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O ABSENTEÍSMO DO PROFESSOR DA REDE PÚBLICA
MUNICIPAL DE ENSINO, DA ÁREA URBANA, DA CIDADE DE
ARIQUEMES EM FUNÇÃO DA GRIPE COMUM NO ANO DE 2011
Nilton Alves da SILVA1
Cyro PELOZATO2
Adriano COSTA3
RESUMO
O presente artigo visa apontar a problemática causada pelo absenteísmo do professor, bem
como os prejuízos ocasionados ao processo de ensino aprendizagem, ocorridos em função
da gripe comum, nas escolas públicas municipais do município de Ariquemes, RO, no ano
de 2011. Ressaltando as diferenças entre gripe e resfriado, destacando os principais
sintomas e agentes etiológicos de ambas, as medidas profiláticas e a vacina como método
de controle. Além de destacar os fatores de seleção, utilizados pelo governo federal, para o
grupo de risco que recebem a vacina gratuitamente pelo SUS, com intuito de enquadrar os
profissionais da educação neste grupo. Nos resultados obtidos em pesquisa empírica, a
gripe comum foi apontada como uma das principais causas de absenteísmo, (39%) em
função da alta infecciosidade dos vírus da gripe e, também, devido à exposição do professor
a esses agentes etiológicos em sala de aula. As conclusões da pesquisa mostram que uma
grande quantidade de faltas do professor ao trabalho, poderia ser evitada destacando a
importância e necessidade da inclusão dos professores no grupo de risco para receber
gratuitamente a vacina para a gripe.
PALAVRAS-CHAVE: Absenteísmo. Gripe. Professor. Vacina.
1
Licenciado em História e Biologia. Pós-graduado em Metodologia do Ensino das Ciências.
Mestrando em Biologia e Docente nas Faculdades Integradas de Ariquemes - FIAR e no Centro de
Estudos Supletivos de Ariquemes/RO.
2
Graduado em Ciências Biológicas pelas Faculdades Integradas de Ariquemes – FIAR.
3
Graduado em Ciências Biológicas pelas Faculdades Integradas de Ariquemes – FIAR.
Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão
ISSN 2317-1359 (on-line)
Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013
THE ABSENTEEISM OF THE TEACHER OF PUBLIC HALL OF
EDUCATION, THE URBAN AREA, CITY ARIQUEMES COMMON
INFLUENZA FOR EACH YEAR OF 2011
ABSTRACT
This article aims to point out the problems caused by teacher absenteeism, as well
as the damage caused to the teaching and learning process, occurring due to the
common cold, in the public schools of Ariquemes, RO, in 2011. Highlighting the
differences between cold and flu, highlighting key symptoms and etiological agents of
both vaccine and prophylactic measures as a method of control. Besides highlighting
the selection factors used by the federal government, to the risk group to receive the
vaccine for free by SUS, with the intention of framing education professionals in this
group. On the results of empirical research, the flu has been identified as a major
cause of absenteeism (39%) due to the high infectivity of influenza viruses, and also
due to exposure to these etiologic agents teacher in classroom. The research
findings show that a large number of teacher absences at work could be avoided
highlighting the importance and necessity of including teachers in the risk group to
receive the free flu vaccine.
KEYWORDS: Absenteeism. Influenza. Teacher. Vaccine.
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INTRODUÇÃO
A frequência assídua do professor é de fundamental importância no processo
de ensino aprendizagem, pois para suprir sua ausência, caso haja um professor
substituto, não terá o mesmo rendimento devido aos diferentes métodos didáticos
utilizados pelos professores, e caso seja necessário à reposição provavelmente a
aula, não terá a mesma qualidade fato dessa reposição acontecer, quase sempre,
em horário diferente do habitual gerando assim maiores dificuldades na assimilação
do conteúdo pelo aluno.
Para Chiavenato (2002), o professor exerce um papel muito importante na
sociedade e toda a problemática do absenteísmo tem que ser tratado de maneira
mais séria pelas autoridades competentes, dando-lhes mais apoio no processo do
ensino aprendizagem.
Neste artigo analisar-se-á as causas do absenteísmo dos professores, em
função, principalmente, das gripes comuns, pois o ambiente de trabalho propicia o
contágio do professor devido o contato direto com grandes números de pessoas
(alunos). A pesquisa será realizada de forma quali-quantitativa e de campo com
elaboração e aplicação de um questionário objetivo, para coleta de dados, bem
como levantamento bibliográfico em livros, artigos de periódicos, dissertações, teses
e demais documentos eletrônicos disponíveis na Internet.
Cabe salientar que os motivos que levam ao absenteísmo do professor não
se devem somente a doenças infecciosas como as gripes e resfriados, mas
englobam uma série de problemas, tanto de ordem psicológica quando somáticas,
Yiu (2002), diz que a disfonia é um dos graves problemas que geram o absenteísmo
do professor, gerando prejuízos a vida do profissional, das autarquias que os
empregam, bem como, dos discentes não atendidos.
A qualidade de vida de um profissional interfere diretamente e indiretamente
em seu desempenho, sendo estes influenciados pelo seu estado físico e mental, e
uma simples gripe é capaz de alterar a rotina de um individuo.
Para Mansur (2009), a vacina contra gripe tem mostrado eficiência em torno
de 70 a 90% dos casos no combate do vírus da gripe contraído pelos seres
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humanos diminuindo em aproximadamente 85% das mortes, que pode chegar até
500 mil por ano a nível mundial.
A gripe é muito mais que um resfriado. A vacinação é a melhor forma de
proteger-se, e deve ser repetida anualmente, a partir dos seis meses de idade,
respeitando a sazonalidade da doença.
Em função da natureza de seu material genético, os vírus da gripe
apresentam altas taxas de mutação, resultando em novas variantes do vírus para os
quais a população não apresenta imunidade, Porto (2007). Geralmente as epidemias
de gripe surgem de forma abrupta e são identificadas pelo aumento do número de
casos de doença respiratória febril aguda. A maior incidência de gripe ocorre em
crianças em idade escolar, que, posteriormente, disseminam a doença para os
adultos. Os principais sintomas são: coriza, tosse, dor de garganta, dor de cabeça,
dores musculares, mal estar, calafrios e febre, podem também ocorrer vômitos e
dores abdominais.
Este conjunto de manifestações diferencia a gripe do resfriado comum.
Podendo resultar em complicações, sendo as mais comuns; pneumonias, otites e
sinusites, ocorridas devido ao enfraquecimento do sistema imunológico em função
da gripe, Lança (2008). No entanto, atualmente, a rede pública de saúde
disponibiliza a vacina apenas aos idosos a partir dos 60 anos, crianças com idade de
seis meses a dois anos (incompletos), ou portadores de doenças crônicas
pulmonares ou cardiovasculares, trabalhadores envolvidos na prestação de serviço
na saúde dentro ou fora de uma unidade hospitalar, mulheres em qualquer período
gestacional, pessoas anêmicas, pessoas doentes que estejam em fase de
tratamento que reduz a imunidade (quimioterapia e portadoras do vírus HIV),
diabéticos, pessoas que não possuam alergia às substâncias que compõem a
vacina, e que conviva em grandes grupos como presos e albergados (OMS, 2005).
Porém, uma série de outros grupos de trabalhadores em diversos ramos de
atividades também apresenta riscos de contraírem, com mais frequência que a
população em geral, o vírus da gripe. Embora, atualmente, os educadores ainda não
sejam contemplados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), os mesmos poderiam
adquirir a vacina na rede privada (clínicas e hospitais particulares).
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No entanto, esta possui um alto custo (100,00 reais) o que, em muitos casos,
dificulta seu acesso. Sendo assim este artigo tem por objetivo, buscar evidências
que justifique a inclusão do professor nesses grupos considerados de risco.
1 O TRABALHO E O ABSENTEISMO
Entre os diversos motivos que causam o absenteísmo, podem ser destacadas
razões pessoais e ausência amparada por lei entre outros fatores que impeçam a
presença do funcionário no local de trabalho.
Para Arechavaleta (2008), a falta sem programação causa no dia a perda de
100% da produtividade, no entanto o absenteísmo de um trabalhador causa menos
prejuízo do que sua presença com produtividade abaixo de sua capacidade, ou seja,
quando os chamados presenteístas comparecem ao trabalho sem perfeita condição
para a realização das tarefas que lhe são atribuídas, podem elevar os prejuízos além
de seu baixo rendimento, podendo resultar, a longo prazo, em maiores gastos para a
recuperação de sua saúde, podendo chegar a indenização ou pensão por invalidez.
Evitar o absenteísmo ao extremo pode gerar desperdício de talento e
demissão
por
inaptidão
à
suas
obrigações,
quando
o
mesmo
estiver
temporariamente sem condições física ou mental para exercer com eficiência o
cumprimento do dever.
No entanto o absenteísmo causa prejuízos em todas as áreas, tanto públicas
quanto na iniciativa privada. Sendo que no Brasil, o afastamento de professores
apenas com problemas vocais gera um prejuízo de aproximadamente 100 milhões
de reais/ano, este valor estimado pode ser ainda maior, baseando-se na estimativa
de que 2% dos professores tenham problemas de disfonia, Renata e Ferreira (2011).
1.1 O ABSENTEÍSMO DO PROFESSOR
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Para Nóvoa (1999), o papel do professor, definido por políticos, especialistas
e intelectuais está incumbido de preparar cidadãos, crianças e adultos para o futuro
em termos de sociedade.
