PROJETO FORMAÇÃO DE FORMADORES E MULTIPLICADORES PARA O CONTROLE SOCIAL ANTECEDENTES Natureza e Missão do CEAP O CEAP foi fundado em 1987 e está sediado em Passo Fundo-RS. É uma organização da sociedade civil, não governamental, sem fins lucrativos, autônoma, comprometida com a construção de um projeto de sociedade democrático e popular para o Brasil, tendo a Educação Popular como o elemento políticopedagógico central da sua atuação. Propõe-se como tarefa ação a formação de lideranças sociais e conselheiros de políticas públicas, principalmente da saúde. Atua na sistematização de práticas de educação popular e apoia processos organizativos que lutam em prol dos direitos humanos, com ênfase na saúde e seguridade social.. O eixo do CEAP é a Educação Popular e Cidadania. Para dar unidade ao Eixo, a entidade desenvolve o trabalho a partir da articulação de três áreas estruturantes: Assessoria, Pesquisa e Formação. Experiência na área da formação de lideranças e conselheiros 1 O CEAP atua na formação de lideranças e conselheiros da saúde desde a sua criação. Porém, a partir do ano de 2001, iniciou um processo formativo de conselheiros da saúde e lideranças sociais na Região Sul do Brasil, oriundas de diferentes conselhos, entidades e movimentos sociais. Essa experiência foi realizada durante dez anos ininterruptos, e teve como principal diferencial o desenvolvimento de uma metodologia participativa e multiplicadora. Compunham o curso etapas presenciais e à distância, em que os participantes desenvolviam processos político-formativos junto à suas entidades e conselhos de saúde. Nesse período o CEAP também desenvolveu experiências formativas exitosas junto a movimentos, entidades e conselhos de saúde específicos. Essas iniciativas têm se ampliado gradativamente e respondem a temas e públicos específicos. Elas oportunizaram ao CEAP o acúmulo em temáticas diversas relacionadas à saúde e ao controle social, tendo em vista diferentes recortes geográficos (intra-municipal, municipal, intra-estadual, estadual e nacional). Por fim, cabe assinalar que a experiência político-formativa concretizada pelo CEAP buscou priorizar a sistematização de conhecimentos contruídos nos respectivos processos. Para o CEAP, o desenvolvimento de materiais educativos a partir da experiência realizada constitui-se em ferramenta fundamental de sistematização elencamos e socialização algumas do publicações conhecimento. resultantes dos A seguir, processos realizados pelo CEAP: BOTH, Valdevir; BRUTSCHER, Volmir. A atuação do CEAP em Passo Fundo: educação popular e o exercício do controle social no 2 SUS. In KUJAWA, Henrique; CARBONARI, Paulo (Org.). Luta pelo Direito Humano à Saúde: experiência de Passo Fundo. Passo Fundo: Méritos, 2004. BOTH, Valdevir; BRUTSCHER, Volmir; KUJAWA, Henrique. Direito à Saúde com Controle Social. Passo Fundo: CEAP, 2003. BOTH, Valdevir; et al. Financiamento do SUS: A luta pela efetivação do Direito Humano à Saúde. Passo Fundo: CEAP, 2005. BOTH, Valdevir; PERALTA, Jorge A.; PERUZZO, Nara A. Direito à saúde : desafios ao controle social. 2. ed., rev. e ampl.- Passo Fundo: IFIBE, 2013. Centro de Educação e Assessoramento Popular Pacto pela saúde: possibilidade ou realidade? CEAP. - 2. ed. - Passo Fundo : IFIBE, 2009. BOTH, Valdevir; et. al. O SUS e as eleições municipais. 2 ed. Passo Fundo: CEAP, 2008. CEAP. Desta vez vai ser pra gente: garanta uma saúde diferente. Passo Fundo: Fórum Sul da Saúde, 2002. PERALTA, Peralta G.; PERUZZO, Nara A.; BOTH, Valdevir. Direito humano à saúde e Educação Popular: Experiência de Passo Fundo. Passo Fundo: Berthier/CEAP, 2012. PERALTA, Peralta G.; PERUZZO, Nara A.; BOTH, Valdevir. O direito humano à saúde e o seu subfinanciamento. Passo Fundo: IFIBE/CEAP, 2010. PERALTA, Peralta G.; PERUZZO, Nara A.; BOTH, Valdevir. De olho no COAP. Passo Fundo: Editora IFIBE, 2014. 