COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXVI SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS GOIÂNIA – GO, 11 A 15 DE ABRIL DE 2005 T.96 A18 COMPARAÇÃO ENTRE DIFERENTES ENSAIOS PARA A INVESTIGAÇÃO DA REAÇÃO ÁLCALI-CARBONATO Ana Lívia Zeitune de Paula SILVEIRA Geóloga – Furnas Centrais Elétricas S.A. Edi Mendes GUIMARÃES Geóloga Drª – Universidade de Brasília Elcio Antônio GUERRA Pesquisador – Fundação COPPETEC Antônio Sales TEIXEIRA Geólogo – Brasil Minérios Lltda RESUMO A reação Álcali-Agregado (RAA) tem sido uma preocupação crescente nas obras de engenharia, uma vez que pode comprometer o desempenho e durabilidade das estruturas de concreto, principalmente em barragens. É essencial que a reatividade potencial dos agregados seja avaliada antes da utilização destes em concretos. Os ensaios para a determinação desta reatividade têm apresentado resultados satisfatórios para algumas rochas, porém para rochas carbonáticas estes resultados, em alguns casos apresentam-se poucos seguros. Estes resultados contraditórios podem ser observados neste trabalho, onde seis tipos litológicos carbonáticos, foram submetidos a diferentes ensaios, como análises química, por DRX, petrográficas e ensaios do cilindro de rocha e reatividade potencial acelerada. ABSTRACT The alcali-agregate reaction has been an increasing worry in engineering undertakings nowadays as it may endanger the performance and durability of concrete structures, especially in dams. To prevent this, a previous study of the potential reactivity of aggregates is essential before its use in concrete. Some essays carried out to determine this reactivity have shown good results for some types of rocks. But for carbonatic rocks the results have not proved to be safe enough. These contradictory results can be found in this paper where six different carbonatic lithological types were submitted to different tests as wet assay, petrographic analysis, X-ray diffraction, besides rock cylinder test and accelerated potential reactivity. XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 1 1. INTRODUÇÃO A RAA é um processo químico onde alguns constituintes do agregado reagem com hidróxidos alcalinos, que estão dissolvidos na solução do concreto. Essas reações são divididas em três tipos deletérios: Reação Álcali-Sílica, Reação Álcali-Silicato e Reação Álcali-Carbonato. O presente trabalho concentra-se na Reação Álcali-Carbonato e o objetivo desta investigação é estudar diferentes agregados carbonáticos, os quais servirão como base para entender as diferentes mineralogias que podem estar presentes nos agregados utilizados em concretos na construção de barragens e entender como afetam na RAA. Os estudos sobre os mecanismos da reação álcali-carbonato foram iniciados na década de 50, principalmente pelos chineses, devido a problemas de deterioração de estruturas de concreto, que tinham a rocha carbonática como agregado. Estes estudos não tiveram muito êxito e logo foram diminuindo o interesse pelo assunto. Porém, pelo recente aparecimento de novos casos de deterioração de concreto usando a rocha carbonática como agregado em obras de barragens, veio a necessidade de novos estudos. Segundo Ozol[1], várias reações envolvem as rochas carbonáticas, entre dolomíticas e não dolomíticas, embutidas em concretos ou argamassa, tendo como reconhecida, apenas uma, a expansão da reação de desdolomitização, que é o grande problema nas construções de concreto em barragens. Segundo Paulon[2], a excessiva expansão e excessiva fissuração do concreto ocorrem quando certos calcários dolomíticos são usados como agregado graúdo para concreto. Esta é uma reação álcali-agregado completamente distinta das reações do tipo álcali-sílica ou álcali-silicato. A reação em termos gerais ocorre quando o constituinte dolomítico é quimicamente atacado pelos álcalis do cimento, reação chamada desdolomitização, que resulta na formação de brucita, carbonato alcalino e carbonato cálcico. Conforme David Hadley in [2], a expansão dessas rochas dolomíticas, acompanha a seguinte reação entre os álcalis e a dolomita: CaMg(CO3)2 + 2MOH Dolomita M2CO3 + Mg(OH)2 + Ca CO3 Brucita Calcita (1) Onde: M representa K, Na ou Li. No concreto, o carbonato alcalino produzido na reação desdolomitização, reage com os produtos da hidratação do cimento: Na2CO3 + Ca(OH)2 XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 2NaOH + CaCO3 chamada de (2) 2 Como a reação regenera os hidróxidos alcalinos, a reação de desdolomitização terá continuidade até que a dolomita tenha reagido por completo, ou até que a concentração de álcalis tenha sido suficientemente reduzida por reações secundárias. A reação ocorre com a máxima intensidade quando a calcita e a dolomita estão presentes em quantidades aproximadamente iguais ou quando ambas estão finamente divididas [2]. Até hoje existem consideráveis divergências sobre o provável mecanismo da reação. Várias hipóteses têm sido enunciadas. A reação álcali-carbonato é uma reação bem complexa e a falta de ensaios laboratoriais específicos e mais seguros, fez a necessidade e o interesse pelo presente trabalho. Este trabalho focaliza o interesse em novos estudos sobre a reação álcali-carbonato, não apenas fixando o problema na desdolomitização, mas procurando entender e encontrar os fatores que desencadeiam essa reação. 2. LOCALIZAÇÃO DAS AMOSTRAGENS As seis amostras estudas foram coletadas em lugares diferentes, sempre com a preocupação de investigar a mineralogia e a origem. Na Tabela 1 encontra-se a apresentação destas rochas. REGISTRO 4.0284.2003 4.0285.2003 4.0286.2003 4.0289.2003 4.0290.2003 4.0291.2003 LOCALIZAÇÃO Vila Propício (GO). Entorno do Distrito Federal Portelândia (GO). Alto Garça (MT) LITOLOGIA Mármore Dolomítico Calcário Recristalizado Calcário Calcilutito Dolomítico Bio-calcilutito Dolomítico Bio-dololutito Bio-calcilutito dolomítico TABELA 1: Localização e Litologia das Amostras Estudadas 2.1. FAIXA BRASÍLIA - GRUPO PARANOÁ Encontra-se neste Grupo as rochas procedentes do entorno do Distrito Federal, e da região de Vila Propício (GO). Na área do entorno do Distrito Federal existem pelo menos 10 lentes de calcário, de tamanho variado, situadas na Unidade - Pelito Carbonatada do Grupo Paranoá. Essa unidade geológica é constituída por metargilitos, ardósias e metassiltitos, com lentes de calcário. A lente que foi objeto da amostragem por esse estudo está posicionada dentro de metargilitos e metassiltitos de coloração creme. O calcário, finamente laminado, tem coloração cinza-escura e textura cristalina fina. Ocorrem níveis de calcário preto, no topo da lente, apresentando microfraturas verticais preenchidas por calcita branca. As rochas carbonatadas de Vila Propício afloram por cerca de 30km de comprimento, na direção geral nordeste/sudoeste, formando um conjunto de lentes de calcários e dolomitos que iniciam a sudeste da referida cidade e terminam próximo ao entroncamento das rodovias Goianésia/Dois Irmãos e Cocalzinho de Goiás/Dois Irmãos. XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 3 2.2 . BACIA SEDIMENTAR DO PARANÁ - GRUPO PASSA DOIS Encontram-se neste Grupo as rochas procedentes de Alto Garça (MT) e Portelândia (GO). As rochas procedentes de Alto Garça (MT) encontram-se no nível de calcário que se situa na base da Formação Corumbataí, contato com a Formação Irati. O nível carbonatado lavrado é caracterizado por um pacote superior, de cerca de 3m de espessura, de composição magnesiana e coloração cinza-clara, cristalino fino e estrutura marcada por estratificações plano-paralelas, contendo nódulos de chert preto. O pacote inferior tem aproximadamente 7m de espessura, coloração rosada, microcristalino, estrutura laminada e organizada em bancos decimétricos. Apresenta disseminações de nódulos de chert preto disseminados. As rochas procedentes do município de Portelândia-GO ocorrem em um pacote de dolomito de aproximadamente 5m de espessura. Acima deste nível ocorre uma seqüência de folhelho negro, alternado ritmicamente com dolomito cinza. Abaixo ocorre a mesma seqüência de dolomitos, além de brechas intraformacionais sobrepostas aos arenitos de coloração creme da Formação Aquidauana. O Dolomito desse local tem coloração cinza, é cristalino fino e possui estrutura finamente estratificada, originada por estratificações plano-paralelas. Essa estratificação é originada por filmes milimétricos de folhelho negro. Nesses níveis é comum a presença de fósseis de Mesosaurus Brasilienses e por dentes de tubarão. A rocha apresenta-se muito fraturada, sendo que as fraturas são geralmente preenchidas por cristais neoformados de pirita. Localmente aparecem níveis centimétricos de chert preto. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 . MATERIAIS UTILIZADOS Para a confecção das barras de argamassas, do ensaio de Reatividade Potencial – Método Acelerado, utilizou-se o cimento CP I com alto teor de álcalis e as análises dos álcalis totais e solúveis encontram-se na Tabela 2. Cimento CP I (1.1366.2003) Na2O 0,30 Álcalis Totais (%) Equivalente K2O Alcalino 0,88 0,88 Álcalis Solúveis em Água (%) Na2O K2O Equivalente Alcalino 0,21 0,75 0,70 TABELA 2: Análise dos Álcalis Totais e Solúveis do Cimento CPI utilizado no Ensaio As rochas utilizadas como agregados para este estudo estão apresentadas na Tabela 1, juntamente com a sua classificação petrográfica. XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 4 3.2 . MÉTODOS DE ENSAIO E DE ANÁLISES São apresentados neste trabalho 5 ensaios, os quais foram realizados segundo procedimentos específicos dos Laboratórios de Solos e Concreto, do Departamento de Apoio e Controle Técnico de FURNAS Centrais Elétricas S.A. Estes ensaios e seus respectivos procedimentos e normas baseadas estão apresentados na Tabela 3. Nome do Ensaio e Análises Análise Petrográfica Análise por Difração de Raios-X. Determinação de Álcalis Solúveis de Cimentos Agregados - Reatividade Potencial Pelo Método Verificação Metodologia ASTM C-295 Acelerado - Álcalis Totais de Cimentos NBR5747/89 Agregados - Reatividade Potencial De Rochas Carbonáticas Verificação Determinação de enxofre na forma de sulfeto e sulfato em agregados ASTM C114/03 ASTM C1260/01 NBR 10340/88 e ASTM C – 586/92 NBR NM 16 Determinação do teor de álcalis disponíveis em materiais pozolânicos ASTM C 311/02 e NBR NM 25/03 e agregados Análise química Determinação dos Óxidos de Cálcio, Magnésio, Ferro NBR NM 11-2/04 e Alumínio pelo Método da Complexometria Análise química – Determinação da Perda ao Fogo NBR NM 18/04 Análise química - Determinação do Teor de Dióxido de Silício NBR NM 22/04 TABELA 3: Ensaios e Análises, e seus respectivos procedimentos e normas. As análises petrográficas microscópicas foram realizadas utilizando-se o microscópio ótico de luz transmitida e refletida, com o objetivo de classificar a rocha e estimar a mineralogia presente, principalmente no que se refere aos carbonatos, silicatos e sulfetos. Neta etapa preocupou-se em fazer uma amostragem representativa, portanto foram separadas em média 10 amostras por registro, porém será apresentada uma média entre elas. As análises químicas utilizaram vários métodos como pode ser observado na Tabela 4. O objetivo desta análise é quantificar os elementos químicos presentes nos agregados e correlacioná-los com a reatividade potencial, a fim de identificar qual é mais susceptível a RAA. Nome das Análises Determinação de enxofre na forma de sulfeto e sulfato em agregados Determinação do teor de álcalis disponíveis em materiais pozolânicos e agregados Análise química Determinação dos Óxidos de Cálcio, Magnésio, Ferro e Alumínio pelo Método da Complexometria Metodologia NBR NM 16 ASTM C 311/02 e NBR NM 25/03 NBR NM 11-2/04 Análise química – Determinação da Perda ao Fogo NBR NM 18/04 Análise química - Determinação do Teor de Dióxido de Silício NBR NM 22/04 TABELA 4: Análises e seus respectivos procedimentos e normas. As análises por Difração de Raios-X (DRX), objetivam a identificação das fases minerais, principalmente no que se refere aos argilominerais expansivos (esmectitas, dentre as quais a montmorilonita). As amostras foram submetidas a uma moagem prévia em moinho (100% passante na peneira 400 mesh). O objetivo é obter de material representativo de granulação bem fina. XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 5 Uma parte do material foi colocado em um suporte plástico circular de orifício plano sendo submetido a uma leve compressão e levado ao Difratômetro de Raios-X para análise pelo Método do Pó não-orientado (Amostra Integral). Na seqüência, procedeu-se à separação da fração argila destas amostras por sedimentação em coluna, seguida por montagem de 03 lâminas de vidro orientadas, ou seja, apenas com deslizamento de uma lâmina sobre a que contém a “lama” para orientação. Fez-se uma análise da lâmina seca ao ar, outra com a lâmina solvatada em etilenoglicol e outra após calcinação. A etapa de glicolagem ocorreu em dessecador, colocado sobre chapa aquecida a 50oC, por 12 horas, para garantir a completa saturação da atmosfera interna. Após a retirada das amostras