MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DIRECÇÃO-GERAL DE INOVAÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO CURRICULAR Ensino Recorrente de Nível Secundário PROGRAMA DE GEOGRAFIA B 10.º/11.º/12.º Ano Curso Tecnológico de Ordenamento do Território e Ambiente Autores: Maria Manuela Brazão Odete Sousa Martins (Coordenadora) Adaptado a partir do programa elaborado por: Alzira Silva Alberto Manuel Gonçalves Além Odete Sousa Martins (Coordenadora) Homologação - 10º ano: 23/09/2004 Homologação - 11º e 12º anos: 25/08/2005 Índice PARTE I Introdução..............................................................................................................................4 1. Critérios de reajustamento ao Ensino Recorrente ................................................................5 2. Natureza da disciplina e sua integração no currículo ...........................................................7 PARTE II Apresentação do Programa ..............................................................................................10 1. Finalidades...........................................................................................................................11 2. Objectivos Gerais/Competências ........................................................................................12 3. Visão Geral dos Temas/Subtemas por Módulo (10.º/11.º/12.º anos). ................................14 4. Sugestões Metodológicas Gerais.........................................................................................17 5. Recursos..............................................................................................................................21 6. Avaliação ............................................................................................................................22 PARTE III Desenvolvimento do Programa por Módulos .............................................................24 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos – 10.º Ano ..............................................................25 1.º Módulo .............................................................................................................................26 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos Matriz: Competências/Módulos – 10.º Ano Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos Sugestões Metodológicas/Recursos Sugestões de Avaliação 2.ºMódulo .............................................................................................................................36 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos Matriz: Competências/Módulos – 10.º Ano Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos Sugestões Metodológicas/Recursos Sugestões de Avaliação 3.º Módulo .............................................................................................................................44 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos Matriz: Competências/Módulos – 10.º Ano Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos Sugestões Metodológicas/Recursos Sugestões de Avaliação 1 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos – 11.º Ano.................................................................52 4.º Módulo................................................................................................................................53 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos Matriz: Competências/Módulos – 11.º Ano Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos Sugestões Metodológicas/Recursos Sugestões de Avaliação 5.ºMódulo ..............................................................................................................................61 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos Matriz: Competências/Módulos – 11.º Ano Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos Sugestões Metodológicas/Recursos Sugestões de Avaliação 6.º Módulo .............................................................................................................................69 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos Matriz: Competências/Módulos – 10.º Ano Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos Sugestões Metodológicas/Recursos Sugestões de Avaliação Estudo de caso........................................................................................................................77 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos – 12.º Ano ..............................................................79 7.º Módulo ..............................................................................................................................80 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos Matriz: Competências/Módulos – 12.º Ano Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos Sugestões Metodológicas/Recursos Sugestões de Avaliação 8.ºMódulo ..............................................................................................................................88 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos Matriz: Competências/Módulos – 12.º Ano Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos Sugestões de Avaliação Sugestões Metodológicas/Recursos 2 9.º Módulo .............................................................................................................................96 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos Matriz: Competências/Módulos – 12.º Ano Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos Sugestões Metodológicas/Recursos Estudo de caso Sugestões de Avaliação Estudo de caso .....................................................................................................................102 PARTE IV Bibliografia ........................................................................................................................104 3 PARTE I Introdução 4 1. Critérios de reajustamento ao Ensino Recorrente A Portaria n.º 550-E/2004 de 21 de Maio de 2004, ao instituir o ensino recorrente de nível secundário no sentido de dar uma resposta adequada de formação para aqueles que dela não usufruíram em idade própria ou não a completaram, determinou a adequação dos programas à especificidade deste regime de ensino. Assim, a equipa de trabalho sentiu necessidade de, em acordo com os princípios orientadores do diploma acima referido, proceder à enumeração de critérios orientadores dessa adequação. Os critérios que a seguir se discriminam visam, conforme os princípios orientadores do artigo 2.º do diploma em causa, a valorização dos conteúdos e das competências essenciais e estruturantes. • Não desvirtuar a coerência interna do programa • Manter, sempre que possível, os títulos originais dos diferentes temas e subtemas • Adequar alguns temas e subtemas às novas realidades nacionais e internacionais • Reagrupar temas/subtemas em função das relações entre os conteúdos a fim de equilibrar a extensão dos diferentes módulos • Adaptar a duração dos módulos à extensão dos diferentes períodos escolares tendo como referencial um total de 33 semanas por ano lectivo e, uma duração, por módulo, de 9 a 12 semanas o que, no caso do Programa de Geografia B corresponde a 18 ou a 24 unidades lectivas • Adequar a extensão dos módulos ao disposto no artigo 20.º da Portaria n.º 550-E/2004 relativamente aos momentos de avaliação sumativa interna na modalidade de frequência não presencial • Permitir a capitalização sequencial de módulos, obrigatória na modalidade de frequência não presencial (Art. 20.º da Portaria n.º 550-E/2004) • Facilitar a identificação dos diferentes módulos optando por uma numeração sequencial ao longo dos diferentes anos ( 10º.,11.º,12.º anos) 5 • Apresentar, apenas, o n.º de unidades lectivas para cada um dos módulos a fim de permitir uma melhor adequação da abordagem dos conteúdos às características dos alunos, adultos com percursos muito diferenciados de vida • Valorizar as vivências dos alunos cujo nível etário pressupõe um domínio do espaço diferente do de um jovem adolescente • Incluir o “estudo de caso”, apenas na modalidade de frequência presencial em virtude dos constrangimentos impostos pela modalidade de frequência não presencial • Facilitar a planificação das actividades introduzindo, em cada módulo, uma matriz de competências por módulo e por ano 6 2 – Natureza da disciplina e sua integração no currículo “A Educação mais elevada é aquela que não se limita a inculcar-nos conhecimentos mas que coloca a nossa vida em harmonia com toda a existência.” (Tagore, in Manual da UNESCO para o Ensino da Geografia, 1978). Num Mundo cada vez mais global, no qual se assiste a mudanças permanentes na sociedade, o processo educativo deve acompanhar essas mudanças não esquecendo as especificidades de cada região. As modificações na tecnologia industrial e nos meios de comunicação, bem como o aumento da mobilidade espacial condicionam a vida das pessoas e a organização do território. O progresso técnico trouxe riscos e ameaças para o desenvolvimento do bem-estar social. A consciência das limitações dos recursos naturais e do actual estado de degradação ambiental do nosso planeta pôs em evidência a necessidade de compatibilizar o desenvolvimento com o equilíbrio dos ecossistemas naturais. O crescente valor económico e social atribuído à qualidade do ambiente e à necessidade de preservar os recursos naturais, abrem caminho à convergência de interesses por parte dos Estados, da sociedade e dos agentes económicos, no sentido de uniformizar as acções e as práticas, garantindo a sustentabilidade do desenvolvimento. A Geografia pela actualidade e diversidade das temáticas que aborda é fundamental na formação integral do cidadão. Ela permite a sistematização de um potencial de conhecimentos sobre o mundo contemporâneo numa perspectiva multidimensional, multidisciplinar e integradora. Contribui também para a percepção da crescente interdependência planetária dos problemas que afectam as relações entre as pessoas e entre estas e o ambiente. Por fim estimula o interesse dos alunos por uma participação mais consciente e solidária enquanto cidadãos, na procura de soluções alternativas. Um dos objectivos fundamentais da Educação Geográfica é o conhecimento da problemática social e ambiental dos diferentes lugares do Mundo (Souto González, 1996) e é nesse sentido que o Ensino da Geografia se deve orientar; ela pode ter um contributo importante na Educação Ambiental e na Educação para a Cidadania, consciencializando os alunos do impacte do seu próprio comportamento, fornecendo-lhes informação rigorosa e ajudando-os a desenvolver capacidades que lhes permitam tomar decisões fundamentadas relativas ao ambiente, contribuindo para o aparecimento duma nova ética relativa ao ambiente, que guie as suas acções. 7 A Geografia é a disciplina que se ocupa especificamente do estudo do “espaço geográfico”, entendido como o resultado das interacções dos elementos naturais e do espaço social. A importância do ensino da Geografia, integrada na componente científico-tecnológica do Curso Tecnológico de Ordenamento do Território e Ambiente, emerge da necessidade de formação dos cidadãos com um sólido conhecimento do mundo onde vivem e sabendo pensar o seu território. A disciplina de Geografia pretende “educar geograficamente” o aluno, ou seja, dotá-lo de argumentos que lhe permitam compreender e explicar as relações do ser humano com os outros elementos do meio, em diferentes territórios. Este programa de Geografia B contribui para a aquisição de um conhecimento multidimensional do mundo, permitindo ao aluno desenvolver uma série de competências, enquanto indivíduo integrado numa sociedade complexa e em constante mudança. Sendo a Geografia uma disciplina já iniciada no Ensino Básico considera-se importante a articulação entre os dois níveis de ensino. Assim, no início do Ensino Secundário, o aluno deve ter adquirido as seguintes competências e conhecimentos essenciais. - Utilizar o vocabulário geográfico, de forma clara, oralmente e por escrito. - Ler diferentes tipos de mapas (hipsométrico, temáticos). - Ler mapas a diferentes escalas. - Ler gráficos lineares, de barras e sectogramas. - Recolher e organizar dados estatísticos. - Construir gráficos lineares e de barras. - Recolher e organizar informação oral e escrita. - Identificar os elementos fundamentais de uma paisagem. - Determinar distâncias reais sendo dada a escala do mapa. - Localizar lugares num planisfério utilizando as coordenadas geográficas. - Distinguir as diferentes formas de relevo. - Localizar os grandes conjuntos morfológicos a nível mundial. - Localizar os grandes desertos. - Localizar os grandes rios a nível mundial. - Localizar os grandes conjuntos climáticos. - Caracterizar, quanto à temperatura e à precipitação, os grandes conjuntos climáticos. - Caracterizar as formações vegetais espontâneas dos grandes tipos de clima. 8 - Relacionar a distribuição da população com factores naturais e humanos. - Utilizar conceitos básicos de demografia. - Relacionar os diferentes ritmos de crescimento demográfico com o comportamento das variáveis demográficas. - Reconhecer os principais problemas demográficos na actualidade. - Distinguir tipos de agricultura quanto às técnicas utilizadas e quanto ao destino da produção. - Reconhecer que a modernização dos transportes torna os lugares mais acessíveis. - Reconhecer que as desigualdades económico-sociais podem (co)existir a diferentes escalas. - Reconhecer que as actividades humanas estão na origem dos actuais problemas ambientais. - Reconhecer o papel da circulação atmosférica e oceânica na difusão da poluição. - Relacionar a delapidação dos recursos naturais com o crescimento da população mundial. - Reconhecer que a exploração dos recursos se deve realizar abaixo da capacidade de regeneração dos mesmos. Estas competências/conhecimentos considerados indispensáveis para o desenvolvimento do programa do Ensino Secundário; devem ser tidos em consideração na realização da avaliação diagnóstica, tanto para a reorientação dos alunos como para o delinear de estratégias de recuperação. 9 PARTE II Apresentação do Programa 10 1 - Finalidades O ensino da Geografia deve: • promover o desenvolvimento pessoal, numa perspectiva de responsabilidade, de autonomia e de confiança em si próprio; • desenvolver a curiosidade geográfica como promotora da educação para a cidadania; • aprofundar o saber/pensar o espaço geográfico, no sentido da disponibilidade para a reconstrução crítica do próprio saber; • aprofundar o conhecimento de culturas e de territórios, numa formação orientada para o respeito, solidariedade e tolerância; • promover a consciencialização da complexidade das causas dos fenómenos espaciais e da interacção dos vários factores na sua explicação; • promover a participação nas discussões relativas à organização do espaço ponderando os riscos para a saúde e para o ambiente envolvidos nas tomadas de decisão; • desenvolver um sentido de pertença e de atitudes de solidariedade territorial numa perspectiva de sustentabilidade. 11 2 - Objectivos Gerais/Competências O desenvolvimento dos temas/conteúdos deve contribuir para a aquisição/desenvolvimento das seguintes competências nos domínios das atitudes, das capacidades e dos conhecimentos: 1. Reflectir sobre as atitudes individuais e colectivas face às realidades geográficas. 2. Desenvolver hábitos e métodos de trabalho e o gosto pelo rigor científico. 3. Avaliar a utilização individual e colectiva dos recursos naturais. 4. Valorizar o património natural e construído numa perspectiva de sustentabilidade. 5. Discutir criticamente diferentes soluções para os problemas espaciais. 6. Intervir no sentido de atenuar as assimetrias valorizando a preservação das diferenças. 7. Valorizar as diferenças entre indivíduos e culturas. 8. Exprimir-se com correcção na língua portuguesa, oralmente e por escrito. 9. Utilizar de forma rigorosa o vocabulário específico da disciplina. 10. Utilizar os métodos indutivo e dedutivo no estudo dos fenómenos geográficos a diferentes escalas. 11. Desenvolver a capacidade de análise da realidade numa perspectiva sistémica. 12. Utilizar métodos e técnicas de análise geográfica na explicação de situações territoriais diversificadas. 13. Desenvolver a capacidade de diálogo crítico no debate de situações concretas. 14. Rentabilizar as novas tecnologias de informação e comunicação. 15. Utilizar, criticamente, a expressão gráfica e cartográfica. 16. Reconhecer a necessidade de mudança de escala de análise na compreensão do espaço geográfico. 17. Compreender que o espaço geográfico integra aspectos naturais, económicos, sociais e culturais. 18. Compreender as inter-relações entre factores físicos e humanos na organização do território. 19. Reconhecer a existência de homogeneidades e heterogeneidades entre as paisagens. 20. Reconhecer os impactos espaciais resultantes da integração de Portugal na U.E.. 21. Compreender a fragilidade dos ambientes naturais. 22. Reconhecer a importância da preservação do património paisagístico. 23. Reconhecer o papel da urbanização na organização e na qualidade de vida do território. 12 24. Compreender o papel da mobilidade da população no desenvolvimento territorial 25. Reconhecer a importância da actividade turística na valorização das paisagens. 26. Compreender o papel do ordenamento do território no processo de desenvolvimento sustentável. 27. Compreender a importância da qualidade ambiental na melhoria da qualidade de vida. 28. Compreender o papel da cooperação nacional e internacional na resolução de problemas a várias escalas. 13 3.Visão Geral dos Temas/Subtemas por Módulos (10.º,11.º,12.º anos) 10.ºAno – Geografia B Portugal: País Atlântico por posição, Mediterrâneo por vocação Módulo Temas/subtemas Introdução: “A posição de Portugal na Europa e no Mundo” – A composição do território nacional 1.º – A posição geográfica de Portugal – A inserção de Portugal em diferentes espaços 1 – A diversidade do quadro natural de Portugal: o relevo e o subsolo 1.1 – Os contrastes no relevo 1.2 – As potencialidades do subsolo 2 – A diversidade do quadro natural de Portugal: o clima e a água 2.º 2.1 – A diversidade do clima 2.2 – As disponibilidades hídricas 3.º 3 – As paisagens: imobilidade e mudança 3.1 – A variedade das paisagens em Portugal 3.2 – As paisagens e o ambiente 14 11.ºAno – Geografia B Portugal: País Atlântico por posição, Mediterrâneo por vocação Módulo Temas/subtemas 4 - A dinâmica da população portuguesa 4.º 4.1 – A população e o território 4.2 – As estruturas demográficas 5 - A (re)valorização do espaço urbano 5.º 5.1 – A organização do espaço urbano 5.2 – A qualidade de vida nas cidades portuguesas 6.º 6 – As transformações no espaço rural 6.1 – A actividade agrícola 6.2 – Os novos usos do espaço rural 15 12.ºAno – Geografia B O ordenamento do território, um caminho para o desenvolvimento Módulo Temas/Subtemas 7 – O território da União Europeia 7.º 7.1– Do Tratado de Roma aos nossos dias 7.2– O Desenvolvimento no espaço comunitário 8 – O ordenamento do território no espaço comunitário 8.º 8.1– As regiões de desenvolvimento prioritário 8.2– As grandes opções territoriais 9 – Os desafios do desenvolvimento territorial - a reestruturação do território 9.º - a Europa das regiões - a reorganização político/administrativa - a mundialização da economia e o território - a sustentabilidade ambiental 16 4 – Sugestões Metodológicas Gerais “A Educação ao longo da vida baseia-se em quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser” (CIEG, 1996: 88). O conhecimento da realidade social e ambiental constitui um dos objectivos fundamentais da Educação Geográfica. Para isso, as várias actividades de aprendizagem devem incidir em formas de construção do conhecimento sobre o espaço geográfico, entendido aqui como uma integração da dimensão subjectiva (pessoal, mental) com a dimensão territorial. É necessário preparar os jovens para a vida activa, com um sólido conhecimento do mundo onde vivem e sabendo pensar o espaço. Qualquer acto educativo tem subjacente determinado modelo teórico, sendo o modelo reconstrutivo o que melhor responde às necessidades actuais. A escola deve acompanhar a evolução da sociedade e como os novos meios de comunicação trazem até aos alunos um manancial nunca visto de informação, a escola tem de saber potencializar essa informação. É através do modelo reconstrutivo que a escola estabelece a interligação entre os conhecimentos que o aluno adquire fora dela e aqueles que ela lhe proporciona, ou seja, parte-se do «currículo planeado» até chegar ao «currículo construído», tendo em consideração os «saberes dos alunos». O Ensino da Geografia deve educar geograficamente as pessoas para o Mundo onde vivem. O que se pretende, independentemente do modelo de análise seleccionado é a aquisição dos valores absolutos e relativos da ciência geográfica. Num paradigma humanista estudam-se as situações da sociedade e dos indivíduos, na perspectiva das suas vivências, para interpretar as relações entre o comportamento e o ambiente. Realça-se a interacção indivíduo/ambiente, valorizando-se a investigação do quadro natural, e o estudo das inter-relações indivíduo/grupo/ambiente. Esta tendência implica uma observação participante com um trabalho de campo sistemático, idêntica à observação defendida pelo paradigma ecológico a nível educativo. Esta perspectiva exige um esforço do professor para o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem activas, com uma componente experimental e inseridas numa linha construtivista, facilitadora do amadurecimento intelectual do aluno. Cada projecto pedagógico tem de ser desenvolvido a partir das finalidades que transformadas em objectivos educacionais (ao nível dos conhecimentos, das capacidades e das atitudes), devem orientar a 17 selecção dos temas/problemas a abordar na organização dos conteúdos e dos métodos de investigação geográfica, bem como das estratégias a utilizar. A tónica deste modelo é colocada no papel que o professor tem na gestão dos conteúdos a leccionar, com vista à tentativa de explicação de problemas actuais. Contudo, estas explicações devem ter como suporte uma base científica sólida e não ficarem apenas na apresentação dos resultados das investigações feitas pelos alunos (Souto González, 1998). Nesta perspectiva a especificação, em cada subtema de objectivos didácticos, sobretudo do domínio do conhecimento, poderá ser entendida como contraditória com o modelo construtivista subjacente a este programa. No entanto, considerou-se importante a sua clarificação como forma de aferir as aprendizagens a nível nacional, uma vez que qualquer prova de avaliação externa incide principalmente sobre esse domínio. Esta opção também teve em consideração as desigualdades de acesso à formação/informação existentes nas escolas. A explicitação destes objectivos não significa o «esquecimento» dos outros domínios que surgem referenciados nas sugestões metodológicas, em cada subtema e na indicação dos recursos a utilizar. Em cada subtema as sugestões metodológicas têm em atenção a carga horária atribuída a esta disciplina, as características gerais dos alunos dos cursos tecnológicos e a natureza técnica e tecnológica dos respectivos cursos. As sugestões que são referidas, bem como a distribuição das horas lectivas, são orientadoras do nível de profundidade que se pretende. A explicitação dos conteúdos a leccionar é complementada com as noções básicas e os conceitos, os quais devem ser entendidos numa perspectiva de permanente (re)construção, não devendo, por isso, ser tratados com a mesma profundidade. A abordagem deve permitir aos alunos construírem/aprofundarem conceitos cientificamente correctos e com o nível adequado, evitando um conhecimento enciclopédico de cada assunto. A utilização das designações “conceitos” e “noções básicas” na mesma coluna resulta da inclusão de conceitos elementares, facilmente aprendidos por observação e contraste de casos concretos e de outros mais abstractos. Os conceitos estruturantes da Geografia – distância, distribuição, escala, espaço geográfico, interacção, localização, lugar, mudança/permanência, região e território – foram seleccionados a partir de diferentes fontes bibliográficas (Comissão da Educação Geográfica, 1992; Merenne Schoumaker, 1985; Souto González, 1990). São conceitos complexos e abstractos, segundo os quais se deve orientar toda a aprendizagem geográfica, por isso, considerou-se que a sua inserção em todos os temas se iria tornar repetitiva, dificultando a articulação entre objectivos, conteúdos, conceitos e nível de abordagem. 