PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM NA AFA: UM

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PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM NA AFA: UM
ENFOQUE SOBRE A AULA
Eliana Prado Carlino 1 - AFA
Dantoniele Damião Augusto de Paula 2 - AFA
Grupo de Trabalho - Didática: Teorias, Metodologias e Práticas
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
Este trabalho compõe parte de uma pesquisa, ainda em andamento, realizada na Academia da
Força Aérea junto a cadetes/alunos dos cursos de Formação de Oficiais da Aeronáutica, os
quais têm duração de quatro anos e preparam os futuros oficiais para atuarem nas áreas de
aviação militar, na intendência e na infantaria da Aeronáutica; é, portanto, um contexto
singular que contempla o ensino superior militar. Grande parte dessa formação é desenvolvida
por professores civis, distribuídos em cinco áreas de conhecimento - administração, exatas,
linguagem, humanas e área dos desportos. É nas salas de aula que o cadete passa boa parte de
sua formação, prevalecendo nessa modalidade a aula expositiva, num enfoque
predominantemente instrucionista. Desse modo, o objetivo deste trabalho é apresentar o
contexto no qual o cadete recebe as instruções de ensino e fazer um levantamento teórico
sobre as diferentes abordagens no campo do ensino e da aprendizagem e sobre a aula.
Partimos de um referencial teórico que considera a aula como espaço de reciprocidade, de
comunicação e de inter-relações e, portanto, de formação humana, pressupondo igualdade e
diferença na relação educativa. Esse modelo se contrapõe àquele já institucionalizado no meio
educacional e também muito forte em nosso contexto de pesquisa, que concebe a aula pautada
na transmissão-recepção de conhecimentos, num esquema essencialmente verbalista. Este
trabalho tem cunho qualitativo e acreditamos que os dados obtidos e analisados poderão
oferecer, posteriormente, grandes contribuições para a comunidade acadêmica e militar. No
entanto, para isso, haverá um segundo momento do estudo, quando pretender-se-á, com
aplicação de questionários, levantar as percepções do cadete sobre essa instância do seu
processo formativo, englobando a tríade: ensino, aprendizagem e aula.
Palavras-chave: Aula. Ensino superior militar. Ensino. Aprendizagem.
1
Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos. Professora Associada da Academia da Força
Aérea (AFA). Membro do grupo de pesquisa Processos Educacionais – Propostas de Estudo (PEPE), vinculado
ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Assuntos da Defesa (GEPAD). Realiza estudos na área da Educação,
Formação de Professores e Linguagem. E-mail: [email protected].
2
Cadete do 3º Esquadrão do Curso de Formação de Oficiais Aviadores da Academia da Força Aérea. E-mail:
[email protected].
ISSN 2176-1396
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Introdução
Na Academia da Força Aérea (AFA), os Cursos de Formação de Oficiais da
Aeronáutica são regulamentados pelo MCA 37-5 (Manual do Comando da Aeronáutica)
(BRASIL, 2010) que normatiza todo o processo de formação dos cadetes ao longo de quatro
anos. No decorrer desse período, o cadete, que é o aluno, vivencia várias experiências e
situações de ensino que corroboram para o seu aprendizado em três campos distintos: Militar,
Técnico-Especializado e Geral.
O Campo Militar envolve a formação moral e doutrinária por meio de exercícios
operacionais e instruções particulares à vida castrense. Já o Campo Técnico- Especializado
objetiva a aprendizagem de acordo com o curso no qual o cadete está matriculado - Aviação,
Intendência ou Infantaria. Nesses cursos, respectivamente, os cadetes desenvolvem atividades
como voo, intendência operacional e exercícios de campanha.
Por fim, no Campo Geral, a intenção é trabalhar: “conhecimentos básicos necessários
à habilitação dos militares, a fim de aumentar a capacidade intelectual dos mesmos”
(KIRSCH, 2013, p. 28). No Campo Geral se concentram as diversas disciplinas que fazem
parte do processo formativo do cadete e o habilitam na área da Administração Pública.
