Laboratório de Análise e Tratamento de Imagens de Satélites – LATIS(*) RELATÓRIO SOBRE O MONITORAMENTO DE AGROPECUÁRIA ÁREA COMPREENDIDA POR 15 MUNICÍPIOS NO SUDESTE DO PARÁ Demanda do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Brasília, DF Dezembro de 2010 (*) Eixo Monumental, Via S1 Campus do INMET, Edifício Sampaio Ferraz 70630-900 - Brasília – DF Tel: (061) 2102 4880 Responsabilidade técnica O monitoramento de áreas de agropecuária está sob a responsabilidade do Laboratório de Análise e Tratamento de Imagens de Satélites – LATIS com recursos humanos, materiais e financeiros da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Colaborador: Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará – ADEPARA Georreferenciamento de propriedades rurais em campo e apoio logístico para realização do trabalho de campo para levantamento de dados sobre a ocupação de áreas nos 15 municípios mapeados, em agosto de 2010. Fontes: Embrapa Amazônia Oriental - CPATU Mapeamento da Cobertura e do Uso da Terra da Calha Norte e Zona Leste do Estado do Pará (2008) Fundação Nacional do Índio – FUNAI Mapas de Terras Indígenas (2009) Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA Mapas de Unidades de Conservação (2009) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Dados de produção (2009) e mapas de municípios (2007) Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE Imagens de satélites (2009 e 2010) Superintendência Regional da Conab no Pará – SUREG-PA Dados de safras agrícolas (2009) ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1 2. OBJETIVO............................................................................................................................. 1 3. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA MONITORADA ............................... 1 3.1 – Bioma Amazônia ........................................................................................................... 1 3.2.- O Estado do Pará ............................................................................................................ 2 3.3 - Área Monitorada em 2010 .............................................................................................. 2 4. METODOLOGIA................................................................................................................... 3 4.1 Identificação das Áreas de Agropecuária............................................................................... 3 4.2 Levantamento de Campo ...................................................................................................... 4 4.3 Formatação dos Produtos ...................................................................................................... 4 5. RESULTADOS ...................................................................................................................... 5 5.1. Água Azul do Norte ......................................................................................................... 5 5.2. Bannach ........................................................................................................................... 6 5.3. Conceição do Araguaia .................................................................................................... 7 5.4. Cumaru do Norte ............................................................................................................. 8 5.5. Eldorado dos Carajás ....................................................................................................... 9 5.6. Floresta do Araguaia ...................................................................................................... 10 5.7. Marabá........................................................................................................................... 11 5.8. Ourilândia do Norte ....................................................................................................... 12 5.9. Pau D’Arco .................................................................................................................... 13 5.10. Redenção ..................................................................................................................... 14 5.11. Rio Maria ..................................................................................................................... 