O ABSENTEÍSMO DO PROFESSOR DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE ENSINO, DA ÁREA URBANA, DA CIDADE DE ARIQUEMES EM FUNÇÃO DA GRIPE COMUM NO ANO DE 2011 Nilton Alves da SILVA1 Cyro PELOZATO2 Adriano COSTA3 RESUMO O presente artigo visa apontar a problemática causada pelo absenteísmo do professor, bem como os prejuízos ocasionados ao processo de ensino aprendizagem, ocorridos em função da gripe comum, nas escolas públicas municipais do município de Ariquemes, RO, no ano de 2011. Ressaltando as diferenças entre gripe e resfriado, destacando os principais sintomas e agentes etiológicos de ambas, as medidas profiláticas e a vacina como método de controle. Além de destacar os fatores de seleção, utilizados pelo governo federal, para o grupo de risco que recebem a vacina gratuitamente pelo SUS, com intuito de enquadrar os profissionais da educação neste grupo. Nos resultados obtidos em pesquisa empírica, a gripe comum foi apontada como uma das principais causas de absenteísmo, (39%) em função da alta infecciosidade dos vírus da gripe e, também, devido à exposição do professor a esses agentes etiológicos em sala de aula. As conclusões da pesquisa mostram que uma grande quantidade de faltas do professor ao trabalho, poderia ser evitada destacando a importância e necessidade da inclusão dos professores no grupo de risco para receber gratuitamente a vacina para a gripe. PALAVRAS-CHAVE: Absenteísmo. Gripe. Professor. Vacina. 1 Licenciado em História e Biologia. Pós-graduado em Metodologia do Ensino das Ciências. Mestrando em Biologia e Docente nas Faculdades Integradas de Ariquemes - FIAR e no Centro de Estudos Supletivos de Ariquemes/RO. 2 Graduado em Ciências Biológicas pelas Faculdades Integradas de Ariquemes – FIAR. 3 Graduado em Ciências Biológicas pelas Faculdades Integradas de Ariquemes – FIAR. Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 THE ABSENTEEISM OF THE TEACHER OF PUBLIC HALL OF EDUCATION, THE URBAN AREA, CITY ARIQUEMES COMMON INFLUENZA FOR EACH YEAR OF 2011 ABSTRACT This article aims to point out the problems caused by teacher absenteeism, as well as the damage caused to the teaching and learning process, occurring due to the common cold, in the public schools of Ariquemes, RO, in 2011. Highlighting the differences between cold and flu, highlighting key symptoms and etiological agents of both vaccine and prophylactic measures as a method of control. Besides highlighting the selection factors used by the federal government, to the risk group to receive the vaccine for free by SUS, with the intention of framing education professionals in this group. On the results of empirical research, the flu has been identified as a major cause of absenteeism (39%) due to the high infectivity of influenza viruses, and also due to exposure to these etiologic agents teacher in classroom. The research findings show that a large number of teacher absences at work could be avoided highlighting the importance and necessity of including teachers in the risk group to receive the free flu vaccine. KEYWORDS: Absenteeism. Influenza. Teacher. Vaccine. Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 85 Cyro PELOZATO Adriano COSTA INTRODUÇÃO A frequência assídua do professor é de fundamental importância no processo de ensino aprendizagem, pois para suprir sua ausência, caso haja um professor substituto, não terá o mesmo rendimento devido aos diferentes métodos didáticos utilizados pelos professores, e caso seja necessário à reposição provavelmente a aula, não terá a mesma qualidade fato dessa reposição acontecer, quase sempre, em horário diferente do habitual gerando assim maiores dificuldades na assimilação do conteúdo pelo aluno. Para Chiavenato (2002), o professor exerce um papel muito importante na sociedade e toda a problemática do absenteísmo tem que ser tratado de maneira mais séria pelas autoridades competentes, dando-lhes mais apoio no processo do ensino aprendizagem. Neste artigo analisar-se-á as causas do absenteísmo dos professores, em função, principalmente, das gripes comuns, pois o ambiente de trabalho propicia o contágio do professor devido o contato direto com grandes números de pessoas (alunos). A pesquisa será realizada de forma quali-quantitativa e de campo com elaboração e aplicação de um questionário objetivo, para coleta de dados, bem como levantamento bibliográfico em livros, artigos de periódicos, dissertações, teses e demais documentos eletrônicos disponíveis na Internet. Cabe salientar que os motivos que levam ao absenteísmo do professor não se devem somente a doenças infecciosas como as gripes e resfriados, mas englobam uma série de problemas, tanto de ordem psicológica quando somáticas, Yiu (2002), diz que a disfonia é um dos graves problemas que geram o absenteísmo do professor, gerando prejuízos a vida do profissional, das autarquias que os empregam, bem como, dos discentes não atendidos. A qualidade de vida de um