18 Compete ao professor a selecção de estratégias adequadas à concretização das sugestões propostas, atendendo aos objectivos gerais dos diferentes domínios e ao contexto onde está inserido, mas privilegiando sempre a interacção Escola-Meio e o Projecto Educativo de cada escola. No entanto, sugere-se o desenvolvimento de actividades no âmbito da investigação geográfica, que possibilitem a recolha, a selecção e o tratamento de informação variada. A observação directa (visitas de estudo, trabalho de campo, etc) e a indirecta (pesquisa bibliográfica, documentação gráfica e cartográfica, pesquisa de legislação, filmes, etc.) são processos aconselhados para a recolha de informação. Quanto ao tratamento e apresentação da informação deve ser diversificado, utilizando processos estatísticos, gráficos e cartográficos, para além de textos escritos. Não obstante o processo escolhido deve valorizar-se o rigor científico e recorrer, sempre que possível, às novas tecnologias de informação e comunicação (TIC). No 1.º módulo, o Tema introdutório – “A posição de Portugal na Europa e no Mundo” – deve ser encarado como um espaço de descoberta do aluno e das suas motivações para a aprendizagem da Geografia e, como um tema no qual se pretende fazer uma localização e um enquadramento natural e cultural do território português, assim como das ligações que este mantém com outros espaços. A preparação para a vida activa e a formação de um técnico pressupõe um sólido conhecimento de Portugal. Considera-se que esse conhecimento se desenvolve através dos seguintes temas: – A diversidade do quadro natural de Portugal:o relevo e o subsolo; – A diversidade do quadro natural de Portugal: o clima e a água; – As paisagens: imobilidade e mudança; – A dinâmica da população portuguesa; – A (re)valorização do espaço urbano; – As transformações no espaço rural. No 12º ano a compreensão dos factos é alargada para uma escala de análise a nível da União Europeia, sendo os temas os seguintes: – O Território da União Europeia; – O ordenamento do território no espaço comunitário; – Os desafios do desenvolvimento territorial 19 O Tema 9 – Os desafios do desenvolvimento territorial – não está desagregado em subtemas como os anteriores por se considerar ser uma tema de fecho que permite uma abordagem sistémica consonante com o núcleo conceptual respectivo e com uma visão integrada do ordenamento territorial. A leccionação de todos estes temas deve adoptar como estrutura de referência o conhecimento dos elementos naturais, humanos e culturais dos territórios; a compreensão das principais interacções entre aqueles elementos; a reflexão sobre os aspectos estudados visando a valorização dos territórios, através da transformação das vantagens comparativas em vantagens competitivas; e a preocupação pelo equilíbrio nas relações população/ambiente, preservando o património natural e construído, numa perspectiva de desenvolvimento sustentável. A concretização apresentada nas sugestões metodológicas em cada um dos subtemas, independentemente das estratégias e actividades seleccionadas, deve privilegiar uma abordagem sistémica facilitadora da identificação das variáveis intervenientes na organização do espaço; por uma territorialização/espacialização dos fenómenos que evidencie a interacção de todos os factores; por um nível de análise multidimensional que torne relevante o modo como as diferenças entre o local e o global estão em interacção constante; e pela resolução de problemas que possibilite aos alunos a procura de soluções adequadas na gestão dos conflitos. Na elaboração deste programa privilegiou-se a sua exequibilidade, em detrimento de alguns temas que possam ser considerados relevantes. Deste modo, importa realçar que não se pretendem descrições demasiado exaustivas nem aprofundadas dos conteúdos apresentados. Aconselha-se ainda, a articulação com a disciplina de Técnicas de Ordenamento do Território, de acordo com as sugestões apresentadas nas sugestões metodológicas de alguns subtemas, a fim de evitar sobreposições desnecessárias e favorecer a complementaridade. A inserção nos programas para o ensino recorrente dos estudos de caso propostos, em cada ano, no programa inicial, não é viável na modalidade de frequência não presencial cuja avaliação tem como instrumento um teste escrito, contudo, é importante que os alunos desenvolvam as competências que lhes estão inerentes. No entanto, entende-se que os alunos na modalidade de frequência presencial devem realizar, sempre que possível, um estudo de caso, no módulo que, em cada ano, se revelar mais oportuno, dependendo esta decisão da forma como se encarar esta metodologia e da oportunidade da sua realização. 20 5 – Recursos No ensino da Geografia devem utilizar-se recursos didácticos diversificados, quer como instrumentos de análise geográfica, quer como auxiliares na formação de imagens mentais. Deve ser feita uma rigorosa selecção da quantidade e da qualidade dos recursos a utilizar, importando salientar que estes podem ser elaborados pelos professores ou pelos alunos. A utilização sistemática e atempada dos recursos preferencialmente mais adequados pressupõe uma organização escolar que possibilite ao professor permanecer numa sala equipada, o que irá facilitar uma metodologia mais activa e experimental. A - Equipamentos: - projector de diapositivos; - câmara de vídeo e máquina fotográfica (disponíveis - retroprojector; quando necessário); - episcópio; - computador com impressora, com scanner e com -.écran; ligação à internet; - estereoscópios; - datashow; - televisão; - armário de mapas; - leitor de vídeo/DVD; - arquivador de livros e revistas. B – Materiais: - fotografias e diapositivos – podem incluir trabalhos elaborados pelos professores, ou realizados pelos alunos como produto de investigação; - videogramas – podem incluir gravações de documentários da televisão, registos feitos pelo professor ou pelos alunos, quer de testemunhos importantes (entrevistas, conferências, histórias de vida), quer também como produto de uma investigação (estudo de caso); - imagens de satélite e fotografias aéreas; - mapas – de diferentes escalas (local, regional, nacional, europeia e mundial) e diversificados (topográficos, temáticos); aconselha-se a utilização do Atlas do Ambiente; - modelos tridimensionais; - estatísticas diversas; - relatórios de organismos internacionais – da Comissão Europeia, do PNUD, do Banco Mundial entre outros; - planos de ordenamento – o PROT, o PDM, os planos de áreas protegidas da região/concelho onde se localiza a escola, assim como outros que se considerem de interesse; - legislação – Lei de Bases do Ambiente, Lei de Bases do Ordenamento do Território e Urbanismo, Lei de Bases da Água, Plano Rodoviário Nacional e outros que se considerem relevantes; - software específico da disciplina; - sites na internet divulgados pela Associação de Professores de Geografia através das suas publicações e da respectiva página em www.aprofgeo.pt . C – Consumíveis diversos 21 6 - Avaliação A avaliação tem de ser coerente com todo o currículo, deste modo ela deve ser uma prática pedagógica sistemática, contínua e inserida em todo o processo de ensino/aprendizagem, incidindo principalmente sobre os processos e valorizando a sua componente formativa. A avaliação deve ser integrada, integral, contínua e sistemática. Integrada porque faz parte do conjunto de actividades do processo de ensino/aprendizagem e integral porque deve ter em conta, a aquisição de novos conceitos, de procedimentos e o desenvolvimento de atitudes. A avaliação deve ser também contínua e sistemática, porque pressupõe uma complementaridade de processos de recolha de dados, de uma forma sistemática e numa interacção permanente professor/aluno. A avaliação deve também ser individualizada, porque se cada situação de aprendizagem é única e cada aluno um indivíduo diferente, não se pode exigir a todos os mesmos comportamentos. Dada a sua função predominantemente formativa, todos os intervenientes devem participar no processo através da auto e da hetero-avaliação, o que permitirá o desenvolvimento da autoconfiança e da progressão na aprendizagem. A avaliação das aprendizagens deve orientar-se pelos seguintes princípios básicos: diversificação de instrumentos (registos de observação, relatórios e outros textos escritos, entrevistas, listas de verificação, registos de auto e hetero avaliação, diário do professor, caderno do aluno, análise de trabalhos individuais e de trabalhos de grupo, debates, testes); autenticidade (fazendo coincidir as tarefas e as actividades com a avaliação); melhoria das aprendizagens (atribuindo maior importância à avaliação formativa como reguladora do processo de ensino-aprendizagem); diversificação dos intervenientes (estabelecendo a comunicação entre professores e alunos e permitindo a reflexão sobre o percurso realizado e sobre a construção das aprendizagens). Assim, na modalidade de frequência presencial, no decorrer do processo de ensino-aprendizagem devem considerar-se as seguintes modalidades de avaliação: - a avaliação inicial, realizada a partir de questionários que permitam um melhor conhecimento do aluno e a determinação de conceitos e competências essenciais, que irão permitir delinear estratégias de recuperação; 22 - a avaliação processual, que deve estar sempre presente, “trata-se do elemento regulador do ensino e da aprendizagem, ajudando o aluno a aprender e o professor a ensinar” (Perrenoud, 1993). Ela torna o aluno mais consciente e mais responsável pela sua aprendizagem e fornece ao professor uma série de informações que lhe permitem fazer os necessários reajustamentos, adaptando ou construindo outros instrumentos de avaliação e materiais pedagógicos; permite assim, uma interacção permanente entre a avaliação e a acção educativa. - a avaliação sumativa, que constitui o balanço do que o aluno aprendeu, no final de uma fase do processo ensino/aprendizagem devendo, tal como noutras modalidades, ser alvo de grande rigor, para o que é fundamental a definição de critérios objectivos de avaliação o mais precisos possível. Os objectivos gerais são o referencial do conjunto de aprendizagens exigíveis no final do Ensino Secundário. Cabe ao grupo disciplinar/departamento a definição de critérios de avaliação a partir desses objectivos, assim como a construção de instrumentos de avaliação diversificados, que incidam não só nos aspectos cognitivos, mas também sobre as capacidades e as atitudes. Para os alunos que frequentam o ensino recorrente na modalidade de frequência não presencial, a capitalização de módulos é obrigatoriamente sequencial e a prova de avaliação deve revestir a forma de uma prova escrita. 23 PARTE III Desenvolvimento do Programa por Módulos 24 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos - 10º ano N.º DE UNIDADES TEMAS /SUBTEMAS/CONTEÚDOS LECTIVAS* 1.º Módulo Introdução: “A posição de Portugal na Europa e no Mundo” - A composição do território nacional - A posição geográfica de Portugal - A inserção de Portugal em diferentes espaços 1 – A diversidade do quadro natural de Portugal: o relevo e o subsolo 24 1.1 – Os contrastes no relevo 1.1.1 – As características morfológicas de Portugal Continental (12 semanas) 1.1.2 – O relevo de Portugal Continental no conjunto da Península Ibérica 1.1.3 – A morfologia dos arquipélagos dos Açores e da Madeira 1.1.4 – A valorização económica do relevo 1.2 – As potencialidades do subsolo 1.2.1 – Os recursos do subsolo 1.2.2 - A valorização económica do subsolo 2.º Módulo 2 – A diversidade do quadro natural de Portugal: o clima e a água 2.1 – A diversidade do clima 2.1.1 – A especificidade climática de Portugal Continental 2.1.2 – As características do clima dos arquipélagos dos Açores e da Madeira 2.1.3 – A valorização económica do clima 24 (12 semanas) 2.2 – As disponibilidades hídricas 2.2.1 – A irregularidade na distribuição da água 2.2..2 – A utilização dos recursos hídricos 2.2.3 – A gestão dos recursos hídricos 3.º Módulo 3 – As paisagens: imobilidade e mudança 3.1 – A variedade das paisagens em Portugal 18 3.1.1 – Os elementos identificadores da paisagem (9 semanas) 3.1.2 – O tradicionalismo das paisagens rurais 3.1.3 – O dinamismo das paisagens urbanas 3.2 – As paisagens e o ambiente 3.2.1 – As paisagens como património a preservar 3.2.2 – A gestão e manutenção das paisagens TOTAL DE UNIDADES LECTIVAS • • Unidades lectivas de 90 minutos Nota: na modalidade de frequência presencial o número de unidades lectivas previsto inclui a avaliação 25 66 1.º Módulo 26 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos Portugal: País Atlântico por posição, Mediterrâneo por vocação 1.º Módulo TEMAS/SUBTEMAS/ CONTEÚDOS N.º DE UNIDADES LECTIVAS* Introdução: “A posição de Portugal na Europa e no Mundo” - A composição do território nacional - A posição geográfica de Portugal - A inserção de Portugal em diferentes espaços 1 – A diversidade do quadro natural de Portugal: o relevo e o subsolo 1.1 – Os contrastes no relevo 1.1.1 – As características morfológicas de Portugal Continental - as áreas de montanha - as áreas de planície e de planalto - as áreas costeiras 1.1.2 – O relevo de Portugal Continental no conjunto da Península Ibérica 24 - a Meseta Ibérica - as Montanhas Periféricas - as Bacias Sedimentares (12 semanas) 1.1.3 – A morfologia dos arquipélagos dos Açores e da Madeira - a origem vulcânica - as formas de relevo vulcânico 1.1.4 – A valorização económica do relevo - o turismo e as actividades de lazer - a energia eólica 1.2 – As potencialidades do subsolo 1.2.1 – Os recursos do subsolo - as rochas industriais e ornamentais - as águas termais - a geotermia 1.2.2– A valorização económica do subsolo - a indústria extractiva - o termalismo - as águas minerais * Unidades lectivas de 90 minutos Nota: Na modalidade de frequência presencial, o n.º de Unidades Lectivas incorpora a avaliação 27 Matriz: Competências/Módulos do 10.º ano n.º da competência 1 2 3 4 5 Número do Módulo 1.º 2.º 10.º Ano 3.º • • • • • • • • • • • • • • • 4.º 5.º 11.º Ano 6.º 7.º 8.º 12.º Ano 6 Sem relevância no Ensino Recorrente 7 Sem relevância no Ensino Recorrente 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Competências a desenvolver 28 9.º Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos 1.ºMódulo Introdução Núcleo conceptual A localização e o posicionamento de Portugal como factores de valorização cultural e económica. Conceitos Noções básicas Águas territoriais Arquipélago CPLP Espaço aéreo Conteúdos “A posição de Portugal na Europa e no Mundo” – A composição do território nacional – A posição geográfica de Portugal – A inserção de Portugal em diferentes espaços Espaço Schengen Fronteira Globalização No final deste módulo o aluno deve ser capaz de: Localização absoluta Localização relativa • Conhecer a composição das várias unidades territoriais de Portugal. NUT • Reconhecer a posição de Portugal Continental e Insular na Europa e no Países lusófonos Região Região atlântica Região autónoma Região mediterrânea Tratado de Roma Tratado de Maastricht Mundo. • Caracterizar, sob o ponto de vista geográfico, a região mediterrânea e a região atlântica. • Debater a importância da posição geográfica de Portugal no contexto da Europa. União Europeia • Salientar a importância da integração de Portugal na União Europeia. Zona Temperada • Reconhecer a importância do espaço lusófono, bem como das comunidades de emigrantes. • Valorizar as relações de Portugal com as comunidades de emigrantes e com os países lusófonos. • Reconhecer a importância estratégica de Portugal num mundo cada vez mais global. 29 1.ºMódulo S ugestões Metodológicas Introdução Com o Tema introdutório – “A posição de Portugal na Europa e no Mundo” – pretende-se, por um lado, criar um espaço e um tema conducentes à (re)descoberta pelos alunos, com percursos e vivências muito diversificados, da disciplina de Geografia. Assim, no início deste módulo deve fazer-se uma avaliação diagnóstica relativa aos conceitos/noções básicas consideradas aprendizagens prévias. As questões levantadas podem ajudar o professor a delinear as actividades a desenvolver ao longo do ano, nomeadamente, o modo como os alunos inter-relacionam a Modernidade e a Tradição; como dominam o padrão de distribuição de fenómenos e se posicionam relativamente aos impactos resultantes da mobilidade crescente de pessoas e bens; como se posicionam relativamente aos problemas ambientais; como encaram as actividades de tempos livres e de lazer; ou como entendem a identidade cultural do povo português. Com o conteúdo “A composição do território nacional” pretende-se relembrar as diversas unidades territoriais que formam Portugal e são os referentes para adultos (distritos, concelhos, freguesias), abrir caminho para o conhecimento das novas unidades territoriais ( NUT I, II e III). Considera-se pertinente que se faça a referência às águas territoriais e ao espaço aéreo, alertando para as questões da soberania dos Estados, sobretudo, ao nível do espaço marítimo. Com o conteúdo “A posição geográfica de Portugal” pretende-se que se faça, a partir da análise de mapas de diferentes escalas, a localização absoluta e relativa de Portugal Continental e Insular. Sugere-se que sejam efectuados cálculos respeitantes às dimensões do território, às distâncias entre Portugal Continental e os arquipélagos, entre os Açores e o continente americano e entre a Madeira e o continente africano, o que permitirá, simultaneamente, a consolidação do conceito de escala. Sugere-se, ainda, a realização de exercícios de leitura das coordenadas geográficas, nomeadamente, do valor dos paralelos que limitam Portugal Continental. Através de exercícios de localização relativa, pretende evidenciar-se a posição periférica do nosso território relativamente à Europa. Com o conteúdo “A inserção de Portugal em diferentes espaços” pretende-se evidenciar a importância da inserção de Portugal nos diferentes espaços naturais, económicos e culturais; sugere-se, por isso, que se enfatize o dualismo geográfico/cultural do nosso país que advém da sua posição relativamente ao Mediterrâneo e ao Atlântico, relativamente à África e à Europa, entre a Europa e a América. Relativamente à União Europeia, deve ser feita uma abordagem que permita aos alunos relembrar o espaço físico e político desta organização, o significado do Tratado de Roma e do Tratado de Maastricht e, a importância da integração de Portugal no espaço Schengen. Deve ainda ser dado especial destaque às relações que o nosso país mantém com os países de língua oficial portuguesa e com as comunidades de emigrantes espalhadas pelo Mundo (em particular as que residem na Europa, no Brasil, nos EUA, no Canadá, na Venezuela e na África do Sul) reconhecendo o intercâmbio cultural que daí advém. Por último, através de uma abordagem breve, sugere-se que se evidencie a importância geoestratégica de Portugal na era da globalização. 30 1.º Módulo A diversidade do quadro natural de Portugal: o relevo e o subsolo Conceitos Núcleo conceptual A diversidade das características naturais das paisagens portuguesas como aspecto a valorizar e a preservar. Subtema Noções básicas 1.1 – Os contrastes no relevo Abrasão marinha 1.1.1 – As características morfológicas de Portugal Continental Arriba - as áreas de montanha - as áreas de planície e de planalto - as áreas costeiras Bacia sedimentar Caldeira Cordilheira Central 1.1.2 – O relevo de Portugal Continental no conjunto da Península Ibérica - a Meseta Ibérica - as Montanhas Periféricas - as Bacias Sedimentares Costa Declive Energia alternativa 1.1.3 – A morfologia dos arquipélagos dos Açores e da Madeira Erosão - a origem vulcânica - as formas de relevo vulcânico Estalactites Estalagmites 1.1.4 – A valorização económica do relevo - o turismo e as actividades de lazer - a energia eólica Estuário Fonte de energia renovável Fumarola Gruta No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: Meseta Ibérica Pico vulcânico • Caracterizar morfologicamente o território português. Praia • Integrar as unidades do relevo de Portugal nas unidades do relevo da Península Ravina Recurso endógeno Ibérica. Relevo cársico • Caracterizar a costa portuguesa. Relevo glaciario • Caracterizar a morfologia dos arquipélagos dos Açores e da Madeira. Rift • Relacionar a morfologia dos arquipélagos dos Açores e da Madeira com a sua Turismo balnear Turismo rural Unidade morfológica Vale encaixado Vertente génese vulcânica. • Debater a importância das formas de relevo vulcânico para o turismo dos Açores e da Madeira. • Discutir a importância económica do relevo de Portugal. 31 1.º Módulo 1.1 – Os contrastes no relevo A diversidade do quadro natural de Portugal: o relevo e o subsolo Sugestões Metodológicas Na leccionação deste tema deve valorizar-se o recurso à análise de mapas temáticos, fotografias/diapositivos, fotografia aérea, gráficos termopluviométricos, cartas sinópticas e videogramas, de forma a desenvolver competências relacionadas com a análise de documentos gráficos e cartográficos e com a selecção, sistematização e interpretação de dados. No início deste subtema deve fazer-se uma avaliação diagnóstica relativa aos conceitos/noções básicas consideradas aprendizagens prévias e implementar estratégias de recuperação conducentes à supressão de eventuais falhas. Assim, a consolidação deve incidir sobre os conhecimentos relativos às principais formas de relevo. Com o tratamento do subtema 1.1 – “Os contrastes no relevo” – pretende-se salientar os contrastes morfológicos do nosso território numa perspectiva de valorização dessas diferenças. Com o conteúdo 1.1.1 pretende-se caracterizar morfologicamente o território, no que respeita à distribuição das principais formas de relevo. Assim, sugere-se que se faça a localização e a orientação dos principais sistemas montanhosos, identificando algumas serras, nomeadamente Aire, Alvão, Arrábida, Candeeiros, Caramulo, Estrela, Gardunha, Gerês, Grândola, Lousã, Marão, Monchique, Montemuro, Peneda e Sintra. Relativamente às áreas costeiras é importante fazer referência às características do litoral salientando, por um lado, a acção erosiva do mar e os riscos inerentes à excessiva ocupação humana dessas áreas. e, por outro lado, sugere-se que se salientem aspectos da nossa costa que podem ser valorizados turisticamente, como é o caso das rias de Aveiro e Formosa. Sugere-se ainda que se saliente a importância ecológica dos estuários, nomeadamente o do Tejo e o do Sado, bem como o seu interesse turístico que deve ser conciliado com a preservação do património aí existente. É importante debater com os alunos as diferentes hipóteses de gestão destas áreas de risco. Com o conteúdo 1.1.2 pretende-se salientar que o estudo do relevo de Portugal é indissociável do estudo do relevo da Península Ibérica. Nesse sentido, devem desenvolver-se actividades de localização das Bacias Sedimentares, da Meseta Ibérica, das serras da Cordilheira Central e das Montanhas Periféricas, evidenciando a continuidade física de algumas delas. No conteúdo 1.1.3 aconselha-se uma abordagem que evidencie a singularidade morfológica dos Açores e da Madeira, relacionando-a com a sua génese vulcânica e destacando a existência de formas de vulcanismo secundário, numa perspectiva de potencialização dos recursos endógenos, nomeadamente o turismo. Com o conteúdo 1.1.4 sugere-se que se equacionem aspectos da valorização económica do relevo, numa perspectiva de transformar as suas vantagens comparativas em vantagens competitivas. Considera-se relevante problematizar os impactos económicos e ambientais do turismo balnear assim como a exploração turística das áreas de altitude. Deve fazer-se um estudo que valorize a preservação da natureza e que destaque singularidades ligadas ao relevo, como por exemplo, formas glaciárias, formas cársicas e os socalcos. Sugere-se uma abordagem que facilite o debate sobre as hipóteses de viabilidade de práticas como a espeleologia ou os desportos-aventura. Considera-se também importante debater o aproveitamento da energia eólica no litoral e nas áreas de altitude elevada. 