de Areia, retrata a morte como se cortejasse o corpo frio e sem vida da personagem. A morte é retratada como uma antítese; a dor de perder e a paz que se mantém, a cerimônia é limpa e virgem e a morte é sentida sem ser sentida. Sendo assim, o objetivo dessa pesquisa é descrever a trajetória histórica da morte no processo da sociedade e da hospitalização, através de materiais e métodos qualitativo descritivo reflexivo, os dados foram coletados através de livros, periódicos e a utilização da biblioteca virtual. Para a análise dos dados coletados foi feito uma leitura interpretativa com o objetivo de refinamento dos dados, a fim de atingirmos o objetivo desta pesquisa. Dessa forma emergiram as seguintes linhas temáticas: a morte domiciliar nos seus primórdios, que se manteve enraizado na cultura de diversos países, sendo caracterizada por cada seita em rituais com o corpo, dos mais comuns, se encontrava símbolos como véu, quando no morto na cor branca e nos familiares no preto, cor esta uniformizada dentre os familiares e convidados representando o luto; velas posicionadas em quatro extremidades do corpo no formato da cruz; orações ressoavam como cantos pela sala de estar, quarto ou mesmo sala de jantar, seja onde estivesse o corpo; de forma singela e muito carinhosa o corpo era velado por horas podendo perdurar um dia inteiro, neste momento, em meio da dor da perda os sentinelas se reconfortavam e se despediam do seu ente em meio do que se conhecia como “comer e beber o morto”, sendo, depois, cortejado ao som de cânticos até o local onde seria enterrado. Ao compararmos o diagnóstico de morte que se fundava na cessação da respiração e das funções cardíacas, hoje, o conceito retrata-se na parada das funções vitais e na separação do corpo e da alma. Isso nos leva a outra vertente importante para a formação da pesquisa, a hospitalização da morte, caracterizada pela institucionalização do indivíduo agora tratado como paciente/cliente, sem identidade, pouco se conhece deste e por sua vez este pouco reconhece quem o atende. A morte é fria e solitária, dentro de um cômodo pouco confortável e desconhecido; à ele não é feito cantadas e reuniões longas, do hospital o corpo sai empacotado em um saco preto sem grandes cerimônias, é levado a uma capela ainda menos familiar, sem demora e ao som do vento é levado ao túmulo pelos seus familiares. Considerando que no contexto da dor da morte, aparecem as quais vertentes discutidas anteriormente, a aceitação ou não da morte advém de fatores de opressões tornando a mudança desses hábitos extremamente difícil ao homem. No conjunto de todas as transformações que a humanidade vem construindo no decorrer da história; duas ao menos permanecem constantemente opostas: o nascer e o morrer. O convívio com esses extremos é ainda bastante conturbado mesmo com total certeza de que esses eventos são naturalmente evidentes, deixando o profissional de enfermagem exposto á fatores desencadeadores de distúrbios psicológicos. O profissional de saúde é finito como todo e qualquer outro ser humano, e também passa por profundos dilemas existenciais quanto ao enfrentamento e vivência da morte em seu cotidiano de trabalho. Na maioria das vezes, esse profissional, ainda como acadêmico, não oferece uma assistência de qualidade, não conseguindo assistir a pessoa que está morrendo e/ou sua família, em razão da morte se configurar como momento de grande sofrimento e fracasso da ação principal em manter a vida. É preciso olhar para as necessidades não ditas, perceber o imperceptível, compreender o que se oculta atrás das palavras, entender os processos da morte e do morrer para que se torne capaz de auxiliar os pacientes. Descritores: morte, enfermagem, tanatologia. REFERÊNCIAS: AMADO, J. Capitães da Areia. São Paulo: Ed. Círculo do livro, [198-?] ARIÈS, P. História da Morte no Ocidente: da idade média aos nossos dias. Trad. de Priscila Viana de Siqueira. Rio de Janeiro: Ediouro; 2003. 311p. KÜBLER-ROSS, E. Sobre a Morte e o Morrer: o que os doentes terminais tem para ensinar a médicos, enfermeiras, religiosos e aos seus próprios parentes. 8. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. MARANHÃO, J. L. de S. O que é a morte. 4ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Brasiliense, 1992. 77p. RODRIGUES, J. C. Tabu da Morte. Rio de Janeiro: Ed. Achione, 1983. 