DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: PERCEPÇÕES ACERCA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NOS CURSOS DE LICENCIATURA DA UEMA Dayane Kerly Borges Teixeira1; Priscila de Sousa Barbosa2 Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) [email protected] Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) Eixo temático - 01: Formação inicial de professores da educação básica Responsável pelo trabalho: Dayane Kerly Borges Teixeira ────────────────── Aluna do 5º Período no Curso de Graduação em Pedagogia Licenciatura na Universidade Estadual do Maranhão, UEMA. Doutoranda e Mestre em Ciências da Educação (ULHT). Especialista em Formação Continuada de Professores para o Atendimento Educacional Especializado (UFC); Gestão Educacional (FMS); Educação Inclusiva (UEMA); Neuroeducação (FSF); Psicopedagogia Clínica e Institucional (UniCeuma). Possui graduação em Pedagogia Licenciatura (UFMA). Professora Substituta UEMA; Professora do Curso de Especialização em Psicologia da Educação (UEMA); Professora Pedagogia Presencial/EaD (UEMA/UFMA); Professora dos Cursos de Especialização e de Extensão em Docência na Educação Infantil (UFMA); Professora da Faculdade Santa Fé; Professora da SRM e Técnica de acompanhamento da Área de Educação Especial (SEMED/São Luís/MA). E-mail: [email protected] DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: PERCEPÇÕES ACERCA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NOS CURSOS DE LICENCIATURA DA UEMA Introdução 1 2 2626 As dificuldades de aprendizagem são uma espécie de prejuízos causados no processo de aprender de cada pessoa, porém, pesquisadores ainda buscam por uma definição que melhor explique o porquê de algumas pessoas apresentam ou desenvolvem algum déficit e até já se encontra nos acervos científico algumas definições do tipo de Transtornos de Aprendizagem, Transtornos Funcionais Específicos de Aprendizagem, Transtornos Específicos do Desenvolvimento das Habilidades escolares, Problemas de Aprendizagem e Distúrbios de Aprendizagem. A nomeclatura vai mudando de acordo com as atualizações dos DSM que no momento encontra-se na sua 5ª edição. No DSM-5 (2014), os transtornos se originam no começo do desenvolvimento infantil, porém são percebidos apenas quando a criança entra na escola porque é no ambiente escolar que o aluno recebe estimulação cognitiva. Diante disso, nesta pesquisa, buscou-se: Conhecer a percepção dos alunos dos cursos de licenciatura da UEMA (campus São Luís) sobre o trabalho/atendimento para alunos que possuem dificuldades de aprendizagem. O DSM-5 (2014) aponta as dificuldades de aprendizagem de ordem neurobiológica e categoriza como um transtorno do neurodesenvolvimento o qual é a base das anormalidades no nível cognitivo e se associa as manifestações comportamentais. Ou seja, pais, mães, avós, tios e/ou familiares próximos que possuem algum tipo de prejuízo na leitura ou em seu processo de alfabetização, as chances de nascer uma criança com o mesmo prejuízo é alta. No quadro de possíveis causas Smith e Strick (2012) ressaltam questões relacionadas a lesões cerebrais, febres altas, encefalite, meningite, desnutrição, exposição a substâncias tóxicas e tratamentos com radiação, assim como também complicações durante o parto e até mesmo um afogamento. Mediante a estas questões, o interesse por esta pesquisa surgiu durante a graduação no curso de Pedagogia da UEMA (campus São Luís), onde percebeu-se a fragilidade acerca do conhecimento dos alunos dos cursos de licenciatura. Optou-se por tratar sobre dificuldades de aprendizagem porque essa discussão faz-se importante pela amplitude dos números de alunos diagnosticados com dificuldades de aprendizagem segundo o DSM-5 (2014). Acredita-se que essa temática seja relevante para o meio acadêmico porque a amplitude dessa demanda tem estimulado pesquisas e a necessidade do aprofundamento científico e dado base para relação da neurociência que tem demonstrado interesse na investigação sobre como atender alunos com dificuldades de aprendizagem, que recursos oferecer, como