32 1.º Módulo A diversidade do quadro natural de Portugal: o relevo e o subsolo Conceitos Núcleo conceptual A diversidade das características naturais das paisagens portuguesas como aspecto a valorizar e a preservar. Subtema Noções básicas 1.2 – As potencialidades do subsolo Águas minerais Águas termais Energia geotérmica 1.2.1 – Os recursos do subsolo - as rochas industriais e ornamentais - as águas termais - a geotermia Indústria extractiva Jazida Mina Minério Recurso: 1.2.2– A valorização económica do subsolo - a indústria extractiva - o termalismo - as águas minerais - a energia geotérmica - Endógeno/exógeno - Renovável/não renovável Rocha industrial No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: Rocha ornamental Termalismo • Localizar os recursos do subsolo de maior valor económico. • Conhecer a distribuição das principais fontes termais em Portugal. • Valorizar as potencialidades económicas do subsolo. • Equacionar os impactos ambientais resultantes da indústria extractiva. • Debater medidas conciliadoras das diferentes actividades económicas com o equilíbrio ambiental. 33 1.º Módulo 1.2 – As potencialidades do subsolo A diversidade do quadro natural de Portugal: o relevo e o subsolo Sugestões Metodológicas O subtema 1.2 – “As potencialidades do subsolo” – pretende-se uma abordagem que incida, sobretudo, na exploração sustentada dos recursos do subsolo e na valorização das áreas de exploração quer estas estejam em uso ou não, debatendo problemas sociais e ambientais que lhe estão associados. Com o conteúdo 1.2.1 pretende-se a inventariação e a localização, não exaustivas, das principais áreas de exploração das rochas ornamentais e das industriais de maior valor económico, bem como a localização dos principais recursos energéticos, dando particular destaque à exploração da energia geotérmica nos Açores. Sugere-se também a localização das principais fontes de águas termais e minerais levando os alunos a compreender a origem desses fenómenos através da análise explicativa de um caso concreto no nosso país. Com o conteúdo 1.2.2 pretende-se salientar o valor económico das rochas industriais/ornamentais e problematizar a exploração mineira em Portugal. Sugere-se também a promoção de debates sobre os impactos ambientais decorrentes da exploração mineira, bem como sobre a necessidade de recuperação ambiental das áreas mineiras, estando as minas em funcionamento ou não, e tendo sempre em atenção, problemas de saúde tanto dos trabalhadores como das populações que vivem em redor das minas. Esta abordagem deve ser feita, se possível, a partir de casos existentes no meio onde se insere a escola ou de experiências/vivências dos alunos. Com este conteúdo deve igualmente valorizar-se os fenómenos de termalismo, numa perspectiva de potencialização deste recurso endógeno, nomeadamente para a actividade turística, bem como a exploração económica de águas minerais. No que respeita à energia geotérmica, deve salientar-se a importância deste recurso endógeno nos Açores, mas referindo também as hipóteses de viabilidade de exploração desta fonte de energia em Portugal Continental. A propósito deste assunto sugere-se uma abordagem à problemática da dependência energética do nosso país, à sua consequente vulnerabilidade face ao exterior, bem como à necessidade de potencializar os recursos energéticos existentes no nosso território. 34 Sugestões de avaliação Num currículo orientado para o desenvolvimento de competências a avaliação deve ser centrada no desempenho em contexto real, ou seja as situações de aprendizagem são, também, situações de avaliação. É do consenso geral que as competências não se desenvolvem automaticamente. Enquanto indivíduos e pequenos grupos podem desenvolver conhecimentos de forma informal, o desenvolvimento de grande parte das competências deve utilizar metodologias mais formais porque as competências se desenvolvem como um processo activo de aprendizagem individual, através da reflexão entre a prática e a cognição. Para avaliar competências não servem os instrumentos tradicionais, pois não se colocam apenas questões de conhecimento, é preciso criar tarefas complexas, integrar a avaliação no trabalho quotidiano da aula, observar os alunos em situação de aprendizagem, observar séries de desempenhos comparáveis, de forma a neutralizar efeitos aleatórios e a emitir juízos fundamentados. O grau de desenvolvimento de competências de cada aluno é diferente, de acordo com o seu ponto de partida, com os recursos cognitivos que mobiliza e com as decisões que toma na realização das tarefas. Na realidade, o professor não pode avaliar competências de forma padronizada, comparando desempenhos dos alunos, deverá antes, em cada tarefa, comparar o que o aluno deveria ter feito se fosse competente e o que fez na realidade. Assim, do ponto de vista didáctico e, em particular, para os alunos na modalidade de frequência presencial, é necessário criar situações de aprendizagem que lhes permitam desenvolver competências diversificadas, nos domínios analítico-conceptual/técnico-metodológico bem como das atitudes. Neste contexto, é necessário diversificar os instrumentos de avaliação — testes de conhecimento com questões de ensaio e questões objectivas, grelhas de observação, listas de verificação de desempenhos, escalas de atitudes, escalas descritivas para análise de trabalhos (individuais ou de grupo) e grelhas de observação da participação nos debates — de acordo com as diferentes situações e aspectos a avaliar, o que pressupõe que cada situação de aprendizagem e as suas exigências sejam conhecidas antes da avaliação, valorizando, assim, a dimensão formativa do processo de avaliação. Na modalidade de frequência não presencial, na concepção da prova escrita deve-se ter em atenção a matriz de competências a desenvolver neste módulo. 35 2.º Módulo 36 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos Portugal: País Atlântico por posição, Mediterrâneo por vocação 2.º Módulo TEMAS/SUBTEMAS/CONTEÚDOS N.º DE UNIDADES LECTIVAS* 2. A diversidade do quadro natural de Portugal: o clima e a água 2.1 – A diversidade do clima 2.1.1 – A especificidade climática de Portugal Continental - a variação termopluviométrica - a irregularidade da precipitação - a duração do período seco estival 2.1.2 – As características do clima dos arquipélagos dos Açores e da Madeira - os Açores e a trajectória das depressões barométricas - a exposição geográfica da Madeira 2.1.3 – A valorização económica do clima - no turismo - no aproveitamento energético 24 (12 semanas) 2.2 – As disponibilidades hídricas 2.2.1 – A irregularidade na distribuição da água - as águas subterrâneas - as águas superficiais 2.2.2 – A utilização dos recursos hídricos - os contrastes a norte e a sul do Mondego - os problemas na utilização da água 2.2.3 – A gestão dos recursos hídricos - a gestão das bacias hidrográficas luso-espanholas - a protecção e o controlo da qualidade da água - a racionalização dos usos * Unidades lectivas de 90 minutos Nota: Na modalidade de frequência presencial, o n.º de Unidades Lectivas incorpora a avaliação 37 Matriz: Competências/Módulos do 10.º ano n.º da competência 1 2 3 4 5 Número do Módulo 1.º 2.º 10.º Ano 3.º • • • • • • • • • • • • • • • 4.º 5.º 11.º Ano 6.º 7.º 8.º 12.º Ano 6 Sem relevância no Ensino Recorrente 7 Sem relevância no Ensino Recorrente 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Competências a desenvolver 38 9.º Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos 2.º Módulo A diversidade do quadro natural de Portugal: o clima e a água Conceitos Núcleo conceptual A diversidade das características naturais das paisagens portuguesas como aspecto a valorizar e a preservar. Subtema Noções básicas 2.1 – A diversidade do clima Amplitude de variação térmica Anticiclone Clima Convecção térmica Depressão barométrica Elemento de clima Estado de tempo Evapotranspiração 2.1.1 – A especificidade climática de Portugal Continental - a variação termopluviométrica - a irregularidade da precipitação - a duração do período seco estival 2.1.2 – As características do clima dos arquipélagos dos Açores e da Madeira - os Açores e a trajectória das depressões barométricas - a exposição geográfica da Madeira 2.1.3 – A valorização económica do clima - no turismo - no aproveitamento energético Exposição geográfica Factor de clima Insolação Linha Isobárica Linha Isotérmica Massa de ar Nebulosidade Período seco estival Precipitação atmosférica Pressão atmosférica No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: • Relacionar a distribuição da temperatura e da precipitação com os diversos factores de clima. • Relacionar a variabilidade da precipitação com a deslocação em latitude dos centros de altas e de baixas pressões. Situação meteorológica • Explicar a especificidade do clima de Portugal Continental. Superfície frontal polar • Relacionar as características climáticas dos arquipélagos dos Açores e da Temperatura média Tipos de precipitação: - Convectiva Madeira com a sua localização. • Discutir a valorização económica do clima de Portugal. - Frontal - Orográfica Ventos Alíseos Ventos de Oeste 39 2.º Módulo 2.1 – A diversidade do clima A diversidade do quadro natural de Portugal: o clima e a água Sugestões Metodológicas No início deste subtema deve fazer-se uma avaliação diagnóstica relativa aos conceitos/noções básicas consideradas aprendizagens prévias e implementar estratégias de recuperação conducentes à supressão de eventuais falhas. Assim, a consolidação deve incidir sobre os conhecimentos relativos à distribuição e caracterização dos grandes conjuntos climáticos à superfície da Terra. O tratamento do subtema 2.1 – “A diversidade do clima” – deve centrar-se no conhecimento das características do clima de Portugal, assim como na explicação das respectivas variações espaciais e nos seus reflexos na paisagem. Com o conteúdo 2.1.1 sugere-se a análise da especificidade do clima de Portugal Continental designadamente no que diz respeito ao regime termopluviométrico, salientando a irregularidade intra e interanual da precipitação e a duração do período seco estival, enfatizando as respectivas consequências. Sugere-se o recurso à construção e análise de gráficos termopluviométricos, assim como à observação de situações sinópticas simples (aconselha-se a consulta da página do Instituto de Meteorologia e Geofísica, na Internet). Esta abordagem não pressupõe um estudo exaustivo das diferentes situações meteorológicas que afectam o estado do tempo em Portugal Continental nem, tão pouco, um estudo aprofundado da evolução das perturbações da frente polar. Sugere-se também o recurso a mapas de isotérmicas e de totais de precipitação, para a análise da distribuição da temperatura e da precipitação, relacionando essa distribuição com a topografia, a altitude, a latitude e a proximidade do mar. Considera-se suficiente, para o estudo do clima em Portugal, o conhecimento da circulação atmosférica na zona temperada do norte. Com o conteúdo 2.1.2 pretende-se uma abordagem idêntica à realizada para Portugal Continental destacando, no caso dos Açores, a posição do arquipélago relativamente à trajectória das depressões subpolares e ao Anticiclone dos Açores. No arquipélago da Madeira deve destacar-se a sua posição em latitude, bem como a influência da altitude e da orientação do relevo na diferenciação climática. Com o conteúdo 2.1.3 pretende-se salientar a raridade da ocorrência do clima mediterrâneo no Mundo, debatendo questões como a importância das suas características para o aproveitamento da energia solar, para a colocação antecipada de produtos agrícolas nos mercados ou mesmo para o cultivo de espécies de climas mais quentes, assim como a importância da sua distribuição para a promoção do turismo. Sugere-se, ainda, a discussão das vantagens do clima dos Açores e da Madeira para o desenvolvimento de actividades turísticas e para a prática de uma agricultura orientada para a produção de alguns produtos, nomeadamente alguns frutos tropicais, flores e primores. 40 2.º Módulo A diversidade do quadro natural de Portugal: o clima e a água Conceitos Noções básicas Água subterrânea Núcleo conceptual A diversidade das características naturais das paisagens portuguesas como aspecto a valorizar e a preservar. Subtema 2.2 – As disponibilidades hídricas 2.2.1 – A irregularidade na distribuição da água - as águas subterrâneas - as águas superficiais Água superficial Albufeira 2.2.2 – A utilização dos recursos hídricos Aquífero - os contrastes a norte e a sul do Mondego - os problemas na utilização da água Bacia hidrográfica Balanço hídrico 2.2.3 – A gestão dos recursos hídricos Barragem - a gestão das bacias hidrográficas luso-espanholas - a protecção e o controlo da qualidade da água - a racionalização dos usos Bem público Carga sólida Caudal Caudal ecológico Cheia No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: Desertificação Disponibilidade hídrica Escorrência Estação de tratamento de águas (ETA) • Inventariar as disponibilidades hídricas de Portugal. • Explicar a irregularidade na distribuição da água no território português. • Relacionar o regime hidrográfico com a irregularidade da precipitação. Estação de tratamento de • Reconhecer as vantagens da retenção da água num clima como o de Portugal. águas residuais (ETAR) • Relacionar os diferentes usos das águas das albufeiras com a sua localização. Eutrofização Leito de estiagem • Compreender os impactos decorrentes da construção de barragens. Leito de cheia • Reflectir sobre a necessidade de uma correcta gestão dos recursos hídricos. Infiltração • Debater a dependência hídrica de Portugal em relação a Espanha. Produtividade aquífera Recurso hídrico Rede hidrográfica • Compreender a importância de medidas de protecção e de gestão dos recursos hídricos. Região hidrográfica Toalha freática 41 2.º Módulo 2.2 – As disponibilidades hídricas A diversidade do quadro natural de Portugal: o clima e a água Sugestões Metodológicas Com o subtema 2.2 – “As disponibilidades hídricas” – pretende-se que os alunos compreendam a importância de uma gestão racional da água num clima e num território com as características do de Portugal. Pretende-se também valorizar a importância da quantidade e qualidade da água, tendo em vista a saúde pública e o ordenamento do território. Com o conteúdo 2.2.1 sugere-se uma inventariação das disponibilidades hídricas, tanto subterrâneas como superficiais, relacionando-as com as características climáticas e com a natureza das rochas. Esta inventariação deverá contemplar o caso das lagoas e das albufeiras, as primeiras muito relevantes no caso do arquipélago dos Açores e as segundas no Continente. Um outro aspecto a salientar é o do carácter concentrado da precipitação, relacionando-o com os seus efeitos quer ao nível da carga sólida que os cursos de água podem transportar, quer em termos da ocorrência e da natureza das cheias. Sugere-se ainda que se estabeleça a relação entre as cheias, o tipo de vale e o tipo de rede hidrográfica. A este propósito sugere-se a problematização da ocupação e limpeza dos leitos de cheia, tanto nos grandes cursos de água como nas pequenas ribeiras e dos impactes da desarborização nos troços mais altos e mais declivosos das bacias hidrográficas. Com o conteúdo 2.2.2 pretende-se salientar a necessidade de retenção da água num clima como o de Portugal, equacionando os impactes positivos e os negativos que advêm da construção de barragens. Considera-se importante salientar as diferenças nos usos da água das albufeiras públicas, a norte e a sul do rio Mondego. Sugere-se ainda a análise do crescente aumento dos consumos doméstico e agrícola, relacionando estes aumentos com a maior ou menor disponibilidade hídrica das diferentes regiões e com os problemas decorrentes da sua utilização como, por exemplo, a sobre-exploração, a poluição difusa ou a eutrofização dos aquíferos. Com o conteúdo 2.2.3 pretende-se sensibilizar os alunos para os problemas relacionados com a gestão das bacias hidrográficas nacionais e internacionais, nomeadamente as questões relacionadas com os caudais ecológicos nos rios internacionais. Considera-se pertinente debater assuntos como a conflitualidade entre os diferentes usos e a qualidade da água para o abastecimento municipal. Sugere-se a realização de um estudo local sobre a situação do tratamento das águas residuais, da qualidade da água, quer para o consumo doméstico, quer para o uso agrícola e mesmo para as actividades de lazer. Um outro aspecto a debater é o dos custos dos diferentes tratamentos da água e o do seu posterior uso. A este propósito sugere-se o debate dos custos da construção de infraestruturas de abastecimento e de saneamento relacionando-os com a concentração e a dispersão do povoamento. 42 Sugestões de avaliação Num currículo orientado para o desenvolvimento de competências a avaliação deve ser centrada no desempenho em contexto real, ou seja as situações de aprendizagem são, também, situações de avaliação. É do consenso geral que as competências não se desenvolvem automaticamente. Enquanto indivíduos e pequenos grupos podem desenvolver conhecimentos de forma informal, o desenvolvimento de grande parte das competências deve utilizar metodologias mais formais porque as competências se desenvolvem como um processo activo de aprendizagem individual, através da reflexão entre a prática e a cognição. Para avaliar competências não servem os instrumentos tradicionais, pois não se colocam apenas questões de conhecimento, é preciso criar tarefas complexas, integrar a avaliação no trabalho quotidiano da aula, observar os alunos em situação de aprendizagem, observar séries de desempenhos comparáveis, de forma a neutralizar efeitos aleatórios e a emitir juízos fundamentados. O grau de desenvolvimento de competências de cada aluno é diferente, de acordo com o seu ponto de partida, com os recursos cognitivos que mobiliza e com as decisões que toma na realização das tarefas. Na realidade, o professor não pode avaliar competências de forma padronizada, comparando desempenhos dos alunos, deverá antes, em cada tarefa, comparar o que o aluno deveria ter feito se fosse competente e o que fez na realidade. Assim, do ponto de vista didáctico e, em particular, para os alunos na modalidade de frequência presencial, é necessário criar situações de aprendizagem que lhes permitam desenvolver competências diversificadas, nos domínios analítico-conceptual/técnico-metodológico bem como das atitudes. Neste contexto, é necessário diversificar os instrumentos de avaliação — testes de conhecimento com questões de ensaio e questões objectivas, grelhas de observação, listas de verificação de desempenhos, escalas de atitudes, escalas descritivas para análise de trabalhos (individuais ou de grupo) e grelhas de observação da participação nos debates — de acordo com as diferentes situações e aspectos a avaliar, o que pressupõe que cada situação de aprendizagem e as suas exigências sejam conhecidas antes da avaliação, valorizando, assim, a dimensão formativa do processo de avaliação. Na modalidade de frequência não presencial, na concepção da prova escrita deve-se ter em atenção a matriz de competências a desenvolver neste módulo. 43 3.º Módulo 44 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos Portugal: País Atlântico por posição, Mediterrâneo por vocação 3.º Módulo TEMAS/SUBTEMAS/ CONTEÚDOS N.º DE UNIDADES LECTIVAS* 3. As paisagens: imobilidade e mudança 3.1 – A variedade das paisagens em Portugal 3.1.1 – Os elementos identificadores da paisagem - a unidade climática - a unidade morfológica - as actividades humanas e a organização do território 3.1.2 – O tradicionalismo das paisagens rurais - o Noroeste - o Nordeste - o Sul - o Centro - o arquipélago dos Açores - o arquipélago da Madeira 18 3.1.3 – O dinamismo das paisagens urbanas (9 semanas) - as áreas metropolitanas - as grandes áreas urbanizadas 3.2 – As paisagens e o ambiente 3.2.1 – As paisagens como património a preservar - as áreas litorais - os estuários - as áreas florestais 3.2.2 – A gestão e manutenção das paisagens - as formas de gestão das paisagens * Unidades lectivas de 90 minutos Nota: Na modalidade de frequência presencial, o n.º de Unidades Lectivas incorpora a avaliação 45 Matriz: Competências/Módulos do 10.º ano n.º da competência 1 2 3 4 5 Número do Módulo 1.º 2.º 10.º Ano 3.º • • • • • • • • • • • • • • • 4.º 5.º 11.º Ano 6.º 7.º 8.º 12.º Ano 6 Sem relevância no Ensino Recorrente 7 Sem relevância no Ensino Recorrente 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Competências a desenvolver 46 9.º Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos 3.º Módulo As paisagens: imobilidade e mudança Conceitos Noções básicas Núcleo conceptual Portugal enquanto território complexo e contrastado origina paisagens diversificadas que importa compreender. Subtema 3.1 – A variedade das paisagens em Portugal 3.1.1 – Os elementos identificadores da paisagem Ambiente Área metropolitana Elementos da paisagem Estrutura agrária Espaço agrário Espaço agrícola Espaço rural Exploração agrícola Grande área urbanizada Morfologia agrária Paisagem - a unidade climática - a unidade morfológica - as actividades humanas e a organização do território 3.1.2 – O tradicionalismo das paisagens rurais - o Noroeste - o Nordeste - o Sul - o Centro - o arquipélago dos Açores - o arquipélago da Madeira 3.1.3 – O dinamismo das paisagens urbanas - as áreas metropolitanas - as grandes áreas urbanizadas Parcela agrícola Património da Humanidade No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: Património paisagístico Povoamento Região geográfica • Identificar os elementos de uma paisagem. • Compreender as paisagens como resultado da interacção dos elementos naturais e humanos. • Caracterizar as diferentes paisagens rurais de Portugal. • Caracterizar as paisagens urbanas de maior dinamismo. • Discutir a importância da valorização da diversidade paisagística. 47 3.º Módulo 3.1 – As paisagens e o ambiente As paisagens: imobilidade e mudança Sugestões Metodológicas Na leccionação deste tema deve valorizar-se o recurso à análise de fotografias/diapositivos, de fotografias aéreas, de maquetes, de mapas corográficos, de mapas topográficos e de videogramas de forma a desenvolver competências relacionadas com a análise de imagens e de documentos cartográficos Sugere-se, sempre que possível, a realização de trabalho-de-campo. Com o subtema 3.1 – “A variedade das paisagens em Portugal” – pretende-se que, através do estudo da sua diversidade, se valorizem as paisagens como património natural e construído e como locais de memória das diferentes comunidades. Torna-se indispensável a articulação com o Tema do 4.