15 5.12. Santa Maria das Barreiras............................................................................................. 16 5.13. Santana do Araguaia .................................................................................................... 17 5.14. São Félix do Xingu ...................................................................................................... 18 5.15. Tucumã ........................................................................................................................ 19 5.16. Produtos para vistoria em campo .................................................................................. 19 5.17. Resultados do trabalho de campo ................................................................................. 22 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 24 6.1. Conclusões..................................................................................................................... 24 6.2. Continuidade do Programa ............................................................................................. 25 7. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 26 1. INTRODUÇÃO A pecuária brasileira tem sofrido pressões de entidades nacionais e principalmente internacionais quanto à ocupação de terras para pastagens. Para dar plena transparência a esta questão o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) determinou a criação de um programa para avaliação atual e acompanhamentos periódicos da ocupação da pecuária. Assim, foi iniciado no 2º semestre de 2009 o Programa de Monitoramento de Pastagem. Com base em imagens de 2009 foi realizado o mapeamento em 15 municípios do Sudeste do Pará mostrando todas as áreas ocupadas com agropecuária nesta região até setembro daquele ano. Foram mapeados os seguintes municípios: Água Azul do Norte, Bannach, Conceição do Araguaia, Cumaru do Norte, Eldorado dos Carajás, Floresta do Araguaia, Marabá, Ourilândia do Norte, Pau D’Arco, Redenção, Rio Maria, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu, e Tucumã. Os resultados obtidos no mapeamento de 2009 constam nos relatórios: a) Relatório sobre o Mapeamento de Pastagens no Sudeste do Pará - Etapa 1- Área Piloto de 6 Municípios (LATIS,2009) e b) Relatório sobre o Mapeamento de Pastagens no Sudeste do Pará - Etapa 2 - Área Complementar de 9 Municípios (LATIS, 2010). Com base em imagens de 2010 foi realizado o monitoramento identificando todas as áreas onde houve avanço de áreas de agropecuária nestes 15 municípios, em relação ao mapeamento de 2009. O presente relatório apresenta os resultados deste monitoramento. 2. OBJETIVO O objetivo principal do monitoramento é identificar e delimitar todas as áreas onde tenha ocorrido avanço de áreas para agropecuária em 2010, quantificando-as, individualmente e por município. 3. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA MONITORADA 3.1 – Bioma Amazônia A área monitorada em 2010 está situada no bioma Amazônia, mais precisamente no Sudeste do Pará. O bioma amazônico abrange uma área de 4.196.943 Km2, ocupando a totalidade de cinco unidades da federação (Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima), grande parte de Rondônia (98,8%), mais da metade de Mato Grosso (54%), além de parte de Maranhão (34%) e Tocantins (9%) (IBGE, 2004). Nesse Bioma vive uma população de aproximadamente 20 milhões de habitantes, dos quais 60% vivem em áreas urbanas. É composto por grandes extensões de florestas ombrófilas densa e aberta, capinaranas, zonas de contato e savanas (MMA, 2007). A área mapeada em 2010 está localizada no leste do Bioma Amazônia onde cinco municípios são banhados pelo Rio Araguaia (Figura 1). 1 Figura 1 - Bioma Amazônia e a área monitorada em 2010. 3.2.- O Estado do Pará O estado do Pará ocupa 1.247.690 Km2, o que representa 14,65% do território brasileiro (IBGE, 2009), onde vivem cerca de 7,6 milhões de habitantes (IBGE, 2010). A economia do Pará tem como base o extrativismo mineral (ferro, bauxita, manganês, calcário, ouro, estanho), vegetal (madeira), a agricultura, a pecuária, a indústria e o turismo (Portal do Governo do Estado do Pará, 2009). A mineração é atividade preponderante na região sudeste do estado, sendo Parauapebas o principal município produtor. A pecuária conta com um rebanho calculado em mais de 14 milhões de cabeças de bovinos e está presente principalmente no sudeste do estado, sendo que a agricultura é mais intensa na região nordeste (Portal do Governo do Estado do Pará, 2009). A atividade industrial concentra-se na região metropolitana de Belém, encabeçada pelos distritos industriais de Icoaraci e Ananindeua, e nos municípios de Marabá e Barcarena. Além disso, a indústria madeireira destaca-se como forte ramo da economia paraense (Portal do Governo do Estado do Pará, 2009). 