profissional interfere diretamente e indiretamente em seu desempenho, sendo estes influenciados pelo seu estado físico e mental, e uma simples gripe é capaz de alterar a rotina de um individuo. Para Mansur (2009), a vacina contra gripe tem mostrado eficiência em torno de 70 a 90% dos casos no combate do vírus da gripe contraído pelos seres Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 86 Cyro PELOZATO Adriano COSTA humanos diminuindo em aproximadamente 85% das mortes, que pode chegar até 500 mil por ano a nível mundial. A gripe é muito mais que um resfriado. A vacinação é a melhor forma de proteger-se, e deve ser repetida anualmente, a partir dos seis meses de idade, respeitando a sazonalidade da doença. Em função da natureza de seu material genético, os vírus da gripe apresentam altas taxas de mutação, resultando em novas variantes do vírus para os quais a população não apresenta imunidade, Porto (2007). Geralmente as epidemias de gripe surgem de forma abrupta e são identificadas pelo aumento do número de casos de doença respiratória febril aguda. A maior incidência de gripe ocorre em crianças em idade escolar, que, posteriormente, disseminam a doença para os adultos. Os principais sintomas são: coriza, tosse, dor de garganta, dor de cabeça, dores musculares, mal estar, calafrios e febre, podem também ocorrer vômitos e dores abdominais. Este conjunto de manifestações diferencia a gripe do resfriado comum. Podendo resultar em complicações, sendo as mais comuns; pneumonias, otites e sinusites, ocorridas devido ao enfraquecimento do sistema imunológico em função da gripe, Lança (2008). No entanto, atualmente, a rede pública de saúde disponibiliza a vacina apenas aos idosos a partir dos 60 anos, crianças com idade de seis meses a dois anos (incompletos), ou portadores de doenças crônicas pulmonares ou cardiovasculares, trabalhadores envolvidos na prestação de serviço na saúde dentro ou fora de uma unidade hospitalar, mulheres em qualquer período gestacional, pessoas anêmicas, pessoas doentes que estejam em fase de tratamento que reduz a imunidade (quimioterapia e portadoras do vírus HIV), diabéticos, pessoas que não possuam alergia às substâncias que compõem a vacina, e que conviva em grandes grupos como presos e albergados (OMS, 2005). Porém, uma série de outros grupos de trabalhadores em diversos ramos de atividades também apresenta riscos de contraírem, com mais frequência que a população em geral, o vírus da gripe. Embora, atualmente, os educadores ainda não sejam contemplados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), os mesmos poderiam adquirir a vacina na rede privada (clínicas e hospitais particulares). Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 87 Cyro PELOZATO Adriano COSTA No entanto, esta possui um alto custo (100,00 reais) o que, em muitos casos, dificulta seu acesso. Sendo assim este artigo tem por objetivo, buscar evidências que justifique a inclusão do professor nesses grupos considerados de risco. 1 O TRABALHO E O ABSENTEISMO Entre os diversos motivos que causam o absenteísmo, podem ser destacadas razões pessoais e ausência amparada por lei entre outros fatores que impeçam a presença do funcionário no local de trabalho. Para Arechavaleta (2008), a falta sem programação causa no dia a perda de 100% da produtividade, no entanto o absenteísmo de um trabalhador causa menos prejuízo do que sua presença com produtividade abaixo de sua capacidade, ou seja, quando os chamados presenteístas comparecem ao trabalho sem perfeita condição para a realização das tarefas que lhe são atribuídas, podem elevar os prejuízos além de seu baixo rendimento, podendo resultar, a longo prazo, em maiores gastos para a recuperação de sua saúde, podendo chegar a indenização ou pensão por invalidez. Evitar o absenteísmo ao extremo pode gerar desperdício de talento e demissão por inaptidão à suas obrigações, quando o mesmo estiver temporariamente sem condições física ou mental para exercer com eficiência o cumprimento do dever. No entanto o absenteísmo causa prejuízos em todas as áreas, tanto públicas quanto na iniciativa privada. Sendo que no Brasil, o afastamento de professores apenas com problemas vocais gera um prejuízo de aproximadamente 100 milhões de reais/ano, este valor estimado pode ser ainda maior, baseando-se na estimativa de que 2% dos professores tenham problemas de disfonia, Renata e Ferreira (2011). 