Antibioticoterapia para uso no Hospital da Mulher COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÕES RELACIONADAS À SAÚDE CMCIRAS Versão 1 Junho 2014 Prefeito Municipal de Campo Grande Gilmar Antunes Olarte Secretário Municipal de Saúde Pública Jamal Mohamed Salem - Médico Diretoria de Assistência à Saúde Ana Paula Gonçalves de Lima Resende - Enfermeira Diretoria de Vigilância Sanitária Marcia Maria Ferrairo Janini Dal Fabbro - Médica Comissão Municipal de Padronização de Medicamentos Caroline Ossuna Ferlin - Enfermeira Djalmir Seixas César - Médico Flávia da Costa Melo - Farmacêutica Gabriela Dorn Nóbrega - Farmacêutica Ivone Lima Martos - Médica Marcos Antonio Rodrigues - Farmacêutico Rosangela Gomes Ponce - Farmacêutica Comissão Municipal de Controle de Infeção Relacionada à Assistência à Saúde - CMCIRAS Alessandra Lyrio Barbosa Giroti - Enfermeira Caroline Ossuna Ferlin - Apoio técnico - Enfermeira Ivone Lima Martos - Médica Infectologista 1 APRESENTAÇÃO Os antimicrobianos estão entre os fármacos mais vendidos no mundo, no entanto, apesar do arsenal terapêutico atualmente disponível, o número de bactérias multirresistentes tem aumentado. Segundo estudos, um fator contributivo muito importante está no uso inadequado. Esta administração inadequada além de contribuir para o surgimento de bactérias multirresistentes é capaz de comprometer a resposta clínica do paciente e aumentar custos com internação. Nesse contexto, o estabelecimento de um Programa de uso racional de antimicrobianos dentro da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande torna-se oportuno num momento onde a própria gama de antimicrobianos está ampliada. Sendo assim, pode-se dizer que o objetivo principal deste Programa é: a otimização das prescrições, com foco no melhor resultado terapêutico ou profilático; a minimização dos efeitos colaterais, da seleção de germes patogênicos e da emergência de resistência microbiana, proporcionando um ambiente de maior segurança para os pacientes. Deve ser salientado também que o uso adequado minimiza custos diretos para os pacientes e para as instituições, sejam em tratamento ambulatorial ou de alta complexidade, ou indiretos, quando associados a outros procedimentos invasivos, exames e leitos. A indicação desta classe de fármacos deve levar em conta o hospedeiro, o agente infeccioso e o antimicrobiano propriamente dito. Assim, sua utilização deve ser baseada no conhecimento dos conceitos de colonização, contaminação e infecção, noções de microbiologia clínica, coleta de culturas, microbiota habitual do corpo humano, e mecanismos, espectro de ação, farmacocinética, farmacodinâmica e efeitos colaterais dos antimicrobianos. Este material procura fornecer subsídios para escolha do antimicrobiano mais adequado para o tipo de infecção, tempo de tratamento previsto, e resposta clínica ao fármaco prescrito, norteando possíveis trocas de terapia ao longo do tratamento. 2 INDÍCE ANTIMICROBIANOS DISPONÍVEIS NA SESAU...............................................................................4 1. Antimicrobianos disponíveis em todas as Unidades de Saúde.....................................4 2. Antimicrobianos disponíveis apenas nas UBS e UBSF..................................................5 3. Antimicrobianos disponíveis apenas nas UPA, nos CRS e no HM ...............................5 4. Antimicrobianos disponíveis apenas nas UPA, nos CRS e no Cedip (uso restrito – para aquisição na Remus, necessita de Formulário completamente preenchido) .....5 5. Antimicrobianos disponíveis apenas nas Unidades de Pronto Atendimento..............5 