3.3 - Área Monitorada em 2010 Os quinze municípios que compõem a área monitorada em 2010 (Figura 2) abrangem 187.028 km2 sendo que o rebanho na região atinge, aproximadamente, 6.202.385 milhões de cabeças (IBGE, 2009). Os municípios foram definidos pelo MAPA e ADEPARA. 2 Figura 2 – Localização da área monitorada em 2010. 4. METODOLOGIA 4.1 Identificação das Áreas de Agropecuária A primeira etapa do trabalho foi a obtenção de imagens de satélites (INPE, 2010). Em períodos de pouca cobertura de nuvens foi feita a coleta das imagens de boa qualidade. Foram utilizadas 15 imagens do satélite Landsat5 (TM) do período de julho a setembro de 2010 (223/63, /64, /65, /66, /67; 224/64, /65, /66, /67; 225/64, /65, /66, /67; 226/64 e /65). Após a montagem do acervo das imagens as mesmas foram processadas a fim de ajustá-las de modo que ficassem corretamente posicionadas em relação aos municípios (Figura 3). Foi adotada como base territorial a malha municipal do IBGE de 2007. A etapa seguinte tratou do mapeamento das áreas, consistindo na tarefa mais trabalhosa de todo o processo. Técnicos especializados analisaram as imagens na tela do computador e nelas identificaram, pelos padrões de cores, de textura e de formas geométricas, as áreas ocupadas. Foram identificadas apenas as áreas adicionais de agropecuária quando comparadas ao mapeamento de 2009. As áreas de agropecuária foram delimitadas por polígonos que permitem calcular a área em qualquer unidade territorial: por estado, por município e mesmo para regiões de menor extensão. As áreas onde tenha ocorrido expansão de agropecuária foram precisamente identificadas. Os resultados foram produzidos em forma de mapas e tabelas, mostrando as áreas desmatadas e identificando as propriedades localizadas nas proximidades das áreas mesmas. O material produzido deverá ser repassado, pelo MAPA ao Governo do Pará, que deverá realizar a verificação, in loco, a fim de decidir sobre a liberação da Guia de Trânsito de Animais (GTA). 3 Figura 3 – Mosaico de imagens Landsat 2010 4.2 Levantamento de Campo Para suporte aos trabalhos de análise e interpretação das imagens foi realizado, no período de 9 a 21 de agosto de 2010, um trabalho de campo nos 15 municípios monitorados. O trabalho foi realizado por técnicos do LATIS e contou com o apoio da ADEPARA. No levantamento foram registrados dados sobre tipo de cobertura das áreas onde a identificação nas imagens era mais complexa. Foram percorridos 4.200 km e durante todo o percurso os dados foram coletados a partir de observações dos dois lados da estrada. Foi utilizado um micro portátil conectado a um receptor GPS com antena externa para registro, em tempo real, das coordenadas e de dados de cada ponto de interesse. O uso de software de navegação, tendo como base imagens de satélites, possibilitou a orientação necessária para chegada aos pontos, definição de roteiros, bem como escolha das vias de acesso. Os dados obtidos que se referem aos tipos de ocupação territorial na região foram utilizados nas atividades de revisão do mapeamento de 2009 e no monitoramento de 2010. 4.3 Formatação dos Produtos Os principais produtos gerados no presente monitoramento foram: a) mapa com dados gerais dos municípios; b) mapas municipais com a delimitação poligonal de todas as áreas de agropecuária até 2009 e do avanço da agropecuária em 2010; c) mapas dos pontos georreferenciados pela ADEPARA e que estejam situados nas proximidades das áreas de 4 expansão de agropecuária em 2010, por município; d) tabelas de dados gerais dos municípios e de áreas de pecuária 2009 e expansão 2010, também por município. O mapeamento foi executado na escala de 1:50.000 que possibilita a identificação de áreas de agropecuária a partir de 1 hectare. Os mapas foram trabalhados e gerados no Sistema de Coordenadas Geográficas e Datum WGS84. Os mapas, os relatórios, e as tabelas encontram-se disponíveis em formato digital: KML (GoogleEarth), editor de texto, e planilhas. O formato KML tem por finalidade auxiliar na identificação e chegada às áreas ocupadas em 2010 utilizando os recursos do Google Earth. Os arquivos KML permitem visualizar pontualmente as coordenadas e a extensão em hectares de cada área ocupada em 2010, além dos dados dos pontos georreferenciados pela ADEPARA. 