realizar o diagnóstico educacional e principalmente suas possíveis causas. Como problemática: Qual o conhecimento os alunos dos cursos de licenciaturas da UEMA (campus São Luís) possuem acerca das dificuldades de 2627 aprendizagem? E como hipótese: Acredita-se que os alunos dos cursos de licenciaturas da UEMA (campus São Luís) possuem conhecimento superficial acerca das dificuldades de aprendizagem. Metodologia Para a investigação desenvolveu-se uma pesquisa exploratória descritiva, com abordagem qualitativa. Como instrumento de coleta de dados optou-se pela observação não participante e aplicação de 01 tipo de questionário que continha 02 blocos de perguntas. No Bloco I, tratava-se de questões quanto à caracterização dos participantes, onde foi questionado sobre suas idades, gênero, curso e qual período estava cursando. No Bloco II, indicou-se sobre a caracterização quanto ao atendimento aos alunos com dificuldades de aprendizagem, questionando sobre o que são DA, sobre quais os tipos de DA que conhece, perguntou-se ainda para os alunos entrevistados sobre a importância dos estudos que foram trabalhados durante a graduação, qual o conhecimento sobre atendimento de alunos com dificuldades de aprendizagem e quais estratégias seriam utilizadas para o trabalho com alunos com dificuldades de aprendizagem. Escolheram-se como participantes da pesquisa, 24 alunos dos Cursos de Licenciaturas em Pedagogia, Letras e Matemática da UEMA (campus São Luís). Destes alunos, 10 do Curso de Letras (AL), 09 do Curso de Matemática (AM) e 05 do curso de Pedagogia (AP) que estavam disponíveis para participar da aplicação do questionário e cursando a partir do 5º período por ser o momento que começam os estágios e as práticas e também por existirem alunos que estão nos últimos períodos e estão se formando na Universidade Estadual do Maranhão - UEMA (Campus São Luís), momento que correspondia ao segundo semestre do ano de 2015. Fundamentação teórica As dificuldades de aprendizagem se tornam mais nítidas nos primeiros anos escolares porque somente nesse momento que a criança começa a fazer uso da linguagem de uma maneira que se torna essencial à escrita e a compreensão da leitura, pois é na escola que a criança aprende a desenvolver essas competências e paralelo a isso, é nessa fase ainda que o indivíduo começa a estimular sua concepção de número. O DSM-5 (2014) categoriza como dificuldades de aprendizagem os prejuízos na leitura, prejuízos na escrita e prejuízos na matemática. E, aponta ainda que cada um desses déficits pode aparecer em três graus de gravidade, podendo ser leve, grave e moderado. 2628 DSM-5(2014) utiliza o termo prejuízo na leitura e como termo alternativo dislexia, o qual segundo o CID-10 (2008) é indicado com o código 315.00 e F81. 0, condicionando este prejuízo na leitura a partir de uma visão médica,onde suas características consistem na dificuldade em usar palavras e compreender textos e esse prejuízo também dificulta qualquer trabalho que envolva leitura e até ortografia. A Associação Brasileira de Dislexia - ABD, afirma que a dislexia é um transtorno específico da aprendizagem que tem origem neurobiológica e se caracteriza pela "dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação é em soletração". (ABD, 2014). Características que podem ser associadas a pessoas dislexias estão diretamente ligadas à capacidade cognitiva do indivíduo que está aprendendo a ler e a escrever, pois em consideração ao aluno que não possui esse prejuízo na aprendizagem, a dislexia faz com o que o aluno tenha uma lentidão e até faça trocas de letras e sílabas e isso atrapalha o processo de compressão das informações que seu cérebro recebe a cada momento. Outra observação que pode ser feita é em relação à escrita, onde algo que fica marcado é a quantidade de erros ortográficos e a ênfase na questão da falta de coerência dos seus textos e até mesmo frases. O DSM-5 (2014) indica com o código 315.2 e CID-10 (2008), o prejuízo na expressão escrita ou disortografia, o transtorno que prejudica o uso da ortografia da criança , assim