PIS news Editorial letter news letter 1 DEZEMBRO 2013 Como se fosse um presente de Natal, aqui está o número um da Newsletter PIS. Trataremos neste espaço os temas da Inovação Social, Empreendedorismo, Desenvolvimento Sustentável, Economia Social e Solidária e outros em forma de notícia. Quem, quando, como, onde e porquê são as palavras chave que irão orientar esta publicação. Quem, são também os nossos leitores com os quais queremos partilhar informação. Esta proposta tem duas direcções: não queremos apenas gente que nos leia mas também, gente que a gente leia. Os projectos, as práticas, as dúvidas, as conquistas, as dificuldades, a notícia, o destaque, são as linhas com que queremos cozer este pano, ainda cru. A crítica e o comentário alimentam-nos. Organizámos este espaço em 8 campos de informação: Editorial, onde está expressa a opinião do PIS; Aconteceu, com breves do que já passou; Não perder, o que vai acontecer em Inovação Social e ao qual é preciso estar atento; Opinião, como o próprio nome sugere uma opinião livre e polémica; Caravela, por onde pode navegar até sítios web que consideramos importantes na temática; Comentário, zona gerida pelos leitores; Destaque, em forma de artigo mais longo e profundo; finalmente Fotoreportagem, mostra de imagens ou links para vídeo. Seja bem vindo, REGISTE-SE e boas leituras. Aconteceu “A Anatomia da Crise: Identificar os Problemas para Construir as Alternativas” Com o enquadramento do Prof. Manuel Carvalho da Silva e a apresentação das principais mensagens chave deste Relatório pelo Prof. José Reis, o auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian foi acanhado para acolher as muitas dezenas de cidadãos, investigadores e responsáveis públicos que participaram nesta sessão. Com a chancela do CES - Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra este Relatório, produto do “Observatório Sobre Crises e Alternativas”, realiza uma extensa e profunda viagem explicativa dos determinantes e consequências da Crise Actual. É realizada uma análise profunda sobre os mecanismos da “produção e gestão da austeridade”, entendida aqui como “uma novação social economia social e solidária desenvolvimento local incubação redes sociais sustentabilidade moeda social banco solidário cidadania activa micro crédito orçamento particip news letter PIS Aconteceu forma de economia política”, centrada no modelo social português, particularmente nas dimensões Estado e Trabalho. O relatório organiza-se em 5 capítulos: i) Compreender a Crise: A economia portuguesa num quando europeu desfavorável ii) A União Europeia e Portugal entre os resgates bancários e a austeridade: um mapa das políticas e das medidas iii) Austeridade, reformas laborais e desvalorização do trabalho iv) O Estado Social, crise e reformas v) Estado de Direito ou Estado de Exepção: a justiça constitucional face ao questionamento do Estado Social e assume-se claramente como documento reflexivo que, para além das pistas interpretativas e questionamentos que têm tido pouco espaço e atenção na praça pública, propõe possibilidades e alternativas que os cidadãos devem e merecem equacionar. news letter Democracia em Acção Decorreu nos passados dias 9 e 10 de Dezembro, no Centro de Informação Urbana de Lisboa, o seminário “Democracia em Acção”, que visou a apresentação e discussão pública dos resultados de um estudo de três anos sobre os Orçamentos Participativos em Portugal. O seminário contou com a presença de 95 participantes, entre os quais muitos funcionários e dirigentes de várias autarquias portuguesas. Para enriquecer o debate foram convidados oradores de outros países, nomeadamente da Alemanha, Espanha e Brasil, permitindo desse modo uma reflexão mais abrangente sobre o fenómeno dos Orçamentos Participativos no interior de um quadro comparativo de diferentes realidades políticas, administrativas, culturais, económicas e sociais. O estudo, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, tem o mérito de ter traçado um panorama geral dos orçamentos participativos em Portugal, que incluiu 77 experiências, em 70 diferentes autarquias, entre 2002 e 2013. Foram identificados, neste período, 46 iniciativas de âmbito municipal, 19 ao nível das Freguesias, e 12 desenvolvidas apenas com jovens (7 dos quais em autarquias que já tinham um processo dedicado aos adultos). Com estes números, Portugal destaca-se como o país Europeu com mais alta densidade de Orçamentos Participativos, antecedido apenas pela Polonia (onde foram identificados 1208 casos, 95% dos quais em municípios rurais, graças a uma Lei Nacional de incentivo dos Orçamentos Participativos, criada em 2009 com o nome de Fundos Solecki, ou “Fundos de Aldeia”). Os Orçamentos Participativos são sem margem para dúvida a grande inovação política da última década em Portugal, e muito provavelmente do Portugal democrático. Estes processos trouxeram consigo a possibilidade dos cidadãos influenciarem políticas públicas e decidirem de forma directa