GERADORES SÍNCRONOS NA GERAÇÃO DE ENERGIA EM PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS Humberto Herculano Neves de Sousa, Adriano Fernando, Karem Khetllem Pereira da Silva, Marcel Tavares Coelho, Luís Fernando Quintino e Cesar Augusto Della Piazza Faculdade de Engenharia Carlos Drummond de Andrade Engenharia Eletrônica com Ênfase em Automação Industrial, São Paulo - SP [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected] e [email protected]. Resumo – Este trabalho tem como objetivo explanar os conceitos das pequenas centrais hidrelétricas (PCH), e a utilização dos motores geradores síncronos, com potência instalada superior a 1 megawatts (MW) e de igual ou inferior potência à 30 MW de acordo com a ANEEL em regulamento de nº 394 de dezembro de 1998. O presente trabalho apresenta os principais equipamentos em uma PCH e informa sua forma de operação nestas instalações. No estudo apresentado estão as características técnicas dos principais equipamentos de uma PCH, respeitando os limites máximos de potência instalada, conforme normas. Palavras-Chave – Agência Nacional de Energia Elétrica, Geradores Síncronos, PCH, Recursos Hídricos. SYNCHRONOUS GENERATORS FOR GENERATING ENERGY IN SMALL HYDROPOWER PLANTS Abstract - This paper aims to explain the concepts and small hydropower plants, and the use of synchronous generators motors in SHP, with an installed power of more than 1 megawatt (MW) and equal to or less power to 30 MW according to ANEEL (National Electric Energy Agency) in #394 of Regulation December 1998, ANEEL is the agency that regulates the industry in Brazil, with the presented study will be possible to obtain generation of technical data, capacity and importance of the information in the installation of a SHP respecting the maximum installed capacity, according the standards. Keywords - National Agency of Electric Power, Synchronous Generators, SHP, Water Resources. I. INTRODUÇÃO As pequenas centrais hidrelétricas (PCH´s) são usinas de geração de energia elétrica a partir do aproveitamento do potencial hídrico de pequeno porte ou a fio d’água. _____________________________ 1 Para que seja definida como tal, a sua capacidade deve estar dentro dos limites superior a 1 MW e inferior ou igual a 30 MW de sua geração enérgica, além de um reservatório hídrico com área menor que 13 km². A Agência Nacional de Energia Hidrelétrica (ANEEL) é o órgão responsável que regulamenta o setor no Brasil, qualificando como pequena as hidrelétricas que encaixam se neste perfil estrutural e de capacidade potencial de acordo com o Regulamento nº 394 de 4 de Dezembro de 2016 [1]. Uma pequena central hidrelétrica que opera a fio d'água, sem reservatório, não permite a regularização ou controle do fluxo d'água. Com isso em situações de estiagem a vazão disponível pode ser menor que a capacidade das turbinas, causando ociosidade, porém, quando o volume de água no rio é maior que o necessário para a geração de energia na máxima potência de geração, a água que sobra passa por cima da barragem através dos vertedouros e segue pelo curso natural do rio sem passar pelas máquinas. Esta disposição possui a vantagem de ocasionar baixo impacto ambiental devido à pequena área alagada, menor custo de implantação e menor tempo quando comparado às hidrelétricas de grande porte. Porém, apresenta o problema de não poder armazenar água excedente do período de chuvas para utilização no período seco, pois isto requer um grande reservatório. Uma barragem de PCH possui geralmente uma ou mais comportas de fundo (descarnadoras), que são utilizadas para: - Dispor a saída de um percentual da vazão total do rio denominada vazão sanitária ou vazão residual; - Propiciar a passagem de água excedente durante as cheias, diminuindo a espessura da lâmina de água sobre os vertedouros; - Permitir a descarga de areia do reservatório, amenizando os problemas de assoreamento. A vazão sanitária é uma exigência ambiental, sendo necessária para manter o curso original do rio e o ecossistema