1v. 296 p. RUIZ, J. A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 5ª edição, São Paulo: atlas, 2002. 1 Amanda Girard dos Santos, acadêmica da Universidade Salgado de Oliveira. E-mail: [email protected]. 2 Maria da Conceição Muniz Ribeiro, professora mestra da Universidade Salgado de Oliveira na disciplina de Enfermagem de Centro Cirúrgico. E-mail: [email protected] O SENTIMENTO DOS PACIENTES AMPUTADOS E O DESTINO DOS MEMBROS 1 MARTINS, Igor Costa2GIRÃO, Renata Vieira3 MARTINS, Nathália Henrique4 GUALTER, Carolina5 CASTRO, Ludmila Torraca de6GALINDO,Isis7 COSTA, Dircilane Rezende da8LIMA, Márcia Valéria Rosa Esse tema foi escolhido para descobrir os sentimentos do cliente amputado e os cuidados DE ENFERMAGEM necessários. Sendo possível entender que o princípio do cuidado de si para o cliente amputado toma a forma de uma atitude, desenvolvida em práticas que serão refletidas e ensinadas como um processo contínuo após a cirurgia. A percepção da relação de corpo/físico/mente/espírito permearam, todos os momentos de sua vivência. Todos esses aspectos oferecem importantes elementos para reflexão quanto à Assistência de Enfermagem a pacientes amputados. Esta pesquisa também refletiu a cerca do destino dos membros amputados no Hospital Universitário Antônio Pedro. O objetivo é conhecer a relação do paciente com a perda do membro amputado. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, baseada na busca de artigos no sistema da Biblioteca virtual em Saúde (BVS). Foram pesquisadas as palavras chaves enfermagem, tanatologia e amputação. Foram pesquisados 09 artigos relacionados ao tema descrito, com o recorte temporal nos últimos cinco anos em espanhol , inglês e português. Estes apresentaram a relação difícil para os familiares e pacientes que sofreram perda de membros, principalmente em situações trágicas. Lidar com a frustração e a indignação gerada pela amputação relaciona-se a assistência integral na importância dos sentimentos dos pacientes, considerando que o enfermeiro segundo estudos, é o profissional que passa mais tempo junto a ele. Portanto é significante que seja inserido no processo de cura do paciente um apoio por parte da enfermagem, para que este aceite a perda com o mínimo de danos ao psicológico. Durante a leitura dos nove artigos foi buscado, inicialmente, a familiarização com a experiência vivida. Durante o préoperatório o paciente experimenta ambigüidade de sentimentos, pois esse momento da vida em que a pessoa está prestes a assumir um novo modo de ser-no-mundo, desperta uma infinidade de sentimentos, verbalizados ou não. Apesar de os pacientes afirmarem que concordavam com a cirurgia, apresentavam expressões de desânimo, dor, angústia, medo, tristeza e choro, permanecendo cabisbaixos. Os gestos comunicavam, a todo o momento, a dificuldade em viver na iminência de uma cirurgia mutilante. Perder uma parte do corpo é ter alterada toda uma existência, é viver uma incompletude que traz consigo uma série de alterações no existir. É ter que se adaptar/readaptar, aprender a viver novamente, agora assumindo uma outra perspectiva no mundo para si, para os outros, para os objetos. O paciente em pré-operatório busca afastar de si o que considera doloroso, afirmando que se sente bem apesar das circunstâncias. Esse esforço não passa de uma tentativa, pois o corpo expressa tudo aquilo que as palavras não dizem e, nesse caso, as expressões verbais e não-verbais divergem. Apesar do sofrimento vivenciado em razão da iminente perda, o paciente vê na família um motivo para tentar mascarar a dor sofrida. Preservar o familiar do sofrimento vivenciado parece ser questão primordial. De certo modo, a preocupação com a família mostra-se como algo determinante para a manutenção das aparências e do contínuo esforço para não deixar transparecer a dor vivida. A experiência cirúrgica se mostra ao paciente em suas possibilidades, pois torna possível uma existência de modo diferente. Pode-se ver a perspectiva de uma existência incompleta, pois há perda de parte do corpo, ou pode ser simplesmente a perspectiva de abertura a novas vivências, livre da dor, da parte deformada, da parte orgânica que também traz sofrimento e que, muitas vezes, modifica o movimento do serno-mundo. Vivenciar uma amputação implica em experiência marcada por alterações biopsicossociais, espirituais e culturais, repleta de estigmas, decorrentes da deficiência instalada e de sentimentos