do dessecador, as mesmas foram levadas imediatamente ao Difratômetro de Raios-X para análise. A outra etapa foi a calcinação em 550ºC da “fração argila”. Para o ensaio de reatividade potencial – método acelerado foram preparadas barras de argamassa na proporção 1:2,25, conforme estabelecido no método de ensaio ASTM C-1260/01, mantendo a relação água/cimento igual 0,47. As barras de argamassa são imersas em uma solução de NaOH a 1N e ficam mantidas a uma temperatura de 80ºC, por 30 dias. Para o ensaio o dos Cilindros de Rocha foram extraídos minitestemunhos, na forma cilíndrica da rocha, com 9mm de diâmetro e 35mm de comprimento, que foram imersos em água destilada até que houvesse variação inferior a 0,02% de comprimento. Após esta etapa foram imersos em solução de NaOH a 1N e mantidos em temperatura ambiente por aproximadamente 365 dias. O objetivo deste ensaio é o de acompanhamento da variação de comprimento dos minitestemunhos para se determinar as expansões geradas na rocha. 4. RESULTADOS OBTIDOS Os resultados das análises petrográficas, química e por Difração de Raios-X (DRX) são apresentados na Tabela 5. Os resultados dos ensaios de reatividade potencial – método acelerado e do Cilindro de Rocha, juntamente com a litologia, estão apresentados na Tabela 6. Para uma melhor visualização dos ensaios de Reatividade Potencial – Método Acelerado e da Reatividade Potencial para Rochas Carbonáticas – Método do Cilindro de Rocha, apresentam-se, as Figuras 1 e 2, respectivamente. XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 6 FIGURA 1: Apresentação dos valores obtidos dos ensaios de Reatividade Potencial – Método Acelerado. Em relação à norma ASTM C-1260/01, os seguintes parâmetros são apresentados para a expansão provocada pela reação álcali-agregado, no ensaio de Reatividade Potencial – Método Acelerado, utilizando o cimento CPI, com alto teor de álcalis: - Expansão inócua para valor menor que 0,10% aos 16 dias de ensaio, contados a partir da moldagem; - Expansão deletéria para valor maior que 0,20% aos 16 dias de ensaio, contados a partir da moldagem; e - Valor entre 0,10% e 0,20% aos 16 dias pode ser, tanto expansão inócua, quanto deletéria, sendo, pois, necessárias informações suplementares sobre os materiais em evidência, ou ainda, acompanhamento da variação de comprimento até a idade de 28 dias. A natureza da expansão foi deletéria para os agregados 4.0286.2003, 4.0290.2003 e 4.0291.2003 combinados com o cimento com alto teor de álcalis, com análise feita na idade de 30 dias. XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 7 FIGURA 2: Apresentação dos Valores obtidos dos Ensaios de Reatividade Potencial para Rochas Carbonáticas – Método do Cilindro de Rocha. Os resultados Reatividade Potencial para Rochas Carbonáticas – Método do Cilindro de Rocha confirmam algumas experiências passadas, nos quais alguns autores [4] dizem que este método não mostra a reatividade potencial destas rochas carbonáticas. Como exemplo, a amostra 4.0286.2003, que se apresentou como não reativa por este método, como pode ser visto na Figura 2, o qual considera pela ASTM C-586, que apenas expansão superior a 0,10%, é um indicativo de reação, porém nos ensaios de Reatividade Potencial – Método Acelerado, foi o que apresentou maior expansão, como pode ser visto na Figura 1. Uma das explicações para essa diferença de resultado pode ser a falta de representatividade do Método do Cilindro de Rocha, uma vez que é retirada uma amostra muito pequena. Mesmo sendo três amostras para um ensaio é difícil conseguir essa representatividade. Segundo a ASTM C-295 [3], a rocha é considerada reativa se for constituída de uma matriz fina de calcita e argila envolvendo cristais de dolomita. Essa é outra contradição, pois como novamente mostra a amostra 4.0286.2003, que pelas análises petrográficas apresentou 95-100% de calcita; menos que 1% de quartzo e opacos, mesmo que na DRX apresentou a dolomita, foi apenas como mineral traço, pelo ensaio de reatividade comportou-se como deletério. XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 8 TABELA 5: Apresentação dos Resultados das Análises Petrográficas, Químicas e por DRX das amostras estudadas. REGISTRO 4.0284.03* 4.0285.03 LITOLOGIA Mármore Dolomí-tico Calcário Recristalizado 4.0286.03 Calcário 4.0289.03 Calcilutito Dolomítico 4.0290.03 4.0291.03 Biocalcilutito Dolomí-tico Biodololutito Biocalcilutito dolomí-tico COMPOSIÇÃO ESTIMADA (%) R.P.M.A (dias) 16 30 3 Dolomita: 85-90; calcita: 3-5; sericita: 5-10; quartzo: <5; e opacos: <5. 