º módulo do programa da disciplina de Técnicas de Ordenamento do Território – “A Leitura das Paisagens”. Com o conteúdo 3.1.1 pretende-se que seja feita uma reflexão sobre o conceito de paisagem, para o que é necessário a identificação dos critérios que permitem individualizar paisagens nomeadamente, a morfologia, o clima, a cobertura vegetal e as características da implantação humana. A este propósito considera-se pertinente veicular o conceito de região geográfica como uma área de ocorrência de um determinado tipo de paisagem. Com o conteúdo 3.1.2 pretende-se que, utilizando de uma forma integrada os conteúdos dos temas anteriores, se trace um retrato das várias paisagens do país que apresentam uma feição predominantemente rural e tradicional, destacando os factores que as explicam. Sugere-se, assim, a identificação e a caracterização de algumas paisagens-tipo, não numa perspectiva de análise e individualização exaustivas, mas de destaque daquelas que, pelo seu tradicionalismo, possam contribuir para a potencialização do turismo e valorização da identidade das regiões. Com o conteúdo 3.1.3 sugere-se a caracterização das áreas metropolitanas e das grandes áreas urbanizadas, identificando os factores que contribuíram para a sua evolução. Deve, contudo, ter-se em atenção que este assunto será abordado no 11º ano, onde serão feitas análises de pormenor. Considera-se importante finalizar este subtema com uma reflexão acerca da valorização patrimonial e económica das diferentes paisagens em Portugal, debatendo a importância da classificação, pela UNESCO, das paisagens como Património da Humanidade. 48 3.º Módulo Núcleo conceptual As paisagens: imobilidade e mudança Portugal Conceitos Subtema enquanto território complexo e contrastado origina paisagens diversificadas que importa compreender. Noções básicas 3.2 – As paisagens e o ambiente Área de paisagem protegida Biodiversidade Duna Equilíbrio ambiental Parque nacional 3.2.1 – As paisagens como património a preservar - as áreas litorais - os estuários - as áreas florestais 3.2.2 – A gestão e manutenção das paisagens - as formas de gestão das paisagens - o ambiente e as actividades turísticas Parque natural Património Paúl Rede Natura No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: Região de turismo Reserva florestal • Identificar paisagens de equilíbrio ambiental frágil. Reserva natural • Reconhecer a necessidade de preservação das paisagens. Sapal • Conhecer níveis de intervenção na preservação das paisagens. • Reflectir sobre a participação dos diversos agentes na implementação das medidas de gestão e manutenção das paisagens. • Salientar a importância da preservação do património natural como medida para alcançar o desenvolvimento sustentável. • Debater a importância da valorização dos espaços naturais como recursos endógenos fundamentais no ordenamento do território. 49 3.º Módulo 3.2 – As paisagens e o ambiente As paisagens: imobilidade e mudança Sugestões Metodológicas Com o subtema 3.2 – “As paisagens e o ambiente” – pretende-se evidenciar a necessidade de preservar e valorizar áreas que a nível nacional, europeu e/ou mundial constituem patrimónios naturais cada vez mais raros. Com o conteúdo 3.2.1 sugere-se a valorização dos espaços naturais, evidenciando as áreas de grande fragilidade ambiental, nomeadamente, as áreas litorais, os estuários e as florestas, salientando formas que possibilitem a preservação desses espaços. Relativamente às áreas litorais e aos estuários pretende-se que se debatam os problemas resultantes da excessiva carga demográfica. Sugere-se que, a propósito das áreas litorais, se salientem os riscos de construção sobre a linha de costa, bem como os riscos de poluição resultante dos efluentes urbano-industriais e da poluição difusa. No que se refere aos estuários deve salientar-se a importância dos respectivos ecossistemas nomeadamente dos sapais como áreas a proteger e a valorizar e, ainda, a sua posição relativamente às rotas migratórias de muitas aves. No que diz respeito às áreas florestais é importante identificar as grandes manchas florestais do nosso País destacando os riscos resultantes da monocomposição florestal, da falta de limpeza do sub-bosque e da falta de aceiros. No estudo da cobertura vegetal sugere-se que se recuperem conteúdos de outras disciplinas relativos à identificação de elementos vegetais, nomeadamente, os pinheiros manso e bravo, os carvalhos de folha caduca, o sobreiro, a azinheira, a oliveira, a alfarrobeira, o loureiro, o medronheiro e as plantas aromáticas. Neste âmbito deve ser feita uma menção particular à laurissilva, na ilha da Madeira. É também importante realçar a necessidade de valorizar a biodiversidade existente em Portugal no contexto da U.E. em geral e, da Península Ibérica em particular. Assim, considera-se importante fazer referência aos objectivos da Rede Natura. Com o conteúdo 3.2.2 pretende-se a identificação dos vários agentes responsáveis pela gestão e manutenção das paisagens, enfatizando o papel do indivíduo enquanto “utilizador” das mesmas, debatendo os grandes problemas que se põem a uma correcta gestão racional das florestas portuguesas. Nesse sentido, devem localizar-se os principais parques naturais, as reservas naturais e as áreas protegidas do país. Sugere-se ainda a análise de situações de áreas naturais pouco transformadas, de áreas com problemas resultantes de má gestão territorial, e de áreas que tenham sido alvo de estratégias adequadas de valorização, recorrendo, sempre que possível, a exemplos relativos à área envolvente da escola. Considera-se também relevante a comparação de diferentes propostas de recuperação paisagística e o debate sobre a conciliação entre a utilização da floresta e a preservação ambiental. 50 Sugestões de avaliação Num currículo orientado para o desenvolvimento de competências a avaliação deve ser centrada no desempenho em contexto real, ou seja as situações de aprendizagem são, também, situações de avaliação. É do consenso geral que as competências não se desenvolvem automaticamente. Enquanto indivíduos e pequenos grupos podem desenvolver conhecimentos de forma informal, o desenvolvimento de grande parte das competências deve utilizar metodologias mais formais porque as competências se desenvolvem como um processo activo de aprendizagem individual, através da reflexão entre a prática e a cognição. Para avaliar competências não servem os instrumentos tradicionais, pois não se colocam apenas questões de conhecimento, é preciso criar tarefas complexas, integrar a avaliação no trabalho quotidiano da aula, observar os alunos em situação de aprendizagem, observar séries de desempenhos comparáveis, de forma a neutralizar efeitos aleatórios e a emitir juízos fundamentados. O grau de desenvolvimento de competências de cada aluno é diferente, de acordo com o seu ponto de partida, com os recursos cognitivos que mobiliza e com as decisões que toma na realização das tarefas. Na realidade, o professor não pode avaliar competências de forma padronizada, comparando desempenhos dos alunos, deverá antes, em cada tarefa, comparar o que o aluno deveria ter feito se fosse competente e o que fez na realidade. Assim, do ponto de vista didáctico e, em particular, para os alunos na modalidade de frequência presencial, é necessário criar situações de aprendizagem que lhes permitam desenvolver competências diversificadas, nos domínios analítico-conceptual/técnico-metodológico bem como das atitudes. Neste contexto, é necessário diversificar os instrumentos de avaliação — testes de conhecimento com questões de ensaio e questões objectivas, grelhas de observação, listas de verificação de desempenhos, escalas de atitudes, escalas descritivas para análise de trabalhos (individuais ou de grupo) e grelhas de observação da participação nos debates — de acordo com as diferentes situações e aspectos a avaliar, o que pressupõe que cada situação de aprendizagem e as suas exigências sejam conhecidas antes da avaliação, valorizando, assim, a dimensão formativa do processo de avaliação. Na modalidade de frequência não presencial, na concepção da prova escrita deve-se ter em atenção a matriz de competências a desenvolver neste módulo. 51 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos – 11º ano TEMAS / CONTEÚDOS N.º DE UNIDADES LECTIVAS* 4.º Módulo 4 - A dinâmica da população portuguesa 4.1 – A população e o território 22 4.1.1 – A distribuição espacial (11 semanas) 4.1.2 – A mobilidade espacial da população 4.2 – As estruturas demográficas 4.2.1 – Os (des)equilíbrios da estrutura etária 4.2.2 – A estrutura da população activa 4.2.3 – A valorização da população como recurso 5º Módulo 5 - A (re)valorização do espaço urbano 5.1 – A organização do espaço urbano 22 5.1.1 – As cidades em Portugal (11 semanas) 5.1.2 – A paisagem urbana e os seus elementos 5.1.3 – A estrutura funcional 5.2 – A qualidade de vida nas cidades portuguesas 5.2.1 – As condições de vida urbana 5.2.2 – A requalificação das cidades 5.2.3 – A (re)valorização das cidades e o desenvolvimento das regiões 6º Módulo 6 – As transformações no espaço rural 6.1 – A actividade agrícola 22 6.1.1 – A persistência da agricultura tradicional 6.1.2 – As novas práticas agrícolas (11 semanas) 6.2 – Os novos usos do espaço rural 6.2.1 – Os novos padrões residenciais 6.2.2 – As actividades turísticas e recreativas no espaço rural 6.2.3 – A valorização das paisagens rurais e o desenvolvimento das regiões TOTAL DE UNIDADES LECTIVAS 66 * Unidades lectivas de 90 minutos Nota: na modalidade de frequência presencial o número de unidades lectivas previsto inclui a avaliação 52 4.º Módulo 53 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos Portugal: País Atlântico por posição, Mediterrâneo por vocação 4.º Módulo TEMAS/SUBTEMAS/ CONTEÚDOS N.º DE UNIDADES LECTIVAS* 4 - A dinâmica da população portuguesa 4.1 – A população e o território 4.1.1 – A distribuição espacial - a litoralização /o despovoamento do interior - o povoamento nos arquipélagos 4.1.2 – A mobilidade espacial da população - os movimentos migratórios 22 (11 semanas) 4.2 – As estruturas demográficas 4.2.1 – Os (des)equilíbrios da estrutura etária - o declínio da fecundidade - o envelhecimento da população 4.2.2 – A estrutura da população activa - os sectores de actividade - os níveis de instrução e de qualificação profissional 4.2.3 – A valorização da população como recurso * Unidades lectivas de 90 minutos Nota: Na modalidade de frequência presencial, o n.º de Unidades Lectivas incorpora a avaliação 54 Matriz: Competências/Módulos do 10.º/11.º anos n.º da competência 1 2 3 4 5 Número do Módulo 1.º 2.º 10.º Ano 3.º 4.º ● ● ● ■ ● ● ● ■ ● ● ● ● ● ● ● ● ● 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 7.º 8.º 12.º Ano ■ Sem relevância no Ensino Recorrente 7 9 6.º Sem relevância no Ensino Recorrente 6 8 5.º 11.º Ano ● ● ● ■ ● ● ● ■ ● ● ● ■ ● ● ● ■ ● ● ● ■ ● ● ● ■ ● ● ● ■ ● ● ● ■ ● ● ● ■ ● ● ● ■ ● ● ● ■ ● ● ● ■ ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ■ ■ ● Competências a desenvolver no 10.º ano ■ Competências a desenvolver no 11.º ano 55 9.º Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos 4.º Módulo 4-A dinâmica da população portuguesa Conceitos Núcleo conceptual As alterações demográficas da sociedade portuguesa constituem factores condicionantes do desenvolvimento territorial e do dinamismo das paisagens. Subtema Noções básicas 4.1 – A população e o território Acessibilidade 4.1.1 – A distribuição espacial - a litoralização /o despovoamento do interior - o povoamento nos arquipélagos Área atractiva Área repulsiva Assimetrias regionais 4.1.2 – A mobilidade espacial da população - os movimentos migratórios Centro urbano Densidade populacional Despovoamento Emigração Êxodo rural Grande área urbana Imigração Litoralização do povoamento População absoluta População rural População urbana No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: • Explicar a distribuição da população no território continental. • Explicar a distribuição da população nos arquipélagos dos Açores e da Madeira. • Enquadrar o padrão de distribuição da população portuguesa no da Europa. • Referir o padrão de distribuição espacial dos centros urbanos em Portugal. • Explicar a existência de áreas atractivas e repulsivas à população. • Reconhecer a importância das acessibilidades na mobilidade da população. • Caracterizar os movimentos migratórios em Portugal Continental e Insular, na segunda metade do séc. XX. • Debater estratégias para atenuar as assimetrias no povoamento do território português. 56 Tema 4 4.1 – A população e o território A dinâmica da população portuguesa Nível de abordagem Com o tratamento deste tema pretende-se que os alunos compreendam como as características da população assim como a sua mobilidade espacial, motivada por factores de ordem socioeconómica, têm repercussões tanto nas áreas de partida como nas áreas de chegada, acentuando disparidades regionais a diversos níveis incluindo o das próprias paisagens e realçando a necessidade da valorização da população como um recurso. A abordagem deste tema pressupõe, também, uma comparação com os diferentes países da UE no sentido da criação de um quadro de referência mais preciso e uma análise diferenciada para as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. O processo de ensino/aprendizagem deve basear-se na análise de dados estatísticos e na realização de actividades que permitam o desenvolvimento de capacidades de selecção, de sistematização e de interpretação de dados, assim como o uso de técnicas de expressão gráfica e cartográfica recorrendo, sempre que possível, às TIC. Sugere-se a utilização do distrito como escala de análise por ser a unidade administrativa mais significativa para os alunos, podendo no entanto, utilizar-se outras escalas como as NUT III ou outras entendidas como mais convenientes. Com o subtema 4.1. – A população e o território – pretende-se uma abordagem que permita ao aluno compreender a distribuição espacial da população no continente e nas regiões autónomas, evidenciando os contrastes no povoamento, bem como as suas implicações no desenvolvimento das regiões. Com o conteúdo 4.1.1. sugere-se a análise da distribuição da população no nosso país, salientando o acentuar da dicotomia litoralização/despovoamento do interior no território continental e o carácter litoral do povoamento nos arquipélagos. Esta análise deve recuar apenas até à segunda metade do séc. XX. Neste âmbito, é importante o conhecimento dos factores naturais e humanos que condicionam essa distribuição. Considera-se ainda relevante a referência ao padrão de distribuição dos centros urbanos, no qual se destaca a existência de grandes áreas urbanas no litoral de Portugal Continental e ao papel dinamizador de algumas cidades e vilas do interior na atracção e/ou na fixação de população, através da implantação de actividades económicas diversificadas, geradoras de emprego à escala local/regional. Com o conteúdo 4.1.2. pretende-se que os alunos analisem de que forma a mobilidade da população se reflecte no padrão de organização regional. Neste contexto, sugere-se que se discuta a importância da acessibilidade na mobilidade da população assim como os desequilíbrios espaciais que caracterizam, actualmente, o território português. O estudo dos movimentos migratórios pressupõe a revisão dos respectivos critérios de classificação, assim como a referência às migrações internas, à emigração durante a 2.ª metade do século XX e, nas últimas décadas, ao retorno dos emigrantes e à imigração, nomeadamente dos países da CPLP, da União Europeia e do Leste europeu. Por fim, atendendo à importância da distribuição populacional para o ordenamento do território, sugere-se a discussão de medidas conducentes ao reequilíbrio da distribuição da população portuguesa. 57 4.º Módulo 4-A dinâmica da população portuguesa Conceitos Noções básicas Desemprego Emprego temporário Envelhecimento Esperança média de vida Estrutura activa Estrutura etária Núcleo conceptual As alterações demográficas da sociedade portuguesa constituem factores condicionantes do desenvolvimento territorial e do dinamismo das paisagens. Subtema 4.2 – As estruturas demográficas 4.2.1 – Os (des)equilíbrios da estrutura etária - o declínio da fecundidade - o envelhecimento da população 4.2.2 – A estrutura da população activa - os sectores de actividade - os níveis de instrução e de qualificação profissional 4.2.3 – A valorização da população como recurso Índice de envelhecimento Índice de renovação de gerações No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: Índice sintético de fecundidade • Enquadrar as estruturas demográficas de Portugal no contexto das da U.E. Pirâmide de idades • Caracterizar a estrutura etária da população portuguesa. Política demográfica • Explicar os factores do envelhecimento da população. Recurso humano Rejuvenescimento • Explicar os contrastes espaciais da estrutura etária. Sectores de actividade • Caracterizar a estrutura da população activa portuguesa. Subemprego • Explicar os contrastes espaciais da estrutura da população activa. Taxa de analfabetismo Taxa de crescimento efectivo • Caracterizar os recursos humanos em Portugal quanto aos níveis de instrução e de qualificação profissional. • Referir as consequências socioeconómicas das estruturas demográficas. • Reflectir sobre as consequências demográficas resultantes dos actuais movimentos migratórios em Portugal. 58 Tema 4 4.2 – As estruturas demográficas A dinâmica da população portuguesa Nível de abordagem O tratamento do subtema 4.2 – As estruturas demográficas – deve privilegiar uma abordagem que saliente as consequências inerentes à evolução recente das estruturas etária e activa da população portuguesa, bem como os seus impactos, tanto ao nível regional como nacional e eventuais medidas tendentes à resolução dos problemas identificados. Com o conteúdo 4.2.1 sugere-se uma abordagem que possibilite aos alunos uma análise comparativa da estrutura etária nas últimas décadas, nomeadamente através do recurso à análise de pirâmides de idades de diferentes datas, enfatizando os aspectos específicos da estrutura etária da população portuguesa como o envelhecimento pela base, pelo meio e pelo topo da pirâmide. Esta análise implica uma reflexão sobre os factores que explicam o declínio da fecundidade e o envelhecimento progressivo da população. Com o conteúdo 4.2.2 pretende-se que os alunos caracterizem a estrutura activa da população portuguesa. Assim, sugere-se uma abordagem que permita aos alunos analisar a evolução da percentagem de actividade por sector, bem como os níveis de instrução e de qualificação profissional da população nas últimas décadas. É ainda importante analisar a diferenciação regional da estrutura da população activa, reflectindo sobre os seus impactos no desenvolvimento regional, salientando o caso particular do turismo. Com o conteúdo 4.2.3 sugere-se que os alunos analisem os níveis de analfabetismo e indicadores da iliteracia da população portuguesa, reflectindo sobre as questões relativas à situação perante o emprego. Sugere-se também que, numa perspectiva de valorização da população como um recurso, se debata com os alunos a importância do rejuvenescimento e da qualificação profissional da população, referindo medidas concretas que podem ser tomadas. 59 Sugestões de avaliação Num currículo orientado para o desenvolvimento de competências a avaliação deve ser centrada no desempenho em contexto real, ou seja as situações de aprendizagem são, também, situações de avaliação. É do consenso geral que as competências não se desenvolvem automaticamente. Enquanto indivíduos e pequenos grupos podem desenvolver conhecimentos de forma informal, o desenvolvimento de grande parte das competências deve utilizar metodologias mais formais porque as competências se desenvolvem como um processo activo de aprendizagem individual, através da reflexão entre a prática e a cognição. Para avaliar competências não servem os instrumentos tradicionais, pois não se colocam apenas questões de conhecimento, é preciso criar tarefas complexas, integrar a avaliação no trabalho quotidiano da aula, observar os alunos em situação de aprendizagem, observar séries de desempenhos comparáveis, de forma a neutralizar efeitos aleatórios e a emitir juízos fundamentados. O grau de desenvolvimento de competências de cada aluno é diferente, de acordo com o seu ponto de partida, com os recursos cognitivos que mobiliza e com as decisões que toma na realização das tarefas. Na realidade, o professor não pode avaliar competências de forma padronizada, comparando desempenhos dos alunos, deverá antes, em cada tarefa, comparar o que o aluno deveria ter feito se fosse competente e o que fez na realidade. Assim, do ponto de vista didáctico e, em particular, para os alunos na modalidade de frequência presencial, é necessário criar situações de aprendizagem que lhes permitam desenvolver competências diversificadas, nos domínios analítico-conceptual/técnico-metodológico bem como das atitudes. Neste contexto, é necessário diversificar os instrumentos de avaliação — testes de conhecimento com questões de ensaio e questões objectivas, grelhas de observação, listas de verificação de desempenhos, escalas de atitudes, escalas descritivas para análise de trabalhos (individuais ou de grupo) e grelhas de observação da participação nos debates — de acordo com as diferentes situações e aspectos a avaliar, o que pressupõe que cada situação de aprendizagem e as suas exigências sejam conhecidas antes da avaliação, valorizando, assim, a dimensão formativa do processo de avaliação. Na modalidade de frequência não presencial, na concepção da prova escrita deve-se ter em atenção a matriz de competências a desenvolver neste módulo. 60 5.º Módulo 61 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos Portugal: País Atlântico por posição, Mediterrâneo por vocação 5.º Módulo TEMAS/SUBTEMAS/ CONTEÚDOS N.º DE UNIDADES LECTIVAS* 5 - A (re)valorização do espaço urbano 5.1 – A organização do espaço urbano 5.1.1 – As cidades em Portugal - os critérios de definição de cidade - a dimensão e a distribuição espacial 5.1.2 – A paisagem urbana e os seus elementos - a localização - a morfologia urbana - o uso do solo urbano 22 5.1.3 – A estrutura funcional (11 semanas) - as actividades terciárias - a indústria - a habitação 5.2 – A qualidade de vida nas cidades portuguesas 5.2.1 – As condições de vida urbana - os factores de qualidade de vida urbana 5.2.2 – A requalificação das cidades - o património a recuperar e as áreas a reabilitar 5.2.3 – A (re)valorização das cidades e o desenvolvimento das regiões - o turismo, a cultura e o lazer - as infraestruturas * Unidades lectivas de 90 minutos Nota: Na modalidade de frequência presencial, o n.º de Unidades Lectivas incorpora a avaliação 62 Matriz: Competências/Módulos do 10.º/11.º anos N.º da competência 1 2 3 4 5 Número do Módulo 1.º 2.º 10.º Ano 3.º 4.º ● ● ● ■ 5.º 11.º Ano ■ ● ● ● ■ ■ ● ● ● ● ● ● ● ● ● 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 8.º 12.º Ano ■ ■ ■ Sem relevância no Ensino Recorrente 7 9 7.º Sem relevância no Ensino Recorrente 6 8 6.º ● ● ● ■ ■ ● ● ● ■ ■ ● ● ● ■ ■ ● ● ● ■ ■ ● ● ● ■ ■ ● ● ● ■ ■ ● ● ● ■ ■ ● ● ● ■ ■ ● ● ● ■ ■ ● ● ● ■ ■ ● ● ● ■ ■ ● ● ● ■ ■ ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ 28 ● Competências a desenvolver no 10.º ano ■ Competências a desenvolver no 11.º ano 63 9.º Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos 5.