diversos, convergentes e divergentes, que se entrelaçam e se unem formando um todo. É uma vivência constituída por sentimentos que se confundem, sendo permeada pela razão, que visualiza a cirurgia como necessária, e a emoção que não aceita a perda. A PRÁTICA DO CUIDADO PALIATIVO NA ENFERMAGEM Bruna de Souza Pena1 Amanda Martins Rosa2 Fernanda Almenara Silva dos Santos3 Jenefer de Meneses Frossard4 Quezia Cristina da Silva Simões Lessa5 Marcia Valeria Lima Rosa6 1 Acadêmica de enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa. Universidade Federal Fluminense. Bolsista de extensão do Pró-saúde. Email: [email protected] 2 Acadêmica de enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa. Universidade Federal Fluminense. Bolsista de Iniciação Cientifica- PIBIC/CNPq. 3 Acadêmica de enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa. Universidade Federal Fluminense. . Email: Bolsista de extensão do Pró-saúde 4 Acadêmica de enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa. Universidade Federal Fluminense. Bolsista de iniciação cientifica da FAPERJ. 5 Acadêmica de enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa. Universidade Federal Fluminense. Monitora de histologia. 6 Márcia Valeria Lima Rosa . Professora da disciplina Enfermagem na Saúde do Adulto e Idoso II. INTRODUÇÃO: Os cuidados paliativos são cuidados essências que de forma organizada cuida, ampara e apóia os doentes em fase terminal. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2002), cuidados paliativos são cuidados ativos e totais do paciente cuja doença não responde mais ao tratamento curativo 1. O profissional de enfermagem, no contexto dos cuidados paliativos, é de suma importância, por ter um contato maior com o paciente, favorecendo assim a relação de confiança estabelecida entre enfermeiro-paciente.Com isso, destaca-se a importância do estudo como contribuição para a área da enfermagem. OBJETIVO: Identificar a disponibilidade de estudos sobre os cuidados paliativos realizados pelo enfermeiro. Avaliar sua importância, a fim de destacar métodos, estratégias e novos conceitos na área. MÉTODO: Trata-se de uma revisão integrativa que é definida como uma revisão em que conclusões de estudos anteriores são sumarizadas, de maneira sistemática, a fim de que se formulem inferências sobre um tópico específico. A questão norteadora da pesquisa foi: Qual o papel do enfermeiro, e a sua importância na aplicação dos cuidados paliativos, nos múltiplos campos de atuação? Para a seleção dos artigos analisados foi utilizada a base de dados BIREME. Foram selecionados estudos na base de dados BIREME, publicados entre 2001 e 2010. Os critérios de inclusão dos artigos definidos, inicialmente, para a presente revisão integrativa foram: artigos publicados em português, inglês e espanhol, disponíveis na base de dado na integra, no período compreendido entre 2000 e 2010; palavras-chave: cuidado paliativo, enfermagem; artigos que retratassem métodos, intervenções e conceitos nos cuidados paliativos, demonstrando a relevância e a eficácia dessa prática. DISCUSSÃO E RESULTADOS: Foram selecionados para analise de acordo com os critérios de inclusão um total de 12 artigos sendo 6 em inglês, 2 em espanhol e 4 em português. Sob o pressuposto pela Teoria Humanística de Enfermagem, desenvolvida em 1976 por Paterson e Zderad, o cuidado de enfermagem é visto no contexto humano, como uma resposta de conforto de uma pessoa para outra num momento de necessidade, com uma visão de elevação do bem-estar. Segundo Santos (2007), a pratica de enfermagem é descrita fenomenológicamente, como a capacidade da enfermeira de trabalhar com seres humanos em suas intensas experiências, não focando apenas no bem-estar, mas também em seu máximo senso, ajudando o ser humano num momento particular de sua vida. Quando o enfermeiro, ao cuidar do paciente oncológico fora de possibilidade terapêutica, aplica o referencial da Teoria Humanística em combinação com o cuidado paliativo, é possível reconhecer cada ser como existência singular em sua situação. Desse modo, propicia entender seu significado e compreendê-lo no processo de doença. Um dos artigos em espanhol realizou uma revisão bibliográfica sobre cuidados paliativos para pacientes em fase terminal de câncer de mama, trás como destaque o enfoque principal da essência dos cuidados paliativos que é realizado por uma equipe multiprofissional