Segundo Chiavenato (2002), o absenteísmo diz respeito a sucessivas
ausências nos períodos em que os profissionais deveriam estar em seus postos de
trabalho, suas causas são de grande complexidade e, em específico, no caso do
Brasil faltam estudos para subsidiar conclusões relativas às causas do problema,
sua grandeza, qualidade, tipos e repercussão na produtividade desse profissional.
Já para Figueiredo et al. (2010) o absenteísmo, de um modo geral, traz
muitos prejuízos a todos os seguimentos tanto público como privado, que por uma
infinidade de motivos o docente tem a necessidade de se ausentar do trabalho, no
entanto tem toda uma rotina em seu local de trabalho que é diretamente alterada,
devido sua ausência.
Dispensar os alunos, adiantar aulas, deixá-los sozinhos, juntar turmas,
colocar apenas um professor para duas ou mais turmas, enfim qualquer que seja a
alternativa
provavelmente
isso
venha
comprometer
o
processo
ensino
aprendizagem. Além de trazer uma série de descontentamento dos pais, alunos e
também a gestão escolar.
Embora sabendo que exista inúmeras causas as quais justificariam a falta do
profissional, será analisada a ausência do professor devido à gripe (comum) que na
maioria das vezes mesmo doente, não se ausentam, apesar de ter seu desempenho
profissional comprometido.
2 BIOLOGIA DOS AGENTES ETIOLÓGICOS
A gripe comum é uma doença provocada pelo vírus Myxovirus Influenza
conhecido também como vírus influenza (Figura 1) que é uma partícula
encapsulada de ácido ribonucleico (RNA) de fita simples segmentada e se divide em
três tipos A, B e C, porém apenas os tipos A e B possuem importância para o ser
humano, Soares, on-line (2012).
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Figura 1 – Estrutura do Vírus da Gripe
Fonte - Porto (2007)
Para Jardim (2010), esta é uma das piores doenças respiratórias causadas
por vírus, cuja propagação se dá, em sua maioria, por transmissão direta (de pessoa
á pessoa), este vírus parasita seres humanos, bem como outros animais. Mesmo
apresentando sintomas semelhantes, devemos diferenciar a gripe do resfriado, pois
os agentes patogênicos são diferentes; gripe Myxovirus, com os seus respectivos
tipos A, B e C e o resfriado pode ser provocado pelos seguintes vírus: Rinovirus,
Adenovirus, Coronavirus, esses são apenas alguns representantes da extensa lista
com várias centenas de vírus que podem causar o resfriado.
Segundo Soares, on-line, (2012) no ser humano uma das principais
complicações ocasionadas em função da gripe, são as pneumonias, sendo
responsáveis por parte das internações hospitalares por problemas respiratórios,
mostrando que apesar de parecer uma doença inofensiva, a gripe causa a morte de
aproximadamente 500 mil pessoas/ano a nível mundial. E devido ao poder de
mutação que o vírus possui, é possível que uma mesma pessoa tenha diversos
contatos com esta doença durante toda a vida.
No, entanto, para Gasparine (2005), a gripe é uma doença altamente
contagiosa, tendo as vias aéreas como principal meio de disseminação,
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contaminando, geralmente, as pessoas em todos os períodos do ano com maior
incidência no final do outono, inverno e começo da primavera.
A principal forma de contágio da gripe ocorre por contato interpessoal através
de gotas suspensas no ar, quando alguma pessoa já infectada as lança no ar ao
espirar ou tossir, podendo também ser transmitida de maneira indireta através de
material contaminado, (maçanetas de portas, corrimão de escada ou qualquer outro
objeto com a presença do vírus).
O vírus da gripe possui um período de maturação com média de dois dias e
intervalo de quatro a sete dias, sendo que o período de contágio já se inicia de um a
dois dias, prolongando-se até cinco dias após o aparecimento dos primeiros
sintomas, Gasparine (2005).
Segundo Favarato (2009), os principais sintomas da gripe são: calafrios dor
de cabeça dores musculares, febre, irritação na garganta, mal-estar, nariz obstruído,
suor e tosse seca, já o resfriado apresenta coriza, diminuição de olfato, dor de
cabeça, dores no corpo, febre, rouquidão, voz "nasalada”.
Como a imunidade do indivíduo fica muito baixa, podem ocorrer complicações
infecciosas devidas o quadro clínico ocasionado pela gripe comum, a pneumonia,
por exemplo, é uma inflamação ou infecção pulmonar resultante da ação de microorganismos parasitas como fungos, bactérias e alguns vírus, que atinge pessoas de
todas as idades, basta apenas haver uma baixa na resistência do sistema
imunológico do indivíduo para o momento se tornar propício para a ação dos
parasitas que em alguns casos pode levar a morte, apesar de a pneumonia poder
ser resultante da ação de vários parasitas aproximadamente metade dos casos são
causados por bactérias, sendo a maioria por pneumococo.