uma parte dos orçamentos autárquicos. Os resultados do estudo serão brevemente editados em livro. Este trabalho foi realizado por uma parceria composta pelo CES, Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Associação In Loco, a Fundação CEFA (Centro de Estudos e Formação Autárquica), o Centro Dinamia/CET (do ISCTE-IUL). news letter ovação social economia social e solidária desenvolvimento local incubação redes sociais sustentabilidade moeda social banco solidário cidadania activa micro crédito orçamento particip news letter PIS Aconteceu Comentário O meu olhar sobre o PAIS (Programa Avançado em Inovação Social) Ir ou não ir ao Pais. As 3 razões que me incentivaram a estar presente: Conhecer as pessoas e os projetos que se estão a desenvolver no chamado campo social; Perceber os caminhos trilhados e equacionar o modo como poderia inserir-me nesses caminhos; Dar a conhecer também a minha disponibilidade e interesse para atuar neste campo social. Workshop - Lousã O Portal da Inovação Social - PIS participou no último dia 13 de novembro do workshop “ Arriscar em tempos de crise?! Alternativas de desenvolvimento local sustentável numa nova economia”. O encontro foi organizado pela Animar, Associação de desenvolvimento social e cultural dos cinco lugares ( ADSCCL) em parceria com o Instituto de Emprego e Formação (IEFP). Ao longo do workshop foram apresentadas estratégias de desenvolvimento local e oportunidades de financiamento e apoio para criação de micronegócios. Na ocasião, o Portal da IS foi apresentado aos participantes enquanto ferramenta de promoção para inovação e o empreendedorismo social. news letter O Resultado Global Os dois dias permitiram partilhar experiências e mostrar o entusiasmo com que os intervenientes atuam no terreno Identificaram necessidades e fragilidades, mostraram força e determinação para continuar a trabalhar, O Resultado Pessoal Contribui favoravelmente para a minha inserção nesta network social; Ajudou a orientar-me no emaranhado linguístico existente no âmbito social; Deu-me energia para atuar e perceber que há um vasto campo de trabalho para desenvolver. Participar? Uma questão de Cidadania! Como outsider ainda de uma rede organizada de Inovação Social, gostaria de enaltecer os projetos organizados que visem contribuir para a não exclusão de qualquer ser humano na Sociedade, embora ache que verdadeiramente não há outsiders porque todas as pessoas são contribuintes ativos em algum momento da sua vida no desenvolvimento da IS. O importante, para além da semântica, será a nossa consciencialização sobre os Recursos que possuímos e sobre a obrigação cívica de os disponibilizar à Sociedade. Não ao desperdício de Conhecimentos e de Talentos que grassa na nossa sociedade e quanto melhor for a forma organizativa, melhor poderão ser os resultados obtidos. news letter Virgínia Aveiro novação social economia social e solidária desenvolvimento local incubação redes sociais sustentabilidade moeda social banco solidário cidadania activa micro crédito orçamento particip news letter Fotoreportagem PIS Economia Social em fórum no alto da Serra dos Candeeiros O ar limpo e luminoso da montanha alimentou este encontro. Centrado na discussão de problemas, na troca de experiência e nas propostas e alternativas ao desenvolvimento local, este Fórum debateu: Estratégias para o desenvolvimento integral; Turismo de Natureza e Animação; Participação, Associativismo e Parcerias Locais; Que mais Valias para os Produtos Locais. Aos trabalhos de grupo intensos seguiu-se um almoço confeccionado com base em produtos locais de grande qualidade. A tarde foi de conclusões e de construção de pontes para o desenvolvimento local. Mais informações em: http://www.cooperativaterracha.pt/site/ news letter Fernando Cardoso novação social economia social e solidária desenvolvimento local incubação redes sociais sustentabilidade moeda social banco solidário cidadania activa micro crédito orçamento partici news letter PIS Hands, courtesy of Old Ford School, Room 13. Destaque “The open book of social innovation” Destacamos este livro, com 224 páginas, em inglês, apresentado pela Young Foundation, entre inúmeras obras de enorme interesse para os praticantes em Inovação Social, disponibilizadas integralmente por esta Fundação apostada na Inovação Social. Este manual prático declina-se numa verdadeira biblioteca de práticas, metodologias e instrumentos de apoio à Inovação Social: De modo extremamente pragmático e claro várias dezenas de metodologias e instrumentos de intervenção social são arrumados pelos 6 estádios do modelo evolutivo da Inovação Social que inspira este manual: i) o emergir da IS, inspirações e diagnósticos, ii) propostas e ideias, iii) prototipagem e pilotos, iv) sustentabilidade, v) escalabilidade e disseminação e, por último, vi) inovação sistémica. Nunca é demais destacar esta maneira preciosa, de reflectir e sistematizar a Inovação Social, através de um processo ilustrado por práticas