0,03 0,05 - - - - Calcita: 95-99; quartzo:<1 0,03 0,05 -0,01 -0,02 -0,02 -0,02 0,33 0,47 -0,01 0,00 0,00 0,00 0,04 0,05 -0,01 -0,02 -0,02 -0,03 0,23 0,33 0,30 0,31 0,30 0,29 0,20 0,25 1,60 1,56 1,54 1,53 opacos: Calcita: 95-100; quartzo: opacos:< 1. Calcita: 85-90; dolomita: opacos: <5; chert: <1. <5; < 1; 12 5-10; calcita: 85-90; dolomita: 10-15; quartzo: 1; opacos: <1; chert :traços. dolomita: 90-95; calcita: <5; quartzo: 1; opacos: 1-2. calcita: 90-95; dolomita: quartzo+opacos: 1-2%. R. M-T (meses) 6 9 5-10; Legenda: R.P.M.A – Reatividade Potencial - Método Acelerado; R.MT – Reatividade Potencial para Rochas Carbonáticas – Método do Cilindro de Rocha; *Não foi possível a extração do minitestemunho. TABELA 6: Apresentação dos Resultados dos Ensaios de Reatividade Potencial – Método Acelerado e Cilindro de Rocha das Amostras estudadas. Observando os resultados das análises químicas, também não há como relacionar a potencialidade da reatividade, como por exemplo, a amostra que apresentou a maior quantidade de MgO, como a 4.0284.2003, comportou-se como inócua, no ensaio de XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 9 reatividade potencial – método acelerado. Além, que pela análise petrográfica a rocha apresenta 85 a 90% de dolomita, porém o MgO pode estar combinado com outro mineral também, como a ilita e esmectita por exemplo. 5. CONCLUSÃO Para os resultados obtidos até o presente, conclui-se que: - - - Os resultados obtidos nos ensaios de caracterização da Reatividade Potencial são contraditórios, como observados nos valores apresentados pelos ensaios de Cilindro de Rocha, Reatividade Potencial – Método Acelerado, Petrografia, Análise Química e por Difração de Raios-X. O cuidado com a representatividade da amostragem tem que ser levado em consideração. Apenas um ensaio não é suficiente para caracterizar a reatividade da rocha e há a necessidade do cruzamento das informações obtidas pelos ensaios para entender a evolução e o caráter da Reação Álcali-Agregado. Ensaios adicionais com prismas de concreto (ASTM C-1105/95), encontramse em andamento para agregar valores na conclusão da Reação ÁlcaliCarbonato, além de análises por Microscopia Eletrônica de Varredura. 6. AGRADECIMENTOS O presente trabalho faz parte do projeto de pesquisa e desenvolvimento intitulado Viabilização do Uso de Agregados Carbonáticos em Obras de Barragens, coordenado e gerenciado pelo Departamento de Apoio e Controle Técnico de Furnas Centrais Elétricas S.A., aprovado para o ciclo 2001/2002 pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. Por tanto, a equipe agradece a FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A. e a ANEEL, em primeiro lugar, por possibilitar a realização deste trabalho, assim como sua divulgação. E a todos que trabalharam diretamente ou indiretamente neste projeto, como todos os técnicos que realizaram estes ensaios, em particular Dorival Tizzo, Renato Batista, Fernanda Mendonça, Álvaro Donizete, Aristides, as geólogas Heloisa Helena A. B. da Silva e Maria Celene Barbosa Ferreira, e os engenheiros Rubens Machado Bittencourt, Sérgio Veiga Fleury, Renato Cabral Guimarães e Nicole Pagan Hasparyk Andrade, que participam e incentivam este projeto. 7. PALAVRAS-CHAVE Reação álcali-carbonato, reatividade, reatividade potencial, agregado e durabilidade. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] OZOL, M. A. (1994) “Alkali-Carbonate Rock Reaction”. In: Klieger , P., Lamond, J. F. “Significance of test and properties of concrete and concretemaking materials” (ASTM/STP 169C). Philadelphia, ASTM, 1994. p.372-387. XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 10 [2] PAULON, V. A. (1981) “Reação Álcali-Agregado em Concreto”. São Paulo, 1981. 114p. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da USP. [3] FONTOURA, J. T. F. (1997) “Investigação sobre Reação Álcali-Agregado – RAA. Metodologia de Ensaio. Simpósio Sobre Reatividade Álcali-Agregado em Estruturas de Concreto”. Tema 1. [4] RAMEZANIANPOUR, A. A. (2003) “Comparative Study to Evaluate the Reactivity of Aggregates”. 11th International Congress on the Chemistry of Cement (ICCC). XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 11