como também dificulta a aquisição da gramática, pontuação e, além disso, está influenciando de maneira direta a falta de clareza ou organização da expressão escrita. Uma observação que não pode deixar de ser feita é que esse déficit afeta somente a ortografias palavras e não a usa grafia. Coelho (2014) ressalta que a pessoa com disortografia tem dificuldade na organização, estruturação e composição de textos escritos, geralmente sua construção frásica é empobrecida e curta, seus erros ortográficos são aparentes e múltiplos em atividade simples e há problemas na qualidade da ortografia. A discalculia ou prejuízo na Matemática é indicada no DSM-5 (2014) com o código 315.1 e CID-10 (2008) F81. 2 este prejuízo dar-se por um "padrão de dificuldades caracterizado por problemas no processamento de informações numéricas, na aprendizagem de fatos numéricos e na realização de cálculos precisos e fluentes." (DSM-5, 2014). Como características desse prejuízo, observa-se que o aluno com discalculia possui déficit em senso numérico, memorização de fatos numéricos, precisão ou fluência do cálculo e do raciocínio matemático em relação aos outros alunos. O CID-10(2008)classifica a discalculia como um transtorno específico da habilidade matemática (F81. 2), considerando - o uma alteração no uso dos conhecimentos básicos da Matemática, pois o aluno apresenta déficit em domínios básicos relativos às 2629 quatros operações já que apresenta um déficit que concerne ao domínio de habilidades computacionais básicas. Como possíveis causas, Bastos (2006), vai apontar questões neurológicas e irá dividi- las em primárias (acalculia e discalculia do desenvolvimento) e secundárias seriam os distúrbios neurológicos, síndromes, deficiência ou fatores socioeconômico. E, para causas não neurobiológicas, este mesmo autor, apontará fatores escolares, sociais e até a ansiedade para a Matemática. O DSM-5 (2014) traz ainda a categoria dos transtornos funcionais específicos por indicar que eles estão associados as dificuldades de aprendizagem porque normalmente está associados a alguma comorbidades podem se apresentar paralelo uma deficiência intelectual, transtorno do espectro autista, transtorno do déficit de atenção/hiperatividade, transtorno específico da aprendizagem e transtornos motores. É importante mencionar que os transtornos da comunicação, os transtornos motores e o TDAH entram nesse grupo de dificuldades de aprendizagem porque eles influenciam de uma maneira significativa o desempenho acadêmico do aluno e também estão relacionados aos problemas na autoestima e nas relações interpessoais. Wallace e McLoughlin (apud OLIVEIRA, 1997, p.117) afirmam que as crianças com dificuldades de aprendizagem possuem um "obstáculo invisível", pois se apresentam normais em vários aspectos, exceto pelas suas limitações no processo da escola. Diante disso, é importante explicar que o segundo o DSM-5 (2014) o transtorno do desenvolvimento da coordenação como um transtorno do motor do neurodesenvolvimento e é popularmente conhecido como a disgrafia, no DSM-5 (2014) seu código é 315.4 e no CID-10 (2008) F82. Alves (2012, p.125) afirma que a disgrafia é uma "dificuldade de coordenar o movimento e símbolos gráficos." Alguns teóricos em suas pesquisas apontam algumas causas /fatores que contribuem para esse transtorno, dentre eles, Ardila e Rossilli (2007) destacaram quatro possíveis fatores: dificuldades na lateralidade, deficiência e distúrbios psicomotores, distúrbios de imagem corporal e as funções motoras perceptivas e distúrbios de linguagem de expressão gráfica. Por outro lado, Torres e Fernández (apud COELHO, 2014, p.8) fazem um agrupamento em três tipos de causas da disgrafia: maturativas, carateriais e pedagógicas. Como forma de intervenção o professor deve se preocupar em ter um bom relacionamento com o seu aluno, como coloca Freire (2004) que ao professor cabe educar para a consciência, nunca propor apenas a sua visão como única, verdadeira e correta, também deve levar em consideração alguns fatores, entre eles, propor atividades que exercite