5. RESULTADOS O trabalho foi segmentado por município cujos resultados são mostrados a seguir. 5.1. Água Azul do Norte O município tem uma extensão territorial de 710.652 hectares dos quais 344.996 ha estavam ocupados com agropecuária até segundo semestre de 2009. Em 2010 a área de agropecuária foi ampliada para 354.246 ha. Desses 354.246 ha apenas 0,8% é utilizado para fins agrícolas e 99,2% para pastagens. A expansão da agropecuária em 2010 tem uma extensão de 9.250 ha, incremento de 2,7% em relação à área total ocupada em 2009. (Figura 4). Figura 4 – Município de Água Azul do Norte com áreas de agropecuária até 2009 e a expansão de 2010. 5 5.2. Bannach O município abrange uma extensão territorial de 295.720 hectares, sendo que 166.996 ha estavam ocupados com agropecuária até o segundo semestre de 2009. A área de agropecuária em 2010 aumentou para 168.071 ha, desta área apenas 1,1% é de uso agrícola e 98,9% são pastagens. A ampliação da agropecuária em 2010 foi de 1.075 ha um aumento de 0,6% em relação á área total ocupada em 2009. (Figura 5). Figura 5 – Município de Bannach com áreas de agropecuária até 2009 e a expansão de 2010. 6 5.3. Conceição do Araguaia Extensão territorial de 582.913 hectares. Até o segundo semestre de 2009 estavam ocupados 219.931 ha com agropecuária. Em 2010 a área de agropecuária ampliou para 224.835 ha. Desses 224.835 ha, 2% são empregados para fins agrícolas e 98% para pastos. O aumento da área de agropecuária em 2010 foi de 4.904 ha, um incremento de 2,2% em relação à área total ocupada em 2009. (Figura 6). Figura 6 – Município de Conceição do Araguaia com áreas de agropecuária até 2009 e a expansão de 2010. 7 5.4. Cumaru do Norte Cumaru do Norte ocupa 1.707.156 hectares de extensão territorial. Um área de 537.093 ha, até o segundo semestre de 2009, estavam sendo usados com agropecuária. Esta área aumentou para 553.511 ha em 2010 e desta área somente 1,5% está sendo utilizado para agricultura e 98,5% para pastagem. O avanço da agropecuária em 2010 foi de 16.418 ha representando um aumento de 3,1% em relação à área total ocupada em 2009. (Figura 7). Figura 7 – Município de Cumaru do Norte com áreas de agropecuária até 2009 e a expansão de 2010. 8 5.5. Eldorado dos Carajás Apresentando uma extensão territorial de 295.881hectares, Eldorado dos Carajás estava ocupando com agropecuária, até o segundo semestre de 2009, uma área de 221.349 ha. Em 2010 essa área foi expandida para 222.579 ha dos quais 4,1% são de uso agrícola e 95,9% são de pastos. A área ampliada com agropecuária, em 2010, foi de 1.230 ha representando um acréscimo de 0,6% em relação à área total ocupada em 2009. (Figura 8). Figura 8 – Município de Eldorado dos Carajás com áreas de agropecuária até 2009 e a expansão de 2010. 9 5.6. Floresta do Araguaia Extensão territorial de 344.648 hectares dos quais 126.265 ha estavam ocupados com agropecuária até segundo semestre de 2009. Em 2010 a área de agropecuária foi ampliada para 134.520 ha. Desses 134.520 ha, 12,4% são utilizados para fins agrícolas e 87,6% são áreas de pastagens. Segundo o IBGE (2007) Floresta do Araguaia é um dos principais produtores de abacaxi do país, isso explica porque a área de cultura agrícola é maior do que nos outros municípios mapeados. A expansão da agropecuária em 2010, tem uma extensão de 8.255 ha, avanço de 6,5% em relação à área total ocupada em 2009. (Figura 9). Figura 9 – Município de Floresta do Araguaia com áreas de agropecuária até 2009 e a expansão de 2010. 10 5.7. Marabá O município abrange uma extensão territorial de 1.511.897 hectares, sendo que 641.846 ha estavam ocupados com agropecuária até o segundo semestre de 2009. A área de agropecuária em 2010 aumentou para 648.058 ha, desta área apenas 1,6% é aproveitado para agricultura e 98,4% para pastagens. A ampliação da agropecuária em 2010 foi de 6.212 ha, um aumento de 1% em relação á área total ocupada em 2009. (Figura 10). Figura 10 – Município de Marabá com áreas de agropecuária até 2009 e a expansão de 2010. 