Algumas dessas disciplinas são: Estatística e Probabilidade, Direito, Economia, Psicologia
Organizacional, Sociologia, Auditoria, Teorias da Administração, Língua Inglesa e
Espanhola, Processo Decisório, Planejamento Estratégico. O curso, somados os três campos, é
composto por uma carga horária em torno de 8400 horas.
Na AFA os profissionais envolvidos nas atividades docentes são professores civis,
cujas disciplinas abarcam o campo geral; profissionais formados em curso superior do quadro
de oficiais convocados (QOCON), que ministram tanto disciplinas do campo geral quanto do
campo técnico especializado; e instrutores militares (oficiais de carreira), que são
responsáveis por disciplinas do campo técnico especializado e militar.
Assim, a Divisão de Ensino, composta em sua maioria por docentes do quadro civil, é
dividida por áreas de conhecimento, a saber, Ciências da Administração, Ciências Exatas,
Ciências da Linguagem, Ciências Humanas e Ciências dos Desportos.
O cadete da AFA tem uma formação múltipla que o habilita também na área de
administração pública além da sua área específica, ou seja, nas ciências aeronáuticas (para o
cadete aviador), nas ciências logísticas (para o cadete intendente) e nas ciências militares
(para o cadete infante).
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Em relação ao campo geral, as disciplinas são ministradas nas salas de aula da Divisão
de Ensino e o que prevalece em termos dessa modalidade é a aula expositiva, considerando a
carga horária extensa e a diversidade de áreas de conhecimento. Assim, o principal objetivo
deste trabalho é, além de apresentar o contexto no qual o cadete está sendo formado, fazer um
levantamento teórico sobre as diferentes abordagens no campo do ensino e da aprendizagem e
sobre a aula.
Sobre o referencial teórico e a relevância do estudo
Nesse espaço acadêmico de formação militar, pretendemos olhar para o processo de
ensino e de aprendizagem, enfatizando a modalidade “aula”, em nosso caso específico,
desenvolvido por professores civis que, tendo ingressado por concurso público, são em sua
maioria mestres e doutores em suas respectivas áreas de formação.
Não consideramos a aula como um espaço físico atrelado à “sala” de aula, uma vez
que, segundo Ponce (1989 apud RIOS, 2012, p.75), a aula é “um espaço/tempo privilegiado
da comunicação didática. [...] É uma relação intersubjetiva, supõe, portanto, a presença de
sujeitos interagindo entre si”. Ou ainda nas palavras de Silva (2012, p. 16) a aula “representa
o espaço/tempo privilegiado de formação humana que, ao ser ressignificado cotidianamente,
assume a condição de possibilidade de construção de uma nova realidade”.
Compreendemos, contudo, que o modelo de aula institucionalizado está pautado na
transmissão-recepção de conhecimentos e/ou informações, num esquema essencialmente
verbalista. Na AFA esta concepção não é diferenciada; portanto, o professor tem
predominantemente o papel de alguém que transmite algo que possui e o cadete, o papel de
quem recebe (quase sempre de modo passivo) os conhecimentos aos quais é exposto,
empobrecendo a sua capacidade reflexiva.
Na visão de Demo (2008, p. 5) “não há diferença maior entre o sistema didático da
educação básica e a universidade: o espírito é o mesmo – dar e escutar aula”. Para o autor
ainda, a aula deveria ser “mero subproduto ao final de longa cadeia acadêmica, expediente
apenas secundário e supletivo, destinado a fomentar a produção de conhecimento, jamais sua
reprodução” (DEMO, 2008, p. 5). O autor ao fazer uma crítica à Universidade afirma que ela
deveria ser a entidade onde o maior valor fosse dado ao saber pensar, mas, contrariamente a
isso, acaba por considerar que sua excelência está nas aulas. Contrapondo-se a esta idéia de
aula na perspectiva reprodutivista ou instrucionista, está a afirmação de Rios (2012, p.7), ao
dizer que
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uma aula não é algo que se dá, mas algo que se faz, ou melhor, que professores e
alunos fazem, juntos. Afirmar que fazem juntos não significa, absolutamente, dizer
que fazem de maneira igual. É na diferença e na reciprocidade de papéis que vai se
constituindo o evento que se chama aula.