6. Antimicrobianos disponíveis apenas no Cedip ...............................................................6 7. Antimicrobianos disponíveis apenas no HM ....................................................................6 8. Antimicrobiano disponíveis apenas no CEM e UBS Cel. Antonino ...............................6 ANTIBIOTICOTERAPIA PROFILÁTICA USADA EM CIRURGIA.....................................................7 Proposta para antibioticoterapia para o Hospital da Mulher .................................................9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PRINCIPAIS ...........................................................................10 PROTOCOLO DE ANTIMICROBIANOS DE USO RESTRITO........................................................11 Orientações gerais ....................................................................................................................11 FORMULÁRIO PARA DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS DE USO RESTRITO ...............13 FLUXOGRAMA DE DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS DE USO RESTRITO ...................14 3 ANTIMICROBIANOS DISPONÍVEIS NA SESAU As farmácias das Unidades de Saúde (US) da Rede Municipal de Saúde de Campo Grande (Remus) possuem medicamentos de acordo com o nível de atenção prestada, isto é, atenção primária ou especializada de média ou alta complexidade. Podendo ser: Unidades Básicas de Saúde (UBS); Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF); Unidades de Pronto Atendimento (UPA); Centro Regionais de Saúde (CRS); Centro de Doenças Infecto-parasitárias (Cedip); Centro Especializado Municipal (CEM); Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); e, Hospital da Mulher (HM). Observações: Em alguns Centros Regionais a farmácia também atende à Unidade Básica que está vinculada, possuindo uma gama de medicamentos de ambas as US (Aero Rancho, Moreninhas, Nova Bahia e Tiradentes); O Centro de Saúde do Homem fica no mesmo terreno que a UBS Cel. Antonino, portanto, alguns medicamentos desta especialidade são dispensados nesta unidade; A farmácia do Hospital da Mulher tem caráter hospitalar, portanto, só atende pacientes internados ou após alta hospitalar do próprio hospital; A farmácia do CAPS dispensa medicamentos psicoativos para os pacientes internados em sua própria unidade e as prescrições de pacientes externos. Portanto, prescrições de medicamentos com finalidades diversas dos psicoativos serão encaminhados para a farmácia do CRS Aero Rancho. 1. Antimicrobianos disponíveis em todas as Unidades de Saúde Descrição Amoxicilina 50mg/ml suspensão oral Amoxicilina 500mg Benzilpenicilina Benzatina 1.200.000 UI pó para suspensão injetável Benzilpenicilina Benzatina 600.000 UI pó para suspensão injetável Benzilpenicilina Procaína 300.000 + Potássica 100.000 UI pó para suspensão injetável Cefalexina 250mg/5 ml suspensão oral Cefalexina 500mg Eritromicina 250mg/5 ml suspensão oral Eritromicina 500mg Fluconazol 150mg Gentamicina (Sulfato) 80mg solução injetável Gentamicina colírio 5 mg/ml Metronidazol 250mg Miconazol (nitrato) 20mg/g creme dermatológico Neomicina 5mg + Bacitracina 250 UI/g pomada Nistatina 100.000 UI/ml suspensão oral Nitrofurantoína 100mg Sulfadiazina de Prata 1% creme Sulfametoxazol 4% + Trimetoprima 0,8% suspensão oral 4 Apresentação Fr. Caps. Amp. Amp. Amp. Fr. Caps. Fr. Comp. Caps. Amp. Fr. Comp. Bisn. Bisn. Fr. Caps. Bisn. Fr. Sulfametoxazol 400mg + Trimetoprima 80mg 2. Antimicrobianos disponíveis apenas nas UBS e UBSF Descrição Albendazol 40mg/ml solução oral Albendazol 400mg Blister multibacilar