E devido o mecanismo de defesa do organismo ficar enfraquecido no
combate ao vírus da gripe, a ação de parasitas oportunistas dificulta ainda mais a
recuperação do paciente, Lança (2001).
Segundo Dessen (2008), o vírus influenza A apresenta duas formas variáveis
de contaminação, as epidemias que ocorrem anualmente em determinadas regiões
com variação de intensidade, persistindo por algumas semanas e desaparecendo
rapidamente. Porém as pandemias são as formas mais virulentas, que se alastram
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gerando um surto mundial e consequentemente um alto índice de mortalidade, no
entanto as pandemias não são tão frequentes quanto às epidemias, ocorrem em
intervalos de alguns anos, quando, devido ao potencial mutagênico do vírus o
rearranjo genético resultar em uma cepa viral que até o momento não tenha tido
contato com a população.
Para Varella, on-line, (2009), estes subtipos podem surgir quando o vírus
influenza característico de uma espécie como as aves, que são um reservatório
natural do mesmo, ultrapassa a barreira entre as espécies e passa diretamente a
contaminar seres humanos, ou através do rearranjo ocorrido em um hospedeiro
natural como os suínos, que é suscetível ao vírus característicos de humanos tanto
quanto de aves, e ao ser contaminado por ambos ao mesmo tempo, as moléculas
dos vírus podem se rearranjar resultando em um híbrido virulento, mortal e com
capacidade de infectar seres humanos sem ser reconhecido pelo sistema
imunológico.
A pandemia da gripe espanhola que resultou na morte de 20 milhões de
pessoas em todo o mundo nos anos de (1917-1918) e as pandemias mais recentes
como a de 1957 e 1968, com diferentes subtipos que juntos mataram mais de dois
milhões de pessoas.
3 A PROFILAXIA
Para a Infosau (2003), a vacina é preparada com fragmentos de vírus mortos,
excluindo a possibilidade de provocar gripe, mas eventualmente, podem aparecer
febre baixa, mal-estar e dores no corpo após a aplicação da vacina, sintomas estes
que desaparecem entre 24 e 48 horas. Com ação imunitária durante 12 meses é,
comprovadamente, o meio mais eficaz de prevenção da infecção gripal e das suas
complicações, com a vantagem de não implicar riscos, pois é feita a partir de vírus
inativados. A cada ano mais de 150 milhões de pessoas são vacinadas em países
de todo o mundo, porém, esse número está ainda muito abaixo do desejado.
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Segundo orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2005) a vacina
contra gripe é composta por três tipos de vírus influenza (dois vírus influenza tipo A e
um tipo B) e esta composição é atualizada a cada ano com base nos dados de
vigilância epidemiológica da gripe (dados laboratoriais e clínicos) fornecidos por
uma rede mundial de Centros de Vigilância da Gripe, inclusive com informações
coletadas no Brasil, o que a torna adequada para o nosso país.
A vacina atua de modo a fornecer subsídio para o sistema imunológico
concentrar suas forças em um contra-ataque rápido. Como os vírus apresentam
mutações constantes nos seus antígenos (alvos imunológicos), hemaglutinina (HA) e
neuraminidase (NA), isso impede que os leucócitos B e T, treinados pela vacina
anterior, venham a se juntar a eles; por isso, uma nova vacina sempre deve ser
produzida a partir dos vírus das temporadas anteriores.
Existe a possibilidade de uma pessoa contrair a gripe, mesmo sendo esta
imunizada, devido o vírus pertencer a três famílias diferentes: A, B e C e, em cada
família existem muitas cepas virais (sub tipos de vírus). Para a vacina ser 100%
eficiente é necessário a coincidência entre os subtipos do vírus, entretanto, uma
pessoa vacinada, mesmo tendo gripe, apresentará sintomas, porém, mais fracos.
De modo geral no Brasil a época mais apropriada de vacinação contra a gripe
é o Outono, entre nos meses de Abril e Maio.
Como a vacina precisa de um determinado tempo para estimular o sistema
imunológico e conferir proteção ao vacinado. A quantidade máxima de anticorpos é
atingida após um a dois meses da vacinação, daí a razão da vacina ser aplicada no
Outono, estação do ano que precede o Inverno (OMS, 2005). A única contra
indicação da vacina é para os alérgicos ao ovo, já que processo de fabricação da
mesma, utiliza-se o mesmo e ao Timerosal, os portadores de doenças neurológicas
em atividade e os indivíduos que tiveram a Síndrome de GuillainBarré4.
4
É uma doença do sistema nervoso (neuropatia) adquirida, provavelmente de caráter autoimune,
marcada pela perda da bainha de mielina e dos reflexos tendinosos.