a coordenação motora fina, uma vez que esta o dará uma melhor precisão do seu 2630 traçado, o aluno aprenderá a segurar melhor o lápis, este tipo de atividade contribui também para um bom esquema corporal e boa coordenação óculo - manual. Atividades de caligrafia, cópia e ditado também contribuem muito para o desenvolvimento da escrita porque ela mobiliza diferentes segmentos do corpo. Condemarim e Chadwick (1987, p.168) comprovaram em suas pesquisas que a prática da cópia nas realizações acadêmicas é muito importante, pois facilita uma tomada de consciência (pela criança) das letras, dos espaços entre as palavras, da pontuação entre as palavras, dos sinais de expressão e da captação da sequência das letras dentro da palavra. No que diz respeito ao ditado, Morais (1986, p, 18) faz uma observação relevante onde coloca que a palavra que o professor for ditar deve ser discriminada e diferenciada auditivamente pelo aluno, ou seja, o professor deve se atentar a questão fonética de cada palavra quando estiver auxiliando um aluno que tem a disgrafia. Morais (1986, p.18) menciona ainda que "as palavras são elaboradas mentalmente, associadas aos respectivos sons, aos significados, à forma gráfica e escrita"; pois a criança precisa se concentrar para diferenciar os sons emitidos pelo professor. Outro transtorno que está associado às dificuldades de aprendizagem é o que o DSM-5 (2014) aponta como transtorno específico da articulação da fala ou dislalia que é categorizado como um transtorno da comunicação e que também em sua maioria dos casos ocorre durante o neurodesenvolvimento. A caracterização marcante da dislalia é a troca de fonemas que a criança costuma emitir durante sua fala. No DSM-5(2014), encontra-se a dislalia com o código 314.39 e no CID-10 (2008) F80. 0. Portanto, é considerado um transtorno na comunicação o transtorno na linguagem, fala fluência na infância (gagueira), o transtorno da comunicação social pragmática e outros transtornos da comunicação especificados e não especificado. Para Pascual (1995), a dislalia corresponde a um distúrbio na articulação dos fonemas, quer pela ausência ou alteração de alguns sons ou pela substituição específica deles injustamente por outros. A dislalia também está associada a problemas na capacidade motora e está paralela a dificuldade quanto à percepção e orientação espacial. O DSM-5 (2014) considera como possíveis causas da dislalia estão relacionadas a fatores genéticos e fisiológicos, pois os transtornos ligados a fala tem traços hereditários, porém, vale lembrar que aspectos culturais e sotaques também devem ser levados em consideração. Pascual (1995) diz que para um diagnóstico completo da dislalia funcional são necessários diferentes testes e que se proponha um estudo profundo das causas. O autor comenta ainda que seja necessária uma conversa com os pais para se ter acesso a dados 2631 sobre o desenvolvimento da linguagem e da fala, do desenvolvimento psicomotor, da personalidade e escolaridade. O DSM-5 (2014) comenta ainda sobre o Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade - TDAH, que se trata de um transtorno do neurodesenvolvimento que traz para a pessoa a tríade de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade - impulsividade. Em 1980, esse transtorno recebeu a descrição no DSM- III como Síndrome do Déficit de Atenção com ou sem hiperatividade é residual- DAS, em 1987, no DSM - III-R tornou-se Distúrbio de Déficit de Atenção/Hiperatividade ou DDAH. Na atualização do DSM- IV em 1994, o termo utilizado passou a ser Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade ou TDAH, considerado o termo ainda atual. No DSM-5 (2014) o TDAH recebe o código 314.00 - 314.01 e no CID-10 (2008) está entre os códigos F90. 0 - F90. 