infantil Blister multibacilar adulto Blister paucibacilar infantil Blister paucibacilar adulto Etambutol 400mg Isoniazida 100mg + Rifampicina 150mg Isoniazida 100mg Isoniazida 200mg + Rifampicina 300mg Metronidazol 4% suspensão oral Metronidazol 500mg/5g geleia ginecológica Miconazol (Nitrato) 20mg creme ginecológico Pirazinamida 500mg Pirazinamida suspensão Rifampicina 150mg + isoniazida 75mg + Pirazinamida 400mg + Etambutol 275mg Rifampicina 300mg Rifampicina suspensão 3. Apresentação Fr. Comp. Comp. Comp. Comp. Comp. Comp. Comp. Comp. Comp. Fr. Bisn. Bisn. Comp. Fr. Comp. Comp. Fr. Antimicrobianos disponíveis apenas nas UPA, nos CRS e no HM Descrição Acetato de retinol, aminoácidos, metionina, cloranfenicol pomada oftálmica 1 Ampicilina 1g pó para solução injetável Cefalotina Sódica 1g Tamponada pó para solução injetável Sulfametoxazol 400mg + Trimetoprima 80mg solução injetável 1- Disponível apenas para uso interno das unidades. 4. Comp. Apresentação Bisn. Amp. Amp. Amp. Antimicrobianos disponíveis apenas nas UPA, nos CRS e no Cedip (uso restrito – para aquisição na Remus, necessita de Formulário completamente preenchido) Descrição Amoxicilina 50mg/ mL + ác. clavulânico 12,5mg/ mL suspensão oral Amoxicilina 500mg + ác. clavulânico 125mg Azitromicina 40mg/mL suspensão oral Azitromicina 500mg Ceftriaxona 1g pó para solução injetável Ciprofloxacino 500mg Claritromicina 500mg Claritromicina 50mg/ mL suspensão oral 5. Apresentação Fr. Comp. Fr. Comp. Fr-amp. Comp. Comp. Fr. Antimicrobianos disponíveis apenas nas Unidades de Pronto Atendimento Descrição Benzilpenicilina Potássica 5.000.000 UI pó para solução injetável Cloranfenicol 1g pó para solução injetável 5 Apresentação Amp. Amp. 6. Antimicrobianos disponíveis apenas no Cedip Descrição Clostebol + Neomicina creme ginecológico2 Espiramicina 1,5 MUI Estreptomicina 1g pó para solução injetável Tinidazol 500mg3 Clindamicina 300mg 2- Disponível também no CEM e na UBS Cel. Antonino; 3- Disponível também no CEM. 7. Antimicrobianos disponíveis apenas no HM Descrição Cloranfenicol 1g pó para solução injetável Metronidazol 500mg solução injetável Cefazolina 1g pó para solução injetável4 Clindamicina 150mg/mL4 4- Uso restrito, necessita de Formulário devidamente preenchido. 8. Apresentação Bisn. Comp. Amp. Comp. Comp. Apresentação Amp Fr. Fr-amp. Fr-amp. Antimicrobiano disponíveis apenas no CEM e UBS Cel. Antonino Descrição Isoconazol 1% creme ginecológico Tianfenicol Apresentação Bisn. Env. 6 ANTIBIOTICOTERAPIA PROFILÁTICA EM CIRURGIA Definição: A antibioticoterapia profilática em cirurgia consiste na administração de antibióticos aos pacientes que serão submetidos a procedimentos cirúrgicos, não havendo evidência de infecção no momento do ato cirúrgico. Objetivos: Reduzir o aparecimento de infecções de sítio cirúrgico (ISC); Reduzir a morbidade e mortalidade por ISC no período pós-operatório; Reduzir os eventos adversos sobre os pacientes relacionados ao uso prolongado da antibioticoprofilaxia; Reduzir o impacto sobre a flora do paciente e a microbiota hospitalar com o uso prolongado da antibioticoprofilaxia; Reduzir os custos hospitalares. Agentes/Executores: Médicos cirurgiões, Médicos Anestesistas. Descritivo Operacional: 1. Indicações de profilaxia cirúrgica: Como o objetivo da antibioticoterapia profilática é impedir que microrganismos contaminem e infectem o doente durante o ato cirúrgico, é de fundamental importância a classificação da cirurgia quanto ao seu potencial de contaminação. Assim: Cirurgias limpas (eletivas – realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras e que não ocorrem