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4 METODOLOGIA
Esse artigo tem como objetivo apontar através de pesquisa quali-quantitativa
dados referentes ao absenteísmo do professor da Rede de Ensino Público Municipal
Urbano de Ariquemes em função da gripe comum, cuja metodologia utilizada
realizou-se com pesquisa de campo. As visitas às escolas iniciaram-se no mês
06/12, com término em 08/12. As escolas visitadas compõem a rede municipal de
educação fundamental (primeiro e segundo seguimento), sendo que houve a
exclusão das escolas de ensino infantil e creches, viabilizando a pesquisa em função
do tempo e recursos disponíveis.
No total, as visitas ocorreram em onze escolas da área urbana do município
de Ariquemes que conta atualmente com 1.365 servidores sendo que destes 818
são professores. As escolas visitadas foram: Escola Municipal de Ensino
Fundamental Eva dos Santos de Oliveira; Jorge Teixeira; Pedro Louback; Prof. Levi
Alves de Freitas; Roberto Turbay; Dr. Dirceu de Almeida; Aldemir Lima Cantanhede;
Magdalena Tagliaferro; Mário Quintana; Ireno Antônio Berticelli e Venâncio Kottwitz.
Foi aplicado um questionário sócio-epidemiológico com questões objetivas,
direcionadas exclusivamente aos professores, sendo que os mesmos foram
abordados diretamente em seu local de trabalho, em horário específico (intervalos)
na sala dos professores, com autorização da direção e apoio da coordenação
pedagógica das instituições de ensino, para coleta de dados na qual houve a
colaboração voluntária de 181 (cento e oitenta e um) professores de onde foram
coletados os dados estatísticos da pesquisa.
Para a revisão bibliográfica sobre o assunto consultou-se livros, artigos de
periódicos, dissertações, teses e demais documentos eletrônicos disponíveis na
Internet. Com o objetivo de levantar de forma mais precisa, a ausência do professor
em seu local de trabalho por causa da gripe comum.
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O questionário aplicado aos 181 professores que colaboraram com a
pesquisa, representando 22.1% dos professores, e 13.2% dos servidores municipal
que atuam na área da educação no município de Ariquemes RO, fora elaborado
para a obtenção de dados relacionados à atuação profissional, bem como
informações pessoais do entrevistado, porém sem identificação para não haver a
exposição do mesmo, e sim verificar se há relação do absenteísmo com: idade,
sexo, tempo de carreira ou disciplina ministrada.
Entre os diversos fatores que podem provocar a falta do professor (Tabela 1),
dos 181 professores entrevistados 137 afirmaram ter faltado por algum motivo e
entre eles a gripe se destaca sendo responsável por quase 40% dos casos.
Tabela 1- Principais causas de absenteísmo dos professores
AFASTAMENTO
Motivos de Falta
Professores
Percentual
Dengue
09
7%
Malária
05
4%
Stress
10
7%
Resfriado
08
6%
Gripe
54
39 %
Outros
51
37 %
Total
137
100 %
Fonte: Arquivo dos autores
Com o destaque da gripe entre os motivos que resultaram no absenteísmo de
professores apontados na tabela 1, demonstra a necessidade da utilização da
vacina, de forma preventiva como método de controle.
Entre os casos de absenteísmo em função da gripe, não houve relação com:
idade, sexo, tempo de carreira, disciplina ou carga horária com o índice de falta.
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Sendo a jornada de trabalho dos 181 professores, divida entre 20 e 40 horas
semanais, cuja maioria 78%, correspondendo a 141 professores cumpre uma carga
horária de 40 horas, e 22% totalizando 40 professores com 20 horas semanais. A
idade dos professores (Tabela 2), entrevistados, varia entre a mínima de 20 e
máxima de 62 anos.
Tabela 2 - Faixa etária dos professores
IDADE
Faixa etária
Nº de professores
Percentual
20 a 25
08
04%
26 a 30
28
16%
31 a 35
40
22%
36 a 40
42
23%
41 a 45
30
17%
46 a 50
17
9.4%
51 a 55
07
04%
56 a 60
04
02%
61 a 65
01
0.6%
Não respondeu
04
02%
181
100%
Total
Fonte: Arquivo dos autores
A faixa etária predominante esta entre 30 e 45 anos, a mesma na qual
ocorreu a maioria dos casos de absenteísmo, em função do número de professores.
Embora a estatística obtida da pesquisa tenha atingido 85% de professoras,
estando abaixo da media nacional, que revela índices de 94%, (sendo as diferenças
estatísticas devidas à exclusão das escolas de ensino infantil e creches). Essa
diferença está relacionada à afinidade com crianças, pois apesar de não ser uma
área restrita, o quadro de professores das séries iniciais é composta basicamente
por mulheres (Gráfico 1).