1.1 O ABSENTEÍSMO DO PROFESSOR Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 88 Cyro PELOZATO Adriano COSTA Para Nóvoa (1999), o papel do professor, definido por políticos, especialistas e intelectuais está incumbido de preparar cidadãos, crianças e adultos para o futuro em termos de sociedade. Segundo Chiavenato (2002), o absenteísmo diz respeito a sucessivas ausências nos períodos em que os profissionais deveriam estar em seus postos de trabalho, suas causas são de grande complexidade e, em específico, no caso do Brasil faltam estudos para subsidiar conclusões relativas às causas do problema, sua grandeza, qualidade, tipos e repercussão na produtividade desse profissional. Já para Figueiredo et al. (2010) o absenteísmo, de um modo geral, traz muitos prejuízos a todos os seguimentos tanto público como privado, que por uma infinidade de motivos o docente tem a necessidade de se ausentar do trabalho, no entanto tem toda uma rotina em seu local de trabalho que é diretamente alterada, devido sua ausência. Dispensar os alunos, adiantar aulas, deixá-los sozinhos, juntar turmas, colocar apenas um professor para duas ou mais turmas, enfim qualquer que seja a alternativa provavelmente isso venha comprometer o processo ensino aprendizagem. Além de trazer uma série de descontentamento dos pais, alunos e também a gestão escolar. Embora sabendo que exista inúmeras causas as quais justificariam a falta do profissional, será analisada a ausência do professor devido à gripe (comum) que na maioria das vezes mesmo doente, não se ausentam, apesar de ter seu desempenho profissional comprometido. 2 BIOLOGIA DOS AGENTES ETIOLÓGICOS A gripe comum é uma doença provocada pelo vírus Myxovirus Influenza conhecido também como vírus influenza (Figura 1) que é uma partícula encapsulada de ácido ribonucleico (RNA) de fita simples segmentada e se divide em três tipos A, B e C, porém apenas os tipos A e B possuem importância para o ser humano, Soares, on-line (2012). Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 89 Cyro PELOZATO Adriano COSTA Figura 1 – Estrutura do Vírus da Gripe Fonte - Porto (2007) Para Jardim (2010), esta é uma das piores doenças respiratórias causadas por vírus, cuja propagação se dá, em sua maioria, por transmissão direta (de pessoa á pessoa), este vírus parasita seres humanos, bem como outros animais. Mesmo apresentando sintomas semelhantes, devemos diferenciar a gripe do resfriado, pois os agentes patogênicos são diferentes; gripe Myxovirus, com os seus respectivos tipos A, B e C e o resfriado pode ser provocado pelos seguintes vírus: Rinovirus, Adenovirus, Coronavirus, esses são apenas alguns representantes da extensa lista com várias centenas de vírus que podem causar o resfriado. Segundo Soares, on-line, (2012) no ser humano uma das principais complicações ocasionadas em função da gripe, são as pneumonias, sendo responsáveis por parte das internações hospitalares por problemas respiratórios, mostrando que apesar de parecer uma doença inofensiva, a gripe causa a morte de aproximadamente 500 mil pessoas/ano a nível mundial. E devido ao poder de mutação que o vírus possui, é possível que uma mesma pessoa tenha diversos contatos com esta doença durante toda a vida. No, entanto, para Gasparine (2005), a gripe é uma doença altamente contagiosa, tendo as vias aéreas como principal meio de disseminação, Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 90 Cyro PELOZATO Adriano COSTA contaminando, geralmente, as pessoas em todos os períodos do ano com maior incidência no final do outono, inverno e começo da primavera. A principal forma de contágio da gripe ocorre por contato interpessoal através de gotas suspensas no ar, quando alguma pessoa já infectada as lança no ar ao espirar ou tossir, podendo também ser transmitida de maneira indireta através de material contaminado, (maçanetas de portas, corrimão de escada ou qualquer outro objeto com a presença do vírus). O vírus da gripe possui um período de maturação com média de dois dias e intervalo de quatro a sete dias, sendo que o período de contágio já se inicia de um a dois dias, prolongando-se até cinco dias após o aparecimento dos primeiros sintomas, Gasparine (2005). Segundo Favarato (2009), os principais sintomas da gripe são: calafrios dor de cabeça dores musculares, febre, irritação na garganta, mal-estar, nariz obstruído, suor e tosse seca, já o resfriado apresenta coriza, diminuição de olfato, dor de cabeça, dores no corpo, febre, rouquidão, voz "nasalada”. Como a imunidade do indivíduo fica muito baixa, podem ocorrer complicações infecciosas devidas o quadro clínico ocasionado pela gripe comum, a pneumonia, por exemplo, é uma inflamação ou infecção pulmonar resultante da ação de microorganismos parasitas como fungos, bactérias e alguns vírus, que atinge pessoas de todas as idades, basta apenas haver uma baixa na resistência do sistema imunológico do indivíduo para o momento se tornar propício para a ação dos parasitas que em alguns casos pode levar a morte, apesar de a pneumonia poder ser resultante da ação de vários parasitas aproximadamente metade dos casos são causados por bactérias, sendo a maioria por pneumococo. E devido o mecanismo de defesa do organismo ficar enfraquecido no combate ao vírus da gripe, a ação de parasitas oportunistas dificulta ainda mais a recuperação do paciente, Lança (2001). Segundo Dessen (2008), o vírus influenza A apresenta duas formas variáveis de contaminação, as epidemias que