º Módulo 5 - A (re)valorização do espaço urbano Núcleo conceptual As cidades são cada vez mais um motor de desenvolvimento das regiões onde se inserem, o que pressupõe a valorização da sua diversidade funcional e da sua especificidade socio-cultural. CONCEITOS NOÇÕES BÁSICAS Subtema 5.1 – A organização do espaço urbano 5.1.1 – As cidades em Portugal Área funcional Área metropolitana Área periurbana Área suburbana Área urbana Cidade Deseconomia de aglomeração Economia de aglomeração - os critérios de definição de cidade - a dimensão e a distribuição espacial 5.1.2 – A paisagem urbana e os seus elementos - a localização - a morfologia urbana - o uso do solo urbano 5.1.3 – A estrutura funcional - as actividades terciárias - a indústria - a habitação Espaço urbano Estrutura urbana Função urbana Industrialização Morfologia urbana Periurbanização Planta funcional Rede de transporte Rede urbana Renda fundiária Segregação espacial No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: • Debater os critérios utilizados na definição de cidade. • Caracterizar o sistema urbano português. • Relacionar a ocorrência de grandes áreas urbanas no território nacional com a implantação de indústrias e de actividades terciárias. • Explicar a formação das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. • Caracterizar os vários tipos de planta de uma cidade. Sistema urbano • Relacionar a morfologia urbana com as fases de crescimento da cidade. Sítio • Caracterizar a estrutura morfo-funcional da cidade. Suburbanização • Explicar as alterações nas localizações urbanas da indústria. Taxa de urbanização Terciarização Tipos de plantas urbanas • Relacionar a diferenciação residencial com o valor da renda fundiária. • Relacionar o crescimento das cidades com a melhoria da acessibilidade. Urbanismo Urbanização Valor do solo urbano 64 Tema 5 5.1 – A organização do espaço urbano A (re)valorização do espaço urbano Nível de abordagem Com o tratamento deste tema pretende-se que, a partir do estudo da distribuição dos centros urbanos e da sua evolução recente, se debatam problemas de qualidade de vida e de organização territorial, a nível nacional e regional associados a essa distribuição, enfatizando eventuais soluções para os mesmos, numa perspectiva de valorização do território. A abordagem deste tema pressupõe, também, a comparação com casos paradigmáticos existentes em outros países da UE e a explicítação da situação das Regiões Autónomas sempre que for considerado conveniente. A análise do espaço urbano deve basear-se na utilização de fotografias aéreas e de diferentes representações cartográficas, no tratamento de indicadores estatísticos e na realização de actividades que facilitem o desenvolvimento das capacidades de selecção, de sistematização e de interpretação de dados, e das técnicas de expressão gráfica e cartográfica, recorrendo, sempre que possível às TIC. Com o estudo do subtema 5.1 – A organização do espaço urbano – pretende-se uma abordagem que permita aos alunos analisarem o espaço urbano português, quer ao nível da organização do sistema urbano nacional, quer ao nível da organização interna das cidades, através da caracterização dos seus vários elementos, dos respectivos padrões de distribuição e das relações que esses elementos estabelecem entre si. O conteúdo 5.1.1 deve constituir uma introdução ao estudo do espaço urbano no qual se debatam os critérios utilizados na definição de cidade e se reflicta sobre a necessidade de delimitar a cidade com vista à sua administração e ao ordenamento urbano. Pretende-se, ainda, que o debate evidencie as disparidades nos critérios de definição de cidade utilizados nos vários países e as dificuldades encontradas na delimitação das cidades como, por exemplo, as decorrentes do atenuar da tradicional clivagem cidade/campo, o que tem levado à substituição do conceito de cidade por outros, nomeadamente, o de centro urbano, de área urbana ou o de área metropolitana. No que diz respeito à dimensão e distribuição espacial das cidades sugere-se, por um lado, a análise das principais características do sistema urbano português e, por outro lado, que se relacione o crescimento urbano com a implantação e desenvolvimento de actividades económicas, com destaque para a indústria e o turismo. Neste âmbito, sugere-se a abordagem de aspectos como: a bipolaridade do sistema urbano, o aparecimento de pólos economicamente atractivos, principalmente no litoral, que têm levado ao crescimento de grandes áreas urbanas (áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e áreas não metropolitanas, nomeadamente as de Braga, Aveiro, Faro e Funchal), a falta de centros urbanos intermédios e a rede difusa de pequenas cidades. Na abordagem das áreas metropolitanas considera-se relevante evidenciar as diferenças na sua génese e nos factores de crescimento. Com o conteúdo 5.1.2 considera-se importante o conhecimento do espaço físico que suporta a vida de uma cidade. Nesse sentido, é relevante a análise, feita pelos alunos, dos aspectos que caracterizam as paisagens urbanas, nomeadamente o sítio, a posição geográfica, os tipos e os elementos das plantas e as funções urbanas. Com o conteúdo 5.1.3 pretende-se que se dê ênfase às actividades que são desenvolvidas no espaço urbano, às suas inter-relações e interdependências. Sugere-se uma abordagem que permita evidenciar os padrões de distribuição dessas actividades, destacando os seus factores de localização, nomeadamente a renda fundiária. Como elemento fundamental na evolução da estrutura urbana é importante que os alunos analisem o papel do desenvolvimento dos transportes, abordando alguns aspectos como a melhoria da acessibilidade, o incremento e a rapidez das deslocações, o aumento das distâncias percorridas e, ainda, a necessidade de gestão e de articulação entre os vários modos de transporte. 65 5.º Módulo 5 - A (re)valorização do espaço urbano Conceitos Noções básicas Núcleo conceptual As cidades são cada vez mais um motor de desenvolvimento das regiões onde se inserem, o que pressupõe a valorização da sua diversidade funcional e da sua especificidade socio-cultural. Subtema 5.2 – A qualidade de vida nas cidades portugueses 5.2.1 – As condições de vida urbana - os factores de qualidade de vida urbana Especulação imobiliária Êxodo urbano 5.2.2 – A requalificação das cidades - o património a recuperar e as áreas a reabilitar Habitação clandestina Nível de conforto 5.2.3 – A (re)valorização das cidades e o desenvolvimento das regiões Qualidade de habitação - o turismo, a cultura e o lazer - as infraestruturas Qualidade de vida Reabilitação urbana Renovação urbana Requalificação urbana No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: • Identificar os factores da qualidade de vida urbana. • Debater os principais problemas que afectam a qualidade de vida urbana. • Equacionar problemas resultantes da localização de funções urbanas em determinadas áreas da cidade. • Equacionar problemas de qualidade de vida decorrentes da dimensão das áreas metropolitanas. • Debater medidas que visam a solução de problemas nos transportes urbanos. • Debater propostas de recuperação das áreas urbanas para a melhoria da qualidade de vida. • Inventariar medidas que têm sido tomadas para a recuperação das áreas urbanas. • Reconhecer o papel dos centros históricos, dos espaços de lazer e dos bairros residenciais na requalificação das cidades. • Valorizar o património natural e cultural das regiões no desenvolvimento sustentável das suas cidades. • Reconhecer a importância das cidades no desenvolvimento das regiões envolventes. • Debater medidas conducentes à valorização das cidades de pequena e de média dimensão. 66 Tema 5 A (re)valorização do espaço urbano 5.2 – A qualidade de vida nas cidades portuguesas Nível de abordagem Com o subtema 5.2 – A qualidade de vida nas cidades portuguesas – pretende-se analisar a qualidade de vida nas cidades portuguesas identificando os principais problemas e enfatizando as medidas que têm sido implementadas para a sua resolução, tanto ao nível do ordenamento interno da cidade, como ao nível das regiões que com ela interagem, numa perspectiva de requalificação e de criação de condições para o desenvolvimento de novas oportunidades de vida. Num Curso Tecnológico de Ordenamento do Território e Ambiente torna-se indispensável a articulação com o subtema 8.1 do programa da disciplina de Técnicas de Ordenamento do Território – “As novas realidades da rede urbana nacional”. No conteúdo 5.2.1 sugere-se a discussão acerca da qualidade de vida urbana a partir das experiências quotidianas de vida. Para que esta análise se torne mais objectiva e mais sistematizada sugere-se o recurso ao tratamento de indicadores estatísticos relativos aos principais aspectos da qualidade de vida tais como o ambiente, o saneamento básico, os serviços ligados à saúde e à educação, a habitação, o trânsito, os transportes, o património e os espaços verdes. É, também, importante discutir o acesso e o grau de satisfação da população relativamente aos serviços prestados e às infraestruturas existentes salientando, o modo como as desigualdades sociais condicionam esse acesso e interferem nessa avaliação. Com o conteúdo 5.2.2 pretende-se uma abordagem do papel da requalificação urbana na transformação do espaço urbano, salientando os objectivos que visam a eliminação de problemas motivados pelos conflitos na utilização do solo urbano (resultado do aumento das cargas populacionais, transportes e infraestruturas), o aumento da diversidade funcional e a melhoria da capacidade atractiva das cidades face ao aumento do tempo de lazer da população e da procura turística e recreativa a que cada vez mais estão sujeitas. Neste contexto, considera-se relevante a caracterização dos objectivos e dos processos de recuperação/reabilitação urbana, no âmbito de programas como o PDM (Plano Director Municipal), o Polis (Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental), o PROSIURB (Programa de Consolidação do Sistema Urbano Nacional e Apoio à Execução dos Planos Directores Municipais) e outros. Sugere-se que os alunos contactem directamente com alguns destes processos, que através de operações de renovação e/ou iniciativas urbanísticas englobam aspectos como: o património edificado, o tecido urbano, as redes de transportes e a acessibilidade, os equipamentos especializados e os espaços verdes. No âmbito das acções de requalificação sugere-se ainda o debate sobre a existência de determinadas incongruências entre o aproveitamento de algumas áreas da cidade, o valor do solo e o potencial urbanístico, através da análise de exemplos próximos dos alunos e/ou de outros, nomeadamente as áreas que alojam usos obsoletos (indústrias e armazéns), a existência de determinadas barreiras e descontinuidades (linhas férreas e estações), as áreas necessitadas de melhorias (áreas portuárias), e as áreas que constituem bolsas de habitação degradada. Com o conteúdo 5.2.3 pretende-se que o processo de valorização da cidade seja também entendido na perspectiva de que ela constitui um pólo de desenvolvimento da região onde se insere. Assim, considera-se importante realçar que o reforço da diversidade das características funcionais da cidade e do espaço periurbano (através do desenvolvimento de infraestruturas e da criação de actividades ligadas à indústria, ao comércio e ao turismo e lazer) é fundamental na atracção de actividades e de população, a exemplo do que tem acontecido em algumas cidades de pequena e média dimensão, nomeadamente as localizadas no interior do país. 67 Sugestões de avaliação Num currículo orientado para o desenvolvimento de competências a avaliação deve ser centrada no desempenho em contexto real, ou seja as situações de aprendizagem são, também, situações de avaliação. É do consenso geral que as competências não se desenvolvem automaticamente. Enquanto indivíduos e pequenos grupos podem desenvolver conhecimentos de forma informal, o desenvolvimento de grande parte das competências deve utilizar metodologias mais formais porque as competências se desenvolvem como um processo activo de aprendizagem individual, através da reflexão entre a prática e a cognição. Para avaliar competências não servem os instrumentos tradicionais, pois não se colocam apenas questões de conhecimento, é preciso criar tarefas complexas, integrar a avaliação no trabalho quotidiano da aula, observar os alunos em situação de aprendizagem, observar séries de desempenhos comparáveis, de forma a neutralizar efeitos aleatórios e a emitir juízos fundamentados. O grau de desenvolvimento de competências de cada aluno é diferente, de acordo com o seu ponto de partida, com os recursos cognitivos que mobiliza e com as decisões que toma na realização das tarefas. Na realidade, o professor não pode avaliar competências de forma padronizada, comparando desempenhos dos alunos, deverá antes, em cada tarefa, comparar o que o aluno deveria ter feito se fosse competente e o que fez na realidade. Assim, do ponto de vista didáctico e, em particular, para os alunos na modalidade de frequência presencial, é necessário criar situações de aprendizagem que lhes permitam desenvolver competências diversificadas, nos domínios analítico-conceptual/técnico-metodológico bem como das atitudes. Neste contexto, é necessário diversificar os instrumentos de avaliação — testes de conhecimento com questões de ensaio e questões objectivas, grelhas de observação, listas de verificação de desempenhos, escalas de atitudes, escalas descritivas para análise de trabalhos (individuais ou de grupo) e grelhas de observação da participação nos debates — de acordo com as diferentes situações e aspectos a avaliar, o que pressupõe que cada situação de aprendizagem e as suas exigências sejam conhecidas antes da avaliação, valorizando, assim, a dimensão formativa do processo de avaliação. Na modalidade de frequência não presencial, na concepção da prova escrita deve-se ter em atenção a matriz de competências a desenvolver neste módulo. 68 6.º Módulo 69 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos Portugal: País Atlântico por posição, Mediterrâneo por vocação 6.º Módulo TEMAS/SUBTEMAS/ CONTEÚDOS N.º DE UNIDADES LECTIVAS* 6 – As transformações no espaço rural 6.1 – A actividade agrícola 6.1.1 – A persistência da agricultura tradicional - os sistemas de cultura tradicionais - a aptidão/ocupação do solo agrícola 6.1.2 – As novas práticas agrícolas - a renovação dos sistemas de cultura - a reconversão profissional e tecnológica 22 (11 semanas) 6.2 – Os novos usos do espaço rural 6.2.1 – Os novos padrões residenciais - as relações cidade-campo - a criação de infra-estruturas 6.2.2– As actividades turísticas e recreativas no espaço rural - as formas de turismo - o turismo como dinamizador de outros usos 6.2.3 – A valorização das paisagens rurais e o desenvolvimento das regiões - o aproveitamento do património natural e cultural * Unidades lectivas de 90 minutos Nota: Na modalidade de frequência presencial, o n.º de Unidades Lectivas incorpora a avaliação 70 Matriz: Competências/Módulos do 10.º/11.º anos n.º da competência 1 2 3 4 5 Número do Módulo 1.º 2.º 10.º Ano 3.º 4.º ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 ■ ■ 8.º 12.º Ano ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ Sem relevância no Ensino Recorrente 7 9 ■ 7.º Sem relevância no Ensino Recorrente 6 8 6.º ■ 5.º 11.º Ano ■ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ● ● ● ■ ● ● ● ■ ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ 28 ● Competências a desenvolver no 10º ano ■ Competências a desenvolver no 11.º ano 71 9.º Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos 6.º Módulo 6 - As transformações no espaço rural Conceitos Noções básicas Aceiro Núcleo conceptual As alterações nas paisagens rurais tradicionais são o reflexo de mudanças económicas e sociais de origem endógena e/ou exógena. Subtema 6.1 – A actividade agrícola 6.1.1 – A persistência da agricultura tradicional Afolhamento - os sistemas de cultura tradicionais - a aptidão/ocupação do solo agrícola Agricultura: - tradicional 6.1.2 – As novas práticas agrícolas - a renovação dos sistemas de cultura - a reconversão profissional e tecnológica - moderna - de subsistência - de mercado - biológica - integrada No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: Emparcelamento Estrutura agrária Estrutura fundiária Latifúndio Minifúndio • Caracterizar os sistemas de cultura tradicionais em Portugal Continental e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira. • Inventariar os problemas dos sistemas de cultura tradicionais. Monocultura • Debater medidas para uma adequada utilização do solo agrícola. Morfologia agrária • Conhecer os reflexos da Política Agrícola Comum na agricultura portuguesa. Pluriactividade • Caracterizar as novas práticas agrícolas. Plurirrendimento Policultura Política Agrícola Comum • Relacionar a reconversão profissional e tecnológica com a modernização da agricultura. (PAC) Pousio Região agrária Rendimento Rotação de culturas SET-ASIDE Sistema de cultura Superfície Agrícola Utilizada (SAU) 72 Tema 6 6.1 – A actividade agrícola As transformações no Espaço rural Nível de abordagem No tratamento deste tema pretende-se uma abordagem do espaço rural que valorize o património aí existente e a forma como novos e mais adequados usos poderão promover a dinamização desses espaços contribuindo para atenuar desequilíbrios no território nacional. Considera-se importante que os alunos façam uma análise comparativa da situação da agricultura portuguesa com a de outros países da UE, nomeadamente quanto à percentagem de população activa, à estrutura etária dessa população e ao grau de mecanização da actividade. O processo de ensino/aprendizagem deve basear-se na análise de dados estatísticos sobre a actividade agrícola, bem como a realização de actividades que permitam o desenvolvimento de capacidades de selecção, de organização e de interpretação de dados, assim como o uso de técnicas de expressão gráfica e cartográfica, recorrendo, sempre que possível, às TIC. Sugere-se também o recurso a mapas de diferentes escalas, fotografias e outras imagens que permitam o desenvolvimento da capacidade de análise e sistematização de informação diversificada. A abordagem do subtema 6.1 – A actividade agrícola – deve privilegiar o estudo das características atlânticas e mediterrâneas das paisagens rurais portuguesas, realçando as transformações recentes que estão progressivamente a esbater o quadro tradicional. Com o conteúdo 6.1.1. pretende-se que se caracterizem os sistemas de cultura tradicionais, evidenciando os condicionalismos físicos e humanos que os explicam. Neste contexto, sugere-se que se realce a dicotomia entre a pequena exploração familiar predominante nas regiões do norte e a grande exploração patronal das regiões do sul, as quais apresentam também lógicas empresariais distintas. Nesta caracterização dos sistemas tradicionais considera-se importante a análise dos problemas que os mesmos apresentam, nomeadamente a relação entre a sua persistência e as características da mão-de-obra agrícola, a existência do plurirrendimento e da pluriactividade e o desajustamento entre a aptidão do solo e a sua ocupação. Para além da inventariação dos problemas estruturais da agricultura tradicional, sugere-se ainda que os alunos analisem a importância destes sistemas no equilíbrio da nossa economia, sobretudo à escala regional. Sugere-se ainda o debate sobre os impactos da adesão de Portugal à UE, nomeadamente no que respeita aos efeitos da PAC e das suas reformas, na nossa agricultura. Neste âmbito propõe-se a análise das perspectivas de desenvolvimento, que se têm colocado à agricultura portuguesa, com a integração na UE. Com o conteúdo 6.1.2 sugere-se uma abordagem que permita aos alunos contactar com as novas formas de agricultura, nomeadamente a agricultura biológica e a agricultura integrada, debatendo a importância da especialização agrícola em função dos factores naturais e humanos, bem como a necessidade de formação profissional e do fomento do associativismo dos agricultores portugueses. Por último, considera-se também relevante que os alunos compreendam a necessidade da coexistência de dois tipos de agricultura em Portugal (a persistência dos sistemas tradicionais e a emergência das novas práticas agrícolas) reflectindo sobre a produtividade, o rendimento e os impactos ambientais de ambos. 73 6.º Módulo 6 - As transformações no espaço rural Conceitos Noções básicas Agroturismo Núcleo conceptual As alterações nas paisagens rurais tradicionais são o reflexo de mudanças económicas e sociais de origem endógena e exógena. Subtema 6.2 – Os novos usos do espaço rural 6.2.1 – Os novos padrões residenciais - as relações cidade-campo - a criação de infra-estruturas Rurbanização Turismo ambiental 6.2.2– As actividades turísticas e recreativas no espaço rural Turismo cinegético - as formas de turismo - o turismo como dinamizador de outros usos Turismo cultural Turismo em Espaço Rural 6.2.3 – A valorização das paisagens rurais e o desenvolvimento das regiões (T.E.R) - o aproveitamento do património natural e cultural Turismo termal No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: • Inventariar os novos usos do espaço rural. • Caracterizar os novos padrões residenciais no espaço rural. • Inventariar as modalidades de turismo em espaço rural. • Discutir a importância do turismo na dinamização do espaço rural. • Discutir a importância dos sistemas agrários tradicionais como património cultural e paisagístico. • Debater a importância dos novos usos do espaço rural na respectiva dinamização. • Valorizar as potencialidades das paisagens rurais numa perspectiva de desenvolvimento das regiões. 74 Tema 6 6.2 – Os novos usos do espaço rural Nível de abordagem As transformações no espaço rural Com o subtema 6.2 – Os novos usos do espaço rural – pretende-se uma abordagem que permita aos alunos compreenderem que, para além das novas oportunidades ligadas à modernização da agricultura, têm-se instalado no espaço rural outras actividades, nomeadamente o turismo. Sendo, por isso, importante equacionar o papel que as diferentes actividades têm na dinamização do espaço rural, numa perspectiva da valorização das suas vantagens comparativas. Com o conteúdo 6.2.1 pretende-se realçar a procura crescente de habitação no espaço rural, por parte de população urbana. Sugere-se uma abordagem que permita aos alunos relacionar esta procura com novos tipos de emprego, com situações de reforma, com a proliferação de residências secundárias e com a crescente desvalorização do modo de vida urbano, factores que têm contribuído para o fenómeno de rurbanização. Neste âmbito pretende-se que se evidencie o incremento da complementaridade entre cidade-campo e os seus factores explicativos, bem como o consequente aparecimento de novas relações entre ambos os espaços, dos quais se destaca a ocupação do tempo dedicado ao lazer, por parte da população urbana, o que vem contribuir para o desaparecimento da tradicional dicotomia cidade/campo. Com o conteúdo 6.2.2 pretende-se que os alunos analisem de que forma a ocupação do tempo destinado ao lazer (através da função recreativa e da função turística) constitui uma das potencialidades de desenvolvimento do espaço rural. Sugere-se que se debata, com os alunos, o papel do turismo como elemento dinamizador de outros usos desse espaço, através do incremento de actividades como a restauração e hotelaria, o artesanato, a gastronomia, a realização de feiras e outros eventos culturais. Considera-se importante, a identificação das várias modalidades de turismo em espaço rural (T.E.R), definidos no Plano Nacional de Turismo e na legislação emanada pelo Ministério da Economia, bem como as motivações dos fluxos turísticos (o ambiente, a agricultura e a paisagem vincadamente rural). Sugere-se uma abordagem que permita aos alunos caracterizar outros tipos de turismo realizados nas áreas rurais e não incluídos nas modalidades de T.E.R., nomeadamente o cinegético, o termal e o cultural. Esta abordagem pode ser feita com o recurso a vários exemplos a nível nacional e, sempre que possível, aos existentes na região em que vivem os alunos tendo como referência o disposto na documentação oficial atrás citada e, também, nas Linhas Orientadoras para a Política de Turismo em Portugal de Março de 1998. Com o conteúdo 6.2.3 pretende-se que os alunos, tendo em conta a necessidade de desenvolver a região face à crescente perda importância da actividade agrícola, debatam hipóteses de valorização das paisagens rurais, susceptíveis de melhorar a qualidade de vida da população rural. Assim, sugere-se a inventariação de paisagens rurais que constituem um património cultural e paisagístico dinamizador de novos usos, nomeadamente ao nível das características ambientais, das formas de agricultura tradicional, das aglomerações rurais, das áreas florestais e das superfícies aquáticas. 