penetrações em trato digestivo, respiratório ou urinário): a indicação de profilaxia para esses procedimentos cirúrgicos é discutível. A literatura indica a administração profilática de antimicrobianos quando: sítio da incisão não permite antissepsia adequada (ex.: couro cabeludo), a cirurgia envolve a implantação de próteses ou dispositivos, a cirurgia é de grande porte e ainda nas cirurgias cardíacas e transplantes. Potencialmente contaminadas (realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa que poderá contaminar o campo operatório, em tecidos cavitários com comunicação com o meio externo ou tecidos e difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso inflamatório e com falhas técnicas discretas no transoperatório): são, por definição, as situações em que a profilaxia é mais útil. Contaminadas (realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana abundante, recentemente traumatizados e abertos – trauma penetrante < 4 horas e feridas abertas cronicamente, cuja descontaminação seja difícil ou impossível, bem como todas aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local): são, por definição, as situações em que a profilaxia é mais útil. Infectadas (realizadas em qualquer tecido na presença de processo infeccioso local ou tecido necrótico, trauma penetrante > 4 horas ou quando há perfuração do trato gastrointestinal, geniturinário ou respiratório): não há indicação de profilaxia cirúrgica, mas sim de tratamento de infecção ativa. 2. Início da profilaxia A eficácia da profilaxia depende diretamente do modo como o antibiótico é administrado: Momento de início: deve ser realizado em aproximadamente 30 minutos à 1 hora antes do início da cirurgia ou na indução anestésica, o que garante o pico da concentração do antimicrobiano no 7 momento em que há exposição dos tecidos. A contaminação da ferida operatória ocorre quando há exposição de órgãos e tecidos internos. Portanto, é importante ressaltar: O ANTIMICROBIANO DEVE ESTAR PRESENTE NOS TECIDOS MANIPULADOS NO MOMENTO EM QUA HÁ EXPOSIÇÃO AOS MICRORGANISMOS. Profilaxia iniciada três ou mais horas após o início da intervenção é ineficaz, independente da duração do uso. Doses preconizadas (intravenosas): A dose usual da Cefazolina e Cefoxitina são de 1g em pacientes com < de 70 kg e 2g em pacientes com > 70 kg. Em crianças: 30mg/kg e 4mg/kg de peso, respectivamente. A Cefuroxima: 1,5g como dose inicial e em casos de repetição no intraoperatório (ver abaixo), administrar 750mg; em crianças: 50mg/kg de peso. Em casos de pacientes alérgicos aos b-lactâmicos substituir a Cefazolina por Clindamicina: 900mg na indução e 600mg no repique da droga e a Cefoxitina por Clindamicina (900mg na indução e 600mg no repique) + Gentamicina (240mg). Repetição intraoperatória: os antibióticos devem ser repetidos em intervalos específicos respeitando-se a meia-vida de cada agente utilizado durante o procedimento. A Cefazolina e a Cefuroxima devem ser repetidas a cada 4 horas e a Cefoxitina a cada 2 horas a partir da 1ª dose administrada, durante o ato operatório. Devem ser feitas doses adicionais em casos de sangramento importante (adultos: >1,5 litros e crianças: > 25mg/kg de peso). Duração: consultar quadro abaixo de acordo com as cirurgias especificadas. Após o encerramento da cirurgia, a contaminação do sítio operatório é rara. Portanto, em teoria, doses adicionais de antimicrobianos não seriam indicadas. Há extensa literatura que respalda a prática da dose única de antimicrobianos. Algumas exceções onde os antimicrobianos são aconselháveis no pós-operatório: Cirurgias onde baixos inócuos