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Gráfico 1- Participação das mulheres na área da educação
Educadores
15%
Homens
Mulheres
85%
Fonte: Arquivo dos autores
Apesar de haver a participação de professores do sexo masculino em todas
as disciplinas que compõem as grades curriculares do ensino fundamental e médio,
a ocupação das vagas de professores e demais cargos existentes nas instituições
de ensino, destaca-se a participação das mulheres em ambos os seguimentos
devido à afinidade com a educação Góis (2002), fato que pode ser estimado pelo
tempo de carreira (tabela 3). Observando-se também o índice de professores em
início de carreira em função da crescente demanda na área da educação.
Tabela 3 - Tempo de atuação profissional dos entrevistados, na área da educação
EXPERIÊNCIA
PROFISSIONAL
Tempo de Serviço
Professores
Percentual
De 01 a 05 anos
46
25 %
De 05 a 10 anos
25
14%
Acima de 10 anos
110
61%
Fonte: Arquivo dos autores
Apesar das estatísticas apontarem um percentual de falta maior entre os
homens 46%, e 28% entre as mulheres entrevistados, não indica que o homem seja
mais susceptível a gripe, o índice menor entre mulheres está relacionado à
insistência em lecionar mesmo estando gripadas.
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Fora perceptível na pesquisa que entre os fatores determinantes para o
contágio da gripe é o contato com o vírus e a falta de imunização, sendo afirmado
pela minoria que disseram não ter faltado nem lecionado gripados, foi devido aos
mesmos terem adquirido a vacina para sua imunização, nas redes privadas de
saúde.
A contaminação pelo vírus da ocorreu em 94% dos entrevistados, com isso
pode-se observar o alto índice de contágio do vírus da gripe, sendo de fundamental
importância a utilização da vacina como método de controle. Devido a insistência
dos professores em lecionar gripado mesmo tendo seu desempenho comprometido
(gráfico 2), a imunização traria benefícios, tendo em vista que caso um indivíduo
imunizado venha a contrair a gripe, os efeitos serão menores tanto nos sintomas
apresentados quanto na prevalência dos mesmos além de diminuir os riscos de
complicações em função da gripe, devido a imunização proporcionar ao sistema
imunológico uma reação rápida e eficiente. Diminuindo o baixo rendimento, e em
função do bem estar este pode aproveitar melhor seu potencial no exercício de suas
atividades.
Gráfico 2 – Professores que afirmaram que trabalhar gripado compromete o
desempenho
Comprometimento das Atividades
Não
11%
Nulos
3%
Sim
86%
Fonte: Arquivo dos autores
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Em função do compromisso e a dedicação em cumprir suas atividades
mesmo em condições desfavoráveis referindo-se a saúde, (integridade física e
mental), estes dados (gráfico 3) demonstram uma inviabilidade em tal esforço, no diz
respeito ao processo de ensino aprendizagem, relacionado à qualidade do ensino.
O comprometimento das atividades ocorre em função do quadro clínico
gerado pela gripe, que apesar de apresentar sintomas variáveis dificulta a atuação
do professor afetando diretamente a sua comunicação, por irritação na garganta,
tosse seca, coriza e etc., ou pelos demais sintomas (tabela 4), que afetam o seu
bem estar.
Sendo que qualquer desconforto causado por enfermidades causam
limitações às pessoas tanto na agilidade quanto capacidade de raciocínio, além do
desânimo para a realização de qualquer atividade, causado pelo próprio organismo
que força um repouso durante a sua recuperação.
Levando em consideração os meios de propagação do vírus da gripe torna
ainda mais inviável a presença do professor gripado em sala, visto que o mesmo
ambiente que propicia o contágio do professor faz com que este também seja
disseminador do vírus.
Tabela 4 - Principais sintomas ocorridos em função da gripe, e o percentual de
incidência na qual ocorrem
CONSEQUÊNCIAS DA GRIPE
Sintomas
Febre
Calafrios
Suor excessivo
Tosse seca
Dores musculares
Fadiga
Mal-estar
Dor de cabeça
Nariz obstruído
Irritação na garganta
Coriza
Total
Fonte: Arquivo dos autores
N° de Professores
70
39
15
51
72
23
52
70
55
68
61
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Percentual
12%
7%
3%
9%
12%
4%
9%
12%
9%
12%
11%
100%
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Quanto mais se aprofundar em estudos direcionados a gripe, mais evidências
que justificam a utilização da vacina serão encontradas. Os surtos de gripes
apontados na pesquisa, (gráfico 3), identifica os períodos de maior incidência,
ocorrendo entre o segundo e terceiro bimestre, coincidindo com os dados oficiais
utilizados pelo (SUS), para determinar o período mais apropriado para a realização
da campanha de vacinação contra gripe.
Apesar da circulação do vírus da gripe entre a população ocorrer durante
todo o ano, para melhores resultados a vacina é disponibilizada entre os meses de
abril e maio antecedendo aos surtos devido o tempo que o organismo necessita para
que a produção de anticorpos atinja o nível ideal.