Ponce (1989 apud RIOS, 2012, p. 75) também nos auxilia a ampliar esse conceito
quando afirma que
tanto o aluno quanto o professor devem ser vistos como sujeitos do processo ensinoaprendizagem, e neste sentido possuem uma igualdade para que tal relação se
estabeleça. [...] Porém, aluno e professor possuem diferentes níveis de compreensão
da realidade e o diálogo em aula não deve ignorar este dado, mas sim incorporá-lo
como dado fundamental.
Em relação à idéia de igualdade e diferença na relação educativa, podemos
compreendê-la melhor trazendo uma citação de Rosa (2010, p. 110) a respeito da
reciprocidade que deve haver na relação entre professor e alunos, pois “o ensino não pode ser
‘dado’, mas antes deve ter a qualidade de algo que, sendo ‘apresentado’ pelo educador, possa
também ser ‘encontrado’ a partir da subjetividade do educando”. Neste contexto “apresentar”
assume o sentido de exprimir, exibir algo em conjunto, de um movimento em duas vias,
recíproco. Já “dado” adquire o significado de algo que é entregue, doado e não compartilhado,
um movimento em uma única via.
Por “diferentes níveis de compreensão da realidade” Rios (2012) explica não se tratar
de uma verticalidade ou hierarquia nas relações, mas sim que esses diferentes níveis apontam
para a especificidade de papéis que são marcados pela singularidade de professores e alunos, e
que se manifesta em um determinado contexto social acabando por criar um ambiente único e
singular onde as relações de ensino acontecem.
Na AFA o ambiente acadêmico é marcado, predominantemente, por aulas expositivas
e por métodos de avaliação puramente objetivos, a fim de quantificar o que os cadetes têm
aprendido. Por sua vez, o cadete se posiciona como um sujeito passivo dentro do processo,
preocupando-se em memorizar os ensinamentos a fim de realizar as avaliações. Os conteúdos,
na maioria das vezes, deixam de ser “apresentados” para serem “dados”. E como tal,
acreditamos que perde sua capacidade de ser conhecimento interpretado, reconstruído e
assume a dimensão de conhecimento reproduzido, repetido e, posteriormente, esquecido,
apagado.
Ao pensarmos sobre as concepções de ensino e de aprendizagem que permeiam os
trabalhos desenvolvidos na AFA, verificamos que “o termo instrução é forte e determinante
nas salas de aula da Academia” (KIRSCH, 2013, p. 64).
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Kirsch (2013) em sua tese sobre os processos de ensinar e de aprender dos instrutores
militares e dos cadetes da Aeronáutica discorre sobre um ponto que foi o marco inicial para
este trabalho. Segundo ela, a prática do ensino não é uma garantia para a educação dos
cadetes e não pressupõe a apropriação do conhecimento necessário para a sua formação.
Ao falar sobre as diferentes abordagens do processo de ensino e de aprendizagem,
Mizukami (1986, p. 15) destaca que no ensino tradicional “a metodologia se baseia mais
frequentemente na aula expositiva e nas demonstrações do professor à classe, tomada quase
como auditório”. E é exatamente na sala de aula que os cadetes passam boa parte dos quatro
anos de formação.
A aula, segundo Fontana (2001, p. 32), é “acontecimento mais do que produto, ainda
que produza... É acontecimento de circulação de sentidos”. Contudo, na AFA, a aula por
vezes deixa de significar esse acontecimento dinâmico entre cadetes e professores, para se
tornar algo estático, um “depósito” de saberes em virtude da grande quantidade de conteúdos
ministrados e previstos no currículo mínimo. O aluno acaba tendo como função central a
memorização dos conteúdos e a sua devolução nas provas e avaliações (DEMO, 2008).