que visa proporcionar qualidade de vida e amenizar o sofrimento biológico, psicológico, espiritual e social do paciente sem possibilidade de cura, lembrando que esse cuidado se estende as familiares que os cercam. O segundo artigo de língua espanhola destaca o cuidado de enfermagem no câncer pediátrico, apesar de realizar uma discussão abrangente sobre o tema trazendo tratamento, epidemiologia e programas nacionais dentro de revisão bibliográfica destaca o cuidado paliativo, onde a criança recebe um cuidado que visa a melhora da qualidade de vida como em qualquer outra faixa etária, nesse artigo um diferencial é que ele trás a reflexão a cerca de duas perguntas: “estamos preparados para enfrentar a morte dos nossos pacientes?” e “Quando falar sobre morte para nossas crianças?” considerando que o profissional que oferece o cuidado paliativo também é um sujeito ativo e carece de destaque na dinâmica do cuidar. No que concerne a prática do cuidado paliativo na enfermagem um artigo trás a importância da comunicação terapêutica entre enfermeiro- paciente, visto que o enfermeiro é o profissional da saúde que mais tempo passa prestando cuidados ao paciente. Um dos artigos em inglês fala do programa inglês Liverpool Care Pathway que visa dar melhores cuidados nos últimos três dias ou, até mesmo, horas de vida de um paciente terminal de câncer, oferecendo orientações no controle dos sintomas, medidas de conforto, descontinuação de medidas inapropriadas e antecipatórias de prescrição de medicamentos, dando apoio psicológico e espiritual tanto para o paciente quanto para a família, ou seja, oferece os princípios dos cuidados paliativos. O artigo Documentation of best interest by intensivists: a retrospective study in an Ontario critical care unit trata da avaliação de vários prontuários de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva, do Centro de Ciências da Saúde Sunnybrook e levanta questões relacionadas aos responsáveis por e pacientes terminais, estariam eles tomando as decisões corretas com relação ao tratamento, visto que esses pacientes não apresentam condições físicas ou até mesmo psicológicas para saberem o que é o melhor para eles. O que nos leva a refletir sobre a importância do enfermeiro que dentro da equipe do cuidado por ser profissional que mais tempo passa com o paciente e sua família seja uma peça chave para esclarecer ao familiar sobre o tratamento e as decisões a serem tomadas. Um artigo em português que nos traz a cerca da percepção do enfermeiro diante das crianças oncológicas sob cuidados paliativos, apresenta o processo de sofrimento e misto de emoções para o profissional, assim voltando os cuidados para a promoção do conforto, alívio da dor e dos sintomas, além do atendimento às necessidades biopsicossociais e espirituais. Essas pontuações acerca do desgaste da equipe de enfermagem e sobre o cuidado também são descritas em outro artigo em português, síntese de um trabalho de doutorado, que também discorre a cerca da dor, da morte e da bioética. CONCLUSÃO: Portanto ao realizarmos a analise desses artigos, que trazem em destaque os cuidados paliativos conseguimos refletir que o enfermeiro e um profissional de estrema importância nesse tipo de cuidado, pois em relação a equipe multiprofissional ele é o que estar presente a todo instante com o paciente e família com isso é capaz de perceber o contexto em que estar inserido paciente terminal e interagir junto com a equipe de forma ativa a fim de obter uma melhor qualidade de vida a esses pacientes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Araujo MMT de, Silva MJP da. A comunicação com o paciente em cuidados paliativos: valorizando a alegria e o otimismo. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2007; 41(4): 668-674. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sciarttext&pid=S0080-623 4200700040 0018. Avanci BS, Góes FGB, Carolindo FM, Netto NPC. Cuidados Paliativos à criança oncológica na situação do viver/morrer: A ótica do cuidar em enfermagem. 