Gráfico 3- Bimestres que ocorreram casos de gripe ao longo do ano de 2011
Ano Letivo
15%
1º Bimestre
21%
2º Bimestre
3º Bimestre
34%
30%
4º Bimestre
Fonte: Arquivo dos autores
Pelos resultados apresentados, o índice de faltas compreende os períodos de
mudanças climáticas, onde a baixa umidade do ar e aumento da poeira provoca
ressecamento das vias respiratórias resultando em inúmeras complicações, que
podem dificultar a reação do sistema imunológico caso o indivíduo venha adquirir o
vírus da gripe, que resultou na falta de 54 dos 181 professores entrevistados (gráfico
4), que não tiveram condições de comparecer ao ambiente de trabalho,
exclusivamente em função dos sintomas gerados pela gripe ou por coincidir a gripe
juntamente com outra enfermidade, agravando o quadro clínico e dificultando
processo de recuperação.
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Gráfico 4 - Absenteísmo dos professores em função da gripe
Absenteísmo
30%
Sim
Não
70%
Fonte: Arquivo dos autores
Os resultados obtidos na pesquisa não atingiram índices maiores em função
do esforço dos profissionais, que, em sua maioria afirmaram lecionar mesmo
apresentando os sintomas da gripe, no entanto, há um consenso entre a maioria dos
professores em relação ao baixo rendimento apesar do esforço em lecionar gripado,
queixando-se também de maiores desgaste físico devido aos sintomas gerados pela
gripe.
Outros fatores determinantes que levam alguns professores a comparecerem
no ambiente de trabalho mesmo em condições desfavoráveis para o exercício do
dever, é a falta de professor substituto (gráfico 5), e a dificuldade em repor a aula
perdida. Outro ponto citado foi a dificuldade de atendimento na rede pública de
saúde para realização de consulta médica no intuito de confirmar, através dos sinais
clínicos, a virose , e adquirir o atestado médico para justificar sua ausência.
Nota-se que a maioria dos professores não dá a devida importância à gripe,
por tela como um inconveniente que ocorre todos os anos, e estes só se ausentam
do trabalho em último caso, o mesmo ocorre na procura por atendimento médico
que só é realizado como ultima opção, havendo na maioria das vezes alto
medicação para aliviar os sintomas enquanto estes persistirem; fato relatado
verbalmente aos autores, por alguns professores durante a pesquisa.
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Gráfico 5 - Procedimentos nas escolas para que ocorra o cumprimento da grade
curricular nos casos de absenteísmo do professor
Ausência do Professor
48%
52%
Substituto
Reposição
Fonte: Arquivo dos autores
Os resultados obtidos na pesquisa revelam que há maior substituição de
professores nas classes de séries iniciais, nas quais todas as disciplinas são
lecionadas por um único professor, e em caso de haver ausência do mesmo
acarretaria na dispensa da turma caso não haja professor substituto. Porém, o
mesmo não ocorre no ensino fundamental, onde há poucos profissionais nas áreas
de ciências exatas e a falta do professor resulta em apenas uma aula vaga
momentânea para a turma. Sendo que a falta de professores substitutos é resultante
da carência de profissionais com as devidas qualificações para ocupação dos
cargos, Mozart (2006).
Por estes e outros motivos o absenteísmo trás inúmeras consequências
negativas ao processo ensino aprendizagem, e apesar de considerável o índice de
falta em função da gripe, apontado no (gráfico 6).
A gripe se destaca também quando relacionada a todos os demais motivos
que podem provocar a ausência do professor. Como dito anteriormente, a pesquisa
demonstrou inúmeras evidências que justifica a utilização da vacina anti-gripal,
podendo até mesmo esta, diminuir significativamente o percentual geral de
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absenteísmo nas escolas, que segundo dados da pesquisa, 75% (137), professores
se ausentaram em 2011 por algum motivo, tendo a gripe um destaque entre todos
(dengue, malária, stress, resfriado e etc.), que pode gerar o absenteísmo.
Gráfico 6 – Dimensão do absenteísmo ocasionado pela gripe entre os diversos
motivos que podem resultar na falta do professor
Faltas na Escola
Gripe
39%
Outros
61%
Fonte: Arquivo dos autores
Apesar dos esforços dos professores que insistem em lecionar mesmo
gripado, o índice de absenteísmo em função da gripe atinge um percentual
significativo em relação a todos os motivos que levam a ausência do professor.
A gripe proporciona este índice devido aos sintomas apresentados, variação
e intensidade dos mesmos em função da reação e eficiência do sistema
imunológico, que pode variar de um indivíduo para outro, interferindo na persistência
dos sintomas e recuperação do mesmo, cuja variação dos sintomas oscilou entre
dois dias a duas semanas (tabela 5).