Desse modo, o cadete deixa de ser um sujeito ativo na produção do conhecimento,
porque passa a priorizar os resultados das avaliações em detrimento da consolidação do
conhecimento. Isso é reforçado com a prática da memorização dos conteúdos às vésperas das
avaliações, apenas com o objetivo de “passar na prova”. E nesse contexto instrucionista a
informação é apenas repassada para o aluno que acaba por repetir o modelo que teve de modo
igualmente reprodutivo.
Assim, pouco estímulo é oferecido a leituras, ao debate e à interação entre os cadetes.
Além disso, “as avaliações discursivas são pouco utilizadas o que empobrece a capacidade
argumentativa e interpretativa da aula” (DEMO, 2008, p.79).
Demo (2008, p. 69), ao tratar do contexto instrucionista do ensino nas universidades,
aponta a inadequação dos currículos extensos e repletos de conteúdos a que os alunos são
submetidos, afirmando que “saber pensar é condição essencial de qualquer processo de
profissionalização: não se dispensa domínio de conteúdos, mas insiste-se em saber pensar,
para dar conta, sobretudo, de conteúdos novos e manter-se profissional inovador”.
Desse modo o trabalho se propõe a examinar um tema que, apesar de ser bastante
explorado no campo educacional, ainda pode ser considerado singular e inédito no âmbito do
ensino superior militar podendo trazer muitas contribuições para a comunidade acadêmica e
militar.
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Além disso, esse estudo vem ao encontro da nova proposta pedagógica levantada em
documento oficial (AFA, 2014) no item 5.1, sobre proposta de planejamento estratégico, que
propõe um novo redimensionamento na formação do futuro oficial da Força Aérea Brasileira.
Aspectos metodológicos
Para atender ao propósito da pesquisa, que é de cunho qualitativo, realizamos
primeiramente um levantamento bibliográfico para identificar as diferentes abordagens e
concepções no campo do ensino e da aprendizagem, e também acerca da aula. Ainda
apresentamos um pouco do cenário didático-pedagógico no qual as instruções de ensino
acontecem no âmbito da AFA.
É importante ressaltar que, num segundo momento, não contemplado aqui nesta
apresentação, será realizada também uma pesquisa de campo com os cadetes, por meio de um
questionário com perguntas abertas sobre as suas percepções acerca do processo de ensino e
de aprendizagem e do papel da aula no contexto da AFA. Após a coleta desses dados, que
serão analisados e colocados em gráficos a fim de facilitar a sua visualização, definiremos as
possíveis categorias de análise.
Lembramos ainda que a análise desses dados implica primeiramente “a organização de
todo o material, dividindo-o em partes, relacionando essas partes e procurando identificar nele
tendências e padrões relevantes” (LUDKE; ANDRÉ, 1986, p. 45), para então dar destaque ao
que for construído a partir dos dados produzidos.
Nesta primeira parte do trabalho, ora apresentado, pretendemos oferecer uma visão
mais ampla do nosso contexto de investigação, dos sujeitos envolvidos e das questões que nos
inquietam.
Kirsh (2013) considera que, ao tratarmos de assuntos de caráter social, devemos
buscar a essência dos fatos, pois esses ao serem focalizados, interpretados e sistematizados
revelarão a realidade de um determinado grupo. Para Bauer e Gaskell (2002, p.68) o objetivo
da pesquisa qualitativa é “explorar o espectro de opiniões, as diferentes representações sobre
um assunto em questão”, ou seja, toda representação social que advém de opiniões faladas,
escritas ou até mesmo de traços culturais revela pontos de vista que sendo semelhantes ou
diferentes sustentam tal padrão de comportamento e pensamento.
Participarão da pesquisa de campo cadetes de ambos os sexos, sendo em sua maioria
homens, com idades entre 18 e 28 anos.