bacterianos são suficientes para o desenvolvimento de ISC merecem administração de antimicrobianos por um período total de 48 horas. É o caso do implante de próteses de grande porte. Cirurgias onde estudos clínicos ainda não respaldam a administração por tempo curto. Podem ser citadas a cirurgia cardíaca e a cirurgia de cólon. Cirurgias arteriais de membros inferiores onde a literatura ainda não mostra evidência quanto à segurança da profilaxia restrita ao intraoperatório. Atenção: O prolongamento da profilaxia não é recomendado quando o paciente persiste com drenos, sonda vesical, cateter venoso ou cânula orotraqueal, uma vez que a profilaxia não é eficaz nestas situações. É necessário diferenciar-se a profilaxia do tratamento preventivo (ou preemptivo). Esse último é feito quando há grande contaminação do sítio cirúrgico (ainda sem infecção) previamente ou durante a cirurgia. O tratamento preventivo está indicado, por exemplo, para fraturas expostas, úlceras pépticas perfuradas (quando ainda não há peritonite), etc. 3. Escolha do antimicrobiano: Alguns critérios para a utilização dos antimicrobianos devem ser seguidos. O antibiótico deve ter apresentação parenteral, possuir mínima toxicidade e custos e possuir atividade contra a maior parte dos patógenos causadores de ISC. Pele: Staphylococcus coagulase-negativo, Staphylococcus aureus. Cólon: bacilos gram-negativos entéricos, anaeróbios. Vias biliares: gram-negativos, anaeróbios, enterococos. 8 Boca: Streptococcus, Haemophylus, Moraxella, anaeróbios. Geralmente a Cefazolina está indicada para cobertura anti-estafilocóccica e alguns gramnegativos e a Cefoxitina para cirurgias que abordam cavidades com colonização por anaeróbios como as cirurgias de trato digestivo baixo, esôfago, cavidade oral, etc. Nas cirurgias com implante de próteses podem ser usadas a Cefazolina ou Cefuroxima. Importante! Não pode ser esquecido um critério fundamental: a partir do momento que estamos expondo uma grande quantidade de pacientes a um antimicrobiano específico, é possível o desenvolvimento de resistência a este antibiótico na instituição, por isso, o antimicrobiano dever ser utilizado somente na profilaxia cirúrgica. Pacientes internados que estão colonizados ou infectados por patógenos resistentes necessitam de profilaxia cirúrgica diferenciada. Consultar CMCIRAS nesta situação. Proposta para antibioticoterapia profilática para o hospital da mulher Cirurgia Ginecológica e Obstétrica Não Cefazolina Cefazolina Não Cefazolina Dose Indução Não 1 – 2g 1 – 2g Não 1 – 2g Cefazolina Cefazolina Cefazolina Cefazolina Cefazolina Cefazolina Cefazolina Cefazolina Cefazolina Cefazolina Cefazolina 1 – 2g 1 – 2g 1 – 2g 1 – 2g 1 – 2g 1 – 2g 1 – 2g 1 – 2g 1 – 2g 1 – 2g 1 – 2g Cirurgia Antibiótico Parto Vaginal Parto Fórceps Parto Cesárea Abortamento espontâneo Histerectomia vaginal/abdominal Ooforectomia Miomectomia Pan-histerectomia Perineoplastia Cistocele Retocele Uretocistopexia Nodulectomia Quadrantectomia Mastectomia Laqueadura 9 Não 4/4 horas Não Não 4/4 horas Pósoperatório Não Não Não Não Não Não Após clampeamento Após clampeamento Não Dose única 4/4 horas 4/4 horas 4/4 horas 4/4 horas 4/4 horas 4/4 horas 4/4 horas 4/4 horas 4/4 horas 4/4 horas 4/4 horas Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Dose única Dose única Dose única Dose única Dose única Dose única Dose única Dose única Dose única Dose única Dose única Repique Tempo de duração REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PRINCIPAIS: BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Organização Pan-Americanda de Saúde - OPAS. Universidade