ANÁLISE DE VARIABILIDADE GENÉTICA DA ESPÉCIE CHORISODONTIUM ACIPHYLLUM ORIUNDA DA ILHA ARDLEY E ILHA HALF MOON. (1) Bruno Cardoso Conrad (2) Bruna Bernardes2, Rodrigo Paidano Alves3, Karine Elise Janner3, Bruna Laindorf3, Antônio Batista Pereira7, Filipe de Carvalho Victoria8. (1) Trabalho executado com recursos do Edital CNPQ (nº processo: 574018/2008-5) e FAPERJ (nº processo E16/170.023/2008). (2) Estudante, Iniciação Cientifica, Universidade Federal do Pampa, São Gabriel, RS; [email protected] (2) Estudante, Iniciação Cientifica, Universidade Federal do Pampa, São Gabriel, RS; [email protected]. (3) pesquisador, Universidade Federal do Pampa, São Gabriel, RS; [email protected]. (3) pesquisadora, Universidade Federal do Pampa, São Gabriel, RS; [email protected]. (3) pesquisadora, Universidade Federal do Pampa, São Gabriel, RS; [email protected]. (7) professor; Universidade Federal do Pampa; São Gabriel, RS; [email protected]. (8) Orientador; Universidade Federal do Pampa. Palavras chave: Antártica, musgos, marcadores moleculares. INTRODUÇÃO A antártica é o continente mais frio, mais seco e inóspito com a maior média de altitude e de maior índice de ventos fortes do planeta (Jeff Rubin -2005). A temperatura mais baixa da Terra (-89,2 °C) foi registrada na antártica (Continental drift -2009). Nesse ambiente encontramos uma grande variedade de organismos, tais como fungos, liquens, musgos, algas e hepáticas presentes nas áreas de gelo e degelo. São poucas as plantas capazes de viver nesse ambiente inóspito, o que torna as espécies vegetais ocorrentes na Antártica únicas, para o estudo da evolução e da adaptação das plantas as pressões seletivas do meio. Um dos organismos que conseguem viver nesse meio são as briófitas. Elas têm um papel importante no local onde habitam, pois, a forma entrelaçada das suas estruturas ajuda a manter o solo firme, além de possuir a capacidade de absorver grande quantidade de água, criando um deposito e impedindo que o solo fique seco. Um representante da divisão Briófita é o Chorizodontium aciphyllum, pertencente a família Dicranaceae, sendo bem distribuído nas Ilhas Shetlands do Sul, Antártica (Ochyra, 2000). O estudo aqui apresentado foi conduzido por meio dos marcadores dominantes ISSR ("inter simple sequence repeat") que, embora sejam reconhecidos como menos polimórficos, foram escolhidos porque não requerem informações prévias de seqüências de DNA da espécie-alvo, e produzem fragmentos com grande reprodutibilidade. Este trabalho tem como objetivo avaliar a ocorrência de variabilidade genética entre indivíduos da espécie C. aciphyllum, situados na ilha Ardley e Half Moon, na Antártica, através de marcadores ISSR, a fim de avaliar a ocorrência de fluxo gênico entre os indivíduos de cada Ilha. METODOLOGIA Foram coletadas duas amostras do musgo C. aciphyllum, na Ilha Ardley (O 58°56'51.10” ;S 62°12'48.42") e Ilha Half Moon (S 62° 35’ 03,5” W 59° 54’ 57,6). Após a coleta as amostras foram transportadas para o Laboratório do grupo de pesquisa NEVA (Núcleo de Estudos da Vegetação Antártica, na Universidade Federal do Pampa- Unipampa). A extração de DNA foi realizada conforme protocolo CTAB (Câmara,2009). Após a extração foi realizado o PCR (Polymerase Chain Reaction ) utilizando primers ISSR, para a amplificação de inter-regiões microssatélites e, a corrida eletroforética foi executada utilizando gel de agarose 1%. O material foi visualizado em transluminador, a fim de se observar se houve a amplificação das regiões inter-microssatélite. Anais do 8º Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa RESULTADOS E DISCUSSÕES FIGURA 1. Gel de agarose 1%, com os iniciadores ISSR. (M) Marcador de 50 pb. (2) Amostras da Ilha Ardley. (3) Amostras da Ilha Half Moon Os resultados indicam que as populações de Chorisodontium aciphyllum, ambas oriundas a Antártica, são similares quanto à genética, possivelmente por essas populações estarem próximas geograficamente e, portanto, ocorrendo um fluxo gênico contemporâneo entre essas populações. Segundo Kim & Sappington (2004), é comum encontrar a mesma espécie em diferentes locais com baixos níveis de diferenciação genética, pois a diversidade encontrada em áreas recém-colonizadas é composta apenas de uma pequena parcela da diversidade genética existente nos centros de origem, em razão do efeito do fundador. CONCLUSÕES Conclui-se que não houve diferenças entre as regiões amplificadas utilizando o marcador ISSR, entre os indivíduos da espécie de musgo Chorisodontium aciphyllum, oriundas da ilha Ardley e Ilha Half Moon, demonstrando dessa forma a possível presença do fluxo gênico entre esses dois ambientes. REFERÊNCIAS -CÂMARA, Paulo Eduardo Aguiar Saraiva. Métodos de extração de DNA de bryophyta para análises filogenéticas. Heringeriana, v. 3, n. 2, p. 11-18, 2014. -Holanda, F. Importância das Briófitas. Disponível em: <http://liamatoscnsga1.blogspot.com.br/2012/04/importancia-das-briofitas.html>. Acesso em 23 de set. 2016. -OCHYRA, R. The moss flora of king george island antarctica. Polish academy os sciences,W. Szafer Institute Of Botany, Cracow, 1998. 1°Ed. -PAVIN, Maria Elisa et al. Briófitas: diversidade e importância. 2001. -de Carvalho Victoria, Felipe, e Antônio Batista Pereira. "Índice de valor ecológico (IES) como ferramenta para estudos fitos sociológicos e conservação das espécies de musgos na Baia do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica Marítima." Oecologia Brasiliensis 11.1 (2007): 50-55. Anais do 8º Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa