Versão 1junho 2014 - Prefeitura de Campo Grande

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Antibioticoterapia
para uso no
Hospital da Mulher
COMISSÃO DE CONTROLE DE
INFECÇÕES RELACIONADAS À
SAÚDE
CMCIRAS
Versão 1
Junho 2014
Prefeito Municipal de Campo Grande
Gilmar Antunes Olarte
Secretário Municipal de Saúde Pública
Jamal Mohamed Salem - Médico
Diretoria de Assistência à Saúde
Ana Paula Gonçalves de Lima Resende - Enfermeira
Diretoria de Vigilância Sanitária
Marcia Maria Ferrairo Janini Dal Fabbro - Médica
Comissão Municipal de Padronização de Medicamentos
Caroline Ossuna Ferlin - Enfermeira
Djalmir Seixas César - Médico
Flávia da Costa Melo - Farmacêutica
Gabriela Dorn Nóbrega - Farmacêutica
Ivone Lima Martos - Médica
Marcos Antonio Rodrigues - Farmacêutico
Rosangela Gomes Ponce - Farmacêutica
Comissão Municipal de Controle de Infeção Relacionada à Assistência à Saúde - CMCIRAS
Alessandra Lyrio Barbosa Giroti - Enfermeira
Caroline Ossuna Ferlin - Apoio técnico - Enfermeira
Ivone Lima Martos - Médica Infectologista
1
APRESENTAÇÃO
Os antimicrobianos estão entre os fármacos mais vendidos no mundo, no entanto, apesar
do
arsenal
terapêutico
atualmente
disponível, o número de bactérias
multirresistentes
tem
aumentado. Segundo estudos, um fator contributivo muito importante está no uso inadequado. Esta
administração inadequada além de contribuir para o surgimento de bactérias multirresistentes é
capaz de comprometer a resposta clínica do paciente e aumentar custos com internação. Nesse
contexto, o estabelecimento de um Programa de uso racional de antimicrobianos dentro da Secretaria
Municipal de Saúde de Campo Grande torna-se oportuno num momento onde a própria gama de
antimicrobianos está ampliada.
Sendo assim, pode-se dizer que o objetivo principal deste Programa é:

a otimização das prescrições, com foco no melhor resultado terapêutico ou profilático;

a minimização dos efeitos colaterais, da seleção de germes patogênicos e da
emergência de resistência microbiana, proporcionando um ambiente de maior segurança
para os pacientes.
Deve ser salientado também que o uso adequado minimiza custos diretos para os
pacientes e para as instituições, sejam em tratamento ambulatorial ou de alta complexidade, ou
indiretos, quando associados a outros procedimentos invasivos, exames e leitos.
A indicação desta classe de fármacos deve levar em conta o hospedeiro, o agente
infeccioso e o antimicrobiano propriamente dito. Assim, sua utilização deve ser baseada no
conhecimento dos conceitos de colonização, contaminação e infecção, noções de microbiologia
clínica, coleta de culturas, microbiota habitual do corpo humano, e mecanismos, espectro de ação,
farmacocinética, farmacodinâmica e efeitos colaterais dos antimicrobianos.
Este material procura fornecer subsídios para escolha do antimicrobiano mais adequado
para o tipo de infecção, tempo de tratamento previsto, e resposta clínica ao fármaco prescrito,
norteando possíveis trocas de terapia ao longo do tratamento.
2
INDÍCE
ANTIMICROBIANOS DISPONÍVEIS NA SESAU...............................................................................4
1.
Antimicrobianos disponíveis em todas as Unidades de Saúde.....................................4
2.
Antimicrobianos disponíveis apenas nas UBS e UBSF..................................................5
3.
Antimicrobianos disponíveis apenas nas UPA, nos CRS e no HM ...............................5
4.
Antimicrobianos disponíveis apenas nas UPA, nos CRS e no Cedip (uso restrito –
para aquisição na Remus, necessita de Formulário completamente preenchido) .....5
5.
Antimicrobianos disponíveis apenas nas Unidades de Pronto Atendimento..............5
6.
Antimicrobianos disponíveis apenas no Cedip ...............................................................6
7.
Antimicrobianos disponíveis apenas no HM ....................................................................6
8.
Antimicrobiano disponíveis apenas no CEM e UBS Cel. Antonino ...............................6
ANTIBIOTICOTERAPIA PROFILÁTICA USADA EM CIRURGIA.....................................................7
Proposta para antibioticoterapia para o Hospital da Mulher .................................................9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PRINCIPAIS ...........................................................................10
PROTOCOLO DE ANTIMICROBIANOS DE USO RESTRITO........................................................11
Orientações gerais ....................................................................................................................11
FORMULÁRIO PARA DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS DE USO RESTRITO ...............13
FLUXOGRAMA DE DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS DE USO RESTRITO ...................14
3
ANTIMICROBIANOS DISPONÍVEIS NA SESAU
As farmácias das Unidades de Saúde (US) da Rede Municipal de Saúde de Campo Grande
(Remus) possuem medicamentos de acordo com o nível de atenção prestada, isto é, atenção primária ou
especializada de média ou alta complexidade. Podendo ser:
 Unidades Básicas de Saúde (UBS);

Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF);

Unidades de Pronto Atendimento (UPA);

Centro Regionais de Saúde (CRS);

Centro de Doenças Infecto-parasitárias (Cedip);

Centro Especializado Municipal (CEM);

Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); e,

Hospital da Mulher (HM).
Observações:
 Em alguns Centros Regionais a farmácia também atende à Unidade Básica que está vinculada,
possuindo uma gama de medicamentos de ambas as US (Aero Rancho, Moreninhas, Nova
Bahia e Tiradentes);
 O Centro de Saúde do Homem fica no mesmo terreno que a UBS Cel. Antonino, portanto,
alguns medicamentos desta especialidade são dispensados nesta unidade;
 A farmácia do Hospital da Mulher tem caráter hospitalar, portanto, só atende pacientes
internados ou após alta hospitalar do próprio hospital;
 A farmácia do CAPS dispensa medicamentos psicoativos para os pacientes internados em sua
própria unidade e as prescrições de pacientes externos. Portanto, prescrições de
medicamentos com finalidades diversas dos psicoativos serão encaminhados para a farmácia
do CRS Aero Rancho.
1.
Antimicrobianos disponíveis em todas as Unidades de Saúde
Descrição
Amoxicilina 50mg/ml suspensão oral
Amoxicilina 500mg
Benzilpenicilina Benzatina 1.200.000 UI pó para suspensão injetável
Benzilpenicilina Benzatina 600.000 UI pó para suspensão injetável
Benzilpenicilina Procaína 300.000 + Potássica 100.000 UI pó para suspensão
injetável
Cefalexina 250mg/5 ml suspensão oral
Cefalexina 500mg
Eritromicina 250mg/5 ml suspensão oral
Eritromicina 500mg
Fluconazol 150mg
Gentamicina (Sulfato) 80mg solução injetável
Gentamicina colírio 5 mg/ml
Metronidazol 250mg
Miconazol (nitrato) 20mg/g creme dermatológico
Neomicina 5mg + Bacitracina 250 UI/g pomada
Nistatina 100.000 UI/ml suspensão oral
Nitrofurantoína 100mg
Sulfadiazina de Prata 1% creme
Sulfametoxazol 4% + Trimetoprima 0,8% suspensão oral
4
Apresentação
Fr.
Caps.
Amp.
Amp.
Amp.
Fr.
Caps.
Fr.
Comp.
Caps.
Amp.
Fr.
Comp.
Bisn.
Bisn.
Fr.
Caps.
Bisn.
Fr.
Sulfametoxazol 400mg + Trimetoprima 80mg
2.
Antimicrobianos disponíveis apenas nas UBS e UBSF
Descrição
Albendazol 40mg/ml solução oral
Albendazol 400mg
Blister multibacilar infantil
Blister multibacilar adulto
Blister paucibacilar infantil
Blister paucibacilar adulto
Etambutol 400mg
Isoniazida 100mg + Rifampicina 150mg
Isoniazida 100mg
Isoniazida 200mg + Rifampicina 300mg
Metronidazol 4% suspensão oral
Metronidazol 500mg/5g geleia ginecológica
Miconazol (Nitrato) 20mg creme ginecológico
Pirazinamida 500mg
Pirazinamida suspensão
Rifampicina 150mg + isoniazida 75mg + Pirazinamida 400mg + Etambutol
275mg
Rifampicina 300mg
Rifampicina suspensão
3.
Apresentação
Fr.
Comp.
Comp.
Comp.
Comp.
Comp.
Comp.
Comp.
Comp.
Comp.
Fr.
Bisn.
Bisn.
Comp.
Fr.
Comp.
Comp.
Fr.
Antimicrobianos disponíveis apenas nas UPA, nos CRS e no HM
Descrição
Acetato de retinol, aminoácidos, metionina, cloranfenicol pomada oftálmica 1
Ampicilina 1g pó para solução injetável
Cefalotina Sódica 1g Tamponada pó para solução injetável
Sulfametoxazol 400mg + Trimetoprima 80mg solução injetável
1- Disponível apenas para uso interno das unidades.
4.
Comp.
Apresentação
Bisn.
Amp.
Amp.
Amp.
Antimicrobianos disponíveis apenas nas UPA, nos CRS e no Cedip (uso restrito – para
aquisição na Remus, necessita de Formulário completamente preenchido)
Descrição
Amoxicilina 50mg/ mL + ác. clavulânico 12,5mg/ mL suspensão oral
Amoxicilina 500mg + ác. clavulânico 125mg
Azitromicina 40mg/mL suspensão oral
Azitromicina 500mg
Ceftriaxona 1g pó para solução injetável
Ciprofloxacino 500mg
Claritromicina 500mg
Claritromicina 50mg/ mL suspensão oral
5.
Apresentação
Fr.
Comp.
Fr.
Comp.
Fr-amp.
Comp.
Comp.
Fr.
Antimicrobianos disponíveis apenas nas Unidades de Pronto Atendimento
Descrição
Benzilpenicilina Potássica 5.000.000 UI pó para solução injetável
Cloranfenicol 1g pó para solução injetável
5
Apresentação
Amp.
Amp.
6.
Antimicrobianos disponíveis apenas no Cedip
Descrição
Clostebol + Neomicina creme ginecológico2
Espiramicina 1,5 MUI
Estreptomicina 1g pó para solução injetável
Tinidazol 500mg3
Clindamicina 300mg
2- Disponível também no CEM e na UBS Cel. Antonino;
3- Disponível também no CEM.
7.
Antimicrobianos disponíveis apenas no HM
Descrição
Cloranfenicol 1g pó para solução injetável
Metronidazol 500mg solução injetável
Cefazolina 1g pó para solução injetável4
Clindamicina 150mg/mL4
4- Uso restrito, necessita de Formulário devidamente preenchido.
8.
Apresentação
Bisn.
Comp.
Amp.
Comp.
Comp.
Apresentação
Amp
Fr.
Fr-amp.
Fr-amp.
Antimicrobiano disponíveis apenas no CEM e UBS Cel. Antonino
Descrição
Isoconazol 1% creme ginecológico
Tianfenicol
Apresentação
Bisn.
Env.
6
ANTIBIOTICOTERAPIA PROFILÁTICA EM CIRURGIA
Definição: A antibioticoterapia profilática em cirurgia consiste na administração de antibióticos aos
pacientes que serão submetidos a procedimentos cirúrgicos, não havendo evidência de infecção no
momento do ato cirúrgico.
Objetivos:
Reduzir o aparecimento de infecções de sítio cirúrgico (ISC);
Reduzir a morbidade e mortalidade por ISC no período pós-operatório;
Reduzir os eventos adversos sobre os pacientes relacionados ao uso prolongado da
antibioticoprofilaxia;
Reduzir o impacto sobre a flora do paciente e a microbiota hospitalar com o uso prolongado da
antibioticoprofilaxia;
Reduzir os custos hospitalares.
Agentes/Executores: Médicos cirurgiões, Médicos Anestesistas.
Descritivo Operacional:
1. Indicações de profilaxia cirúrgica:
Como o objetivo da antibioticoterapia profilática é impedir que microrganismos contaminem e
infectem o doente durante o ato cirúrgico, é de fundamental importância a classificação da cirurgia
quanto ao seu potencial de contaminação. Assim:
 Cirurgias limpas (eletivas – realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na
ausência de processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras e que não
ocorrem penetrações em trato digestivo, respiratório ou urinário): a indicação de profilaxia para
esses procedimentos cirúrgicos é discutível. A literatura indica a administração profilática de
antimicrobianos quando: sítio da incisão não permite antissepsia adequada (ex.: couro cabeludo),
a cirurgia envolve a implantação de próteses ou dispositivos, a cirurgia é de grande porte e ainda
nas cirurgias cardíacas e transplantes.
 Potencialmente contaminadas (realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco
numerosa que poderá contaminar o campo operatório, em tecidos cavitários com comunicação
com o meio externo ou tecidos e difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso
inflamatório e com falhas técnicas discretas no transoperatório): são, por definição, as situações
em que a profilaxia é mais útil.
 Contaminadas (realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana abundante, recentemente
traumatizados e abertos – trauma penetrante < 4 horas e feridas abertas cronicamente, cuja
descontaminação seja difícil ou impossível, bem como todas aquelas em que tenham ocorrido
falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local): são, por definição, as situações em
que a profilaxia é mais útil.
 Infectadas (realizadas em qualquer tecido na presença de processo infeccioso local ou tecido
necrótico, trauma penetrante > 4 horas ou quando há perfuração do trato gastrointestinal,
geniturinário ou respiratório): não há indicação de profilaxia cirúrgica, mas sim de tratamento de
infecção ativa.
2. Início da profilaxia
A eficácia da profilaxia depende diretamente do modo como o antibiótico é administrado:
 Momento de início: deve ser realizado em aproximadamente 30 minutos à 1 hora antes do início
da cirurgia ou na indução anestésica, o que garante o pico da concentração do antimicrobiano no
7
momento em que há exposição dos tecidos. A contaminação da ferida operatória ocorre quando
há exposição de órgãos e tecidos internos. Portanto, é importante ressaltar: O ANTIMICROBIANO
DEVE ESTAR PRESENTE NOS TECIDOS MANIPULADOS NO MOMENTO EM QUA HÁ
EXPOSIÇÃO AOS MICRORGANISMOS. Profilaxia iniciada três ou mais horas após o início da
intervenção é ineficaz, independente da duração do uso.
 Doses preconizadas (intravenosas): A dose usual da Cefazolina e Cefoxitina são de 1g em
pacientes com < de 70 kg e 2g em pacientes com > 70 kg. Em crianças: 30mg/kg e 4mg/kg de
peso, respectivamente. A Cefuroxima: 1,5g como dose inicial e em casos de repetição no
intraoperatório (ver abaixo), administrar 750mg; em crianças: 50mg/kg de peso. Em casos de
pacientes alérgicos aos b-lactâmicos substituir a Cefazolina por Clindamicina: 900mg na indução
e 600mg no repique da droga e a Cefoxitina por Clindamicina (900mg na indução e 600mg no
repique) + Gentamicina (240mg).
 Repetição intraoperatória: os antibióticos devem ser repetidos em intervalos específicos
respeitando-se a meia-vida de cada agente utilizado durante o procedimento. A Cefazolina e a
Cefuroxima devem ser repetidas a cada 4 horas e a Cefoxitina a cada 2 horas a partir da 1ª dose
administrada, durante o ato operatório. Devem ser feitas doses adicionais em casos de
sangramento importante (adultos: >1,5 litros e crianças: > 25mg/kg de peso).
 Duração: consultar quadro abaixo de acordo com as cirurgias especificadas. Após o
encerramento da cirurgia, a contaminação do sítio operatório é rara. Portanto, em teoria, doses
adicionais de antimicrobianos não seriam indicadas. Há extensa literatura que respalda a prática
da dose única de antimicrobianos.
Algumas exceções onde os antimicrobianos são aconselháveis no pós-operatório:
 Cirurgias onde baixos inócuos bacterianos são suficientes para o desenvolvimento de ISC
merecem administração de antimicrobianos por um período total de 48 horas. É o caso do
implante de próteses de grande porte.
 Cirurgias onde estudos clínicos ainda não respaldam a administração por tempo curto.
Podem ser citadas a cirurgia cardíaca e a cirurgia de cólon.
 Cirurgias arteriais de membros inferiores onde a literatura ainda não mostra evidência
quanto à segurança da profilaxia restrita ao intraoperatório.
Atenção:
 O prolongamento da profilaxia não é recomendado quando o paciente persiste com drenos,
sonda vesical, cateter venoso ou cânula orotraqueal, uma vez que a profilaxia não é eficaz
nestas situações.
 É necessário diferenciar-se a profilaxia do tratamento preventivo (ou preemptivo). Esse
último é feito quando há grande contaminação do sítio cirúrgico (ainda sem infecção)
previamente ou durante a cirurgia.
 O tratamento preventivo está indicado, por exemplo, para fraturas expostas, úlceras
pépticas perfuradas (quando ainda não há peritonite), etc.
3. Escolha do antimicrobiano:
Alguns critérios para a utilização dos antimicrobianos devem ser seguidos. O antibiótico
deve ter apresentação parenteral, possuir mínima toxicidade e custos e possuir atividade contra a
maior parte dos patógenos causadores de ISC.
 Pele: Staphylococcus coagulase-negativo, Staphylococcus aureus.
 Cólon: bacilos gram-negativos entéricos, anaeróbios.
 Vias biliares: gram-negativos, anaeróbios, enterococos.
8
 Boca: Streptococcus, Haemophylus, Moraxella, anaeróbios.
Geralmente a Cefazolina está indicada para cobertura anti-estafilocóccica e alguns gramnegativos e a Cefoxitina para cirurgias que abordam cavidades com colonização por anaeróbios
como as cirurgias de trato digestivo baixo, esôfago, cavidade oral, etc. Nas cirurgias com implante
de próteses podem ser usadas a Cefazolina ou Cefuroxima.
Importante!
Não pode ser esquecido um critério fundamental: a partir do momento que estamos
expondo uma grande quantidade de pacientes a um antimicrobiano específico, é possível o
desenvolvimento de resistência a este antibiótico na instituição, por isso, o antimicrobiano dever ser
utilizado somente na profilaxia cirúrgica.
Pacientes internados que estão colonizados ou infectados por patógenos resistentes
necessitam de profilaxia cirúrgica diferenciada. Consultar CMCIRAS nesta situação.
Proposta para antibioticoterapia profilática para o hospital da mulher
Cirurgia Ginecológica e Obstétrica
Não
Cefazolina
Cefazolina
Não
Cefazolina
Dose
Indução
Não
1 – 2g
1 – 2g
Não
1 – 2g
Cefazolina
Cefazolina
Cefazolina
Cefazolina
Cefazolina
Cefazolina
Cefazolina
Cefazolina
Cefazolina
Cefazolina
Cefazolina
1 – 2g
1 – 2g
1 – 2g
1 – 2g
1 – 2g
1 – 2g
1 – 2g
1 – 2g
1 – 2g
1 – 2g
1 – 2g
Cirurgia
Antibiótico
Parto Vaginal
Parto Fórceps
Parto Cesárea
Abortamento espontâneo
Histerectomia
vaginal/abdominal
Ooforectomia
Miomectomia
Pan-histerectomia
Perineoplastia
Cistocele
Retocele
Uretocistopexia
Nodulectomia
Quadrantectomia
Mastectomia
Laqueadura
9
Não
4/4 horas
Não
Não
4/4 horas
Pósoperatório
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Após clampeamento
Após clampeamento
Não
Dose única
4/4 horas
4/4 horas
4/4 horas
4/4 horas
4/4 horas
4/4 horas
4/4 horas
4/4 horas
4/4 horas
4/4 horas
4/4 horas
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Dose única
Dose única
Dose única
Dose única
Dose única
Dose única
Dose única
Dose única
Dose única
Dose única
Dose única
Repique
Tempo de duração
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PRINCIPAIS:
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA.
Organização Pan-Americanda de Saúde - OPAS. Universidade Federal de São Paulo –UNIFESP.
Medidas de Prevenção e Controle da Resistência Microbiana e Programa de Uso Racional de
Antimicrobianos em Serviço de Saúde. (Curso on line). São Paulo, 2007.
BRATZLER, D. W.; DELLINGER, E. P.; OLSEN, K. M.; PERL, T. M.; AUWAERTER, P. G.; BOLON,
M. K.; FISH, D. N.; NAPOLITANO, L. M.; SAWYER, R. G.; SLAIN, D.; STEINBERG, J. P.;
WEINSTEIN, R. A. Clinical practice guidelines for antimicrobial prophylaxis in surgery. American
Journal of Health-System Pharmacy, v. 70, n. 3, p. 195-283, 2013.
CHOPRA, T.; ZHAO, J. J.; ALANGADEN, G.; WOOD, M. H.; KAYE, K. S. Preventing surgical site
infections after bariatric surgery: value of perioperative antibiotic regimes. Expert Review
Pharmacoeconomics & Outcomes Research, v. 10, n. 3, p. 317-28, Jun. 2010.
FERRAZ, E. M. Programa de Atualização em Uso de Antibióticos em Cirurgia: Antibioticoprofilaxia
em Cirurgia. Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 2, n. 2, Julho de 2002.
<http://www.cbc.org.br/admin/_m2brupload/arquivos_conteudos_arquivos/51/Antibioticoprofilaxia%
20em%20cirurgia.pdf>. Acesso em 03 out. 2012.
LEVIN, A. S. S. (Coord.); DIAS, M. B. G. S.; OLIVEIRA, M. S. DE; LOBO, R. D.; GARCIA, C. P.
Guia de utilização de anti-infecciosos e recomendações para prevenção de infecções
hospitalares. 5. ed. São Paulo: Hospital das Clínicas, 2011. 192p.
10
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE
ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL
PROTOCOLO DE ANTIMICROBIANOS DE USO
RESTRITO
Diante da necessidade de disponibilizar novos antibióticos na Rede Municipal
de Saúde (Remus) da Secretaria Municipal de Saúde Pública de Campo Grande –
MS (Sesau) e visando o uso racional dos mesmos, a Comissão Multidisciplinar de
Padronização elaborou um Protocolo de Utilização e um Formulário de
Dispensação desses antimicrobianos.
Os medicamentos que necessitam do formulário para que sejam
dispensados aos pacientes são:
Amoxicilina + clavulanato de potássio
Azitromicina
Cefazolina (profilaxia no HM)
Ceftriaxona
Ciprofloxacino
Claritromicina
Clindamicina (profilaxia no HM)
Orientações gerais
1. DISPONIBILIZAÇÃO
1.1. Esses ATM serão disponibilizados somente nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA),
Centros Regionais de Saúde (CRS), Centro de Doenças Infecto-parasitárias (CEDIP) e
Hospital da Mulher (HM);
1.2. Prescrições de Unidades Básicas de Saúde ou de Saúde da Família e ou de outras
Unidades Especializadas, deverão ser encaminhados para as unidades citadas acima;
1.3. Uma vez iniciado o tratamento numa unidade de saúde, o paciente permanecerá nesta até
o final do mesmo, não podendo se dirigir a outra.
2. DISPENSAÇÃO
2.1. Para serem dispensadas, as receitas deverão estar de acordo com a Resolução RDC nº 44
de 26/10/2010 e Resolução Sesau nº 81 de 30/05/2008, mesmo que originadas da rede
privada;
2.2. Só serão atendidas, nas unidades 24 horas, prescrições de médicos e odontólogos;
11
2.3. Para serem aviadas na Remus, as prescrições DEVEM estar acompanhadas do Formulário
de Dispensação (anexo), e ambas devem estar devidamente preenchidas pelo mesmo
prescritor solicitante;
2.4. Considerando a Resolução Sesau nº 128 de 25/05/2012, as prescrições de enfermeiros
que contiverem quaisquer dos medicamentos listados, também necessitarão apresentar o
Formulário devidamente preenchido;
2.5. TODAS as prescrições oriundas da unidade 24h onde o paciente for atendido deverão
estar acompanhadas do formulário para dispensação;
2.6. Para administração parenteral, seguir Resolução Sesau nº 81 de 30/05/2008.
3. ESCRITURAÇÃO E REGISTRO
3.1. Em caso de administração parenteral, as doses aviadas deverão ser anotadas no verso da
receita retida (2ª via). Essas devem ser anexadas ao formulário e armazenadas em uma pasta
na farmácia;
3.2. A prescrição acompanhada do Formulário de Dispensação terá os registros informatizados
efetuados normalmente por paciente;
3.3. As prescrições e formulários dos tratamentos concluídos serão enviados à CAF até o dia
05 de cada mês;
3.4. O formulário deve ser impresso pelo farmacêutico nas unidades e está disponível no site
da prefeitura em: http://www.pmcg.ms.gov.br/sesau/canaisTexto?id_can=7171.
Campo Grande, julho de 2014
Comissão Multidisciplinar de Padronização
Comissão Municipal de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde
Versão 2 - Julho/2014
12
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE
ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL
FORMULÁRIO PARA DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS DE USO RESTRITO
(CAMPOS OBRIGATÓRIOS)
Resolução CFM 1552 / 1999. Portarias MS No. 196/93 e 2616/MS/GM/98.
CNS/ Prontuário SESAU:
Nome do Paciente:
Data atendimento:
Indicação:
Unidade de Saúde:
Terapêutico
Profilático
Sexo:
Fem ( )
Mas ( )
Idade:
Resumo da história clínica:
Peso:
CID10:
Origem Infecção:
Comunitária
Relacionada à Assistência à Saúde
Clearance de creatinina: __________ Função hepática
Função renal
Normal
Alterada
Normal
Justificativa:
Alterada
ATB 1ª escolha p/ tratamento
Falha da primeira escolha
Indisponibilidade 1ª escolha
Outros: ___________________________________________
Profilaxia cirúrgica - procedimento (informar qual) _________________________
Culturas: Não ( ) Sim ( ) material coletado: _________________
Resultado: Não ( ) Sim ( )
Micro-organismo identificado:
Sensibilidade:
ANTIMICROBIANOS PADRONIZADOS PARA USO TERAPÊUTICO - Restritos para dispensação em CRS, UPA e CEDIP
MARQUE
X
ANTIMICROBIANOS / DOSE
APRESENTAÇÃO
Dose Usual
Via
Dose
Intervalo Dias tratamento
25/3,6-45/6,4mg/kg/dia 8/8h
suspensão oral
VO
01
comp/cap
8/8h
comprimido
VO
10-15mg/kg/dia, 1 X/dia
suspensão oral
VO
01 comp/cap 1 X/dia
comprimido
VO
01g (IV/IM) 12/12h
frasco-ampola
01 comp/cap 12/12h
comprimido
VO
01
comp/cap
12/12h
comprimido
VO
10-15mg/kg/dia, 12/12h
suspensão oral
VO
ANTIMICROBIANOS PADRONIZADOS PARA USO PROFILÁTICO - Restritos para Profilaxia Cirúrgica no Hospital da Mulher
01 – 02g IV dose única
frasco-ampola
IV
Cefazolina 1g
900mg
IV
dose
única
Frasco-ampola
IV
Clindamicina 150 mg/mL
IDENTIFICAÇÃO LEGÍVEL OU CARIMBO
CONTATO – PREFERENCIALMENTE
ASSINATURA DO PRESCRITOR
Contato
Amoxicilina 50mg/ mL + ác. clavulânico 12,5mg/ mL
Amoxicilina 500 mg + ác. clavulânico 125mg
Azitromicina 40 mg/mL
Azitromicina 500 mg
Ceftriaxona 1g
Ciprofloxacino 500 mg
Claritromicina 500 mg
Claritromicina 50 mg/ mL
Data
DO MÉDICO OU ODONTÓLOGO:
FONE PESSOAL:
CMCIRAS
SESAU CVE – Bloco H
3314-3068
FORMATADO POR DJALMIR/MARCOS JUL 2014v3
13
FLUXOGRAMA DE DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS DE USO RESTRITO
Prescrição de
Antimicrobiano
(ATM) de uso restrito
O Formulário de
dispensação de ATM
de uso restrito está
adequadamente
preenchido?
Fazer a dispensação, anotar na 1ª via
da receita e anexá-la ao Formulário;
fazer o registro informatizado
Sim
Sim
Medicamento
de uso
parenteral?
Sim
Não
Paciente
internado na
unidade?
Encaminhar Formulários
e receitas para a CAF no
dia 5 de cada mês
Não
Não
Orientar o paciente a
retornar ao médico para o
preenchimento adequado e
completo do formulário.
Fazer a dispensação, anotar na 1ª via
da receita, devolvê-la ao paciente e
anexar a 2ª via ao Formulário; fazer
o registro informatizado
Encaminhar Formulários
e receitas para a CAF no
dia 5 de cada mês
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CMCIRAS elabora relatório
mensal sobre utilização do
antimicrobiano.
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