11 5.8. Ourilândia do Norte Com uma extensão territorial de 1.433.268 hectares, até o segundo semestre de 2009, 141.899 ha estavam ocupados com agropecuária. Em 2010 a área de agropecuária foi ampliada para 142.382 ha. Desses 142.382 ha, 1,5% é empregado para fins agrícolas e 98,5% para pastos. O aumento da área de agropecuária em 2010 foi de 483 ha, um incremento de 0,3% em relação à área total ocupada em 2009. (Figura 11). Figura 11 – Município de Ourilândia do Norte com áreas de agropecuária até 2009 e a expansão de 2010. 12 5.9. Pau D’Arco Pau D’Arco ocupa 167.357 hectares de extensão territorial, sendo que 56.560ha, até o segundo semestre de 2009, estavam sendo usados com agropecuária. A área de agropecuária aumentou para 57.594 ha em 2010, desta área 3,6% estão sendo utilizados para agricultura e 96,4% para pastagem. O avanço da agropecuária em 2010 foi de 1.034 ha, o que representa um aumento de 1,8% em relação à área total ocupada em 2009. (Figura 12). Figura 12 – Município de Pau D’ Arco com áreas de agropecuária até 2009 e a expansão de 2010. 13 5.10. Redenção Apresentando uma extensão territorial de 381.971 hectares, até o segundo semestre de 2009, Redenção ocupava uma área de 195.460 ha com agropecuária. Em 2010 essa área foi expandida para 199.615 ha dos quais 2,6% são aproveitados para agricultura e 97,4% para pastos. A área ampliada com agropecuária, em 2010, foi de 4.155 há, representando um acréscimo de 2,1% em relação à área total ocupada em 2009. (Figura 13). Figura 13 – Município de Redenção com áreas de agropecuária até 2009 e a expansão de 2010. 14 5.11. Rio Maria O município tem uma extensão territorial de 410.792 hectares dos quais 227.388 ha estavam ocupados com agropecuária até segundo semestre de 2009. Em 2010 a área de agropecuária foi ampliada para 234.860 ha. Desses 234.860 ha, 0,6% é utilizado para fins agrícolas e 99,4% para pastagens. A expansão da agropecuária em 2010 foi de 7.472 ha, incremento de 3,3% em relação à área total ocupada em 2009. (Figura 14). Figura 14 – Município de Rio Maria com áreas de agropecuária até 2009 e a expansão de 2010. 15 5.12. Santa Maria das Barreiras Com uma extensão territorial de 1.158.115 hectares, até o segundo semestre de 2009, 396.537 ha estavam ocupados com agropecuária. Em 2010 a área de agropecuária foi ampliada para 410.477 ha. Desses 410.477 ha, 3,7% são empregados para fins agrícolas e 96,3% para pastos. O aumento da área de agropecuária em 2010 foi de 13.940 ha, um incremento de 3,5% em relação à área total ocupada 2009. (Figura 15). Figura 15 – Município de Santa Maria das Barreiras com áreas de agropecuária até 2009 e a expansão de 2010. 16 5.13. Santana do Araguaia O município abrange uma extensão territorial de 1.032.427 hectares, sendo que 501.200 ha estavam ocupados com agropecuária até o segundo semestre de 2009. A área de agropecuária em 2010 aumentou para 516.961 ha, desta área apenas 1,8% é utilizado para agricultura e 98,2% para pastagens. A ampliação da agropecuária em 2010 foi de 15.761 ha, um aumento de 3,1% em relação á área total ocupada em 2009. (Figura 16). Figura 16 – Município de Santana do Araguaia com áreas de agropecuária até 2009 e a expansão de 2010. 17 5.14. São Félix do Xingu São Félix do Xingu ocupa 8.419.120 hectares de extensão territorial, sendo que 1.381.144 ha, até o segundo semestre de 2009, estavam sendo usados com agropecuária. Em 2010 a área de agropecuária aumentou para 1.432.727 ha, dos quais 1,2% está sendo utilizado para agricultura e 98,8% para pastagem. O avanço da agropecuária em 2010 foi de 51.583 ha o que representa um aumento de 3,7% em relação à área total ocupada em 2009. (Figura 17). Figura 17 – Município de São Félix do Xingu com áreas de agropecuária até 2009 e a expansão de 2010. 18 5.15. Tucumã Apresentando uma extensão territorial de 250.929 hectares, Tucumã ocupava com agropecuária uma área de 183.034 ha até o segundo semestre de 2009. Em 2010 essa área foi expandida para 186.038 ha dos quais 1,9% é aproveitado para agricultura e 98,1% para pastos. A área ampliada com agropecuária, em 2010, foi de 3.004 há, representando um acréscimo de 1,6% em relação à área total ocupada em 2009. (Figura 18). Figura 18 – Município de Tucumã com áreas de agropecuária até 2009 e a expansão de 2010. 