9 e vai de acordo com suas especificidades. Essa chamada tríade é baseada em comportamentos que se associarem em conjunto é o TDAH, mas se isoladas não apresentam o transtorno em si. O DSM-5 (2014) chama de desatenção o comportamento de "divagação de tarefas, falta de persistência, dificuldades de manter o foco e desorganização. É importante esclarecer que a pessoa com TDAH é influenciada diretamente pelo ambiente social e cultural. Podem-se considerar como possíveis causas do TDAH as questões relacionadas ao temperamento, ao ambiente, a genética e a fisiologia. Resultados e discussão No Bloco I observou-se que dos 10 alunos procurados do Curso de Pedagogia da UEMA apenas 05 aceitaram participar da pesquisa, no Curso de Matemática do campus São Luís apenas 09 alunos foram encontrados e todos eles aceitaram participar da pesquisa e no que diz respeito aos alunos do Curso de Letras Da Universidade Estadual do Maranhão todos os 10 alunos procurados aceitaram participar da pesquisa. A partir disso, pode- se observar que os 05 AP todos eles estão na faixa etária de mais de 23 anos, no que diz respeito ao gênero 02 são do gênero masculino e 03 feminino, e quanto ao período, 02 alunos encontram-se no 7º período, 01 aluno no 6ª período e 01 no 5ª período e estes compreendem que DA são dificuldades de aprendizagem que os alunos possuem por conta de algum fator externo que impede esse aluno a compreender o conteúdo ou área do conhecimento que está sendo ensinado por conta de um ensino tradicional. Diante destas colocações, é possível perceber que os AP não compreendem que DA são prejuízos que afetam diretamente o processo de aprendizagem do indivíduo e que segundo Visca (Id. IBID, p.52) uma dificuldade de aprendizagem está diretamente 2632 relacionada ao nível da estrutura cognitiva do aluno e não ao método que está sendo utilizado. Quanto aos AM observou que 03 estavam na faixa etária de 20 a 22 anos e 06 acima de 23 anos, observou - se ainda a predominância dos homens neste curso na UEMA onde foram encontrados 07 pessoas do gênero masculino e apenas 02 mulheres, e no que diz respeito ao período que esses alunos estavam cursando encontramos 05 alunos no 6º período, 02 no 7º período e 02 no 8 ª período, nenhum aluno do 5 º período foi encontrado para participar da pesquisa. Estes compreendem que DA além de serem dificuldades de aprendizagem que os alunos da educação básica enfrentam para tentar compreender os conteúdos passados principalmente de cálculos são desordens que o indivíduo tem no processo de aprender. Os AL encontram-se 05 na faixa etária de 20 a 22 anos e 05 com 23 anos ou mais, observou-se um equilíbrio razoável no que diz respeito ao gênero onde foram encontrados 04 homens e 06 mulheres, e quanto ao período que esses alunos estão cursando durante a pesquisa encontramos 02 alunos no 5º período, 03 alunos no 6º período, 02 alunos no 7º período e 03 alunos no 8º período. Para estes DA também são dificuldades de aprendizagem, assim como também são barreiras que impedem os alunos durante o processo de aprendizagem e colocaram ainda que DA são características que predominam em crianças que não tem a mesma assimilação de conhecimentos que uma criança de sua mesma faixa etária. Ao serem questionados sobre quais DAS conhecem, os AP, AM e AL responderam já terem ouvido falar superficialmente na dislexia, dislalia, hiperatividade, TDAH, déficit de atenção e deficiência intelectual. Outro questionamento que foi feito aos alunos da UEMA foi sobre a importância de serem trabalhadas as temáticas das dificuldades de aprendizagem durante a graduação e um neste questionamento foi descoberto que grande parte dos alunos que estão se formando não tiveram até o presente momento nenhuma formação específica na área das DAS embora a universidade possua um núcleo de Educação Especial. Para os AP, estudar as DA são sim muito importante porque será a partir desses estudos que eles terão como atender as dificuldades de seus futuros alunos. Os AM, todos foram unânimes ao afirmar que estudar DA de fato é importante porque a sua graduação em Licenciatura o capacitará para contribuírem com a aprendizagem de muitos alunos, porém na grade curricular do Curso de Matemática da UEMA não possua nenhuma disciplina voltada para esses estudos. Em relação os AL, esses estudos são considerados importantes, porém também não participaram de nenhum estudo sobre