3 CEAP. HIV/AIDS e o controle social. Passo Fundo: IFIBE, 2016. JUSTIFICATIVA O Conselho Nacional de Saúde aprovou no ano de 2006, a Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social no SUS. Essa política foi o resultado de inúmeras ações combinadas entre Conselhos Municipais, Conselhos Estaduais, Conselho Nacional, Plenárias Nacionais de Conselhos de Saúde, equipe técnica da Secretaria Executiva do CNS e inúmeras instituições e movimentos sociais que atuam nas áreas de saúde e controle social de políticas públicas. Decorridos 9 (nove) anos, verifica-se que ações de formação de formadores e multiplicadores para o controle social são tratadas em comissões, seminários e em outras atividades dos conselhos. No entanto, o CNS não desenvolveu ações de larga escala no sentido de difundir os objetivos gerais e específicos dessa Política, que visa "atuar na promoção da democratização do Estado, na garantia dos direitos sociais e na participação da população na política de saúde , reafirmando o caráter deliberativo dos conselhos de saúde para o fortalecimento do controle social e do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL/MS/CNS, 2006, p. 11). Durante a 15ª Conferência Nacional de Saúde reafirmou-se essa necessidade como uma demanda urgente dos conselheiros de saúde, como estratégia de qualificação da sua atuação e fortalecimento dos respectivos Conselhos. Essa demanda foi consignada no Relatório da referida Conferência, e ratificada especificamente na Resolução nº 507 do CNS, de 16 de março de 4 2016, que antecipou a divulgação dessas deliberações. Figuram entre os objetivos o de “mobilizar e estabelecer diálogos com a sociedade brasileira acerca do direito à saúde e em defesa do SUS” e “fortalecer a participação e o controle social no SUS, com ampla representação da sociedade em todas as etapas da 15 Conferência Nacional de Saúde” (Resolução CNS nº 507, 2016). De acordo com os registros do próprio CNS, a última ação em larga escala de formação de conselheiros ocorreu entre os anos de 2000 a 2004. Portanto, anterior à própria Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social no SUS, que objetiva intensificar a formação. Isso significa que a apresentação desse projeto, visa retomar um processo formativo amplo que concretiza a Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social no SUS, reiterado pelas deliberações da 15. Em nível mais amplo, responde a desafios atuais da democracia brasileira, e em nível específico, dos desafios do controle social na saúde. Nesta perspectiva, busca atualizar conteúdos e estratégias do controle social de políticas públicas e da defesa do Sistema Único de Saúde, no ano em que a 8ª Conferência Nacional de Saúde - marco do movimento pela reforma sanitaria- e que deu consecução ao Sistema de Saúde, ora vigente, no Brasil, completa 30 anos da sua realização em plena articulação com as diretrizes postas pela útima conferência nacional de saúde, especificamente no eixo de Participação Social,ocorrida em 2015. Deste modo, o projeto está pautado pela Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social no SUS, e pela Resolução CNS 507/2016, sendo objetivo precípuo ´”atuar na promoção da democratização do Estado, na garantia dos direitos 5 sociais e na participação da população na política de saúde, reafirmando o caráter deliberativo dos conselhos de saúde para fortalecimento do controle social no Sistema Único de Saúde (SUS) ”(BRASIL/MS/CNS, 2006, p. 5). OBJETIVOS GERAIS E OBJETIVOS ESPECÍFICOS Esse projeto atenderá os objetivos gerais e específicos da Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social no SUS, sendo: Objetivos Gerais Desenvolver ações que promovam a atuação em processos de democratização do Estado, na garantia dos direitos sociais e na participação da população na política de saúde, reafirmando o caráter deliberativo dos conselhos de saúde para fortalecimento do controle social no Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL/MS/CNS,2006,p.11). Ademais, tem-se como orientação da 15ª CNS a necessidade de “fortalecer e avaliar a Política de Educação