Espironolactona

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Espironolactona
Diurético antagonista da aldosterona
CAS: 52-01-7
Fórmula molecular: C24H32O4S
Peso molecular: 416,59
Fator de correção: Não
Fator de equivalência: Não
A espironolactona é um antagonista farmacológico específico da aldosterona, atuando no local de troca de íons
sódio-potássio dependente de aldosterona, localizado no túbulo contornado distal do rim. A espironolactona causa
aumento das quantidades de sódio e água a serem excretados, enquanto o potássio é retido. A espironolactona
atua como diurético e como anti-hipertensivo por este mecanismo. Ela pode ser administrada sozinha ou com
outros agentes diuréticos que atuam mais proximamente no túbulo renal. Atividade antagonista da aldosterona
ocorre por aumento dos níveis de mineralocorticoides - a aldosterona está presente no hiperaldosteronismo
primário e secundário. Estados edematosos em que o aldosteronismo secundário é usualmente envolvido incluem a
insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática e síndrome nefrótica. Pela competição com a aldosterona pelos
receptores, a espironolactona promove uma terapia eficaz no tratamento de edema e ascites nestas condições. A
espironolactona atua contra o aldosteronismo secundário induzido pelo volume de depleção e associado com a
perda de sódio causado pela terapia diurética. A espironolactona é efetiva na diminuição da pressão sanguínea
sistólica e diastólica em pacientes com hiperaldosteronismo primário. É também efetiva na maioria dos casos de
hipertensão essencial apesar do fato da secreção de aldosterona estar dentro dos limites normais no início da
hipertensão essencial. A espironolactona não demonstrou elevar as concentrações séricas de ácido úrico, precipitar
crises de gota, ou alterar o metabolismo dos carboidratos.
Propriedades
•
Diurético
•
Anti-hipertensivo
•
Anti-hipotasêmico
Mecanismo de ação
A espironolactona inibe competitivamente a ligação da aldosterona ao seu receptor citoplasmático no final do
túbulo distal e sistema renal coletor. Consequentemente, a aldosterona ligada a este receptor é incapaz de penetrar
no núcleo da célula, assim prevenindo a síntese da chamada aldosterona induzida por proteínas que abrem os
canais de sódio na membrana celular luminal. Isto resulta na redução de reabsorção de sódio e redução da excreção
de potássio.
Estudos de eficácia
O Estudo Randomizado de Avaliação de espironolactona (RALES, na sigla em inglês) foi um estudo duplo-cego,
multinacional, em 1.663 pacientes com fração de ejeção ≤35%, história de insuficiência cardíaca classe IV da New
York Heart Association (NYHA, na sigla em inglês) de 6 meses e insuficiência cardíaca de classe III-IV na época da
randomização. Todos os pacientes deveriam estar tomando um diurético de alça e, se tolerado, um inibidor da ECA.
Pacientes com creatinina >2,5 mg/dL na linha de base ou um aumento recente de 25% ou com potássio sérico >5,0
mEq/L na linha de base foram excluídos. Os pacientes foram randomizados 1:1 para 25 mg de espironolactona por
via oral uma vez ao dia ou ao placebo correspondente. Consultas de seguimento e avaliações laboratoriais
(incluindo potássio sérico e creatinina) foram realizadas a cada quatro semanas durante as primeiras 12 semanas, a
seguir a cada 3 meses durante o primeiro ano e depois a cada 6 meses. O endpoint primário do estudo RALES foi o
tempo até o evento fatal de todas as causas. O RALES foi concluído antecipadamente, após um acompanhamento
médio de 24 meses, por causa do benefício sobre a mortalidade detectado em uma análise intermediária planejada.
A espironolactona reduziu o risco de morte em 30% comparado ao placebo (p< 0,001). Os índices de risco de
mortalidade para alguns subgrupos são mostrados na Figura 2. O efeito favorável da espironolactona na
mortalidade se mostrou semelhante em ambos os sexos e em todos os grupos etários, exceto em pacientes abaixo
de 55 anos; não havia não brancos em número suficiente no estudo RALES para obter qualquer conclusão sobre
efeitos diferenciais por raça. O benefício da espironolactona se mostrou maior em pacientes com níveis de potássio
sérico baixos na linha de base e menor em pacientes com frações de ejeção.
Dose usual / Posologia
Hipertensão essencial
Dose usual: 50 a 100mg por dia, que nos casos resistentes ou severos pode ser gradualmente aumentada em
intervalos de duas semanas até 200mg/dia. A dose diária pode ser administrada em doses fracionadas ou em dose
única.
O tratamento deve ser mantido por no mínimo duas semanas, visto que uma resposta adequada pode não ocorrer
antes deste período de tempo. A dose deverá ser, posteriormente, reajustada de acordo com a resposta do
paciente.
Doenças acompanhadas por edema
A dose diária pode ser administrada
tanto
em
doses
fracionadas
como
em
dose
única.
Insuficiência cardíaca congestiva
Dose usual: 100mg/dia. Em casos resistentes ou severos, a dosagem pode ser gradualmente aumentada até
200mg/dia. Quando o edema estiver controlado, a dose habitual de manutenção deve ser determinada para cada
paciente.
Cirrose hepática
Se a relação urinária sódio/potássio (Na+ / K+) for maior que 1 (um), a dose usual é de 100mg/dia.
Se esta relação for menor do que 1 (um), a dose recomendada é de 200 a 400mg/dia. A dose de manutenção deve
ser determinada para cada paciente.
Síndrome nefrótica
Habitualmente 100 a 200mg/dia. A Espironolactona não é medicamento anti-inflamatório, não tendo sido
demonstrado afetar o processo patológico básico, e seu uso é aconselhado somente se os glicocorticoides
isoladamente administrados não forem suficientemente eficazes.
