DIP A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infecção ascendente, acometendo, mais freqüentemente, os órgãos pélvicos. Complicação mais freqüente das DSTs. Freqüente em jovens. Cervicite: os mesmos agentes, como se fosse “lesão precursora” Chlamydia trachomatis (intracelular) e Neisseria gonorrhoeae espermatozóide é o vetor infecção: Endométrio: endocervicite ou endometrite Tubas uterinas: hidro ou piossalpingite Ovários: abscesso Peritônio: pelviperitonite, abscesso Estruturas contíguas Chlamydia trachomatis : DST mais comum em países desenvolvidos, Cerca de 3,5 milhões de casos/ano nos EUA, Subnotificada: sintomas leves ou assintomático Neisseria gonorrhoeae: Mais freqüente por ser mais sintomática Fatores de risco: Atividade sexual precoce Promiscuidade Ectopia cervical Parceiro com DST Uso de DIU: Actinomyces Manipulação do canal cervical ou endométrio Baixo nível sócio-econômico Duchas vaginais Pós-parto Sintomas: Dor em região inferior do abdômen Menorragia Calafrios Corrimento com características mucopurulenta Disúria Sintomas gastrintestinais Sinais Dor à mobilização do colo uterino e à palpação das regiões anexiais Secreção vaginal ou cervical anormal Febre Massa pélvica Dor à palpação em região abdominal inferior ou sinais de irritação peritoneal Dor à palpação e percussão do hipocôndrio direito (Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis: perihepatite, ou seja, uma infecção da cápsula de Glisson do fígado, que na sua fase aguda, pode se apresentar com microabscessos e exsudato purulento na superfície hepática e que, na fase crônica, caracteriza-se por aderências em "corda de violino" com a parede abdominal, compostas principalmente de fibrina.) Abaulamento do fundo de saco: abscesso ou líquido livre na cavidade Exames complementares HMG: Leucocitose sem desvio Ultrassonografia: Liquido livre na cavidade, Abscesso U I: Afastar ITU Laparoscopia: o Hiperemia e edema da superfície tubária o Exsudato purulento cobrindo a superfície tubária ou extravasando pela extremidade Critérios diagnósticos 3 critérios maiores + 1 critério menor ou 1 critério elaborado. Critérios maiores: o Dor no abdômen inferior; o Dor à palpação dos anexos; o Dor à mobilização do colo uterino. Critérios menores: o Temperatura axilar maior que 37.8 ºC; o Secreção vaginal ou cervical anormal; o Massa pélvica; o Mais de cinco leucócitos por campo de imersão em secreção de endocérvice; o Hemograma infeccioso (leucocitose); o Proteína C reativa ou VHS elevada; o Comprovação laboratorial de infecção cervical pelo gonococo, clamydia ou mycoplasma. Critérios elaborados: o Evidência histopatológica de endometrite; o Presença de abscesso tubo-ovariano ou de fundo-de-saco de Douglas em estudo de imagem (USG pélvica); o Laparoscopia com evidência de DIP. Diagnostico diferencial Gravidez ectópica; Apendicite aguda; Infecção do trato urinário; Litíase ureteral; Torção de tumor cístico ovariano; Rotura de cisto ovariano; Endometriose (rotura de endometrioma). Classificação Estágio I (Leve) - Salpingite aguda sem irritação peritoneal. Estágio II (Moderada sem abscesso) - Salpingite com irritação peritoneal (pelviperitonite). Estágio III (Moderada com abscesso) - Salpingite aguda com oclusão tubária ou abscesso tubo-ovariano ou abscesso pélvico. Estágio IV (Grave) - Abscesso tubo-ovariano roto ou sinais de choque séptico Tto O tratamento adequado engloba: o Antibioticoterapia apropriada; o