Permanente para o Controle Social do SUS de forma ativa, crítica e propositiva, nas três esferas de Governo, mediante apoio político e financeiro incluindo modalidade de Ensino à Distância, visando a sua 6 qualificação, especialmente nos aspectos da aplicação dos recursos financeiros e de gastos” [...] (Resolução CNS, 507/2016). Objetivos Específicos - Contribuir para ampliação e qualificação da participação social na formulação, gestão e controle social da Política Pública de Saúde, tendo por base: – o entendimento de que a saúde é resultante das determinações sociais, econômicas, políticas e culturais, e que o enfrentamento de seus problemas envolvem outros setores; – a compreensão de que a saúde é um direito do das pessoas, um dever do Estado e implica no acesso às informações e ao conhecimento sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive no que diz respeito aos gastos públicos; – a compreensão de que os conselhos de saúde representam espaços de manifestação de interesses plurais, frequentemente conflitantes e negociáveis, tendo como horizonte as políticas públicas de saúde coerentes com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS); – a compreensão de que o processo de educação permanente para o controle social deve contemplar uma abordagem que considere a diversidade da população (faixa etária, população negra, quilombola, indígena, ciganos, da cidade, do campo e da floresta, entre outras) e instrumentos capazes de alterar a realidade local. - Fortalecer os conselheiros de saúde como sujeitos sociais que participam da formulação e deliberação da política de saúde como 7 representantes da sociedade, por meio de: – reflexões sobre o processo de formulação de políticas públicas de saúde e de mobilização social; – discussão dos princípios, diretrizes e políticas do Sistema Único de Saúde (SUS) que orientam o modelo de atenção à saúde, a efetivação de sua gestão nas diversas esferas, o papel das comissões intergestoras e dos conselhos de saúde, as metas a serem alcançadas e os obstáculos que dificultam a sua efetivação; – discussão de estratégias de estruturação e articulação de canais permanentes de informações sobre os instrumentos legais – leis, normas, decretos e outros documentos que fazem parte da institucionalização do Sistema Único de Saúde (SUS) – alimentados pelos conselhos de saúde municipais, estaduais, nacional e do Distrito Federal, de entidades e instituições; – apoio a processos de formação de formadores e multiplicadores para o controle social; - Desenvolver estratégias que promovam o intercâmbio de experiências sobre o controle social no Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL/MS/CNS,2006, p. 11 e 12). As diretrizes postas anteriormente ganham tenacidade com as diretrizes da 15ª CNS, no que tange a: • Qualificar os conselheiros de saúde nas instâncias (local, distrital, municipal, estadual e federal), para fortalecer os espaços de controle social e a compreensão sobre a reforma do sistema político. 8 70,5% Proposta 2.3.8 Garantir e promover, por meio da Educação Permanente e Educação Popular, capacitações descentralizadas para Conselheiros de Saúde, representantes dos Movimentos Sociais e dos Colegiados de Gestão das Unidades de Saúde, visando a formação sobre às suas atribuições e seus direitos, reiterando a defesa dos princípios da Reforma Sanitária e o exercício da cidadania. • Promover a política de Educação Permanente para o controle social no SUS incluindo fóruns de debate, conferências e demais processos formativos, de forma regionalizada e descentralizada para conselheiros, atores de movimentos sociais, sindicais e populares, considerando as realidades loco regionais, na perspectiva da promoção, proteção e recuperação da saúde. • Implantar e implementar a política de educação permanente para o controle social no SUS nas três esferas de gestão, financeiro aos mediante apoio político e planos de trabalho, buscando parcerias junto à Controladoria