local. A diminuição da espessura da lâmina de água sobre os vertedouros evita o alagamento indesejável de outras estruturas da barragem; a descarga de areia do reservatório diminui o assoreamento que ocorre em virtude do material trazido pelo rio; as descargas de fundo devem ser programadas com o IBAMA (exigência da legislação ambiental) [2]. Para isso, é preciso conhecer o coração que bate por trás desta geração energética, o gerador elétrico, componente bastante comum no seguimento elétrico com função bastante conhecida, converter energia mecânica em energia elétrica podendo esta ser alternada ou contínua. Um gerador de corrente contínua é conhecido como dínamo e um gerador de corrente alternada como alternador, ou geradores síncronos. Os alternadores são os responsáveis por gerar a corrente alternada que chegam as nossas residências. No presente estudo de geradores síncronos serão tratadas as características que o torna uma máquina síncrona, em a velocidade angular do campo do estator é a mesma velocidade angular do campo do rotor, sendo daí o nome que dá a característica síncrona da máquina. Esta velocidade está associada a frequência da tensão gerada, o que caracteriza a frequência da rede elétrica. A forma de onda da tensão gerada nos terminais do gerador é alternada devido ao campo elétrico formado no estator ser alternado, embora que o campo elétrico formado no rotor ser contínua, porém, com a velocidade angular no rotor, ao passar nas bobinas do estator, formam, por indução, um campo alternado. A velocidade do rotor e do estator depende do número de polos do estator, que é o mesmo do rotor. A equação eletromecânica que relaciona a frequência (característica elétrica da rede), o número de polos (característica mecânica da máquina síncrona) é: f p.ns 120 rotor, um duto chamado tubo de sucção conduz a água até a parte de jusante do rio, no nível mais baixo. As turbinas hidráulicas para PCHs podem ser montadas com o eixo no sentido horizontal ou vertical. Turbinas hidráulicas utilizadas nas PCH’s devem ser escolhidas de modo a se obter facilidade de operação e de manutenção, dando-se grande importância à sua robustez e confiabilidade, pois a tendência é de que a usina seja operada no modo não assistido [3][4]. A potência simplificada que é fornecida pela turbina é dada por: Pt nt . p.g.H liq .Q.10 3 [ Kw] Onde: 𝑃𝑡 é a potência da turbina (kW); 𝜂𝑡 é o rendimento da turbina; ρ é a massa especifica da água (kg/m³3); g é a aceleração da gravidade (m/s² ); 𝐻𝑙𝑖𝑞 é a queda líquida (m); Q é a vazão (m³ /s). A queda líquida 𝐻𝑙𝑖𝑞 (m) e a vazão de projeto por turbina Q (m³/s) são os parâmetros utilizados para a escolha preliminar do tipo de turbina, conforme mostra a Figura 1. A potência (kW) estimada na saída pode ser obtida da mesma figura, bastando interpolar os valores das linhas oblíquas [3]. A escolha da velocidade de rotação da turbina depende da potência nominal, da altura de queda, do tipo de turbina e do tipo de gerador. Para o gerador síncrono sem multiplicador, a velocidade de rotação é a mesma para a turbina e o gerador, sendo assim, deve-se procurar a velocidade síncrona mais próxima da calculada utilizando na equação (2). A partir desses dados, é possível determinar a velocidade específica da turbina, essa grandeza define a geometria ou o tipo do rotor da turbina hidráulica [5] [6], que é dada por: (1) Dentro do sincronismo de rotação (rpm) e frequência (Hz) das máquinas síncronas (gerador síncrono e motor síncrono), a equação da velocidade síncrona mais conhecida é: ns 120. f p (3) (2) Onde: 𝑛𝑠 = Velocidade síncrona em rpm; 𝑓 = Frequência em Hz; 𝑃 = Número de polos do motor. ns Esta equação também é utilizada para calcular a velocidade síncrona dos motores de indução. As máquinas síncronas trabalham com essa equação, a uma mesma velocidade do campo magnético entre o estator e o rotor, sem que haja uma diferença de velocidade entre ambos. 