a temática, pois esta disciplina é opcional na grade curricular do Curso de Letras da UEMA. 2633 Os alunos foram questionados ainda sobre o que conheciam sobre o atendimento dos alunos com dificuldades de aprendizagem e pode-se perceber que os AP acreditam que existem projetos que visam à inclusão desse público, relacionam ainda as DA com as deficiências e apontaram que nas escolas possuem as Salas de Recursos Multifuncionais e que os alunos com dificuldades de aprendizagem precisam de um acompanhamento pedagógico. Os AM apontaram que a discalculia é uma dificuldade mais conhecida, apontaram ainda que existam projetos que visam mudar esse quadro e quatro alunos afirmaram não conhecer nada sobre o trabalho e dois optaram não responder esta pergunta. Os AL também apontaram não possuir muitas informações sobre esse atendimento, porém colocaram que existe o atendimento educacional especializado que o aluno deve ser encaminhado. No que diz respeito às estratégias que os alunos utilizariam com alunos com DA os AP apontaram jogos e atividades que estimulassem a memorização e Incluiria esses alunos na sala de aula com alunos não deficientes para não se sentirem excluídos do ambiente escolar, mas seriam acompanhados pelos profissionais da sala de recurso para um melhor desenvolvimento intelectual. Os AM acreditam que trabalhar com jogos lúdicos, dinâmicas matemáticas e também motivações matemáticas aproximando a matemática da realidade ajudaria nesse processo , assim como tornar o ensino mais dinâmico e aprazível, visando o bom entendimento e uma boa compreensão por parte dos alunos, aulas com slides para que o aluno preste mais atenção no assunto abordado e trabalhos e atividades em equipe. Alguns alunos apontaram não utilizar nenhuma estratégia por não possuírem nenhum conhecimento sobre a temática e uma aluna apontou que poderia ajuda da família e encaminharia o aluno para um atendimento com a psicóloga ou psicopedagoga porque são profissionais adequados para esse trabalho. Os AL já colocam estudar métodos adequados para facilitar esse atendimento, Estabeleceria cursos de extensão voltados para o conhecimento de gramática e produção de textos, uma aluna apontou que buscaria ajuda de pessoas capacitadas para tal situação, como psicopedagogos, uma vez que na graduação não fui preparada para isso e um aluno afirmou que ''não faço à mínima ideia''. Conclusão Refletir sobre qual a formação que os acadêmicos estão recebendo nos cursos de licenciaturas nas universidades propõe princípios que estão presentes na Política da Educação Especial na Perspectiva de Educação Inclusiva uma vez que este documento 2634 aborda que os alunos que possuem algum prejuízo na aprendizagem não são público alvo da educação especial e ressalta também que esse atendimento deve ser oferecido no ensino comum, fazendo, portanto que os profissionais saiam das universidades com os conhecimentos adequados para desenvolver as habilidades acadêmicas desse público. O professor da educação básica não precisa necessariamente ser especializado na educação especial para realizar esse trabalho e superar os déficits, mas deve, portanto ser capacitado para esse atendimento durante a sua formação. Mediante a essas questões, acredita-se que essa discussão acerca das percepções dos alunos dos cursos de licenciaturas da UEMA (campus São Luís) pode contribuir para um avanço na formação dos professores por apontar a necessidade que há em uma formação que seja apta para o atendimento de alunos da educação básica com dificuldades de aprendizagem. Referências bibliográficas BARBOSA, Priscila de Sousa. Dificuldades de Aprendizagem. São Luís - Uemanet. 2015. 120 p. BOSSA, N.A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 2. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação Inclusiva. SEESP/MEC. Brasília, DF: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2008. CID – 10. Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacional à saúde. Décima revisão, OMS – Organização Mundial da Saúde, 2008. 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