Edema idiopático
A dose habitual é de 100mg por dia.
Edema em crianças
A dose diária inicial é de aproximadamente 3,3mg por Kg de peso administrada em dose fracionada. A dosagem
deverá ser ajustada com base na resposta e tolerabilidade do paciente.
Se necessário pode ser preparada uma suspensão triturando os comprimidos de Espironolactona com algumas
gotas de glicerina e acrescentando líquido com sabor. Tal suspensão é estável por um mês quando mantida em local
refrigerado.
Diagnóstico e tratamento do aldosteronismo primário
A Espironolactona pode ser empregada como uma medida diagnóstica inicial para estabelecer evidência de
aldosteronismo primário enquanto o paciente estiver em dieta normal.
Teste a longo prazo
A Espironolactona é administrada em uma dosagem diária de 400mg por 3 ou 4 semanas. Correção da
hipopotassemia e da hipertensão revela evidência presuntiva para o diagnóstico de hiperaldosteronismo primário.
Teste de curto prazo
A Espironolactona é administrada em uma dosagem diária de 400mg por 4 dias. Se o potássio sérico se eleva
durante a administração de Espironolactona, porém diminui quando é descontinuado, o diagnóstico presuntivo de
hiperaldosteronismo primário deve ser considerado.
Quando
o
diagnóstico
de
hiperaldosteronismo
for
bem
estabelecido
por
testes
mais
definitivos, Espironolactona pode ser administrado em doses diárias de 100 a 400mg como preparação para a
cirurgia. Para pacientes considerados não aptos para cirurgia, Espironolactona pode ser empregado como terapia
de manutenção a longo prazo, com o uso da menor dose efetiva individualizada para cada paciente.
Hipertensão maligna
Somente como terapia auxiliar e quando houver excesso de secreção de aldosterona, hipopotassemia e alcalose
metabólica. A dose inicial é de 100mg/dia, aumentada quando necessário a intervalos de duas semanas para até
400mg/dia. A terapia inicial pode incluir também a combinação de outras drogas anti-hipertensivas
à Espironolactona. Não reduzir automaticamente a dose dos outros medicamentos como recomendado na
hipertensão essencial.
Hipopotassemia/ hipomagnesemia
A dosagem de 25mg a 100mg por dia é útil no tratamento da hipopotassemia e/ou hipomagnesemia induzida por
diuréticos, quando suplementos orais de potássio ou magnésio forem considerados inadequados.
Superdosagem
Superdosagem aguda poderá ser manifestada por náusea, vômitos, sonolência, confusão mental, erupção cutânea
maculopapular ou eritematosa ou diarreia. Podem ocorrer desequilíbrios eletrolíticos e desidratação. Deverão ser
tomadas medidas sintomáticas e de suporte. Induzir o vômito ou realizar esvaziamento gástrico por lavagem. Não
existe nenhum antídoto específico.
Tratar a depleção dos fluídos, o desequilíbrio eletrolítico e a hipotensão através de procedimentos estabelecidos.
Hiperpotassemia pode ser tratada pela rápida administração de glicose (20 a 50%) e insulina regular, usando 0,25 a
0,5 unidades de insulina por grama de glicose. Diuréticos excretores de potássio e resinas de troca iônica podem ser
administrados, de forma repetida, caso necessário. O uso de Espironolactona deve ser descontinuado e a ingestão
de potássio (incluindo fontes alimentares) restrita.
Indicações e aplicações
Indicado nos casos edematosos como: insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática e síndrome nefrótica;
edema idiopático, edema em crianças. Coadjuvante no tratamento da hipertensão essencial e maligna. Diagnóstico
e tratamento a curto e longo prazo do hiperaldosterismo primário. Prevenção e tratamento da hipopotassemia e
hipomagnesemia.
Contraindicações
Hiperpotassemia. A relação risco-beneficio devera ser avaliada na presença de anúria ou disfunção renal, dia
diabetes mellitus, nefropatia diabética, disfunção hepática, hiponatremia, distúrbios menstruais, ginecomastia.
A espironolactona é contraindicada a pacientes com insuficiência renal aguda, diminuição significativa da função
renal, anúria, hiperpotassemia, doença de Addison, hipersensibilidade conhecida à espironolactona ou a qualquer
outro componente da fórmula, ou com uso concomitante de espironolactona.
Interações medicamentosas
O uso simultâneo de cloreto de amônia pode produzir acidose simultânea. O uso de corticoides, ACTH, e
mineralocorticoides pode diminuir os efeitos anti-hipertensivo ao associar estrogênios, AINEs ou outra droga
simpaticominergica. A dopamina pode aumentar o efeito diurético. O uso crônico ou excessivo de laxante pode
produzir as concentrações séricas de potássio e interferir no efeito retentor de potássio.
Recomendações farmacotécnicas
Espironolactona pode ser manipulada com os seguintes excipientes: sulfato de cálcio di-hidratado, amido,
povidona, estearato de magnésio e talco farmacêutico.
Informações de armazenamento
Espironolactona deve ser armazenada em recipiente hermético protegido da umidade, ao abrigo da luz solar direta,
livre do calor e umidade.
Referências bibliográficas
Batistuzzo, José A.O; Eto, Yukiko, Itaya, Masayuki Formulário Médico-Farmacêutico. 4° Edição, São Paulo:
Pharmaboocks, 2011: 675p
http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=4600442015&pIdAnexo=26475
60 Disponível em 02/01/2017
PR vade-mécum 11º Edição 2005/2006
http://www.medicinanet.com.br/bula/7562/espironolactona.htm - último acesso: 15/02/2017.
Última atualização: 28/12/2016 - MF
Última revisão: 15/02/2017 - CE
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