103.n. Q ( H liq .g ) 3 / 4 Onde: 𝑛𝑠 é a velocidade específica; n é a velocidade de rotação síncrona (rpm); g é a aceleração da gravidade (m/s²); 𝐻𝑙𝑖𝑞 é a queda líquida (m); Q é a vazão (m³/s). II. FUNDAMENTAÇÃO As turbinas hidráulicas transformam a energia hidráulica de um fluxo de água que passa em suas “pás mecânicas”, em energia mecânica na ponta do eixo da turbina que depois, acoplada a um gerador, é transformada em energia elétrica, princípios de funcionamento comum. A água vem pelo conduto forçado até a entrada da turbina, onde passa por um sistema de palhetas guias móveis, que controlam a vazão volumétrica fornecida à turbina. Para se aumentar a potência às palhetas se abrem, para diminuir a potência elas se fecham. Após passar por este mecanismo, a água chega ao rotor da turbina, onde a energia cinética é transferida para o rotor, na forma de torque e velocidade de rotação. Após passar pelo 2 (4) A. Caixa Espiral Tubulação de forma toroidal que envolve a região do rotor. Fica integrada à estrutura civil da casa de força, não sendo possível ser removida ou modificada sem obras específicas, e tem como objetivo distribuir a água igualmente na entrada da turbina. É fabricada com chapas de aço carbono soldada em segmentos. B. Pré-distribuidor Destina-se o pré-distribuidor para direcionar a água para a entrada do distribuidor. É composta de dois anéis superiores, entre os quais são montados um conjunto de 18 a 24 palhetas fixas, com perfil hidrodinâmico de baixo arrasto, para não gerar perda de carga e não provocar turbulência no escoamento. É uma parte sem movimento, soldada à caixa espiral e fabricada com chapas ou placas de aço carbono. C. Distribuidor O distribuidor é constituído de uma série de 18 a 24 palhetas móveis, acionadas por um mecanismo hidráulico montado na tampa da turbina (sem contato com a água). Todas as palhetas tem o seu movimento conjugado, isto é, todas se movem ao mesmo tempo e de maneira igual, cujo acionamento é feito por pistões hidráulicos. O distribuidor controla a potência da turbina, pois regula vazão d’água. É um sistema que pode ser operado manualmente ou em modo automático, tornando o controle da turbina praticamente isento de interferência do operador. Fig. 1. Gráfico compilado para base de seleção de turbinas III. PARTES DE UMA TURBINA D. Rotor e eixo O rotor da turbina é onde ocorre a conversão de energia hídrica em potência de eixo, que será transmitida ao gerador acoplado na ponta do eixo. Uma turbina é formada basicamente por cinco partes: caixa espiral, pré-distribuidor, distribuidor, rotor e eixo, tubo de sucção, que pode se observado na Figura 2. E. Tubo de sucção Duto de saída da água, geralmente com diâmetro final maior que o inicial, desacelera o fluxo da água após esta ter passado pela turbina, devolvendo-a ao rio parte jusante da casa de força. IV. SISTEMA DE REGULAÇÃO DE VELOCIDADE O sistema de regulação em unidades de PCH permite a tomada de velocidade da turbina até a rotação nominal de projeto e posterior a sincronização do gerador com a rede elétrica. O regulador de velocidade controla a potência mecânica da turbina/gerador e a frequência da tensão gerada. O monitoramento desse valor e a garantia que a unidade geradora está sincronizada com a rede elétrica. Em caso de ligação com rede elétrica de grande porte, a unidade geradora acompanha a frequência da rede, e o regulador passa a ter a função de controlar a potência ativa fornecida pela máquina síncrona. A. Sistema de excitação do gerador O sistema de excitação do gerador composto pela excitatriz do gerador, responsável por fornecer a tensão e a corrente contínua para as bobinas que estão instaladas no rotor, fazendo que o fluxo do campo magnético formado no rotor seja contínuo, tem o objetivo de manter a tensão Fig. 2. Partes de Uma Turbina Francis compilado [3] 3 nominal do gerador constante, ajustando a corrente de campo do gerador e mantendo o gerador na região interna de seus limites. O sistema de excitação é responsável pela tensão da máquina, pelo fator de potência, pela amplitude da corrente gerada e auxilia a garantir que a tensão da energia