Da Contabilidade à Controladoria MARTIN, Nilton Cano. Da Contabilidade à Controladoria: A Evolução da Contabilidade Necessária. Revista Contabilidade & Finanças. São Paulo: USP, 2002. A função da Controladoria abordada por Martin é divergente do que podemos verificar nas obras de alguns autores, para ele é necessário uma transformação gerencial, a partir da qual se tem a moderna Controladoria baseada em um modelo dinâmico, que forneça informações para o processo de decisão a partir da integração de novas dimensões e novos instrumentos de pesquisa e avaliação. A partir das informações obtidas pelo modelo contábil-financeiro mais dinâmico, as organizações podem tomar decisões mais seguras e reorganizar suas estruturas, tendo uma visão do que deve ser melhorado e corrigido, visto que é uma forma de a organização ter uma visão ampla e identificar aonde vai ser a futura aplicação ou cessão de aplicações no momento. Muitos se perguntam qual a necessidade dessa inovação, pois são muitas, da mesma forma que ocorre a evolução de outras áreas, a contabilidade também necessita desta evolução a partir da inovação de seus modelos e técnicas buscando informações que levem a resultados mais eficientes o que representa grande importância em meio ao mercado de trabalho. O surgimento da contabilidade externa, também chamada de contabilidade financeira procurando atender aos usuários precisou padronizar-se ao redor de determinados princípios amplamente conhecidos, buscando apresentar uma melhor visão e interpretação a seus investimentos. Com isso, o Fisco tirou proveito para exigir que os demonstrativos contábeis, os quais são a base dos lançamentos de impostos sobre o lucro empresarial também sejam preparados sem adicionar restrições e aditivos que atendam ao seu próprio interesse de arrecadação. Com a evolução continua se faz necessário que as organizações sejam estruturadas de formas diferentes, através de divisões ou unidades estratégicas de negócios, para que desta forma os contadores e gestores possam ter uma melhor visão para a tomada de decisão final. É importante que as informações obtidas a partir da 1 análise do contador sejam pertinentes e relevantes para os gestores, caso contrário apresentando informações não úteis aos seus gestores, ele pode correr o risco de outro especialista ocupar o seu lugar. Em meio a tantas mudanças questiona-se sobre o destino da contabilidade gerencial, em deixar de utilizá-la somente externamente, em meio às associações de contabilistas profissionais e universidades amadurece a ideia de inseri-la no mundo atual de alta volatilidade, sendo utilizado entre outras ferramentas. Com essa mudança ocorre o surgimento de um novo quadro de representação da realidade, onde apresentam-se cinco novos eixos: - Primeiro eixo de transformação – As organizações existem para a produção de valor, buscando um novo entendimento destas em relação aos seus objetivos e metas, possibilitando o diagnóstico das condições externas. - Segundo eixo de transformação – A Controladoria deve ser estratégica, buscando visualizar e modelar os resultados atuais e futuros de cada empresa a partir das forças ambientais. - Terceiro eixo de transformação – A transformação produtiva se faz através dos processos, buscando constituir uma representação mais realística da forma pela qual são articulados os recursos na formação do valor e gerados os custos. - Quarto eixo de transformação – Os recursos constituem a base da competitividade, visa avaliar a mobilização de recursos feita em cada companhia e busca determinar a sua importância relativa, juntamente ao terceiro eixo visam conhecer os pontos chaves da produção interna de valor da organização e de seu vital ajustamento às condições ambientais externas. - Quinto eixo de transformação – A avaliação de desempenho deve ser integrada, incorporando e integrando os levantamentos e medidas de diferentes natureza, financeiras e não-financeiras, que são obtidas com a operação dos outros eixos. Duas partes da análise das demonstrações contábeis que são indispensáveis de análise seria a contabilidade financeira e a controladoria. A contabilidade financeira é voltada para a face interna, verifica custos, manutenção do capital e estuda o passado a objetividade, somente o realizado em um regime de certeza. Na controladoria, ela 2 procura o externo, visa à criação de valores que tragam um retorno adequado tendo como um norte, previsões, potencial e regime de riscos. A nova contabilidade está entrando para facilitar a vida dos contadores e administradores, a inovação no início é um pouco assustadora, mas através de pesquisas, através da busca ao conhecimento, só tende a ajudar a todos. Pode-se dizer que os executivos devem acreditar e dar liberdade aos contadores, para tomar a decisão ideal, pois cada vez mais ela vai proporcionar um foco, um ponto maior de nitidez para a tomada de decisão. Sempre visando à comunicação, pois sem ela não tem como desenvolver e avançar com o controle da contabilidade gerando resultados concretos. Greicy Kleinowski Oliveira 3