Federal de São Paulo –UNIFESP. Medidas de Prevenção e Controle da Resistência Microbiana e Programa de Uso Racional de Antimicrobianos em Serviço de Saúde. (Curso on line). São Paulo, 2007. BRATZLER, D. W.; DELLINGER, E. P.; OLSEN, K. M.; PERL, T. M.; AUWAERTER, P. G.; BOLON, M. K.; FISH, D. N.; NAPOLITANO, L. M.; SAWYER, R. G.; SLAIN, D.; STEINBERG, J. P.; WEINSTEIN, R. A. Clinical practice guidelines for antimicrobial prophylaxis in surgery. American Journal of Health-System Pharmacy, v. 70, n. 3, p. 195-283, 2013. CHOPRA, T.; ZHAO, J. J.; ALANGADEN, G.; WOOD, M. H.; KAYE, K. S. Preventing surgical site infections after bariatric surgery: value of perioperative antibiotic regimes. Expert Review Pharmacoeconomics & Outcomes Research, v. 10, n. 3, p. 317-28, Jun. 2010. FERRAZ, E. M. Programa de Atualização em Uso de Antibióticos em Cirurgia: Antibioticoprofilaxia em Cirurgia. Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 2, n. 2, Julho de 2002. <http://www.cbc.org.br/admin/_m2brupload/arquivos_conteudos_arquivos/51/Antibioticoprofilaxia% 20em%20cirurgia.pdf>. Acesso em 03 out. 2012. LEVIN, A. S. S. (Coord.); DIAS, M. B. G. S.; OLIVEIRA, M. S. DE; LOBO, R. D.; GARCIA, C. P. Guia de utilização de anti-infecciosos e recomendações para prevenção de infecções hospitalares. 5. ed. São Paulo: Hospital das Clínicas, 2011. 192p. 10 PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL PROTOCOLO DE ANTIMICROBIANOS DE USO RESTRITO Diante da necessidade de disponibilizar novos antibióticos na Rede Municipal de Saúde (Remus) da Secretaria Municipal de Saúde Pública de Campo Grande – MS (Sesau) e visando o uso racional dos mesmos, a Comissão Multidisciplinar de Padronização elaborou um Protocolo de Utilização e um Formulário de Dispensação desses antimicrobianos. Os medicamentos que necessitam do formulário para que sejam dispensados aos pacientes são: Amoxicilina + clavulanato de potássio Azitromicina Cefazolina (profilaxia no HM) Ceftriaxona Ciprofloxacino Claritromicina Clindamicina (profilaxia no HM) Orientações gerais 1. DISPONIBILIZAÇÃO 1.1. Esses ATM serão disponibilizados somente nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Centros Regionais de Saúde (CRS), Centro de Doenças Infecto-parasitárias (CEDIP) e Hospital da Mulher (HM); 1.2. Prescrições de Unidades Básicas de Saúde ou de Saúde da Família e ou de outras Unidades Especializadas, deverão ser encaminhados para as unidades citadas acima; 1.3. Uma vez iniciado o tratamento numa unidade de saúde, o paciente permanecerá nesta até o final do mesmo, não podendo se dirigir a outra. 2. DISPENSAÇÃO 2.1. Para serem dispensadas, as receitas deverão estar de acordo com a Resolução RDC nº 44 de 26/10/2010 e Resolução Sesau nº 81 de 30/05/2008, mesmo que originadas da rede privada; 2.2. Só serão atendidas, nas unidades 24 horas, prescrições de médicos e odontólogos; 11 2.3. Para serem aviadas na Remus, as prescrições DEVEM estar acompanhadas do Formulário de Dispensação (anexo), e ambas devem estar devidamente preenchidas pelo mesmo prescritor solicitante; 2.4. Considerando a Resolução Sesau nº 128 de 25/05/2012, as prescrições de enfermeiros que contiverem quaisquer dos medicamentos listados, também necessitarão apresentar o Formulário devidamente preenchido; 2.5. TODAS as prescrições oriundas da unidade 24h onde o paciente for atendido deverão estar acompanhadas do formulário para dispensação; 2.6. Para administração parenteral, seguir Resolução Sesau nº 81 de 30/05/2008. 