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Tabela 5 - Média geral de dias de persistência dos sintomas decorrentes da gripe
comum
REAÇÃO
NO
ORGANISMO
Persistência dos N° de professores Persistência dos N° de professores
sintomas
sintomas
01 dia
--09 dias
02
02 dias
06
10 dias
13
03 dias
19
11 dias
---
04 dias
20
12 dias
02
05 dias
32
13 dias
01
06 dias
05
14 dias
04
07 dias
34
15 dias
19
08 dias
14
MÉDIA
7.1 DIAS
Fonte: Arquivo dos autores
Assim como há uma variação dos sintomas (quantidade, intensidade e
persistência) de um indivíduo a outro, sendo estas relacionadas ao sistema
imunológico. Este também influencia no número de faltas (tabela 6), por ser através
da reação do sistema de defesa do organismo o fator determinante para
recuperação do mesmo.
Tabela 6 - Professores que se ausentaram devido aos sintomas apresentados em
função da gripe, e dias letivos ocorridos com a ausência dos mesmos
ABSENTEÍSMO
Período de ausência
N° de professores
N° de Faltas
De 01 a 03 dias
50
150 dias
De 03 a 07 dias
04
28 dias
TOTAL
54
178 dias
Fonte: Arquivo dos autores
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O número de faltas não atingiram maiores proporções, por méritos exclusivos
dos próprios professores, que entre os esforços para cumprir com suas obrigações
exercem sua função até mesmo em condições desfavoráveis e há professores que
por incentivo próprio fazem uso da vacina anti-gripal, adquirindo-a em empresas
privadas, para evitar o desconforto gerado pela gripe, para que esta não interfira em
sua rotina cotidiana, tanto pessoal quanto profissional. No entanto estes se queixam
do valor na qual a vacina e comercializada.
Outro tópico observado na pesquisa foi à reação alérgica provocada pelo uso
do giz que atualmente vem sendo substituído nas escolas (gráfico 7).
Gráfico 7 - Índice de reação alérgica devido ao uso de giz
Reação Alérgica
38%
Sim
Não
62%
Fonte: Arquivo dos autores
Este gráfico demonstra a necessidade que havia em substituir o quadro
negro, em função do número de beneficiados com a implantação do quadro branco e
pincel. Apesar de que ainda há escolas que utilizam os antigos quadros negros e giz
(fato comprovado durante a pesquisa), que contribui agravando todos os pontos
negativos relacionados ao bem estar dos professores mencionados ate o momento.
Tendo em vista as inúmeras iniciativas dos órgãos públicos para melhorar a
educação, quando cogitada como benefício aos professores a possibilidade de se
obter a vacina antigripal através do (SUS) pode ser notado durante a pesquisa um
anseio da maioria dos professores, em ter este benefício (gráfico 8).
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Gráfico 8 – Professores que consideram importante terem a vacina antigripal
disponível através do SUS
Aceitação da Vacina
Não
1%
Sim
99%
Fonte: Arquivo dos autores
Assim como a substituição do quadro negro, pode ser caracterizado como
benefício adquirido pelos professores. A disponibilização da vacina através do SUS
é uma necessidade a ser conquistada, pelo seu benefício e aceitação entre os
professores, que demonstraram entusiasmo perante a iniciativa proposta neste
artigo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O intuito deste artigo é reunir argumentos que justifique a inclusão dos
professores no grupo considerado de “risco”, no calendário oficial de campanha de
vacinação contra a gripe comum. Tendo em vista os resultados das constantes
ações governamentais, no controle das demais epidemias como a (Dengue e
Malária), na redução considerável dos casos de Dengue pelo combate do vetor e o
baixo índice de mortalidade pela Malária em função da distribuição gratuita do
medicamento.
Resultados positivos também são observados no controle da gripe através da
vacina, caso esta fosse disponibilizada aos professores que devido ao ambiente de
trabalho estão sujeitos à contaminação e também disseminação do vírus, além de
contribuir no processo de ensino aprendizagem, diminuindo significativamente o
absenteísmo, bem como baixo rendimento do profissional em função dos sintomas
ocasionados pela gripe.
Apesar de haver uma carência de estudos e pesquisas, relacionados ao
absenteísmo do professor e as consequências geradas a educação como um todo,
resultados obtidos de outras áreas de atuação evidências de maneira clara os
benefícios adquiridos com a prevenção através de vacinas que amenizam de modo
significativo os sintomas e complicações gerados pela gripe.
De um modo geral a gripe traz uma série de problemas tanto psicofísicos
como
também
socioeconômicos,
onde
iniciativas
públicas
e
privadas
procuramdriblar, o problema ao invés de buscar meio dediminuir tantas faltas de
servidores em função da gripe. Embora a doença traga desconforto e prejuízos tanto
para a empresa quanto para o funcionário, que quando está gripado fica bastante
indisposto que em muitos casos precisa faltar ao trabalho. Por outro lado a empresa
também se vê prejudicada, sendo que às vezes trata de maneira insignificante o fato
de o servidor faltar em função de uma simples “gripe”.
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