75 Sugestões de avaliação Num currículo orientado para o desenvolvimento de competências a avaliação deve ser centrada no desempenho em contexto real, ou seja as situações de aprendizagem são, também, situações de avaliação. É do consenso geral que as competências não se desenvolvem automaticamente. Enquanto indivíduos e pequenos grupos podem desenvolver conhecimentos de forma informal, o desenvolvimento de grande parte das competências deve utilizar metodologias mais formais porque as competências se desenvolvem como um processo activo de aprendizagem individual, através da reflexão entre a prática e a cognição. Para avaliar competências não servem os instrumentos tradicionais, pois não se colocam apenas questões de conhecimento, é preciso criar tarefas complexas, integrar a avaliação no trabalho quotidiano da aula, observar os alunos em situação de aprendizagem, observar séries de desempenhos comparáveis, de forma a neutralizar efeitos aleatórios e a emitir juízos fundamentados. O grau de desenvolvimento de competências de cada aluno é diferente, de acordo com o seu ponto de partida, com os recursos cognitivos que mobiliza e com as decisões que toma na realização das tarefas. Na realidade, o professor não pode avaliar competências de forma padronizada, comparando desempenhos dos alunos, deverá antes, em cada tarefa, comparar o que o aluno deveria ter feito se fosse competente e o que fez na realidade. Assim, do ponto de vista didáctico e, em particular, para os alunos na modalidade de frequência presencial, é necessário criar situações de aprendizagem que lhes permitam desenvolver competências diversificadas, nos domínios analítico-conceptual/técnico-metodológico bem como das atitudes. Neste contexto, é necessário diversificar os instrumentos de avaliação — testes de conhecimento com questões de ensaio e questões objectivas, grelhas de observação, listas de verificação de desempenhos, escalas de atitudes, escalas descritivas para análise de trabalhos (individuais ou de grupo) e grelhas de observação da participação nos debates — de acordo com as diferentes situações e aspectos a avaliar, o que pressupõe que cada situação de aprendizagem e as suas exigências sejam conhecidas antes da avaliação, valorizando, assim, a dimensão formativa do processo de avaliação. Na modalidade de frequência não presencial, na concepção da prova escrita deve-se ter em atenção a matriz de competências a desenvolver neste módulo. 76 ESTUDO DE CASO O estudo de caso apresenta-se, para os alunos, como uma metodologia de abordagem adequada ao estudo experimental, permitindo uma concretização, aplicação e síntese das aprendizagens essenciais, ao mesmo tempo que cria a possibilidade de utilização dos conhecimentos adquiridos durante os 10.º/11.º anos. Neste estudo, pretende-se que os alunos compreendam a interdependência e a inter-relação dos vários factores estudados (naturais e humanos) e se consciencializem da dificuldade de tomar decisões (metodologia de análise de dilemas/cenários). Esta metodologia de abordagem pode aplicar-se ao tema proposto ou a qualquer outro, considerado mais conveniente, desde que aplicado à região onde vive o aluno. Neste contexto, o que se considera fundamental é a utilização da metodologia e a possibilidade do estudo experimental, por isso este Estudo de Caso surge na sequência final do programa, mas pode igualmente ser efectuado de forma transversal ao longo do desenvolvimento do mesmo. Os alunos deverão utilizar os conhecimentos sobre a produção gráfica e cartográfica adquiridos na disciplina de Técnicas de Ordenamento do Território. Sugere-se o recurso à metodologia de trabalho de projecto que envolva trabalho de campo, pesquisa bibliográfica, recolha e tratamento de informação recorrendo a fontes diversas. Cada região é um território complexo e diversificado, que resulta da interacção dos seus elementos naturais e humanos, originando paisagens contrastadas. Propõe-se que os alunos realizem um estudo de caso subordinado ao tema : “ A população e as actividades da minha região” Pretende-se que o trabalho seja orientado para a análise dos aspectos demográficos e sócioeconómicos da região, evidenciando a importância do património natural e construído, bem como as suas problemáticas ambientais. Podem ser desenvolvidos quaisquer tipos de actividades que permitam aos alunos interagir com a comunidade local, nomeadamente a apresentação de propostas concretas com o intuito da valorização e preservação das paisagens da região. 77 ESTUDO DE CASO Com esta metodologia pretende-se que os alunos sejam capazes de: • Inventariar actividades específicas da região onde vivem. • Reflectir sobre potencialidades naturais e humanas da sua região. • Inventariar vantagens comparativas da sua região. • Inventariar problemas ambientais da região onde vivem. • Debater o papel do indivíduo e da sociedade na preservação do ambiente. • Valorizar o património natural e cultural numa perspectiva de desenvolvimento regional. • Compreender o papel do ordenamento do território no desenvolvimento de cada região. • Apresentar propostas concretas de resolução dos problemas detectados na sua região. 78 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos - 12.º ano 12.ºAno – Geografia B O ordenamento do território, um caminho para o desenvolvimento N.º UNIDADES TEMAS /SUBTEMAS/ CONTEÚDOS LECTIVAS 7º Módulo 7 – O território da União Europeia 7.1 – Do Tratado de Roma aos nossos dias 7.1.1 – A organização do espaço comunitário 7.1.2 – As tendências demográficas e socioeconómicas 7.2 – O Desenvolvimento no espaço comunitário 24 (12 semanas) 7.2.1 – As desigualdades entre os Estados-membros e entre as regiões 7.2.2 – As grandes regiões da UE 7.2.3 – Os problemas ambientais 8º Módulo 8 – O ordenamento do território no espaço comunitário 8.1– As regiões de desenvolvimento prioritário 8.1.1 – As regiões urbano-industriais antigas 8.1.2 – As regiões rurais profundas 8.1.3 – As regiões de fronteira 24 8.1.4 – As regiões costeiras e as ilhas (12 semanas) 8.2 – As grandes opções territoriais 8.2.1 – A reorganização dos espaços urbano e rural 8.2.2 – O investimento nas infra-estruturas 8.2.3 – A preservação do património natural e cultural 9º Módulo 9 – Os desafios do desenvolvimento territorial - a reestruturação do território - a Europa das regiões - a reorganização político/administrativa - a mundialização da economia e o território - a sustentabilidade ambiental 18 (9 semanas) TOTAL DE UNIDADES LECTIVAS * Unidades lectivas de 90 minutos Nota: o número de unidades lectivas previsto inclui a avaliação na modalidade de frequência presencial 79 66 7º Módulo 80 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos 12.ºAno – Geografia B O ordenamento do território, um caminho para o desenvolvimento 7.º Módulo N.º DE UNIDADES TEMAS/SUBTEMAS/ CONTEÚDOS LECTIVAS* 7– O território da União Europeia 7.1 – Do Tratado de Roma aos nossos dias 7.1.1 – A organização do espaço comunitário - a construção da UE - a organização político/administrativa da UE 7.1.2 – As tendências demográficas e socioeconómicas - o envelhecimento da população - os problemas do emprego 24 7.2 – O Desenvolvimento no espaço comunitário (12 semanas) 7.2.1 - As desigualdades entre os Estados-membros e entre as regiões - os “centros” e as “periferias” - o emprego/o desemprego 7.2.2 - As grandes regiões da UE - a cooperação inter-regional os contrastes internos - 7.2.3 – Os problemas ambientais - a poluição atmosférica - a crise dos recursos hídricos e dos solos - a perda da biodiversidade * Unidades lectivas de 90 minutos Nota: o número de unidades lectivas previsto inclui a avaliação na modalidade de frequência presencial 81 Matriz: Competências/Módulos do 10.º/11.º/12.º anos N.º da competência 1 2 3 4 5 Número do Módulo 1.º 2.º 10.º Ano 3.º 4.º ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 ■ ▲ ■ ■ ■ ▲ ■ ▲ ■ ■ ▲ ■ ■ ▲ ■ 8.º 12.º Ano Sem relevância no Ensino Recorrente 7 9 7.º Sem relevância no Ensino Recorrente 6 8 6.º ■ 5.º 11.º Ano ■ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ▲ ● ● ● ■ ▲ ● ● ● ■ ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ■ ■ ■ ■ ■ ■ ▲ ■ ■ ▲ ■ ■ ▲ ▲ ● Competências a desenvolver no 10.º ano ■ Competências a desenvolver no 11.º ano ▲ Competências a desenvolver no 12.º ano 82 9.º Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos 7.º Módulo Núcleo conceptual 7- O território da União Europeia A construção da União Europeia visa a promoção do desenvolvimento e a reafirmação da Europa como centro de decisão no sistema mundial. Conceitos Subtema Noções básicas 7.1 – Do Tratado de Roma aos nossos dias Acordo Schengen Acto Único Europeu Banco Central Europeu Comissão Europeia Comunidade Económica Europeia (CEE) Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) Comunidade Europeia de Energia Atómica (CEEA/EURATOM) Conselho da União Europeia Desemprego estrutural Deslocalização Formas de Integração Mercado Interno Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) Parlamento Europeu Plano Marshall Plano Schuman Princípio da Subsidariedade Taxa de Desemprego Tratado de Amesterdão Tratado de Nice União Económica e Monetária (UEM) Zona Euro 7.1.1 – A organização do espaço comunitário - a construção da UE - a organização político/administrativa da UE 7.1.2 – As tendências demográficas e socioeconómicas - o envelhecimento da população - os problemas do emprego No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: • Conhecer o processo de construção da UE. • Compreender o papel do processo de integração na consolidação do espaço comunitário. • Conhecer as competências dos órgãos de decisão da UE. • Compreender as tendências demográficas na UE. • Relacionar os problemas do emprego com a deslocalização das empresas europeias. • Explicar a mobilidade da mão-de-obra na UE. • Inferir a necessidade de uma maior coesão económica e social no espaço comunitário. • Reflectir sobre o papel da UE no sistema mundial. 83 Tema 7 O território da União Europeia 7.1 – Do Tratado de Roma aos nossos dias Nível de abordagem O tratamento do tema 7 – O território da União Europeia – deve privilegiar uma abordagem que permita aos alunos compreenderem o processo de construção da UE, os seus sucessivos alargamentos espaciais e aprofundamento político-administrativo, realçando os objectivos que presidiram à sua formação, reflectindo sobre as principais dificuldades que se têm vindo a colocar ao processo de construção europeia. Esta abordagem pressupõe uma permanente actualização/adequação à evolução do processo de alargamento e, ainda, a caracterização demográfica e sócio-económica da UE, a análise do seu desenvolvimento territorial, assim como o seu contributo para a paz, a segurança e estabilidade. A leccionação deste tema deve basear-se na análise de documentos publicados pelas instituições da UE, de mapas temáticos e de dados estatísticos. Sugere-se a realização de actividades que permitam o desenvolvimento de capacidades de selecção, de sistematização e de interpretação de informação diversificada, assim como o uso de técnicas de expressão gráfica e cartográfica recorrendo, sempre que possível, às TIC. Com o subtema 7.1 – Do Tratado de Roma aos nossos dias –, pretende-se uma abordagem que permita aos alunos compreenderem o processo de construção da União Europeia, sobretudo a partir do Tratado de Roma, analisando a reformulação dos seus objectivos ao longo das suas diferentes etapas. Considera-se importante fazer uma breve referência às diferentes instituições da UE, sobretudo no que respeita às suas competências. Pretende-se ainda a caracterização da actual situação da UE, salientando-se a evolução do processo de integração no progressivo redimensionamento do espaço comunitário e evidenciando os aspectos demográficos e económicos mais significativos. Com o conteúdo 7.1.1 considera-se importante fazer uma referência breve aos antecedentes da actual UE, referindo factores que estiveram na sua origem, nomeadamente o papel desempenhado pelos Planos Marshall e Schuman no processo de reafirmação da Europa do pós-guerra. Nesta abordagem, sugere-se uma análise comparativa das linhas orientadoras dos principais tratados (de Roma, de Maastricht, de Amesterdão e de Nice) que permita aos alunos compreender o processo de construção da União Europeia. Neste contexto, considera-se importante a reflexão sobre alguns dos avanços mais significativos, nomeadamente o Acordo de Schengen, o Acto Único Europeu e a União Económica e Monetária, abordando as questões relacionadas com a adesão, ou não, dos diferentes países ao Euro e a importância da coesão económica e social no processo de aprofundamento europeu. Por último, importa ainda salientar como o processo de construção da União Europeia tem contribuído para a sua afirmação enquanto centro de poder e de decisão no sistema mundial. Com o conteúdo 7.1.2 pretende-se que os alunos expliquem as grandes tendências demográficas da UE, nomeadamente o declínio demográfico e as alterações na estrutura etária. Sugere-se ainda uma abordagem que permita aos alunos compreenderem os reflexos das características da mão-de-obra e das condições de trabalho na União Europeia, na competitividade das empresas e no aumento do desemprego estrutural. É também pertinente reflectir sobre a aparente contradição entre este aumento e as migrações de trabalho envolvendo mão-de-obra de qualificação muito distinta (trabalhadores sem qualificação, por um lado, e os de alta formação técnica, por outro lado). Por último, é conveniente uma reflexão sobre o modo como a volatilidade do emprego desencadeia um aumento da mobilidade da população, a diversas escalas (interregional, intra-regional e intracomunitária) e de que forma o Acordo de Schengen vem solucionar, ou não, esta problemática. 84 7.º Módulo 7 - O território da União Europeia Conceito Núcleo conceptual A construção da União Europeia visa a promoção do desenvolvimento e a reafirmação da Europa como centro de decisão no sistema mundial. Subtema 7.2 – O desenvolvimento no espaço comunitário Noções básicas 7.2.1 - As desigualdades entre os Estados–membros e entre as regiões Centro/Periferia Competitividade Crescimento económico Desenvolvimento Exclusão social Índice de desenvolvimento ajustado ao género (IDG) Índice de desenvolvimento humano (IDH) Índice de pobreza humana (IPH) Índice de realização tecnológica (IRT) Índice sintético de desenvolvimento regional (ISDR) Investigação & Desenvolvimento (I&D) Investigação e desenvolvimento tecnológico (IDT) Ordenamento territorial Paridade do poder de compra (PPC) PIB per capita PNB per capita Produtividade Regiões europeias Regiões funcionais Regiões homogéneas Regiões reticulares Segregação espacial - os “centros” e as “periferias” - o emprego/o desemprego 7.2.2 - As grandes regiões da UE - a cooperação inter-regional os contrastes internos - 7.2.3 – Os problemas ambientais - a poluição atmosférica - a crise dos recursos hídricos e dos solos - a perda da biodiversidade No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: • Debater a dificuldade de medir o desenvolvimento em diferentes realidades. • Reconhecer as desigualdades de desenvolvimento entre os países da UE. • Debater a necessidade de articulação entre a política económica e a de emprego. • Reconhecer as disparidades entre as grandes regiões europeias. • Debater a importância da cooperação inter-regional no atenuar das assimetrias. • Reconhecer as desigualdades de desenvolvimento intra-regionais. • Reflectir sobre a exclusão social e a segregação espacial no interior das regiões. • Inferir a necessidade de uma maior coesão económica e social no espaço comunitário. • Conhecer os princípios fundamentais da política comunitária de ambiente. • Analisar os impactos do modelo de crescimento económico e dos padrões de consumo no ambiente. • Explicar os problemas na qualidade e na quantidade da água disponível. • Compreender os impactes das diferentes utilizações do solo na sua degradação/valorização. • Relacionar a poluição atmosférica com a produção e o consumo de energia. • Explicar a perda da biodiversidade no espaço comunitário. • Reflectir sobre a valorização da componente ambiental no ordenamento do território. 85 Tema 7 1.2 – O desenvolvimento no espaço comunitário O território da União Europeia Nível de abordagem O tratamento do subtema 7.2 – O desenvolvimento no espaço comunitário – deve evidenciar os contrastes de desenvolvimento existentes entre os vários Estados-membros, salientando a necessidade de atenuar as assimetrias regionais. Pretende-se ainda caracterizar as desigualdades existentes entre as várias regiões da UE, assim como os contrastes no interior de cada região, o que pressupõe a inventariação dos principais problemas ambientais. Com o conteúdo 7.2.1 pretende-se que os alunos realizem uma análise comparativa de indicadores e índices estatísticos que lhes permitam identificar os diferentes níveis de desenvolvimento dos vários Estadosmembros, nomeadamente o IDH, o IPH (1 e 2) e o PIB per capita em PPC. A este propósito, propõe-se uma reflexão sobre a validade e as limitações dos indicadores/índices que normalmente são utilizados, bem como a necessidade de efectuar diferenciações por género, por idade, por grupo étnico e/ou por escala de análise. É importante também reflectir sobre o contributo das características da mão-de-obra nas desigualdades entre Estados-membros, pelo que se sugere o debate sobre a flexibilização laboral interligada com a formação/reconversão profissional e como forma de melhorar os níveis de produtividade e combater o desemprego. Neste contexto, sugere-se que a análise destes dados seja feita à escala nacional e regional, permitindo aos alunos compreenderem as dificuldades de concretização de um desenvolvimento territorial equilibrado. Considera-se também importante a comparação das desigualdades de desenvolvimento entre os países do espaço comunitário e dos países candidatos à UE, sugerindo-se a NUT II como a escala de análise mais adequada. No conteúdo 7.2.2 sugere-se uma abordagem que permita aos alunos debaterem os critérios de identificação das regiões (as homogéneas, as funcionais e as reticulares), e uma análise que leve à caracterização das grandes regiões europeias (a Diagonal Continental/Pentágono, o Arco Atlântico/Fachada Atlântica, o Arco Mediterrânico, o Mediterrâneo e as regiões ultraperiféricas), identificando as assimetrias existentes entre elas. Pretende-se que os alunos identifiquem contrastes no interior das grandes regiões e debatam questões como a exclusão social e as bolsas de pobreza, cada vez mais acentuadas, salientando a sua persistência mesmo nos centros urbanos de elevado crescimento económico. No final desta análise, sugere-se o debate sobre a necessidade de uma maior cooperação no interior do espaço comunitário, bem como o papel que os vários instrumentos da política regional podem ter no incremento dessa cooperação no atenuar dos desequilíbrios inter e intra-regionais. Com o conteúdo 7.2.3 pretende-se uma inventariação e caracterização dos problemas ambientais que afectam o território comunitário, nomeadamente a poluição atmosférica relacionada com a produção e o consumo de energia, a degradação dos recursos hídricos e dos solos, assim como a redução da biodiversidade, fazendo uma especial referência aos resíduos sólidos. Sugere-se uma reflexão sobre o modo como o modelo de crescimento económico associado aos padrões de consumo na Europa contribui para a degradação e delapidação dos recursos naturais. Neste contexto, considera-se pertinente sensibilizar os alunos para a importância das atitudes individuais e colectivas na solução das situações inventariadas. 86 Sugestões de avaliação Num currículo orientado para o desenvolvimento de competências a avaliação deve ser centrada no desempenho em contexto real, ou seja as situações de aprendizagem são, também, situações de avaliação. É do consenso geral que as competências não se desenvolvem automaticamente. Enquanto indivíduos e pequenos grupos podem desenvolver conhecimentos de forma informal, o desenvolvimento de grande parte das competências deve utilizar metodologias mais formais porque as competências se desenvolvem como um processo activo de aprendizagem individual, através da reflexão entre a prática e a cognição. Para avaliar competências não servem os instrumentos tradicionais, pois não se colocam apenas questões de conhecimento, é preciso criar tarefas complexas, integrar a avaliação no trabalho quotidiano da aula, observar os alunos em situação de aprendizagem, observar séries de desempenhos comparáveis, de forma a neutralizar efeitos aleatórios e a emitir juízos fundamentados. O grau de desenvolvimento de competências de cada aluno é diferente, de acordo com o seu ponto de partida, com os recursos cognitivos que mobiliza e com as decisões que toma na realização das tarefas. Na realidade, o professor não pode avaliar competências de forma padronizada, comparando desempenhos dos alunos, deverá antes, em cada tarefa, comparar o que o aluno deveria ter feito se fosse competente e o que fez na realidade. Assim, do ponto de vista didáctico e, em particular, para os alunos na modalidade de frequência presencial, é necessário criar situações de aprendizagem que lhes permitam desenvolver competências diversificadas, nos domínios analítico-conceptual/técnico-metodológico bem como das atitudes. Neste contexto, é necessário diversificar os instrumentos de avaliação — testes de conhecimento com questões de ensaio e questões objectivas, grelhas de observação, listas de verificação de desempenhos, escalas de atitudes, escalas descritivas para análise de trabalhos (individuais ou de grupo) e grelhas de observação da participação nos debates — de acordo com as diferentes situações e aspectos a avaliar, o que pressupõe que cada situação de aprendizagem e as suas exigências sejam conhecidas antes da avaliação, valorizando, assim, a dimensão formativa do processo de avaliação. Na modalidade de frequência não presencial, na concepção da prova escrita deve-se ter em atenção a matriz de competências a desenvolver neste módulo. 87 8º Módulo 88 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos 12.ºAno – Geografia B O ordenamento do território, um caminho para o desenvolvimento N.º DE UNIDADES 8.º Módulo TEMAS/SUBTEMAS/ CONTEÚDOS LECTIVAS* 8 – O ordenamento do território no espaço comunitário 8.1 – As regiões de desenvolvimento prioritário 8.1.1 – As regiões urbano-industriais antigas 8.1.2 – As regiões rurais profundas 24 (12 semanas) 8.1.3 – As regiões de fronteira 8.1.4 – As regiões costeiras e as ilhas 8.2 – As grandes opções territoriais 8.2.1 – A reorganização dos espaços urbano e rural 8.2.2 – O investimento nas infra-estruturas 8.2.3 – A preservação do património natural e cultural * Unidades lectivas de 90 minutos Nota: o número de unidades lectivas previsto inclui a avaliação na modalidade de frequência presencial 89 Matriz: Competências/Módulos do 10.º/11.º/12.º anos n.º da competência 1 2 3 4 5 Número do Módulo 1.º 2.º 10.º Ano 3.º 4.º ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 8.º 12.º Ano ■ ▲ ▲ ■ ■ ■ ▲ ▲ ■ ▲ ▲ ■ ■ ▲ ▲ ■ ■ ▲ ▲ ■ Sem relevância no Ensino Recorrente 7 9 7.º Sem relevância no Ensino Recorrente 6 8 6.º ■ 5.º 11.º Ano ■ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ▲ ▲ ● ● ● ■ ▲ ▲ ● ● ● ■ ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ■ ■ ▲ ■ ▲ ■ ▲ ■ ■ ▲ ▲ ■ ■ ▲ ▲ ■ ■ ▲ ▲ ▲ ▲ ● Competências a desenvolver ■ Competências a desenvolver no 11.