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CONSIDERAÇÕES SOBRE CUIDADO PALIATIVO E TRABALHO HOSPITALAR: UMA ABORDAGEM PLURAL SOBRE O PROCESSO DE TRABALHO DE ENFERMAGEM. Psicologia USP, 2003, 14(2), 169-19 A SITUAÇÃO DE MORTE PARA ACADÊMICOS(AS) DE ENFERMAGEM CHAGAS FILHO, Gustavo Alberto Suarez das43ESCUDEIRO, Cristina Lavoyer44 MACHADO, Jair da Silveira45 ANGELO, Marcelle Siqueira46 Introdução: A Tanatologia é uma área de conhecimento que a Enfermagem vem desenvolvendo estudos no sentido de compreender esse fenômeno para o cuidar em enfermagem, uma vez que a morte e seus desdobramentos fazem parte do cotidiano da profissão. Objetivos: O presente estudo objetivou analisar a percepção do(a) acadêmico(a) de enfermagem acerca da situação de morte. Metodologia: Pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo descritiva, tendo como cenário uma instituição privada de ensino superior. O universo pesquisado foi de 49 alunos de graduação em enfermagem nos quatro períodos iniciais do curso de graduação. A coleta de dados foi realizada mediante um formulário com questões abertas e fechadas, no período de agosto à setembro de 2010. Resultados: Dos sujeitos desta pesquisa, 42 (85,71%) são do sexo feminino, sendo a faixa etária predominante entre 20 e 30 anos (21 sujeitos, 42,85%). Vinte e nove (59,18%) não são casados, porém 21 (42,85%) possuem filhos independente do estado civil. Quanto a religião de cada participante, existe um equilíbrio entre católicos (18 sujeitos, 36,73%) e protestantes (16 sujeitos, 32,65%); e 5 ( 10,20%) declaram ser espíritas. Enquanto 39 (79,59%) declaram ter uma religião, apenas 25 (51%) declaram praticá-la. A situação de morte foi vivenciada por 85,71% (42 sujeitos) sendo a morte de algum familiar, 29 (50,88%) situações das 57 experenciadas pelos sujeitos, e o sentimento mais presente foi o de tristeza (30 – 58,85% - em 59 citações). A maioria dos sujeitos (35 – 71,43%) gostaria de ser informada, na possibilidade de uma dopença grave e com tempo limitado de vida, porém a maioria (18 sujeitos, 36,73%) não autorizariam a sua necrópsia, assim como não autorizariam a necrópsia em algum familiar (19 sujeitos/38,77%), no entanto 44 dos sujeitos (89,90%) aceitaria a doação de algum dos seus órgãos após a morte, assim como respeitariam (48 sujeitos/87,76%) o desejo de algum parente que tenha a opinião positiva acerca da doação dos seus próprios órgãos. Quanto à importância de se abordar o tema sobre a morte, durante a formação acadêmica, 43 (87,75%) tem por opinião que o tema deva ser abordado; 5 (10,20%) acreditam não ser um tema de relevância a ser abordado na formação do enfermeiro e apenas 1 (2,05% ) declara ser indiferente. Trinta e dois sujeitos (65,30%) sugeriram estratégias para abordagem do tema, sendo a preferência dos mesmos as relacionadas à palestra/debate/seminário (17 citações/34,69%), destaca-se ainda que 5 citações (10,20%) apontam para que a abordagem do tema seja na disciplina de Psicologia. Conclusão: A morte se apresenta como uma situação de dor e tristeza para os acadêmicos do estudo; mas também de conformação pois o sofrimento do ente querido se cessará a partir da sua morte. O corpo sem vida é percebido como a possibilidade de continuidade de vida para outras pessoas, uma vez que a doação de órgãos foi predominante entre os acadêmicos, no entanto a necrópsia não é bem aceita por estes. A morte 43 Enfermeiro. Mestre em Enfermagem. Coordenador do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade União Araruama de Ensino / FAC – UNILAGOS. Orientador do trabalho. 44 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Vice-Coordenadora do Curso de Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa / Universidade Federal Fluminense. 45 Acadêmico de Enfermagem da Faculdade União Araruama de Ensino / FAC – UNILAGOS. 46 Acadêmica de Enfermagem da Faculdade União Araruama de Ensino / FAC – UNILAGOS. como tema a ser abordado na formação se mostra como de fundamental importância, principalmente em como lidar com a situação em si mas também como abordar e acolher a família. A ENFERMAGEM NA RESILIÊNCIA DOS FAMILIARES QUE PERDERAM SEU ENTE QUERIDO: REFLEXÕES DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM. Barros, Amanda Corrêa. ² Gentile, Angelina Cupolillo. ³ Fernandes, Dalva Marina Motta. ² Bernardes, Gleiciane de Almeida. ¹ Ferreira, Letícia dos Santos. ² Silva, Mirian Gonçalves da. ² Sampaio, Sarah Zani. ² Barbosa, Viviane Quintana. ² INTRODUÇÃO: A possibilidade de morte está presente em todo momento da vida e essa consciência exerce poder transformador na relação que se estabelece com o viver. Conforme se aceita os limites da capacidade de controlar o incontrolável e elaborar as perdas pessoais não resolvidas, pode-se trabalhar de modo