Geral da União e outros órgãos e entidades para realizar formação dos Conselhos de Saúde e instituir as Comissões de Educação Permanente nos Conselhos de Saúde com a finalidade de realização de curso de formação e qualificação para conselheiros e entidades sociais, visando o acesso aos conhecimentos técnicos e 9 formação política necessária à defesa do SUS (Resolução CNS 507/2016). METODOLOGIA O presente projeto irá contribuir na atuatualização das estratégias e conteúdos que irão dar consecução aos objetivos gerais e específicos da Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social no SUS. Além disso, terá um papel importante com a implementação das deliberações da 15ª CNS, dado que a opção metodológica permitirá o aprofundamento dos desafios teóricos e políticos atuais que circundam o Sistema Único de Saúde e os processos de participação social no país. O pressuposto metodológico fundamental é a valorização da experiência concreta dos participantes e suas concepções políticas diferenciadas, especialmente sobre a saúde e o controle social no SUS. Neste sentido, o projeto opta pelos pressupostos da Universidade Popular dos Movimentos Sociais (UPMS), proposta por Boaventura de Sousa Santos (2006) e diversos movimentos sociais, que permite uma ação de educação e sistematização das experiências de produção social da saúde e da participação dos movimentos sociais nos espaços de democracia participativa. Para responder a esta opção metodológica, o Projeto de Formação de Formadores e Multiplicadores para o Controle Social no SUS, adotará em seus objetivos as tarefas propostas por Boaventura Santos (2006) para a Universidade Popular dos Movimentos Sociais - UPMS: 10 1. Melhorar a qualidade da ação política dos movimentos sociais; 2. Aprofundar a compreensão das transformações por que passam as sociedades contemporâneas; 3. Melhorar a capacidade técnica da formulação de propostas para a construção de um mundo mais justo; 4. Criar uma cultura política que combata o isolamento e até a feudalização dos movimentos sociais e organizações; 5. Ampliar as discussões sobre a real eficácia das práticas contra-hegemônicas; 6. Promover alianças estratégicas, não só entre os movimentos sociais, mas também entre estes e os intelectuais, investigadores, cientistas sociais e artistas (SANTOS, 2004). O Programa de Educação será construído a partir de um conjunto de momentos políticos, pedagógicos, teóricos e metodológicos, compondo a ecologia dos saberes e promovendo a participação social, construindo uma cultura crítica entre os sujeitos sociais envolvidos (conselheiros, movimentos, entidades, técnicos e profissionais dos serviços de saúde, professores, investigadores), potencializando o desenvolvimento de capacidades práticas inovadoras e ativas para o fortalecimento da participação popular, ampliação e qualificação do controle social em saúde. A opção por uma alternativa emancipatória na saúde, justifica-se diante do objetivo de fortalecer a ação e oprimidos na sua luta por dos excluídos, explorados igualdade e reconhecimento, descolonizando as relações sociais de saber e poder. Para tanto 11 alguns desafios teóricos e políticos estão postos para fundamentar uma concepção de Ecologia dos Saberes em Saúde: • Globalização, Saúde e Direito ao Desenvolvimento: compreender como, no contexto da Globalização neoliberal, a saúde tem sido materialmente negativada na sua realização, comprometendo o direito ao desenvolvimento humano e social, particularmente nos segmentos populares, desde as perspectivas biológicas, ambientais, sociais, culturais e políticas; • Cidadania, Saúde e Participação Popular: aprofundar a visão da saúde, como direito social e coletivo em contexto de participação social e de democracia, como forma de luta, poder e cidadania. • Saúde, Democracia e Estado de Direito: desenvolver estudos, pesquisas e sistematização do impacto que os ataques ao processo democrático em curso no Brasil, promovem no acesso a saúde como direito, contrapondo a consolidação do sistema universal de saúde, o SUS, posto como direito constitucional. • Interculturalidade e Saúde: refletir a saúde, como estratégia de redução das desigualdades e ampliação do reconhecimento das diferenças, em processos educativos e comunicativos, considerando o papel dos movimentos, das instituições, bem como o papel dos saberes e habilidades culturais envolvidas. 