gerada na usina mantenha-se constante, variando dentro de uma margem de erro estipulada por norma. Um dos componentes vitais do sistema de excitação é o regulador de tensão. O regulador de tensão forma a realimentação de controle entre o gerador principal e os elementos que controlam a excitação do gerador. Estes componentes eletrônicos, requerem baixos níveis de potência. O regulador de tensão observa se a tensão terminal do gerador está constante, e caso haja variação é porque a potência ativa e a corrente de saída o gerador está variando e ele altera, aumentando ou diminuindo a corrente de campo do gerador. Utiliza-se, geralmente, geração de corrente contínua acopladas diretamente ao eixo do gerador para geradores até 50 MW. A partir desta potência a excitatriz está instalada fora do gerador e o fornecimento de energia é em corrente alternada com pontes retificadoras. A. Rotor (campo) É a parte girante da máquina constituída de um material ferromagnético envolto no enrolamento de campo, que tem como função produzir um campo magnético constante para interagir com o campo produzido pelo enrolamento do estator. A tensão aplicada nesse enrolamento é contínua e a intensidade da corrente suportada por esse enrolamento é muito menor que o enrolamento do estator, além disso, o rotor pode conter dois ou mais enrolamentos, sempre em número par e todos conectados em série sendo que cada enrolamento será responsável pela produção de um dos pólos do eletroímã. B. Estator (armadura) Parte fixa da máquina, montada em volta do rotor de forma que o mesmo possa girar em seu interior, também constituído de um material ferromagnético envolto em um conjunto de enrolamentos distribuídos ao longo de sua circunferência. Pelo estator circula toda a energia elétrica gerada, sendo que tanto a voltagem quanto a corrente elétrica que circulam são bastante elevadas em relação ao campo, que tem como função apenas produzir um campo magnético para "excitar" a máquina de forma que seja possível a indução de tensões nos terminais dos enrolamentos do estator. B. Válvulas de segurança A válvula de segurança assume as funções da comporta de emergência da tomada d’água, interrompendo o fluxo de água e protegendo a unidade, em caso de falha do mecanismo de controle da turbina. Além disso, em caso de manutenção, o fechamento da Válvula permite o esvaziamento da caixa espiral e do tubo de sucção. Em geral, são abertas por meio de cilindro hidráulico com pressão do próprio regulador de velocidade. V. GERADOR ELÉTRICO As máquinas elétricas rotativas é o gerador síncrono e fundamental, pois essa máquina é capaz de converter energia mecânica em elétrica, e é um dos itens mais importantes de qualquer usina elétrica. É responsável por transformar a energia mecânica gerada pela turbina em energia elétrica. Geradores Síncronos são maquinas que atuam na mesma velocidade do campo girante. Quando um gerador síncrono fornece potência elétrica a uma carga, a corrente de armadura cria uma onda componente do fluxo que gira à velocidade de sincronismo. Este fluxo reage com o fluxo criado pela corrente de excitação e obtém-se um binário eletromagnético devido à tendência que os campos magnéticos têm de se alinhar, além de possuir uma maior capacidade de potência. A velocidade síncrona do gerador (determinada pelo número de polos eletromagnéticos do equipamento) é de extrema importância no dimensionamento do gerador. Geradores de baixa rotação, e consequentemente maior número de pólos, são maiores e mais caros que um gerador de mesma potência, mas de menor polaridade. Por isso costuma-se utilizar multiplicadores de rotação, acoplados ao eixo da turbina, para proporcionar uma velocidade maior no eixo do gerador, e consequentemente, ter-se uma máquina menor e mais barata. Fig. 3. Esquema compilado de um Gerador Síncrono [9][8] 1) Principio de funcionamento A energia mecânica é suprida à máquina pela aplicação de um torque e pela rotação do eixo da mesma. No caso de PCHs, a fonte de energia mecânica prove de uma turbina hidráulica. Uma vez estando o gerador ligado à rede elétrica, sua rotação é ditada pela frequência da rede, pois a frequência da tensão trifásica depende diretamente da velocidade da máquina.[7] Para que a máquina síncrona seja capaz de efetivamente converter a energia mecânica aplicada a seu eixo, é necessário que o enrolamento de campo localizado no rotor da máquina seja alimentado por uma fonte de tensão contínua de forma que ao girar o campo magnético gerado pelos pólos do rotor tenham um movimento relativo aos condutores dos enrolamentos do estator. Essa alimentação provem de um dispositivo, chamado excitatriz, que pode ser do tipo estático (com escovas de carvão, que estão em contato com o eixo) ou brushless (sem escovas). 4 • Redução dos custos operacionais • Ganhos de qualidade sobre o processo • Melhor utilização do pessoal • Maior agilidade operativa • Melhor utilização dos recursos disponíveis • Melhor produtividade No caso específico das pequenas centrais hidroelétricas, os investimentos recomendados no processo de automação ou semi-automação são balizados pelos custos operacionais destas instalações (basicamente mão de obra) e pelo custo da energia comercializada. Assim, as iniciativas nesta área apontam, quase sempre, para soluções técnicas adequadas, porém com custos reduzidos. A automação ou semiautomação de uma PCH normalmente envolve dois subsistemas, a saber: • Subsistema de controle da barragem ou reservatório, que regula a altura do reservatório, a abertura de comportas e a vazão fornecida ao canal de adução. • Subsistema de controle da casa de força e subestação, que regula a potência fornecida pelas turbinas, a partida do gerador, a sincronização com a rede e a parada dos equipamentos em casos de emergência [7]. 2) Volante de inércia Nas unidades geradoras de pequeno porte pode ocorrer que o efeito de inércia (GD2) das massas girantes seja insuficiente para garantir uma regulação de velocidade estável. Nesse caso, o regulador não terá capacidade para controlar as variações bruscas de carga na unidade geradora, dentro das condições de regulação estabelecidas. Quatro grandezas tem um inter-relacionamento na variação brusca de carga e em suas consequências. São elas: efeito de inércia das massas girantes, velocidade de fechamento do distribuidor, sobre velocidade transitória da unidade e sob-repressão no conduto de adução. 3) Transformadores elevadores São os transformadores que elevam a tensão da energia produzida pelo gerador. Geradores de PCH’s normalmente produzem em uma tensão entre 220V à 13,8kV, dependendo da potência do gerador, enquanto que as linhas de transmissão operam em tensões que variam de 13,8kV à 500kV, dependendo da distancia entre a usina e o centro consumidor. Por isso, para que a energia gerada na PCH possa ser integrada à rede, são necessários transformadores elevadores. 6) Sistemas auxiliares elétricos São os sistemas que fornecem energia, tanto em corrente alternada como em corrente continua, para todos os sistemas auxiliares da usina, como iluminação, sistemas de ventilação, bombas de circulação de óleo, sistemas de excitação, entre outros. 4) Sistemas de proteção A escolha de um sistema de proteção para os equipamentos elétricos constituintes de uma PCH envolve aspectos operacionais, econômicos, de segurança física e pessoal, que devem ser analisados caso a caso. O sistema de proteção deve constituir um sistema independente do sistema de controle digital e as proteções devem atuar diretamente, através de seus contatos de saída, sobre os disjuntores ou dispositivos de parada, de modo a garantir a parada da máquina sem necessidade do sistema de controle digital. Atualmente, encontram-se disponíveis, quase que exclusivamente, relés de proteção com tecnologia digital, que em geral, incluem sistemas de proteção diferencial, Proteção contra carga desequilibrada, proteção contra perda de excitação, proteção contra sobre velocidade, proteção contra sobre tensão, proteção contra sobrecarga, entre outros, visando proteger o equipamento de possíveis falhas, que possam acarretar danos à usina e ao pessoal. 