Determinação da necessidade de hospitalização; o Educação e orientação da paciente; o Avaliação do(s) parceiro(s) sexual(is); o Seguimento pós-tratamento. Tratamento ambulatorial: o quadro clínico leve; o exame abdominal e ginecológico sem sinais de pelviperitonite; o não estejam incluídas nos critérios para tratamento hospitalar. Critérios para tratamento hospitalar: o Caso de emergência cirúrgica (Ex.: abscesso tubo-ovariano roto); o Quadro grave com sinais de peritonite, náuseas, vômitos ou febre alta; o Gestantes; o Imunodeficiência; o Paciente não apresenta resposta adequada ao tratamento ambulatorial; o Paciente não tolera ou é incapaz de aderir ao tratamento ambulatorial. Medidas gerais: o Repouso; o Abstinência Sexual; o Retirar o DIU caso esteja presente (após 6 horas de antibioticoterapia) ?? o Tratamento Sintomático (analgésicos; antitérmicos; antiinflamatórios). Estagio I: ambulatorial Antibioticoterapia: Ceftriaxona 250 mg, IM - Dose única + Doxiciclina 100 mg VO 12-12 h por 14 dias; Ofloxacina 400 mg VO, 12-12h por 14 dias + Metronidazol 500 mg VO 12-12h por 14 dias; Cefoxitina 2 g IM - Dose única + Probenecide 1 g VO - Dose única + Doxiciclina 100 mg VO, 12-12h por 14 dias; Ofloxacina 400 mg VO, 12-12h por 14 dias + Doxiciclina 100 mg VO, 12-12h por 14 dias + Metronidazol 500 mg VO, 12-12h por 14 dias; Ampicilina 3,5 g VO - Dose única, antecedida em meia hora por Probennecide 1 g VO, dose única + Doxiciclina 100 mg VO, 12-12h por 14 dias + Metronidazol 500 mg VO, 12-12h por 14 dias. Estagio II: hospitalar Antibioticoterapia: EV até 48 horas após o último pico febril e/ou melhora importante do quadro clínico. VO após, no mínimo, 10 dias; abscesso, tratar por 14 dias no mínimo. Gentamicina 60-80mg EV, 8-8h + Penicilina G Cristalina 5 milhões UI EV, 4-4; Gentamicina 60-80mg EV, 8-8h + Clindamicina 600-900 mg EV, 8-8h; Gentamicina 60-80mg EV, 8-8h + Metronidazol 500 mg EV, 8-8 h. Após a fase aguda, fazer esquema ambulatorial: Doxiciclina 100 mg VO - 12-12h Estagio III: hospitalar Antibioticoterapia: EV até 48 horas após o último pico febril e/ou melhora importante do quadro clínico. VO após, no mínimo, 10 dias; abscesso, tratar por 14 dias no mínimo. Gentamicina 60-80mg EV, 8-8h + Clindamicina 600-900 mg EV, 8-8h + Penicilina G Cristalina 5 milhões UI EV, 4-4h; Gentamicina 60-80mg EV, 8-8h + Metronidazol 500 mg EV, 8-8h + Penicilina G Cristalina 5 milhões UI EV, 44h; Gentamicina 60-80mg EV, 8-8h + Tianfenicol 750 mg EV, 8-8h + Penicilina G Cristalina 5 milhões UI EV, 4-4h. Após a fase aguda, fazer esquema ambulatorial: Doxiciclina 100 mg VO - 12-12h Estagio IV: hospitalar Tratamento semelhante ao estágio III + cirurgia Indicações cirúrgicas: Falha do Tratamento Clínico; Presença de Massa pélvica que persiste ou aumenta, apesar do tratamento clínico; Suspeita de rotura de abscesso tubo-ovariano; Hemoperitônio; Abscesso de fundo de saco de Douglas. Tratamento do parceiro: Azitromicina 1g VO (dose única) + Ofloxacina 400 mg VO (dose única) Sorologia para: sífilis, hepatite B, HIV Reavaliar a paciente a cada três meses durante o primeiro ano. Complicações: Gestação ectópica aumenta de 1 em 200 para 1 em 20. Abcessos pélvicos; Dor pélvica crônica O risco de infertilidade aumenta: o 15% de risco de infertilidade após o primeiro episódio de DIP; o 30% de risco de infertilidade após dois episódios de DIP; o 50% de risco de infertilidade após três ou mais episódios de DIP