12 Estes desafios compõem eixos articuladores, que em diálogo com as experiências e saberes populares, buscarão justificativas teóricas que ampliem a compreensão da saúde, atualizadas pelo conhecimento contemporâneo e no pensamento sociológico crítico da modernidade. De defesa da democracia rumo para garantia de direitos. Um posicionamento crítico e na condição de acumulação pós-moderna capitalista e suas bases coloniais de classe, gênero e raça. Um caminho que tem sido desprezado na ciência positivista hegemônica no campo da saúde. ATIVIDADES 1. SEMINÁRIO DA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA O CONTROLE SOCIAL NO SUS Neste momento serão construídos e pactuados os conteúdos e estratégias de formação de formadores e multiplicadores para o Controle Social no SUS. Além disso, será discutida e pactuada a metodologia para o processo de formação, estabelecendo a proposta de monitoramento e avaliação do projeto, para que se desenvolva sob a égide do Conselho Nacional de Saúde, formulador da política na qual o projeto está ancorado. 2. OFICINAS DE FORMAÇÃO – EXPERIÊNCIA PILOTO Serão selecionados 5 (cinco) municípios, um em cada região do país, considerando a diversidade das populações que vivem 13 nestes espaços, seguindo o que indica o objetivo específico, posto acima, onde “o processo de educação permanente para o controle social deve diversidade contemplar da uma população abordagem (faixa etária, que considere população a negra, quilombola, indígena, ciganos, da cidade, do campo e da floresta, entre outras) e instrumentos capazes de alterar a realidade local. ” (BRASIL/MS/CNS,2006, p. 12). Nestes municípios o processo de formação proposto será desenvolvido, avaliado, sistematizado e retornará para análise da Comissão de Educação Permanente para o Controle Social do SUS do Conselho Nacional de Saúde, a fim de validar os conteúdos e metodologias apresentados originalmente, as necessidades surgidas no desenvolvimento da ação e, por conseguinte, a apresentação aos fóruns do CNS (Mesa Diretora e Pleno), para finalização da proposta pedagógica e metodologia que subsidiarão esse processo formativo. 3. ELABORAÇÃO DOS MATERIAIS FORMATIVOS A elaboração de materiais para o processo de formação de formadores e multiplicadores do controle social no SUS, atenderá à diretriz da Política, que orienta esse projeto, a dizer, “as estratégias de comunicação e informação devem conter linguagens adequadas, incluindo acessibilidade às pessoas com deficiência, conteúdo de interesse para a sociedade local e o uso tanto de meios convencionais, regionais e populares – como o rádio e impressos, que possibilitam o amplo acesso – quanto modernos, como a internet” (BRASIL/MS/CNS, 2006, p. 18 e 19). 14 Para além da Política mencionada acima, que data de 2006, o projeto dialoga com os grandes desafios atuais da participação social. O faz integrando as deliberações da 15ªCNS, especialmente do Eixo 2 - Participação Social - que deliberou pela necessidade de “promover e efetivar políticas de comunicação, com auxílio das universidades, em todas as esferas do governo, utilizando os meios de comunicação de massa (TV, rádio), redes sociais, escolas, ONGs, etc., para socializar o conhecimento sobre o funcionamento e organização dos espaços de participação popular, conscientizando os trabalhadores e usuários para a importância da participação popular nas Comissões e Conferências de Saúde em todas as esferas do Controle Social, responsabilizando-os pelo exercício da cidadania (Resolução CNS nº 507/2016). Desta forma será possível ampliar esse escopo de possibilidades de materiais de formação para plataformas, vídeoaulas, facebook e outras mídias sociais e assim, atender no processo de formação a necessidade de utilizar a comunicação como ferramenta de empoderamento dos conselhos de saúde. Esses insumos poderão constituir Rede de Formação, a serem alimentados de forma coordenada e efetiva para que os formadores e multiplicadores encontrem informações atualizadas para a continuidade de seus processos de formação locais, o que será incentivado na realização das oficinas regionais. 