3. ESCRITURAÇÃO E REGISTRO 3.1. Em caso de administração parenteral, as doses aviadas deverão ser anotadas no verso da receita retida (2ª via). Essas devem ser anexadas ao formulário e armazenadas em uma pasta na farmácia; 3.2. A prescrição acompanhada do Formulário de Dispensação terá os registros informatizados efetuados normalmente por paciente; 3.3. As prescrições e formulários dos tratamentos concluídos serão enviados à CAF até o dia 05 de cada mês; 3.4. O formulário deve ser impresso pelo farmacêutico nas unidades e está disponível no site da prefeitura em: http://www.pmcg.ms.gov.br/sesau/canaisTexto?id_can=7171. Campo Grande, julho de 2014 Comissão Multidisciplinar de Padronização Comissão Municipal de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde Versão 2 - Julho/2014 12 PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL FORMULÁRIO PARA DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS DE USO RESTRITO (CAMPOS OBRIGATÓRIOS) Resolução CFM 1552 / 1999. Portarias MS No. 196/93 e 2616/MS/GM/98. CNS/ Prontuário SESAU: Nome do Paciente: Data atendimento: Indicação: Unidade de Saúde: Terapêutico Profilático Sexo: Fem ( ) Mas ( ) Idade: Resumo da história clínica: Peso: CID10: Origem Infecção: Comunitária Relacionada à Assistência à Saúde Clearance de creatinina: __________ Função hepática Função renal Normal Alterada Normal Justificativa: Alterada ATB 1ª escolha p/ tratamento Falha da primeira escolha Indisponibilidade 1ª escolha Outros: ___________________________________________ Profilaxia cirúrgica - procedimento (informar qual) _________________________ Culturas: Não ( ) Sim ( ) material coletado: _________________ Resultado: Não ( ) Sim ( ) Micro-organismo identificado: Sensibilidade: ANTIMICROBIANOS PADRONIZADOS PARA USO TERAPÊUTICO - Restritos para dispensação em CRS, UPA e CEDIP MARQUE X ANTIMICROBIANOS / DOSE APRESENTAÇÃO Dose Usual Via Dose Intervalo Dias tratamento 25/3,6-45/6,4mg/kg/dia 8/8h suspensão oral VO 01 comp/cap 8/8h comprimido VO 10-15mg/kg/dia, 1 X/dia suspensão oral VO 01 comp/cap 1 X/dia comprimido VO 01g (IV/IM) 12/12h frasco-ampola 01 comp/cap 12/12h comprimido VO 01 comp/cap 12/12h comprimido VO 10-15mg/kg/dia, 12/12h suspensão oral VO ANTIMICROBIANOS PADRONIZADOS PARA USO PROFILÁTICO - Restritos para Profilaxia Cirúrgica no Hospital da Mulher 01 – 02g IV dose única frasco-ampola IV Cefazolina 1g 900mg IV dose única Frasco-ampola IV Clindamicina 150 mg/mL IDENTIFICAÇÃO LEGÍVEL OU CARIMBO CONTATO – PREFERENCIALMENTE ASSINATURA DO PRESCRITOR Contato Amoxicilina 50mg/ mL + ác. clavulânico 12,5mg/ mL Amoxicilina 500 mg + ác. clavulânico 125mg Azitromicina 40 mg/mL Azitromicina 500 mg Ceftriaxona 1g Ciprofloxacino 500 mg Claritromicina 500 mg Claritromicina 50 mg/ mL Data DO MÉDICO OU ODONTÓLOGO: FONE PESSOAL: CMCIRAS SESAU CVE – Bloco H 3314-3068 FORMATADO POR DJALMIR/MARCOS JUL 2014v3 13 FLUXOGRAMA DE DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS DE USO RESTRITO Prescrição de Antimicrobiano (ATM) de uso restrito O Formulário de dispensação de ATM de uso restrito está adequadamente preenchido? Fazer a dispensação, anotar na 1ª via da receita e anexá-la ao Formulário; fazer o registro informatizado Sim Sim Medicamento de uso parenteral? Sim Não Paciente internado na unidade? Encaminhar Formulários e receitas para a CAF no dia 5 de cada mês Não Não Orientar o paciente a retornar ao médico para o preenchimento adequado e completo do formulário. Fazer a dispensação, anotar na 1ª via da receita, devolvê-la ao paciente e anexar a 2ª via ao Formulário; fazer o registro informatizado Encaminhar Formulários e receitas para a CAF no dia 5 de cada mês 14 CMCIRAS elabora relatório mensal sobre utilização do antimicrobiano.