7) Sistemas auxiliares mecânicos São os sistemas que executam atividades secundarias na usina, como bombas de óleo para os mancais e válvulas, bombas para a drenagem da casa de força, sistemas de ventilação, multiplicadores de velocidade, entre outros. VI. INTEGRAÇÃO DOS GERADORES SINCRONOS COM AS PCH’s O gerador de energia elétrica na PCH é o que transforma a energia mecânica em energia elétrica. Esse processo de transformação de energia é realizado permanentemente em uma velocidade mecânica constante, isso obriga o acoplamento direto entre os eixos da turbina e do gerador. Essa característica faz os dois equipamentos girarem a mesma velocidade mecânica, e as mudanças na demanda de energia elétrica os afetam simultaneamente, ou seja, as mudanças na demanda de energia elétrica solicitam do gerador maior ou menor fornecimento de energia elétrica (segundo a mudança na demanda), e este, por sua vez, exige maior ou menor potência mecânica. 5) Sistemas de supervisão e controle A maioria das PCHs modernas possui algum tipo de automação em sua operação. O barateamento de sensores, atuadores e controladores lógicos programáveis tem permitido que essa automação, antes restritas a usinas de grande porte, envolvendo soluções complexas e equipamentos de custo relativamente elevado, venha a ser aplicada em usinas menores. Em algumas pequenas centrais, toda a operação pode ser controlada remotamente, necessitando de um operador apenas para situações emergenciais. A definição do sistema de supervisão e controle de uma PCH é essencialmente uma decisão econômica. Basicamente devem ser analisadas e comparadas duas possibilidades: a operação convencional, por meio de operadores ou a automação ou semi-automação da usina. A automação ou semi-automação de uma usina apresenta as seguintes vantagens: CONCLUSÃO Este trabalho demonstra através da fundamentação teórica, todos os detalhes dos equipamentos de uma pequena central hidrelétrica, porém se baseando em dados reais de projeto e construção, principalmente no que se refere a cálculo de queda líquida e a vazão nominal para determinação da potência mecânica do sistema, ficando dentro dos critérios 5 estabelecidos de uma PCH, com potências menores de 30MW. Com posse destes valores foi possível explanar com detalhes as especificação e características da turbina, do gerador e dos demais componentes para aproveitamento do potencial energético do sistema, tendo como referência o guia da Eletrobrás sobre Diretrizes para Estudos e Projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas. O estudo dos componentes de uma PCH é de suma importância para a engenharia elétrica, pois demonstra e permite fazer entender com detalhes os componentes da principal fonte de geração de energia elétrica no país e seu princípio de transformação. REFERÊNCIAS [1] Agencia Nacional de energia elétrica – ANEEL. Resolução n° 394 de dezembro de 1998. [2] EcoD. Básico: Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH). Acessado em 18 de Maio de 2016 em: http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2011/marco/e cod-basico-pequenas-centrais-hidreletricaspch#ixzz4AGtonGCi [3] MELLO, Antônio. Acesso em 26 de Maio de 2016 em: http://meusite.mackenzie.com.br/mellojr/ [4] ELETROBRÁS - Centrais Elétricas Brasileiras S.A. Diretrizes para Estudos e Projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas. Ministério das Minas e Energia, Janeiro de 2000. [5] Souza, Z.; Santos, A.H.M.; Bortoni, E.C. Centrais Hidrelétricas: Estudos para Implantação. Centrais Elétricas Brasileiras S. A. – ELETROBRÁS, 1999. [6] VA TECH HYDRO. Noções Gerais Sobre Turbinas Hidráulicas,100p, 2006. [7] HENN, É. L. Máquinas de Fluído. Santa Maria: Editora UFSM, 2012. [8] Banco de informações de Geração, 2009. Sitio Eletrônico da ANEEL, Disponível em http://www.aneel.gov.br [9] AUGUSTO, Alvaro, Máquinas Elétricas. Disponível em: http://maquinas-utfpr.blogspot.com.br/ 6