sociais, modos de acção, e instrumentos de enorme utilidade para os cidadãos, as comunidades e redes engajadas na busca de soluções e respostas efectivas para os maiores desafios dos nossos tempos: redução da pegada de carbono, manter os cidadãos saudáveis e acabar com a pobreza. Quase apetece lançar o repto… quem aceita participar na tradução, adaptação e enriquecimento deste open book? Trata-se, de facto, de uma ferramenta aberta, propositadamente inacabada, desafiando todos os praticantes em Inovação social a questionarem, testarem, aprofundarem e inovarem a partir das estratégias e metodologias propostas para cada momento do processo de Inovação Social. Também da sua leitura poderão emergir reflexões e debates que ajudarão certamente à construção de semânticas mais inclusivas, pelos projectos de Inovação Social. Boas Leituras e… partilhe connosco a sua reflexão! news letter Não perder II Encontro Ibérico de Orçamentos Participativos 14 e 15 de Março de 2014 Mollina, Espanha http://www.encuentroiberico.com/ Curso de Formação online sobre Orçamentos Participativos 20 de Janeiro a 30 de Março de 2014 http://www.in-loco.pt/pt/agenda/20131112/orcamentosparticipativos-curso-de-formacao-inicial/ Encontro Descentralizado PIS Formação sobre Orçamentos Participativos Associação de Municípios do Algarve, Faro 9 de Janeiro de 2014 novação social economia social e solidária desenvolvimento local incubação redes sociais sustentabilidade moeda social banco solidário cidadania activa micro crédito orçamento partici Opinião news letter PIS Inovação Social e Politicamente Correcto, em que ficamos? Confesso ter sido surpreendido pela polémica gerada com a intervenção da Dra. Ana Neves sobre Cidadania 2.0 realizada no âmbito do painel “Networking e Redes Colaborativas e Oportunidades na Inovação Social” integrado no Programa Avançado de Inovação Social (PAIS) a 28 e 29 de Outubro de 2013. Surpresa tanto maior quanto a referida polémica se centrou não no conteúdo da apresentação, mas antes nos comentários que a oradora efectuou no lançamento da mesma. A Dra. Ana Neves verbalizou o que é sobejamente conhecido como uma das maiores dificuldades da maioria das iniciativas direccionadas a cidadãos alegadamente desfavorecidos: a capacidade de mobilizar esses públicos-alvo e a capacidade dos mesmos se automobilizarem. Completou a oradora comparando os níveis de exercício de cidadania no nosso país com o de outras nações bem mais “evoluídas” neste domínio. Tal foi suficiente para gerar na plateia a indignação quanto à “ofensa” que estas constatações implicariam quanto aos mais desfavorecidos no nosso país: os que vivem abaixo do limiar de pobreza, desempregados, etc. Mais importante do que dissecar o ocorrido no PAIS, prefiro destacar aqui o que tenho observado como uma tendência (no mínimo questionável) nos meandros (incluindo bastidores) do que podemos designar como o contexto de actuação dos agentes da inovação social: a extrema preocupação e cuidado com a linguagem e postura em tudo o que se refere à caracterização e compreensão dos grupos-alvo da intervenção social inovadora. Como se a frontalidade e a relativização (comparação com outros grupos-alvo noutros países, por exemplo) pudessem prejudicar o esforço que todos exercemos para melhor adequar a inovação aos seus destinatários últimos: os cidadãos. Em tempos não muito longínquos, o programa de iniciativa comunitária Equal gerou um jargão que, ternamente, os seus agentes designavam por equalês. Tratava-se de uma linguagem quase indecifrável para quem não estivesse alinhado com os princípios daquela iniciativa brilhantemente conduzida no nosso país. No entanto, nunca esse equalês nos impediu de expressar e reflectir sobre as dificuldades reais de mobilização dos públicos-alvo (já na altura existentes por razões demasiado complexas para abordar aqui). Parece que segundo o novo paradigma do politicamente correcto (agora importado para a inovação social) qualquer referência menos “positiva” aos cidadãos ditos mais desfavorecidos implica a rotulação imediata de neo-liberal para quem ouse trilhar caminhos tão heréticos. Não contem comigo para esta cruzada, pois o trajecto percorrido (entre outros) no Equal mostrou-nos que enfrentar as dificuldades bem de frente, sem medo de as assumir como desafios é uma forma bem mais eficaz de promover a cidadania plena do que refugiar-se no conforto de palavras suaves e ocas. Obrigado Ana Neves por nos recordá-lo! news letter Florindo Ramos Facilitador PIS novação social economia social e solidária desenvolvimento local incubação redes sociais sustentabilidade moeda social banco solidário cidadania activa micro crédito orçamento partici news letter PIS Equipa Horácio Covita Beatriz Caitana Florindo Ramos Nelson Dias Sandra Almeida Fernando Cardoso ovação social economia social e solidária desenvolvimento local incubação redes sociais sustentabilidade moeda social banco solidário cidadania activa micro crédito orçamento particip