º ano ▲ Competências a desenvolver no 12.º ano 90 9.º Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos 8.º Módulo 8 - O ordenamento do território no espaço comunitário Conceitos Núcleo conceptual O ordenamento do território constitui um caminho para alcançar o desenvolvimento territorial equilibrado e sustentável no espaço comunitário, através do reforço da cooperação e da interdependência entre os seus territórios. Subtema 8.1 – As regiões de desenvolvimento prioritário Noções básicas 8.1.1 - As regiões urbano-industriais antigas - o acentuar dos problemas sociais - a degradação das infraestruturas Águas territoriais Complementaridade 8.1.2 – As regiões rurais profundas Cooperação inter- - a perda de importância da agricultura na economia -regional 8.1.3 – As regiões de fronteira Cooperação - a periferização das fronteiras externas - a cooperação transfronteiriça transnacional Deseconomia de escala 8.1.4 - As regiões costeiras e as ilhas Economia de escala - a dependência da actividade turística e/ou da pesca - os custos da insularidade Frota de pesca Insularidade Navegação de cabotagem Quotas de pesca Recurso piscícola Região industrial especializada Região periférica Região transfronteiriça Renovação tecnológica Segregação social Tecido industrial Tipos de pesca Zona Económica Exclusiva (ZEE) Zona de Protecção Especial (ZPE) No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: • Conhecer os problemas que afectam as regiões urbano-industriais antigas. • Relacionar o crescimento das pequenas e médias cidades com a criação de incentivos à população. • Conhecer os problemas de desenvolvimento do mundo rural. • Debater a importância actual da agricultura na actividade económica. • Valorizar a preservação da agricultura tradicional e a extensificação como factor de desenvolvimento endógeno das regiões rurais. • Explicar a tendência para a periferização das regiões de fronteira da UE. • Explicar o papel da cooperação no desenvolvimento das regiões de fronteira dentro do espaço comunitário. • Reconhecer a grande diversidade de áreas costeiras e insulares existentes na UE. • Debater a importância da actividade turística e/ou da pesca na economia das regiões costeiras e insulares. • Relacionar a dificuldade no desenvolvimento das ilhas com os custos da insularidade. 91 TEMA 8 O ordenamento do território no espaço comunitário 8.1 - As regiões de desenvolvimento prioritário Nível de abordagem O tratamento do tema 8 – O ordenamento do território no espaço comunitário – deve privilegiar uma abordagem que permita aos alunos compreenderem como as grandes opções territoriais, para o espaço comunitário, visam alcançar o desenvolvimento territorial integrado das suas regiões, com particular destaque para aquelas que são consideradas de desenvolvimento prioritário. Considera-se pertinente efectuar um balanço da Política de Coesão Económica e Social, salientando os aspectos menos bem sucedidos. A leccionação deste tema deve ter como base a análise de relatórios e de outros documentos emanados da UE, onde se apresentam as propostas e os projectos comunitários. Sugere-se a recolha e a análise de dados estatísticos diversificados sobre este tema, designadamente a consulta das estatísticas do Eurostat e o recurso sempre que possível, às TIC. Com o subtema 8.1 – As regiões de desenvolvimento prioritário –, pretende-se uma caracterização das regiões que são objecto de preocupação e de intervenção ao nível das políticas comunitárias, tendo em vista o seu desenvolvimento. Com o conteúdo 8.1.1 pretende-se uma inventariação dos problemas que caracterizam as áreas urbanas de industrialização antiga e em declínio. Sugere-se que se equacionem aspectos como a perda de população, a segregação socioeconómica, o aumento da população imigrante e a desadequação no uso do solo urbano como consequência, em parte, do abandono e da degradação das infra-estruturas devido a deseconomias de escala. A este propósito, sugere-se a referência às iniciativas comunitárias URBAN. No conteúdo 8.1.2 propõe-se que se proceda à inventariação dos problemas que afectam as áreas rurais profundas. Assim, considera-se importante avaliar o peso do sector agrícola na economia e realçar os desequilíbrios entre os países do centro e os países da periferia da comunidade. Sugere-se ainda que se debata a necessidade de preservação dos espaços agrários tradicionais, valorizando a prática de uma agricultura menos intensiva, tendo em vista a manutenção de explorações familiares. A este propósito, sugere-se a referência às iniciativas comunitárias LEADER Com o conteúdo 8.1.3 considera-se pertinente caracterizar a natureza periférica das regiões fronteiriças da UE, evidenciando o maior afastamento relativamente aos grandes centros de decisão e a possibilidade dessas regiões virem a ocupar uma posição mais “central”, numa comunidade mais integrada. A este respeito, é importante também abordar casos de cooperação entre regiões transfronteiriças, referenciando o papel de iniciativas comunitárias como a INTERREG que inclui, também, programas de cooperação transnacional e inter-regional. No momento da leccionação deste conteúdo, deve-se ter em atenção a situação das fronteiras decorrente do alargamento do espaço comunitário. Com o conteúdo 8.1.4 é importante evidenciar a diversidade das regiões costeiras e insulares em termos de características geomorfológicas, de densidade populacional e da natureza das actividades económicas; sugere-se também a análise da diferente repartição destas regiões pelos vários Estados-membros. Neste âmbito, propõe-se o debate sobre a grande dependência que algumas destas regiões apresentam relativamente à actividade turística e/ou piscatória e as consequências que daí advêm. Quanto à actividade da pesca, é importante realçar os problemas resultantes da aplicação da Política Comunitária de Pescas, nomeadamente em áreas onde esta actividade ocupa grande percentagem de população activa. No que concerne à actividade turística, é relevante o tratamento do problema resultante da ocupação crescente dos terrenos costeiros para a implantação de estâncias turísticas e de infra-estruturas de lazer e de tempos livres. No que diz respeito às ilhas, é importante que se realce os maiores custos de transporte comparativamente às regiões continentais e se debatam os problemas no desenvolvimento que daí advêm. 92 8.º Módulo 8 – O ordenamento do território no espaço comunitário Núcleo conceptual O ordenamento do território constitui um caminho para alcançar o desenvolvimento territorial equilibrado e sustentável no espaço comunitário através do reforço da cooperação e da interdependência entre os seus territórios. Conceitos Subtema Noções básicas 8.2– As grandes opções territoriais 8.2.1 – A reorganização dos espaços urbano e rural Avaliação de impacte ambiental Cidade-compacta Cidade-porta Competitividade territorial Corredores ecológicos Desenvolvimento endógeno Desenvolvimento policêntrico Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário (EDEC) Euro-corredor Info-estruturas Parcerias Plano Nacional da Água Rede Natura 2000 Região Metropolitana Reserva Ecológica Nacional Ruralização Teletrabalho - a reestruturação do sistema urbano europeu - o desenvolvimento do espaço rural - as novas relações cidade-campo 8.2.2 – O investimento nas infra-estruturas - a melhoria das redes de transporte e de comunicações - a difusão da inovação e do conhecimento 8.2.3 – A preservação do património natural e cultural - a gestão dos recursos naturais - a gestão das paisagens naturais e culturais No final deste subtema o aluno deve ser capaz de: • Identificar os grandes objectivos da política de desenvolvimento territorial da UE. • Conhecer estratégias para um desenvolvimento territorial policêntrico. • Discutir a necessidade de incrementar a competitividade das cidades. • Conhecer estratégias diversificadas com vista ao desenvolvimento endógeno das regiões rurais. • Relacionar a valorização e preservação das paisagens rurais com as tendências de ruralização. • Debater a importância da complementaridade entre as cidades e as regiões envolventes nas novas parcerias cidade–campo. • Compreender o papel das redes de transporte e de comunicação no desenvolvimento territorial equilibrado. • Debater a importância da inovação e do conhecimento como factor atractivo de uma região. • Conhecer estratégias de reabilitação de paisagens rurais e urbanas, que constituem património natural e cultural. • Debater a importância da cooperação inter-regional e transnacional na gestão dos recursos naturais. 93 Tema 8 8.2 - As grandes opções territoriais O ordenamento do território no espaço comunitário Nível de abordagem Com o subtema 8.2 – As grandes opções territoriais – pretende-se uma abordagem que permita aos alunos compreenderem de que forma os três grandes objectivos preconizados pelo EDEC – a) a coesão económica e social; b) a conservação e gestão dos recursos naturais e do património cultural; c) a competitividade mais equilibrada do território comunitário – originam opções estratégicas diferenciadas a nível territorial, de acordo com a situação económica, social e ambiental das várias regiões, mas tendo sempre em vista um desenvolvimento territorial equilibrado. Na abordagem deste subtema, deve ser evidenciado o estatuto voluntarista do EDEC, uma vez que a política de Ordenamento do Território não está consignada em qualquer tratado, resulta apenas da vontade unânime dos Estados-membros. Na leccionação do conteúdo 8.2.1 considera-se importante que os alunos analisem as diversas estratégias que estão a ser implementadas com vista a um desenvolvimento do sistema urbano mais equilibrado e policêntrico que promova simultaneamente a atractividade e a competitividade das cidades. Neste âmbito, sugere-se a referência a alguns casos, como o desenvolvimento das cidades-porta (as que dão acesso ao território comunitário) e das cidades-compactas (que visam o controle da expansão urbana excessiva). Pretende-se também a análise de estratégias que visam o desenvolvimento endógeno das zonas rurais, as quais procuram assegurar a sustentabilidade da agricultura e a diversificação dos usos dos solos agrícolas, assim como o reforço das sinergias entre espaço rural e espaço urbano, procurando ultrapassar a tradicional clivagem cidade/campo. Com o conteúdo 8.2.2 considera-se importante que os alunos compreendam de que forma a integração dos sistemas de transporte e de comunicações contribuem para o desenvolvimento equilibrado do território comunitário e são um factor determinante na difusão da inovação e no acesso ao conhecimento. Neste âmbito, considera-se pertinente salientar o papel das TIC, não só na sua difusão, como também na educação e na formação/reconversão profissional, tendo em conta que o desenvolvimento das info-estruturas e das telecomunicações desempenha um papel fundamental no processo de integração europeia e no aumento da competitividade das cidades e das regiões. Sugere-se o debate sobre as consequências que o “trabalho electrónico” terá na localização/deslocalização das empresas e no comportamento humano. No conteúdo 8.2.3 pretende-se que os alunos compreendam como os problemas ambientais têm também uma componente social e política, devendo ser destacado que a UE procura compatibilizar, cada vez mais, o crescimento económico com a protecção ambiental e a gestão dos recursos. Na preservação do património, considera-se pertinente salientar a importância da Rede Natura 2000, nomeadamente o papel das Zonas de Protecção Especial (ZPE) e dos corredores ecológicos. É ainda importante debater a gestão criativa do património natural e cultural, veiculando a ideia de que as paisagens culturais são a expressão da identidade europeia e são importantes não só no ambiente quotidiano, como também um atractivo turístico, factor relevante no desenvolvimento territorial. 94 Sugestões de avaliação Num currículo orientado para o desenvolvimento de competências a avaliação deve ser centrada no desempenho em contexto real, ou seja as situações de aprendizagem são, também, situações de avaliação. É do consenso geral que as competências não se desenvolvem automaticamente. Enquanto indivíduos e pequenos grupos podem desenvolver conhecimentos de forma informal, o desenvolvimento de grande parte das competências deve utilizar metodologias mais formais porque as competências se desenvolvem como um processo activo de aprendizagem individual, através da reflexão entre a prática e a cognição. Para avaliar competências não servem os instrumentos tradicionais, pois não se colocam apenas questões de conhecimento, é preciso criar tarefas complexas, integrar a avaliação no trabalho quotidiano da aula, observar os alunos em situação de aprendizagem, observar séries de desempenhos comparáveis, de forma a neutralizar efeitos aleatórios e a emitir juízos fundamentados. O grau de desenvolvimento de competências de cada aluno é diferente, de acordo com o seu ponto de partida, com os recursos cognitivos que mobiliza e com as decisões que toma na realização das tarefas. Na realidade, o professor não pode avaliar competências de forma padronizada, comparando desempenhos dos alunos, deverá antes, em cada tarefa, comparar o que o aluno deveria ter feito se fosse competente e o que fez na realidade. Assim, do ponto de vista didáctico e, em particular, para os alunos na modalidade de frequência presencial, é necessário criar situações de aprendizagem que lhes permitam desenvolver competências diversificadas, nos domínios analítico-conceptual/técnico-metodológico bem como das atitudes. Neste contexto, é necessário diversificar os instrumentos de avaliação — testes de conhecimento com questões de ensaio e questões objectivas, grelhas de observação, listas de verificação de desempenhos, escalas de atitudes, escalas descritivas para análise de trabalhos (individuais ou de grupo) e grelhas de observação da participação nos debates — de acordo com as diferentes situações e aspectos a avaliar, o que pressupõe que cada situação de aprendizagem e as suas exigências sejam conhecidas antes da avaliação, valorizando, assim, a dimensão formativa do processo de avaliação. Na modalidade de frequência não presencial, na concepção da prova escrita deve-se ter em atenção a matriz de competências a desenvolver neste módulo. 95 9º Módulo 96 Gestão dos Temas/Subtemas/Conteúdos 12.ºAno – Geografia B O ordenamento do território, um caminho para o desenvolvimento 9.º Módulo N.º DE UNIDADES TEMAS/SUBTEMAS/ CONTEÚDOS LECTIVAS* 9 – Os desafios do desenvolvimento territorial 18 - a reestruturação do território - a Europa das regiões - a reorganização político/administrativa - a mundialização da economia e o território - a sustentabilidade ambiental (9 semanas) TOTAL DE UNIDADES LECTIVAS * Unidades lectivas de 90 minutos Nota: o número de unidades lectivas previsto inclui a avaliação na modalidade de frequência presencial 97 66 Matriz: Competências/Módulos do 10.º/11.º/12.º anos N.º da competência 1 2 3 4 5 Número do Módulo 1.º 2.º 10.º Ano 3.º 4.º ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 8.º 12.º Ano ■ ▲ ▲ ▲ ■ ■ ■ ▲ ▲ ▲ ■ ▲ ▲ ■ ■ ▲ ▲ ▲ ■ ■ ▲ ▲ ▲ ■ 9.º Sem relevância no Ensino Recorrente 7 9 7.º Sem relevância no Ensino Recorrente 6 8 6.º ■ 5.º 11.º Ano ■ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ▲ ▲ ● ● ● ■ ■ ■ ● ● ● ■ ▲ ▲ ▲ ● ● ● ■ ▲ ▲ ▲ ● ● ● ■ ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ■ ■ ▲ ■ ▲ ■ ▲ ■ ■ ▲ ▲ ▲ ■ ■ ▲ ▲ ▲ ■ ■ ▲ ▲ ▲ ▲ ▲ ▲ ● Competências a desenvolver ■ Competências a desenvolver no 11.º ano ▲ Competências a desenvolver no 12.º ano 98 Especificação dos Temas/Subtemas/Conteúdos 9.º Módulo 9 - Os desafios do desenvolvimento territorial Conceitos Núcleo conceptual Os desafios e as prioridades que se colocam ao desenvolvimento territorial do espaço comunitário para o século XXI são geradores de novas dinâmicas de transformação da sociedade e da economia. Tema 9 – Os desafios do desenvolvimento territorial Noções básicas Ambientalismo Comité das Regiões Critérios de adesão Globalização - a reestruturação do território - a Europa das regiões - a reorganização político/administrativa - a mundialização da economia e o território - a sustentabilidade ambiental Glocalização Índice de Sustentabilidade Ambiental Industrialismo Mundialização Política Europeia de Segurança Comum (PESC) No final deste tema o aluno deve ser capaz de : • • • • • • • • • • • Problematizar os impactos do alargamento do espaço comunitário. Compreender a emergência das regiões enquanto agentes de negociação e do aprofundamento da UE. Equacionar os constrangimentos dos modelos de organização política da UE. Debater a necessidade de conciliação entre o processo de alargamento e o processo de aprofundamento. Reconhecer os impactos da mundialização na economia nos territórios comunitários. Compreender a necessidade da valorização/protecção como forma de gestão equilibrada dos recursos hídricos e dos solos. Equacionar estratégias de conservação e gestão racional dos recursos energéticos. Conhecer as principais opções estratégicas para a manutenção da biodiversidade. Inventariar os sectores económicos beneficiados pelas políticas de protecção ambiental. Equacionar a necessidade de uma nova atitude face ao consumo no sentido de um ambiente sustentável. Debater a necessidade de procurar novos modelos de desenvolvimento com base na sustentabilidade ambiental. 99 TEMA 9 Os desafios do desenvolvimento territorial Tema 9 - Os desafios do desenvolvimento territorial Nível de abordagem O tratamento do tema 9 – Os desafios do desenvolvimento territorial – deve privilegiar uma abordagem que possibilite aos alunos compreenderem que, num mundo em mudança acelerada, muitos são os desafios que se colocam à União Europeia e para os quais se pretende mostrar uma visão global sobre as perspectivas futuras, valorizando aspectos qualitativos e voluntaristas num contexto de múltiplas escolhas. Pretende-se que esta abordagem tenha como base referencial os espaços/territórios (do local ao global, do rural ao urbano) e as pessoas que os habitam. Neste tema optou-se pela não desagregação em subtemas, a fim de valorizar uma visão mais integradora das questões aqui abordadas. A leccionação deste tema deve ter como base a análise de relatórios e de outros documentos emanados da UE, onde se apresentam as propostas e os projectos comunitários para os próximos anos. Sugere-se a recolha e a análise de dados estatísticos diversificados sobre este tema, designadamente a consulta das estatísticas do Eurostat e o recurso, sempre que possível, às TIC. Pretende-se que os alunos equacionem os vários desafios que se colocam à União Europeia como seja o alargamento a Leste e futuros alargamentos, reflectindo sobre os seus impactos, nomeadamente para Portugal. É ainda de debater as alterações do poder de decisão dos diferentes países, a repartição dos fundos comunitários, equacionando também os impactos da reestruturação do território comunitário para o desenvolvimento dos vários países. Considera-se igualmente pertinente o debate sobre a necessidade de uma nova organização política baseada no Princípio da Subsidiaridade, questionando qual o modelo de organização mais adequado e que respeite a diversidade nacional de cada Estado-membro. Neste âmbito, importa equacionar até que nível de aprofundamento pode avançar a UE se não se concretizar a união política. A “Europa das regiões” é outro dos desafios sobre o qual se sugere o debate onde se saliente a perspectiva, cada vez mais acentuada, das regiões constituírem os interlocutores directos com os órgãos de poder e de decisão da UE. Importa evidenciar os aspectos que unem as regiões, bem como aqueles que as dividem. Neste contexto, sugere-se a referência ao dinamismo do Arco Atlântico/Fachada Atlântica, que procura criar um eixo motriz de cooperação do litoral atlântico valorizando os recursos endógenos de toda esta região. No que respeita às questões da mundialização da economia, sugere-se uma abordagem que permita aos alunos analisarem os seus impactos a várias escalas de análise, bem como a compreensão das dificuldades de competitividade sentidas pela União Europeia e que têm conduzido ao aumento do desemprego e à diminuição dos salários reais, realçando assim a necessidade de uma maior coesão económica e social. Por último, considera-se importante debater os desafios da política ambiental da UE, sobretudo no que respeita à gestão da água e dos solos, ao equilíbrio da energia/ambiente e à manutenção da biodiversidade. Neste âmbito, importa salientar a necessidade de avaliação das condicionantes/restrições ambientais, bem como a obrigatoriedade de estudos de impacte ambiental, o que mostra o esforço da UE em integrar a componente ambiental no ordenamento do território. Importa ainda reflectir sobre as dificuldades de conciliação entre a competitividade das empresas da UE e a protecção ambiental, bem como a necessidade de substituição do paradigma Industrialismo pelo paradigma Ambientalismo, como um dos grandes desafios para o século XXI. 100 Sugestões de avaliação Num currículo orientado para o desenvolvimento de competências a avaliação deve ser centrada no desempenho em contexto real, ou seja as situações de aprendizagem são, também, situações de avaliação. É do consenso geral que as competências não se desenvolvem automaticamente. Enquanto indivíduos e pequenos grupos podem desenvolver conhecimentos de forma informal, o desenvolvimento de grande parte das competências deve utilizar metodologias mais formais porque as competências se desenvolvem como um processo activo de aprendizagem individual, através da reflexão entre a prática e a cognição. Para avaliar competências não servem os instrumentos tradicionais, pois não se colocam apenas questões de conhecimento, é preciso criar tarefas complexas, integrar a avaliação no trabalho quotidiano da aula, observar os alunos em situação de aprendizagem, observar séries de desempenhos comparáveis, de forma a neutralizar efeitos aleatórios e a emitir juízos fundamentados. O grau de desenvolvimento de competências de cada aluno é diferente, de acordo com o seu ponto de partida, com os recursos cognitivos que mobiliza e com as decisões que toma na realização das tarefas. Na realidade, o professor não pode avaliar competências de forma padronizada, comparando desempenhos dos alunos, deverá antes, em cada tarefa, comparar o que o aluno deveria ter feito se fosse competente e o que fez na realidade. Assim, do ponto de vista didáctico e, em particular, para os alunos na modalidade de frequência presencial, é necessário criar situações de aprendizagem que lhes permitam desenvolver competências diversificadas, nos domínios analítico-conceptual/técnico-metodológico bem com das atitudes. Neste contexto, é necessário diversificar os instrumentos de avaliação — testes de conhecimento com questões de ensaio e questões objectivas, grelhas de observação, listas de verificação de desempenhos, escalas de atitudes, escalas descritivas para análise de trabalhos (individuais ou de grupo) e grelhas de observação da participação nos debates — de acordo com as diferentes situações e aspectos a avaliar, o que pressupõe que cada situação de aprendizagem e as suas exigências sejam conhecidas antes da avaliação, valorizando, assim, a dimensão formativa do processo de avaliação. Na modalidade de frequência não presencial, na concepção da prova escrita deve-se ter em atenção a matriz de competências a desenvolver neste módulo. 