5.16. Produtos para vistoria em campo A fim de facilitar a visualização e localização das áreas mapeadas, os mapas produzidos foram gerados também em formato compatível com o Google Earth (.KML). É importante lembrar que, pelo fato das imagens do Google ser relativamente antigas, elas não mostram a situação atual da cobertura vegetal. Assim, em muitas áreas elas não correspondem à realidade atual dos mapas, visto que estes foram produzidos com imagens atuais do 2º semestre de 2010. Para cada município, foram produzidos no formato Google, os seguintes mapas: a) áreas de agropecuária até 2009 (Figura 19), b) avanço da agropecuária em 2010 (Figura 19), e, c) pontos georreferenciados pela ADEPARA localizados até 500m, até 1.000m e até 2.000m distantes das áreas de avanço de agropecuária em 2010 (Figura 20). Os dados dos pontos georreferenciados foram fornecidos pela ADEPARA. Os pontos dos municípios Conceição do 19 Araguaia, Pau D’Arco, Redenção e Rio Maria não foram encaminhados para o LATIS por isso não foram gerados os correspondentes mapas. Os pontos nestes últimos mapas são mostrados no Google por meio de pequenos balões identificados com as letras A, B e C para as distâncias de 500m, 1.000m e 2.000m respectivamente. Figura 19 – Mapas de áreas de agropecuária até 2009 (em amarelo) e de expansão de agropecuária em 2010 (em vermelho), mostrados sobre imagem do Google Earth. Figura 20 – Mapas de pontos georreferenciados pela ADEPARA distantes até 500m (A), até 1.000m (B) e, até 2.000m (C) das áreas de expansão em 2010. Sobre imagem do Google Earth. 20 Além dos mapas acima mencionados foi produzido um mapa geral dos 15 municípios (Figura 21). Ao se clicar sobre o município, neste mapa, são mostrados os seguintes dados: -Nome do município -Área territorial do município -Área de agropecuária total em 2009 -Área de agropecuária total em 2010 -Avanço da área de agropecuária em 2010 (diferença área 2010 – área 2009) -Percentual de aumento de 2010 sobre 2009 -Quantidade de novas áreas de agropecuária encontradas em 2010 -Tamanho médio destas áreas -Percentual da área de agropecuária de 2010 sobre a área territorial do município -Dimensão das terras indígenas -Percentual do território ocupado pelas terras indígenas -Dimensão das áreas de preservação ambiental -Percentual do território ocupado pelas áreas de preservação -Área ocupada por culturas -Percentual da área de agropecuária ocupado por culturas -Área ocupada pela pecuária (pastos) -Percentual da área de agropecuária ocupado por pastagens -Número de cabeças do rebanho bovino -Densidade de bovinos (cabeças / hectare de pasto) Figura 21 – Mapa geral dos 15 municípios, sobre imagem do Google Earth. 21 5.17. Resultados do trabalho de campo O levantamento de dados teve por finalidade facilitar a análise e interpretação das imagens a fim de aprimorar os mapeamentos. Do total de 3.669 pontos georreferenciados, 3.226 tem tipo de cobertura com interesse direto no mapeamento. Destes, 2.918 foram identificados como pasto, sendo 9% de pastos de boa qualidade (Figura 22), 39% de pastos de média qualidade (Figura 23) e 52% de pastos degradados (Figura 24). Dos 3.226 pontos, 3% foram identificados como sendo áreas agrícolas (Figura 25), 1% de reflorestamento (Figura 26) e 5% áreas que foram queimadas este ano ou que estavam em combustão no momento de tomada dos dados (Figura 27). É importante ressaltar que o levantamento dos dados não teve embasamento estatístico, assim, os percentuais mencionados servem apenas para dar uma idéia aproximada da realidade de campo na região. Figura 22 – Pastagem de boa qualidade. Latitude e longitude:(São Félix do Xingu: -49,9697°; -51,7657° e Tucumã: -6,6903°; -51,1688°). Figura 23 – Pastagem de qualidade mediana. Latitude e longitude: (Rio Maria: -7,2762°; -49,9697° e Bannach -7,4875° -50,8625°). 22 Figura 24 – Pastagem degradada. Latitude e longitude: (Redenção: -8,0904°; -50,0316° e Santa Maria das Barreiras: -8,8951°; -50,5115°). Figura 25 – Plantio de Abacaxi. Latitude e longitude: (Redenção: -8,3431°; -49,9120° e Floresta do Araguaia: -7,4298°; - 49,6724°). Figura 26 – Reflorestamento. Latitude e longitude: (Santana do Araguaia: -9,6603°; -51,1515°). 