ocorrem anualmente em determinadas regiões com variação de intensidade, persistindo por algumas semanas e desaparecendo rapidamente. Porém as pandemias são as formas mais virulentas, que se alastram Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 91 Cyro PELOZATO Adriano COSTA gerando um surto mundial e consequentemente um alto índice de mortalidade, no entanto as pandemias não são tão frequentes quanto às epidemias, ocorrem em intervalos de alguns anos, quando, devido ao potencial mutagênico do vírus o rearranjo genético resultar em uma cepa viral que até o momento não tenha tido contato com a população. Para Varella, on-line, (2009), estes subtipos podem surgir quando o vírus influenza característico de uma espécie como as aves, que são um reservatório natural do mesmo, ultrapassa a barreira entre as espécies e passa diretamente a contaminar seres humanos, ou através do rearranjo ocorrido em um hospedeiro natural como os suínos, que é suscetível ao vírus característicos de humanos tanto quanto de aves, e ao ser contaminado por ambos ao mesmo tempo, as moléculas dos vírus podem se rearranjar resultando em um híbrido virulento, mortal e com capacidade de infectar seres humanos sem ser reconhecido pelo sistema imunológico. A pandemia da gripe espanhola que resultou na morte de 20 milhões de pessoas em todo o mundo nos anos de (1917-1918) e as pandemias mais recentes como a de 1957 e 1968, com diferentes subtipos que juntos mataram mais de dois milhões de pessoas. 3 A PROFILAXIA Para a Infosau (2003), a vacina é preparada com fragmentos de vírus mortos, excluindo a possibilidade de provocar gripe, mas eventualmente, podem aparecer febre baixa, mal-estar e dores no corpo após a aplicação da vacina, sintomas estes que desaparecem entre 24 e 48 horas. Com ação imunitária durante 12 meses é, comprovadamente, o meio mais eficaz de prevenção da infecção gripal e das suas complicações, com a vantagem de não implicar riscos, pois é feita a partir de vírus inativados. A cada ano mais de 150 milhões de pessoas são vacinadas em países de todo o mundo, porém, esse número está ainda muito abaixo do desejado. Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 92 Cyro PELOZATO Adriano COSTA Segundo orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2005) a vacina contra gripe é composta por três tipos de vírus influenza (dois vírus influenza tipo A e um tipo B) e esta composição é atualizada a cada ano com base nos dados de vigilância epidemiológica da gripe (dados laboratoriais e clínicos) fornecidos por uma rede mundial de Centros de Vigilância da Gripe, inclusive com informações coletadas no Brasil, o que a torna adequada para o nosso país. A vacina atua de modo a fornecer subsídio para o sistema imunológico concentrar suas forças em um contra-ataque rápido. Como os vírus apresentam mutações constantes nos seus antígenos (alvos imunológicos), hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA), isso impede que os leucócitos B e T, treinados pela vacina anterior, venham a se juntar a eles; por isso, uma nova vacina sempre deve ser produzida a partir dos vírus das temporadas anteriores. Existe a possibilidade de uma pessoa contrair a gripe, mesmo sendo esta imunizada, devido o vírus pertencer a três famílias diferentes: A, B e C e, em cada família existem muitas cepas virais (sub tipos de vírus). Para a vacina ser 100% eficiente é necessário a coincidência entre os subtipos do vírus, entretanto, uma pessoa vacinada, mesmo tendo gripe, apresentará sintomas, porém, mais fracos. De modo geral no Brasil a época mais apropriada de vacinação contra a gripe é o Outono, entre nos meses de Abril e Maio. Como a vacina precisa de um determinado tempo para estimular o sistema imunológico e conferir proteção ao vacinado. A quantidade máxima de anticorpos é atingida após um a dois meses da vacinação, daí a razão da vacina ser aplicada no Outono, estação do ano que precede o Inverno (OMS, 2005). A única contra indicação da vacina é para os alérgicos ao ovo, já que processo de fabricação da mesma, utiliza-se o mesmo e ao Timerosal, os portadores de doenças neurológicas em atividade e os indivíduos que tiveram a Síndrome de GuillainBarré4. 4 É uma doença do sistema nervoso (neuropatia) adquirida, provavelmente de caráter autoimune, marcada pela perda da bainha de mielina e dos reflexos tendinosos. Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 93 Cyro PELOZATO Adriano COSTA 4 METODOLOGIA Esse artigo tem como objetivo apontar através de pesquisa quali-quantitativa dados referentes ao absenteísmo do professor da Rede de Ensino Público Municipal Urbano de Ariquemes em função da gripe comum, cuja metodologia utilizada realizou-se com pesquisa de campo. As visitas às escolas iniciaram-se no mês 06/12, com término em 08/12. As escolas visitadas compõem a rede municipal de educação fundamental (primeiro e segundo seguimento), sendo que houve a exclusão das escolas de ensino infantil e creches, viabilizando a pesquisa em função do tempo e recursos disponíveis. No total, as visitas ocorreram em onze escolas da área urbana do município de Ariquemes que conta atualmente com 1.365 servidores sendo que destes 818 são professores. As escolas visitadas foram: Escola Municipal de Ensino Fundamental Eva dos Santos de Oliveira; Jorge Teixeira; Pedro Louback; Prof. Levi Alves de Freitas; Roberto Turbay; Dr. Dirceu de Almeida; Aldemir Lima Cantanhede; Magdalena Tagliaferro; Mário Quintana; Ireno Antônio Berticelli e Venâncio Kottwitz. Foi aplicado um questionário sócio-epidemiológico com questões objetivas, direcionadas exclusivamente aos professores, sendo que os mesmos foram abordados diretamente em seu local de trabalho, em horário específico (intervalos) na sala dos professores, com autorização da direção e apoio da coordenação pedagógica das instituições de ensino, para coleta de dados na qual houve a colaboração voluntária de 181 (cento e oitenta e um) professores de onde foram coletados os dados estatísticos da pesquisa. Para a revisão bibliográfica sobre o assunto consultou-se livros, artigos de periódicos, dissertações, teses e demais documentos eletrônicos disponíveis na Internet. Com o objetivo de levantar de forma mais precisa, a ausência do professor em seu local de trabalho por causa da gripe comum. Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 94 Cyro PELOZATO Adriano COSTA 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO O questionário aplicado aos 181 professores que colaboraram com a pesquisa, representando 22.1% dos professores, e 13.2% dos servidores municipal que atuam na área da educação no município de Ariquemes RO, fora elaborado para a obtenção de dados relacionados à atuação profissional, bem como informações pessoais do entrevistado, porém sem identificação para não haver a exposição do mesmo, e sim verificar se há relação do absenteísmo com: idade, sexo, tempo de carreira ou disciplina ministrada. Entre os diversos fatores que podem provocar a falta do professor (Tabela 1), dos 181 professores entrevistados 137 afirmaram ter faltado por algum motivo e entre eles a gripe se destaca sendo responsável por quase 40% dos casos. Tabela 1- Principais causas de absenteísmo dos professores AFASTAMENTO Motivos de Falta Professores Percentual Dengue 09 7% Malária 05 4% Stress 10 7% Resfriado 08 6% Gripe 54 39 % Outros 51 37 % Total 137 100 % Fonte: Arquivo dos autores Com o destaque da gripe entre os motivos que resultaram no absenteísmo de professores apontados na tabela 1, demonstra a necessidade da utilização da vacina, de forma preventiva como método de controle. Entre os casos de absenteísmo em função da gripe, não houve relação com: idade, sexo, tempo de carreira, disciplina ou carga horária com o índice de falta. Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 95 Cyro PELOZATO Adriano COSTA Sendo a jornada de trabalho dos 181 professores, divida entre 20 e 40 horas semanais, cuja maioria 78%, correspondendo a 141 professores cumpre uma carga horária de 40 horas, e 22% totalizando 40 professores com 20 horas semanais. A idade dos professores (Tabela 2), entrevistados, varia entre a mínima de 20 e máxima de 62 anos. Tabela 2 - Faixa etária dos professores IDADE Faixa etária Nº de professores Percentual 20 a 25 08 04% 26 a 30 28 16% 31 a 35 40 22% 36 a 40 42 23% 41 a 45 30 17% 46 a 50 17 9.4% 51 a 55 07 04% 56 a 60 04 02% 61 a 65 01 0.6% Não respondeu 04 02% 181 100% Total Fonte: Arquivo dos autores A faixa etária predominante esta entre 30 e 45 anos, a mesma na qual ocorreu a maioria dos casos de absenteísmo, em função do número de professores. Embora a estatística obtida da pesquisa tenha atingido 85% de professoras, estando abaixo da media nacional, que revela índices de 94%, (sendo as diferenças estatísticas devidas à exclusão das escolas de ensino infantil e creches). Essa diferença está relacionada à afinidade com crianças, pois apesar de não ser uma área restrita, o quadro de professores das séries iniciais é composta basicamente por mulheres (Gráfico 1). Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 96 Cyro PELOZATO Adriano COSTA Gráfico 1- Participação das mulheres na área da educação Educadores 15% Homens Mulheres 85% Fonte: Arquivo dos autores Apesar de haver a participação de professores do sexo masculino em todas as disciplinas que compõem as grades curriculares do ensino fundamental e médio, a ocupação das vagas de professores e demais cargos existentes nas instituições de ensino, destaca-se a participação das mulheres em ambos os seguimentos devido à afinidade com a educação Góis (2002), fato que pode ser estimado pelo tempo de carreira (tabela 3). Observando-se também o índice de professores em início de carreira em função da crescente demanda na área da educação. Tabela 3 - Tempo de atuação profissional dos entrevistados, na área da educação EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL Tempo de Serviço Professores Percentual De 01 a 05 anos 46 25 % De 05 a 10 anos 25 14% Acima de 10 anos 110 61% Fonte: Arquivo dos autores Apesar das estatísticas apontarem um percentual de falta maior entre os homens 46%, e 28% entre as mulheres entrevistados, não indica que o homem seja mais susceptível a gripe, o índice menor entre mulheres está relacionado à insistência em lecionar mesmo estando gripadas. Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 97 Cyro PELOZATO Adriano COSTA Fora perceptível na pesquisa que entre os fatores determinantes para o contágio da gripe é o contato com o vírus e a falta de imunização, sendo afirmado pela minoria que disseram não ter faltado nem lecionado gripados, foi devido aos mesmos terem adquirido a vacina para sua imunização, nas redes privadas de saúde. A contaminação pelo vírus da ocorreu em 94% dos entrevistados, com isso pode-se observar o alto índice de contágio do vírus da gripe, sendo de fundamental importância a utilização da vacina como método de controle. Devido a insistência dos professores em lecionar gripado mesmo tendo seu desempenho comprometido (gráfico 2), a imunização traria benefícios, tendo em vista que caso um indivíduo imunizado venha a contrair a gripe, os efeitos serão menores tanto nos sintomas apresentados quanto na prevalência dos mesmos além de diminuir os riscos de complicações em função da gripe, devido a imunização proporcionar ao sistema imunológico uma reação rápida e eficiente. Diminuindo o baixo rendimento, e em função do bem estar este pode aproveitar melhor seu potencial no exercício de suas atividades. Gráfico 2 – Professores que afirmaram que trabalhar gripado compromete o desempenho Comprometimento das Atividades Não 11% Nulos 3% Sim 86% Fonte: Arquivo dos autores Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 98 Cyro PELOZATO Adriano COSTA Em função do compromisso e a dedicação em cumprir suas atividades mesmo em condições desfavoráveis referindo-se a saúde, (integridade física e mental), estes dados (gráfico 3) demonstram uma inviabilidade em tal esforço, no diz respeito ao processo de ensino aprendizagem, relacionado à qualidade do ensino. O comprometimento das atividades ocorre em função do quadro clínico gerado pela gripe, que apesar de apresentar sintomas variáveis dificulta a atuação do professor afetando diretamente a sua comunicação, por irritação na garganta, tosse seca, coriza e etc., ou pelos demais sintomas (tabela 4), que afetam o seu bem estar. Sendo que qualquer desconforto causado por enfermidades causam limitações às pessoas tanto na agilidade quanto capacidade de raciocínio, além do desânimo para a realização de qualquer atividade, causado pelo próprio organismo que força um repouso durante a sua recuperação. Levando em consideração os meios de propagação do vírus da gripe torna ainda mais inviável a presença do professor gripado em sala, visto que o mesmo ambiente que propicia o contágio do professor faz com que este também seja disseminador do vírus. Tabela 4 - Principais sintomas ocorridos em função da gripe, e o percentual de incidência na qual ocorrem CONSEQUÊNCIAS DA GRIPE Sintomas Febre Calafrios Suor excessivo Tosse seca Dores musculares Fadiga Mal-estar Dor de cabeça Nariz obstruído Irritação na garganta Coriza Total Fonte: Arquivo dos autores N° de Professores 70 39 15 51 72 23 52 70 55 68 61 Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Percentual 12% 7% 3% 9% 12% 4% 9% 12% 9% 12% 11% 100% Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 99 Cyro PELOZATO Adriano COSTA Quanto mais se aprofundar em estudos direcionados a gripe, mais evidências que justificam a utilização da vacina serão encontradas. Os surtos de gripes apontados na pesquisa, (gráfico 3), identifica os períodos de maior incidência, ocorrendo entre o segundo e terceiro bimestre, coincidindo com os dados oficiais utilizados pelo (SUS), para determinar o período mais apropriado para a realização da campanha de vacinação contra gripe. Apesar da circulação do vírus da gripe entre a população ocorrer durante todo o ano, para melhores resultados a vacina é disponibilizada entre os meses de abril e maio antecedendo aos surtos devido o tempo que o organismo necessita para que a produção de anticorpos atinja o nível ideal. Gráfico 3- Bimestres que ocorreram casos de gripe ao longo do ano de 2011 Ano Letivo 15% 1º Bimestre 21% 2º Bimestre 3º Bimestre 34% 30% 4º Bimestre Fonte: Arquivo dos autores Pelos resultados apresentados, o índice de faltas compreende os períodos de mudanças climáticas, onde a baixa umidade do ar e aumento da poeira provoca ressecamento das vias respiratórias resultando em inúmeras complicações, que podem dificultar a reação do sistema imunológico caso o indivíduo venha adquirir o vírus da gripe, que resultou na falta de 54 dos 181 professores entrevistados (gráfico 4), que não tiveram condições de comparecer ao ambiente de trabalho, exclusivamente em função dos sintomas gerados pela gripe ou por coincidir a gripe juntamente com outra enfermidade, agravando o quadro clínico e dificultando processo de recuperação. Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 100 Cyro PELOZATO Adriano COSTA Gráfico 4 - Absenteísmo dos professores em função da gripe Absenteísmo 30% Sim Não 70% Fonte: Arquivo dos autores Os resultados obtidos na pesquisa não atingiram índices maiores em função do esforço dos profissionais, que, em sua maioria afirmaram lecionar mesmo apresentando os sintomas da gripe, no entanto, há um consenso entre a maioria dos professores em relação ao baixo rendimento apesar do esforço em lecionar gripado, queixando-se também de maiores desgaste físico devido aos sintomas gerados pela gripe. Outros fatores determinantes que levam alguns professores a comparecerem no ambiente de trabalho mesmo em condições desfavoráveis para o exercício do dever, é a falta de professor substituto (gráfico 5), e a dificuldade em repor a aula perdida. Outro ponto citado foi a dificuldade de atendimento na rede pública de saúde para realização de consulta médica no intuito de confirmar, através dos sinais clínicos, a virose , e adquirir o atestado médico para justificar sua ausência. Nota-se que a maioria dos professores não dá a devida importância à gripe, por tela como um inconveniente que ocorre todos os anos, e estes só se ausentam do trabalho em último caso, o mesmo ocorre na procura por atendimento médico que só é realizado como ultima opção, havendo na maioria das vezes alto medicação para aliviar os sintomas enquanto estes persistirem; fato relatado verbalmente aos autores, por alguns professores durante a pesquisa. Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 101 Cyro PELOZATO Adriano COSTA Gráfico 5 - Procedimentos nas escolas para que ocorra o cumprimento da grade curricular nos casos de absenteísmo do professor Ausência do Professor 48% 52% Substituto Reposição Fonte: Arquivo dos autores Os resultados obtidos na pesquisa revelam que há maior substituição de professores nas classes de séries iniciais, nas quais todas as disciplinas são lecionadas por um único professor, e em caso de haver ausência do mesmo acarretaria na dispensa da turma caso não haja professor substituto. Porém, o mesmo não ocorre no ensino fundamental, onde há poucos profissionais nas áreas de ciências exatas e a falta do professor resulta em apenas uma aula vaga momentânea para a turma. Sendo que a falta de professores substitutos é resultante da carência de profissionais com as devidas qualificações para ocupação dos cargos, Mozart (2006). Por estes e outros motivos o absenteísmo trás inúmeras consequências negativas ao processo ensino aprendizagem, e apesar de considerável o índice de falta em função da gripe, apontado no (gráfico 6). A gripe se destaca também quando relacionada a todos os demais motivos que podem provocar a ausência do professor. Como dito anteriormente, a pesquisa demonstrou inúmeras evidências que justifica a utilização da vacina anti-gripal, podendo até mesmo esta, diminuir significativamente o percentual geral de Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 102 Cyro PELOZATO Adriano COSTA absenteísmo nas escolas, que segundo dados da pesquisa, 75% (137), professores se ausentaram em 2011 por algum motivo, tendo a gripe um destaque entre todos (dengue, malária, stress, resfriado e etc.), que pode gerar o absenteísmo. Gráfico 6 – Dimensão do absenteísmo ocasionado pela gripe entre os diversos motivos que podem resultar na falta do professor Faltas na Escola Gripe 39% Outros 61% Fonte: Arquivo dos autores Apesar dos esforços dos professores que insistem em lecionar mesmo gripado, o índice de absenteísmo em função da gripe atinge um percentual significativo em relação a todos os motivos que levam a ausência do professor. A gripe proporciona este índice devido aos sintomas apresentados, variação e intensidade dos mesmos em função da reação e eficiência do sistema imunológico, que pode variar de um indivíduo para outro, interferindo na persistência dos sintomas e recuperação do mesmo, cuja variação dos sintomas oscilou entre dois dias a duas semanas (tabela 5). Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 103 Cyro PELOZATO Adriano COSTA Tabela 5 - Média geral de dias de persistência dos sintomas decorrentes da gripe comum REAÇÃO NO ORGANISMO Persistência dos N° de professores Persistência dos N° de professores sintomas sintomas 01 dia --09 dias 02 02 dias 06 10 dias 13 03 dias 19 11 dias --- 04 dias 20 12 dias 02 05 dias 32 13 dias 01 06 dias 05 14 dias 04 07 dias 34 15 dias 19 08 dias 14 MÉDIA 7.1 DIAS Fonte: Arquivo dos autores Assim como há uma variação dos sintomas (quantidade, intensidade e persistência) de um indivíduo a outro, sendo estas relacionadas ao sistema imunológico. Este também influencia no número de faltas (tabela 6), por ser através da reação do sistema de defesa do organismo o fator determinante para recuperação do mesmo. Tabela 6 - Professores que se ausentaram devido aos sintomas apresentados em função da gripe, e dias letivos ocorridos com a ausência dos mesmos ABSENTEÍSMO Período de ausência N° de professores N° de Faltas De 01 a 03 dias 50 150 dias De 03 a 07 dias 04 28 dias TOTAL 54 178 dias Fonte: Arquivo dos autores Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 104 Cyro PELOZATO Adriano COSTA O número de faltas não atingiram maiores proporções, por méritos exclusivos dos próprios professores, que entre os esforços para cumprir com suas obrigações exercem sua função até mesmo em condições desfavoráveis e há professores que por incentivo próprio fazem uso da vacina anti-gripal, adquirindo-a em empresas privadas, para evitar o desconforto gerado pela gripe, para que esta não interfira em sua rotina cotidiana, tanto pessoal quanto profissional. No entanto estes se queixam do valor na qual a vacina e comercializada. Outro tópico observado na pesquisa foi à reação alérgica provocada pelo uso do giz que atualmente vem sendo substituído nas escolas (gráfico 7). Gráfico 7 - Índice de reação alérgica devido ao uso de giz Reação Alérgica 38% Sim Não 62% Fonte: Arquivo dos autores Este gráfico demonstra a necessidade que havia em substituir o quadro negro, em função do número de beneficiados com a implantação do quadro branco e pincel. Apesar de que ainda há escolas que utilizam os antigos quadros negros e giz (fato comprovado durante a pesquisa), que contribui agravando todos os pontos negativos relacionados ao bem estar dos professores mencionados ate o momento. Tendo em vista as inúmeras iniciativas dos órgãos públicos para melhorar a educação, quando cogitada como benefício aos professores a possibilidade de se obter a vacina antigripal através do (SUS) pode ser notado durante a pesquisa um anseio da maioria dos professores, em ter este benefício (gráfico 8). Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 105 Cyro PELOZATO Adriano COSTA Gráfico 8 – Professores que consideram importante terem a vacina antigripal disponível através do SUS Aceitação da Vacina Não 1% Sim 99% Fonte: Arquivo dos autores Assim como a substituição do quadro negro, pode ser caracterizado como benefício adquirido pelos professores. A disponibilização da vacina através do SUS é uma necessidade a ser conquistada, pelo seu benefício e aceitação entre os professores, que demonstraram entusiasmo perante a iniciativa proposta neste artigo. Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 106 Cyro PELOZATO Adriano COSTA CONSIDERAÇÕES FINAIS O intuito deste artigo é reunir argumentos que justifique a inclusão dos professores no grupo considerado de “risco”, no calendário oficial de campanha de vacinação contra a gripe comum. Tendo em vista os resultados das constantes ações governamentais, no controle das demais epidemias como a (Dengue e Malária), na redução considerável dos casos de Dengue pelo combate do vetor e o baixo índice de mortalidade pela Malária em função da distribuição gratuita do medicamento. Resultados positivos também são observados no controle da gripe através da vacina, caso esta fosse disponibilizada aos professores que devido ao ambiente de trabalho estão sujeitos à contaminação e também disseminação do vírus, além de contribuir no processo de ensino aprendizagem, diminuindo significativamente o absenteísmo, bem como baixo rendimento do profissional em função dos sintomas ocasionados pela gripe. Apesar de haver uma carência de estudos e pesquisas, relacionados ao absenteísmo do professor e as consequências geradas a educação como um todo, resultados obtidos de outras áreas de atuação evidências de maneira clara os benefícios adquiridos com a prevenção através de vacinas que amenizam de modo significativo os sintomas e complicações gerados pela gripe. De um modo geral a gripe traz uma série de problemas tanto psicofísicos como também socioeconômicos, onde iniciativas públicas e privadas procuramdriblar, o problema ao invés de buscar meio dediminuir tantas faltas de servidores em função da gripe. Embora a doença traga desconforto e prejuízos tanto para a empresa quanto para o funcionário, que quando está gripado fica bastante indisposto que em muitos casos precisa faltar ao trabalho. Por outro lado a empresa também se vê prejudicada, sendo que às vezes trata de maneira insignificante o fato de o servidor faltar em função de uma simples “gripe”. Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão ISSN 2317-1359 (on-line) Ariquemes, v.2 n. 1, p. 85-108, 2013 Nilton Alves da SILVA 107 Cyro PELOZATO Adriano COSTA REFERÊNCIAS ARECHAVALETA, Fernanda. O Fantasma do presenteísmo. Revista Amanhã, ed 240, Março de 2008. Disponível em: <http://amanha.terra.com.br/edicoes/240/capa01.asp.> Acesso em: 06 mai. 2012. GASPARINE, Brenda. 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