4. OFICINAS REGIONAIS DE FORMAÇÃO Construídos e acordados os desafios teóricos e políticos, a metodologia e os processos de validação desse projeto, serão 15 realizadas 63 (sessenta e três) oficinas de formação no formato regional, reunindo municípios e estados. Cada oficina reunirá 80 pessoas, com inscrições prévias para identificar os perfis dos participantes. Neste processo serão atendidos 10% (dez por cento) dos conselheiros de saúde do país, tendo como base os dados do SIACS/CNS (Sistema Integral de Acompanhamento de Conselhos de Saúde), que em 2015 apontou a existência de 56.752 conselheiros de saúde no Brasil. 5. SEMINÁRIO DE AVALIAÇÃO Os seminários e oficinas serão sistematizados em relatórios a serem remetidos ao Conselho Nacional de Saúde. A cada reunião da Comissão de Educação Permanente para o Controle Social no SUS, a coordenação do projeto deverá fazer uma apresentação de resultados para debate, discussão e atualização de estratégias formativas. Ao final das oficinas de formação deverá ser realizado Seminário Nacional para avaliação dos resultados. CUSTOS Atividade Total de Valor Participantes Seminário da Comissão 40 Passagens, de Educação diárias, Permanente para alimentação o e 16 Controle Social no SUS local. R87.500,00 5 ( cinco) Oficinas de 15 Passagens, Formação – Experiência diárias, Piloto alimentação e local. Deslocamento de equipes. R$ 57.625,00 Reunião da Comissão 15 Passagens, Permanente diárias, alimentação e local. R$ 34.250,00 Elaboração dos Materiais Produção Formativos Edição e R$ 1.341.000,00 63 Oficinas Regionais de 13 Passagens, Formação diárias, alimentação e 17 local. 726.075,00 Seminário de Avaliação 40 Passagens, diárias, alimentação e local. R$ 87.500,00 Materiais de Consumo R$ 19.992,00 Custos Operacionais R$ 238.000,00 Totais R$ 2.591.942,00 OBS.: os participantes acima referidos dizem respeito aos custeados pelo projeto. Não estão mencionados os participantes das várias oficinas (público atingido). CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Junho/2016 Jul Set/2016 a Out/2016 Nov/2016 a Nov/2017 Ago 2017 Seminário da Comissão de 18 Educação Permanente para o Controle Social no SUS 5 (cinco) Oficinas de Formação – Experiência Piloto Validação de metodologia Elaboração dos materiais formativos Prestação parcial de contas 63 Oficinas Regionais 19 de Formação Seminário de Avaliação Prestação de contas BIBLIOGRAFIA BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social no Sistema Único.Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social no Sistema Único de Saúde – SUS / Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2006. 20 p. – (Série B. Textos Básicos em Saúde). BRASIL. Ministério da Saúde ( 2005). ParticipaSUS, Política Nacional de Gestão Participativa no SUS. Secretaria de Gestão Participativa/MS. Brasília, 2005. 20 SANTOS, Boaventura de Sousa( 2000), A Crítica da Razão Indolente. Contra o Desperdício da Experiência, para um novo senso comum. Porto: Edições Afrontamento. SANTOS, Boaventura de Sousa( 2006), A Gramática do Tempo, para uma nova cultura política. Porto: Edições Afrontamento. SANTOS, Boaventura de Sousa ( 2008), A filosofia à venda, a douta ignorância e a aposta de Pascal. Revista Crítica de Ciências Sociais, 80, Março: pág. 11- 43. Resolução CNS 507, de 16 de março de 2016. http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso507.pdf Site do CNS - <http://conselho.saude.gov.br/> 21