mais sensível com os dilemas das famílias que estão sob os cuidados dos profissionais de enfermagem. A morte é um evento presente no cotidiano da equipe de enfermagem, e como tal, pode ser entendida como um fracasso, pois o que sempre se busca é a melhora do paciente em direção à saúde e nunca em direção contrária. Se o profissional não consegue alcançar seu objetivo ou, mais especificamente, se o paciente morre, a atuação pode ser vista por ele e pelos outros como fracassado. Essa forma de proceder evidencia o entendimento de que a morte não é mais considerada como o limite natural da vida humana, ou algo inerente à própria existência. Nessa concepção, o paradigma de curar, vencer a morte, facilmente, torna o profissional prisioneiro do domínio tecnológico e científico. O interesse em pesquisar o assunto partiu de inúmeras inquietações advindas do campo prático da disciplina Enfermagem na Saúde do Adulto e Idoso II, ao pensar em situações de morte e morrer de pacientes no centro cirúrgico. O distanciamento do profissional de enfermagem, o medo de discutir o assunto, os momentos de interação com a família foram alguns dos aspectos propulsores da atitude investigativa. OBJETIVO: S e n d o a s s i m , e s t e e s t u d o o b j e t i v a a v a l i a r a s p o s s í v e i s c o n t r i b u i ç õ e s do enfermeiro na resiliência dos familiares frente à morte de seu ente querido no centro cirúrgico, diante da visão dos acadêmicos de enfermagem. METODOLOGIA: Método qualitativo feito através de dados subjetivos, sem que se utilize de instrumentos de medidas, demonstrando apenas a qualidade do que se apresenta, onde a análise de conteúdo ocorreu através de uma revisão de literatura. O local da coleta de dados o c o r r e u n o do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) e o s dados foram coletados através da observação de campo. RESULTADOS: Na amplitude de sua assistência, a enfermagem, assim como as demais profissões de saúde, se subdividem em várias áreas, neste momento, voltamos nossa atenção à humanização da assistência de enfermagem em centro cirúrgico. Esta questão se torna relevante partindo do princípio de que com o avanço científico, tecnológico e a modernização de procedimentos, vinculados à necessidade de se estabelecer controle, o enfermeiro passou a assumir cada vez mais encargos administrativos, afastando-se gradualmente do cuidado ao paciente. Ao observarmos as atividades desenvolvidas pela enfermagem no centro cirúrgico, temos: recepção e identificação do paciente, encaminhamento à sala de cirurgia, preparação e montagem da sala, teste e verificação da segurança dos equipamentos, mobilização e transporte de pacientes, recepção e avaliação em sala de recuperação anestésica, assistência individualizada e humanizada, encaminhamento e alta com segurança e respeito. Após tais observações e indagações podemos afirmar que poucas são as mortes ocorridas no centro cirúrgico, e quando estas ocorrem, a maioria são de cirurgias de emergências. Em tais situações o enfermeiro não chega a manter um contato contínuo com o paciente, após a sua saída do centro cirúrgico os responsáveis por ele e por tais cuidados pós-cirúrgicos cabem a equipe de enfermagem da URPA (unidade de recuperação pós-anestésica). Diante de uma proposta de pesquisar a atuação do enfermeiro junto a familiares que acabaram de perder seus entes queridos, descobrimos que no HUAP esse papel não é exercido. Os parentes terão contatos apenas com assistentes sociais e médicos. A enfermagem só lida com a morte no momento da preparação do corpo, fazendo com que os enfermeiros distanciem cada vez mais o seu contato com os familiares pouco contribuindo para o momento da resiliência. CONCLUSÃO: Concluiu-se que humanizar a assistência de enfermagem em centro cirúrgico é um desafio, entretanto, possível e fundamental na prática da enfermagem, essencialmente nesta área. O luto pela perda de uma pessoa amada é a experiência mais universal e, ao mesmo tempo, mais desorganizadora e assustadora que vive o ser humano. Dessa forma, o espaço hospitalar não pode ser considerado um espaço essencialmente racionalizado, e estritamente técnico científico. Ele deve ser humanizado, agregando elementos que possam trazer alegria, espiritualidade, religiosidade, cura, afeto, amor. Descritores: Enfermagem de centro cirúrgico, Estudantes de enfermagem, Resiliência psicológica.