23 Figura 27 – Áreas queimadas. Latitude e longitude: (Santana do Araguaia: -9,0209°; - 50,4998° e Bannach: - 7,4922°; -50,8587°). 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 6.1. Conclusões A região composta pelos 15 municípios apresentou, em 2010, 29,3% de ocupação com agropecuária. A quase totalidade desta área é ocupada por pastagens: 98% das áreas de agropecuária são pastos. Apenas 2% são de culturas tais como milho, arroz, feijão, soja, mandioca, cana-de-açúcar, cacau, banana, abacaxi, coco e café. Nos 15 municípios monitorados em 2010 constatou-se um avanço da agropecuária de 144.776 ha (2,7%) em relação à área totalizada em 2009 (Tabela 1). Devido à metodologia utilizada, não foi possível separar áreas de agricultura de áreas de pastagens. Somente no município de Floresta do Araguaia essa separação se deu de forma confiável. Assim, para estimativa da área de pecuária optou-se por diminuir da área mapeada como agropecuária, as áreas de cultivos das principais culturas segundo dados do IBGE relativos à produção municipal de 2009. Tabela 1 - Áreas de território, de culturas e de pecuária na área mapeada e monitorada. Área em hectares Dados IBGE 2009 Município Água Azul do Norte Bannach Conceição do Araguaia Cumaru do Norte Eldorado dos Carajás Floresta do Araguaia Marabá Ourilândia do Norte Pau D'Arco Redenção Rio Maria Santa Maria das Barreiras Santana do Araguaia São Félix do Xingu Tucumã Total Território 710.652 295.720 582.913 1.707.156 295.881 344.648 1.511.897 1.433.268 167.357 381.971 410.792 1.158.115 1.032.427 8.419.120 250.929 18.702.845 Mapeamento LATIS 2009 Culturas %a %b 2.962 1.873 4.598 8.075 9.220 16.680 10.570 2.143 2.050 5.185 1.391 15.095 9.417 17.304 3.625 110.188 0,4 0,6 0,8 0,5 3,1 4,8 0,7 0,1 1,2 1,4 0,3 1,3 0,9 0,2 1,4 0,6 0,8 1,1 2,0 1,5 4,1 12,4 1,6 1,5 3,6 2,6 0,6 3,7 1,8 1,2 1,9 2,0 Agropecuária Pecuária 344.996 166.996 219.931 537.093 221.349 126.265 641.846 141.899 56.560 195.460 227.388 396.537 501.200 1.381.144 183.034 5.341.698 342.034 165.123 215.333 529.018 212.129 109.585 631.276 139.756 54.510 190.275 225.997 381.442 491.783 1.363.840 179.409 5.231.510 Monitoramento LATIS 2010 Agropecuária 354.246 168.071 224.835 553.511 222.579 134.520 648.058 142.382 57.594 199.615 234.860 410.477 516.961 1.432.727 186.038 5.486.474 Avanço %Aumento %c %d 9.250 1.075 4.904 16.418 1.230 8.255 6.212 483 1.034 4.155 7.472 13.940 15.761 51.583 3.004 144.776 %a = % ocupado com culturas na área do município %b = % ocupado por culturas em relação a agropecuária 2010 %c = %ocupado com pecuária em relação à agropecuária 2010 %d = % ocupado por agropecuária 2010 na área do município %Aumento = % de expansão de agropecuária em 2010 em relação à área total ocupada em 2009 24 2,7 0,6 2,2 3,1 0,6 6,5 1,0 0,3 1,8 2,1 3,3 3,5 3,1 3,7 1,6 2,7 99,2 98,9 98,0 98,5 95,9 87,6 98,4 98,5 96,4 97,4 99,4 96,3 98,2 98,8 98,1 98,0 49,8 56,8 38,6 32,4 75,2 39,0 42,9 9,9 34,4 52,3 57,2 35,4 50,1 17,0 74,1 29,3 A densidade de bovinos na região é relativamente baixa: 1,2 cabeça/hectare (Tabela 2). Constata-se também que expressiva parcela das pastagens está degradada. Subentende-se, portanto, que apenas com a melhoria de qualidade das pastagens atuais é possível aumentar substancialmente o rebanho sem necessidade de ocupação de novas áreas. Tabela 2 - Densidade de bovinos. Dados IBGE 2009 Mapeamento LATIS 2010 Município Território (ha) Água Azul do Norte 710.652 453.885 354.246 351.284 1,3 Eldorado dos Carajás 295.881 210.000 222.579 213.359 1,0 Marabá 1.511.897 510.000 648.058 637.488 0,8 Ourilândia do Norte 1.433.268 158.221 142.382 140.239 1,1 São Félix do Xingu 8.419.120 1.912.009 1.432.727 1.415.423 1,4 Tucumã 250.929 284.979 186.038 182.413 1,6 Bannach 295.720 171.387 168.071 166.198 1,0 Conceição do Araguaia 582.913 235.913 224.835 220.237 1,1 1.707.156 588.925 553.511 545.436 1,1 Floresta do Araguaia 344.648 146.094 134.520 117.840 1,2 Pau D'Arco 167.357 135.675 57.594 55.544 2,4 Redenção 381.971 183.150 199.615 194.430 0,9 Rio Maria 410.792 274.284 234.860 233.469 1,2 Santana do Araguaia 1.032.427 505.114 516.961 507.544 1,0 Santa Maria das Barreiras 1.158.115 432.749 410.477 395.382 1,1 18.702.845 6.202.385 5.486.474 5.376.286 1,2 Cumaru do Norte