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Os sujeitos fazem parte de dois grupos – o primeiro será composto por cadetes do
primeiro ano, que acabaram de ingressar na Academia da Força Aérea e estão vivenciando
pela primeira vez o contato com o ensino superior militar, sendo assim, supomos sua isenção
de qualquer predisposição em relação ao tema. O segundo grupo será formado por cadetes que
cursam o terceiro ano de formação, e, devido às experiências já vividas, possuem opiniões
mais críticas acerca do assunto em questão.
O uso de questionários se deve ao fato de serem “instrumentos adequados para a
obtenção de dados primários, tanto para a pesquisa qualitativa quanto para a quantitativa”
(CHAROUX, 2004, p. 45), além de serem vantajosos por atingir um grande número de
informantes simultaneamente. Dessa maneira, o instrumento será entregue, de forma aleatória,
a uma amostra de vinte por cento dos cadetes do primeiro e terceiro anos totalizando 78
cadetes divididos em 6 turmas de aula, a saber A, B, C, D (turmas de aviadores), E (turma de
intendentes) e F (turma de infantes). Além dos questionários, alguns documentos da
Aeronáutica relacionados à formação do cadete, também serão utilizados na interpretação dos
dados.
Será feita análise dos dados obtidos, tanto dos questionários, quanto dos documentos,
inter-relacionando, significando, resignificando e posteriormente confrontando o conteúdo das
respostas com os conceitos propostos no arcabouço teórico. Assim, poderemos, ao final da
investigação, elucidar uma realidade pouco conhecida e pouco refletida por todos os sujeitos
(alunos, professores e instrutores) que atuam no contexto do ensino superior militar.
Considerações Finais
Considerando que o objetivo deste trabalho é apresentar o contexto no qual o cadete
recebe as instruções de ensino e levantar alguns enfoques no campo do ensino e da
aprendizagem que se contrapõem a um modelo educativo já institucionalizado no âmbito
militar, podemos apontar alguns resultados levantados neste primeiro momento do trabalho.
Tais resultados, ainda que provisórios, evidenciam que o ambiente no qual se dá a
formação do cadete se apresenta como particular e único e é marcado por concepções
baseadas em transmissão e recepção de conhecimentos, revestindo o aluno de passividade
frente ao processo e, de modo geral, minimizando sua capacidade de refletir e de agir sobre o
conhecimento trabalhado. Em consequência a situação de avaliação se torna essencialmente
quantitativa, favorecendo a memorização dos conteúdos de ensino e tornando-os algo “dado”.
Daí a força que o termo instrução adquire nesse contexto educativo. Todos esses são
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elementos importantes para se (re)pensar o processo educacional desenvolvido no âmbito do
ensino superior militar.
Diante do cenário exposto e das considerações teóricas feitas até o momento,
acreditamos ter explicitado a relevância do estudo proposto e a partir da continuidade dele
queremos responder algumas questões que o instigaram - a aula como um evento formador ou
produtor do conhecimento, tem assumido um caráter de construção coletiva nas relações
professor/cadete? Quais as percepções dos cadetes a respeito do ensinar, do aprender e da
própria aula? A AFA vem, de modo geral, realizando uma prática instrucionista ou
reprodutivista, apenas depositando saberes nos alunos? Se essa prática tem sido
predominantemente reprodutivista, será possível redimensionar as formas de ensinar e de
aprender nesse espaço de formação?
Todos os aspectos apresentados aqui até este momento destacam a necessidade desse
estudo. Olhar para esse cenário e ter a oportunidade de refletir mais criticamente sobre ele,
pode oferecer à Instituição, e em especial à comunidade acadêmica da AFA, algumas
possibilidades para o aprimoramento desse processo formativo. Também permite vislumbrar
novos caminhos para as práticas pedagógicas desenvolvidas nesse espaço/tempo que
chamamos “aula” e que acontece, cotidianamente, na Divisão de Ensino desta Academia.
Afinal, a capacidade de argumentação, de reflexão, e de aprender a pensar e a
organizar o pensamento são capacidades, entre outras tantas, necessárias ao exercício das
atribuições do futuro oficial da Força Aérea.
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