101 ESTUDO DE CASO O estudo de caso apresenta-se como uma oportunidade para os alunos realizarem um estudo experimental aplicado à região onde vivem, utilizando para o efeito os conhecimentos que adquiriram ao longo dos três anos lectivos. Neste estudo, pretende-se que os alunos compreendam a interdependência e a inter-relação entre as políticas sectoriais da União Europeia, os planos nacionais e regionais no âmbito do ordenamento do território e os seus impactos no desenvolvimento territorial da região onde vive o aluno. Este facto não inviabiliza a possibilidade de os alunos realizarem trabalhos sobre outras regiões, o que poderá constituir um factor de enriquecimento. O estudo de caso apresenta-se como uma metodologia que permite a concretização, a aplicação e a síntese das aprendizagens essenciais. Esta abordagem metodológica pode-se realizar a partir do tema proposto ou de outro considerado mais conveniente, uma vez que o essencial são a metodologia e a possibilidade do estudo experimental. O facto de se inserir o estudo de caso no final do programa não significa que a sua realização não se possa efectuar em qualquer outra altura do ano lectivo, dependendo esta decisão da forma como se encarar a oportunidade da sua realização. Considera-se essencial o recurso à metodologia de trabalho de projecto, incluindo o trabalho de campo, a pesquisa bibliográfica, a recolha e o tratamento de informação recorrendo a fontes diversas. Sugere-se ainda a possibilidade de elaboração de mapas com propostas de ordenamento de território da região onde os alunos vivem, assim como actividades que lhes permitam interagir com a comunidade local. Os alunos poderão articular este trabalho com outras disciplinas da componente científico–tecnológica, nomeadamente a disciplina de especificação e, eventualmente preparar elementos que facilitem a realização da prova de aptidão tecnológica (PAT). O estudo de caso poderá ter como tema: “ O ordenamento do território e o desenvolvimento da minha região”. O trabalho deve ser orientado para a apresentação de propostas concretas de ordenamento do território com o intuito da valorização e preservação das paisagens dessa região. 102 ESTUDO DE CASO Neste contexto, sugere-se que se analisem alguns dos aspectos mais relevantes em termos de ordenamento territorial da região estudada, nomeadamente os que dizem respeito à manutenção da biodiversidade e à protecção de áreas sensíveis (no quadro dos objectivos da Rede Natura e da criação de Zonas de Protecção Especial e/ou de Zonas Especiais de Conservação); à protecção e à valorização das áreas costeiras e dos estuários (tendo por base os Planos de Ordenamento da Orla Costeira – POOC, e/ou outros instrumentos de planeamento); à protecção da paisagem rural (através da manutenção das populações no espaço rural e das suas actividades complementadas com novas actividades ligadas aos serviços); e à intervenção em áreas críticas as quais constituem desafios à recuperação ambiental e à reabilitação e dinamização da economia regional e local (áreas urbanas em processo de despovoamento ou com actividade industrial antiquada, áreas de solos contaminados ou com problemas de poluição difusa). As sugestões anteriores podem ser complementadas ou substituídas por outras actividades, consideradas mais adequadas ao contexto escolar, nomeadamente em articulação com o Projecto Educativo de Escola. No final do estudo de caso, pretende-se que os alunos sejam capazes de: • Inventariar os instrumentos de planeamento/ordenamento implementados ou a implementar na minha região. • Identificar os instrumentos do QCA III disponíveis à escala da minha região. • Relacionar o desenvolvimento regional com a aplicação de políticas comunitárias sectoriais. • Inventariar problemas no ordenamento territorial na minha região. • Debater a necessidade de articular o ordenamento a diferentes escalas. • Valorizar a preservação do património natural e cultural nos planos de ordenamento do território. • Investigar a presença da componente ambiental no ordenamento da minha região. • Apresentar propostas concretas de resolução dos problemas territoriais detectados na minha região. • Debater o impacto das estratégias de ordenamento do território implementadas na minha região. 103 PARTE IV Bibliografia 104 Notas bibliográficas Bibliografia de carácter pedagógico García, A. (1995) - Didáctica e innovación curricular, Editorial. Universidad de Sevilha. Esta obra é uma referência actualizada e rigorosa sobre o «desenho», o desenvolvimento, a inovação e a avaliação curricular. Na primeira parte da obra, para além dos conceitos fundamentais, pode encontrar-se uma boa fundamentação sobre teorias e modelos de análise quanto ao «desenho», ao desenvolvimento e á avaliação curricular. A segunda parte apresenta uma informação sobre as diversas perspectivas, modelos, processos de inovação na sala de aula. Trata-se de uma obra de carácter geral, mas nem por isso menos importante, uma vez que aborda os “grandes temas” e as diferentes perspectivas de análise sobre Didáctica e Currículo. Henriques, M e outros.(1999). (1999) - Educação para a cidadania, Lisboa: Plátano Editora. Esta obra visa o ensino da cidadania com independência e sem endoutrinamento, levando a conhecer factores sociais, conceitos teóricos, antecedentes históricos, ao mesmo tempo que abre pistas de pesquisa e de aprofundamento. Apresenta-se sob a forma de um roteiro dividido em sete unidades que ajudam a compreender a vida pública, local e nacional, e a avaliar o lugar de Portugal na comunidade internacional. As matérias visam a compreensão básica de temas de cidadania. Apresenta ainda instrumentos didácticos usuais no processo de ensino/aprendizagem: sumários, enunciados de objectivos e palavras-chave, desenvolvimento das matérias, boas práticas e testes de avaliação de conhecimentos. Prieto, F.B.(1994). – La evaluación en la educación secundaria, Salamanca: Editorial Amarú. Esta obra ajuda a compreender o papel desempenhado pela avaliação, assim como a sua função e a contribuição do processo avaliativo no desenvolvimento das capacidades de todos os alunos. Mostra também as possíveis relações com o desenvolvimento de projectos curriculares. Nesta obra surgem, ainda, inúmeros instrumentos de grande utilidade para os docentes uma vez que concretizam o modelo de avaliação em exemplos concretos muito práticos para os professores. Trata-se de um livro actual, prático e concreto e onde se concilia a teoria com a prática. 105 Bibliografia de Didáctica da Geografia González, X.M. Souto.(1998) - Didáctica de la Geografía, Barcelona: Ediciones. Del Serbal, Col. “La estrella Polar.” Esta obra mostra como a Geografia favorece a compreensão de outras culturas, evidenciando diferentes relações do homem com o ambiente. Nela se demonstra como a Educação Geográfica permite desenvolver a autonomia do aluno, levando-o a levantar e a resolver problemas geográficos. O ensino da Geografia não se deve reduzir ao ensino de conceitos e teorias explicativas; é importante conhecer os esquemas de conhecimento de cada aluno, tendo em consideração o contexto social onde ele está inserido. Considerando estes dois vectores é possível desenvolver actividades didácticas que sejam úteis na resolução de problemas sociais e ambientais. Merenne-Schoumaker, B. (1999) – Didáctica da Geografia, Porto: Edições Asa. Esta obra procura articular Geografia e Pedagogia, teoria e prática, propondo aos educadores um instrumento de autoformação, baseado em quatro questões: o que devem saber e saber fazer os estudantes, o que ensinar e como avaliar as aprendizagens? São abordados temas que visam várias problemáticas presentes no ensino da Geografia, nomeadamente, o tipo de Geografia que deve ser ensinada na actualidade, bem como a forma de a ensinar; a forma de fazer chegar a Educação Geográfica a todos os alunos; a organização das actividades educativas em função da diversidade dos alunos ao nível das suas necessidades e dificuldades; e a concretização de um ensino que privilegie o ensinar a aprender. Bibliografia geral de carácter científico Barreto, A. (org.) (2000) – A situação social em Portugal 1960-1999, vol. II: Indicadores sociais em Portugal e na União Europeia, Ed. Imprensa de Ciências Sociais, Instituto de Ciências Sociais, Lisboa. Esta obra, de autores diversos, inclui indicadores representativos da situação social portuguesa e indicadores relativos às empresas existentes e respectivos trabalhadores. Apresenta ainda tabelas contendo as comparações desde 1960 entre os países da União Europeia. Explora também as várias dimensões da análise demográfica de Portugal e da União Europeia. 106 Brito, R. S. (dir.) (1994) – Perfil geográfico, Lisboa : Editorial Estampa. Esta obra apresenta um quadro geográfico do território nacional. Nela se abordam questões referentes à morfologia e climatologia, à distribuição da população, às actividades económicas, ao povoamento, à importância dos transportes, aos desequilíbrios regionais e também às relações entre Portugal e a União Europeia. Trata-se de uma obra colectiva dirigida pela autora referida. COMISSÃO EUROPEIA (1995) - A Europa em Números, Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias. Esta obra é uma síntese da integração europeia e das respectivas políticas sectoriais nomeadamente, população e condições sociais, energia e indústria, agricultura e pesca, comércio externo e balança de pagamentos, serviços e transportes, ambiente e desenvolvimento, salientando factos relevantes da comunidade através de comentários, gráficos, quadros estatísticos e mapas relevantes no momento da sua publicação e que ajudam a compreender algumas das actuais reformas e directrizes comunitárias. Daveau, S. (1998) – Portugal geográfico, Porto: Sá da Costa Editora. Nesta obra, dividida em cinco partes, são expostos de uma forma simples dados de base que permitem a qualquer cidadão entender o país. Na primeira parte aborda-se a posição de Portugal no mundo, sendo analisada a sua situação em termos de ambiente natural e das relações entre os homens. Na segunda parte, faz-se o enquadramento de Portugal no contexto da Península Ibérica e do Atlântico. Na terceira parte, analisa-se a diversidade interna do território, bem como os vários elementos se interligam entre si formando conjuntos regionais diferenciados. Na quarta parte, abordam-se as marcas da vida rural nas paisagens. Por fim, as áreas urbanizadas, a sua estrutura em constante mutação e as suas funções, constituem os temas da última parte. 107 European Environment Agency (1998) – Europe’s environment: the second assessment, Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities. Elseier Science Ltd, Oxford. Nesta obra são descritos o estado do ambiente, os impactos e as políticas que visam dar resposta aos doze maiores problemas ambientais europeus nomeadamente as alterações climáticas; a depleção do ozono estratosférico; os lixos; a biodiversidade; a degradação das águas doce e marinha, das áreas costeiras, dos solos e do ambiente urbano. Contém dados e cartografia relevantes para a docência da disciplina de Geografia. Gaspar, J. (1993) – As regiões portuguesas, Lisboa: Ministério do Planeamento e da Administração do Território. Esta obra traça um retrato sucinto das regiões portuguesas, apresentando as suas principais características geográficas, históricas, culturais e socioeconómicas. Trata-se de uma obra fundamental uma vez que apresenta as regiões portuguesas como espaços identificados com características culturais próprias, resultantes da interacção de factores diversos e correspondendo a realidades com contornos territoriais bem definidos. Esta publicação apresenta uma série de fotografias e mapas ilustrativos das características apresentadas. Medeiros, C. A (1996) – Geografia de Portugal: ambiente natural e ocupação humana: uma introdução, Lisboa: Editorial Estampa. Esta obra apresenta um quadro resumido das principais questões da Geografia de Portugal, funcionando como uma introdução ao estudo aprofundado das mesmas. Por um lado, apoia-se em trabalhos académicos, bem como em obras de base e, por outro lado, reflecte também a concepção pessoal e a experiência do autor. As matérias estão divididas por vários capítulos que tratam os diferentes temas da Geografia Física e da Geografia Humana de Portugal: o território e a sua posição, o relevo, o clima, a população, as actividade económicas (rurais, pesca e indústria), as aglomerações urbanas e a estruturação do território e as suas relações com o exterior. 108 Ministério do Equipamento do Planeamento e da Administração do Território. (1999) – Portugal – Plano Nacional de Desenvolvimento Económico e Social 2000-2006 – Diagnóstico prospectivo, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional, Lisboa. Nesta obra, que contém dados e quadros estatísticos relevantes para a docência da disciplina de Geografia, é avaliada a situação da sociedade e da economia portuguesas nos finais da década de noventa e elaborada uma visão prospectiva para o século XXI. Público & Universidade Autónoma de Lisboa (2000) – JANUS 2001, Anuário de relações exteriores, Lisboa. Esta obra é uma colectânea de artigos com pontos de vista de vários autores, organizados em três capítulos distintos. No primeiro capítulo cujo tema é “Portugal e o Mundo” é feita uma análise da conjuntura internacional. No segundo capítulo intitulado “A «arquitectura» política europeia” é realizado um levantamento de posições que ajudam a compreender a inserção portuguesa no espaço europeu e no contexto internacional. O terceiro capítulo, que abrange cerca de metade da obra, constitui um dossier sobre a actualidade das migrações internacionais e, ainda, sobre a emigração e a imigração em Portugal. Salgueiro T. B., (1992) – A Cidade em Portugal, uma Geografia urbana, Lisboa: Edições. Afrontamento. Nesta obra faz-se uma sistematização e organização dos conhecimentos de Geografia Urbana que possam ser utilizadas na definição de políticas urbanísticas. Numa primeira parte analisa as características morfológicas das cidades portuguesas tendo em conta a sua evolução histórica, e o papel dos diversos agentes e da legislação urbanística, na configuração do território. Em seguida, explica a organização funcional do espaço urbano. Por fim aborda, o tema das mutações que as cidades sofrem ao longo do tempo. Bibliografia de carácter pedagógico Bordenave, J.D. e Pereira, A.D. (1983) - Estratégias de ensino-aprendizagem, Petrópolis: Edições Vozes. Casanova, M. A (1995) – Manual de evaluación educativa, Madrid: Ediciones. La Muralla. 109 Coll, C. (1994) - La concepción construtivista y el planteamiento curricular de la reforma, in Escaño, J. Díaz, P. (1995) - La educación ambiental como projecto, Barcelona: Ediciones. Horsori. Gimeno, J. (1988) - El curriculum: una reflexión sobre la prática, Madrid:Edicones. Morata. Giordan, A. e Souchon, C. (1997) - Uma educação para o ambiente, Lisboa:IPAMB. Novak, J. B. (1988) – Aprendiendo a aprender, Barcelona: Ediciones. Martínez Roca. Novo, M. (1998) - La educacion ambiental, bases éticas, conceptuales y metodológicas. Madrid: Ediciones. UNESCO. Pacheco, J. (1996) - Currículo: teoria e práxis, Porto: Porto Editora. Zabalza, M. (1994) - Planificação e desenvolvimento curricular na escola, Lisboa: Edições Asa. Serna, M. G, Cómo se aprende y cómo se ensenã, Barcelona: Ediciones Horsori. Bibliografía de Didáctica da Geografia Alexandre, F.; Diogo, J. (1990) – Didáctica da Geografia, contributos para uma educação no ambiente. Lisboa: Texto Editora. Bailey, P. (1981) - Didáctica de la Geografía, Madrid: Ediciones. Cincel. Cachinho, H. e Reis, J. (1991) – Geografia Escolar – (Re)pensar e (re)agir, Revista Finisterra, Vol. XXVI, nº52, pp. 429/443. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos. Capel, H. e Urteaga, L. (1986) - La Geografía en un curriculum de ciencias sociales, Revista Geocrítica, nº61, pp. 5/37. Claval, P. (1989) - La place de la géographie dans l’ensegnement, Revista L’Espace Géographique, Vol. XVIII, nº2, p.123/24. Claval, P. (1993) – La Géographie au temps de la chute des murs, Paris: Editions L’Harmattan. 110 Comissão da Educação Geográfica (1992) – Carta Internacional da Educação Geográfica, Lisboa: Associação dos Professores de Geografia. Fabregat, C. (1995) – Geografía y educacion, sugerencias didácticas, Madrid: Ediciones. Huerga Fierro. González, X. M .S. (1988) – Propuesta de diseño curricular de Geografía 12-16 años, Valência: Cultura, Educació i Ciència. González, X.,M S. e Santos, R. (1996) – Ensenãr Geografía o educar geográficamente a las personas, Didáctica de las Ciencias Sociais, Geografia e História, nº 9, IBER, pp. 15/26. Graves, N. (1985) - La enseñanza de la Geografía, Madrid: Ediciones.Visor. Graves, N. (1989) - Nuevo método para la enseñanza de la Geografía Barcelona: Ediciones Teide. Jiménez, A M. e Gaite, M. J. M. (1995) – Enseñar Geografía, de la teoría a la práctica Madrid: Ediciones Síntesis. Lacoste, Y. (1986) - La enseñanza de la Geografía .Salamanca: ICE. Lacoste, Y. (1999) – Géographie, éducation civique, Paris: Éditions de la Cité. Merenne-Schoumaker, B. (1985) - Savoir penser l’espace. pour un renouveau conceptuel et méthodologique de l’enseignement de la Géographie dans le secondaire, Revista L’information Géographique, nº49, pp.151/60. Bibliografia geral de carácter científico Beaujeu-Garnier, J. (1980) – Geografia urbana, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. Comissão Europeia (1998) – Retrato das regiões: Portugal, Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias. Daveau, S. (1987-1991) – Geografia de Portugal, Lisboa: Sá da Costa Editora. 111 Ferrão, J. (1992) – Serviços e inovação, Oeiras: Celta Editora. Ferrão, J. (1996) – Educação, sociedade cognitiva e regiões inteligentes, Revista Inforgeo, nº 11, Associação Portuguesa de Geógrafos, pp. 97/104. Ferrão, J. (2000) – Perspectivas e conceitos, problemas e soluções: ilações a retirar da história da geografia, Revista Apogeo, n.º 19 e 20, Associação de Professores de Geografia, pp. 35/38. Ferrão, J., Marques, S. T. (2002). Sistema Urbano Nacional - Síntese. Edição: Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano. George, P. (1993) – O Homem na Terra – a Geografia em acção Lisboa: Edições 70. Henriques E. B. (1996) – Lisboa turística, entre o imaginário e a cidade: a construção de um lugar turístico urbano, Lisboa: Editora. Colibri. Lopes, A S. (1995) – Desenvolvimento Regional, Lisboa: Edições Calouste Gulbenkian. Mendes, C. (1990) – O planeamento urbano na Comunidade Europeia, Col. Universidade Moderna, nº 91. Lisboa: Publicações Dom Quixote. Ribeiro, O. (1970) – Ensaios de Geografia humana e regional, Lisboa: Sá da Costa Edições. Ribeiro, O. (1986) – Iniciação em Geografia humana, Lisboa: Sá da Costa Edições. Ribeiro, O. (1991) – Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico: esboço de relações geográficas, Lisboa: Sá da Costa Edições. Sá Marques, T. (2004). Portugal na Transição do Século: retratos e dinâmicas territoriais. Santa Maria da Feira. Edições Afrontamento. Soneiro, J. C. (1991) – Aproximacion a la Geografia del turismo, Madrid: Ediciones Sintesis. Tenedório, J. (Dir. e Cord.).(2003). Atlas da Área Metropolitana de Lisboa. Edição: A.M.L.. Tomas, F. (1994) – Du paysage aux paysages, Revista Geographie de Lyon, Vol. 69, nº 4, pp. 277/286. 112 ENDEREÇOS NA INTERNET www.aprofgeo.pt Outras entradas inseridas na revista Geoboletim, publicação da Associação Portuguesa de Professores de Geografia. O INE na INTERNET http://www.ine.pt * Bibliografia específica do programa de12.º ano: Notas Bibliográficas Comissão Europeia (1999). EDEC – Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário. Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias. Esta obra é fundamental para a leccionação do programa do 12º ano de Geografia B do Curso Tecnológico de Ordenamento do Território e Ambiente uma vez que é um contributo para a política de desenvolvimento territorial, uma nova dimensão da política europeia aprovada no Conselho informal de Ministros responsáveis pelo Ordenamento do Território, em Maio de 1999. É constituída por duas partes, a primeira um contributo para um desenvolvimento equilibrado e sustentável do território da UE; a segunda, relativa às tendências, perspectivas e desafios do desenvolvimento territorial na UE. MAOT (2001). Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade (versão para discussão pública). Lisboa: Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território. Esta publicação, embora seja uma versão para discussão pública, contém as opções estratégicas fundamentais relativas à Conservação da Natureza e à Biodiversidade. É constituída por cinco capítulos dos quais se destacam os dois primeiros relativos aos princípios, objectivos e opções estratégicas fundamentais que norteiam a referida Estratégia e o terceiro capítulo onde se apresenta as orientações no sentido da integração de políticas e se fixa as linhas orientadores para a elaboração de planos de acção. 113 MARN. (1995). Plano Nacional da Política de Ambiente. Lisboa: Ministério do Ambiente e Recursos Naturais. Esta obra, constituída por dois volumes é um documento que sistematiza as múltiplas iniciativas que à data estavam previstas ou em curso no sentido de concretizar o primeiro Plano Nacional de Política de Ambiente, é o instrumento de referência na condução de Portugal para um modelo de desenvolvimento sustentável. O segundo volume apresenta, entre outros anexos relevantes, a caracterização sumária do estado do ambiente. Ministério do Planeamento (1999). Portugal, Plano de Desenvolvimento Regional 2000-2006. Lisboa: Ministério do Planeamento. Esta obra, dividida em nove capítulos, constituiu a proposta portuguesa de enquadramento, orientação estratégica, sistematização operacional, programação financeira e estrutura organizativa que deu origem ao estabelecimento do III Quadro Comunitário de Apoio (20002006). Articula-se com o pressuposto no Plano Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (PNDES) que tem uma abrangência e um alcance mais amplos que o PDR e ainda, na perspectiva comunitária, com o processo de reforma dos Fundos Estruturais. Bibliografia Comissão Europeia (1999). EDEC – Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário. Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias. Comissão das Comunidades Europeias (1994). Europa 2000+. Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias. Comissão Europeia (2001). Sexto relatório periódico relativo à situação socioeconómica e ao desenvolvimento das regiões da UE. Luxemburgo: Serviços da Publicações Oficiais das Comunidades Europeias. Comissão Europeia (2001). Unidade Europa, Solidariedade dos Povos, Diversidade dos Territórios. Luxemburgo: Serviços da Publicações Oficiais das Comunidades Europeias. 114 Comissão Europeia (2002). Primeiro relatório preliminar sobre a Coesão. Luxemburgo: Direcção-Geral da Política Regional. Comissão Europeia e Ministério do Planeamento (2000).Quadro Comunitário de Apoio III, Portugal 2000-2006. Lisboa: Direcção-Geral do Desenvolvimento Regional. Fernandes, A. J. (1989). Portugal face à Política Regional da Comunidade Europeia. Lisboa: Publicações Dom Quixote. Henriques, A. G.(1999). Planeamento de recursos hídricos rumo a um desenvolvimento sustentável. Lisboa: Instituto da Água. Mateus, A. e outros (1995). Portugal XXI, Cenários de Desenvolvimento. Lisboa: Bertrand Editora. MAOT (2001). Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade (versão para discussão púbica). Lisboa: Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território. MEPAT/DGOTDU (1999). O Território para o Século XXI – Ordenamento, Competitividade e Coesão – Seminário Internacional. Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT): Resumos. Lisboa: Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano. MAOT/DGOTDU (2000). Relatório do Estado do Ordenamento do Território 1999. Lisboa: Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano. Partidário, M.R. (1999). Introdução ao Ordenamento do Território. Lisboa: Universidade Aberta. PNUD (2001). Relatório de Desenvolvimento Humano 2001. Lisboa: Trinova Editora. PNUD (2002). Relatório de Desenvolvimento Humano 2002. Lisboa: Mensagem – Serviço de Recursos Editoriais. 115