Total Bovinos (cab) Agropecuária Densidade bovinos Pecuária cabeças / hectare 6.2. Continuidade do Programa Caso o Programa venha ter continuidade a partir de 2011, ele será executado por meio de dois segmentos: a) Mapeamentos novos em regiões ainda não monitoradas. b) Monitoramentos anuais para detecção de áreas de expansão de pastagens com base no mapeamento de novas áreas e no monitoramento do ano anterior. Para melhor aproveitamento da mão-de-obra e recursos computacionais do LATIS, estes dois segmentos devem ser executados em períodos distintos da seguinte forma: No período de janeiro a julho de cada ano, são realizados mapeamentos em regiões ainda não monitoradas, (segmento a), utilizando-se sempre imagens dos meses de maio a setembro do ano anterior. No período de agosto a dezembro de cada ano, são realizados os monitoramentos nas regiões já mapeadas para detecção de áreas de expansão, (segmento b), a partir de imagens coletadas de julho a outubro do mesmo ano. A seqüência das atividades pertinentes a estes dois segmentos constam no cronograma a seguir. 25 CRONOGRAMA PERMANENTE ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Seleção e coleta de imagens, ano anterior, de novas regiões Registro geométrico de imagens Mosaicagem de imagens Mapeamento de pastagens em novas regiões Trabalho de campo em novas regiões Relatório sobre os mapeamentos em novas regiões Seleção e coleta de imagens do ano atual Registro geométrico de imagens Mosaicagem de imagens Monitoramento da expansão de pastagens no ano Cálculo de área de expansão de pastagem p/município Mapeamento de pontos georreferenciados Relatório sobre áreas de expansão de pastagens Apresentação dos resultados Mapeamento em novas regiões Monitoramento da expansão de pastagens 7. BIBLIOGRAFIA EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA) / CPATU Mapeamento da cobertura e do uso da terra da calha norte e zona leste do estado do Pará. EMBRAPA/CPATU, 2008. CD-ROM. FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO (FUNAI). Mapas de Terras Indígens. Disponível em http://www.funai.gov.br INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Mapas de biomas do Brasil. 2004. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Contagem da população 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=pa&tema=contagem>. Acesso em 09 dez. 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Malha Municipal Digital do Brasil - 2007. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/default_prod.shtm#TERRIT>. Acesso em 10 out. 2009. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pecuária. Lavoura Permanente. Lavoura Temporária. IBGE, 2009. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em 09 dez. 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Área territorial oficial - consulta por Unidade da Federação. 2009. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/areaterritorial/principal.shtm>. Acesso em 15 nov. 26 2009. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Produção Agrícola Municipal 2007. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php. Acesso em 15 dez. 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS (IBAMA). Unidades de Conservação - versão set/2009. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/zoneamento-ambiental/ucs/. Acesso em 20 out. 2009. LABORATÓRIO DE ANÁLISE E TRATAMENTO DE IMAGENS DE SATÉLITES (LATIS). Relatório sobre o Mapeamento de Pastagens no Sudeste do Pará - Etapa 1 - Área Piloto de 6 Municípios. LATIS, 2009. LABORATÓRIO DE ANÁLISE E TRATAMENTO DE IMAGENS DE SATÉLITES (LATIS). Relatório sobre o Mapeamento de Pastagens no Sudeste do Pará - Etapa 2 - Área Complementar de 9 Municípios. LATIS, 2010. INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). Imagens do satélite Landsat 5. Disponível em: http://www.dgi.inpe.br/CDSR/ . INPE, 2010. Acessos no 2º semestre de 2010. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Uso e cobertura da terra na floresta amazônica: relatório final. MMA, 2007. Subprojeto 106/2004 do PROBIO. Disponível em: <http://mapas.mma.gov.br/mapas/aplic/probio/datadownload.htm?/> Acesso em 15 nov. 2009. PORTAL DO GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ. Economia. 2009. Disponível em: <http://www.pa.gov.br/O_Para/economia.asp>. Acesso em 15 nov. 2009. 27